Fundamentos de Enfermagem Procedimentos Técnicos Básicos

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Administração de medicamentos:
Intradérmica (ID), subcutânea (SC) e intramuscular (IM)
Fundamentos de Enfermagem: Procedimentos Técnicos Básicos
Aluna Íris Amazonas
Revisando
Enteral: significa interior dos intestinos;
Parenteral: significa fora dos intestinos ou do canal alimentar. Realizada por meio de injeções;
Absorção mais rápida;
Técnicas assépticas mais rigorosas;
Dosagem desejada pode ser determinada com mais precisão;
Indicações: para pacientes inconscientes, com distúrbios gastrintestinais e não cooperativos e, em emergências.
PARENTERAL
VANTAGENS: 
Absorção mais rápida;
Contraindicação de via oral.
DESVANTAGENS:
Não é possível retirar a medicação após administrada;
Risco de infecção (técnica asséptica);
Causa ansiedade ao cliente (crianças).
Revisando
Seringas: 
- Podem ser com rosca ou sem rosca;
- De 1ml até 60ml (mililitros).
Materiais necessários
Seringas de insulina são calibradas em unidades
1ml = 100 UI (unidades)
Materiais necessários
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Agulhas
Partes: bisel, número do calibre, canhão e haste;
- Descartável
- Diversos calibres
Materiais necessários
Bisel
Canhão
Corpo
Haste
Êmbolo
AMPOLAS
- Contém doses únicas de medicação em um líquido;
- Doses de 1-20ml
- Feitas de vidro
Cuidado para não cair fragmentos de vidros durante abertura e antissepsia do frasco.
Estão indicados com marcações os locais para abertura (envolver com gaze para abrir)
FRASCO-AMPOLA
- Pode ser de dose única ou de múltiplas doses (com selo de borracha no topo. Deve-se identificar o frasco quando aberto);
- Diluente próprio, SF 0,9% ou água destilada estéril;
- Para misturar: rolar frasco lentamente.
Frasco ampola
Diluente
Agulhas devem ser descartadas em local para descarte de materiais pérfuro-cortantes;
Não desconectar agulhas das seringas para desprezá-las;
Ao usar no paciente: não reencapá-las.
VIA INTRADÉRMICA
DEFINIÇÃO
- Introdução de medicamento na derme (entre a pele e tecido subcutâneo).
ABSORÇÃO
- Tempo mais longo de todas as vias parenterais;
- Administração é empregada para fins diagnósticos ou vacinação.
VANTAGENS: reação do organismo às substâncias são facilmente visíveis.
Reações de hipersensibilidade
Vacina BCG
VIA INTRADÉRMICA
Logo abaixo da epiderme;
Locais: superfície interna do antebraço, face dorsal da porção superior do braço e a porção superior das costas;
Áreas não muito pigmentadas e livres de pelos;
Volume máximo inferior à 0,5ml.
Cuidados:
Não administre a injeção se a pele do paciente não estiver seca (água ou umidade podem inativar o antígeno);
Não injete a solução até inserir todo o bisel, evitando vazamento;
Não retire a agulha em ângulo diferente em que você inseriu;
Não massageie o local da injeção.
Bisel voltado para cima
Materiais
- Antissepsia: não recomendada na vacinação!
- Pele deve estar limpa;
- Posição: próxima à pele;
- Formação de uma pápula;
- Não há necessidade de aspirar antes;
VIA SUBCUTÂNEA
Definição: administração de medicamento no tecido subcutâneo ou adiposo;
Absorção: mais rápida que a ID e mais lenta que intramuscular (IM) e endovenosa (EV);
O medicamento é absorvido por completo;
Efeito inicia-se após 15 a 30 minutos da aplicação;
Volume: em geral 1,0ml volumes maiores podem causar desconforto e absorção insatisfatória;
Bisel: indiferente;
Antissepsia com álcool 70%. Não há necessidade de antissepsia na vacinação; Agulha: 13 x 4,5 = ângulo de 90º ou 25 x 7,0 = ângulo de 45º.
Agulha: 13 x 4,5 = ângulo de 90º 
Agulha: 25 x 7,0 = ângulo de 45º.
Locais: face externa da porção superior do braço, abdome, faces anteriores da coxa, porção superior das costas e a área ventral.
VIA SUBCUTÂNEA
Indicações: administração de vacinas, insulinas e heparina.
Angulação da agulha depende do calibre dela: 45º ou 90º, pessoas magras, idosos e crianças;
Heparina:
Aplicação no abdome (não próximo ao umbigo);
Não aspiração (formação de hematoma);
Não massagear: interferência na absorção;
Há necessidade de rodízio dos locais e áreas de aplicação: evitar formação de tecido fibroso;
Não há recomendação de aspiração;
Melhor absorção: abdome, braços, coxas e nádegas; 
Espaços entre as aplicações de 2,5 cm.
VIA INTRAMUSCULAR
Introdução de medicamento nas camadas musculares;
Efeito relativamente rápido, pois é mais vascularizado;
Seleção dos locais de injeção: pode causar danos a nervos, vasos sanguíneos ou próprio tecido muscular.
Vantagens
 Absorção mais rápida que a subcutânea e a intradérmica;
 O músculo aceita maior volume de medicamento que a SC e a ID;
 Possível administrar medicamentos irritantes para a mucosa gástrica.
Desvantagens
 Danos;
 Infecção.
SELEÇÃO DOS LOCAIS DE INJEÇÃO:
Recomenda-se optar pela escolha de um músculo saudável, sem inflamação, edema, processos infecciosos ou ferimentos visíveis e que não recebeu injeções recentemente;
Doses acima de 4 ml: dividir aplicações;
Deltoide, dorsoglúteo, ventroglúteo e vasto lateral;
Volume injetado: depende da composição, oleosidade, Ph e tolerância do paciente;
PACIENTE DEITADO!
	IDADE	DELTOIDE (ml)	VENTRO GLÚTEO (ml)	DORSO GLÚTEO (ml)	VASTO LATERAL (ml)
	Prematuros				0,5
	Neonatos				0,5
	Lactentes				1,0
	Crianças 3-6 anos		1,5	1,0	1,5
	Crianças 6-14 anos 	0,5	1,5 - 2,0	1,5 - 2,0	1,5
	Adolescentes	1,0	2,0 - 2,5	2,0 - 2,5	1,5 - 2,0
	Adultos	1,0	4,0	4,0	4,0
Tabela 1: Seleção do local de aplicação de IM e volume máximo a ser administrado, segundo faixa etária:
FONTES: MALKIN, B. Are techniques used for intramuscular injection based on research evidence? Nursing Timer, 2008; 105 (50-51): 48-51.
BORK, AMT. Enfermagem baseada em evidências. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
ESPECIFICAÇÃO DE VOLUME MÁXIMO ADMINISTRADO POR VIA IM
	Calibre	Local	Características
	30 x 7	- VENTRO GLÚTEO
- DORSO GLÚTEO	- Pacientes adultos
- Homens com peso corpóreo entre 60 - 118 Kg
- Mulheres entre 60 - 90 Kg
	25 x 7	- DELTOIDE
- VASTO LATERAL DA COXA	- Pacientes adultos
- Mulheres com peso superior a 90 Kg, indicam-se agulhas com pelo menos 3,8 cm de comprimento
	25 x 6	- VASTO LATERAL DA COXA
	- Crianças – a avaliação clínica é imprescindível para tomada de decisão
Tabela 2: Seleção do local de aplicação IM e calibre da agulha, segundo características do paciente:
FONTE: BORK, AMT. Enfermagem baseada em evidências. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
ESPECIFICAÇÃO DE AGULHAS PARA APLICAÇÃO DE IM EM ADULTOS
PREGA MUSCULAR
FONTE: E-Disciplinas USP. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2693495/mod_resource/content/7/Medicamentos%20por%20via%20IM%2022%2002%2017.pdf.
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Literaturas recentes não recomendam o uso da região dorso glútea para administração de medicamentos intramusculares, pois estudos demonstraram que a posição do nervo ciático varia de uma pessoa para outra.
Indicam o volume máximo de 4ml de volume em cada região IM (exceto deltoide) no adulto (COREN-SP, 2010).
- Localizado na região antero-lateral da coxa;
- Ideal: lactentes a crianças de 3 anos e adultos saudáveis;
- Posição: sentada e bebês com perna fletida.
VASTO LATERAL DA COXA
- Fácil acesso com paciente em decúbito ventral, dorsal ou lateral;
- Recomendada: crianças acima de 7 meses;
- Localização: colocando-se a palma da mão (contrária a do quadril do paciente) na porção lateral do glúteo e o dedo médio estendendo-se até a crista ilíaca;
- Aplicação da injeção: centro do “V”, ligeiramente volta à crista; não precisa de pinçar;
- DEVE SER A PRIMEIRA OPÇÃO POR SER A MAIS SEGURA: evita acidentes com vasos, nervos e infecções.
VENTROGLÚTEO
FONTE: E-Disciplinas USP. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2693495/mod_resource/content/7/Medicamentos%20por%20via%20IM%2022%2002%2017.pdf.
FONTE: E-Disciplinas USP. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2693495/mod_resource/content/7/Medicamentos%20por%20via%20IM%2022%2002%2017.pdf.- Não frequente: músculo pequeno e muito próximo do nervo radial;
- Localização: face externa do braço, cerca de dois dedos abaixo do processo acromial e o ponto médio ao nível da axila;
- Músculo não desenvolvido para bebês e crianças;
- Apenas para imunização;
- Não enrolar a manga da camiseta justa;
- Pedir para relaxar o braço e flexionar o cotovelo;
- Complicações: contratura muscular do deltoide, necrose muscular e lesões do nervo axilar.
DELTOIDE
- Posição: decúbito ventral em superfície plana;
- Local: linha imaginária que vai da espinha ilíaca póstero superior até o trocanter maior do fêmur;
- Contraindicação: crianças menores de um ano;
- Não recomendada: inclusive para imunizações;
- Obesos: tecido subcutâneo;
DORSOGLÚTEO
RECOMENDADA PARA USO EM TODAS AS INJEÇÕES IM – Reduz a dor e o escape da medicação no local de entrada da agulha;
Indicações especiais: pacientes que recebem injeções durante períodos mais longos, idosos com massa muscular diminuída; administração de ferro.
TÉCNICA Z
Consiste em esticar a pele e o tecido subcutâneo lateralmente. Mantenha a mão firme e com a outra mão introduza a agulha profundamente no músculo e injete a medicação lentamente, após não evidenciar aspiração de sangue.
A agulha deve permanecer inserida por 10 segundos, para permitir que o medicamento se disperse de maneira uniforme. Retire a agulha e depois libere a pele.
Levam a um menor desconforto e diminuem lesões.
Realizar rodízio do local de aplicação;
Registrar o local e lateralidade injetada;
Deve-se aspirar antes de administrar a medicação;
Cuidado com associações;
Diluentes: características atípicas – rever com farmacêutico.
Complicações 
Formação de abscessos, eritema, infiltrações no tecido subcutâneo, embolias e lesões nervosas;
Dor violenta, com irradiação ou não, durante ou imediatamente após a aplicação do medicamento, rubor, hematomas, nódulos, paresias, paralisias ou necrose. 
Comparação entre ângulos de inserção para injeções intramuscular (90º), subcutânea (45º a 90º) e intradérmica (15º)
Fonte: POTTER; PERRY, 2013, p. 624. 
Medidas para redução de desconfortos
Escolher agulha de calibre e comprimentos adequados;
Sempre utilizar uma agulha para aspirar e outra para injetar;
Injetar o medicamento em músculo relaxado;
Movimento semelhantes a um dardo, (delicadamente) sem hesitar e retirá-la rapidamente no mesmo sentido;
Injetar medicação de forma lenta e contínua;
Apoio emocional e conforto no posicionamento;
Rotatividade dos locais.
Referências
ATKINSON, Leslie D. Fundamentos de enfermagem: introdução ao processo de enfermagem. [Título original: Fundamentals of nursing. A nursing process approach]. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. 618 p. (reimpressão de 2010 disponível na biblioteca). 
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. COREN. 2010. Administração de medicamentos por via intramuscular. 
POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fudamentos de Enfermagem. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
TAYLOR, C.; LILLIS, C.; LeMONE, P. Fundamentos de enfermagem: a arte e a ciência do cuidado de enfermagem. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2005.
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