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Acidente na infância Aula 25 18.05.2021 Dra.Ariane ZollPropedêutica Pediátrica 
 Definida como o grupo de situações em que a criança ou 
adolescente acaba de sofrer algum dano físico e/ou psíquico, por 
um trauma independente da ação direta de um outro.
 Os acidentes na infância representam um grave problema para 
o sistema de saúde em todo o mundo. Lesões não intencionais 
são as maiores causas de morbidade e mortalidade na infância, 
correspondendo a cerca de 25% das causas de mortes entre 
crianças de 5-9 anos de idade. Dados da Organização Mundial 
de Saúde demonstram que os acidentes na infância são 
responsáveis por aproximadamente 830.000 mortes por ano.
 No Brasil, os acidentes de trânsito e os afogamentos são as 
principais causas de mortalidade, seguidos por sufocações, 
queimaduras, quedas e intoxicações.
Acidente x Maus Tratos 
📌
Momento em que a 
criança está sozinha;
📌
Rápida procura do 
serviço de saúde;
📌
História concreta e 
clara; 
📌
Lesões compatíveis com 
a história;
📌
Sentimento de culpa e 
ansiedade.
📌
Deve ser notificado; 
📌
Momentos em que a criança 
está acompanhada; 
📌
Demora em procurar 
atendimento;
📌
História vaga;
📌
Lesões incompatíveis com a 
história;
📌
Pais estranhamente 
tranquilos.
Pode chegar com fraturas e 
muitas vezes, com fraturas em 
vários estágios de equimose.
Prevenção Ativa 
📌
Vigilância e acompanhamento;
📌
Impedir comportamento de risco;
📌
Retirar criança do ambiente de risco;
📌
Esconder objetos perigosos; 
📌
Equipamentos de segurança (capacetes, boias, etc).
Dependem da 
atenção constante 
Prevenção Passiva 
📌
Não dependem da presença ou atenção do adulto;
📌
O risco é reduzido na ausência de supervisão;
📌
Portões, travas de portas e gavetas, protetores de quinas, etc.
Afogamento 
 Afogamento é o processo de experimentar dificuldade 
respiratória devido a submersão ou imersão em líquido 
(OMS, 2002).
 
📌
Submersão - a via aérea é levada abaixo da superfície 
do líquido;
 
📌
Imersão - o líquido é lançado contra a via aérea.
 
📌
Se não há sint resp, NÃO É AFOGAMENTO!
 No Brasil, em 2012, segundo dados do Datasus, morreram 
1.876 crianças e adolescentes de até 19 anos vítimas de 
afogamento e submersão acidentais. Entre as mortes, 
44,3% aconteceram em águas naturais; 40,8% foram 
catalogadas como afogamento e submersão não 
especificados; e 5,1% corresponderam a afogamentos 
consequentes a queda em águas naturais. Os óbitos 
predominaram no gênero masculino (78,3%); quanto à 
faixa etária, 38,1% ocorreram com jovens de 15 a 19 anos.
Ana.appa1
Para prevenir afogamentos: 
jamais deixar a criança sozinha 
durante o banho, principalmente 
quando estiver utilizando 
banheira; nunca deixar baldes, 
bacias ou tanques com água ao 
alcance das crianças; frequentar 
piscinas somente com vigilância 
contínua. 
 Crianças pequenas constituem um grupo de risco para afogamento, 
principalmente quando a residência está localizada nas imediações 
de águas naturais (açudes, lagoas, lagos, poços) ou piscinas e há 
desatenção dos responsáveis pela segurança da criança.
 No Brasil, os jovens do gênero masculino são as vítimas mais 
frequentes de óbitos por afogamento. Consideram-se como fatores de 
risco: ter contato frequente com a água, nadar e praticar atividades 
esportivas aquáticas sob o efeito do álcool. Nadar desacompanhado por 
outras pessoas também é inseguro. Os visitantes, por desconhecerem 
os perigos das águas locais, também representam um grupo 
vulnerável ao afogamento.
 Visando à segurança, recomenda-se que, se houver piscina na 
propriedade, deve-se cercá-la em todos os lados; o portão
deve fechar automaticamente e a fechadura deve ser trancada de 
maneira automática. Cisternas, poços e reservatórios de água devem 
dispor de coberturas ou cercas.
 Crianças precisam de vigilância contínua, atenta, próxima e 
exclusiva, por um adulto responsável, enquanto praticam atividades 
na água ou estão nas proximidades. A pessoa encarregada da 
vigilância não deve usar telefone, estar sob efeito de álcool ou drogas, 
participar de jogos de carta e tampouco dedicar-se à leitura. Além 
desses cuidados, recomenda-se o uso de coletes salva-vidas enquanto 
as crianças estão na água ou nas imediações, mesmo para as que 
sabem nadar. Deve haver condições para ressuscitação 
cardiopulmonar imediata em casos de acidentes na água.
Saber que a asfixia, o 
afogamento e as quedas 
são as principais causas 
externas de 
morbimortalidade no 
ambiente doméstico em 
crianças, do nascimento 
até o fim da idade escolar.
Principais Fatores de Risco 
 
📌
Sexo masculino 
 
📌
Idade < 14 anos 
 
📌
Uso de álcool 
 
📌
Pobreza 
 
📌
Pouca instrução 
 
📌
Área rural 
 
📌
Comportamento de risco 
 
📌
Falta de supervisão 
 
📌
Epilepsia (aumento de 15-19x o risco)
Prognóstico 
 Chance de morte ou sequelas neurológicas graves conforme o 
tempo de submissão:
 
📌
0-5 minutos - 10%
 
📌
6-10 minutos- 56%
 
📌
11-25 minutos - 88%
 
📌
0 > 25 minutos - 100%
 Água gelada pode melhorar um pouco esse prognóstico 
Resgate 
 Necessidade de RCP
 
📌
Áreas com salva-vidas treinados: 0,5%
 
📌
Resgate por populares: até 30%
 Sempre que possível, tentar resgatar de fora da água.
Prevenção 
 Aprender a nadar 
🏊
 
 Nunca nadar desacompanhado;
 Preferir locais com salva-vidas;
 Obedecer toda a sinalização;
 Nunca entrar na augura após ingerir álcool; 
 Saber vestir coletes salva-vidas;
 Conhecer as condições do clima e água antes de entrar;
 Entrar com o pé am água rasas ou desconhecidas;
 Não superestime s própria capacidade;
 Cuidado com correntes marítimas;
 Defina regras de segurança em seu ambiente; 
 Supervisão constante de crianças perto da água;
 Aprender primeiros socorros e RCP;
 Cercar piscinas - reduz em 50-70% a incidência;
 Sinalize locais de água rasa.
Por mais que a bebês e crianças saiba nadar, ela não tem 
capacidade cognitiva para se salvar. Ela só adquire essa 
capacidade quando estiver na pré-escola.
Quedas 
 No Brasil, segundo o Datasus, em 2014, cerca de 6% de 
todas as hospitalizações de crianças até 9 anos de idade 
foram por causas externas (307/100.000 habitantes). As 
quedas foram responsáveis por 39% desses casos, um 
número 4 vezes maior que o das internações por 
traumatismos de trânsito e por choque elétrico e 10 vezes 
maior do que por queimaduras e intoxicações. As quedas 
também predominam entre os atendimentos de emergência, 
correspondendo a cerca de 2/3 dos atendimentos.
 Início a partir de cerca de 4 meses: trocador, cama e sofá;
 Quanto mais independência de movimentos, mais 
comuns: cadeiras, móveis, tropeções, escadas.
Principais consequências
 
📌
Fratura de membros 
 
📌
Fratura de clavícula 
 
📌
TCE
Para prevenir quedas: banir o uso de andadores; instalar grades 
ou redes de proteção nas janelas de andares altos; instalar portões 
com tranca em escadas. 
 As quedas representam os acidentes mais comuns (50%), 
seguidas por riscos relacionados com o próprio equipamento, 
como quebra e montagem (23%). Outros tipos de lesões decorrem 
de encarceramentos e colisões com outras crianças ou contra o 
equipamento estático. As mortes estão relacionadas ao uso de 
cordas, vestuário, quedas e falhas estruturais.
TCE - Fatores de Risco 
 
📌
Queda do nível de consciência, mudança de comportamento 
(esp. se > 2h)
 
📌
Achados neurológicos focais;
 
📌
Sinais de fratura de base de crânio;
 
📌
Crise convulsiva;
 
📌
Abaulamento de fontanela;
 
📌
Vômitos repetidos ou por mais de 6 horas; 
 
📌
Mecanismo de trauma de alta energia (acima de 1 metro, 
ejeção, alta velocidade);
 
📌
Hematoma sungares (especialmente se acima de 2 cm e não 
frontal);
 
📌
Queda sobre superfície dura 
 
📌
Trauma sem testemunha com possibilidade de mecanismo 
importante;
 
📌
História vaga de trauma ou ausênciade história com sinais 
e sintomas de TCE.
“máquina da morte” 
 Dentre os fatores mais importantes na avaliação de segurança 
estão: localização, tipo de piso, infraestrutura, projeto, 
espaçamento, inspeção e manutenção dos brinquedos e 
equipamentos.
Cuidados 
 
📌
Nunca deixar no trocador ou na cama;
 
📌
Conforme o desenvolvimento, baixar a grade do berço;
 
📌
Cuidado com cadeiras com encosto, poltronas, sofás e outros 
móveis que podem ser “escapados”, principalmente se próximo a 
janelas;
 
📌
Redes de segurança nas janelas;
 
📌
Impedir o acesso a escadas com portões (nas duas 
extremidades);
 
📌
Nunca usar andadores.
 Determinados tipos de eventos traumáticos são 
característicos de certas idades. Asfixias e quedas 
predominam no 1 ano de vida, seguidas por queimaduras e 
aspiração de corpo estranho. A partir dos 2 anos de idade, 
as quedas passam a liderar o ranking, seguidas por 
asfixias, queimaduras e afogamentos em menores de 5 
anos e por atropelamento, queimaduras e intoxicações nos 
pré-escolares maiores. 
Sufocamento 
 Maior causa de morte em lactentes até 1 ano de vida.
 “Síndrome da morte súbita infantil”
 Causas 
 
📌
Leite e alimentos;
 
📌
Obstrução de vias aéreas por tecidos ou por 
compressão;
 
📌
Brinquedos;
 
📌
Moedas.
 Fatores de risco 
 
📌
Mamar deitado ou 
sozinho; Não colocar para 
arrotar;
 
📌
DRGE;
 
📌
Travesseiros e colchões macios demais;
 
📌
Coberturas pesados/ roupas apertadas;
 
📌
Dormir de bruços;
 
📌
Dormir na cama dos pais;
 
📌
Irmãos pequenos. 
 O termo intoxicação exógena refere-se às consequências 
clínicas e/ou bioquímicas decorrentes da exposição aguda 
a substâncias encontradas no ambiente (água, ar, 
alimentos, plantas, animais peçonhentos, etc.) ou 
isoladas (pesticidas, medicamentos, produtos de uso 
industrial ou domiciliar, entre outros).
Intoxicação Exógena 
 As intoxicações exógenas são importante causa de 
morbidade, constituindo relevante problema de saúde 
pública. Na faixa etária abaixo dos 6 anos, as intoxicações 
não intencionais são frequentes em virtude da curiosidade 
da criança em explorar o ambiente. Em crianças maiores e 
adolescentes, predominam as intoxicações intencionais e 
por drogas de abuso. 
 O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas das 
síndromes tóxicas (toxíndromes) e a instituição da 
terapêutica adequada são essenciais para o prognóstico 
favorável no atendimento da criança vítima de intoxicação.
História Clínica 
 A história de intoxicação nem sempre é clara. Na grande 
maioria das vezes, é comum os pais negarem a 
possibilidade da ingestão acidental de alguma substância. 
 A anamnese é importante para direcionar os 
acontecimentos e reconhecer os sinais e sintomas das 
toxíndromes. Questionar sobre todos os medicamentos ou 
substâncias potencialmente tóxicas disponíveis em casa, 
local de armazenamento, hábitos diários e condição de 
saúde da criança e dos seus cuidadores fornece informações 
que corroboram a suspeita da intoxicação. 
 Geralmente, a criança, previamente hígida, apresenta, de 
forma súbita e inexplicada, sinais e sintomas progressivos que 
podem acometer os vários sistemas: neurológico, respiratório, 
cardiovascular, gastrointestinal e metabólico. 
 A avaliação da criança vítima de intoxicação deve ser 
minuciosa e abranger os diversos sistemas:
 Quando o tóxico for conhecido, é importante estimar a 
quantidade ingerida, o tempo decorrido do contato com a 
substância, a sintomatologia inicial, quais medidas foram 
tomadas até a chegada ao serviço de emergência e se foram 
feitas manobras de reanimação. 
 Sinais e sintomas semelhantes causados por doses tóxicas de 
substâncias químicas diferentes caracterizam as toxíndromes. 
Exame Físico 
 
📌
sistema respiratório: frequência respiratória, movimentos 
respiratórios, ausculta pulmonar. 
📌
pele e mucosas: temperatura, coloração, odor, hidratação; 
 
📌
boca: hálito, lesões corrosivas;
 
📌
olhos: conjuntivas, pupila, movimentos extraoculares;
 
📌
SNC: nível de consciência, estado neuromuscular; 
 
📌
sistema cardiocirculatório: frequência e ritmo cardíaco, 
ausculta cardíaca, pressão arterial, perfusão periférica; 
Diagnóstico Laboratorial 
 Exames laboratoriais devem ser solicitados de acordo com a 
história e os achados de exame físico. Inicialmente, a dosagem da 
glicemia, a avaliação de eletrólitos e dos distúrbios acidobásicos e 
a realização do eletrocardiograma podem revelar informações que 
otimizam a abordagem.
 O exame qualitativo da urina, à procura da substância tóxica, 
é inespecífico e não fornece informações confiáveis em relação ao 
tempo de exposição à droga. A sua interpretação deve ser 
criteriosa e não deve ser realizada de rotina. A detecção da droga 
ou de seus metabólitos pode não indicar a ingestão aguda, pois 
muitas substâncias podem ser detectadas dias após o seu uso.
 A dosagem sérica das drogas tóxicas não influencia no 
tratamento e também não deve ser realizado de rotina, salvo em 
algumas exceções, como na ingestão de paracetamol, salicilatos, 
etanol, ferro e lítio. 
 Alguns marcadores sanguíneos podem indicar intoxicação, 
como a atividade da colinesterase sanguínea superior a 50%, 
altamente sugestiva de intoxicação por organofosforados, e a 
dosagem de meta-hemoglobinemia superior a 15%. 
Tratamento 
 O atendimento inicial da criança vítima de intoxicação 
objetiva o suporte e a estabilização das funções 
cardiorrespiratórias e a correção dos distúrbios graves que podem 
representar risco de morte. Juntamente com a estabilização 
inicial, é de fundamental importância:
 
📌
Reconhecer a toxíndrome e identificar o agente causal;
 
📌
Realizar manobras de descontaminação; 
 
📌
Realizar manobras de eliminação; 
 
📌
Utilizar antídotos quando a substância tóxica permitir. 
Medicamentos 
 Uso mais comum: analgésicos, AINH, anti-alérgicos, 
antigripais, etc;
 Os sintomas podem não ser imediatos;
 Tentar estabelecer o medicamento exato, o momento exato e a 
dose consumida.
Álcool 
🍺
 
 Mais comuns - bebidas, cosméticos, enxaguante bucais;
 Verificar a fonte, o tempo desde o consumo e s 
quantidade.
Pesticidas 
 Mais comuns: inseticidas, formicidas, raticidas 
 Se possível, descobrir a marca exata.
Cáusticos 
 Soda cáustica 
Prevenção 
 Medicamentos e substâncias perigosas devem estar 
sempre fora do alcance;
 Armários trancados ou com travas.
 Auxílio ao tratamento 
 
📌
Ceatox 
 
📌
CCI
Queimaduras 
 Avanços no tratamento, ressuscitação hídrica, excisão 
cirúrgica precoce com curativos efetivos, controle da 
infecção, tratamento da lesão inalatória e suporte 
nutricional são fundamentais na redução da letalidade das 
queimaduras na faixa etária pediátrica. 
 As vítimas de queimaduras devem ser tratadas seguindo 
protocolos de trauma, garantindo-se sempre permeabilidade 
de vias aéreas, ventilação, circulação, ressuscitação hídrica 
e analgesia. Também é importante restaurar o volume 
intravascular, prevenindo hipotensão arterial, hipoperfusão 
tecidual e choque; assim, a oxigenação para os tecidos 
lesados será mantida e a recuperação da ferida será mais 
rápida. Em situações específicas, recomendar a 
hospitalização das crianças. Não há indicação de 
antibióticos sistêmicos em queimados não infectados, além 
de levarem ao aparecimento de bactérias resistentes. 
 A nutrição enteral precoce preserva a integridade da mucosa 
intestinal e melhora o fluxo sanguíneo e a motilidade. 
Classificação 
 1° grau: limita-se ao epitélio. Notam-se eritema, calor e 
dor. Não há bolhas. Não causam agressão fisiológica;
 2° grau: destruição da epiderme e parte da derme. Anexos 
cutâneos são poupados. É a partir deles que a reepitelização 
ocorre. Há formação de bolhas. São subclassificação em 
espessura parcial superficial ou profunda. As superficiais, 
protegidasdas infecções, cicatrizam-se em até 21 dias;
 3° grau: toda a derme é destruída, incluindo folículos 
pilosos e terminações nervosas. São indolores. A resolução 
ocorre por crescimento do epitélio s partir das margens da 
 
ferida ou por enxerto de pele;
 4° grau: estende-se à gordura subcutânea, fáscia muscular, 
músculo ou osso. Associadas com queimaduras elétricas (alta 
voltagem.
 Ao avaliar s extensão da lesão, somente as lesões de 2° e 3° 
graus deve, ser consideradas.
 Recomenda-se hospitalização das crianças nas seguintes 
situações:
 
📌
Queimaduras de 2° grau acometendo mais de 10% da 
superfine corpórea;
 
📌
Queimaduras elétricas (incluindo acidentes por raios) ou 
químicas;
 
📌
Queimaduras de 2° ou 3° graus em face, órgãos genitais e 
períneo;
 
📌
Vitimização infantil ou falta de condições de tratamento 
domiciliar;
 
📌
Doenças crônicas de base ou lactentes jovens; 
 
 
📌
Queimaduras de 3° grau acometendo mais de 5% da 
superfície corpórea;
 
📌
Lesões inaladoras;
 
📌
Queimaduras associadas a trauma concomitante;
 
📌
Queimaduras circunferências.
Queimaduras são relatadas em 10% de crianças submeti- das 
a abuso físico. As lesões agudas ou cicatriciais de forma 
numular, mais intensas em área central, podem sugerir 
queimaduras por cigarro. As queimaduras com limites bem 
definidos e grau de comprometimento homogêneo, com a 
forma do objeto (p.ex., ferro de passar roupas) ou por 
submersão, encontradas mais frequentemente em nádegas, 
mãos e pés (em luva ou meia) são altamente suspeitas de 
trauma intencional. 
Para prevenir queimaduras: 
testar a temperatura da água 
do banho com o cotovelo; sempre 
verificar a temperatura de 
mamadeiras e outros alimentos 
quentes; não manusear 
líquidos ou alimentos quentes 
com a criança no colo; esconder 
fósforos, velas e isqueiros; 
evitar o uso de roupas de tecidos 
sintéticos que sejam facilmente 
inflamáveis; não fumar dentro 
da casa. 
 A lesão térmica provoca uma intensa resposta metabólica, 
maior que qualquer outra doença ou trauma. Ocorre grande 
perda de fluidos corpóreos e pode haver sobrecarga nos sistemas 
cardíaco, pulmonar e renal. 
 A aldosterona promove retenção de sódio pelos rins, enquanto 
o ADH estimula a reabsorção tubular renal de água. Pode, 
então, ocorrer retenção de grandes quantidades de água e sal 
durante a ressuscitação hídrica, acompanhada de aumento do 
peso. Vários mediadores químicos são liberados e ocorre alteração 
da permeabilidade vascular, com passagem de fluido 
intravascular para o interstício e edema na área queimada. 
 Após uma grande queimadura (20% ou mais), o edema 
também se forma em tecidos não queimados, em razão da 
intensa hipoproteinemia. 
 Se a perda de volume intravascular é excessiva, associada à 
evaporação pela ferida, ocorre hipotensão, podendo evoluir para 
choque. O paciente apresenta enchimento capilar lento, a pele 
não lesada é pálida e fria e podem ocorrer taquicardia, 
taquipneia, oligúria, letargia e hipotermia. Se as perdas não 
são corrigidas, sobrevêm hipotensão sistêmica, hipoperfusão 
tecidual e morte. 
 Nas primeiras 24 horas, em resposta a dor, medo, hipóxia e 
hipovolemia, há liberação maciça de hormônio 
adrenocorticotrófico e antidiurético (ADH). 
 Os níveis de cortisol, aldosterona e GH estão elevados e a 
secreção de insulina está inibida. Hiperglicemia é comum 
(em lactentes, pode haver uma hipoglicemia resultante de 
estoques de glicogênio reduzidos e metabolismo basal 
maior). 
 Essa fase é caracterizada por redução da pressão 
arterial, débito cardíaco, temperatura e consumo de 
oxigênio. As consequências são hipovolemia, 
hipoperfusão e acidose lática, causadas por perdas 
excessivas. 
 À medida que o líquido do edema do 3° espaço volta para o 
intravascular, o sódio e a água são lentamente excretados pelo 
rim. 
 A antidiurese promovida pelo ADH persiste após correção da 
volemia. Portanto, o débito urinário não reflete a volemia, 
perdendo um pouco seu valor como guia de hidratação. 
 Após 24 horas da lesão térmica e realizada a ressuscitação 
adequada, inicia-se uma segunda fase, que pode durar vários 
dias. Há hipermetabolismo, débito cardíaco e consumo de 
oxigênio aumentados, acentuado catabolismo tecidual, perdas 
urinárias de nitrogênio aumentadas e alterações no 
metabolismo da glicose.
 A magnitude e a duração da resposta hipermetabólica são 
proporcionais à gravidade da lesão (com platô em 60% da 
extensão de queimadura). Há constante hipertermia, mesmo na 
ausência de infecção, por cauda de um reajuste do centro de 
termorregulação hipotalâmico, em parte por pirógenos 
leucocitários e em parte por respostas endócrinas. As crianças 
são particularmente suscetíveis à hipotermia, necessitando de 
cuidado para reduzir a perda de calor. A temperatura ambien- 
te deve ser mantida em 30 a 33°C e a umidade em 80%, para 
reduzir a demanda energética e perdas evaporativas. 
 No grande queimado, ocorrem proteólise aumentada da 
musculatura esquelética, lipólise e neoglicogênese. Se o 
paciente não for bem nutrido, desenvolverá desnutrição 
proteico-calórica grave. 
 Provas de função hepática alteradas também são frequentes, 
mesmo antes do uso de nutrição parenteral. Hemoglobina ou 
mioglobina livres na urina são observadas com frequência 
após choques elétricos de alta voltagem e após queimaduras 
muito profundas causadas por chamas. Nesses casos, deve-se 
proporcionar um débito urinário mais elevado, para prevenir a 
precipitação nos túbulos coletores. 
 A taxa de mortalidade em crianças com queimaduras 
térmicas isoladas é 1 a 2%, mas chega a 40% na presença de 
lesão inalatória. A intoxicação por monóxido de carbono é a 
causa mais frequente de morte por inalação de fumaça. 
 São evidências de lesão inalador:
 
📌
Incêndio em espaços fechados;
 
📌
Narinas, sobrancelhas ou cílios chamuscados;
 
📌
Queimaduras faciais e do pescoço;
 
📌
Secreções carbonáceas;
 
📌
Rouquidão, tosse, chiado.
 O monóxido de carbono (CO) é o gás responsável por mais de 
80% das lesões inaladoras. Ele não é tóxico para os pulmões, 
porém a afinidade da hemoglobina pelo CO é 250 vezes maior 
que o oxigênio (O2). Tanto a pressão arterial de oxigênio 
(PaO2) quanto à saturação de oxigênio (SatO2) medidas pelo 
oxímetro de pulso permanente normais, pois a fração de O2 
dissolvido no plasma não se altera.
 O edema dos tecidos supraglóticos pode obstruir as vias 
aéreas, e os sintomas clínicos podem levar 12 horas para 
parecer. A reposição hídrica e a hipoprotrinrmia agrava ainda 
mais o edema de mucosa. 
 Deve-se considerar intoxicação por CO até a dosagem de 
carboxi-hemoglobinemia ser realizada. Administra-se O2 
umidificado a 100% e considera-se terapia com O2 hiperbárico.
 A broncoscopia precoce ajuda no diagnóstico, que pode não ser 
evidente em radiografias por vários dias.
 Sepse é a principal causa de morte nas crianças queimadas. 
As portas de entrada mais importantes são a ferida, o trato 
respiratório, o trato urinário, cateteres endovenosos e , 
possivelmente, o trato gastrointestinal.
 Ocorre principalmente a partir do 1 ano de vida;
 Líquidos: água quente, sopa, chá, álcool em chamas 
(churrasco);
 Outros! Pó de café, brigadeiro, assadeiras, porta do forno;
 Fora da cozinha: ferro elétrico, alisador de cabelo, fogos de 
artifício.
Tratamento 
 Devem sempre ser garantidos permeabilidade de vias 
aéreas, ventilação, circulação, ressuscitação hídrica, débito 
urinário satisfatório e analgesia.
 Roupas e acessórios devem ser removidos. Irrigação com 
água gelada deve ser evitada, pois pode causar hipotermia 
em grandes queimados. Manter a criança aquecida com 
lençóis ou cobertores limpos ou estéreis, se possível. Nas 
queimaduras químicas, deve-se remover a substância e 
irrigar com grande quantidade de água por pelo menos 30 
minutos. 
 As vítimas de queimaduras devem ser tratadas seguindo 
protocolos de trauma. Deve-se incluireletrocardiograma e 
evitar esquecimento de outras lesões associadas. Lesões 
elétricas podem produzir lesões teciduais profundas, 
trombose endovenosa, parada cardiorrespiratória, fraturas 
decorrentes de contrações musculares e arritmias 
cardíacas. Acidentes com veículos motorizados, quedas ou 
explosões podem resultar em lesões de crânio, viscerais ou 
ósseas
 Deve-se ainda:
 
📌
Instituir acesos venoso e ressuscitação hídrica em 
superfície corpórea queimada (SCQ) maior que 15% ou 
menor em casos com evidências de inalação de fumaça; 
 
📌
Instalar sonda nasogástrica nos pacientes com mais 
de 20% de área queimada ou alteração do nível de 
consciência. Esvaziar o estômago para prevenir distensão 
gástrica, vômitos ou aspiração; 
 
📌
Proceder cateterização vesical para medir débito 
urinário;
 
📌
Realizar profilaxia de úlcera de estresse e de 
tromboembolismo;
 
📌
Administrar toxidez tetânico se a única vacinação 
for há mais de 5 anos. Se o paciente tiver recebido uma ou 
nenhuma dose de vacina, aplicar imunização antitetânica 
seriada. 
 Enquanto a superfície queimada permanecer aberta, 
requerendo trocas frequentes de curativos e debridamentos, 
os opioides endovenosos devem continuar a ser 
administrados. Conforme a ferida cicatriza 
espontaneamente ou depois de oclusão cirúrgica, pode-se 
prescrever opioides orais, 20 minutos antes do 
procedimento. Fentanil, um opioide potente, também pode 
ser utilizado para dor. A ansiedade diminui a tolerância à 
dor. Os benzodiazepínicos podem atenuá-la e devem ser 
administrados 30 minutos antes do procedimento 
(midazolam é o preferido). Uma vez que as feridas estejam 
cicatrizando, utiliza-se o paracetamol ou anti-
inflamatórios não hormonais. 
 Analgesia endovenosa e sedação são fundamentais. Os 
narcóticos devem ser prescritos por via endovenosa em doses 
pequenas e frequentes. O mais utilizado é o sulfato de 
morfina.
 Realizar escarotomia descompressiva nas lesões térmicas 
profundas e circunferenciais, pois exercem garroteamento 
que leva à isquemia da extremidade ou insuficiência 
respiratória restritiva pela limitação dos movimentos 
torácicos. 
 Soluções isotônicas salinas devem ser prontamente 
infundidas em uma via endovenosa periférica calibrosa. 
Recomenda-se poupar as áreas queimadas, exceto em 
queimaduras extensas, nas quais se reservam as áreas sadias 
como áreas doadoras. Crianças com queimaduras extensas 
devem ter dois acessos endovenosos. Se necessário, deve ser 
instituído um acesso central. Quando o acesso venoso não for 
conseguido rapidamente, a opção é o acesso intraósseo. 
 Uma administração inicial de 20 mL/kg/h pode ser 
iniciada, enquanto um cálculo preciso é efetuado. 
 Esquecer de elevar a extremidade lesada resulta em piora do 
edema, podendo comprometer o fluxo sanguíneo para áreas 
isquêmicas, o que, por sua vez, resulta em progressão da 
ferida e aumenta a chance de infecção. 
Prevenção 
 
📌
Limitar acesso à cozinha (especialmente durante a 
preparação dos alimentos);
 
📌
Cuidado com pontas de rolhas e outros objetos que 
possam ser puxados;
 
📌
Não deixar que crianças pequenas se sirvam sozinhas;
 
📌
Desestimular a compra de fogos de artifício.
Acidentes de Trânsito 
 Maior causa de mortalidade de 1-14 anos;
 Crianças como ocupantes de veículos, pedestres ou ciclistas.
Ocupantes de Veículos 
Pedestres 
Ciclistas 
 Transporte inadequado 
 
📌
Banco da frente
 
📌
Assentos especiais ausentes ou inadequados 
 
📌
Mau uso de cinto de segurança 
 Adolescentes 
 
📌
Conduta de risco - dirigir sem carta, sem cinto, 
embriagado, em alta velocidade, etc.
 Falta de noção do perigo; 
 Baixa altura: falta de visibilidade dos motoristas;
 Atravessar em locais ou momento errado;
 Distância dos pais, pouca supervisão;
 Brincadeiras na calçada 
 Desrespeitar às leis de trânsito;
 Horários ou espaços inconvenientes;
 Falta de uso de capacete.
Prevenção 
 Obediência escrupulosa às leis de trânsito, 
especialmente quanto ao transporte de crianças e cintos 
de segurança;
 Nunca levar crianças no banco da frente;
 Sempre segurar as crianças pela mão ao andar na rua;
 Educação nas leis de trânsito desde cedo;
 Uso de capacete com a bicicleta. 
Referências 
MARTINS, Christine Baccarat de 
Godoy. Acidentes na infância e 
adolescência: uma revisão 
bibliográfica. Revista Brasileira de 
Enfermagem, Londrina, p. 344-348, 
maio 2006. Disponível em: https://
www.scielo.br/pdf/reben/v59n3/
a17v59n3.pdf. Acesso em: 18 maio 
2021

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