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Profa. Ma. Bruna Francielle Toneti 2021 • Desenvolver a habilidade de coleta de amostra de sangue arterial (gasometria); • Analisar os níveis de oxigênio e dióxido de carbono, bem como o equilíbrio ácido- básico na amostra coletada; • Identificar alterações respiratórias e metabólicas nos pacientes críticos aos seus cuidados de enfermagem; • Realizar a técnica com competência e segurança. Gasometria Arterial Fornece informações valiosas sobre a homeostasia e o equilíbrio ácido-básico. Processo pelo qual o organismo mantém constante equilíbrio! Gasometria Arterial • A medição desses níveis proporciona uma avaliação da eficiência respiratória, da oxigenação e, consequentemente, o equilíbrio ácido-básico. Indica se o paciente apresenta quantidade suficiente de oxigênio para manter a perfusão; se o dióxido de carbono está sendo produzido e eliminado em quantidades suficientes; e a relação entre hidrogênio e bicarbonato. (PASSOS; EDIELSON, 2020) Os gases/equilíbrio ácido-base avaliados pela gasometria são: • pH • pCO2 • Bicarbonato • pO2 • Saturação de pO2 • “Base excess” (PEREIMA, 2007) • Por se tratar de um procedimento do enfermeiro, o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN divulgou a Resolução 390/2011. • Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização da pressão arterial invasiva é um procedimento privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão. • Parágrafo único O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a capacitação contínua necessária à sua realização (COFEN, 2015). Indicações Monitoramento do paciente em VM Monitorar pacientes com doenças graves Parâmetros basais pré- operatórios Monitoramento da terapia eletrolítica • Alterações nas concentrações de CO2 e HCO3- resultam em variações do pH e, consequentemente, provocam respostas compensatórias; • Mecanismos que regulam a ventilação pulmonar (quimiorreceptores periféricos), detectam variações na concentração de íons H+ e CO2; • O bicarbonato e íons H+ são regulados por meio de suas quantidades excretadas na urina. (SALES, 2020) • São mecanismos compensatórios que atuam para atenuar variações do pH sanguíneo. Tripé Tampão químico (bicarbonato, proteínas, fosfato, hemoglobina e os carbonatos ósseos – 40% carga ácida aguda) PULMÕES: controle da PaCO2 no sangue por meio de alterações na frequência respiratória RINS: controle na concentração de Bicarbonato Plasmático por meio de alterações na excreção renal de íons H+ (SALES, 2020) (SALES, 2020) Excesso de H+ Tampão extracelular HCO3- IMEDIATO Aumento da excreção renal de H+ HORAS A DIAS Tampão respiratório Queda no CO2 MINUTOS A HORAS Tampão intracelular e ósseo 2 a 4 HORAS RÁPIDA LENTO Geralmente não normaliza o pH COMPENSAÇÃO (SALES, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) Distúrbios (SALES, 2020) Distúrbios respiratórios Distúrbios metabólicos ACIDOSE RESPIRATÓRIA ACIDOSE METABÓLICA PCO2 > 45 mmHg HCO3 < 22 mEq/L ALCALOSE RESPIRATÓRIA ALCALOSE METABÓLICA PCO2 < 35 mmHg HCO3 > 26 mEq/L Como analisar distúrbios ácido-básicos? • Identificar a natureza do distúrbio a partir do pH: acidos e/ou alcalose; • Examinar a direção das alterações do HCO3 e pCO2; • Verificar se há hipóxia (SaO2 ≥ 94%); • Avaliar a compensação para verificar se o distúrbio é simples ou misto. Lembrar que compensação não significa normalização do pH; • Determinar se o HCO3 esperado auxilia no diagnóstico diferencial da acidose metabólica; • Fazer o diagnóstico diferencial do DAB. Lembrar que o distúrbio é um sinal de uma doença de base; • Tratar a doença de base, a menos que o DAB requeira uma intervenção imediata. (SALES, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) • Definida por um HCO3 < 22 mEq/L e um pH < 7,35 • Excesso de H+ não derivado do CO2 ou quando há perda de HCO3 para o meio externo. ACIDOSE METABÓLICA É DEFINIDA POR UMA DIMINUIÇÃO DOS NÍVEIS SANGUÍNEOS DE BICARBONATO, INDEPENDENTE DO pH! (SALES, 2020) Causas de acidose metabólica • Acidose lática: sepse; choque; hipoxemia grave; insuficiência hepática; HIV; crise convulsiva; neoplasia maligna; etc. • Cetoacidose diabética; • Cetoacidose alcoólica e de jejum prolongado; • Insuficiência renal; • Intoxicações (AAS, metanol); • Rabdomiólise; • Diarreia. Exemplo de tratamento: reposição de bases – Bicarbonato de Sódio (NaHCO3) ou Citrato de Potássio. (SALES, 2020) • Definida por HCO3 > 26 mEq/L e um pH > 7,45 • Significa que está ocorrendo retenção de bicarbonato; • Exemplos de causas: hipovolemia; hipopotassemia; vômitos; síndrome de Cushing; etc. (SALES, 2020) • Definida por pCO2 > 45 mmHg e um pH< 7,35 • Em situações crônicas, por ser lento e progressivo, o aumento do PCO2 é eficazmente compensada pela retenção renal de HCO3, uma espécie de alcalose metabólica compensatória, que provoca um aumento do excesso de base (BE) na gasometria; • Acidose respiratória agudas graves: necessidade de intubação traqueal e ventilação mecânica; • Acidose respiratória crônica: não precisa ser tratada quando no estado compensado, a conduta visa apenas o tratamento da doença de base. (SALES, 2020) • Pneumopatias graves; • Edema agudo de pulmão; • Obstrução de vias aéreas; • DPOC; • Doenças do SNC (AVE, tumores e hemorragias). (SALES, 2020) • Definida por uma PCO2 < 35 mmHg e um pH > 7,45 • HIPERVENTILAÇÃO PULMONAR • Na alcalose respiratória crônica, o rim elimina mais bicarbonato, na tentativa de compensar o pH, levando a um excesso de base (BE) mais negativo; • O tratamento é voltado para a causa básica. (SALES, 2020) • Hiperventilação psicogênica; • Doença aguda do SNC; • Sepse por gram-negativos; • Insuficiência hepática aguda; • Hipertireoidismo. (SALES, 2020) Análise da gasometria arterial • Há distúrbio ácido-básico? • O paciente está acidêmico ou alcalêmico? • Qual o distúrbio ácido- básico primário? • Resposta compensatória esperada? • Como reconhecer um distúrbio ácido-básico misto? (SALES, 2020) Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA https://it.wikipedia.org/wiki/Sangue https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ ARTERIAL pH = 7,35 – 7,45 PO2 = 80 – 100 mmHg PCO2 = 35 – 45 mmHg BE = -2 a + 2 HCO3 = 22 – 28 mEq/L SatO2 > 95% VENOSA pH = 0,05 menor PO2 = 50% PCO2 = 6 mmHg maior SatO2 75% (SALES, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) (PASSOS; EDIELSON, 2020) A realização requer instruções detalhadas e prática segura, pois trata-se de um procedimento potencialmente perigoso, cujas complicações são: • Dor local na região da punção; • Hematoma; • Lesão de nervo adjacente; • Espasmo arterial com isquemia distal. (SALES, 2020) • Quanto maior o número de tentativas ou punções maior o risco dessas complicações. (SALES, 2020) As principais artérias são: radial (primeira escolha), braquial, pediosa e femoral. • Essa consiste em solicitar ao paciente que realize sucessivos movimentos rápidos de fechamento e abertura da mão e ao abrir a mão, até que os dedos e a palma tenham aparência pálida. Fazer descompressão da artéria radial e em menos de 15 segundos deve restabelecer a circulação e a coloração da mão. Não restabelecendo a circulação em menos de 15 segundos, deve-se eleger outra artéria para punção. Teste de Allen • Teste positivo (+): o retorno da circulação (coloração avermelhada), flush, ocorre até 15 segundos com indicação positiva da presença da circulação colateral. • Teste negativo (-): o retorno da circulação não ocorre (coloração avermelhada), flush, em 15 segundos, indicando a inabilidadeda artéria ulnar para suprir adequadamente a necessidade sanguínea a nível tecidual da mão. O resultado negativo confirma que o local não deve ser usado para a coleta da amostra. (PEREIMA, 2007) Materiais 1) 1 seringa de 5 ml ou seringa de gasometria. 2) 1 agulha descartável 25x7 ou 30x8. 3) Bolas de algodão com álcool 70%. 4) Heparina. 5) Obliterador de seringa. 6) 1 par de luvas de procedimento. 7) forro/impermeável. 8) recipiente térmico. 9) EPI (óculos, máscara). Materiais A angulação do posicionamento da agulha irá sofrer variação de acordo com a artéria selecionada. • A amostra coletada deverá ser encaminhada o mais rápido possível ao laboratório, pois há risco de coagulação e ou que amostra seja rejeitada. Para que isso não ocorra, ou que não obtenha valores desajustados, realize a aspiração das vias aéreas pelo menos 10 minutos antes da coleta, retire todo o ar da seringa e encaminhe a amostra imediatamente ao laboratório para processamento. • Ao registrar o procedimento, leve em consideração o lado do membro da coleta de amostra, a realização e o resultado do Teste de Allen, a presença ou não de intercorrências e a aplicação ou não de curativos compressivos no local. • Coleta de amostra de paciente errado (identificação incorreta); • Coleta durante trocas na terapia de ventilação ou durante o período de hiperventilação induzida pelo estresse; • Transporte para o laboratório: falha em colocar a amostra no gelo (tempo > 30min); • Atraso na análise da amostra (máximo 60 min); (PEREIMA, 2007) • Presença de bolhas de ar na seringa sem vedação da agulha; • Grande quantidade de heparina (pode reduzir o valor da pCO2 em cerca de 40% e pode alterar o pH); • Volume insuficiente de sangue ou coagulado; • Mistura insuficiente após introdução no analisador. (PEREIMA, 2007) Registro de enfermagem 22/03/2020 – Realizada gasometria arterial em cliente para obtenção de amostra de sangue arterial em artéria radial direita, conforme solicitação médica, após resultado negamvo para Teste de Allen, sendo procedimento realizado sem intercorrências. No momento, paciente apresenta desconforto respiratório e episódios de hipoglicemia recorrentes (Dextro: 26 e 32 mg/dL com duas correções já realizadas de 4 ampolas de glicose 50% CPM). Paciente em uso de O2 com cateter do mpo óculos à 4 L/min, apresentando FR = 22 mov/min e Sat. O2 = 93%. Aplicado curamvo compressivo local após punção, que segue com normoperfusão e com pulso forte. Encaminhada amostra ao laboratório, conforme protocolo insmtucional. Bruna Tonem (COREN-SP xxx – ENF). Referências • DEGANI, G. C.; ALMEIDA, R. G. S. Fundamentos de Enfermagem: procedimentos técnicos avançados. Batatais: Claretiano, 2015. • POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 8 ed., 2013. 1568 p. • TAYLOR, C.; LILLIS, C.; LEMONE, P. Fundamentos de enfermagem. A arte e a ciência do cuidado de enfermagem. Porto Alegre: Artmed, 7 ed., 2014. 1768 p. • GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 10 ed., 2002. • FURONI, R. M. et al. Distúrbios do equilíbrio acidobásico. Rev. Fac. Cienc. Med. Sorocaba, v. 12, n.1, p. 5- 12, 2010. • SALES, L. C. Distúrbios do equilíbrio acidobásico gasometria arterial. 2020. • PASSOS, R.; EDIELSON, J. Gasometria arterial: unidade de terapia intensiva – Parte 1. 2020. Disponível em: <https://www.romulopassos.com.br/materiais/baixar/MTVjODUwOGFmYTZkNTdkZDA1NWJhZjIyMjYzYjdl YjQwODU2ZGQ3ZDhhYmE3ZTE0MWI3YWU1OTJiYjA1NzlhYVs9TXgM3IH7phOqnp0FtcVmLxjk7UUAVz6C8p NbEoD5/0>. Acesso em: 02 fev. 2020. • PEREIMA, I. M. L. Garantia da qualidade em química clínica. Gasometria. Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial Exposição Técnico-científica. 2007.
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