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Nome: Valéria Demartini Ravani NOTA 9,5 Matricula: 14116080308 Polo: Bom Jesus do Itabapoana Email: valeriademartinir23@hotmail.com Cidade em que reside: Conceição de Muqui- Mimoso do Sul- ES Ad1 de Literatura na Formação do Leitor Questão 1 2 PONTOS 1.1) Com relação a prosa: A narrativa é a principal característica da prosa. No texto “Claridade” de Maria Lúcia Simões, há um narrador, que relata, narra as ações dos homens, personagens. Exemplo: “A mulher chegou para o marido” ...; “[...] e ele se irritou” ...; Um outra característica da prosa é a ficcionalização da realidade alicerçada nas ações humanas. E esta característica também pode ser encontrada no primeiro texto. Exemplo: “A mulher iluminada foi se deitar ao seu lado e ele passou a noite sem dormir porque se acostumara ao escuro”; Outra característica relacionada à prosa (narrativa), é que esta procura apresentar o mundo objetivado. Alguns elementos precisam estar presentes para que esse mundo encontre essa objetivação. Entre esses elementos pode- se destacar os “personagens”, a “ação”, o “tempo” e o “espaço”. E esta também está presente no primeiro texto. Exemplo: Personagens: a mulher e o homem; Ação: a mulher chega para o marido com o rosto iluminado, ele se irrita porque se esqueceu onde acendia a luz, a mulher se deita ao lado do marido e este passa a noite sem dormir; Tempo: o instante em que a ação acontece; Espaço: o espaço em que ocorre a ação. Aparentemente seja o quarto. C Com relação à poesia: Um elemento singularizante da poesia é a métrica. Que indica a medida dos versos dividindo- os em silabas poéticas. A regularidade métrica contribui para a harmonia do poema. Assim pode- se inferir que todos os versos da poesia “Tolerância zero” de Ismael Gaião tem 7 sílabas, compondo portanto, uma redondilha maior (característica marcante da literatura de cordel). Exemplo: “Eu- vou- fa- lar- de- seu- Lun- (ga); 1 2 3 4 5 6 7 (conta- se até a última sílaba tônica). Uma outra característica que diferencia a poesia da prosa, é o jogo de plurissignificações que permite a construção de imagens por meio das figuras de palavras. Exemplo: [...] Esse ônibus vai pra praia? NÃO É UM BOM EXEMPLO [...] Só se a Senhora tiver Um biquíni que dê nele! Uma outra característica singularizante da poesia é a rima. Esse efeito expressivo confere à poesia uma musicalidade. Exemplo: [...] Nem gosta de lero- lero. (ero) A Tem sempre boas maneiras, (eiras) B Mas se perguntam besteiras, (eiras) B Sua tolerância é zero! (ero) A 1.2) O segundo texto “Tolerância zero” de Ismael Gaião é um poema. Essa afirmação pode ser justificada por duas características singularizantes da poesia. Primeiro, a poesia é um gênero literário que se expressa na forma de versos que possuem ritmo e rimas que lhe conferem musicalidade. No poema “Tolerância zero”, vemos a sucessão de sílabas de fonemas que formam unidades rítmicas. Esse efeito expressivo se torna ainda mais acentuado por meio das rimas presentes ao final de seus versos. Segundo, a poesia apresenta também métrica, que constitui- se a medida das palavras conferindo harmonia ao poema. No poema “Tolerância zero”, vemos que todos versos possuem 7 sílabas. Essa regularidade métrica contribui para a harmonia do poema. Assim, pode- se dizer que a poesia como forma literária é a presença de elementos específicos, singularizantes: o verso, a estrofe, a métrica, a rima, a concisão, as figuras de linguagem. Mas não basta apenas ter- se palavras dispostas no papel em forma de versos, é necessário também harmonizar todos os elementos que a compõe. C Questão 2 2 PONTOS 2.1) O “Poema de Sete Faces” de Carlos Drummond de Andrade, é um poema composto de sete estrofes, que apresentam um aspecto da percepção de mundo do autor( MELHOR: EU- LÍRICO). Cada estrofe destaca um tema, isto é uma face, da interpretação que o autor faz do mundo. C Primeira estrofe (face): Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida. Nessa primeira face, o autor se insere no poema e se compara ao anjo que anunciou seu nascimento, isso porque, gauche significa torto. Segunda estrofe (face): As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos. A partir dessa estrofe, a autor passa a descrever sua percepção das coisas a sua volta. E observa que numa cidade todos são testemunhas dos desejos humanos. Terceira estrofe (face): O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada. Nessa estrofe, o autor pretende mostrar que existe algo além dos desejos dos homens, e isto seria a coletividade. Isto é, existem pessoas se movimentando o tempo todo e num país tão miscigenado, existem pessoas de todas as cores, etnias. BOM! Quarta estrofe (face): O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás do óculos e do bigode. Nessa estrofe, a autor escolhe dentro de toda a coletividade que vê, um homem, e interpreta que talvez seu bigode e seu óculos façam parte de uma característica que mantenha sua integridade. Quinta estrofe (face): Meu Deus, porque me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco. O autor nessa estrofe se coloca novamente como centro de seu poema, quando reclama que Deus supostamente o tenha abandonado e abandonado a todos, deixando- os fadados aos defeitos e infelicidades de ser imperfeito, diante de um mundo tão exigente. Sexta estrofe (face): Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo Seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo mais vasto é meu coração. Em sua penúltima estrofe o autor primeiro mostra a sua incapacidade de compreender esse mundo tão vasto e depois, mostra que seu coração, por ser mais vasto que o mundo, seria capaz de compreende- lo. Sétima estrofe (face): Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo Em sua última estrofe o autor faz um desabafo, uma confissão, se dizendo intensamente emocionado (uma comoção do diabo) e culpando seu coração por todos os desabafos anteriores. 2.2) O poema “Com licença poética” de Adélia Prado, é uma paródia do “Poema de Sete Faces” de Carlos Drummond de Andrade. Pode- se perceber que a autora trabalha a intertextualidade colocando em seu texto as imagens que o eu- lírico cria no “Poema de Sete Faces”, só que fazendo uma diferenciação entre as características marcantes dessas imagens. Logo no primeiro verso, o “anjo torto que vive na sombra”, se torna um “anjo esbelto” que toca trombeta. O anjo, no poema de Carlos Drummond de Andrade, anuncia que ele irá seguir um caminho torto (gauche), e no poema de Adélia Prado, o anjo anuncia um grande fardo para ela. Ao longo de todo o texto, Adélia se mostra conformada com os pretextos(?) que são encarregados à mulher. E mostra isso, quando aborda temas como o medo de não conseguir se casar. Ao final do texto, Adélia mostra que não é preciso ter medo da vida, e que não é preciso aceitar um “destino torto”. A autora diz que a mulher é desdobrável e capaz de fazer qualquer coisa. Esse é mais um ponto em que a autora trabalha a intertextualidade, mas de novo, diferenciando os pontos de vista com o texto de Carlos Drummond de Andrade. Afinal, no “Poema de Sete Faces”, Drummond diz não se conformar com o “destino torto” que lhe foi imposto e ainda, diz não se sentir capaz de compreender um mundo tão vasto. C Questão 3 2 PONTOS 3.1) Nessa música João Bosco mostra a ligação do cavaquinho com o samba e como esse instrumento é influente na sociedade amante do samba. Os dois primeirosversos sugerem que um cavaquinho já é o bastante para se tocar um bom samba, e os versos seguintes fazem comparações que servem para mostrar a força do cavaquinho. Ao entrar na segunda parte de Kid Cavaquinho, João Bosco faz um breque, parada brusca. Os versos “Se eu contar o que é que pode um cavaquinho, os “home” (isto é, a polícia) não vai crer”, se referem à repressão que o samba sofreu por causa da discriminação social. Isso porque, o samba é uma manifestação cultural que surgiu nas camadas menos favorecidas. Os versos, “Quando ele fere, fere firme, dói que nem punhal” e “Quando ele invoca, até parece um pega na geral”, o cavaquinho aparece como uma espécie de instrumento de guerra, usado por essa parte desfavorecida economicamente, para os representar. Assim, pode- se inferir que a letra (poesia), juntamente com o ritmo, formam uma composição musical que pretende mostrar a força do cavaquinho e da sociedade amante do samba. A velocidade que o compositor imprime à composição e a acentuação das palavras, faz deduzir que pode- se usar a poesia na composição musical como uma forma de mostrar o que se quer dizer em versos, e que a métrica desses versos, acompanhados pela melodia, são capazes de demonstrar a força pretendida.C 3.2) Rima: no caso desse poema as rimas são externas, ou seja, aparecem ao final do verso. Este é um recurso utilizado pelos poetas que confere musicalidade a poesia. E assim, torna- se um elemento essencial para a composição musical. A sonoridade das rimas desse poema são feitas com palavras fortes, sendo portanto, um elemento expressivo que ajuda na demonstração do tema que o autor pretende passar. Desse modo, o recurso da rima foi engenhosamente construído pelo autor nesse poema para demonstrar a ideia que se queria passar, mas sem perder a musicalidade. Ritmo: outro recurso utilizado pelos poetas para conferir musicalidade ao poema é o ritmo. No caso do poema apresentado o ritmo é criado pelo autor, com a alternância de sílabas acentuadas e não acentuadas. Dessa forma, quando lê- se o poema as sílabas são pronunciadas com maior ou menor intensidade, para efeito de ritmo no poema. O ritmo, além de conferir musicalidade ao poema, confere os efeitos expressivos desejados pelo autor para demostrar a temática do poema. C Questão 4 1,5 PONTO 4.1) Considerando a composição métrica do poema de Cecília Meireles, pode- se dizer que este tem um aspecto “antigo” no que concerne a forma como os sonetos clássicos eram divididos, isto é, observando rigorosamente a extensão dos versos. A palavra métrica sugere medida. E a regularidade métrica contribui para harmonia do poema. Para indicar a medida dos versos, toma- se por base a oralidade e dividi- se os versos em sílabas poéticas. A esta divisão denomina- se escansão. Pode-se observar como este procedimento é realizado na prática, a partir de uma estrofe extraída do “Soneto Antigo” de Cecília Meireles: Res- pon- der- a- per- gun- tas- não- res-pon- (do). 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Per- gun- tas- im- pos- sí- veis- não- per- gun- (to). 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Só- do- que- sei- de- mim- aos- ou- tros- com- (to): 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 de- mim,- a- tra- ves- as- da- pe- lo- mun- (do). 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Assim, pode- se observar a regularidade métrica presente no poema, e que esses versos possuem dez sílabas, e, por isso mesmo, são chamados decassílabos. Percebe- se que a sílaba poética é contada pela emissão sonora, não coincidindo com a sílaba gramatical. Desse modo, conta- se até a última sílaba tônica dos versos. Considerando a composição rítmica do soneto de Cecília Meireles, pode- se dizer que este tem seu aspecto “antigo” observando os elementos relativos à sua composição formal. Nesta composição tem- se 14 versos, organizados em 4 estrofes. Por verso, entende- se a sucessão de sílabas ou fonemas, formando uma unidade rítmica e melódica. No soneto de Cecília Meireles, os versos estão organizados em 4 estrofes, e a organização dos versos divididos entre esses estrofes é: dois quartetos e dois tercetos. A essa estrutura de forma fixa, chama- se soneto. Além da maneira pela qual Cecília Meireles organizou os versos, conferindo- lhe harmonia, há ainda o recurso do ritmo criado pela alternância de sílabas acentuadas e não acentuadas. Assim, ao ler esse poema em voz alta, pode- se perceber uma cadência, um certo ritmo. Tentando reconhecer as sílabas que são pronunciadas com maior ou menor intensidade, pode- se observar essa estrofe: Toda a minha experiência, o meu estudo, sou eu mesma que, em solidão paciente, recolho do que em mim observo e escuto muda lição, que ninguém mais entende. C 4.2) Nesse poema Cecília Meireles fala sobre suas próprias características. Ela fala sobre como adquiriu sua experiência de vida, de que, apesar de toda essa experiência ainda não é capaz de responder a todas as perguntas e prefere olhar para si procurando as respostas, do que fazer as perguntas aos outros. Além disso, nas duas últimas estrofes ela mostra o que é valoroso em si mesma, e conclui dizendo que “todos somos pura flor de vento”, isto é, apesar de toda a experiência adquirida ao longo da vida, todos somos passageiros, podemos ser levados como o vento. 0,5 Questão 5 2 PONTOS 5.1) O filme “O Carteiro e o Poeta” retrata a construção de uma amizade que se inicia em meio a conflitos políticos e sociais. Pablo Neruda, o poeta e Mário Ruppuolo, o carteiro, são personagens que refletem a amizade e a humildade, onde se encontram o desejo de aprender e o prazer pela poesia. O exílio de Neruda e a vontade de aprender de Mário se misturam na trama favorecendo o surgimento de um contexto repleto de sentimentos. O filme retrata que Mário não se conforma com sua realidade, filho de pescador e morador em uma vila de pescadores, pretende não seguir a mesma realidade daquelas pessoas, mas anseia por conhecimento e, quando surge a oportunidade de trabalhar como carteiro e descobre que as cartas que irá entregar pertencem ao poeta, vê uma oportunidade de ascensão, pelo menos no que diz respeito ao conhecimento. Aos poucos a indiferença vai sendo quebrada e substituída por uma bonita amizade. As situações vão se moldando em meio a entraves da convivência entre eles, logo se percebe mudanças de comportamento tanto em Mário quanto em Neruda, um deixa a timidez de lado ao ponto de conquistar a mulher amada, o outro se torna mais humilde. Podemos observar no decorrer do filme que a poesia é objeto marcante entre os personagens, possibilitando uma troca saudável e prazerosa, constituindo- se como eixo fundamental de construção de relação e conhecimento, provocando mudanças de caráter social e pessoal. A amizade, a humildade, o carinho, o respeito e o apreço são sentimentos contemplados durante o filme e que transformaram a vida desses dois personagens: o carteiro e o poeta. Podemos compreender através do filme que todos nós somos capazes de aprender, de amar, de fazer poesia e brincar com as palavras. Basta querermos. Percebe- se a poesia como um elemento de transformação. “A poesia não pertence aqueles que a escrevem...Mas aqueles que precisam dela” (frase dita pelo personagem Mário no filme). Através disso, percebe- se que os poetas as escrevem e as utilizamos como forma também de mostrar o que sentimos, o que pensamos, o que queremos falar, ou seja, os poetas escrevem o que as vezes não conseguimos descrever. A verdade é que a poesia tem um poder transformador nas pessoas, pois Mário Ruppuolo vai adquirindo uma nova visão de mundo a partir das poesias. Através da poesia, pode- se perceber que um novo homem estava sendo construído, sendo transformado em vários aspectos de sua vida: afetiva,intelectual e social. Percebe- se também no filme a importância da afetividade na aprendizagem, pois Mário Ruppuolo não teria adquirido o espírito pesquisador e não teria se tornado uma pessoa diferente, corajosa, livre da alienação, se não tivesse sido valorizado pelo poeta. Assim, pode- se inferir que aos olhos de Neruda o que transforma Mário em poeta é a aquisição da percepção de que o conhecimento e a poesia pode ser algo libertador. C 5.2) Quanto as metáforas: Primeira cena: A primeira metáfora de Mário surge sem querer, diante de um poema, que era novo para ele, recitado por D. Pablo, que pede à Mário para dizer o que ele havia achado: Mário: Estranho. D. Pablo: Como assim? Você é um crítico severo! Mário: Não o seu poema. Estranho...como me senti enquanto estava falando. D. Pablo: E como se sentiu? Mário: Eu não sei...O ritmo das palavras ia de um lado para o outro. D. Pablo: Como o mar? Mário: Exatamente. Como o mar. D. Pablo: Esse é o ritmo. Mário: Na verdade, senti enjoo. D. Pablo: Enjoo! Mário: Porque... não consigo explicar... Me senti como um barco sacudido pelas palavras.NA REALIDADE, NÃO TEMOS AUI UMA METÁFORA, QUE NÃO ADMITE A PALAVRA COMO. VAMOS CONSIDERAR CORRETO PORQUE APARECE DESSA MANEIRA NA LEGENDA. D. Pablo: Como um barco sacudido pelas palavras? Sabe o que acabou de fazer, Mário? Mário: Não, o quê? D. Pablo: Uma metáfora. Mário: Não! D. Pablo: Sim! Mário: Não... D. Pablo: Como não? Mário: Verdade? D. Pablo: Sim! Mário: Mas assim não conta porque foi sem querer. D. Pablo: Querer não é importante. As imagens surgem espontaneamente. Na cena acima, pode- se supor que Mário, em algum momento de sua vida, aprendeu a descrever enjoo ao andar de barco, por exemplo. Ao escutar o poema, ficou sob controle de uma sensação semelhante que o ritmo da poesia causou nele e descreveu que a poesia lhe causou enjoo, como um barco sacudido pelas palavras. Segunda cena: No primeiro diálogo de Neruda com Mário, ele entrega as cartas e continua olhando Dom Pablo. D. Pablo: Vai ficar parado como um poste? Mário: Cravado como um arpão? D. Pablo: Não. Imóvel como a torre no jogo de xadrez. Mário: Mais silencioso do que um gato de porcelana. D. Pablo: Escrevi outros livro além de Odes Elementares. Livros muito melhores! Não deveria me submeter a comparações e metáforas. Mário: Dom Pablo? D. Pablo: Metáforas! Mário: O que é isso? D. Pablo: Metáfora? Metáforas são... como posso explicar... quando fala algo, mas compara com outra coisa. Mário: É uma coisa que se usa na poesia? D. Pablo: Sim, também. Mário: Por exemplo? D. Pablo: Por exemplo... Quando se diz O céu chora, o que significa? Mário: Que está chovendo? D. Pablo: Muito bem. Isso é uma metáfora. Na cena acima, a metáfora está no fato de se dizer que quando chove o céu chora. Quanto as comparações: Primeira cena: Cena na qual a tia de Beatriz vai se queixar com ao poeta Pablo Neruda quanto as metáforas que Mário falava a sua sobrinha. Depois de queixar- se o poeta tira Mário do esconderijo de onde este ouvia a conversa e travam o seguinte diálogo: D. Pablo: Você está branco como um saco de farinha. Mário: Estou branco por fora, mas vermelho por dentro. D. Pablo: Não vai livrar- se da raiva da viúva com adjetivos. Mário: Se ela ameaçou vou para a cadeia. D. Pablo: Acabará saindo em duas horas. Dirá que agiu em legitima defesa. Dirá que ameaçou a virgindade da donzela com arma branca. Com uma metáfora, cortante como punhal, afiada como um canino e lacerante como um hímen. [...] Nessa cena existem várias comparações. A primeira delas é quando D. Pablo diz que Mário está branco como um saco de farinha. Essa comparação quer dizer que por Mário estar nervoso com a situação ficou pálido, e como a farinha é branca, D. Pablo fez a comparação. As outras comparações são quando D. Pablo compara uma metáfora como sendo, cortante como punhal, afiada como um canino e lacerante como um hímen, capaz de ameaçar uma donzela. Quando ele diz isso, está querendo mostrar com ironia que uma metáfora jamais seria capaz de ameaçar uma donzela. Segunda cena: Na continuação da cena descrita acima, o poeta e o carteiro continuam seu diálogo, até que Mário diz a seguinte frase: Mário: A poesia não pertence àqueles que a escrevem, mas sim àqueles que precisam dela. D. Pablo: Gostei que usasse adequadamente esta frase muito democrática. Agora vá para casa dormir. Está com olheiras enormes como tigelas de sopa. Nessa cena, a comparação está na fala de D. Pablo, quando este diz que as olheiras de Mário são tão grandes quanto uma tigela se sopa.
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