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Geovanna Azevedo É uma doença metabólica de etiologia múltipla, , caracterizada por hiperglicemia resultante da deficiência na secreção de insulina ou, também, da incapacidade da insulina em exercer adequadamente seus efeitos, levando à alteração no metabolismo dos hidratos de carbono, lipídios e proteínas. No longo prazo, a hiperglicemia crônica provoca danos a diferentes órgãos e tecidos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos. Atinge proporções epidêmicas, com estimativa de 425 milhões de pessoas com DM mundialmente. Em 2015, a Federação Internacional de Diabetes estimou que 8,8% da população mundial entre 20 – 79 anos vivia com diabetes. Cerca de 75% dos casos são de países em desenvolvimento, nos quais deverá ocorrer o maior aumento dos casos de diabetes nas próximas décadas. O aumento da prevalência do diabetes está associado a diversos fatores, como: rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, maior frequência de estilo de vida sedentário, maior frequência de excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, à maior sobrevida dos indivíduos com diabetes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que glicemia elevada é o terceiro fator, em importância, da causa de mortalidade prematura, superada apenas por pressão arterial aumentada e uso de tabaco. Classificação DM tipo 1: Resulta da destruição das células beta do pâncreas, levando a uma deficiência absoluta da secreção de insulina (propiciando cetoacidose). Essa destruição se dá devido ao ataque de auto anticorpos as células pancreáticas. Está ligado as genes DQA e DQB. DM tipo 2: heterogêneo e de etiologia complexa, caracteriza-se por uma variedade de apresentações com o predomínio de resistência à insulina (RI) que pode evoluir para deficiência relativa/ absoluta de secreção de insulina. A deficiência de secreção insulínica predomina nos pacientes magros; nos obesos, predomina a resistência à ação do hormônio. Obesidade, particularmente central (abdominal ou visceral), dietas hipercalóricas e sedentarismo são frequentes e agravam a RI, geneticamente determinada. DM gestacional: As anormalidades glicêmicas geralmente são reversíveis no pós-parto, mas o risco de evoluir para diabete no estudo Diabetes Prevention Program foi de 15% ao ano quando sem intervenção, justificando avaliações periódicas da tolerância à glicose nestas pacientes. Geovanna Azevedo DIABETES MELLITUS TIPO 1 (DM1) É uma doença autoimune poligênica decorrente da destruição das células beta pancreáticas ocasionando perda completa na produção de insulina. Aparece clinicamente após a destruição de 80% da massa de ilhotas de Langerhans do pâncreas. No período clínico, os sinais e os sintomas mais frequentes são poliúria, polidipsia, polifagia, astenia e perda de peso. O diagnóstico de diabetes ocorre entre 1 e 6 semanas após o início das manifestações clínicas. A confirmação diagnóstica é realizada por meio de glicemia plasmática de jejum ≥ 126 mg/dL ou glicemia casual, em qualquer hora do dia, ≥ 200 mg/dL. EPIDEMIOLOGIA Estima-se que mais de 88 mil brasileiros tenham DM1. O BR ocupa o terceiro lugar em prevalência de DM no mundo. O DM1 corresponde a apenas 5-10% dos casos de DM. É mais frequentemente diagnosticado em crianças e adolescentes na faixa de idade entre 8-13 anos. Mas pode ser diagnosticado em adultos, que podem desenvolver uma forma lentamente progressiva da doenca, denominada latent autoimmune diabetes in adults (LADA). Homem = Mulher Predomínio de caucasianos CLASSIFICAÇÃO Subdivide-se em DM tipo 1A e DM tipo 1B, a depender da presença ou da ausência laboratorial de autoanticorpos circulantes, respectivamente. DM tipo 1 A: É a forma mais frequente de DM 1. A maioria dos pacientes tenha peso normal, porém, o sobrepeso e obesidade não excluem DX. FISIOPATOLOGIA Embora sua fisiopatologia não seja totalmente conhecida, envolve, além da predisposição genética, fatores ambientais que desencadeiam a resposta autoimune. Entre as principais exposições ambientais associadas ao DM1 estão infecções virais, componentes dietéticos e certas composições da microbiota intestinal Genética: Descreve forte associação com HLA DR3 e DR4. Múltiplos genes contribuem para o DM1, havendo mais de 40 loci de predisposição. Fatores desencadeantes: Vários agentes etiológicos ambientais (vírus, toxinas e alimentos, pesticidas, metais pesados) têm sido apontados como desencadeadores da autoimunidade. 1- Fatores dietéticos Estudos epidemiológicos evidenciaram risco 2 vezes maior do desenvolvimento do DM tipo 1 condicionado à supressão do aleitamento materno antes dos 3 a 4 meses de vida. A exposição a efeitos deletérios presentes no leite de vaca e a falta de proteção, e maturação do TGI concedida pelo aleitamento materno são as causas mais relacionadas. A ativação do sistema imunológico intestinal e a permeabilidade intestinal elevada parecem alterar a tolerância a certos antígenos (insulina bovina, proteínas do leite de vaca, como lactoglobulina e albumina), favorecendo a produção de anticorpos que, por mecanismos vários, Geovanna Azevedo inclusive o de mimetismo molecular, se voltam contra os antígenos próprios 2- Infecções virais: alguns agentes virais têm homologia funcional/estrutural com antígenos das células Beta. Os vírus mais relacionados são: citomegalovírus, da rubéola, aminoácidos da proteína P2C do enterovírus e proteína retroviral p73. 3- Higiene: Estudos mostram que a maior incidência de DM 1 se dá em países desenvolvidos e com maiores condições de higiene. Isso se dá pois a maior exposição a agentes infecciosos na primeira infância pode proteger contra DM 1 e alergias. Os agentes infecciosos, ao competir com os antígenos próprios pelas células apresentadoras de antígenos (APC), reduzem a inflamação nas ilhotas e aumentam a expressão de células regulatórias e citocinas anti-inflamatórias, protegendo da autoimunidade 4- Microbiota intestinal: a microbiota intestinal modula a função dos linfócitos T e a diminuição da diversidade de bactérias intestinais reflete na propensão a autoimunidade. 5- Vitamina D: A sazonalidade nos casos de DM1A, com maior incidência da doença nos meses de inverno, a relação inversa entre os níveis da vitamina D e a incidência de DM1A e o aparente efeito protetor da sua suplementação sugerem que a deficiência de vitamina D, pela falta de sua ação imunomoduladora, possa ser fator de risco para o DM1A 6- Efeito acelerador: A obesidade e o sedentarismo aumentam a demanda da produção de insulina e a exposição de autoanticorpos. Assim exercendo efeito acelerador na incidência de autoimunidade. Autoimunidade ativa: As células T-CD4 ativadas atuam no processo de insulite, determinando reações inflamatórias e secreção de citocinas ( IL-1, interferon gama, TNF alfa) culminando com a morte das células beta das ilhotas. As células T-CD4 e suas citocinas também atuam como ativadoras de células T-CD8 e Linfócitos B (anticorpos). As citocinas também diminuem a ação das células T reguladoras. A insulite autoimune provavelmente tem início precoce, talvez até na fase pré-natal, associada a ciclos repetidos de morte celular durante o remodelamento das células beta, podendo já desencadear o processo de autoagressão A fase subclínica da doença caracteriza-se pela invasão linfocitária específica das células beta das ilhotas pancreáticas, causando insulite linfocitária autoimune e produção de autoanticorpos contra várias proteínas das ilhotas (pró-insulina, tirosina fosfatase2, GAD65, transportador de zinco 8) . Este processo acarreta destruição gradual e progressiva das células beta das ilhotas pancreáticas e posterior falência da secreção de insulina, determinando a dependência permanente de insulina exógena para a homeostase glicêmica. As outras células das ilhotas não são afetadas e continuam a produzire secretar seus produtos. A secreção de glucagon aumenta pela perda do efeito supressor da insulina, enquanto deficiência de insulina pode causar certa atrofia do pâncreas exócrino e redução das enzimas pancreáticas Na fase clinicamente manifesta do DM1, o início é, em geral, abrupto, podendo ser a cetoacidose diabética a primeira manifestação da doença em um terço dos casos. Os marcadores conhecidos de autoimunidade são: anticorpo anti-ilhota (ICA), autoanticorpo anti-insulina ( IAA), anticorpo antidescarboxilase do ácido glutamico (anti-GAD65), anticorpo antitirosina-fosfatase IA-2 e IA-2B e anticorpo antitransportador de zinco (Znt8). Geralmente os autoanticorpos precedem a hiperglicemia pro meses a anos. Quanto maior o número de autoanticorpos e mais elevados seus títulos, maior a chance de o indivíduo desenvolver a doença. Geovanna Azevedo QUADRO CLÍNICO Na fase pré-clínica do DM1A, de 3 a 8 anos de duração, assintomática, ocorre a destruição progressiva das células beta pancreáticas, evidenciadas pelo número e título crescente dos autoanticorpos e alterações na tolerância à glicose endovenosa (com perda da secreção aguda ou primeira fase de insulina) e posteriormente à da glicose oral. Nos 3 a 6 meses que antecedem o diagnóstico, há decréscimo acelerado da capacidade secretora de insulina, culminando com a instalação do quadro clínico, quando a massa de células beta é inferior a 10 a 20% ou é disfuncional, e a insulinopenia é intensa Níveis elevados de glicose no sangue extrapolam a capacidade renal de reabsorção de glicose, resultando em glicosúria e perda renal de eletrólitos e água (poliúria), polidipsia compensatória, polifagia, perda de peso, fadiga, indisposição geral e dificuldade visual. Infecções de pele e mucosa, especialmente a genital, como balanopostite e vulvovaginite por fungos, também são frequentes. Muitas vezes, o diagnóstico é feito em serviço de emergência, com o paciente em cetoacidose, precedida ou não por quadro infeccioso. DM tipo 1 B (ou idiopático) : Atribuída aos casos de DM1 nos quais os autoanticorpos não são detectáveis na circulação. O diagnostico apresenta limitações e pode ser confundido com outras formas de DM diante da negatividade dos autoanticorpos circulantes, de modo concomitante com a necessidade precoce de insulinoterapia plena. As recomendações terapêuticas são as mesmas do DM tipo 1A e não há evidências de riscos distintos para as complicações crônicas entre os subtipos. Qualquer indivíduo está diariamente sujeito a oscilações na concentração plasmática de glicose, pois os níveis glicémicos tendem a aumentar após uma refeição diminuindo, então, progressivamente durante o intervalo entre refeições. Apesar das oscilações de concentração, o organismo dispõe de um complexo sistema de regulação e contra regulação, baseado em hormônios que previnem situações extremas, mantendo uma concentração adequada de glicose e assegurando a homeostase do organismo. Na figura seguinte esquematiza-se resumidamente este sistema homeostático. Quando o nível de glicose no sangue aumenta (por exemplo, após uma refeição), a secreção de insulina pelas células β também aumenta. Esse aumento vai estimular a glicogênese e a glicólise com consequente produção de glicogênio e piruvato respetivamente. Por outro lado, quando o nível plasmático de glicose decresce, para além de se desenvolver uma série de sintomas de alerta são desencadeados mecanismos de contra regulação que envolvem diferentes respostas hormonais. Inicialmente, a secreção de insulina pelas células β decresce, mas se o nível glicêmico Geovanna Azevedo continuar a descer até níveis mais críticos começa e ocorrer um incremento de secreção da hormona de contra regulação glucagon pelas células α pancreáticas. O glucagon estimula então a produção hepática de glicose via glicogenólise (degradação do glicogénio) e via gliconeogênese (conversão de ácido lático, aminoácidos e glicerol). Quando esta regulação falha surgem as situações de DM. As alterações fisiopatológicas precedem em alguns anos o DX da doença. O diagnóstico clínico do DM baseia-se na presença dos sintomas clássicos de hiperglicemia, ou seja, poliúria, polidipsia e emagrecimento não intencional. Nos casos mais graves, de cetoacidose diabética ou síndrome de desidratação hiperglicêmica, há sintomas como náuseas, vômitos, desidratação, alteração do nível de consciência, hálito cetônico e respiração acidótica, decorrentes do aumento da glicemia plasmática e acidemia. Além dos clássicos, os pacientes podem apresentar outros sintomas, sinais ou doenças associadas: infecções de repetição (dermatites, balanopostites, vulvovaginites, entre outras), incontinência urinária, noctúria, enurese noturna em crianças, letargia, cansaço e desânimo. O diabete pode, ainda, ser totalmente assintomático ou ter o diagnóstico feito a partir de uma complicação crônica, como insuficiência vascular periférica, doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, retinopatia ou nefropatia, neuropatia periférica e disfunção erétil. A condição na qual os valores glicêmicos estão acima dos valores de referência, mas ainda abaixo dos valores diagnósticos de DM, denomina-se pré-diabetes. A resistência à insulina já está presente e, na ausência de medidas de combate aos fatores de risco modificáveis, ela evolui frequentemente para a doença clinicamente manifesta e associa-se a risco aumentado de doença cardiovascular e complicações. Na maioria dos casos de pré-diabetes ou diabetes, a condição é assintomática e o diagnóstico é feito com base em exames laboratoriais. EXAMES • Glicemia em jejum: deve ser coletada em sangue periférico após jejum calórico de no mínimo 8 horas; • TOTG: previamente à ingestão de 75 g de glicose dissolvida em água, coleta-se uma amostra de sangue em jejum para determinação da glicemia; coleta-se outra, então, após 2 horas da sobrecarga oral. Importante reforçar que a dieta deve ser a habitual e sem restrição de carboidratos pelo menos nos 3 dias anteriores à realização do teste. Permite avaliação da glicemia após sobrecarga, que pode ser a única alteração detectável no início do DM, refletindo a perda de primeira fase da secreção de insulina; • Hemoglobina glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e ao sofrer menor variabilidade dia a dia e independer do estado de jejum para sua determinação. Vale reforçar que se trata de medida indireta da glicemia, que sofre interferência de algumas situações, como anemias, hemoglobinopatias e uremia, nas quais é preferível diagnosticar o estado de tolerância à glicose com base na dosagem glicêmica direta. Outros fatores, como idade e etnia, também podem interferir no resultado da HbA1c. Geovanna Azevedo A confirmação diagnóstica requer a repetição dos exames alterados. Pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia, tais como poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento, devem ser submetidos à dosagem de glicemia ao acaso e independente do jejum, não havendo necessidade de confirmação por meio de segunda dosagem caso se verifique glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL. Automonitorização diária da glicemia capilar A monitorização da glicemia capilar diariamente por indivíduos com DM1 de qualquer faixa etária traz grandes benefícios, por diminuir o risco de complicações agudas, tais como cetoacidose e hipoglicemia, e por permitir que o paciente entenda os determinantes de sua glicemia ao correlacionar os resultados glicêmicos em tempo real com a ingestão de alimentos ou com a prática de atividade física, por exemplo. Esse método permite ajustes nas quantidades de insulina a serem aplicadas. Monitorização de cetonas na urina e no sangue Na vigência de doença intercorrente, os pacientes devem ser alertados a monitorar as cetonas na urina e/ou no sangue. Infelizmente, isso não tem sido rotina no Brasil. No entanto, o consensosobre monitorização da ISPAD recomenda, principalmente para crianças e adolescentes usuários de bomba de insulina, a monitorização das cetonas, em especial com fitas para aferição capilar. Essa medida deve ser realizada toda vez que o paciente estiver doente e com hiperglicemias mantidas (≥ 250 mg/dL). A medida de β-hidroxibutirato (β-OHB) no sangue tem sido mais efetiva que a medida de cetonas na urina para prevenir internações por cetoacidose. Como o DM1 se caracteriza por produção insuficiente de insulina, o tratamento medicamentoso depende da reposição desse hormônio, utilizando-se de esquemas e preparações variados e estabelecendo-se “alvos glicêmicos” pré e pós- prandiais para serem alcançados. Em todas as faixas etárias, a reposição da insulina deve tentar atingir o perfil mais próximo possível do fisiológico. O tratamento com insulina deve ser iniciado o mais rápido possível após o diagnóstico (geralmente dentro das 6 horas, em caso de cetonúria), para prevenir a descompensação metabólica e a cetoacidose diabética (CAD). Geovanna Azevedo Algumas condições relacionadas à faixa etária devem ser lembradas e consideradas na montagem do esquema terapêutico. Os adolescentes, por exemplo, costumam apresentar esquemas alimentares que fogem à rotina, com maior dificuldade de controle metabólico e, frequentemente, maior risco de hipoglicemias graves alternadas com hiperglicemias, sendo de grande importância tentar incentivar a motivação e o conhecimento. É a faixa etária em que há maior dificuldade em atingir um bom controle metabólico. Na prática, a reposição insulínica é feita com uma insulina basal (cuja função é evitar a lipólise e a liberação hepática de glicose no período interalimentar), uma insulina durante as refeições (bolus de refeição) e doses de insulina necessárias para corrigir hiperglicemias pré e pós-prandiais ou no período interalimentar (bolus de correção). A insulinoterapia deve ser aliada com terapia nutricional e atividade física. A dose diária total de insulina preconizada em pacientes com DM1, com diagnóstico recente ou logo após diagnóstico de cetoacidose diabética, varia de 0,5 a 1 U/ kg/dia. Sendo que de 50-60% é utilizada próxima as refeições e 40-50% pra manter níveis basais. No entanto, alguns casos requerem doses maiores de insulina para a recuperação do equilíbrio metabólico. Insulina NPH: a via de administração é SC. A dose total de insulina inicial dependerá do estágio da doença do paciente, variando entre 0,5-1,2 UI/Kg/dia, sendo que 40 a 60% dessa dose deve ser de insulina NPH em duas ou três aplicações diárias (80, 81). Quando a insulina NPH for administrada com a insulina regular, ela pode ser utilizada duas vezes ao dia, sendo que a dose noturna deve ser aplicada ao deitar-se, ficando separada da dose de insulina regular, que deve ser administrada antes do jantar. Nestes casos, atentar para o uso obrigatório de insulina de ação rápida no horário de almoço para a cobertura pós-prandial. Quando utilizada 2x/dia devemos utilizar o esquema 2/3 1/3 = 2/3 de manhã e 1/3 antes de deitar. Utilizada para manter os níveis basais. Tem aspecto leitoso Insulina Regular (ou Rápida): a insulina regular deve ser administrada, 30 min antes das refeições principais, em até três aplicações diárias. Uma forma de cálculo de dose é administrar 0,05 U/kg/dia no café da manhã e 0,1 U/kg/dia no almoço e no jantar, com doses variadas nas refeições intermediárias de acordo com a necessidade e metas glicêmicas a serem alcançadas de modo individual para cada paciente. As vias de aplicação são SC, IV ou IM. As duas últimas são preconizadas apenas para tratamento de cetoacidose diabética. Insulina análoga de ação rápida (ultrarrápida) : as insulinas análogas de ação rápida, assim como a insulina regular, devem ser administradas, antes das refeições principais, porém 5 a 15 min antes ou imediatamente após, em até três aplicações diárias. Uma forma de cálculo de dose é administrar 0,05 U/kg/dia no café da manhã e 0,1 U/kg/dia no almoço e no jantar, com doses variadas nas refeições intermediárias de acordo com a necessidade e metas glicêmicas individuais a serem alcançadas. (as insulina ultrarrápidas tem S no nome) Geovanna Azevedo AJUSTES DE DOSE Entre os períodos pré-prandial e pós-prandial é tolerado um incremento de até 40 mg/dL na glicemia . Caso suba mais que 40 mg/dL devemos aumentar a dose da INSULINA R!!! Entre os períodos pós-prandial e pré-prandial é esperada uma queda de até 40mg/dL na glicemia. Caso não haja essa queda devemos aumentar a dose de INSULINA NPH CUIDADOS NA INSULINIZAÇÃO Hipoglicemia: principal efeito colateral. da insulinização. Geovanna Azevedo Verificar após 15 min para ver se foi corrigida. fatores desencadeantes: erro alimentar, erro em dose/horário da insulina, insuficiência renal ou insuficiência hepática. Estocagem da insulina: Antes de abrir o frasco, ele deve ser guardado na geladeira entre 2-8ºC (gaveta de frutas- ideal). Caso congele deve-se descartar. Após a abertura do frasco tanto faz a temperatura ambiente (15-30ºC) ou geladeira. A aplicação de insulina em temperatura ambiente é menos dolorosa para o paciente. Após 1 mês de uso = descarte em local apropriado. Seringas e agulhas: podem ser reutilizadas (pela mesma pessoa) desde que não haja contaminação. Deve-se evitar reutilizar muitas vezes a mesma agulha e a aplicação da insulina sempre no mesmo local pelo risco de Lipodistrofia. (tecido gorduroso hipertrófico- não há absorção de insulina nesse tecido) Por isso deve- se fazer rodízio de local e uso de novas agulhas. Higienização: antes da aplicação deve-se higienizar mãos, sítio de aplicação e a tampa do frasco de insulina (NÃO HIGIENIZAR AGULHA) Homogeneizar o frasco de insulina NPH: NÃO chacoalhar!! Rolar a insulina entre a palma das mãos. Introduzir ar no mesmo volume de insulina a ser retirado do frasco: por exemplo antes de aplicar 30 UI, introduzir 30 UI de ar no frasco. Mistura de insulina na mesma seringa (caso precise utilizar 2 no mesmo horário): Só pode ser feita se a basal for a NPH. Primeiro aspirar a rápida e depois a NPH. Rodízio de sítios de aplicação: em qualquer lugar a 2-4 dedos da cicatriz umbilical, face lateral de braços e coxas. Fazer a prega antes de aplicar e após a aplicação manter a agulha no sítio por 5-10 segundos. Monitorização: pré-prandial todos os dias!! E a cada 7-14 dias perfil completo: pré prandial, 2h pós refeição e as 3am.
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