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E N D O C R I N O L O G I A MANEJO DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS, CÂNCER DE TIREOIDE E TIREOIDECTOMIA MAIO/2022 P R O F . D I Ó G E N E S P A I V A http://med.estrategia.com Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia PROF. DIÓGENES PAIVA INTRODUÇÃO: /estrategiamedt.me/estrategiamed Estratégia MED @estrategiamed @dr.diogenespaiva Vamos complementando o estudo da tireoide em nosso Revalida Exclusive, brilhantemente já iniciado pela equipe top da endocrinologia do Estratégia MED. Eu, como cirurgião de cabeça e pescoço, venho trazer para você a parte “cirúrgica” da tireoide, incluindo o manejo dos nódulos e do câncer de tireoide. Entre todos os assuntos de cirurgia de cabeça e pescoço nas provas, esses temas da tireoide são os mais abordados em relação a essa especialidade no Revalida INEP e UFMT. O manejo dos nódulos tireoidianos foi contemplado com 4 questões, câncer de tireoide com 1 e complicações de tireoidectomia com mais 1 nos últimos anos. Assuntos menos prevalentes sobre esses temas, mas que são importantes para a Residência Médica e outros concursos, foram excluídos deste nosso curso, mas estão disponíveis na versão completa deste livro presente em nosso curso extensivo. https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://t.me/estrategiamed https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://www.instagram.com/dr.diogenespaiva 3Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia SUMÁRIO 1.0 MANEJO DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS 4 1.1 APRESENTAÇÃO CLÍNICA E AVALIAÇÃO 4 1.2 CARACTERÍSTICAS ULTRASSONOGRÁFICAS DOS NÓDULOS 4 1.3 INDICAÇÕES DE PAAF 5 1.4 CLASSIFICAÇÃO DE BETHESDA 8 1.5 CONDUTAS 9 1.5.1 BETHESDA I 9 1.5.2 BETHESDA II 9 1.5.3 BETHESDA III 9 1.5.4 BETHESDA IV 10 1.5.5 BETHESDA V 11 1.5.6 BETHESDA VI 11 1.5.7 TRATAMENTO 11 2.0 CÂNCER DE TIREOIDE 13 2.1 CARCINOMA PAPILÍFERO 14 2.2 CARCINOMA FOLICULAR 15 2.3 CARCINOMA MEDULAR 16 2.4 CARCINOMA ANAPLÁSICO 17 3.0 TIREOIDECTOMIA 18 3.1 ANATOMIA CIRÚRGICA 18 3.2 INDICAÇÕES NÃO ONCOLÓGICAS DE TIREOIDECTOMIA 19 3.3 COMPLICAÇÕES 20 4.0 LISTA DE QUESTÕES 23 5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24 6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 24 4Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia 1.0 MANEJO DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS 1.1 APRESENTAÇÃO CLÍNICA E AVALIAÇÃO Preste atenção, pois o fluxograma que apresentarei a seguir é a principal peça para acertar todas as questões já abordadas sobre este tópico. USG de tireoide Cintilografia+ Fonte: Shutterstock. Conforme mostrado acima, temos como exames iniciais a solicitação da dosagem do TSH e a ultrassonografia da tireoide. Apenas quando o TSH se encontra suprimido é que temos indicação de realização de cintilografia. Essa é a única indicação de realização de cintilografia na avaliação de nódulo tireoidiano! Esse exame identificará se estamos diante de um nódulo “quente” (hipercaptante) ou “frio” (hipocaptante). 1.2 CARACTERÍSTICAS ULTRASSONOGRÁFICAS DOS NÓDULOS Conforme já citado anteriormente, o ultrassom é o exame de escolha para avaliação inicial dos nódulos tireoidianos. Após a realização desse exame, podemos ter importantes informações que nos auxiliarão a diferenciar a natureza do nódulo, bem como guiar a indicação da PAAF. A tabela a seguir descreve as principais características utilizadas para essa diferenciação e qual é a sua correlação mais provável. CAPÍTULO 5Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia Características ultrassonográficas dos nódulos tireoidianos Característica Benignidade Malignidade Margem/contorno Regular/bem definido Irregular/mal definido Ecogenicidade Iso ou hiperecogênico Hipoecogênico Aspecto Misto ou cístico Sólido Halo hipoecogênico Presente/completo Ausente/incompleto Calcificação Grosseira ou ausente Microcalcificações Vascularização (Doppler) Periférica > central Central > periférica Tamanho < 1,0 cm > 1,0 cm Formato Mais largo do que alto Mais alto do que largo 1.3 INDICAÇÕES DE PAAF A punção aspirativa com agulha fina (PAAF) é o método mais preciso e o procedimento de escolha para a avaliação da natureza dos nódulos tireoidianos, diferenciando com boa precisão os nódulos benignos dos malignos. Mesmo sabendo que a ultrassonografia e/ou a ultrassonografia com Doppler auxiliam na estratificação do risco de malignidade do nódulo tireoidiano, elas não substituem a punção aspirativa. A indicação de punção foi um dos temas mais cobrados nas provas anteriores, entre os assuntos relacionados ao manejo dos nódulos tireoidianos. Para essa indicação, utilizamos um sistema de classificação de nódulos tireoidianos chamado de TIRADS. A ideia era criar uma padronização, baseada em números ou graduações, para estratificação do risco de câncer de tireoide, semelhante ao que ocorre com a classificação radiológica BIRADS para o câncer de mama. 6Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia COMPOSIÇÃO: Nódulo cístico ou quase completamente cístico - 0 pontos / Espongiforme - 0 pontos / Mistos (50% cístico e 50% sólido) - 1 ponto / Sólido ou misto com a maior porção sólida - 2 pontos ECOGENICIDADE: Anecoico - 0 pontos / Hiperecoico ou isoecoico - 1 ponto / Hipoecoico - 2 pontos / Muito hipoecoico - 3 pontos MARGENS: Regulares - 0 pontos / Bem definidas - 0 pontos/ Lobuladas ou irregulares - 2 pontos / Extensão extratireoidiana - 3 pontos FOCOS ECOGÊNICOS: Nenhum ou artefatos em cauda de cometa - 0 pontos / Macrocalcificações - 1 ponto / Calcificações periféricas - 2 pontos Microcalcificações (puntiformes) - 3 pontos FORMATO: Mais largo do que alto - 0 pontos / Mais alto do que largo - 3 pontos 0 pontos 2 pontos 3 pontos 4 e 6 pontos 7 pontos TI-RADS I TI-RADS II TI-RADS III TI-RADS IV TI-RADS V Benigno / Sem indicação de punção Não suspeito / Sem indicação de punção Levemente suspeito / PAAF se > 2,5 cm / Seguimento se > 1,5 cm Moderadamente suspeito / PAAF se > 1,5 cm / Seguimento se > 1,0 cm Altamente suspeito / PAAF se > 1,0 cm / Seguimento se > 0,5 cm CLASSIFICAÇÃO TI-RADS CAI NA PROVA (REVALIDA INEP – 2015) Uma mulher de 35 anos de idade é encaminhada ao Ambulatório de Endocrinologia após a sua médica da Unidade de Saúde da Família ter detectado, em exame clínico de rotina, a presença de um nódulo tireoidiano. Na primeira avaliação da especialista, a paciente revela estar assintomática e receosa, temendo que aquela alteração represente uma neoplasia maligna. A endocrinologista descreve o nódulo como superficial, de diâmetro inferior a 1 cm, indolor, localizado no lobo direito da tireoide, com ausência de linfonodos cervicais e supraclaviculares satélites. Em seguida, solicita dosagem de TSH, T4 e T3 livres e ultrassonografia de tireoide. Os resultados evidenciaram TSH, T4 e T3 livres normais e nódulo tireoidiano de 0,7 cm de diâmetro, com margens imprecisas e microcalcificações, sem linfonodos regionais. Qual deve ser o próximo procedimento a ser realizado no seguimento dessa paciente? A) Punção aspirativa do nódulo tireoidiano por agulha fina. B) Cintilografia da tireoide para avaliação do nódulo tireoidiano. C) Excisão cirúrgica do nódulo tireoidiano e exame histopatológico. D) Ultrassonografias sequenciais da tireoide para acompanhamento. 7Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia COMENTÁRIO: Veja! Uma boa questão que abordou o conhecimento do manejo inicial dos nódulos da tireoide. Vemos uma paciente que apresenta função tireoidiana normal e um nódulo de 0,7 cm na ultrassonografia. Só por isso já podemos excluir a alternativa B, que indica cintilografia,pois só indicamos esse exame em casos de TSH suprimido. Nosso nódulo, apesar de pequeno, tem muitas características "feias" à ultrassonografia, com destaque para as margens imprecisas (ou irregulares) e as microcalcificações, sendo estas últimas a principal característica ultrassonográfica associada à malignidade. Apesar da ausência de outras características importantes para complementarmos a avaliação do nosso nódulo (como ecogenicidade, formato e vascularização), quando o examinador incluir microcalcificações no enunciado, você já pode pensar em PAAF e em um possível carcinoma papilífero. Incorreta a alternativa C, pois, apesar da "carinha de câncer", pode ainda ser um nódulo benigno, não sendo indicada tireoidectomia antes da PAAF. Gabarito: alternativa A. (REVALIDA INEP – 2020) Uma mulher com 55 anos de idade, previamente hígida, é admitida em hospital após episódio de síncope. Apresenta bradicardia sinusal, discreta hipertensão arterial sistêmica e edema palpebral bilateral. Nota-se um aumento difuso da tireoide que a paciente não havia percebido até então. Não há rouquidão, disfagia nem alteração recente de peso. Ademais, não apresenta histórico familiar de câncer. Um estudo ultrassonográfico da tireoide mostra 3 nódulos de bordas regulares, parcialmente císticos, com componente sólido isoecoico, sem calcificações, de 0,4 cm, 0,6 cm e 0,8 cm. Não há linfadenopatia cervical. O exame revelou TSH = 17,2 mUI/mL (valor de referência = 0,3 a 5,0 mUI/mL). Nesse caso, a abordagem adequada para a paciente é: A) solicitar T3 total e T4 livre e cintilografia da tireoide antes de definir o tratamento. B) prescrever levotiroxina e realizar acompanhamento clínico e ultrassonográfico dos nódulos. C) prescrever levotiroxina e dosar antitireoide peroxidase para definir a abordagem dos nódulos. D) solicitar T4 livre e punção aspirativa com agulha fina do maior nódulo antes de definir o tratamento. COMENTÁRIO: Nessa outra questão, temos uma paciente que apresenta função tireoidiana alterada, só que com TSH aumentado e não suprimido. Assim, também não há indicação de cintilografia. Além disso, apesar de múltiplos nódulos, todos são pequenos e apresentam apenas características ultrassonográficas de benignidade (cístico, regular, isoecogênico, sem microcalcificações). 8Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia Aqui, todos são TI-RADS II, sem indicação de PAAF. Por isso, vamos tratar esse hipotireoidismo com levotiroxina e manter acompanhamento ultrassonográfico desses nódulos. Incorreta a alternativa C. Até teríamos indicação de dosar antitireoperoxidase para avaliação da causa do hipotireoidismo, porém essa dosagem não faz diferença para a abordagem dos nódulos. Incorreta a alternativa A, pois a única dosagem a ser realizada é a de TSH, inicialmente. Gabarito: alternativa B. 1.4 CLASSIFICAÇÃO DE BETHESDA Caso a punção tenha sido indicada, ela oferecerá o resultado da citologia do nódulo, sendo as demais condutas guiadas pelo resultado obtido nesse exame. Os nódulos que têm indicação de PAAF apresentam, no laudo, a descrição de características das células do aspirado. Essas características são agrupadas de acordo com a probabilidade de malignidade, organizadas a partir da famosa classificação de Bethesda, apresentada na tabela a seguir: Categorias de diagnóstico do sistema Bethesda para descrever a citopatologia da tireoide Classificação de Bethesda Categoria do diagnóstico Risco de câncer I Não diagnóstico (insatisfatório) 5 a 10% II Benigno 0 a 3% III Atipia de significado indeterminado (AUS) ou lesão folicular de significado indeterminado (FLUS) 10 a 30% IV Neoplasia folicular (ou suspeita de neoplasia folicular) 25 a 40% V Suspeito de malignidade 50 a 75% VI Maligno 97 a 99% A categoria I, ou não diagnóstica, refere-se aos resultados que não apresentaram células foliculares suficientes para realização de um diagnóstico preciso. 9Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia 1.5 CONDUTAS Apesar de menos cobrado, esse tema é fundamental, pois tudo o que fizemos até agora foi para chegar ao resultado dessa citologia. Esse exame “decidirá o futuro do paciente”, se seguimento clínico, repetição da punção ou tratamento cirúrgico. 1.5.1 BETHESDA I Essa categoria descreve uma punção citologicamente inadequada. A conduta deve ser a de repetir a PAAF em aproximadamente quatro a seis semanas, usando o USG para guiar a punção, caso esse exame de imagem não tenha sido utilizado para a primeira PAAF. Caso ela se repita negativa, a conduta é a tireoidectomia. 1.5.2 BETHESDA II Essa categoria descreve os nódulos benignos, resultado esperado por todos os cirurgiões e pacientes. Esses casos, geralmente, são seguidos sem cirurgia. Existem detalhes sobre a frequência do seguimento que estão disponíveis no livro completo. 1.5.3 BETHESDA III As classificações III e IV são descritas como indeterminadas, por apresentarem características citológicas que podem ser vistas em neoplasias malignas e benignas. São mais abordadas nas provas do que as categorias I e II. Fique atento e vamos prosseguindo em nossa caminhada rumo à aprovação. O Bethesda III descreve a lesão folicular ou atipia folicular de significado indeterminado (AUS/FLUS). Conforme mostrado na tabela acima, a chance de malignidade desses nódulos varia de 10 a 30%. A conduta inicial, a partir da obtenção desse resultado, é a repetição da PAAF, após um intervalo de 6 a 12 semanas, principalmente nos casos em que a ultrassonografia apresente características preditoras de malignidade. Se a nova PAAF ainda mostrar o resultado Bethesda III, teremos indicação de tireoidectomia, seguindo os mesmos critérios do resultado Bethesda IV, que comentarei agora. 10Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia 1.5.4 BETHESDA IV Essa categoria agrega o achado citológico de neoplasia folicular ou citologia suspeita de neoplasia folicular. Juntamente com o Bethesda III, essa classificação faz parte dos nódulos indeterminados. Contudo, apresenta risco maior de malignidade do que os classificados como Bethesda III, fazendo com que esses casos sempre apresentem indicação cirúrgica. A tireoidectomia pode ser parcial ou total e os critérios para essa decisão, tanto para os nódulos com citologias classificadas Bethesda III quanto Bethesda IV, estão no livro completo do curso extensivo. CAI NA PROVA (REVALIDA INEP – 2020) Uma paciente com 20 anos de idade notou nodulação na região central do pescoço. Procurou atendimento médico ambulatorial, no qual foi solicitada dosagem de hormônio tireoidiano (com resultados normais) e ultrassonografia com punção aspirativa por agulha fina (PAAF) do nódulo. O resultado foi nódulo de 1 cm em lobo esquerdo da tireoide, hipoecoico, de margens irregulares, sem calcificação. A PAAF não conseguiu distinguir entre lesão maligna ou benigna (Bethesda IV). O resultado do perfil de expressão gênica (PEG) indicou suspeita para malignidade. A conduta médica adequada para esse caso é: A) observar clinicamente e repetir ultrassonografia a cada 3 meses. B) repetir ultrassonografia e realizar nova punção aspirativa com agulha fina. C) indicar tireoidectomia total com esvaziamento cervical do lado esquerdo. D) indicar cirurgia com retirada apenas do lobo esquerdo, sem linfadenectomia. COMENTÁRIO: Nessa paciente, tivemos justamente a classificação Bethesda IV, que, como a Bethesda III, fica "em cima do muro" na definição da natureza maligna ou benigna do nódulo. Nesses casos, como a maior probabilidade ainda é de benignidade e para evitar uma cirurgia desnecessária, podemos utilizar o perfil de expressão gênica das células foliculares do achado. Nessa avaliação, vamos investigar se detectamos mutações associadas aoscarcinomas de tireoide. Como o resultado indicou suspeita de malignidade, aí não tem jeito, temos de ir para a cirurgia. Porém, por estarmos diante de um nódulo único, < 4,0 cm, sem história familiar de câncer de tireoide, sem exposição prévia à radiação e com ultrassom não apresentando microcalcificações, podemos fazer uma tireoidectomia parcial/lobectomia que servirá para diagnóstico e, possivelmente, para tratamento. Incorreta a alternativa A, pois a probabilidade de malignidade é bem maior após o PEG. Incorreta a alternativa B. Seria uma possibilidade apenas se estivéssemos diante de um resultado Bethesda III. 11Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia Incorreta a alternativa C. Até poderíamos fazer uma tireoidectomia total, mas sem indicação de esvaziamento cervical à esquerda. Gabarito: alternativa D. 1.5.5 BETHESDA V Essa categoria inclui os nódulos denominados suspeitos para malignidade. Contudo, a malignidade ainda não está totalmente confirmada (embora seja muito provável), apresentando normalmente um risco de 50 a 75% na identificação de carcinoma no anátomo patológico. Os pacientes com essa classificação, assim como nos casos de Bethesda IV, devem ser sempre submetidos à cirurgia. A extensão da cirurgia também pode ser influenciada por alguns fatores como: predisposições clínicas à câncer de tireoide, antecedentes pessoais de exposição a fatores de risco, história familiar de câncer de tireoide e características ultrassonográficas do nódulo. 1.5.6 BETHESDA VI Esse grupo compreende os pacientes com diagnóstico citológico de malignidade. Apresentam uma probabilidade de 97 a 99% de malignidade, praticamente confirmando esse diagnóstico. Essa classificação pode incluir diversos subtipos de carcinomas, que estudaremos mais adiante. 1.5.7 TRATAMENTO A base do tratamento para o câncer da tireoide é a cirurgia! Esses pacientes não podem ser tratados de forma não cirúrgica com radioiodoterapia (que poderá atuar complementando a cirurgia), radioterapia ou quimioterapia. Fonte: Shutterstock. Conforme descrito anteriormente, a extensão da cirurgia também pode variar de acordo com as características do tumor e do paciente e está disposta no fluxograma a seguir, também baseado no último guideline da ATA (2015): 12Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia Tireoidectomia total ou subtotal: Tireoidectomia parcial (ou total): Lobectomia (tireoidectomia parcial): Nódulos > 4,0 cm OU Nódulos > 1,0 e < 4,0 cm E Extensão extratireoidiana grosseira (T4) OU Nódulos < 1,0 cm (consideramos microcarcinomas) Nódulo único e sem extensão extratireoidiana Metástases à distância Sem história familiar de câncer de tireoide Ausência de exposição prévia à radiação Sem metástases linfonodais clinicamente detectáveis Sem evidência clínica de metástases linfonodais (cN0) NEM DE extensão extraordinária TIPO DE CIRURGIA DOS CARCINOMAS DIFERENCIADOS DE TIREOIDE A TIREOIDECTOMIA TOTAL pode ser decidida pela equipe para permitir a complementação com a radioterapia, ou de acordo com preferências do paciente Fonte: Shutterstock. Se o paciente, independentemente da classificação de Bethesda, teve uma indicação prévia para tireoidectomia parcial e, após o resultado do anátomo patológico, enquadrou-se como candidato à tireoidectomia total, deve ser procedida a complementação cirúrgica com a “totalização” Em pacientes que já apresentavam tireoides disfuncionantes, como os portadores de hipotireoidismo ou que apresentem tireoidite, a indicação é a realização da tireoidectomia total. 13Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia Caso o resultado se enquadre nas condições clínicas que indiquem tireoidectomia parcial, apresentadas no fluxograma anterior, o paciente já será considerado tratado. 2.0 CÂNCER DE TIREOIDE a) Etiologia e epidemiologia Em relação à etiologia dos carcinomas de tireoide, já iniciarei falando de um assunto muito importante para as provas de Residência e que pode ser lembrado na sua Revalidação: a prevalência de cada tipo histológico. Como Estrategista, você acertará de forma tranquila, desde que aprenda a distribuição apresentada no quadro a seguir: ◦ Carcinoma papilífero: 83% ◦ Carcinoma folicular: 12% ◦ Carcinoma medular: 1 a 2% ◦ Carcinoma anaplásico (ou indiferenciado): < 1% ◦ Linfoma de tireoide: < 1% Podemos, ainda, classificar esses tumores pelo grau de diferenciação: • Carcinomas bem diferenciados: papilífero e folicular • Carcinoma moderadamente diferenciado: medular • Carcinomas pouco diferenciados: anaplásico e linfoma b) Sintomas e características gerais Clinicamente, ao exame físico, os pacientes com carcinomas de tireoide podem apresentar um nódulo: Fonte: Shutterstock. ◦ Irregular e duro à palpação ◦ Fixo ◦ Sem mobilidade à deglutição ◦ Associado à rouquidão (disfonia) e à linfonodomegalia Porém, na prática clínica, a maioria dos pacientes é diagnosticada em estágios iniciais, apresentando-se assintomáticos. CAPÍTULO 14Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia 2.1 CARCINOMA PAPILÍFERO a) Epidemiologia A característica epidemiológica mais cobrada em relação a esse subtipo é que ele representa o carcinoma mais comum da tireoide, correspondendo a aproximadamente 82% dos casos. Além de ser o tipo mais comum, de maneira geral, também é o mais frequente na infância e o mais relacionado à exposição à radiação. Esse tipo apresenta um prognóstico excelente, principalmente quando diagnosticado em mulheres abaixo dos 45 anos. Entretanto, paradoxalmente, pode evoluir para o tipo de tumor maligno mais agressivo da tireoide e um dos mais agressivos de todo o corpo: o carcinoma anaplásico (ou indiferenciado). b) Patologia A celularidade característica dessa neoplasia apresenta: núcleos grandes (em relação ao citoplasma); nucléolos proeminentes; citoplasma com aspecto “de vidro fosco”; fendas, sulcos e orifícios nucleares, que levam à formação de inclusões citoplasmáticas intranucleares. Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock. Essa relação ocorre porque as microcalcificações são a representação ultrassonográfica de um achado anatomopatológico característico do carcinoma papilífero: os famosos corpos psamomatosos. Na extremidade dessas papilas, geralmente ocorrem calcificações de trombos intratumorais (e não extratumorais) OU infarto. 15Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia Essas condições são as responsáveis pela formação dos corpos psamomatosos, permitindo a suspeita desse tipo de carcinoma durante a ultrassonografia quando são identificadas microcalcificações. c) Tratamento O tratamento para o carcinoma papilífero é a cirurgia, seguindo os mesmos critérios citados anteriormente no capítulo de manejo dos nódulos, tanto na decisão da extensão da cirurgia (tireoidectomia total ou parcial) como na de incluir ou não o esvaziamento cervical de forma conjunta. A radioIODOterapia pode ser utilizada após a cirurgia, de forma adjuvante. Detalhes sobre as indicações serão descritos no próximo tópico. d) Radioiodoterapia A radioiodoterapia é um tipo de tratamento que pode ser utilizado de forma adjuvante (após a cirurgia) nos pacientes com carcinomas de tireoide, mas não é utilizado em todos os casos, sendo reservado para os casos classificados como de risco intermediário ou alto de persistência e/ou recidiva de doença. Como ainda não foi abordado para Revalidação, os detalhes sobre esse tratamento estão em nosso livro completo do curso extensivo para R1. 2.2 CARCINOMA FOLICULAR O carcinoma folicular da tireoide é outro tipo de tumor bem diferenciado,sendo o segundo tipo mais prevalente, apresentando características específicas, que já foram cobradas em provas anteriores. Ele é o carcinoma mais comum em áreas com deficiência de iodo e tende a ocorrer em uma idade mais avançada do que o carcinoma papilífero. Uma importante característica, que também o diferencia do papilífero (e já cobrada em prova), é a sua via de disseminação metastática preferencial. Sobre esse tumor, as duas características que eu quero que você guarde são: Fonte: Shutterstock. 1. Sua disseminação é preferencialmente hematogênica (e não linfonodal, como o papilífero). 2. Ele não consegue ser diagnosticado pela PAAF (mostrando aqueles resultados Bethesda III e IV), por isso necessita de tireoidectomia para diagnóstico e/ou tratamento. Apenas a avaliação anatomopatológica consegue fazer essa diferenciação. Os carcinomas foliculares são não encapsulados, com infiltração da cápsula ou vascularização. 16Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia 2.3 CARCINOMA MEDULAR Fonte: Shutterstock. Vamos agora estudar o único carcinoma classificado como moderadamente diferenciado da tireoide: o famoso carcinoma medular (CMT). A primeira diferença importante entre ele e os demais carcinomas de tireoide é a sua origem celular. Ele é originado nas células C ou parafoliculares (as mais escuras na figura ao lado, na periferia dos folículos), diferentemente dos demais tipos que se originam das células foliculares. Essas células apresentam origem embriológica diferente das células foliculares, sendo derivadas de células migradas da crista neural, também se diferenciando em relação aos marcadores tumorais. Ainda, diferentemente dos tumores bem diferenciados, que são produtores de tireoglobulina, o principal marcador relacionado a esse carcinoma é a calcitonina, sendo esse o conhecimento mais cobrado sobre esse carcinoma nas provas anteriores. Essa neoplasia pode se apresentar clinicamente de duas formas: 1. Esporádica: a forma mais comum de apresentação clínica do carcinoma medular, ocorrendo em 75 a 95% dos pacientes com essa patologia. 2. Familiar: ocorre por meio de mutações no proto-oncogene RET. Esse gene se apresenta de maneira autossômica e dominante, com alta penetrância e, quando mutado, propicia o desenvolvimento do carcinoma medular, exigindo que a sua verificação deva ser realizada em todos os pacientes portadores desse carcinoma. No passado, essa classificação era considerada uma entidade separada, mas, hoje, está agrupada no grupo dos pacientes com as neoplasias endócrinas múltiplas. • Neoplasia endócrina múltipla tipo IIa (NEM2A): leva à associação de CMT com feocromocitoma e hiperplasia de paratireoide, gerando hiperparatireoidismo. • Neoplasia endócrina múltipla tipo IIb (NEM2B): apresenta-se também com CMT associado ao feocromocitoma, mas sem o hiperparatireoidismo. Contudo, apresenta, de forma complementar: neuromas das mucosas, ganglioneuromatose intestinal e um “hábito marfanoide” (mas sem critérios para diagnóstico de síndrome de Marfan). 17Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia O tratamento do CMT é sempre cirúrgico, mas apresenta algumas diferenças em relação aos carcinomas bem diferenciados. Primeiro: não existe possibilidade de tireoidectomia parcial, sendo sempre tratado com tireoidectomia total. Segundo: a tireoidectomia obrigatoriamente virá acompanhada de um esvaziamento cervical. Fonte: Shutterstock. 2.4 CARCINOMA ANAPLÁSICO Fechando os subtipos de carcinomas de tireoide, vamos com esse outro tipo pouco diferenciado, que é de uma agressividade gigante: o carcinoma anaplásico ou indiferenciado de tireoide. Felizmente, ele representa menos de 1% dos carcinomas dessa glândula. Ele é a neoplasia mais agressiva da tireoide, a mais agressiva entre todas as glândulas e uma das mais agressivas de todo o corpo. Porém, paradoxalmente, pode ser originado a partir do carcinoma papilífero, que é o tumor maligno mais indolente da tireoide e um dos que apresenta melhor prognóstico em todo o corpo. A prova disso é que, no carcinoma anaplásico, a sobrevida média é de 6 meses, mesmo nos pouquíssimos casos em que se consegue realizar a cirurgia. Epidemiologicamente, acomete mais idosos, sendo essa uma importante informação para a elaboração da hipótese diagnóstica. Clinicamente, ele apresenta-se como uma massa cervical indolor de crescimento rápido, que desencadeia disfonia e dispneia de forma precoce. Fonte: Shutterstock. Esses sintomas se justificam pelo acometimento do nervo laríngeo recorrente e pelo acometimento direto da traqueia. Disfagia também pode ocorrer, mas geralmente é posterior aos sintomas respiratórios. O tratamento varia bastante em relação aos outros tipos, pois, em razão de sua agressividade, o tratamento cirúrgico com ressecção parcial ou total não consegue resolver a maioria dos casos. 18Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia A realização da traqueostomia não apresenta risco de agravar o carcinoma anaplásico. 3.0 TIREOIDECTOMIA Vamos fechar o estudo da tireoide com este tema também importante, embora menos prevalente que os anteriores: a tireoidectomia. Fonte: Shutterstock. 3.1 ANATOMIA CIRÚRGICA Detalhes anatômicos são importantes, pois eles justificarão as possíveis complicações relacionadas a esse procedimento. ¾ Vascularização arterial: - Artéria tireoidiana superior (ramo da carótida externa) - Artéria tireoidiana inferior (ramo do tronco tireocervical – ramo do tronco braquiocefálico – ramo da artéria subclávia) ¾ Suprimento venoso: - Veias tireoidianas superiores, médias e inferiores ¾ Drenagem linfática: - Preferencialmente para os linfonodos pré-traqueais e paratraqueais (nível VI) ¾ Principais nervos envolvidos na tireoidectomia - Ramo externo do nervo laríngeo superior e nervo laríngeo recorrente Fonte: Shutterstock. Outra importante relação anatômica da tireoide é com as glândulas paratireoides. Essas últimas estão presentes em número de quatro, sendo duas de cada lado, próximas aos "pedículos" superiores e inferiores. Além de terem importância como referências na identificação do nervo laríngeo recorrente, essas glândulas podem ser lesadas ou desvascularizadas durante a tireoidectomia, levando ao desenvolvimento de hipocalcemia por hipoparatireoidismo. CAPÍTULO 19Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia Por fim, o tema mais cobrado sobre anatomia cirúrgica da tireoide é a sua relação com a inervação da laringe. Essa glândula apresenta uma íntima relação com os nervos laríngeos superiores e com os nervos laríngeos recorrentes. Ambos são ramos do nervo vago (X par) e apresentarão diferentes funções em diferentes lugares da laringe. 3.2 INDICAÇÕES NÃO ONCOLÓGICAS DE TIREOIDECTOMIA No capítulo de câncer de tireoide, vimos que a tireoidectomia (com ou sem esvaziamento cervical) é a base do tratamento dessas patologias. Porém, esse procedimento também pode ser utilizado em algumas situações benignas. As indicações não oncológicas já foram solicitadas em provas anteriores. Ela pode ser indicação absoluta nos casos benignos quando: gera sintomas compressivos como dispneia ou disfagia, em alguns casos de hipertireoidismo e nos bócios muito volumosos. 20Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia A tireoidectomia pode ter indicação relativa em: bócios pequenos com alteração estética importante ou por desejo do paciente. 3.3 COMPLICAÇÕES Fonte: Shutterstock. As principais complicações decorrentes da tireoidectomia, abordadas nas provas anteriores, são as lesões nervosas, vasculares e das paratireoides.a) Nervosas O principal nervo lesado na tireoidectomia é o nervo laríngeo recorrente (apresentado pela pinça na figura ao lado), sendo também o mais lembrado em questões de prova. Ele faz a inervação de quase toda a musculatura intrínseca da laringe ipsilateral e, nos casos em que houve lesão cirúrgica iatrogênica, o paciente pode apresentar disfonia e/ou dispneia nas lesões unilaterais, causadas por uma paresia ou paralisia da prega vocal ipsilateral. Em casos de lesões bilaterais, pode ocorrer uma paralisia mediana de ambas as pregas vocais, impedindo a passagem do ar para a traqueia e levando ao desenvolvimento de dispneia intensa, cornagem e estridor após a remoção do tubo, ao término da cirurgia. O outro nervo susceptível à lesão nas tireoidectomias, cobrado nas provas mais recentes, é o nervo laríngeo superior. Conforme já falado anteriormente, ele emite um ramo interno sensitivo e um ramo externo motor, que inerva o músculo cricotireóideo. Nos pacientes em que ocorreu lesão do ramo externo do nervo laríngeo superior, verifica-se uma dificuldade na emissão de sons agudos, podendo manifestar-se nos enunciados como "dificuldade ou falha na voz" ao cantar. A lesão do ramo interno do nervo laríngeo superior não provoca alterações na fala, apresentando apenas alterações sensitivas na laringe. 21Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia b) Vasculares Em razão do grande suprimento arterial e da drenagem venosa da tireoide, são realizadas muitas ligaduras vasculares durante a cirurgia para a remoção dessa glândula. Dessa forma, podemos ter complicações caso essas ligaduras não sejam realizadas de forma adequada. Clinicamente, nas questões sobre hematoma pós-tireoidectomia, o paciente apresenta-se com Hematoma cervical aumento do volume cervical, associado à cornagem e agitação. A depender do tempo de evolução, cianose central e rebaixamento do nível de consciência também foram descritos. Nos casos de suspeita de hematoma cervical após uma tireoidectomia, deve-se realizar a abertura da ferida operatória imediatamente à beira do leito, sem aguardar exame complementar de imagem, traqueostomia, intubação ou remoção ao centro cirúrgico. CAI NA PROVA (REVALIDA INEP ─ 2011) Paciente, com 55 anos de idade, procurou consultório médico referindo o aparecimento de nódulo na região cervical à direita. O exame físico constatou que o paciente apresentava nódulo tireoidiano à direita, de aproximadamente 6 cm. A ultrassonografia revelou nódulo isoecogênico, de 6 cm, no lobo inferior da tireoide. O estudo citológico, realizado em material colhido por punção aspirativa de agulha fina, foi sugestivo de carcinoma papilífero. O paciente foi então submetido a tireoidectomia, sem registro de intercorrências no ato operatório. No pós- operatório imediato, o paciente passou a apresentar rouquidão e a laringoscopia realizada revelou paralisia de prega vocal à direita. Mediante o quadro clínico e considerando a anatomia cirúrgica, qual a causa prevalente de rouquidão nesses casos? A) Lesão do ramo tireoidiano do gânglio simpático cervical durante o ato cirúrgico. B) Lesão da alça cervical do nervo parassimpático cervical durante o ato cirúrgico. C) Lesão do ramo inferior do nervo laríngeo superior durante o ato cirúrgico. D) Lesão do nervo laríngeo superior durante o ato cirúrgico. E) Lesão do nervo laríngeo recorrente durante o ato cirúrgico. 22Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia COMENTÁRIO: Nas informações descritas anteriormente, apresentei que o responsável pela mobilidade das pregas vocais, por apresentar mobilidade da musculatura intrínseca da laringe, é o nervo laríngeo recorrente. Esse nervo pode ser lesado durante uma tireoidectomia pela íntima relação que apresenta com a tireoide. O ramo laríngeo superior também pode ser lesado na tireoidectomia, mas não leva à paralisia de prega vocal, e sim à paralisia do músculo cricotireóideo, provocando uma diminuição da potência vocal. Por fim, gânglio simpático cervical e alça cervical parassimpática, além de não se relacionarem com a tireoidectomia, não levam à paralisia de prega vocal. Gabarito: alternativa E. 23Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia Baixe na Google Play Baixe na App Store Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ou busque na sua loja de apps. Baixe o app Estratégia MED Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula! Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação. Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser. Resolva questões pelo computador Copie o link abaixo e cole no seu navegador para acessar o site Resolva questões pelo app Aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo e acesse o app https://estr.at/6Pac https://estr.at/6Pac 24Prof. Diógenes Paiva | Endocrinologia | Maio 2022 Manejo dos nódulos tireoidianos, câncer de tireoide e tireoidectomia CAPÍTULO 5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Haugen, B.R.; Alexander, E.K.; Bible, K.C. et al. 2015 American Thyroid Association Management Guidelines for Adult Patients with Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer: The American Thyroid Association Guidelines Task Force on Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer. Thyroid. 2016;26(1):1-133. doi:10.1089/thy.2015.0020. 2. Tracy S. Wang, MD, MPH; Melanie L. Lyden, MD, MHPE; Julie Ann Sosa, MD, MA, FACS. Thyroidectomy. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 3. Douglas S. Ross, MD. Evaluation and management of thyroid nodules with indeterminate cytology. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 4. Manfred Blum, MD, FACP. Overview of the clinical utility of ultrasonography in thyroid disease. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 5. Douglas S. Ross, MD. Thyroid hormone suppressive therapy for thyroid nodules and benign goiter. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 6. R. Michael Tuttle, MD. Differentiated thyroid cancer: Overview of management. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 7. R. Michael Tuttle, MD. Papillary thyroid cancer: Clinical features and prognosis. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 8. R. Michael Tuttle, MD. Follicular thyroid cancer (including Hürthle cell cancer). Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 9. R. Michael Tuttle, MD; Eric J. Sherman, MD. Anaplastic thyroid cancer. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 10. R. Michael Tuttle, MD. Medullary thyroid cancer: Clinical manifestations, diagnosis, and staging. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020). 11. R. Michael Tuttle, MD. Differentiated thyroid cancer: Radioiodine treatment. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on May 02, 2020) 6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Mais um importante livro finalizado, destes que foram os principais temas sobre cirurgia de cabeça e pescoço no Revalida. Para consolidar o seu aprendizado, responda à lista de questões que preparei sobre esse tema, baseadas nas questões de provas para R1. Até mais e fico à disposição (@dr.diogenespaiva_). CAPÍTULO 1.0 Manejo dos nódulos tireoidianos 1.1 Apresentação clínica e avaliação 1.2 Características ultrassonográficas dos nódulos 1.3Indicações de PAAF 1.4 Classificação de Bethesda 1.5 Condutas 1.5.1 Bethesda I 1.5.2 Bethesda II 1.5.3 Bethesda III 1.5.4 Bethesda IV 1.5.5 Bethesda V 1.5.6 Bethesda VI 1.5.7 Tratamento 2.0 Câncer de tireoide 2.1 Carcinoma papilífero 2.2 Carcinoma folicular 2.3 Carcinoma medular 2.4 Carcinoma anaplásico 3.0 Tireoidectomia 3.1 Anatomia cirúrgica 3.2 Indicações não oncológicas de tireoidectomia 3.3 Complicações 4.0 Lista de questões 5.0 Referências bibliográficas 6.0 Considerações finais