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1 Por Beatriz Escorel Professor Thiago Assis – Aula 01 Anatomia Humana Teórica II – Parede anterolateral do abdome INTRODUÇÃO • O abdome é a parte do tronco situada entre o tórax e a pelve. Essa interposição permite que o abdome envolva e proteja seu conteúdo, além de propiciar flexibilidade necessária para locomoção, postura e respiração. - Abriga a maioria dos órgãos do sistema digestório e parte dos sistemas genital e urinário. - A contenção anterolateral dos órgãos é feita pelas paredes musculoaponeuróticas (suspensas entre e sustentadas por dois anéis ósseos unidos pela coluna vertebral lombar semirrígida na parede posterior do abdome); A contenção superior é feita pelo diafragma e a contenção inferior é feita pelos músculos da pelve. • A cavidade abdomopélvica é dividida em: teto, assoalho e parede anterolateral. A contração dos músculos dessas regiões permite o aumento da pressão intra-abdominal para facilitar a expulsão de ar da cavidade torácica ou de líquido, fezes etc. da cavidade abdominopélvica. Além disso, as paredes do abdome distendem de modo considerável, acomodando expansões causadas por: ingestão de alimentos, gravidez, deposição de gordura ou doenças. CONSIDERAÇÕES GERAIS A parede anterolateral do abdome e outros órgãos vizinhos à parede posterior são recobertos internamente por uma túnica serosa ou peritônio que se reflete sobre as vísceras abdominais (como estômago, baço, fígado). Dessa forma, forma-se uma cavidade peritoneal entre as paredes e as vísceras. Essa cavidade contém líquido extracelular (parietal) suficiente para lubrificar a membrana que reveste a maior parte das superfícies das estruturas que ocupam a cavidade abdominal. Dessa forma o movimento visceral associado à digestão ocorre livremente, além de haver reflexões duplas de peritônio entre as paredes e as vísceras que dão passagem a vasos sanguíneos, linfáticos e aos nervos. Além disso pode haver gordura entre as paredes e vísceras e o peritônio que as reveste. 2 Por Beatriz Escorel VÍSCERAS o Sobem e descem de acordo o ritmo adotado pelo movimento do diafragma (as vezes mais voltadas para o abdome e as vezes mais voltadas para a região torácica), são muitos dinâmicas e não obrigatoriamente respeitam seus limites. CAVIDADE ABDOMINAL • Se estende entre o diafragma e o diafragma da pelve. • O assoalho não é próprio, pois é contínua com a cavidade pélvica. • Estende-se superiormente até o 4º espaço intercostal da caixa torácica osteocartilagínea. Assim, os órgãos abdominais mais altos são protegidos pela caixa torácica. A pelve maior sustenta e protege parcialmente as vísceras abdominais inferiores. ÁREAS DO ABDOME PAREDE ANTEROLATERAL DO ABDOME • É musculoaponeurótica, ou seja, não há osso. O que garante a pressão abdominal é o tônus muscular ou pelo aumento do volume das vísceras, como por exemplo as alças intestinais. No segundo caso, a pressão aumenta pelo aumento do volume, ao contrário da primeira, que é pela diminuição do volume abdominal. • Recebe esse nome pois o limite é indefinido. • Limite superior: cartilagens das costelas VII a X e o processo xifoide do esterno. Limite inferior: ligamento inguinal e as margens superiores das faces anterolaterais do cíngulo do membro inferior (crista e sínfise púbica). CAMADAS 1. PELE: epiderme e derme. 2. TELA SUBCUTÂNEA/FÁSCIA SUPERFICIAL: camada de gordura. o Acima do umbigo: camada única. o Abaixo do umbigo: - FÁSCIA DE CAMPER: gordura. - FÁSCIA DE SCARPA: estrato membranoso. ** O estrato membranoso continua inferiormente para a região perineal como o estrato membranáceo do períneo (fáscia de Colles). Correlações Clínicas: → Em uma inspiração forçada o fígado fica mais voltado para a região abdominal, ao contrário do que acontece em uma expiração, onde ele fica protegido pelas últimas costelas. → Lesões perfurocortantes que pega o espaço intercostal pode alcançar vísceras abdominais (fígado, rim, baço, intestino grosso...). → Gastrosquise: As pregas laterais do embrião precisam fechar no plano mediano para que forme fáscia contínua, pele contínua. Se não fecharem, ficará uma fenda aberta na parede abdominal (não estabelece a linha alba), permitindo a saída da alça intestinal mediante seu movimento natural. É feito intervenção por meio de cirurgia, mediante a colocação do conteúdo intestinal para dentro da cavidade abdominal. Correlações Clínicas: → Se o abdome está distentido, pode ser problema na musculatura, água ou gases: flacidez abdominal, problema muscular, barriga d’água, ascaridíase, hepatomegalia... 3 Por Beatriz Escorel 3. FÁSCIA DE REVESTIMENTO: recobre as camadas musculares. - Superficial, intermediária e profunda. 4. MÚSCULOS ABDOMINAIS. 5. FÁSCIA TRANSVERSAL/PARIETAL DO ABDOME: é um tecido que é contínuo com a fáscia inferior do diafragma, a fáscia abdominal posterior e fáscias dos músculos pélvicos. 6. GORDURA EXTRAPERITONIAL.: espaço de Bogros. ** a continuidade dessa gordura é uma via de acesso cirúrgico importante. (retroperitoneais e por vídeo) e é uma área importante para colocação de telas para correção das hérnias inguinais, direta e indireta. 7. PERITÔNIO.: fina membrana serosa que reveste a face interna da parede abdominal, adere as paredes posterior, anterolateral, ao teto e cair sobre a pelve (parietal) e ocasionalmente se projeta como um MESENTÉRIO para envolver as vísceras (visceral). Observação: 1) A depender da origem embrionária, algumas vísceras abdominais são INTRAPERITONIAIS (exemplo: estômago), ou seja, são cobertas parcial ou completamente pelo peritônio visceral. Outros são RETROPERITONIAIS, pois se localizam atrás do peritônio parietal (exemplo: rins, cólon ascendente). E até mesmo SUBPERITONIAIS, abaixo do peritônio, como a bexiga. 2) O peritônio visceral faz tração junto a continuidade do peritônio parietal que está aderida na parede do abdome, por isso as vísceras ficam suspensas. Porém, elas podem cair um pouco, à exemplo do que acontece na área da pelve. → PELVE FALSA: área da pelve que possui vísceras (suspensas) do abdome. → PELVE VERDADEIRA: área da pelve que há vísceras pélvicas verdadeiras. 3) Todas as vísceras das regiões pélvicas (parassimpática), abdominais e torácicas (simpática) têm inervação autônoma e quando estão em disfunção sempre vão dar dor referida na superfície do corpo (olhar mapa dermatomo). Dor referida: dor sentida pela pessoa num local diferente daquele onde é produzido o estímulo que causa dor. Correlações Clínicas: → Se o indivíduo está com dor na superfície do peito ou tórax, tem que ter cuidado pois pode ser reflexo de uma víscera. Dor nas costas, pode ser da víscera ou aparelho locomotor. Ficar atento. → Peritonite: inflamação do peritônio causada, na maioria dos casos, por ruptura na parede abdominal. - Normalmente, uma infecção alcança primariamente uma víscera abdominal e pode evoluir com peritonite, inflamando todas as vísceras peritoneais, podendo levar à óbito. Se tiver sepse o quadro é pior. → Lavagem peritoneal: em perfuração por armas de fogo no intestino, por exemplo, há saída de bactérias do local. A cirurgia envolve uma lavagem peritoneal para evitar infecções generalizadas. → Metástase em câncer abdominal: é a migração por via sanguínea ou linfática de produtos patológicos (vírus, bactérias...) provenientes de uma lesão inicial. - Na região intraperitoneal é mais fácil ocorrer, pois é muito irrigada. - Em câncer de algum órgão intraperitoneal, há risco de metástase em outro órgãos. - Órgão retroperitoneais não há risco de metástase de órgãos intraperitoneais.
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