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Aula de Neuro-Hipófise Existem 2 lobos da hipófise: anterior e posterior. O lobo posterior tem uma função mais neuronal no sentido de que os hormônios são produzidos pelo hipotálamo e são liberados na hipófise. Neuro hipófise funciona como um reservatório de hormônios produzidos no hipotálamo. Lobo posterior da hipófise: -É uma protuberância do tecido neural do hipotálamo, também denominada de neuro-hipófise; -Secreta dois hormônios (ADH e ocitocina) que são produzidos no hipotálamo, descem através do tecido neural e são armazenados na hipófise posterior; -A liberação dos hormônios da hipófise posterior ocorre em resposta a impulsos neurais do hipotálamo; ** Ocitocina tem função no período pós-parto (contração uterina e também na amamentação); ** ADH hormônio antidiurético; Hormônios: ADH- hormônio antidiurético e Ocitocina Hormônio antidiurético (ADH ou vasopressina) Função: reduz a perda de sal e H2O pelo corpo Fatores estimuladores: 1. Aumento da osmolaridade plasmática (concentração iônica de substâncias dissolvidas no plasma); 2. Diminuição do volume plasmático; Hormônio antidiurético, exercício e álcool: no exercício, aumenta a concentração urinária; o álcool inibe o ADH. 1. Em intensidades de exercício superiores a 60% do VO2max, existe um aumento da secreção de ADH; ** com a idade o controle de receptores de ADH se perde com o tempo ** A sensibilidade em relação à sede é muito fina. Qualquer alteração na osmolaridade vai estimular o centro da sede para beber líquidos. Principais núcleos que produzem ADH: núcleo paraventricular e núcleo supra-óptico. Pelas vias neuronais que irão passar pela haste hipofisária permite que os hormônios se armazenem em grânulos dentro da neuro hipófise. Dependendo do estímulo neuronal serão liberados. ADH tem sensores tanto nos vasos como a nível renal que sinalizam a quantidade de líquido e a osmolaridade plasmática, informando se o ADH deve ser mais ou menos liberado. A regulação do sistema vasopressina envolve dois sistemas distintos: -Sistema osmótico e Sistema volume/pressão. Esses dois sistemas é que são responsáveis pela liberação. A sensibilidade é o sensor de osmolaridade o quanto tem de soluto dentro do vaso Receptores de volume e pressão: o seio carotídeo é um sensibilizador de receptores que vai analisar a quantidade de soluto que tem dentro do vaso. Conforme o estímulo libera o ADH. Da mesma maneira, os receptores no arco-aórtico. São barorreceptores arteriais que irão sinalizar essa alteração de volume. Queda na volemia e na pressão leva a um estímulo de ADH por meio dos barorreceptores (localizados na carótida e no arco-aórtico), funcionam como receptores de volume e pressão. Receptores osmóticos: Localizados no cérebro -Osmolaridade e determinada pela concentração de sódio varia de 280 a 295 mOsm/Kg H2O -1 % alteração na osmolaridade- aumenta ou diminui o ADH -Sede- estimulada por alterações na osmolaridade (2 a 3%) e receptores de pressão no tórax ** sensibilidade cerebral do extinto da sede é o que se perde ao longo dos anos. Deve-se ofertar mais líquido para o paciente idoso. Locais de ação do ADH: temos 3 tipos de receptores V1, V2 e V3. Sendo que os principais são V1 e V2 -receptores V1: localizados dentro do vaso e dependendo da pressão dentro do vaso serão estimulados. Esses receptores vão causar vasoconstrição da musculatura lisa do vaso. -receptor V2: fazem com que haja aumento da reabsorção da água estão localizados principalmente a nível renal. -receptor V3: relacionado, principalmente, ao ACTH** **Mecanismo de ação: aumenta a liberação de ACTH, aumenta o cortisol que aumenta a quantidade de líquido a nível renal. Ação do ADH no ducto coletor: dependendo da permeabilidade e da quantidade de soluto no ducto coletor vai haver ação do ADH ou não. ADH age no túbulo coletor. A formação da urina no túbulo proximal é mais isosmótica e depois vai passando pela alça de Henle e vai tendo alterações de água, sódio, potássio, cloro, alterando a osmolaridade. Esse fluido vai chegando no tubo distal mais hiposmótico e dependendo da quantidade de soluto/estímulo vai ter a liberação de ADH. O ADH vai agir nas células fazendo com que haja reabsorção da agua para dentro do vaso (sai do filtrado glomerular para dentro do vaso novamente). Dependendo do volume de água corporal ´-vai haver estímulo da osmolaridade no sangue -esse estímulo vai agir no hipotálamo- o hipotálamo atua na hipófise- hipófise vai liberar ADH-e faz ter feito de absorção de agua a nível coletor renal. Dependendo da concentração faz o caminho inverso- aumenta o volume de água-receptores menos estimulados, pq aumentou o volume e redução da osmolaridade no sangue – inibição do hipotálamo- hipófise e inibe o ADH. O principal distúrbio relacionado com a alteração do ADH é o Diabetes Insipidus. Diabetes Insípido Recebe esse nome, mas não tem absolutamente nada relacionado com a glicemia. É uma doença rara, sendo um tipo de Diabetes completamente diferente. Recebeu essa denominação, porque o paciente perde muita água semelhante ao que ocorre no DM, porém essa urina não tem quantidade de açúcar. É um distúrbio do metabolismo da água decorrente do não funcionamento da cascata metabólica do ADH. Poliúria hipotônica. ADH não sendo liberado há uma diurese excessiva. -Principais causas: Central: Secreção inadequada do ADH Nefrogênico: redução da resposta dos receptores renais a ação do ADH ** Polidipsia Compulsiva: alteração psiquiátrica com compulsão por agua ** Lítio pode causar dessensibilização dos receptores do ADH a nível renal e a pessoa tem uma poliúria excessiva (5-6 e até 10 L). Isso pode ocorrer ao longo do tempo que a pessoa estiver usando o medicamento. Mesmo suspendendo, os receptores, às vezes, demoram 6 meses para serem reativados devido a sensibilização. ** Também dessensibiliza os receptores. Diabetes Insípidus Central Ao nível de hipotálamo e hipófise. Diabetes Insípido IDIOPÁTICO - 50% dos casos de DI neurogênico em adultos. Mais freqüente no sexo masculino (60%), média de início aos 20 anos DI NA INFÂNCIA - 50% - TU intracranianos (craniofaringioma) crescem e comprimem a haste hipofisária. Outras etiologias: idiopáticos, malformações cerebrais, infecções do SNC e histiocitose. Outras causas de diabetes insípidus central: -Tumores cerebrais -Malformações cerebrais - Cirurgias hipofisárias (tende a ser transitória): edemacia a hipófise e não libera ADH, mas é transitório -Traumas -Hemorragias -Trombose -Doenças Granulomatosas -Autossômica Dominante Sintomatologia: No diabetes insípidus central os sintomas são abruptos. A pessoa está bem e repentinamente inicia com poliúria e polidipsia. DI Nefrogênico Insensibilidade /Resistência dos receptores renais ao efeito do ADH. Pode ser:idiopática; Recessiva ligada ao X; Metabólica; Doença renal Crônica; Medicamentosa- lítio; anfotericina #Lítio: DI - presente em 20 a 40% dos pacientes. Pode permanecer até seis meses após a suspensão da medicação. É difícil tratar pq dá ADH e a pessoa não tem resposta nos receptores. # Polidipsia Compulsiva: Doença psiquiátrica que o indivíduo ingere grande quantidade de água independente da sensação fisiológica de sede. Leva a alteração nos osmorreceptores. Pode ter diurese de 10 a 20 litros por dia. #Diabetes Insípido associado à gravidez: Rápida e excessiva degradação do ADH por uma vasopressinase produzida pela placenta. Não degrada a desmopressina. Algumas gestantes também têm deficiência na secreção do ADH. S 3º trimestre de gestação - poliúria e polidipsia. Reversão 3-6 semanas após o parto. Cálculo da osmolaridade: Osmolaridade: 2X ( [Na +] + [K+] ) + glicemia+18) **osmolaridade sanguínea:285-295mOS/kg (lembrar que quanto mais glicose, mais osmolaridade). Diagnóstico Quadro Clínico: Principaissintomas: - Poliúria Início abrupto na DI central. Nictúria**. -Polidipsia - Anidrose (raro) DI central: volume urinário de poucos litros a 18 litros/ dia. Queixas após 4 litros/dia. DI parcial: diagnóstico na restrição hídrica. ** paciente perde o ritmo, urinando tanto de dia quanto à noite. Diferenciar da frequência: quantas vezes a pessoa urinou à noite. Predileção por bebidas geladas (DI central). Acesso à água interrompido – hiperosmolalidade plasmática – manifestações neurológicas. DI gestacional – oligoidrâmnio (reversível). DI nefrogênico congênito – primeiras manifestações durante a 1ª semana de vida. Irritação, choro constante, êmese após amamentação, constipação persistente, febre inexplicável e irregular, dificuldade em ganhar peso. Diagnóstico Laboratorial: Achados principais:( densidade urinária baixa, diminui a osmolaridade urinária ) - Hipostenúria persistente (densidade < 1.010) - U osm< 300 mOsm/kg - DI parcial: Uosm pode ser maior do que a Posm, pode se manifestar apenas através de urina diluída com Posmaumentada. -Posm: normal ou levemente elevada (sede e ingestão de água). Na+ sérico elevado. (PP ambos levemente diminuídos). -Radioimunoensaio: ADH plasmático.Dosagem do ADH!! ** modificações na osmolaridade plasmática: 1% vai estimular o ADH e 2-3% vai estimular a sede. Avaliação radiológica: quando suspeitar em criança, principalmente. RM: pesquisa de tumores ou outras patologias na região hipotalâmico-hipofisária. -80% dos casos de DI central e maioria dos de DI nefrogênico: desaparecimento do ponto brilhante na hipófise posterior. -Espessamento da haste hipofisária (DI idiopático,HL, germinoma ou doenças granulomatosas). -Poliúria por longos períodos – dilatação ou saculação da bexiga, hidroureter e hidronefrose. Diagnóstico Diferencial Poliúria = volume urinário > 45-50 mL/kg/dia. -Descartar outras causas de poliúria (DM, distúrbios metabólicos) e DI nefrogênico secundário ao uso de drogas. -Diferenciação das diversas categorias de DI. -Importância da história clínica e exames laboratoriais. Teste de Restrição Hídrica: para avaliação Retirar a água da pessoa. - Se retirar a água e a pessoa tiver Diabetes Insípidus Central ?? (Lembrando que o peso corporal é composto de 60-70% de agua) A pessoa vai perder agua e vai perder peso. O teste da restrição hídrica será feito a nível hospitalar, sendo iniciado pela manhã e observado, pesar a pessoa, pois em algum momento vai ter que estimular o ADH. -inicia pela manhã ou noite anterior quando a diurese for menor que 10L/dia –pesar no início- quando a pessoa perder 3% do peso corporal (4-18h) – faz um estímulo de ADH**- após 1 h sangue e urina para osmolaridade. **dar ADH e ver se há alteração da osmolaridade ou não. E se a pessoa parou de urinar ou não e após faz uma dosagem em sangue e urina para ver osmolaridade. Essa é uma forma de avaliar se esse Diabetes é central ou nefrogênico. Quando dá o ADH e como é o ADH que está faltando, a urina do paciente irá concentrar. A osmolaridade do sangue irá diminuir (entra agua e dilui). Se der ADH e for nefrogênico?? Não haverá resposta nem alteração da osmolaridade. Comportamento da Osmolaridade: em condições fisiológicas, quando faz uma restrição hídrica há aumento de 30mOsm/L. Na resposta fisiológica ao fazer a restrição tu aumenta a osmolaridade. No DI ao fazer restrição essa osmolaridade não vai responder da mesma forma e após ingestão ela vai concentrar muito mais. Tratamento: DM I nefrogênico:** Refratário a desmopressina Dieta pobre em sal Tiazídicos (contração do volume estracelular, diminuição da oferta de fluidos no ducto coletor Amilorida (poupador de potássio) Potássio Anti inflamatório não esteroide – diminuição da perda de água ** é todo um tratamento paliativo DM Insípido Central: Análogo sintético da vasopressina de longa duração (desmopressina) -DDAVP- efeito antidiurético sem propriedades vasoconstritoras Intranasal, oral (menor absorção), intravenoso/subcutâneo 5 μg a noite– controlar a noctúria Manutenção- 10 a 20 μg 1 a 2 vezes ao dia ##Ocitocina: Tem o efeito de liberar o leite materno, sendo também produzida no hipotálamo. Vai atuar nas células dos mamilos e vai fazer com que ocorra estimulação mecânica. Quando o bebê sugar a mama, manda o estímulo para o cérebro e do cérebro volta o sinal que libera o leite. Lembrar que a Prolactina já sobe desde o início da gestação, mas precisa do estimulo mamário da Ocitocina para liberar o leite. Ocitocina também atua na contratura do útero, evitando sangramento. Aula de Hipopituitarismo Acometimento funcional da secreção de vários hormônios da hipófise.Os sintomas aparecem quando a lesão compromete mais de 75% do tecido. Causas: -tumorais; -compressivas; -necrose; - lesões infiltrativas; - processos infecciosos; Todas as causas podem levar ao pan-hipopituitarismo. O que mais se vê na prática são os tumores adenomas de hipófise, principalmente, tumores maiores que façam compressão na glândula. O prolactinoma conforme a compressão na hipófise diminui a secreção hormonal. Dependendo de quais hormônios estão comprometidos pode dar uma quantidade maior de medicação ou não. Hemangiomas, metástases. (MTX pulmonar pode tbm ser infiltrativa na hipófise). -Compressiva: “sela vazia”, na realidade ela não é vazia. Há uma herniação do liquor para dentro da sela e compressão da hipófise. Isso está mais relacionado a má-formações ou a própria obesidade. Há uma fistula e o ventrículo vai para dentro da célula comprimindo a hipófise. - Aneurisma da artéria carotídea e também necrose. Tumor que necrosa e necrosa a hipófise. Quadro de cefaleia com poliúria, polidipsia. Ou no pós- cirúrgico após retirada de tumor que necrosou. -Síndrome de Sheehan: hipopituitarismo pós- parto - processos infecciosos: sífilis e abcesso Manifestações clínicas: Vai depender da idade, de qual hormônio for mais acometido. De uma maneira geral, quando ocorre uma compressão o primeiro hormônio que se perde é o GH. - Se o TSH estiver comprometido pode dar hipotireoidismo secundário; - GH: Nanismo; Aumento na gordura corporal; Atrofia muscular - ACTH: Astenia; Náuseas; Vômitos; Perda de peso; Hipotensão; Hipoglicemia - LH-FSH: Falta da libido; Alteração na fertilidade; Alterações menstruais; Perda dos caracteres sexuais secundários; Atrofia ovariana; Atrofia testicular Síndrome de Sheehan: Complicação "parto complicado” – geralmente hemorragia uterina. Necrose hipofisária no pós parto, devido hipovolemia. FISIOLOGIA DA HIPÓFISE NA GRAVIDEZ: Hiperplasia fisiológica da hipófise( aumenta 30% de tamanho) • Aumento da vascularização • Diminuição do aporte sanguíneo • Regressão fisiológica Quando há uma hipovolemia, há uma redução da quantidade de sangue através da hipófise, consequentemente, pode levar à necrose. Fisiopatologia: -Diminuição do aporte sangüíneo • Vasoespasmo das arteríolas • Isquemia prolongada da hipófise • Necrose hipofisária • Pan-hipopituitarismo Deficiência de prolactina: impedimento da lactação. Não vai ter o reflexo, não vai ter ocitocina. Tratamento: Tratamento substitutivo vai repor o hormônio que está faltando. GH reposição na infância. ACTH- Hidrocortisona- 10 a 20 mg DID Predinisona- 5 mg Obs: hidrocortisona tem efeito mineralocorticoide que a prednisona não tem; cuidar a dose para não fazer Cushing. TSH- L tiroxina- 75 a 150 mcg/dia • 0 a 3 meses: 10 a 15 μg/kg/dia•3 a 6 meses: 8 a 10 μg/kg/dia•6 a 12 meses: 6 a 8 μg/kg/dia•1 a 5 anos: 5 a 6 μg/kg/dia•5 a 12 anos: 4 a 5 μg/kg/dia FSH e LH • HOMENS- Enantato de testosterona (200 mg IM a cada 2 – 3 semanas) -MULHERES- estradiol mais progesterona ADH- Desmopressinaintranasal ( 5 -20 μg ) ou oral- 300 a 600 g/dia
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