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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA RELATÓRIO DE AUDIÊNCIA Juízo 1ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE CAMPO GRANDE/MS Autos do Processo n° 0008256-26.2017.8.12.0001 Tipo de Audiência audiência de Instrução e Julgamento Nomes das Partes ELISANDRO FERREIRA DA SILVA JÚNIOR e ANA FLÁVIA FERREIRA BRUNO Relato Circunstanciado no final do mês de agosto de 2016, no Bairro Portal Caiobá II, na cidade de Campo Grande, os denunciados ELISANDRO FERREIRA DA SILVA JÚNIOR e ANA FLÁVIA FERREIRA BRUNO, em união, cientes da ilicitude e reprovabilidade de suas condutas, ceifaram a vida de Edson Martins da Rosa, por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ocultando posteriormente seu corpo, em uma fossa localizada no fundo de sua residência. A vítima era a proprietária da residência e, por ser alcoólatra e usuária de substâncias entorpecentes, permitiu que os denunciados, passassem a residir no local no mês de junho de 2016. Entretanto, logo no primeiro dia, já começaram a surgir os atritos da convivência, dentre eles agressões, razão pela qual a vítima pediu que os denunciados fossem embora do local. Contudo, os denunciados não pensavam em se mudar da residência da vítima, pelo contrário, pretendiam expulsá-la de lá para ficarem na posse do imóvel. Assim, em data não especificada, cerca de 15 (quinze) dias antes da morte da vítima, o denunciado ELIZANDRO, juntamente com terceiros não identificados, agrediram a vítima gravemente, em frente ao mercado Aris, ao lado da caixa D'água, no Bairro Portal Caiobá II, só cessando as agressões diante da intervenção de terceiro, também não identificado, resultando em internação médica da vítima, fato não registrado até a presente data. Após a agressão, diante do sumiço da vítima, o denunciado ELIZANDRO achou que ela tivesse morrido. Entretanto, diante do retorno desta à sua residência, ELIZANDRO decidiu dar cabo à sua vida, solicitando mais um tempo para deixar o imóvel, planejando como se daria a execução. No entanto a vítima, dois dias após receber alta, foi para o Assentamento na região de Aquidauana, tendo o denunciado ELIZANDRO achado que ela fosse ficar morando por lá, mas a vítima retornou no final do mês de agosto para a sua casa. Que tão logo chegou à sua residência, o denunciado ELIZANDRO passou a executar seu plano, convidando a vítima para tomar uma pinga. Começaram a beber pela manhã, mas o denunciado ELIZANDRO apenas fingia que bebia e deixava que a vítima bebesse sozinha, para aproveitar o melhor momento para matá-la. Já a denunciada ANA FLÁVIA, presente na residência durante todo o momento, cinte da intenção de seu convivente, aderiu à vontade do denunciado ELIZANDRO, e se calou diante da dissimulação. Assim sendo o denunciado ELIZANDRO ao concluir que a vítima já estava bêbada, e que não esboçaria qualquer reação, pegou um pedaço de pau que já havia deixado preparado e era utilizado para trancar a porta da sala e desferiu um golpe na região frontal (testa) da vítima. Diante da paulada, a vítima NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA desfaleceu na hora, mas como o som da residência estava ligado, ninguém ouviu, tendo a denunciada ANA FLÁVIA visualizado os fatos e nada feito. Após desferir a paulada, o denunciado deu uma olhada para ver se não havia ninguém nas imediações, e em seguida arrastou a vítima até o quarto, colocando o corpo em cima da cama. Após matar a vítima, o denunciado saiu para dar uma volta com a denunciada pelo Bairro, e, quando retornaram, enrolaram a vítima em uma coberta vermelha e jogaram seu corpo dentro da fossa que existia no quintal da residência. Em seguida, atearam fogo no corpo da vitima com auxilio de cobertas e colchão para que não houvesse vestígios. Após o registro da ocorrência de desaparecimento, a filha da vítima Bianca Vilma Pereira da Rosa estava em um ponto de ônibus, quando um indivíduo, não identificado, perguntou se ela era filha de Edson Martins da Rosa, e ao receber a resposta afirmativa, perguntou se seu genitor ainda se encontrava desaparecido, tendo novamente a filha confirmado. Assim, o indivíduo desconhecido sugeriu que a família procurasse pela vítima na fossa localizada nos fundos da residência em que ele residia diante desta informação, Bianca entrou em contato com sua genitora, a Sra. Laurice Pereira da Silva e outros familiares, os quais se deslocaram ao local informado, e passaram a cavar manualmente nos fundos da residência, acabando por localizarem algumas vestes que pertenciam à vítima. Diante disso, se foram até à Delegacia para repassar a informação. O corpo de Bombeiro foi acionado e continuaram a escavação. Assim, por volta das 14h, foi localizada uma ossada com restos mortais com vestimentas, e, pela análise preliminar da ossada constatou-se que a vítima estava envolta em um material parecido com espuma, e haviam vestígios de ter sido carbonizada. O crime foi cometido por motivo torpe, já que praticado para que os denunciados ficassem com a casa da vítima, motivo moralmente reprovável, demonstrativo de depravação espiritual do sujeito. Também foi cometido mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, a qual foi convidada a beber pinga, bebendo até ficar bêbado, ficando sem condições de parar em pé, e, consequentemente, sem condições de oferecer qualquer reação, sendo atingida quando estava sentada no sofá da sala, desprevenida O Ministério Público requer que o denunciado responda de acordo com as penas do artigo 121, §2º, incisos I (torpe) e IV (recurso que impossibilitou a defesa da vítima), c.c artigo 211, do Código Penal c.c art. 29 todos do Código Penal Brasileiro. O MM. Juiz determinou vista ao MPE para que verifique o nome correto do acusado, pois consta na denúncia chamar-se Elisandro Ferreira da Silva Júnior, mas declarou neste ato chamar-se Elisandro Aparecido Fonseca e converteu os debates orais em apresentação de memoriais Se necessário, utilize o verso da folha. Aluno: ELAINE JÁCOME DOS SANTOS LABES CPD:039492 Visto do Orientador: ____________________
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