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1 Farmacologia ANTIPROTOZOÁRIOS Priscila Maria Rodrigues Araújo/3° Período Malária Doença infectoparasitária ocasionada pelo parasita intracelular: Plasmodium sp. (vivax, malariae, falciparum, ovale). Sua transmissão se dá pelo mosquito anopheles. Os fármacos usados para a malária podem ser classificados em: Esquizonticida tecidual: elimina as formas hepáticas latentes (primaquina) Esquizonticida sanguíneo: atua sobre os parasitas eritrocitários (artemisinina, cloroquina, quinina, quinidina) Gametocida: atingem os estágio sexuais, impedindo a transmissão para o mosquito Alguns fármacos utilizados como prevenção da malária em viajantes são: (quimioprofilaxia) Cloroquina (500mg/semana) Mefloquina Atovaquona Doxiciclina Primaquina Para o tratamento em si da malária o medicamento de escolha é a cloroquina, para casos em que não exista resistência a esse medicamento. Cloroquina Sua atividade antimalárica é realizada em malária sintomática por: Esquizonticida sanguíneo Não é ativa contra estágio hepático Ação gametocida para p. vivax, ovale e malariae. Para infecções por P.vivax e P.ovale, usa-se cloroquina+primaquina Seus mecanismo de ação se baseia na ligação a nucleoproteínas, inibindo a da DNA e RNA polimerase, importantes inibir a divisão celular e a síntese de proteína, por conta disso esse fármaco desfavorece a metabolização da hemoglobina (por isso está altamente concentrado no vacúolo digestivo do Plasmodium, onde ocorre essa metabolização) Por fazer metabolização via citocromo p450 é importante se atentar às interações medicamentosas, já que isso pode modificar a meia vida desse fármaco (varfarina, ciclosporina, alguns anticonvulsivantes) - por isso deve-se perguntar ao paciente sobre o uso de outros medicamentos antes da prescrição da cloroquina. Efeitos adversos - náuseas, vômitos, cefaleia, redução de apetite - comprometimento do SNC (raro) - toxicidade a medida que a dose for mais aumentada. - contraindicado na gravidez (apenas se o benefício for maior do que o risco associado ao feto – categoria C) Além disso, é importante lembrar que o P.falciparum apresenta resistência medicamentosa à cloroquina. 2 Mefloquina Pode apresentar resistência cruzada com a quinina e sua administração é por via oral, visto que a via parenteral ocasiona irritação local. Sua atividade antimalárica é caracterizada por: Eficácia contra o P.falciparum Atua como Esquizonticida sanguíneo para P.falciparum e P. vivax No estágio hepático e gametófito não é ativa Sua farmacocinética se caracteriza por uma ligação intensa às proteínas plasmáticas, e por isso sua distribuição e sua eliminação são lentas, além disso, seu mecanismo de ação baseia-se no metabolismo heme. Possui alguns efeitos adversos em doses elevadas como: convulsões e psicoses. Quinina e quinidina A quinina é mais tóxica que a cloroquina, sendo também menos eficaz, no entanto a quinidina é ainda mais tóxica que essa, apesar de ser mais potente. Devido a essa toxidade e seu tempo de maia vida, só devem ser usados em casos graves de malária, não sendo indicado como profilaxia. Sua atividade antimalárica é caracterizada por: Atuam como Esquizonticida sanguíneo Atuam como gametocidas (exceto para o P. vivax e o P.ovale) Seus mecanismo de ação é semelhante ao da cloroquina. Suas administrações podem ser por via parenteral, tendo igual eficácia em ambos, sendo essa via utilizada, por exemplo, em casos de infecções graves pelo P. falciparum. Para lembrar Sua associação com Doxiciclina e Clindamicina pode promover a limitação da toxicidade. A toxidade desses medicamentos pode se configurar das seguintes formas Dose oral fatal de quinina (2 a 8 gramas em um organismo adulto) Overdose – causa graves disritmias que podem ser fatais (importante realizar monitoramento cardíaco) Ademais, alguns dos efeitos adversos incluem: cefaleia, distúrbios auditivos e visuais, trombocitopenia, reações de hipersensibilidade (urticária, exantemas, broncoespasmos) Primaquina Esse fármaco é ativo para os estágio hepáticos de todos os parasitas causadores da malária Atua como gametocida, sendo o único que é ativo contra o estágio hipnozoíto (em estado de latência) de P. vivax e P.ovale (o P.vivax pode apresentar resistência a esse medicamento e nesse caso deve ser feita uma administração altas doses do fármaco, no entanto, isso pode levar ao desenvolvimento da anemia hemolítica aguda) Seu mecanismo de ação se caracteriza pela formação de metabólitos tóxicos que ocasionam reações de oxirredução as quais inibem o transporte de elétrons nas mitocôndrias, sem isso o parasita não consegue produzir ATP. Ademais, possui maior potencial caso seja administrada antes do término do uso da cloroquina. A primaquina costuma ser bem tolerada, apresentando em situações graves alguns efeitos adversos como: leucopenia e arritmias cardíacas. Não deve ser usado junto a fármacos imunossupressores e nem por gestantes (categoria D) e sua administração IV pode causar hipotensão acentuada. Artemisinina e seus derivados (Artemisinina – artesunato – artemeter) Possuem atividade antimalárica atuando como Esquizonticida sanguíneo, atuando em 3 formas graves, não surtindo efeitos no estágio hepático. A medida que a hemoglobina é clivada pelo parasita ocorre a liberação de HEME que é tóxico para o Plasmodium, esse o transformem em Hemozoína, menos tóxica. Toda essa etapa é bloqueada pelo artemeter (o parasita fica em contato com o heme tóxico) Esses fármacos não serão usados como quimioprofilaxia devido a sua meia vida curta, sendo necessárias várias doses. Pode ser usado em casos de resistência a cloroquina, em união com a lumefantrina, para malária P.falciparum não complicada. Seus usos clínicos são para P.vivax e P.falciparum. P. falciparum não complicado - Artesunato + mefloquina - Artemeter + lumefantrina (possui quase o mesmo mecanismo de ação do artemeter) Obs.: a Artemisinina possui ação farmacológica prolongada caso seja administrada em associação com outros medicamentos, reduzindo as chances de recidivas. Contraindicações Grávidas Primeira linha terapêutica da malária complicada Recém nascidos abaixo de 5 kg. Esquemas terapêuticos Para P.vivax e P.ovale como cloroquina Para P. falciparum com combinação de artemeter+lumefantrina. P.falciparum com artesunato + mefloquina Em casos de infecções não complicadas por P.falciparum 4 Amebíase O tratamento usado para amebíase inclui os seguintes fármacos que podem agir de maneira tecidual ou luminal Metronidazol Paromomicina Nitazoxanida Além dos fármacos principais existem fármacos alternativos que serão mostrados na tabela a seguir. Metronidazol Seu mecanismo de ação se baseia na ativação do grupo nitro que origina o nitrorradical aniônico o qual provoca lesão grave no parasita. Possui seletividade pela PFOR (piruvato ferredoxina oxinorredutase) que catalisa a descarboxilação do piruvato a acetil CoA, produzindo, também, ferredoxina reduzida. Possui alguns efeitos adversos como náuseas, cefaleia, ressecamento na boca ou sabor metálico na boca e sua interação com a fenitoína ou fenobarbital pode acelerar a sua eliminação No que se refere a sua farmacocinética esse fármaco é bem absorvida via oral, mas não atua nolúmen do colo, podendo ser usado em associação com um agente luminal. Além disso, cerca de 20% dele se liga as proteínas plasmáticas. Sua administração pode ser para: Colite amebiana Abcesso hepático amebiano Tricomoníase Giardíase Paromomicina É um agente luminal e sua farmacocinética se caracteriza pela não absorção no trato GI. Além disso, pode ser utilizada para colite amebiana e abscesso amebiano hepático (Paromomicina + Metronidazol) e também pode ser usado para leishmaniose visceral. Nitazoxanida Possui um amplo espectro de ação e inibe a via PFOR, podendo ser usada para infecções por E. histolyica, G. lamblia, T.vaginalis e para helmintos intestinais. Giardíase O tratamento é realizado com os seguintes fármacos: Furazolidona, o Metronidazol e o tinidazol. Seu mecanismo de ação é caracterizado pela origem de um nitrorradical aniônico altamente reativo. 5 Tricomoníase Pode ser tratada com Metronidazol e Tinidazol.
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