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Nathália Gomes Bernardo Aula 4- Doenças Bacterianas- 25/03/2021 Brucelose Bovina É uma doença transmissível, importante do ponto de vista sócio econômico e sanitário em nível nacional e com significante repercussão no comercio internacional de animais e seus produtos (OIE,2006). > Isso porque a vacina de brucelose é extremamente barata. > vacinação de fêmeas obrigatória (mas machos e fêmeas pode adquirir essa doença). C O N C E I T O É uma doença infecto-contagiosa crônica, que acomete primariamente bovinos, caprinos, suínos, cães e ovinos e secundariamente outros animais como o homem e equinos. ▪ Infecto- contagiosa: Causada por agente infecciosa que é capaz de se multiplicar no organismo do animal e causar alterações, como lesões no organismo. ▪ Rebanhos de bovinos acometidos por brucelose, muito provavelmente, caso possua outros animais na fazenda também estão acometidos. ▪ Ênfase para a pecuária: BR está dentro os países que possuem melhor pecuária do mundo. ▪ Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose- PNCEBT – MAPA. Definição: Doença infecto contagiosa provocada por bactérias do Gênero Brucella. Entre bovinos, a doença se caracteriza-se por: ▪ Abortos geralmente no terço final da gestação > mas pode acontecer em outros momentos da gestação. ▪ Nascimentos de bezerros fracos; ▪ Retenção de placenta > Brucella tem preferência por tecido reprodutivo ▪ Repetição de cio e descargas uterinas com grande eliminação da bactéria; ▪ Pode ainda transmitir-se ao homem.> zoonose. Esses sintomas não são específicos de Brucelose > até por isso é importante ter controle na propriedade de abortos, mortes, repetição de cios, etc. I M P O R T Â N C I A E C O N Ô M I C A Perdas para a pecuária: ▪ Aborto > geralmente se observa vário abortos na propriedade e não apenas 1; inclusive a alta quantidade de abortos em uma propriedade é indicativo de brucelose > importância em fazer exames em vacas receptoras (‘barriga de aluguel’: alberga embrião). > Geralmente o nascimento dos gados de corte no BR ocorre entre Dezembro e Março, então observa-se, no caso dessa doença, mais abortos nesse período do ano. ▪ Repetição de cio. ▪ Bezerros fracos > podem já nascer doentes. ▪ Diminuição na produção de leite> como é uma doença crônica, os sintomas demoram a chegar. ▪ Redução do tempo de vida produtiva. > porque o animal tem que ser eutanasiado; ▪ Custos de reposição de animais. ▪ Limitação na comercialização de animais. Estimativas mostram que a brucelose é responsável pela diminuição de 25% na produção de leite – mas é muito discreta/gradativa e, por isso, talvez não se observe imediatamente caso não tenha um registro produtivo/dia - e de carne e pela redução de 15% na produção de bezerros. Mostram ainda que a cada cinco vacas infectadas, uma aborta ou torna-se permanentemente estéril. > a redução dos nascimentos é mais visível – quando comparado, por exemplo, com a produção de leite- porque geralmente existe uma estação de monta e uma estação de nascimentos > os nascimentos ocorrem ‘de uma vez’ (na mesma época) e, por isso, é mais visível. > já na produção de leite, nasce animal todos os meses e, por isso, é menos visível > mas com registro de produtividade de leite por dia, além de outras informações como gestação, morte, cio, aborto, emprenhes, etc se torna mais fácil visualizar. A vaca que recebe o sêmen com Brucella pode até não contrair a doença (levando em consideração que está vacinada), mas muito provavelmente o feto sofrerá aborto ou nascerá mais fraco.> a Brucella não fica apenas nos fluídos, fica também por exemplo no interior das células germinativas - sêmen e ovócito. Sinonímia Bovinos: Doença de Bang; Aborto contagioso; Aborto infeccioso. Homem: Febre ondulante; Febre de Malta. E T I O L O G I A ▪ Brucella melitensis está mais relacionada a cabras. ▪ A que mais afeta bovinos é a Brucella abortus. Mas o bovino pode se infectar com a Brucella melitensis por exemplo. ▪ Brucella neotomae também já foi observada em animais marinhos. ▪ Brucella canis: descrita a primeira vez em cães. ▪ Brucella militensis é a mais patogênica, inclusive para humanos. Essas brucellas não são espécie específica, mas tem preferência por espécie. Já foi diagnosticado cães sem acesso a zona rural com Brucella abortus por exemplo> provavelmente ingeriram alimentação, leite ou carne, contaminada. Essas são as Brucellas confirmadas no BR e consideradas oficial (B. abortus, B. suis, B ovis e B. canis), mas tanto a UFU como a USP já detectaram outras. E na Argentina tem a B. melitensis descrita, e é um país que divide fronteira com BR. ▪ B. abortus as colônias são de morfologia lisinhas e o hospedeiro preferencial são bovino e bubalinos; e tem alta patogenicidade para humanos > queijo de leite não pasteurizado e carne. ▪ A Brucella suis também possui colônias de morfologia lisa; e possui 5 biovar > algumas são altamente patogênicas para o humano. A Brucella encontrada em javalis (B. suis) não é patogênica; mas em estudo na UFU cachorros que caçavam javalis foram detectados uma brucella patogênica (B. abortus)> pode ser que esses animais tenham ingerido carne dos javalis ou até mesmo que os javalis estejam recebendo Brucella desses animais > então não é garantido que javalis não possam contrair alguma espécie de Brucella patogênica aos humanos. (fica a dúvida se esses cachorros adquiriram essa doença de alguma forma através de bovinos, ou foi por exemplo em uma mordida em javalis). ▪ A Brucella melitensis também possui colônias de morfologia lisa; seus hospedeiros preferenciais são caprinos e ovinos. É altamente patogênica ao ser humano. ▪ B. neotomae já foi descrita em animais marinhos, mas também em ratos do deserto; e foi considerada não patogênica aos seres humanos. ▪ A B. ovis e a B. canis tem colônias de morfologia enrugadas -> cepas rugosas. O hospedeiro preferencial da B. ovis são os ovinos e não considerada patogênica aos seres humanos. A B. canis é considerada de patogenia moderado; mas lembrando que como as brucellas não são espécie específica, o cão, por exemplo, como se infectar com B. abortus. ▪ A B. inopinata tem colônias de morfologia lisa e é altamente patogênica ao ser humano, mas ainda não se sabe qual seu hospedeiro preferencial. ▪ Não tem como diferencias todas essas brucellas em laboratório de rotina, apenas laboratórios de pesquisa. Quando realizar exame, especificar no atestado a negatividade para a determinada Brucella para qual se realizou exame. Brucella é um parasita intracelular facultativo, ou seja, hora está dentro das células e hora não. > por isso que não tem cura; o antibiótico age nas partículas que se encontram extracelular. Quando a brucella está no meio extracelular, o sistema imune apresenta resposta. São bacilos curtos (cocóides> forma de cocos), que se dispões isoladamente ou em cadeia curtas (rato), não capsuladas, nem esporuladas, imóveis, Gram-negativas, aeróbicas e facultativamente anaeróbicas (B. abortus), necessita de 10-15% de CO2 no início do crescimento. > como são imóveis, são levadas de um local ao outro por água, alimentos, através de um animal, etc. > gram negativas: apresentam vermelha no teste de gram. > são aeróbicas (necessita de O2), mas em caso de adversidade de falta de O2 a Brucella consegue sobreviver. > a bactéria precisa de O2, não sobrevive em anaerobiose completa. Coram bem pelo método de Gram, Kosten (safarina) e Ziehl- Neelsen > coram em avermelhadas por serem gram negativas. D I S T RI B U I Ç Ã O Distribuição: ▪ Mundial: -Maior prevalência em países em desenvolvimento. -Já é considerada erradicada ou em erradicação em alguns países desenvolvidos. ▪ Brasil: - 1975 foi o último estudo nacional oficial (usou o mesmo métodono BR inteiro): - Outros estudos nacionais estaduais: -1996 - 2009 Hoje em 2021, Santa Catarina no RN é considerada livre de Brucelose e, por isso, nem é necessário a vacinação. Mas, por exemplo, se um produtor do Triângulo Mineiro for comprar animais de Santa Catarina, é importante que seja feita a vacinação desses animais – vacina própria pra esse caso- porque aqui na nossa região ainda tem essa doença. R E S I S T Ê N C I A D A B R U C E L L A As fezes de um animal no pasto com incidência direta da luz solar, de 4 a 5 horas a Brucella morre. Já muitas fezes em solo seco – período de seca, não haviam chuvas- caso não tenha incidência direta do sol a Brucella pode sobreviver por até 4 dias; No solo úmido cerca de 66 dias, mas se esse solo úmido ainda estiver tiver em baixas temperaturas (como no RS e Paraná), até 185 dias. Dejetos (como esterqueiro) a altas temperaturas em cerca de 4 horas a Brucella more. Uma água potável, com Brucella mesmo que em baixos índices, a bactéria consegue se manter por até 114 dias. Os fetos devem ter destinação ideal, de forma alguma deve-se permitir que cães comam. O ideal é que seja incinerado ou se enterre em uma vala um pouco mais profunda (mínimo 1m) e enterrar com camada de cal- terra-cal-terra. O feto destinado a pasto (largado no pasto), a Brucella dura cerca de 180 dias. Então supondo que se tinha um piquete com animais positivos para Brucella deve-se analisar as características do pasto (umidade, sombreamento) e a quantidade de animais que estavam ali> não existe um tempo exato, tem que ser analisado > alguns pastos se recomenda até usar para agricultura por um determinado período de tempo. A topografia do local é muito importante, porque um piquete mais baixo que a área de esterqueiro, por exemplo, demora mais eliminar a Brucella. Brucella é menos resistente a luz solar que a Tuberculose. As vezes em menos de 2 anos é possível extinguir a Brucella de uma determinada propriedade.> até mesmo pelas características de resistência e porque tem vacina. A Brucella é capaz de resistir por até 17 dias no leite cru; enquanto no leite congelado até mais de 800 dias. Em MG podemos produzir queijo minas de leite não pasteurizado, segundo a legislação, mas desde que as vacas sejam atestadas livres de brucelose e tuberculose e vacinados contra brucelose e febre aftosa. > sustentabilidade cultura/ patrimônio de MG. Existem laticínios que não exigem exame para brucelose> se o laticínio pasteurizar o leite, não tem problema. > mas a prof contou um caso por exemplo em que no laticínio o pasteurizador não estava atingindo a temperatura ideal. Pasteurização lente: 60ºC 10 min. Pasteurização rápida: 71,7ºC 15 segundos. Sensibilidade da Brucella Para o uso de desinfetante, primeiro é necessário fazer remoção física da matéria orgânica, depois água sob pressão, depois esfregar com sabão e utilizar água sob pressão, e apenas depois utilização de desinfetante. > desinfetante em contato com matéria orgânica é inativado > utilizar desinfetantes a base de álcool, hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio, ...., como descrito no slide a cima. Quando a pessoa não tem autoclave, pode-se utilizar uma panela de pressão (colocar no material dentro). Pasteurização lenta de leite: colocar leite em panela e levar ao fogo e homogeneizar bem > quando atingir temperatura de 65º abaixar a temperatura e homogeneizar. M E C A N I S M O S D E T R A N S M I S S Ã O ▪ Fonte de infecção: animais infectados > por isso, animais adquiridos de outra propriedade e animais vindo de exposição devem ficam separado dos demais animais do rebanho. ▪ Vias de eliminação: através de feto e anexos fetais, secreções vaginais, leite, sêmen, fezes e urina. > importante usar luva ao fazer palpação, colher fezes/urina, etc. > além disso, o ideal seria que se utilize 1 luva por animal na palpação. ▪ Vias de transmissão: (por onde chega) água, pastagem e fômites contaminados, sêmen, leite e derivados crus. ▪ Porta de entrada: oro-faringea, mucosas (conjuntiva, respiratória e genital), pele com solução de continuidade. A maior parte das vezes, animais e seres humanos se contaminam através da ingestão de alimentos contaminados (pode ser contaminado com fezes ou o próprio leite ou a carne e, até mesmo, a pastagem estão contaminados). ▪ Suscetíveis: mamíferos domésticos e silvestres, homem.> qualquer mamífero. A doença pode ser transmitida via horizontal ou via vertical; vertical é menos frequênte > animal adquirir da mãe via lactação e/ou transplnacentária e/ou latência. Horizontal é a via mais frequente > água, alimentos, lama, pastos, iseminação artificial de touros positivos, coito, leite (inclusive humano). Podendo entrar pela mucosa oral, genital, pele lesada e vasos umbilicais. Durante o abate do animal, na sangria, deve sair a maior parte de sangue possível do animal> mas o consumo da carne mal passada pode correr risco. Geralmente apenas frigoríficos que exportam exigem esse exame. P A T O G E N I A Patogenia Geral da Doença A principal porta de entrada é oral, mas também pode acontecer por via respiratória, conjuntiva ocular, genital e/ou pele lesada Entrando por essas vias, a bactéria vai para os principais linfonodos regionais; e depois ocorre disseminação hemática e linfática.> vai para linfonodos, mas também tem tropismo pelo baço, fígado, sistema reprodutivo como um todo (reprodutivo masculino ou feminino), útero, úbere, articulações. > então nessas regiões pode ocorrer inflamação > em úbere pode apresentar por exemplo como uma mastite que não se cura. Doença na Fêmea Acredita-se que a Brucella tenha tropismo pelo sistema reprodutivo, principalmente útero gravídico e placenta, porque tem um açúcar que pode se transformar em álcool que é rico em eritrol ou eritritol> e acaba induzindo o tropismo. Isso resulta em placentite necrótica que leva ao aborto, ou natimortos ou bezerros fracos. Pode resultar também em retenção de placenta, endometrite e infertilidade (para o resto da vida essa infertilidade > depende da quantidade de tecido que a Brucella causou inflamação). Entretanto, também é bastante comum que a vaca aborte apenas uma vez e, depois, tenha outras gestações > nesse caso é porque o tecido reprodutivo desse animal não foi totalmente acometido > esse animal continua fértil, mas não produz tão bem quanto se não tivesse contaminada. > além disso, provavelmente o animal nasce fraco. A C H A D O S A N A T O M O-P A T O L Ó G I C O S - Bovinos Os achados anátomo-patológicos estão sempre relacionados com inflamação. E essa inflamação pode se apresentar em algumas partes bem agudas, outras subagudas e em outra já crônica. ▪ Inflamação da placenta: aguda, sub-aguda ou crônica. ▪ Inflamação de cotilédones: apresenta exsudato abundante, inodoro (não tem cheiro ruim), amarelo-amarronsado, viscoco e espesso. ▪ Lindonodos mamários podem estar aumentados com inflamação medular. ▪ O feto abortado em necropsia pode apresentar pneumonia fibrinosa; edemas na pele, pericárdio, cordão umbilical; zonas focais de necrose e granulomas nos linfonodos, baço, fígado e rins. > apenas com isso não é possível afirmar que é brucelose. Doença no Macho A doença no macho também causa inflamação aguda do sistema reprodutivo que pode ser apenas no testículo, apenas no epidídimo, apenas nas vesículas seminais ou apenas nas ampolas seminais. Na maior parte das vezes, a doença no macho tem tendencia a cronificação> ou seja, a doença vai ser mais demorada e longa, e na grande maioria das vezes o animal não apresenta sintomatologia. Mas o macho também pode apresentar sintomatologia, como orquite uniou bilateral (com presença de aumento de volume, presença de pus, fibrose ou até mesmo necrose), epididimite, vesiculite e até mesmo infertilidade. As ampolas seminais são como se fossem anexos ao tecido reprodutivo> então se a Brucella estiver restrita a essas ampolas seminais, pode ser que o animal nem apresente anticorpo no soro sanguíneo. > mas o sêmen é positivo > então no exame dito como oficial, o animal se apresenta como negativo, mas na verdade tem a bactéria. Machos não recebem vacina. Não se vacina machos porque a Brucella contida na vacina pode causar alterações no tecido reprodutivo dos machos; Também porque o touro está em menor número da propriedade, então ele serve como sentinela> os testes são feitos em machos e fêmeas; se no macho o teste da positivo, é sinal que muito provavelmente as fêmeas também são positivas. S I N A I S C L Í N I C O S Os sinais clínicos geralmente estão associados a problemas reprodutivos. ▪ O aborto geralmente acontece do 5º ao 8º mês > mas pode acontecer mais no início da gestação também. ▪ Animal pode apresentar febre e apatia (sinais da inflamação). ▪ A maioria dos abortos acontecem no terço final da gestação. ▪ É comum ocorrerem surtos de abortos dentro de um rebanho infectado por Brucelose> geralmente não se vê apenas 1 caso de aborto, se vê vários> principalmente entre dezembro e março – gado de corte-. ▪ Vacas susceptíveis que são introduzidas em um rebanho infectado também podem abortar. > nunca introduzir novo animal ao rebanho sem antes fazer quarentena ▪ Baixa eficiência reprodutiva (machos inférteis). Após o parto ou aborto, as bactérias são eliminadas do útero em poucas semanas, mas o animal permanece portador da doença indefinidamente > acredita-se que o animal fica portador para o resto da vida. Geralmente as vacas abrotam na primeira gestação pós infecção > animal pode abortar outras vezes, mas pode também nunca mais abortar ( mas ainda continua tendo a doença). S I N A I S C L Í N I C O S E M C Ã E S ▪ B. canis: transmissão principal pelo sêmen de um animal infectado > mais comum macho transmitir a fêmea do que o contrário. ▪ B. abortus: transmissão principal via oral (ingestão de alimentos contaminados: leite não pasteurizado ou carne). > cães urbanos que não tem acesso a fazendas e ainda assim são positivos a B. abortus, pode-se desconfiar que os tutores possam ter também. ▪ Alguns animais são assintomáticos Sinais: ▪ Febre, perda de peso, letargia, perda de libido, etc. ▪ Abortamento tardio: 45 a 57 dias. ▪ Lindadenopatia (aumento de linfonodos): retrofaringeo e inguinal ▪ Fêmeas e machos podem apresentar alterações reprodutivas ▪ Discoespongilites: inflamação dos discos intervertebrais.> esse sinal é bem tardio. ▪ Meningites> sintoma neurológico. Não existe legislação que ampere para realizar eutanásia de cães diagnosticados com brucelose. D I A G N Ó S T I C O D A B R U C E L O S E B O V I N A Diretos Aqueles que detectam a presença do agente etiológico: - Isolamento do agente em meio de cultura e identificação bioquímica - Detecção de DNA: por meio de PCR Os testes diretos são lentos e caros; e tem poucos locais que fazem PCR para brucelose. Não são utilizados na rotina. ▪ Para fazer esses exames é necessário ter um laboratório com nível de segurança 3 > crescimento de Brucella. ▪ Diagnóstico Bacteriológico de Brucelose: - deve-se utilizar meio específico para que ocorra o crescimento. - Meio de Farrel: além desse meio ser rico em proteína, é necessário tem antibiótico (como polimixina B,bacitracina, cicloheximide, nistatina, ácido nalidíxico, vancomicina) para não ter crescimento de outras bactérias. - Demora no mínimo 2 semanas nesse caso de Brucella. - O material a ser enviado para esse exame > da vaca: linfonodos (parotídeo, pré- escapular, bronquial, ilíaco interno, supra- mamario), cotilédone, suabe vaginal, baço, leite. > do feto: linfonodo bronquial, conteúdo estomacal, baço, fígado, pulmão, suabe retal. > material deve ser enviado refrigerado ou congelado Indiretos Pesquisa de anticorpos específicos. São baratos, entre 15 e 25 reais o exame de brucelose e tuberculose. São utilizados na rotina. ▪ Diagnóstico sorológico de brucelose: - É uma reação antígeno-anticorpo em resposta a infecção. > animal infectado apresenta anticorpo. - Infecção por brucelas lisas induzem anticorpos anti-brucelas lisas > reação cruzada entre: B. abortus, B. militensis e B. suis - Enquanto infecção por brucelas rugosas induzem anticorpos anti-brucelas rogosas: > reação cruzada entre: B. canis e B. ovis. - O principal antígeno envolvido no teste sorológico é o lipopolissacarídeo que tem ao redor da Brucella. Esse exame é obrigatório para: ▪ Fêmeas bovinas acima de 24 meses que foram vacinadas de 3 a 8 meses de idade; Ex.: um produtor pra comprar um animal então ao transporte, uma fêmea de 18 meses de idade tem que apresentar apenas atestado de vacinação; já uma vaca de 2 anos, tem que apresentar atestado de vacinação e o resultado de exame. > uma fêmea de uns 3 anos de idade não tem que apresentar atestado de vacinação, apenas resultado do exame. ▪ Machos e Fêmeas bovinas que não foram vacinados acima de 8 meses; Ex.: uma fêmea de 18 meses que não foi vacinada, tem que apresentar resultado do exame. Machos não são vacinados! Mas tem que apresentar exame negativo. O diagnóstico sorológico de brucelose é: ▪ Fácil execução e interpretação > mas apenas o Medico Veterinário pode realizar, porque é o profissional responsável. ▪ Rapidez na obtenção dos resultados > cerca de 4 minutos. ▪ Baixo custo (triagem e algumas confirmatórias) > custa cerca de 4 reais > os testes confirmatórios são um pouco mais caros. ▪ Maioria das provas padronizadas internacionalmente; Para que um animal seja considerado doente (positivo), o título se anticorpos em UI tem que ser a cima de 100. O tempo 0, nesse caso, é o mês que o animal foi infectado. O animal infectado tem aumento de título de IgG1 e IgM; e com passar do tempo, ambas vão diminui um pouco, mas mantendo sempre altas (SEMPRE estarão em títulos detectáveis > por toda vida do animal). O tempo 0, nesse caso é o mês em que o animal recebeu a vacina (fêmeas obrigatório vacinar com Brucella aborturs B-19 entre 3 e 8 meses de idade). Tem aumento de IgG1 e IgM, mas depois diminuem ao longo do tempo; e não ficam em títulos detectáveis em testes de diagnóstico a partir de 12 meses. Então uma vaca vacinada com 8 meses de idade, 12 meses depois estará com 20 meses de idade; mas como isso não é uma ciência exata, o exame é obrigatório com 24 meses. Sendo assim, não é possível alegar que um animal a partir de 2 anos de idade teve o exame positivado devido a vacinação porque com 12 meses os títulos de IgG1 e IgM já abaixaram. Diagnóstico Sorológico de Brucelose – Provas Oficiais ▪ Teste de triagem diagnóstica: - teste do antígeno acidificado tamponado (AAT) (Rosa de Bengala) ▪ Teste confirmatório de diagnóstico: - teste do 2-mercaptoetanol (2-ME) (2-Mercaptoetanol + Soroaglutinação lenta) > constituído de 2 testes juntos e após 48 horas se lê os dois juntos. ▪ Teste único ou confirmatório de diagnóstico: - teste de polarização fluorescente (FPA) > pode ser feito único ou como confirmatório. ▪ Teste de referência e para trânsito internacional: - teste de fixação de complemento ▪ Teste para vigilância epidemiológica: - teste do anel em leite (Ring Test) TRIAGEM: Apenas quem pode realizar o Teste do Antígeno Acidificado Tamponado e o Teste do Anel e Leite é o médico veterinário habilitado, ou algum laboratório credenciado ou o laboratório oficial credenciado (geralmente ligado ao órgão do estado ou ao MAPA). CONFIRMATÓRIOS: é quando o animal já passou por teste de triagem (edeu positivo) e agora tem o intuito de confirmar. ▪ Teste do 2- mercaptoetanol > feito em laboratório credenciado ou laboratório oficial credenciado. ▪ Teste de fixação do complemento> que é feito apenas em laboratório oficial credenciado. ➔ Na primeira imagem é uma reação positiva no teste do antígeno acidificado tamponado; então quando tem a presença desses grumos, significa que o soro do animal é reagente (reagiu ao antígeno). Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) ▪ Baseia-se no princípio de que a capacidade de imunoglobulinas de classe M se ligarem a antígenos é marcadamente reduzida em baixo pH, reduzindo dessa forma reações inespecíficas. > o antígeno é acidificado para fazer esse teste. ▪ É um excelente teste de triagem. ▪ Colhe a amostra de sangue e deixa coagular ou utiliza a centrífuga para obter o soro sanguíneo> as amostras podem ser congeladas por até 3 meses - identificação > com placa de vidro, com quadradinhos de 4 por 4cm mais ou menos> colocar 30 microlitros do antígeno + 30 microlitros do soro sanguíneo > homogeneizar por 4 minutos> a formação de grupos indica que o animal está reagente> se não houver formação de grumos -ficar uma massa homogênea- significa que o animal não tem anticorpo anti Brucella. O que é negativo nesse teste é confiável. O positivo nesse exame afirma que o animal tem anticorpos anti Brucella > indicar a eutanásia feita pelo próprio médico veterinário no período de 30 dias; ou enviar nesse prazo para o frigorífico para o abate; ou ainda, no caso, por exemplo de apenas 1 de 40 animais for positivo: isolar animal e depois fazer novo teste confirmatório (pode ser o 2- mercaptoetanol) Independente da medida a ser tomada após a positivação, é obrigatória a notificação ao órgão de defesa agropecuária do estado no prazo de 24 horas. E no caso da eutanásia ou abate em frigorífico – dentro de 30 dias- marcar o animal na face direito com P. Soroaglutinação lenta e 2-Mercaptoetanol
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