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Clinica de grandes animais I

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Profª Nicole e Melina – Clínica de Grandes Animais /Aula: Semiologia Geral Data: 17/02/2020
Clínica médica: 
- Em alguns casos a cura pode ser dada através do tratamento; fechar diagnóstico passa a ser uma obrigação e a partir disso se fala do prognóstico.
- Tratamento (possibilidades) – só serão indicados quando se sabe o que o animal tem.
Diagnóstico:
- Não deve ser precipitado e nem tardio, mas pode ser duvidoso;
- Ter paciência e calma; fazer uma boa anamnese/levantamento de histórico;
- “Erros” comuns de diagnóstico:
· Anamnese incompleta ou falha;
· Exame físico superficial ou feito sem minuciosidade (ex: linfonodo aumentado que passou despercebido ou uma mucosa ictérica);
· Conhecimento inadequado dos exames disponíveis;
· Impulso em tratar antes de estabelecer um diagnóstico correto.
Quem serão nossos pacientes?
- Classe: mammalia (mamíferos);
- Glândulas mamárias para alimentarem filhotes;
- Pelos e/ou glândulas sudoríparas para termorregulação;
- SN altamente diferenciado.
Clínica médica:
- Classe: mammalia – possui várias ordens;
- Animais com cascos divididos em 2 ordens:
· Artiodáctilos: cascos com número par de dedos. Ex: FAMÍLIA – Bovidae. (Ex: bovinos, caprinos, ovinos, camelídeos)
· Perissodáctilos: cascos com número ímpar de dedos. Ex: FAMÍLIA – Equidae. (Ex: equino, anta)
Definição e Terminologia:
- Expor com clareza e exatidão os caracteres genéricos diferenciais de uma coisa;
- Estudo de vocábulo de uma ciência ou arte; nomenclatura peculiar de uma ciência;
- Resposta protetora localizada provocada por lesão ou destruição tecidual, que serve para destruir, diluir ou bloquear o agente lesivo e o tecido lesado; caracterizado agudamente por: dor, calor, rubor e tumor.
 
	
Introdução:
- Semio = sinal
- Logia = estudo
“ Informações obtidas a partir de histórico e exames que conduz a elaboração de hipóteses/suspeitas diagnósticas”
Classificação de sintomas:
A) Locais: quando o sintoma condiz com o local (sintoma local).
- Ex: Queixa principal: cavalo mancando - (há grande chance de ser uma alteração ortopédica, cujo o sintoma é uma locomoção anormal do animal).
 
- Ex: Queixa principal: vaca produzindo leite com pus e diminuição da taxa de produção leiteira - alteração local. 
 **teto ulcerado/cheio de ferida**
- Ex: Queixa principal: quando o animal deita ele sangra - há um tumor/aumento de volume; toda vez que raspa a região ele sangra, a princípio parece ser algo localizado; sintoma condiz com o local.
B) Gerais: tem algo alterado, mas que não dá para remeter diretamente ao sistema que está envolvido.
- Ex: Queixa principal: cavalo deitado por bastante tempo (pode ser: fratura em membro posterior, cólica/dor abdominal, dor no casco);
- Ex: Queixa principal: vaca deitada/estirada no meio do feno, que não está comendo e nem ruminando (pode ser: hipocalcemia pós-parto, fratura de coxal, alteração neurológica que impede sua locomoção);
Não há como afirmar que é um problema digestivo/metabólico; tem algo alterado, mas que não dá para remeter direto ao sistema que está envolvido.
C) Principais: indica qual é o sistema acometido, mas tem que examinar o animal e se certificar que é mesmo).
- Ex: Queixa principal: cavalo com tosse e/ou coriza (pode ser: problema/alteração em trato respiratório, neoplasia em seio nasal);
- Ex: Queixa principal: cavalo mancando (pode ser: alteração ortopédica ou musculoesquelética, neurológica);
D) Patognomônico: apresenta sinais clássicos de determinada doença.
- Ex: Queixa principal: animal com hiperexcitabilidade, protrusão de 3º pálpebra, calda em bandeira, quadrantes abertos, histórico de ferida e sem vacinação = TÉTANO.
Semiologia geral:
- Estabelecer um padrão de exame clínico para auxílio à Clínica Médica.
- Critério individual (conduta própria), mas que englobe todos os meios semiotécnicos e procedimentos necessários.
Exame clínico - composto por:
· Anamnese/histórico;
· Exame físico – para avaliar estado geral do animal naquele momento (FC - 3º 4º e 5º espaço intercostal do lado esquerdo), FR (pode contar só observando o animal, ou no parênquima o murmúrio vesicular, ou na região de traqueia – em bovinos mais próximo da garganta), olfação (capacidade individual e pouca desenvolvida – ex: miíase, necrose, fezes, refluxo), mucosas, temperatura, motilidade, desidratação). 
Identificação e Anamnese:
- Identificação do animal;
- Ficha clínica: nome, tutor, sexo, idade, peso, espécie e raça, número de registro ou chip, resenha.
- Histórico e Anamnese:
· História pregressa/passado;
· História atual ou reclamação/queixa principal.
Obs: Demonstração de cálculos em intestino grosso do cavalo = enterólitos; dificilmente tem relação congênita, tem mais haver com dieta (demora anos para se formar).
Anamnese:
- Perguntas mais comuns para animais de companhia:
1) Queixa principal;
2) Quando começou?
3) O animal defecou? Normal/pastosa/consistente;
4) Urinou? Normal/frequência/quantidade;
5) Tem apetite?
6) Vacinado? Vermifugado? Quando?
7) Rotina do animal.
- Análise do tutor, geralmente apresenta bastante detalhes.
- Tratamento individualizado.
- Perguntas em locais onde há concentração de animais:
1) Queixa principal;
2) Quando começou?
3) Quantos animais estão acometidos?
4) Esta queixa já aconteceu outras vezes na propriedade?
5) Manejo da propriedade? Sanidade, vermifugação, vacinação, responsável.
Dicas:
- Trabalhar com amostragem...
- Pensar em custo/benefício.
Ficha de atendimento Médico Veterinário: 
Meios/métodos semiotécnicos: são os 5 sentidos; sinais primitivos que nos ajudam a chegar no diagnóstico.
A) Inspeção: 
- Direta (não utiliza nenhum instrumento) e/ou indireta (utilização de algum instrumento);
- Estado de consciência - varia de acordo com a espécie – cavalo e vaca respondem ao ambiente o tempo todo; (ex: cavalo com mastigação discreta ou que não se afasta quando vc se aproxima = aceita sua aproximação/te aceita no grupo dele; cavalo com orelha para trás, garupa baixa e nariz repuxado = não está gostando da aproximação; vaca que permite a aproximação = te aceita no meio, logo, a manipulação fica mais fácil);
- Postura (cavalo fica em pé na maior parte do tempo; a vaca costuma comer bem, sentar em algum lugar confortável e ruminar por horas);
- Locomoção: está se movendo normalmente? Tem ataxia? Claudica?
- Condição física e corporal (o animal está obeso ou caquético? / Cavalo obeso não produz sêmen de qualidade e não tem bom rendimento no esporte; os extremos são ruins);
- Pelo (higiene, manejo);
- Características respiratórias: está apresentando esforço respiratório?
B) Palpação: 
- Direta (pressão, tato - não utiliza nenhum instrumento) e/ou indireta (utilização de algum instrumento – sondas, pinça de casco, etc);
- Consistências observáveis: 
· Firme; 
· Dura;
· Mole;
- Tipo de conteúdo: 
· Pastoso;
· Crepitante;
· Flutuante.
- Temperatura: 
· Quente (remete à inflamação);
· Frio (remete à necrose).
C) Auscultação:
- Indireta (utilização de algum instrumento – ex: estetoscópio);
- Sons fundamentais:
· Cardíacos: sons ou bulhas;
· Respiratórios: laringo-traqueal propagado e murmúrio vesicular;
· Intestinais: borborigmos ou descarga cecal (equinos), rolamentos ruminais/contração ruminal (ruminantes).
D) Percussão: 
- Direta (realizada com os dedos - não utiliza nenhum instrumento) e/ou indireta (utilização de algum instrumento – dígito digital e martelo-pleximétrica);
- Sons fundamentais:
· Claro (é o esperado);
· Timpânico (som de gases);
· Maciço (som preenchido por algum conteúdo).
E) Olfação: 
- Direta (não utiliza nenhum instrumento);
- Capacidade individual e pouca utilizada;
- Odores:
· Normal (líquido ruminal –cheiro de “chá”);
· Inodoro (água);
· Fétido (fezes, necrose, bicheira);
· Azedo (próximo do cítrico - arde).
Exames complementares: podem ser solicitados quando já se tem uma suspeita diagnóstica.- Exames laboratoriais:
· Hemograma (série branca e vermelha);
· Sorologia (principalmente para doenças infecto contagiosas);
· Urinálise (alteração renal);
· Cultura e Antibiograma (qualquer secreção que provavelmente tenha infecção).
- Exames de imagem:
· RX;
· Ultrassom;
· Endoscopia;
· Cintilografia, tomografia, RM de membros.
***Aviso para a próxima aula***
- No dia 02/03 a aula será no laboratório (2º andar) – levar pijama e fazer a leitura do 1º capitulo do Livro de Semiologia Geral.
Clínica de Grandes Animais ----------------------------- Aula Prática -------------------------- 02/03/2020
Quando vamos investigar o paciente, geralmente o histórico e anamnese serão dados pelo proprietário e os sinais iremos coletar do animal, que são: 
- Visão (Inspeção) – conseguimos visualizar score, lesões (presença ou não, se tem secreção ou não, importante tentar descrevê-la).
- Palpação – Toda vez que eu utilizar um objeto pra me ajudar a realizar esse meio semiotécnico classifico como indireto. Nessa palpação posso encontrar algo firme, duro ou mole. Quanto ao coteúdo posso classifica em flutuante, pastoso ou creptante.
- Tempertatura – na maioria das vezes é feita via palpação, podem ser quente ou frio.
Percussão – Faz percustir esse som e classificar em timpânimo, maciço ou claro/submaciço. Quando tem acumulo de gás, tem um som metalizado é timpânico; quando o som parece estar preenchido é maciço e o intermediário entre timpânico e maciço é o submaciço/claro.
Auscultação – em grandes animais se ausculta movimento ruminal, descarga ileiocecolica ou cecocolica (cavalo), cardíaca e respiratória em traqueia (larigeotraqueal) ou pulmonar (tem murmúrio vesicular – uma plura deslizando na outra).
Olfação – Azedo, inodoro (sem cheiro), fétido, suigeneres (cheiro característico daquela secreção).
1ª Estação: Palpação
 
Pastoso esqueceram de colocar na prática, mas um
exemplo seria edema que apresenta sinal de Godet 
positivo (quando pressiona e fica a marca do dedo)
2ª Estação: OLFAÇÃO
 
3ª Estação: INSPEÇÃO
4 Estação: AUSCULTAÇÃO
1º Trato gastrointestinal – Descarga ileosecal
2º Trato gastrointestinal – exemplo do cano largo e cólon (quanto maior a largura, mais alto será o som).
3º Trato gastrointestinal – parece que tem mais líquido dentro – Delgado, tem mais líquido que no cólon, mas o som é mais baixo.
4º Trato gastrointestinal – Descarga ruminal/incompleta ou rolamento (porque quando o alimento – partículas pequenas - chega no rúmen, vai pro retículo, omaso e abomaso em rolamento e as partículas grandes voltam pra boca pra serem ruminadas).
5º Larigotraqueal
6º Pulmonar (sempre começa com auscultação pulmonar). Quando tem estenose escutamos o sibilo (chiado) e quando tem secreção é um som crepitante/grosseiro.
7º Cardíaco
5ª Estação: PERCUSSÃO
Posso utilizar meio direto (com as mãos) ou indireto (martelo e plexímetro ou com plexor e plexímetro)
 
Classificamos as coisas, porque utilizamos isso na rotina. Na auscultação por exemplo, podem ter variações individuais, o ambiente atrapalha, o temperamento do animal atrapalha, etc.
Ações Profiláticas em equinos										16/03/2020
Profilaxia = prevenção; além de vacinação e vermifugação, inclui medidas de manejo adequado (não só do animal, mas também do ambiente)
Medicina curativa – animal adoeceu e precisa ser tratado
Medicina preventiva – o que fazer para evitar que o animal adoeça
- é comum na medicina de equinos que o veterinário faça visitar regulares à propriedade para se assegurar que o animal está bem, como está o ambiente, qual o estado geral deste animal, para evitar e prevenir doenças; a prevenção é sempre mais barata do que a medicina curativa
- uma das profilaxias conhecidas é a vacinação, que é realizada para as principais doenças infecciosas, reduz a morbidade (taxa de animais de adoecem por aquela doença) e a mortalidade (taxa de animais que morrem por aquela doença)
Todo animal pode ser vacinado? Não, o pré requisito básico para vacinar um animal é que ele esteja saudável, esteja livre de qualquer doença, uma vez que a vacina possui o patógeno da doença atenuado ou morto para estimular o sistema imune do animal e quando ele tiver contato novamente com essa doença, tenha uma resposta de defesa mais rápida; se o animal não estiver saudável e o sistema imune dele for desafiado, ele não irá produzir anticorpos para a doença , além de dificultar que o sistema imune dele combata a doença que ele já apresenta (dinheiro jogado fora com a vacina, ou na pior das hipóteses, o animal pode inclusive contrair a doença para a qual foi vacinado)
Toda vacina é 100% confiável? Nenhuma vacina é 100% confiável, o sistema imune do animal é desafiado com a vacina, mas não é possível garantir que a resposta foi criada (pode ser confirmado através de exame de sorologia)
- não adianta vacinar ou vermifugar o animal, e não ter um manejo ambiental correto
Raiva
- pode ser classificada como raiva urbana ou raiva rural, mas na realidade trata-se do mesmo vírus (RNA, do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae); essa divisão é realizada pois quando o vírus é estudado e é feito o isolamento viral, é possível identificar da onde ele é originado, quando se fala em raiva rural, significa que parte do vírus provavelmente veio de um herbívoro (equino/ruminante) e a raiva urbana normalmente foi transmitida por um animal doméstico (cão/gato)
- diz-se que o vírus da raiva está controlado no ambiente urbano, mas a raiva nunca será erradicada pois os hospedeiros definitivos são os animais silvestres que não podem ser vacinados
- todos os mamíferos são hospedeiros da raiva; nos equinos a raiva é considerada em sua fase terminal/acidental, justamente pela atitude desses animais, que são presas e não predadores, mas ainda assim podem transmitir a raiva
- nos cavalos a maior incidência de transmissão é pelo morcego hematófago (Desmodus rotundus); morcegos frutíferos também transmitem, já que também são mamíferos, mas no caso da raiva rural o hematófago é o que mais transmite
- vírus da raiva é 100% fatal para todos os mamíferos (há 1 ou 2 casos de cura, mas não se pode dizer que não seja fatal); é uma doença progressiva que vai piorando o quadro do animal com alterações neurológicas, e em 7 a 14 dias o animal morre
Obs.: se um humano é mordido ou há suspeita de contágio, podem ser aplicadas 3 doses de vacina anti-rábica no instituto Emilio Ribas; já quando o animal é mordido, o animal será tratado para os sintomas, mas não é feita essa vacinação 
- a raiva é diagnóstico diferencial para qualquer alteração neurológica no cavalo (o vírus tem tropismo por células do sistema nervoso, o animal pode apresentar agressividade, mas nem sempre); deve se certificar se o animal foi vacinado contra raiva na anamnese; se há suspeita de que um animal contraiu raiva, o animal precisa ser isolado; a doença é progressiva, o quadro vai piorando, e o curso natural da doença é de 7 a 14 dias, quando o animal vem a óbito
- é uma zoonose, por isso a importância da profilaxia; é uma doença de notificação obrigatória 
Obs.: site do OIE (world organization for animal health) traz informações de como o virus se comporta no momento, sua incidência em cada país, etc
- a primovacinação nos cavalos acontece aos 5 meses (média de idade do desmame do potro); os potros ingerem colostro, que é a base do sistema imune deles, e o colostro possui uma série de imunoglobulinas, se o animal for vacinado antes dos 5 meses, quem vai atacar a vacina serão as imunoglobulinas inespecíficas transmitidas pelo colosto, o sistema imune do animal não estará sendo estimulado para criar a resposta de defesa
- vacinação contra a raiva deve ser anual, mas quando notificada em áreas endêmicas (grande incidência de casos), ela passa a ser semestral
- dose de 2 ml por via intramuscular independendo do tamanho do animal (para certas marcas, mas sempre observar a bula par confirmar a dose)
 
Tétano
- nome vem de tetania, originada por umatoxina causada pelo Clostridium tetani (presente nas fezes do animal, e portanto no ambiente a todo momento)
- trata-se de neurotoxina que causa rigidez muscular
- o clostridium é um anaeróbio facultativo, e toda vez que há uma ferida perfurante (comum acontecer na região do casco), a bactéria consegue se proliferar e produzir a toxina; uma vez que há uma neurotoxina circulante, diz-se que está instalado o tétano
- doença de prognóstico reservado, tem alta taxa de morbidade e de mortalidade
- doença com alterações patognomônicas: protusão de terceira pálpebra, rigidez muscular, posição em cavalete e cauda em bandeira; causa também hiperexcitabilidade (cavalo se assusta com barulhos mais altos, focos de luz, etc); 
- por conta da tetania, o animal vai apresentando dificuldade para se manter em pé (cavalo deitado não respira direito, não defeca direito, etc), dificuldade para mastigar alimentos, e geralmente a mortalidade acontece por conta da paralisia do músculo diafragma, o animal não consegue respirar
- pode ser curado se diagnosticado de forma precoce (tratamento com antibiótico, relaxante muscular e soro antitetânico; durante o tratamento, deve-se evitar muito barulho e luminosidade); se o animal for vacinado, a chance de contrair tétano diminui consideravelmente; a vacinação deve ser anual
- soro antitetânico é usado com frequência na rotina clínica (cavalo com ferida aberta, sem histórico de vacinação; muitas vezes até mesmo após uma cirurgia é recomendada a administração do soro por conta da ferida cirúrgica)
Obs.: na vacina ocorre a inoculação do patógeno (enfraquecido ou morto) ou parte do patógeno no animal, a doença está sendo apresentada para o sistema imune do animal, e espera-se que ele apresente resposta imune, se o animal fizer frente à esta doença novamente, espera-se que a resposta imune seja mais rápida uma vez que ela tem memória (trata-se de uma prevenção); o soro neutraliza determinada toxina ou patógeno, ele não produz memória no organismo (já existe toxina circulante e quer que seja neutralizada
Encefalomielite por Alfavirus
- no Brasil as mais comumente observadas são a Encefalite equina do Leste (EEE) e Encefalite equina do Oeste (WEE), há suspeita da presença da Encefalite equina venezuelana, mas enquanto não for totalmente confirmado, os animais não podem ser imunizados, desta forma eles viram sentinelas; fazem parte do grupo das Arboviroses (transmitidas por vetores que são artrópodes/mosquitos; vírus mantido primariamente nos animais silvestres)
- por ser uma arbovirose, tem influência sazonal (maior incidência em clima quente, locais tropicais, etc)
- trata-se de zoonose
- faz parte da lista de doenças de notificação obrigatória (PNSE – programa nacional de saúde dos equinos), e são doenças de vacinação obrigatória (muito embora no Brasil não exista um calendário formal de vacinação obrigatória, para que sejam emitidos alguns documentos do animal, é necessária apresentação da comprovação do protocolo de vacinação adotado para os animais)
- nos EUA a encefalomielite equina do leste é a mais severa, estimando letalidade de 80-90% nos animais e 65% em humanos
- no Brasil os vírus leste e oeste foram isolados em equinos, aves e nos mosquitos (vetores); os silvestres são normalmente assintomáticos, são apenas os hospedeiros definitivos da doença
- encefalomielite Equina Oeste (WEE): EUA e Canadá, com letalidade de 3-4% em humanos e animais maior que 50%; no Brasil o vírus foi isolado
- só podemos vacinar para um determinado tipo de encefalomielite uma vez que fique comprovada a existência do vírus no país (a venezuelana ainda não foi relatava no Brasil, por isso não se vacina para ela)
- vacinação realizada aos 5 meses e reforço aos 6 meses, depois disso a vacinação é anual
Influenza
- vírus da gripe equina, altamente contagioso por aerossóis e contato direto com mucosas e secreções
- tem alta taxa de morbidade por ser muito contagiosa (mais comum em locais com grande concentração de animais)
- em hípicas e centros equestres a vacinação costuma ser semestral, justamente para evitar que o vírus se alastre com facilidade
- primovacinação aos 5 meses, reforço com 6 meses; em locais com alto risco de contaminação, deve ser repetida a cada 6 meses (alguns lugares chegam a ter o cuidado de vacinar a cada 4 meses)
- se o animal não é mantido em grandes concentrações, a vacinação pode ser anual
Herpes vírus equino
- 9 tipos descobertos nos equídeos em geral, mas a 1 e a 4 são as de maior relevância; são associadas a alterações de trato respiratório e abortos em éguas (maior preocupação na equideocultura)
- transmissão por contato direto (secreções) ou indireto (fômites)
- primovacinação aos 4 meses (pode ser com 5, depende da logística de desmame e vacinação da propriedade) e reforço após 1 mês; após vacinação semestral (pensando em afecções de trato respiratório); pensando em abortos, o protocolo é realizar reforços de vacinação no 5º, 7º e 9º mês de gestação da égua gestante
Observações
- veterinário começou a atender nova propriedade com animais adultos, não sabe o histórico de vacinação dos animais, pode vaciná-los desde que estejam saudáveis, e iniciar o protocolo de vacinação (vacina, um mês depois faz o reforço, e depois entra no protocolo específico de cada vacina – semestral ou anual)
- cavalo novo adquirido, o ideal é que passe por quarentena (1 semana), fazer o protocolo de vacinação inicial e apenas então introduzir ao plantel (a menos que tenha certeza que o animal é devidamente vacinado)
- exemplo de vacina polivalente: tríplice, vacina contra encefalomielite, influenza e tétano
- vacina contra raiva na maioria das vezes é separada
- não existe calendário de vacinação obrigatório para ruminantes, mas para emitir GTA (guia de transito animal), passaporte, manter o animal em centros de treinamento, haras e hípicas, é necessário apresentação do atestado de vacinação
Modelo de protocolo de vacinação a ser utilizado para encefalomielites e influenza
Vermifugação
- dependendo da intensidade da infestação de vermes, os cavalos podem vir a adoecer/apresentar alterações clínicas
- grupo nematoide = verme redondo
- grupo cestoide = verme chato
- animais que vivem a pasto comem aonde defecam, o que faz com que a reinfestação seja muito mais elevada comparada às outras espécies; dificilmente algum animal não vai apresentar nenhum tipo de verme no trato intestinal
- fatores que influenciam na escolha do vermífugo: idade, estado nutricional, grau de exposição aos parasitas (criação extensiva/intensiva), clima
- existem diferentes estratégias de controle, que irão alternar o princípio ativo e a composição do produto
- no mundo ideal, o correto seria vermifugar apenas os animais que apresentam níveis altos de infestação por vermes, e saber qual é o verme predominante para então administrar o vermífugo adequado, mas nos animais de criação extensiva isso é inviável; a aferição dos níveis de infestação de animais é feita através de exame coproparasitológico; nos equinos existe uma quantidade de verme que é considerada aceitável, não fará o animal apresentar manifestações clínicas (de 300 a 400 ovos por grama de fezes)
- nos animais de criação extensiva utiliza-se protocolo de vermifugação dos animais, o que faz com que criem resistência à verminose ou que sejam vermifugados sem necessidade
- potros costumam fazer coprofagia das fezes da mãe; no cavalo isso não é considerado um desvio de comportamento, mas sim uma boa coisa, é considerada transição da alimentação exclusiva de leite para uma alimentação sólida; ele come as fezes da mãe para formar sua microbiota intestinal
Protocolo de vermifugação
- animais adultos que vivem à pasto devem ser vermifugados a cada 60 ou 90 dias
- o cavalo apresenta maior quantidade de vermes nematoides, que são os redondos, e que são sensíveis às ivermectinas (Moxidectin – 0,4mg/kg – cada 90 dias ou Ivermectina –0,2mg/kg – cada 60 dias)
- como a incidência de vermes chatos é menor, intercala-se com as ivermectinas, os vermífugos para vermeschatos (Palmoato de Pirantel –6,6mg/kg – pelo menos duas vezes ao ano, principalmente nos animais jovens ou Praziquantel –2,5mg/kg – normalmente associado à Ivermectina)
Exemplo de protocolo: para vermes redondos, o potro vai tomar vermífugo do grupo das ivermectinas no primeiro mês de vida e mensalmente até desmamar (pq faz coprofagia e tem maior reinfestação), depois que desmamar, a cada 60 dias, toma uma dose, depois de 60 dias outra dose; na próxima, ao invés de dar alguma ivermectina, irá utilizar algum princípio ativo que sirva para vermes chatos (palmoato de pirantel ou praziquantel), depois volta para ivermectina, e assim vai seguindo o protocolo; basicamente o protocolo seria proteger a cada 60/90 dias contra nematoides, e a cada 6 meses contra vermes cestóides
- cuidado com marcas que utilizam concentração menor do que a indicada na literatura, deve se atentar para a marca para verificar qual a dose preconizada para determinados vermífugos
- se a criação for extensiva, uma boa saída também é realização do exame coproparasitológico por amostragem nos animais para tentar ser mais assertivo na escolha do protocolo de vermifugação
- não adianta apenas realizar a vermifugação, já que o ciclo dos vermes está muitas vezes relacionado ao ambiente; um manejo adequado é fazer rodízio de pastagem, limpeza de baia e escolher esterqueiras adequadas (lugar onde são depositadas as fezes do cavalo).
Ações profiláticas em ruminantes
- os ruminantes são animais de produção, a abordagem é diferente dos animais de valor afetivo, por isso leva em consideração os custos envolvidos na profilaxia para avaliar quais ações valem a pena para evitar as doenças; nem sempre é viável fazer tratamentos em animais de produção, deve pensar no valor do produto que aquele animal oferece (ex.: qual o preço do litro do leite, compensa tratar aquela vaca leiteira? O tratamento vai fazer com que o leite seja descartado? Mais um motivo para não tratar o animal), muita vezes acaba optando pelo abate do animal 
- o manejo sanitário leva em consideração o hospedeiro, o agente infeccioso e meio ambiente onde o animal se encontra (onde o animal está instalado, o sistema de criação é intensivo ou extensivo? Qual é a rotina do animal? Tudo isso deve ser levado em consideração para escolher a forma de manejo para controlar eventuais doenças/problemas que possa vir a aparecer)
- os animais criados de forma intensiva geralmente estão mais suscetíveis à doenças relacionadas ao manejo ambiental do que os criados de forma extensiva; é importante observar a higiene das instalações, as condições térmicas, etc
Obs.: animais com a boca aberta, em posição ortopneica, pensar em estresse térmico ou afecção respiratória
Conceito iceberg – os animais da ponta do iceberg são os que estão apresentando sinais clínicos da doença, mas devemos pensar que podem existir animais que não estão apresentando sinais da doença (casos subclínicos) mas já têm a doença, por esse motivo é necessária a realização de exames mais específicos para identificar a doença nesses animais que não apresentam a sintomatologia
Importância da profilaxia: prevenção de doenças (se não tiver a doença no rebanho), controle de doenças (se já tiver doença presente no rebanho) e erradicação da doença (para eliminar a doença no rebanho)
Manejo Sanitário = conjunto de medidas cuja finalidade é proporcionar aos animais ótimas condições de saúde
Profilaxia = conjunto de procedimentos adotados visando a prevenção da doença em nível populacional
Tratamento = envolve custos com medicamentos, honorários profissionais, perdas produtivas e risco de óbito, que devem ser levados em conta para escolhas de manejo e de profilaxia
Profilaxia:
- Medidas de prevenção (evitar a introdução de doenças nos animais da propriedade)
· Saneamento (higiene do ambiente em que o animal se encontra)
· Instalações de quarentena (ambiente isolado, longe das instalações onde ficam os demais animais, muito difícil de ver na prática, as propriedades não aplicam na realidade); grande parte das doenças dos ruminantes acontecem na compra e venda de animal, justamente pela falta da quarentena
· Estruturar calendário zoosanitário, de vacinação
· Educação sanitária: conscientizar o produtor e os funcionários sobre as doenças
· Destruição de cadáveres: é necessária a existência de vala de descarte/vala sanitária (já que nem sempre é possível fazer a incineração dos animais mortos), que seja longe do local onde os animais ficam; evitar disseminação de possíveis doenças infecto contagiosas
· Manejo de animais gestantes e no momento do pré-parto e do parto, tanto com relação à vacinação e vermifugação, quanto com relação ao piquete em que ficam, que deve ser próximo à casa do tratador para que ele acompanhe mais de perto o animal, chame um médico veterinário se necessário, etc
· Manejo dos neonatos (no caso de vacas de leite, o neonato é separado rapidamente da mãe após ingestão de colostro
· Controle de mastite
· Manejo de cascos
- Medidas de controle (evitar a disseminação da doença já existente na propriedade para o rebanho)
· Isolamento do animal infectado, principalmente se tratando de doença infecto contagiosa para evitar a sua disseminação
· Desinfecções das instalações onde o animal doente transita ou fica
· Interdições no caso de algumas doenças de notificação compulsória (fica proibida a entrada e saída de animais, por exemplo no caso da febre aftosa)
· Notificações no caso de doenças de notificação compulsória
· Diagnóstico precoce: tratador é quem tem contato diário com o animal, e o ruminante é muito rústico, demora para demonstrar que está doente; ficar atento aos números de produtividade (diminuição na produtividade do animal indica algum problema), à ingestão de alimentos (se diminui ingestão de alimento também é indicativo de algum problema, e reflete na produtividade)
· Destruição de cadáveres
- Medidas de erradicação (diminuir os efeitos das doenças quando essas não podem ser evitadas; reduzir o número de animais doentes)
· Diagnóstico e descarte (eutanásia) de animais positivos; nem sempre é possível, dependendo do percentual do rebanho afetado (pode dividir o rebanho em lote positivo e lote negativo em algumas doenças, mas na febre aftosa não pode, por exemplo)
· Eliminação de vetores: no caso de doenças transmitidas por vetores (ex.: raiva = fazer controle de morcegos)
Como saber se o manejo sanitário está deficiente? Observando os animais e as informações/reclamações dos produtores. Se o manejo estiver deficiente, irá observar aumento das taxas de morbidade; aumento da taxa de mortalidade dos animais; diminuição da taxa de crescimento dos animais e menor produtividade, tudo isso contribuindo para que o produtor tenha menor lucratividade; nesse caso, precisa ser repensado o manejo e as medidas de profilaxia da propriedade
Obs.: Taxa de morbidade = taxa de doença/infecção; Taxa de mortalidade = taxa de morte
Controle de ectoparasitas
1) importante a escolha do produto adequado ao combate da população de carrapatos de cada propriedade (nem sempre o medicamento que funciona para os animais de uma propriedade, serve para a outra); evitar o uso indiscriminado de carrapaticidas para evitar que crie resistência aos medicamentos
2) deve procurar combater os ectoparasitas quando estiverem em menor número, portanto, existe a época correta de aplicação dos medicamentos
O pico do gráfico, em F3, indica o momento de máxima infestação dos animais, que é no outono; o controle estratégico significa fazer a aplicação do medicamento no animal na época mais adequada, um pouco antes do pico de infestação, ou seja, deve ser feito tratamento preventivo; se o tratamento for feito na primavera e verão, quando chegar no outono o pico não será tão grande; na primavera e verão é quando existe maior quantidade de parasita no ambiente
3) doses individuais para cada animal, de acordo com o seu peso (se não tiver balança na propriedade, utilizar fita que mede a circunferência do tórax para estipular o peso do animal); a sobredosagempode ser tóxica para alguns animais
4) os carrapaticidas são venenos, deve pensar na proteção para o animal levando em consideração a dose correta, e a proteção do operador, que deve usar EPI’s (luva, máscara, etc)
5) maneiras de administração de carrapatcidas: pour on (fazer uma linha do produto no dorso do animal), bombas de aspersão (mochilas com a diluição do medicamento, tem uma mangueira que vai liberando o produto que deve ser passado por todo o corpo do animal), chuveiros de aspersão (animal passa em um corredor com os chuveiros, banheiras (contendo o medicamento diluído no seu interior, o animal passa por dentro dela para aplicação do produto) ou injetável (administração subcutânea); para cada maneira de administração deve ser levada em consideração a concentração adequada; nas bombas e chuveiros de aspersão, atentar para o fato de que o produto deve ser colocado no corpo todo do animal, não apenas no dorso; atentar para faze a contenção adequada dos animais; aplicação deve ser feita no sentido contrário dos pêlos, e normalmente as soluções são oleosas para melhor fixação no corpo
6) animais aspiradores, são animais recém tratados que 
devem voltar às pastagens para tratar o ambiente
7) atenção aos animais de “sangue doce”, são mais suscetíveis e responsáveis pela recontaminação das pastagens, eles devem ser tratados com maior frequência (normalmente a aplicação é realizada a cada 21 dias, mas esses animais de sangue doce podem necessitar tratamento com maior frequência)
8) avaliar o desempenho do medicamento que está sendo utilizado (testar a sensibilidade dos carrapatos o medicamento pelo menos a cada dois anos, ou de acordo com a necessidade); se o medicamento não estiver mais fazendo efeito, deve ser trocado para outro princípio ativo
9) cuidado com os forasteiros, já que animais recém chegados podem trazer consigo infestações; o ideal seria fazer isolamento de 30 dias para animais recém inseridos no rebanho; se possível realizar o tratamento antiectoparasitário na origem, antes do animal chegar na propriedade
10) evitar infestações mistas (no caso de criações conjuntas, por exemplo criar bovinos com equinos); normalmente os carrapatos são espécie específicos, mas dependendo da quantidade no ambiente, eles podem subir em outros hospedeiro
Verminoses
No controle de verminoses, existem 3 tipos de tratamentos que podem ser realizados:
 - Tratamento curativo: baseado no aparecimento de sintomas, tratamento do animal que apresenta os sintomas da verminose
- Tratamento supressivo: realizado em intervalos determinados, procura evitar quadros de verminose; não é feito exame prévio, não há sintomas da doença, etc
- Tratamento estratégico: é o mais utilizado, baseado no comportamento do parasito, tratar todos os animais que apresentam manifestação clínica para aquele determinado parasito; ex.: Haemonchus Contortus, é o principal parasita dos pequenos ruminantes e 100% dos pequenos ruminantes possuem esse parasita, mas muitas vezes o parasita está em harmonia com o hospedeiro e o animal não apresenta sintomatologia; será tratado o animal que tem o parasita e apresente sintomatologia (ex.: animal que apresente anemia será tratado)
- o pasto tem que estar na altura da canela do bovino, pois se estiver muito baixo, o animal irá ingerir grama com fezes, onde estão os ovos dos vermes, e poderá acabar se contaminando mais facilmente
- o nível de parasitas nas pastagens ao longo do ano é inversamente proporcional ao nível de infecções parasitárias nos animais; enquanto tem maior quantidade de parasitas nas pastagens há uma menor quantidade de infecção nos animais; normalmente o maior problema de parasitoses ocorre no período seco, existe escassez de pastagem e o animal come mais rente ao chão; na época das chuvas, como os parasitas são bem resistentes ao calor e à água, há o favorecimento para que fiquem no ambiente 
- o tratamento contra verminoses deve ser realizado antes do pico de infecções; o controle de verminoses deve ser feito em 3 etapas: a primeira para eliminar os parasitas da estação anterior, a segunda para eliminar os parasitas da estação seca que sobreviveram à primeira dose e a terceira para diminuir a carga parasitária que vai sair nas fezes do animal e reduzir a contaminação das pastagens
- cada propriedade adotará o protocolo mais adequado para ela, mas um exemplo a ser utilizado para bezerro de leite pode ser: vermifugação aos 30 dias e repetir a cada 90 dias até completar 1 ano (nesse momento o animal está mais suscetível à doenças em geral, inclusive verminoses); depois mantém a vermifugação no período seco conforme o gráfico demonstra
- em vacas prenhes, de 30 a 60 dias antes do parto ela é retirada da produção (começa seu período de secagem do leite), e é nesse momento que ela será vacinada (para poder passar anticorpos via colostro para a cria) e vermifugada 
Controle de Verminoses em pequenos ruminantes
- elevados índices de mortalidade nos pequenos ruminantes devido a quadros de anemia, portanto, quando a verminose não é controlado no rebanho, existem altas perdas e prejuízos para a produção
- por esse motivo é importante ter estratégia e plano de monitoramento, para o uso racional dos antiparasitários
- serão tratados os animais que apresentam sintomatologia (animais que não estão em harmonia com os parasitas); a sintomatologia mais evidente nos quadros de verminose é a anemia
- a triagem dos animais que passarão ou não por tratamento é realizada através do método famacha, que consiste na avaliação da mucosa através da exposição da pálpebra do animal e compara com a coloração presente em uma cartela; se a mucosa estiver com coloração rosa claro para baixo, o animal será medicado/tratado; se a mucosa estiver mais normocorada o animal não é tratado
Obs.: se a coloração estiver no nível mais claro, além do tratamento, pode ser realizada transfusão de sangue no animal
- em locais com grande incidência costuma-se realizar a avaliação a cada 7 dias, e em locais semiáridos, onde a incidência é menor, a cada 15 dias (época de chuvas) ou 30 dias (época seca)
- associado ao método famacha, é possível também a coleta de fezes para realização do exame de OPG e consequentemente já fazer um teste de eficácia do vermífugo que vem sendo utilizado; o vermífugo tem eficácia quando mais de 90% do rebanho responde positivamente após o tratamento
- para o teste de eficácia, são coletadas fezes antes e depois do tratamento para fazer OPG; se em mais de 90% dos animais houve redução da carga parasitária, significa que o vermífugo ainda está eficiente; se o percentual de resposta for menor do que 90%, significa que está na hora de mudar o princípio ativo utilizado na propriedade
Medidas para redução das contaminações dos rebanhos
- evitar a superlotação, manter baixa taxa de lotação animal por espaço; com muitos animais no espaço há aumento da quantidade de fezes, diminuição da disponibilidade de alimento, animais pastando mais rente ao chão que está com muitas fezes, consequentemente aumento da contaminação recidivante
- realizar limpeza regular das instalações (baias e cochos principalmente; se a criação for extensiva, a pasto, o adequado é realizar a rotação de pastagem)
- fornecer água e alimentos de boa qualidade
- manter o pastejo elevado (acima de 15 cm), já que os vermes estão até 5cm do solo
- separar os animais por lote, pensando principalmente na imunidade dos animais mais jovens
- se possível fazer pastejo rotacionado (dividir o piquete dos animais em porções menores, mover os animais de tempos em tempos de um ponto para o outro)
Vacinações
- atentar às doses adequadas de acordo com o tamanho do animal (se os animais estiverem separados por lotes de idade, normalmente na mesma idade apresentam peso similar, o que facilita no cálculo das doses; caso contrário o ideal é pesar/medir os animais para cálculo das doses adequadas)
- seguir intervalos programados (protocolo da propriedade)
- via de administração deve ser adequada
- manter os animais sadios (com o sistema imunológico íntegro)- realizar contenção adequada para garantir que o medicamento foi realmente aplicado
- atentar para o acondicionamento adequado e para a validade do produto
Programas oficiais de vacinação em bovinos
· Programa nacional de erradicação da febre aftosa: é uma ds únicas vacinas que possui período de vacinação obrigatório, além de ter que ser comprovada a vacinação, inclusive com a nota fiscal de compra da vacina
· Programa nacional de controle e erradicação da brucelose e tuberculose: as fazendas recebem certificações de estarem livres da doença se ficarem grandes períodos sem apresentar animais positivos para essas doenças
· Programa nacional de controle da raiva dos herbívoros
· Programa nacional de sanidade de caprinos e ovinos
Obs1.: vacinas obrigatórias são as de febre aftosa e brucelose; a vacina de raiva não é obrigatória, mas é compulsória em regiões endêmicas/de foco da doença
Obs2.: não há vacinas obrigatórias para caprinos e ovinos 
Obs3.: a vacina contra ectima só pode ser aplicada em rebanos de pequenos ruminantes que apresentem de fato a doença, pois se tratando de vacina com vírus vivo, há risco de contaminação dos animais
PROFESSORA NICOLE - EQUINOS - 23.03 
NEONATOLOGIA EQUINA 
Quando falamos de potro ao nascimento ou neonato (no cavalo, neonato é até 28 dias); neonato não é um cavalo pequeno, é uma fase da vida que se difere de um animal adulto, o que faz com que tenhamos que prestar atenção e nos atentar com algumas particularidades da fase da vida desse animal, que são: primeiro o animal está em adaptação neurológica e os cinco sentidos ainda estão em desenvolvimento; o sist cardiovascular e o pulmonar vão começar a funcionar de fato ao nascimento, ou seja, é a primeira vez que o animal vai de fato utilizar os pulmões para captar oxigênio e liberar gás carbônico, o animal não tem mais a nutrição pelo cordão umbilical… e vamos ver que essa adaptação gastrointestinal vai acontecer ao longo do crescimento do neonato; a digestão dos nossos pacientes cavalos é parte enzimática e parte fermentativa; têm a microbiota que fica no ceco para fermentar e aí sim utilizar os ácidos graxos voláteis, assim como também tem um estômago - ele é monogástrico - mas quando é neonato a alimentação é exclusivamente de leite então está em fase de adaptação. Tem também a adaptação musculoesquelética, principalmente tecido ósseo, região ligamentar e tendíneo então definitivamente neonato não simplesmente um cavalo pequeno, é um animal com uma série de particularidades que devemos levar em consideração quando formos atender. 
O parto de uma égua dura cerca de 30 minutos, elas costumam parir na madrugada/noite porque é a hora que elas se sentem mais confortáveis, pois na hora que ela está em trabalho de parto ela está muito vulnerável; elas vão parir de dia quando se sentem muito à vontade no ambiente, por exemplo uma égua que nasceu em um haras e ela é reprodutora e conhece o tratador etc, ela vai parir na luz do dia, do contrário ela vai parir a noite. 
Éguas até que conseguem ter dois filhos na mesma gestação, mas ele são animais que produzem um produto (um filho) por gestação e fazemos esse tipo de monitoramento praticamente uma vez por semana quando a égua está prenha e muitas vezes quando vemos dois embriões acabamos estourando um para que fique um só, mas eventualmente mesmo com o acompanhamento pode ocorrer parto gemelar; se estamos usando manejo reprodutivo geralmente não deixamos isso acontecer porque nascer um mais fraquinho ou até os dois mortos (existe chance de nascer os dois bem, mas não é comum). 
Quando começa a temporada, lá para o final de janeiro, começo de fevereiro, nós fazemos plantão a cada duas horas para assistir o parto, que quanto mais próximo do natural, melhor! Quanto menos eu interferir nesse primeiro estágio entre trabalho de parto e a mãe reconhecer a cria, melhor é para o potro e para a mãe; quem vai ensinar o neonato a ser cavalo é a égua, não nós, então quanto mais longe do natural, pior. Acordamos a cada duas horas para observar o parto para literalmente assistir e ver se precisa de intervenção, vamos analisar se a égua está confortável, se o potro está saindo na posição correta ou se está demorando mais que 30/40 minutos para a égua parir. Ela costuma parir no pasto,mas em situações em que a égua já teve algum parto distócico, podemos colocar ela na cocheira de maternidade (um pouco maior), mas ela deve entrar na cocheira uma semana antes do parto; mudar a égua durante o parto ou no dia do parto é muito estressante e o estresse prejudica no trabalho de parto, se eventualmente for uma égua problema ou é a primeira cria ou mesmo que você só queira observar o parto uma semana antes você pode colocar também ela na cocheira de maternidade, mas é preferível no parto. 
Normalmente na medicina nós vamos orientar a data da monta natural então sei a data da inseminação e posso me planejar em cima das datas de parto etc; o tempo de gestação da égua é de 11 meses (em asininos e muar pode até chegar em 1 ano); quando eu não souber quando a égua foi coberta eu posso observar que mais ou menos 1 semana antes do parto, aquela égua que estava com o abdômen abaulado, vai aparecer com a barriga “baixa”, não parece mais que está grávida mesmo sem ter parido, dois a três dias antes do parto ela costuma mojar, ou seja, começa a sair colostro da teta dela. 
Sabemos que a égua vai parir quando ela apresenta um sinal de desconforto, ou seja, ela deita, levanta, cava e fica inquieta e em 30/40 minutos ela já começa a parir; o posicionamento do potro é como se fosse mergulho - cabeça e membros anteriores esticados, se eventualmente o potro com a cabeça angulada ou a pata dobrada ele não vai sair e consideramos um parto distócico em que temos que intervir. A bolsa rompe minutos antes e não sai aquela água toda igual na mulher - não demora entre a expulsão do feto e rompimento da bolsa. 
Com 30 minutos que o animal é expulso, imediatamente ele deve se manter em esternal e devemos ver uma movimentação de tórax - é nessa hora que ele vai respirar pela primeira vez; antes a nutrição e o oxigênio eram fornecidos pelo cordão umbilical; com o trabalho de parto o cordão é rompido e com a ação de um gás surfactante nos pulmões eles vão se expandir. Ao mesmo tempo que o animal está tentando entender o que está acontecendo e respirando pela primeira vez, a mãe costuma cheirar a cria e ao mesmo tempo lambe e tira toda a secreção do nariz, ânus e boca e reconhecer que essa a cria dela que ela precisa cuidar nos próximos cinco meses. Para ficar de pé o potro deve entender que ele tem quatro patas, então ele levanta nas primeiras duas horas; vai levantando uma pata e as outras três caem e assim vai indo até conseguir se levantar por inteiro e se sustentar em pé e logo que ele consegue, ele deve mamar o colostro e defecar o mecônio (isso tudo - imediatamente: ficar de pé/esternal e movimentos respiratórios e em duas horas: colostro + mecônio). Nessa primeira mamada ele erra onde deve ir, mama a cauda, o peito, a palheta… então a mãe vai ajudando até ele encontrar o teto. Essa primeira relação potro-mãe é chamada de imprinting (igual no Crepúsculo); se isso não acontecer o potro não reconhece a mãe e ela não reconhece a cria. 
-Características Básicas de Adaptação (devemos saber que acontece, mas não vamos testar)
Reflexo de sucção de neonato deve ser imediato, isso significa que se no momento em que ele saiu da mãe eu colocar meus dois dedos na boca do neonato ele deve mamar no meu dedo (não devo fazer isso porque o potro ainda não tem nenhum tipo de imunidade, só preciso saber que ele deve ter esse reflexo). 
Os equinos nascem sem nenhuma globulina e o sist imunológico deles é muito imaturo, por isso a importância em grandes animais de mamar o colostro; por isso só vou testar o reflexo de sucção se eu achar que tem alguma coisa de errado com o potro. 
Pontuamos o APGAR para ver o quão saudável é o nosso neonato; o APGAR de equinos é um pouco modificado. Nos cavalos conseguimos avaliar FC, FR, tônusmuscular, estímulo nasal e aparência das mucosas. 
A pontuação número 2 seria a melhor, é o mais próximo do normal, enquanto a pontuação 1 é sinal de alerta que provavelmente pode ter algo de errado, mas ainda tem o que fazer; na pontuação 0 é emergência e corre risco de perder o potro. 
Se eu estou só assistindo o nascimento no pasto, eu não vou ficar tão perto a ponto de perceber FC e FR então só vou avaliar esses parâmetros se algo de errado acontecer no cronômetro que ela citou (período de 2 horas). 
Uma vez que estamos apenas assistindo, vamos acompanhar todos esse procedimentos que foram colocados; se eventualmente o animal não tiver tônus muscular, não levantar em duas horas ou eu não ver nenhum tipo de movimentação, aí sim eu vou me aproximar para pontuar FC, FR e mucosas, o estímulo nasal eu consigo ver sem encostar no animal e o tônus muscular é a movimentação que ele tem para conseguir se manter de pé ou ficar em decúbito esternal. Seria normal um FC acima de 60, FR de 40 a 60, animal em posição esternal e geralmente costuma espirrar/ tentar expulsar a secreção balançando a cabeça. Quando animal está em alerta ou foi um parto distócico/demorado a FC vai ser menor que 60, FR quase não conseguimos ver (ficamos na dúvida se está respirando ou não), animal nasce e não tenta ficar em esternal, fica apenas em decúbito lateral, dificilmente vamos ver movimentação de respiração/abertura de narina e mucosas serão pálidas. Quando o potro está muito mal vou aferir a FC e FR não encontro nada, não apresenta tônus muscular e nem estímulo nasal e a aparência da mucosa é cianótica. Geralmente o reflexo de sucção só não é presente em potros que nascem muito mal - APGAR 0 - não necessariamente vou sempre testar o reflexo de sucção, mas se eu estiver frente a um animal que eu não tenho certeza que está 100% saudável eu vou estar, o problema é que o animal ainda não mamou o colostro então não tem sist imunológico maduro. 
Analisar os tetos da égua nos ajudar a entender o quão bem foi o parto; antes do parto eles estão bem cheio de colostro e logo que ela pariu, até o fato de o potro chegar perto do teto é um estímulo para ela liberar leite, ou seja, você sabe que o parto foi eutócico/égua reconheceu a cria quando o teto está mais vazio após o parto. 
O colostro vai ter todas as imunoglobulinas que vai proteger o potro até os 4 meses e também tem uma propriedade laxativa, então quando o animal mama o colostro, isso estimula ele a liberar o mecônio; normalmente enquanto ele mama o colostro ele libera já defeca (ou no máximo até 2 horas). O mecônio é uma fezes um pouco mais mucóide/enegrecida e costuma ter um formato de bolinha bem pequenininho e em pouca quantidade (enche uma mão). 
Uma das primeiras afecções que o animal pode apresentar é a retenção do mecônio e os principais sintomas que vemos quando isso ocorre é o animal apresentar tenesmo (mímica de defecar - contrai o rabo, relaxa o esfíncter e abaixa a garupa). Caso o parto seja eutócico e mesmo assim o animal não libere o mecônio, tudo bem também porque isso é muito fácil para corrigir, mas se demorarmos para perceber essa retenção o animal pode parar em centro cirúrgico; caso isso ocorra nós fazemos um enema, que é feito com água morna e vaselina ou só com água morna mesmo; pegar equipo, cortar pela metade, encaixar em uma seringa de 60 ml com vaselina e água morna e injetar 60 a 120 ml de água morna e isso vai facilitar a expulsão do mecônio; existe também uma opção no mercado que se chama Fleet Enema, ele já vem com aplicador então é só fazer a contenção, colocar o fleet enema na ampola retal e inserir no animal (como se fosse um supositório). 
Normalmente mantemos o potro mamando o colostro da mãe, mas se eventualmente eu tiver que intervir, posso usar um banco de colostro; no banco testamos qual a qualidade do colostro escolhido. Se eventualmente acontecer um parto distócico devemos fornecer o colostro em até no máximo 24 horas, depois disso o intestino delgado não absorve mais as imunoglobulinas (principalmente IgG). 
Hoje em dia existem testes rápidos em que coletamos uma pequena amostra de sangue do potro após a ingestão do colostro e ele analisa o quanto de IgG que ele tem na circulação (não é barato). O tipo de placenta dos equinos não permite nenhum tipo de troca de imunoglobulinas - placenta epiteliocorial, o que faz com que o colostro faça transferência de imunidade passiva. A fonte alternativa do colostro é o plasma hiperimune; o colostro é mais viscoso e amarelado. 
Quando o potro é saudável e tem o reflexo de sucção ele costuma pegar a mamadeira, mas se ele não se adaptar, devemos administrar o colostro através da sonda nasogástrica, mas quando mais próximo do natural nós trabalharmos, melhor. 
Se o colostro for de baixa qualidade ou eu não tiver certeza de que o animal mamou, a fonte alternativa é o plasma hiperimune, que pode ser feito nos haras (hiperimunizar alguns animais, coletar o sangue e deixar decantar, assim vai separar o soro/plasma da concentração de células) ou compramos ele pronto. Esse plasma também tem a função laxativa (quando vai chegando a época das éguas parirem, é comum fazer um banco de plasma hiperimune - congelar as amostra e ir descongelando em banho maria 36C). 
No dia seguinte ao nascimento (no slide está logo após ao nascimento, mas se o parto for de madrugada costuma fazer no dia seguinte) deve ser feita a cauterização química do coto umbilical com iodo de 3% a 10% associado a um cicatrizante, principalmente se o animal ficar no pasto (é usado aquele prata, tipo o Bactrovet); em 5/7 dias vai ficando preto e delgado até cair e formar um cicatriz umbilical, que é igual a do cachorro. As onfaloflebites (infecções do umbigo) pode evoluir para poliartrite ou até mesmo sepse, e corremos o risco de perder o animal. O rompimento do cordão umbilical é de forma natural durante o trabalho de parto, se ele ficou muito comprido podemos cortar com a tesoura mas é muito raro; cesária é sempre a última opção (feita pela linha média ventral) e quase sempre o potro não resiste depois. 
Spray cicatrizante tem um pouco de corticoide e antibiótico, mas sua principal função é ser repelente porque se o animal vai para o pasto evita bicheira, mosquito, contaminação… Se o animal está em um lugar muito higienizado e com bom manejo, muitas vezes só o iodo basta. 
-Exame Físico dos Neonatos
FC 60 a 80 bpm
FR 30 a 60 mpm
TC 38,5C a 39,5C
A FC normal de um cavalo adulto é de 20 a 40 bpm; FR de um cavalo adulto de 10 a 16 mpm (até 20 em um dia quente); TC de cavalo adulto 37,5C a 38,5C. 
Maior causa de morte em neonatos é hipotermia e hipoglicemia; esses animais não têm reserva/gordura. O potro vai se alimentar em torno de 200/250 ml a cada 2 horas, se eventualmente ele não fizer isso o tratador deve fazer por ele seja levando até a mãe, dando mamadeira, sonda nasogástrica e caso isso não dê certo também devemos fazer glicose IV. 
Quando o animal entra em canal de parto: hipóxia é fisiológica - desde que dentro do limite do que é o normal - porque quando eu tenho um aumento de CO2 na circulação isso estimula o animal a liberar o gás surfactante; depois disso é considerado problema. Em um parto distócico ou demorado o animal costuma entrar em hipóxia e isso nas primeiras horas de vida pode causar sequelas irreversíveis. 
Os neonatos evoluem muito rápido para o bom e para o ruim; foi comentado que o potro mama cerca de 250ml a cada 2 horas, mas se por acaso ele ficar 4 horas sem mamar ele não vai ter força para conseguir levantar. Se eu tiver um potro que não está com o APGAR esperado ou teve um parto distócico ou retenção de mecônio e ele está mais lento/apático temos que ficar em cima principalmente nas primeiras horas porque se ele ficar 4-6 horas sem mamar já é o bastante para ele não resistir. 
Se a égua não teve um parto eutócico eu parto paras as manobras obstétricas; se a égua não reconhece o potro eu vou pegar um pano e limpar a região perianal e tirar as secreções da boca e da narina, mas preciso sempre fazer isso próximoda mãe para ela reconhecer que a cria é responsabilidade dela; potro não ficou de pé eu vou intervir;. potro não mamou em duas horas eu vou guiar ele até o teto da mãe ou dou mamadeira ou passo sonda.. tudo sempre mais próximo do natural. 
Como saber se o potro está mamando ou não? 
O potro se aproxima da mãe e vai dando umas cabeçadas no teto e isso estimula a ejeção do leite. 
*Professora passou dois vídeos; no primeiro o potro mama normalmente e no final ela ordenhou a égua para saber se estava saindo leite mesmo, no segundo vídeo o potro estava mais apático, cambaleando e não mostrou muito interesse pelo teto cheio de leite da mãe - o potro morreu depois de um tempo. Ninguém viu que a égua pariu; essa égua tinha um problema ortopédico e durante o trabalho de parto ela deitou e não conseguiu mais levantar; quando a Nicole chegou já haviam passado mais de 6 horas e ele não tinha ingerido o colostro + a mãe não reconheceu o potro e estava caída. 
Quando eventualmente a mãe morre podemos contratar uma ama de leite, que é uma égua que está próximo de desmamar um potro e então quando eu coloco um outro potro próximo ela pode estimular a produzir leite - desmamar um potro “menos importante” e colocar um potro que eu tenho “mais interesse”. 
Fazer com que a mãe reconheça a cria dela tem algumas estratégias: não posso deixar o potro e a égua muito tempo sozinhos porque como ela não reconhece ela não vai cuidar do potrinho, podemos pegar o xixi da mãe e passar no dorso do potro, pode também segurar a égua e aproximar o potro… assim eles vão criando laços. 
Para uma ama de leite aceitar um potro demoram uns 3-4 dias. 
*Professora mostrou vídeo de ama de leite onde o tratador está dando uma volta com a égua no redondel e o potro está seguindo ela; a maior prova de que a égua aceitou o potro é quando afastamos a égua e ela relincha e o potro começa a seguir, ou seja, ele entendeu que ela vai alimentar ele e ela entendeu que vai cuidar dele - no vídeo os cavalos eram de raças diferentes e mesmo assim funcionou. 
CLÍNICA DE GRANDES – NICOLE – 30.03
DOENÇAS NEONATAIS
Neonato: 28 dias até 1 mês.
Relembrando: neonato está maturando sistema nervoso, não tem sentidos bem aguçados, possui alimentação exclusivamente de leite (não tem digestão fermentativa). 
Época de nascimento de potros no Brasil: final de novembro/começo de dezembro até final de janeiro. 
Mesmo uma propriedade grande que tenha 50 potros a cada época de nascimento, dificilmente todos os potros irão nascer saudáveis, um ou outro irão nascer com afecções que estudaremos nessa aula. 
Potro/neonato passando mal: tempo de intervenção de tratamento dita o prognóstico, ou seja, quanto mais rápido for atendimento e o tratamento, mais rápida será a cura; na maioria das vezes esse tratamento é intensivo.
Amicacina e Gentamicina: antibióticos da família dos aminoglicosídios. Não é porque o potro é pequeno que a dose será menor; a dose muda quando o atendimento é feito no neonato. 
Amicacina para potros: dose de 20-25 mg/kg sid. // Amicacina para adultos: dose de 10 mg/kg sid. 
A dose muda porque o metabolismo do potro é diferente. 
Gentamicina em potros: dose de 10-14 mg/kg sid. // Gentamicina para adultos: dose de 4-6,8 mg/kg sid. 
· Síndrome de Asfixia Perinatal (perinatal: próximo ao parto)
Pode ser relatada também como síndrome de asfixia periparto ou síndrome do desajustamento neonatal. 
O animal pode ter sofrido alterações tanto durante o parto ou imediato ao nascimento do potro (terço final da gestação ou primeiros 30 dias após o parto); o animal tem hipoxemia e consequentemente isquemia. Com horas de vida o animal já tem falta de oxigênio e muitas vezes ela costuma ser irreversível e o animal apresenta sequelas. 
-Motivos para asfixia no pré parto:
Alteração placentária: animais que tiveram endometrite ou tiveram infecção durante a gestação acabam tendo má formação placentária ou alteração na placenta. 
Anemia da mãe: durante pré parto o pulmão do potro não é funcional estão a troca de oxigênio acontece via cordão umbilical; se a mãe tem anemia severa ela não vai conseguir gerar o potro. 
Hipoproteinemia: pode estar relacionada com alteração nutricional da égua. 
Endotoxemia: relacionada com qualquer tipo de infecção na égua; quando a placenta é alterada ou dependendo do grau de toxemia da égua, isso pode passar via placenta. Exemplo: colite.
Fatores que alteram o fluxo sanguíneo uteroplacentário: relacionado com distocias (isso é durante o parto, e não pré parto). 
-Motivos para asfixia no pós parto imediato:
Pneumonia bacteriana ou viral: muitas vezes associada a alteração placentária ou gestação dificultosa. 
Alterações de sistema nervoso central – é congênita. 
Anemia severa: relacionada com a mãe. 
Hipoglicemia: potro não mamou colostro dentro de duas horas; não tem glicose e não faz transporte de oxigênio – para aferir a campo: exame físico -> no pós parto ver o teto cheio de colostro indica que animal não mamou; potro não tem reserva nenhuma de glicogênio (então se não mamou, não vai ter). 
RELACIONADAS AO POTRO - ALTERAÇÕES CONGÊNITAS
Hipoplasia pulmonar: pulmão não se desenvolveu então animal não conseguiu expandir o pulmão imediato ao nascimento. 
Hérnia diafragmática: de origem congênita – é raro. Não tem divisão entre cavidade torácica e abdominal; quando animal vai expandir pulmão os órgãos abdominais passam para a cavidade torácica e animal não consegue expandir pulmões. 
Disfunção de surfactante: não conseguirá expandir o pulmão porque não tem quantidade suficiente de surfactante. 
Insuficiência cardíaca: na maioria das vezes é congênita – costuma perder o animal em horas; só descubro a alteração no pós mortem. 
-Sinais Clínicos (considerados sinais gerais: inespecíficos – 1º aula)
Transtorno cardiorrespiratório: dispneia e bradicardia. 
Mucosa cianótica. 
Potro apático/letárgico. 
Alterações neurológicas de sistema nervoso central: não reconhece, não se mantém de pé, pode convulsionar. 
-Tratamento (sintomático)
Se animal convulsionar: primeiro prestar ajuda segurando a cabeça para não machucar e depois que passar a crise aplico benzodiazepínicos (Diazepam, Midazolam, Zolazepam); animal que não mama: administração de colostro por via sonda nasogástrica; fazer antibioticoterapia de amplo espectro (cefalosporina de 3º geração).
 O prognóstico (taxa de cura/sucesso) é de reservado a ruim – se é relacionado a uma doença congênita não tem muito como arrumar, mas quando relacionado a mãe, o manejo geral deve ser ajustado. 
· Isoeritrólise Neonatal 
Acomete de 1% a 2% de potros nascidos e acontece na ingestão do colostro *aparece muito em concurso público/residência*. 
Comparando com o ser humano que tem tipagem sanguínea ABO; se um indivíduo tem tipo A e precisa de transfusão, o organismo dele só vai aceitar outro tipo A (ele tem antígenos contra hemácias do tipo AB) – se por acaso a transfusão for de sangue tipo AB, o organismo vai atacar/destruir todas as hemácias do tipo AB. Tipo O é considerado doador universal porque não tem antígeno nenhum, ou seja, qualquer organismo reconhece como sendo dele; tipo AB é receptor universal. 
Nos equinos: 22 tipo sanguíneos que são multiplicados por pelo menos 7 grandes grupos (A, C, D, K, P, Q, U – dentro do A tem 22 tipos, dentro do C também... e assim vai); nas contas de probabilidades, as chances de eu encontrar um sangue incompatível com o outro é muito baixa porque tem muitas possibilidades de combinação. 
Na isoeritrólise neonatal acontece a incompatibilidade do sangue da égua com o potro – exemplo: égua do tipo A com antígeno do tipo K; se a égua do tipo A está no subgrupo que tem antígenos contra as hemácias K, na hora que o potro mamar o colostro, o IgG/IgA que será passado pelo colostro vai atacar as hemácias do potro. O anticorpo que era para gerar a imunidade do animal, vai acabar atacando as hemácias dele, levando a uma hipersensibilidade do tipo 2. Ao perceber que o animal tem isoeritrólise neonatal, a transfusão sanguínea deve ser feita o mais rápido possível; não tendo hemácias,não terá o transporte de oxigênio então ocorrerá a hipóxia. 
-Sinais Clínicos (também são gerais)
Aparecem 2 a 24 horas após ingestão do colostro – algumas literaturas comentam que pode aparecer em até 5 dias após ingestão de colostro. 
Animal nasceu bem e o parto e pós parto imediato foram bons; após ingestão de colostro o animal apresenta:
Palidez de mucosa. 
Urina avermelhada – hemoglobinúria. 
Fica apático/letárgico.
Taquipneia/Taquicardia.
Pode convulsionar. 
-O histórico ajuda no diagnóstico – sabendo que o parto ocorreu bem e o potro não apresentou nenhuma alteração (APGAR próximo de 2), somente depois da ingestão do colostro; coletar sangue e observar destruição de hemácias em grande escala. 
-Tratamento (de suporte)
Transfusão sanguínea: reposição das hemácias que foram destruídas.
Alimentação – colostro do banco de colostro e leite. 
Fluidoterapia (pode ter glicose para volêmia). 
Antibioticoterapia de amplo espectro (para profilaxia porque o sistema imune foi desafiado).
· Septicemia Neonatal
Nos potros a sepse pode acontecer tanto na vida uterina quanto após o parto; a causa mais comum é a falta de imunidade passiva adquirida através do colostro. 
Em um parto distócico onde o potro nasce com APGAR 0 ele não terá mamado o colostro; o umbigo ainda não está curado então é mais uma porta de entrada para sepse. 
Se durante a gestação égua contrai infecção uterina ou desenvolve uma alteração de placenta, a barreira que teria na placenta é destruída e então o animal pode desenvolver sepse uterina – falha na barreira placentária; é uma das causas da asfixia neonatal. O prognóstico é ruim. 
O óbito é em 3-4 dias; se conseguirmos tratar ele terá um atraso no desenvolvimento e pode também ter lesões irreversíveis (trato respiratório, musculoesquelético...)
Se o animal não morrer em 4 dias e não tiver algum apego/afeto, costuma ser eutanasiado pensando nas despesas. 
Tanto a isoeritrólise quanto a asfixia neonatal podem levar a septicemia. 
É uma doença sistêmica por disseminação de hematógeno na circulação sanguínea de geralmente seus subprodutos ou do microorganismo – oportunistas: Sthapylo, Strepto, E. colli... o que tiver no ambiente. 
-Causas de Sepse Intrauterina
Placentite.
Infecção uterina.
Infecção respiratória no pós parto.
Alterações umbilicais – onfaloflebite. 
Falha na transferência de imunidade passiva – FTIP (maior causa). 
Geralmente a septicemia pode estar relacionada com mau manejo/superpopulação – mais comum em ruminantes. 
-Sintomas Gerais
Apatia/letargia.
Diminuição e mamadas ou não mamadas.
Decúbito.
Febre
Taquicardia/Taquipneia.
Desidratação.
Alterações pulmonares.
Diarreia.
-Exames Complementares
Hemograma, proteína total e fibrinogênio (>500mg/dl); fibrinogênio remete a inflamação sistêmica e taxa glicêmica < 90 mg/dl. 
-Sinais Clínicos Inespecíficos
Prostração. 
Febre.
Diarreia.
Desidratação.
Apatia.
Movimentação incoordenada. 
O diagnóstico diferencial entre essas doenças é muito difícil; histórico e anamnese é o que ajuda a diagnosticar. 
Uveíte: inflamação da parte vascularizada do olho chamada de úvea. 
Hifema: sangue na câmara anterior do olho. *pus na câmara anterior do olho: hipópio*
 
Animal tem sensibilidade, mas não tem capacidade visual – pode melhorar com o tempo. 
-Tratamento Intensivo
Antibioticoterapia de amplo espectro (cefalosporinas / gentamicina + penicilina / amicacina + penicilina / gentamicina + penicilina + metronidazol)
Fluidoterapia.
Oxigenioterapia.
Os pacientes neonatos terão em torno de 40kg; a fluidoterapia a vontade não é verdade, a fluido para repor a volemia deve ser mais lenta respeitando o tamanho do paciente. Deve ser usada a conta de manutenção e reposição; animal desidratado: reposição 50mg/kg em potros (4-5L de soro por dia). Dependendo do antibiótico e da formulação vai ter uma via e terá que ser diluído ou não (no soro, puro, IM) – penicilina benzatina/procaína: IM – penicilina potássica: IV – antibiótico é administrado por pelo menos 5 dias (7-14 dias) – penicilina potássica tem meia vida mais curta e pode ser administrada via IV; benzatina faz pico de concentração dentro de 24 horas e dura por até 48 horas. *Nicole indicou leitura sobre penicilinas*
Pentabiótico (agrovet/agrosil): muito usado em grandes – parece benzetacil; junção de 5 antibióticos (penicilinas) que de acordo com a dosagem, acaba sendo usado um tipo só de penicilina. 
• Afecções Neonatais
• Síndromes Cólicas
- Cólica é sinônimo de dor abdominal, não necessariamente proveniente de trato gastrointestinal, porém na espécie equina geralmente ela remete à uma alteração gastrointestinal por esse sistema ser bem desenvolvido
- Sinais nos equinos: apatia, prostração, animal cava, hipo ou anorexia, rola no chão
Causas em neonatos e potros: 
- Retenção de mecônio:
- Se dentro de duas horas após o nascimento o animal não fizer suas primeiras fezes, é necessário um tratamento conservativo (fleet enema), se não der certo se parte para o tratamento cirúrgico
- Uroperitônio: urina na cavidade na cavidade abdominal
- Geralmente traumático por ruptura de bexiga (ex. pisada da mãe), de correção cirúrgica com lavagem da cavidade abdominal e reestabelecimento o órgão traumatizado
- Úlcera gastroduodenal (Gastrite)
	- Comum em animais de 1-4 meses de vida
	- Pode ocorrer por administração de anti-inflamatórios não-esteroidais (lesam a mucosa gástrica por inibição de COX1 e COX2 – a COX1 produz prostaglandinas inflamatórias, porém a COX2 produz prostaglandinas que auxiliam na produção de muco que protege o estômago da ação do ácido clorídrico) – até mesmo usando os anti-inflamatórios no tempo e dose certas, pode gerar cólicas gastroduodenais
	- Pode ocorrer também em animais submetidos ao estresse (desmame ou doenças)
Sinais clínicos da Gastrite
- Inespecíficos, variando entre cólicas recorrentes e crônicas – animal deita, rola, cava por conta da dor abdominal
- Ptialismo (sialoréia; produção excessiva de saliva) e bruxismo (ranger os dentes) são bem comuns em potros
- Episódios recorrentes de diarréia
- A cólica tende a piorar após a alimentação ou amamentação
Tratamento da Gastrite
- Se baseia em utilizar fármacos que diminuem a acidez, e fármacos que protejam a mucosa gástrica
- Inibidor de bomba de H+: Omeprazol
- Antagonistas de H2 (Antihistamínicos): Cimetidina ou Ranitidina
- Protetores de mucosa: sucralfato e leite de magnésia (em cavalos adultos é muito custoso, mas em potros pode ser utilizado)
- Intussuscepção (esquerda) ou vólvulos (direita)
- Intussuscepção: quando uma alça invagina nela mesmo
- Vôlvulo: torção da alça intestinal
- Causadores bem comuns de cólicas intensas em potros
- Ocorre por alteração de motilidade intestinal durante a transição da amamentação para a alimentação sólida, pode estar associado também com estresse
Sinais Clínicos do vôlvulo e da intussuscepção
- Dor intensa não responsiva aos analgésicos, pois gera isquemia e necrose da região
- Motilidade desorganizada leva à atonia intestinal (lentidão)
- Pode ou não haver refluxo
- Uma vez que ocorre, é exclusivamente cirúrgica (laparotomia exploratória – remoção do segmento afetado)
Tratamento
- Ambas o tratamento é cirúrgico, o prognóstico é proporcional ao tempo que o animal leva para entrar em cirurgia
*Palpação transrretal em potros não se faz, pois são muito pequenos
- Diarréias
- Comum e geralmente autolimitante
Sinais clínicos
- Apatia, hiporexia
- Glúteos sem pelos e avermelhados (“bumbum sujo” – cavalo não se suja para defecar)
- Se torna preocupante quando o odor se torna fétido e cores alteradas, o que pode levar alterações sistêmicas como taquicardia, taquipnéia e febre – indicado antibioticoterapia
- Diarréia em arco: termo popular (usado na roça) – forma um arco enquanto ele defeca, parece secreção de urina
Causas
- Vírus: Rotavírus e Coronavírus
- Bactérias: Salmonella, E. Coli, Clostridium Perfringes – oportunistas ou por contaminação de comida, além de estarem presentes no ambiente
- Endoparasitas: Strongyloides westeri (nematódeo) – geralmente autolimitanteExames Complementares
- Coproparasitológico pode ser utilizado para se ter noção da quantidade de endoparasitas
- Coprocultura é bastante questionável, pois as bactérias que causam diarréia são as presentes na microbiota
Tratamento
- Quando autolimitantes, se mantém o animal hidratado, monitorando a alimentação (se está comendo bem) para manter o equilíbrio hidroeletrolítico, e se fornece probióticos comerciais (ex. formato de bisnagas) ou naturais (ex. chá de fezes, se coa as fezes de um cavalo saudável vacinado e vermifugado com água morna e por sonda nasogástrica/transfonação se coloca esse conteúdo no estômago do potro, isso serve para povoar e equilibrar a microbiota) – por enema ele não absorve os probióticos
- Quando a diarréia se torna fétida e percebe-se desequilíbrio sistêmico (taquipnéia, taquicardia e febre), se entra com antibioticoterapia de amplo espectro, adsorventes (impede que toxinas sejam captadas e lesionem a mucosa), além dos probióticos já citados
* Chá de folha de goiabeira, por transfonação: talvez não descrito em literatura, acredita-se que possui o mesmo efeito do chá de fezes
* Após a desmama a vermifugação é mensal – o potro costuma se acostumar com certa quantidade de parasitas intestinais, o que pode levar a quadros recorrentes de diarréias autolimitantes
* Pode se colocar o animal na cocheira e passar vasilina sólida nas nádegas do animal para não irritar a região
• Doenças Respiratórias
- Segundo segmento de enfermidades que mais ocorrem no Brasil (por superlotação, transporte associado ao estresse com quedas de imunidade, falta de vacinação, e não transferência de imunidade passiva – colostro)
Agentes causadores
- Vírus da Influenza Equina
- Herpesvirus equino
- Streptococcus equi
- Rhodococcus equi (Rhodococcose): uma bactéria oportunista super resistente ao ambiente e está sempre presente na vida do animal (ambiente), e acomete animais de 1 a 4 meses de idade (quando está havendo queda da imunidade passiva e o animal passa a depender da criação da própria imunidade) – índice de mortalidade de 80%; transmitida por secreções e contato; não é zoonose, apenas se a imunidade do humano estiver baixa
Sinais Clínicos – Rhodococcus
Ele causa nódulos (abcessos) no parênquima pulmonar, portando os sinais são:
- Broncopneumonia; dispnéia; febre; tosse; apatia; corrimento nasal mucopurulento. Anorexia
- Em situações extremas causa osteomielite e abcessos subcutâneos
- Uveíte
- Hipópio: pus na câmara interior do olho
- Caracterizada pelos abcessos (nódulos) parênquima pulmonar – radiografia
- Achado de imagem “Cauda em Cometa” que remete a uma pleurite (inflamação no parênquima pulmonar) – ultrassonografia entre espaços intercostais
- Formação de abcesso – ultrassonografia entre espaços intercostais
- Nódulos vistos na necrópsia
Tratamento – Rhodococcose
- Embora o prognóstico seja reservado, se for identificado Rhodococcose no começo e sem a formação dos nódulos, é possível tratar e salvar o animal
- Antibioticoterapia é específica para Rodococcus (escolher um ou outro):
	1. Rifampicina e Eritromicina (5mg/Kg e 25 mg/Kg respectivamente, Via Oral, três vezes ao dia – TID)
2. Rifampicina e Azitromicina (10mg/kg, VO, uma vez ao dia – SID – cinco dias e depois em dias alternados)
- Acompanhar o animal durante e após a administração para evitar reemição dos nódulos, e fazer fluidoterapia durante tratamento
(P!!! saber os antibióticos, não precisa saber as doses para a prova)
- Profilaxia: caso seja confirmado casos de Rhodococcus na propriedade, é indicado administrar plasma hiperimune mesmo que os potros tenham mamado o colostro, já que é difícil controlar a bactéria no ambiente
* Vacina para Rhodococcus não teve sua eficácea comprovada.
• Afecções Umbilicais
- Hérnias Umbilicais: raramente ocorre, mas até 5cm acabam fecham conforme o animal cresce; geralmente ocorrem por má cura do umbigo, ou são congênitas, ou podem ocorrer após uma cirurgia abdominal (ex. deiscência de sutura após laparotomia, causando hérnias incisionais – essas estrangulam com facilidade)
Uma hérnia é um composta por um anel fibroso, um saco herniário e um conteúdo
Tratamento: caso ela não feche, se trata cirurgicamente (Herniorrafia), que se baseia em suturar a musculatura e reposiciona-se o conteudo herniado para evitar estrangulamento do conteúdo que geralmente é alça intestinal (raro, mas ocorre)
- Persistência de Úraco
- Úraco é um canal que conecta a bexiga do potro ao cordão umbilical durante o período gestacional para que a urina seja eliminada, este canal deve se fechar ao nascer junto da veia e da artéria do cordão umbilical
- Na persistência do úraco, ele não se fecha, e literalmente o animal urina pelo umbigo além dos canais normais (vagina, penis) – respinga urina
Tratamento
- Conservativo: higienização e aplicação de nitrato de prata, e se passa o bastão onde se formará a cicatriz umbilical (a cicatriz fecha em 3~5 dias); o nitrato imflama a região, então se estiver inflamando demais se aplica duas vezes ao dia, e se for uma inflamação controlada se aplica até 3 vezes ao dia
- Cirurgico: com o animal sob anesteria geral em decúbito dorsal, se remove as estruturas remanescentes e se fecha o úraco.
- Onfaloflebites
- Falha na cura do umbigo e na imunidade passiva que leva a uma infecção das estruturas umbilicais, podendo gerar poliartrite e septicemia (pois ali há circulação), e ainda evoluir para óbito
- Patógenos oportunistas podem infeccionar: E. Coli; Streptococcus zooepidemicus, Clostridium sp
- O normal é o umbigo ficar seco com a cauterização e cair, deixando a cicatriz umbilical
- Na onfaloflebite pode-se ainda realizar ultrassom para ver se as estruturas mais internas estão comprometidas, ou se é apenas nas estruras umbilicais – é possível avaliar o aumento de volume para saber como agir (antibioticoterapia de amplo espectro ou se for abcesso, fazer intervenção cirúrgica).
- Prognóstico reservado.
• Principais Afecções de Bezerros
• Onfalites
- Podem ser classificadas dependendo da estrutura do cordão umbilical que está inflamada:
Onfaloarterite: acomete as artérias que são direcionadas à bexiga, caudalmente
Onfaloflebite: acomete as veias que são direcionadas ao fígado, cranialmente
Onfalouraquite: inflamação do úraco, com gotejamento de urina (persistência do úraco)
- Identificamos se artéria ou veia está inflamada com a palpação
Tratamento
- A princípio é tratado com a queima do umbigo com Iodo de 10% a 30%; se houver abcessos, fazemos drenagem com uma espécie de “ordenha”
- Antibioticoterapia (Penicilina + Gentamicina por 7 dias) e anti-inflamatórios não esteroidais (Flunixin Meglumine por 3 dias) podem ser utilizados em caso de infecção ascendente
Características do exame clínico
- Vermelhidão, calor, sensibilidade, drenando pus...
* Onfalites podem ser porta de entrada para outras afecções, as bactérias que ascendem podem se instalar em articulações, sistema respiratório, trato gastrointestinal, etc.
*Navel Suckling: quando bezerros estão em baias coletivas e mamam estruturas dos companheiros, se no caso ocorrer no umbigo, ele pode não cicatrizar adequadamente e causar onfalopatias.
• Diarréias
- Importante quadro porque pode levar ao óbito por septicemia, desidratação, hipoglicemia, hipovolemia e/ou hipertermia (tríade)
- Excesso de água é eliminado pelas fezes
- Lembrar que os bovinos possuem as fezes mais pastosas em relação às outras espécies (70% compostas de água)
- São várias alterações associadas (síndrome) e é uma alteração geralmente de rebanhos, não individual
Mecanismo dos quadros de diarréias
· Não infecciosa (osmótica): Hipersecreção Passiva Osmótica
- Ocorre alguma alteração que gera deslocamento da molécula de água para a luz do intestino, causando diarreia
- Causas: manejo incorreto de colostro; leite alterado (com mastite e antibiótico, estragado ou em baixa temperatura); falha na formação da goteira esofágica; momento detransição da alimentação líquida (leite) para a sólida; 
- O leite precisa ser fornecido na temperatura em

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