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Medicina Preventiva Tríade a ser respeitada: ● Fatores ambientais - O ambiente em que o animal vive deve ser o melhor possível para promover a saúde e no bem estar animal (impacta diretamente na produção e, por consequência, na economia da propriedade) - Atenção ao manejo ambiental relacionado a limpeza e diminuição do estresse animal - Os fatores ambientais podem favorecer o aparecimento dessas doenças. Por exemplo, as mastites acontecem muito mais em um ambiente sujo do que em um ambiente limpo ● Agentes infecciosos - Se tiver uma quantidade exacerbada de agentes infecciosos no meio ambiente, acaba tendo o maior número de animais contaminados - Dependendo de qual for posso ter uma doença mais grave (alta patogenicidade, como a raiva e a clostridiose) ou ainda posso ter um agente que não é tão grave mas está em alta quantidade na propriedade e precisa ser controlado - Controlar a disseminação dos agentes infecciosos pelo isolamento dos animais doentes e outras medidas de prevenção somadas ao tratamento ● Hospedeiros - Importante respeitar a imunidade individual de cada animal durante o período de vida que ele está ali - Existe a oscilação de imunidade considerada fisiológica (ex: vaca produzindo colostro/bezerro à desmama) e a patológica (causada por alguma doença) - Ambas deixam o animal com o sistema imunológico mais deficiente e mais predisposto a novas doenças - Deve-se respeitar essa fase do animal para evitar que novas doenças surjam (ex: s eu sei que o bezerro a desmama já está com uma imunidade mais baixa eu não vou realizar nesse mesmo período a descorna ou mudanças de pasto, pois seria mais um fator estressante nessa fase) - Ideal é manter uma nutrição adequada desses animais, não gerar mais estresse em animais com sistema imunológico baixo ICEBERG O conceito do iceberg é usado para lembrar que muitas vezes não se tem uma grande quantidade de animais clinicamente afetados, mas isso não quer dizer que eles não estejam realmente afetados. Podem ser doenças por falha de manejo, doenças nutricionais ou infectocontagiosas. MANEJO SANITÁRIO Conjunto de medidas cuja finalidade é proporcionar aos animais ótimas condições de saúde, evitando ao máximo altas taxas de mortalidade e de morbidade. Um manejo deficiente vai apresentar: ● Aumento das taxas de morbidade e mortalidade ● Diminuição da taxa de crescimento dos animais ● Menor produtividade (essencial ter controle destas informações) ● Tudo isso acarreta na menor lucratividade PROFILAXIA Conjunto de procedimentos adotados visando a prevenção da doença em nível populacional na propriedade. É relacionada a manejo ambiental, vermifugação e vacinação. É um método muito mais barato em comparação ao tratamento em si das doenças, além de que evita quedas na produção e, com isso, mantém a lucratividade. MEDIDAS DE PREVENÇÃO Quando se quer evitar que uma doença entre no rebanho. ● Saneamento do ambiente - limpeza do ambiente em que o animal fica ● Quarentena - sempre antes de introduzir um animal novo na propriedade, observar e realizar uma bateria de exames durante um período para só depois introduzi-lo no rebanho ● Calendário zoosanitário - esquema de vacinação e vermifugação bem organizadas para não perder nenhuma data ● Educação sanitária - treinamento constante dos funcionários sobre os manejos para que eles não falhem no serviço ● Destruição de cadáveres - vacas são curiosas, não posso deixar uma carcaça de animal a céu aberto (enterramento, incineramento ou “compostagem”), cuidado para não contaminar o solo/lençol freático e disseminar a doença (pesquisar o terreno antes de escolher o método de destruição) ● Vacas gestantes - manter um piquete só de vacas em período final de gestação pois tem que ser um piquete de fácil observação ● Parto - deve-se ter um ambiente limpo para a vaca parir e evitar contaminação do bezerro recém nascido ● Manejo de neonatos ● Prevenção de mastite ● Manejo de cascos - solo adequado sem umidade em excesso, alimentação adequada com sal mineral, pedilúvio MEDIDAS DE CONTROLE Controlar ou evitar novos casos de uma doença já existente na propriedade. ● Isolamento - isolar os animais que já estão doentes ● Desinfecções ● Interdições ● Notificações - para doenças de notificação obrigatória como raiva e febre a�osa ● Diagnóstico precoce ● Destruição de cadáveres - evitar contaminação de outros animais em casos de morte por doença infectocontagiosa ● Eliminação de vetores - evitar que o vetor transmita a doença para o rebanho MEDIDAS DE ERRADICAÇÃO Quando se quer extinguir uma doença da propriedade ou diminuir seus efeitos no rebanho quando não é possível sua eliminação completa (geralmente pela grande quantidade de animais que tem ali). É o caso quando se fala de raiva, febre a�osa e brucelose. CONTROLE DE ECTOPARASITAS Existem 10 passos para o controle de carrapatos numa propriedade: 1. Use a arma adequada ● Escolher o produto (uso tópico) adequado ao combate da população de carrapatos de cada propriedade ● Para começar uma mesa de controle, o ideal é colher amostras de carrapatos e enviar para o laboratório onde serão realizados testes de sensibilidade para identificar qual o melhor carrapaticida para aquela região 2. Combata o inimigo quando ele estiver em maior número ● Apesar de que um bovino pode passar para o outro, na maioria dos casos o contágio ocorre quando o bovino vai pastar e o carrapato sobe no animal ● O ciclo do carrapato ocorre uma parte na plantação e outra parte no hospedeiro, sendo assim, a melhor época para combater esse ectoparasita é antes de ele alcançar o pico de multiplicação, ou seja, entre primavera e verão que é quando eles começam a ovipostura (F1 e F2) ● Aplicar na época adequado que é quando eles estiverem em menor número, porque se eles se multiplicam de maneira descontrolada se torna muito mais difícil de dizimá-los (quantidade de carrapato no animal já é grande - F3) ● É utilizado um protocolo de 150 dias. Pode variar de acordo com o carrapaticida que está sendo utilizado *F1, F2 e F3 são as oviposturas feitas ao longo do ano, sempre evitando o F3. 3. Obedeça as regras ● Sempre ler e respeitar a bula ● Dosagem, categoria animal, vias de administração, intervalo entre dosagens (150 dias) 4. Proteja-se ● Segurança do operador (que deve ser instruído), principalmente se for pelo método de pulverização (luva, máscara, etc) 5. Dê o tiro certo ● Contenção adequada + aplicação contra o sentido de crescimento dos pelos + aplicar em toda a superfície corpórea 6. Animais aspiradores ● Animais recém tratados devem voltar às pastagens (realizar limpeza do ambiente) ● Não tem como pulverizar a passagem inteira, então, para diminuir a quantidade de carrapatos do pasto, utiliza os próprios animais que acabaram de receber o carrapaticida, pois assim os carrapatos sobem nele e morrem 7. Dê atenção especial aos animais de “sangue doce” ● São animais recidivantes (que atraem mais/são mais predispostos), acabam sendo responsáveis por recontaminação da passagem ● Devem ser tratados com mais frequência (diminuir o intervalo entre doses) 8. Avalie o desempenho da sua arma ● Refazer o teste de sensibilidade a cada dois anos, pois pode ser que o carrapaticida utilizado perca o efeito ● Caso isso aconteça, o carrapaticida deve ser destruído 9. Cuidado com os forasteiros ● Os animais recém inseridos devem ficar em quarentena por 30 dias, faço o tratamento durante a quarentena se precisar (o ideal é que o animal tenha recebido o tratamento no local de origem) 10. Evite infestações mistas ● Importante criar as diferentes espécies em espaços separados, pois o carrapato de equino é diferente do de ruminantes, assim como o carrapaticida utilizado para cada um deles VERMINOSES Os vermes em bovinos também tem o ciclo endógeno (no animal) e exógeno (na pastagem). CICLO ENDÓGENO Bovino ao se alimentar no pasto ingere as larvas (estão dentro de gotículas de água) que estavam ali e dentro de elas se tornam adultas (esse período ocorre no inverno). Nas fezes deste animalsaem os ovos. CICLO EXÓGENO Os ovos que saem nas fezes vão para o ambiente e lá ocorre a eclosão das larvas que irão contaminar outros animais (esse período ocorre no verão). As larvas no pasto precisam de um ambiente quente e úmido para se manterem. Os animais devem ser tratados somente na época de inverno. As larvas estão no pasto no verão, então não adianta tratar os animais no verão, pois as larvas estão no pasto e não no animal. Então deve-se esperar o inverno para dar o vermífugo, já que é quando o animal estará com os vermes no TGI. A vermifugação difere do carrapaticida porque o carrapaticida é feito na estação em que os ectoparasitas estão no pasto, enquanto o vermífugo faz quando os parasitas estão no animal. CONTROLE DE VERMINOSES EM BOVINOS DE CORTE São os mais predispostos a verminose por serem criados em sistema extensivo, o animal criado dentro de galpão é menos suscetível. Dentre os animais de corte, a categoria mais predisposta é a dos animais em desmama (6 meses) até seus 24/30 meses de vida, isso porque este animal saiu do aleitamento e começou a ingerir uma maior quantidade de pasto. Essa categoria chama-se animal de risco, e eles devem ser vermifugados em maio, julho e setembro (época das secas - prejuízo alto por morte devido às verminoses). Boi de engorda e vaca são animais mais resistentes, para bovinos adultos esses meses vão de acordo com a estação de monta (1 vez por ano - macho outubro/novembro e fêmeas julho/novembro - pensando que a estação de monta será entre novembro e janeiro). A vermifugação do restante dos animais depende do manejo da propriedade. O ideal é organizar um protocolo de vermifugação baseado nas épocas próximas da estação de monta no país, pois a vaca quando está prenha, por exemplo, no final da gestação se encontra num período de alta susceptibilidade porque há a redução da sua imunidade, devido à formação de colostro. *Bovinos de leite são vermifugados mais cedo que os de corte *Em gado de corte não existe a etapa bovina antes da desmama. CONTROLE DE VERMINOSE EM BOVINOS DE LEITE Vacas prenhas devem ser vermifugadas de 30 a 60 dias antes do parto (período seco - julho/agosto), é a época em que as vacas estão mais suscetíveis devido sua imunidade baixa pela formação de colostro. No caso de bezerros leiteiros se faz a vermifugação com 30 dias de idade, que é quando o bezerro está mais próximo do desmame e passa a consumir mais papinha e alimentos sólidos, depois da primeira administração repetir a cada 90 dias até 1 ano de idade. O bezerro de leite desmama mais cedo que o de corte. O vermífugo mais usado para bovinos é a Ivermectina. GRÁFICO CONTROLE DE PARASITAS ● De janeiro até maio e do final de setembro até dezembro é o período chuvoso, que seria o período de verão ● No meio do ano seria o inferno, período seco ● Para ectoparasita é utilizado protocolo de 150 dias, portanto começa o controle por volta de outubro e vai até o finalzinho de março ● Com relação às verminoses em gado de corte, o controle é feito em maio, julho e setembro, então é dada uma dose de vermífugo em cada um desses meses. A primeira dose serve para eliminar parasitas da estação anterior, a segunda dose, que é a mais importante, para eliminar parasitas que sobreviveram a primeira dose, e a terceira dose para reduzir a contaminação das pastagens ● Com relação às verminoses em gado de leite, o controle é feito em julho e agosto CONTROLE DE VERMINOSES EM CAPRINOS E OVINOS O principal verme para pequenos ruminantes é o Haemonchus que causa uma anemia severa. Esse parasita leva à morte e não é facilmente combatido devido o uso indiscriminado de vermífugos, que acabou resultando em uma alta resistência desses vermes, portanto, não adianta insistir no protocolo de vermifugação dos bovinos, o plano de controle deverá ser adaptado a cada realidade. Atualmente não é recomendado a aplicação em todo o rebanho sem diagnóstico. DIAGNÓSTICO Existem dois métodos de monitoramento da carga parasitária dos animais para que seja possível a vermifugação racional dos rebanhos. Essa monitoria é feita de acordo com os sinais clínicos apresentados pelos animais, sendo que o principal é a mucosa hipocorada I. Famacha - monitoramento por coloração de mucosa ● É um score de coloração da mucosa ocular, é feito nas propriedades a fim de triar os animais que precisam passar por algum tipo de exame mais específico como o OPG (os animais com mucosa hipocorada devem fazer OPG) ● Então, se identifica um grande número de animais com a Famacha, que indica uma coloração de mucosa mais clara (3, 4 ou 5), deve-se coletar fezes de uma porcentagem destes animais e mandar para o laboratório para que eles realizem OPG e identifiquem a presença ou ausência de Haemonchus ● O protocolo instituído de avaliação varia de acordo com a incidência do Haemonchus naquela região. Locais de grande incidência devem ser reavaliados a cada 7 dias, locais de média incidência a baixa a cada 15 dias em época de chuva ou a cada 30 dias em época de seca II. OPG - contagem de vos por grama de fezes ● Não se faz OPG do rebanho inteiro porque é um exame mais caro, então é feito por amostragem (coletar amostra de alguns animais com sintomas e se for positivo para Haemonchus deve-se vermifugar 10% dos animaIs) ● É recomendado fazer avaliação mensal por OPG ● O laboratório realiza a contagem da amostra e vai mostrar se é positivo ou negativo pela quantidade ovos encontrados por grama de fezes, sendo que acima de 1000 ovos é considerada uma infestação importante e exige vermifugação ● Não vermifugar se não houver uma contagem significativa de ovos, pois eles não estão com uma infestação alta (sempre terá verminose, a questão é se está afetando a produção ou não) ● Além disso, é importante realizar o teste de eficácia do vermífugo também, tanto para vermes de bovinos quanto para pequenos ruminantes REDUZINDO A CONTAMINAÇÃO ● Evite a superlotação ● Limpeza regular das instalações ● Água e alimento frescos e de boa qualidade ● Pastejo alto (>15 cm) já que vermes ficam até 5 cm do solo (na base do capim) ● Pastoreio rotacionado com espécies diferentes (sempre deixar um piquete descansando, para que a quantidade de parasitas diminua pela ausência de hospedeiro VACINAÇÃO ● Doses adequadas (ler a bula) ● Intervalos programados ● Vias de aplicação ● Contenção adequada do animal para não perder a dose da vacina ● Vacinar animais sadios (com sistema imunológico íntegro) ● Acondicionamento adequado (geralmente deve ser refrigerada) ● Observar validade BOVINOS As vacinas da febre a�osa e da brucelose são obrigatórias em território nacional. A vacina da raiva é compulsória em regiões de foco, mas é recomendada que se faça sempre, assim como a Clostridiose (botulismo). ● Febre a�osa - existe uma campanha de vacinação em que os animais de todas as idades devem ser vacinados em maio e os animais de até 24 meses a vacina é aplicada novamente em novembro. O último caso de febre a�osa no BR foi em 2005 no Paraná ● Brucelose - fêmeas de 3 a 8 meses recebem dose única em qualquer época do ano. A vacina tem tropismo por testosterona, então vacinar o macho é ineficaz, assim como não se deve vacinar antes dos 3 meses de idade porque o consumo do colostro pode acabar neutralizando a vacina. É uma doença que pode ser transmitida pelo leite, mas caso o leite seja pasteurizado a doença é eliminada. Só se pode vacinar fêmeas de até 8 meses pois ela precisa ir para a reprodução estando negativa para a doença, se ela for positiva a brucelose pode ser transmitida para o macho, podendo desencadear uma orquite (saber diferenciar anticorpo vacinal de anticorpo de contato) ● Vacina multivalente - serve para doenças respiratórias e reprodutivas que levam ao aborto. É cara e muitas vezes o proprietário não quer dar, por isso se faz mais quando casos começam a aparecer na propriedade. ● No caso de prevenção de BVD (diarréia viral bovina) a vacinação em fêmeas deve ser feita no final da gestação para que quando for produzir colostro os anticorpos desta doençaseja transferido da mãe para o filho através da mamada. ● Não se pode vacinar os animais antes dos 3 meses pois pode-se ter uma inativação da vacina pelos anticorpos vindos do colostro CAPRINOS E OVINOS Não há vacinas obrigatórias para estes animais, e sim recomendadas. vacinação contra a brucelose e febre a�osa é proibida, porque esses animais servem como sentinelas (indicam que a doença chegou na propriedade e na região, a sintomatologia não é tão grave quanto em bovinos). Neonatologia O animal é considerado neonato até seus primeiros 28/30 dias de vida (1 mês), depois disso já passa a ser chamado de bezerro. GESTAÇÃO São os cuidados com a vaca gestante, tomando todas as providências para que o animal passe sua gestação com mais tranquilidade, conforto e segurança, garantindo um bem estar à mãe e ao neonato. É importante ter um piquete maternidade para as vacas gestantes e um piquete de parto, isso vai facilitar a visualização destes animais e permitir que qualquer problema que se possa ter seja identificado com maior facilidade. Os piquetes devem ter uma boa cobertura vegetal ou artificial, sendo um lugar fresco e ventilado sempre estando limpo, além de ter sempre água e comida fresca para os animais. Deve-se estimular um período seco nas vacas leiteiras para permitir um intervalo de pelo menos 2 meses entre as lactações, é essencial ter esse descanso da glândula mamária para produção do colostro de seu próximo filhote. Separar as novilhas das vacas é necessário porque as novilhas costumam apresentar maior dificuldade durante os partos e na lactação, já que é tudo novidade para elas, então estes animais exigem de uma atenção maior durante todo o processo de gestação e pós. APGAR Escore que avalia se o animal precisa ou não de qualquer tipo de intervenção. Se o filhote é fruto de um parto normal e a mãe está fornecendo todos os cuidados necessário nem se precisa avaliar o escore Apgar, mas caso o filhote tenha nascido de um parto difícil, seja uma distocia ou uma cesária, o animal já nasceu mais fraco por ter passado por um estresse fetal mais elevado, nestas situações o escore Apgar se faz essencial. Abaixo se tem um quadro com as principais avaliações do apgar para ruminantes, por meio destes parâmetros se vai somando a pontuação total dos animais, sendo que bezerros com >7-8 não necessitam de intervenção, somente os animais deprimidos (4-6) e os com elevados grau de risco (0-3). PRIMEIROS CUIDADOS Algumas formas de intervenção em neonato com escore apgar a partir de 6 sao: entrar com fluidoterapia, oxigenioterapia, glicose, massagem torácica, desobstrução das vias aéreas superiores (suspender o animal por seus membros traseiros com muito cuidado, não por muito tempo para não luxar as articulações e sem que ele bata a cabeça no chão), banho de água fria para promover choque térmico e ativar a respiração do animal. COLOSTRO A mamada de colostro é essencial para a sobrevivência do animal já que é sua forma de acesso aos seus primeiros anticorpos. O colostro tem algumas funções: ● Transferência de imunidade passiva - anticorpos maternos para o filhote ● Alimento - fornece minerais, vitaminas e sustância ao bezerro ● Laxante - estimula a liberação do mecônio (primeiras vezes), então quanto antes o bezerro mamar melhor A absorção de imunoglobulinas pelo colostro ocorre até 24h após seu nascimento, o ideal é que o animal mame até 6h após o nascimento porque a partir deste período a taxa de absorção diminui devido a maturação das células do intestino delgado, já que, com isso, o espaço que se tinha entre estas células agora foi preenchido com a renovação do tecido impedindo a entrada de imunoglobulinas e patógenos. Deve-se fornecer de 10 a 15% do peso vivo do bezerro, mas se o animal nasceu de parto normal e está mamando na mãe não se deve intervir. Caso o neonato não mame direto da mãe e não apresenta reflexo de sucção é necessário fazer a sondagem do animal até que a sonda chegue na metade do esôfago, na região da goteira esofágica que redireciona estes líquidos até o abomaso (não é interessante o leite ir para o rúmen porque lá vai ocorrer a fermentação). CURA DO UMBIGO Cura externa com iodo (5 a 7%) BID até a queda do umbigo, que é esperada de 3 a 5 dias após o nascimento (se demorar mais é só continuar com o procedimento até cair). Esse processo é essencial porque o umbigo é uma das principais portas de entrada de patógenos de um neonato. O uso de um iodo muito mais forte não é recomendado porque leva à queda mais rápida do coto umbilical, e é necessário que ele cauteriza totalmente, ou seja, tanto por dentro quanto por fora para que quando ele caia não se tenha ainda uma porta de entrada para microorganismos. Se o animal nasce e o coto umbilical é muito comprido pode-se cortar com uma medida de 4 dedos da base. ASFIXIA NEONATAL Existem dois tipos de asfixia neonatal em ruminantes, podendo ser classificada como precoce ou tardia. Quando o animal nasce de um parto distócico, normalmente se classifica essa asfixia como precoce já que se terá sinais clínicos logo após o parto, enquanto na tardia o animal demora por volta de 1h para manifestar os sinais clínicos, sendo proveniente não de um parto distócico mas sim de uma gestação prematura. PRECOCE Se no momento do parto o animal fica muito tempo no canal do parto (com o coto umbilical esmagado ou rompido) quer dizer que ele ainda não tem capacidade de respiração pulmonar e a sua principal via respiratória (o coto umbilical) foi danificada, o bezerro então já vai apresentar sinais de asfixia. A dificuldade respiratória vai levar a queda de oxigênio e aumento de CO2, gerando uma acidose respiratória. Além da acidose respiratória, o animal pode desenvolver uma acidose metabólica já que com a baixa de O2 se tem uma redução do metabolismo aeróbico e estímulo do anaeróbico para gerar ATP, tendo como resultado o acúmulo de ácido láctico no sangue (lactacidemia), gerando um quadro de acidose mista (respiratória e metabólica). Assim que o animal nasce já se percebe um escore APGAR alterado, é muito mais comum que a asfixia neonatal tardia. TARDIA Não se trata de um bezerro distócico, mas sim de um bezerro prematuro (gestação <270 dias). Ocorre porque a produção de solução surfactante ocorre no final da gestação, então quando o animal nasce antes disso acontecer se tem a deficiência de surfactante e consequente colabamento dos alvéolos do bezerro. As manifestações clínicas ocorreram cerca de 1h depois do nascimento, não sendo tão grave quanto a precoce. É importante manter o controle de todas as gestações da propriedade para saber se houve nascimento precoce ou não, quando não se tem estas informações é possível identificar um bezerro prematuro pela ausência de incisivos rompidos, porque os bovinos já nascem com a ponta destes dentes (pinças) expostos. SINTOMATOLOGIA ● Diminuição a ausência de reflexos ● Arritmia respiratória ● Taquipnéia/apnéia ● Taquicardia - é compensatória na tentativa de aumentar a oxigenação do sangue ● Mucosas branco-azuladas/azuladas ● Morte ● Sibilos respiratórios (exclusivo tardia) - decorrente do estreitamento de vias aéreas ● Espuma saindo pelas narinas (exclusivo tardia) - decorrente de inflamação pulmonar DIAGNÓSTICO ● Histórico - distocia? prematuridade? (identificar bezerro prematuro: peso abaixo da média, pelos curtos e finos em região ventral e de umbigo, dentes incisivos recobertos) ● Sinais clínicos associados à hemogasometria ● Escore APGAR modificado abaixo de 6 TRATAMENTO ● (P) Cuidados iniciais com recém-nascido (precoce, porque na tardia quando manifestar sinais clínicos não adianta mais dar banho de água fria, por exemplo) ● Oxigenação ● Correção acidose mista - bicarbonato de sódio ● (P) Analépticos respiratórios - cloridrato de doxapram 10-400 mg IV (facilita a respiração) ● (T) Glicocorticóides - estimula a produção de surfactante (dexametasona) ONFALITE O coto umbilical é composto por 2 artérias, 1 veia e 1 úraco que vai servir para a eliminação de urina do feto, depois que o animal nasceessas estruturas não funcionam mais e devem se tornar inutilizáveis. Uma forma de acelerar esse processo é com a cauterização umbilical com o iodo. Uma das coisas mais graves de uma onfalite são as possíveis complicações secundárias. Dependendo da estrutura infeccionada do coto umbilical, pode-se dar nomes diferentes a onfalite: ● Veia umbilical - onfaloflebite ● Artérias - onfaloarterite ● Úraco - uraquite/persistência de úraco ● Todas as estruturas - panonfalite/onfalite A forma de diferenciar a estrutura afetada é por US, existe literatura que afirma ser possível fazer essa diferenciação por palpação, no entanto é muito difícil e exige muita prática, mas no tratamento essa identificação não faz grande diferença. FATORES PREDISPONENTES ● Cura incorreta ● Ponto de ruptura - caso seja muito rente a base vai ser mais difícil de cauterizar e predispõe o animal à onfalite ● Navel suckling - comportamento desenvolvido por bezerros que foram desmamados precocemente, adquirindo o hábito de mamar o umbigo de outros bezerros ● FTIP (Falha de Transferência de Imunidade Passiva)* ● Asfixia neonatal* *Animais que ficam muito tempo deitados no chão. SINTOMATOLOGIA Aguda Crônica Anorexia Estado geral bom Hipertermia - Arqueamento de dorso - Aumento de volume do coto e aglutinação dos pelos na região (devido à drenagem de secreção) Aumento de volume do coto Sensibilidade Sem sensibilidade Espessamento do cordão Umbigo de consistência firme Eliminação de urina pelo úraco (só se houver uraquite) - O animal com quadro crônico não apresenta tantos sinais clínicos porque bovinos têm uma grande capacidade de criar abscessos, isto é, encapsular inflamações e as conter de forma local, tendo um prognóstico melhor do que um bezerro com quadro agudo. A forma aguda pode gerar algumas complicações: ● Abscessos intra-abdominais ● Acometimento de outros órgãos ● Poliartrite ● Pneumonia ● Septicemia DIAGNÓSTICO ● Inspeção direta e indireta (US) ● Palpação - fazer diferencial de hérnia e onfalite crônica - Anel herniário - Abscessos (flutuante) - Sensibilidade TRATAMENTO CRÔNICA ● Limpeza e drenagem de abscesso, não pode suturar depois da drenagem porque esse tecido é altamente contaminado, então faz-se então uma cicatrização por segunda intenção (por si só) com aplicação de sedenho (gaze embebida com iodo) que vai preencher o espaço morto do tecido drenado, realizando limpeza diária ● Antibioticoterapia sistêmica AGUDA ● Quando não se tem complicações pode-se optar por um tratamento cirúrgico, fazendo a ressecção do coto umbilical inflamado ● Com complicações se tem um prognóstico reservado DIARRÉIA NEONATAL BOVINA É uma das doenças mais recorrentes em neonatos, sendo uma das principais causas de morte nestes animais. A diarreia é uma manifestação clínica de uma doença primária (alteração na dieta, por exemplo) ou secundária (FTIP, por exemplo). Pode acontecer por alteração nas taxas de secreção de líquido para dentro do intestino (o organismo está secretando líquido para o intestino), assim como por falha nas taxas de absorção. ● Bovinos - 15-28 Kf fezes/dia (75-85% de água nas fezes) ● Ovinos/caprinos - 50-60% de água nas fezes Existem três possíveis mecanismos de diarreia, estes mecanismos se aplicam a qualquer espécie. HIPERSECREÇÃO PASSIVA OSMÓTICA Geralmente denominada como diarréia alimentar/nutricional, sendo causada quando há alguma alteração na dieta do animal. Neste estado da vida o bezerro só consome leite, a diarréia então pode ser causada por: ● Manejo colostro - ao mamar direto da mãe se tem a transformação do colostro para leite de forma natural e progressiva, então ao fazer o aleitamento artificial é necessário reproduzir esse comportamento para não gerar diarréia ● Leite adulterado, estragado, baixa temperatura ● Falha na formação da goteira esofágica - sem a goteira esofágica o leite acaba caindo no rúmen onde ele será fermentado e causará timpanismo ● Baldes x mamada - dificulta a formação da goteira esofágica, é necessário que o animal não abaixe a cabeça para mamar e que se tenha o reflexo de sucção ● Incapacidade de digestão de proteínas vegetais - essa capacidade só é desenvolvida a partir do 1 mês de vida, então é importante verificar no sucedâneo se alguma proteína vegetal faz parte da composição ● Verminoses HIPERSECREÇÃO ATIVA SECRETÓRIA Está diretamente relacionada à bactérias que, em grande quantidade, vai fazer com que o organismo sequestre líquido para o intestino. As principais são: ● Salmonella ● Escherichia coli ● Campylobacter ● Clostridium perfringens REDUÇÃO DA ABSORÇÃO E REABSORÇÃO Ocorre quando se tem o achatamento/atrofia das vilosidades intestinais. Existem alguns patógenos com essa capacidade de destruir vilosidades, região da mucosa onde se acontece a maior parte da absorção de líquidos. ● Criptosporidiose ● Eimeriose ● Rotavírus ● Coronavírus ● BVD ● Paratuberculose (doença de Johne) ● Verminoses SINTOMATOLOGIA ● E. coli - fezes amareladas e bem liquefeitas, desidratação grave e rápida (olhos fundos e turgor cutâneo aumentado), fraqueza e extremidades frias ● Rotavírus, coronavírus, Cryptosporidium - diarréia mucóide, hipertermia, anorexia, dores abdominais, desidratação progressiva ● Salmonella - diarréia bastante líquida e com estrias de sangue, hipertermia severa (>41°C) ● Coccidiose (Eimeria zuernii) - diarréia preta com pouco sangue e cólica ● Diarréia viral bovina - diarréia mucóide, hipertermia, salivação, anorexia, epífora ● Diarréia - dependendo do grau e do tempo do quadro o animal perde muito HCO3 podendo gerar um quadro secundário de acidose metabólica ● Marcas de fezes na região perineal e dos membros posteriores ● Desidratação (diferentes graus) ● Apatia - diretamente relacionado a acidose ● Anorexia ● Taquipneia ● Taquicardia ● Hiper ou hipotermia (em casos terminais da doença) ● Congestão e petéquias ou equimose da esclerótica (sepse) ● Eno�almia - desidratação TRATAMENTO ● Causa base - Vermes e protozoários - albendazole, ivermectina ou halofuginona - Bactérias - necessário cultura e antibiograma; doxiciclina, enrofloxacina e florfenicol. Quando o animal tem febre se associa o atb com AINE e antitérmico; flunexim meglumine (AINE) e dipirona (febre mais alta) - Probióticos - reposição da flora intestinal - Acerto no manejo alimentar (leite) - Protetores intestinais - caulim, carvão ativado (não há comprovação científica ainda, mas na clínica o animal demonstra menor absorção de patógenos) - NÃO administrar antidiarreicos (corta curso) - porque se o animal está com diarréia é porque ele tem a necessidade de eliminar ● Fluidoterapia - primeira coisa a se fazer é reverter a acidose (quando apático), depois reverter a desidratação e adicionar glicose (quando o animal está com hiporexia). Cuidado ao usar soro fisiológico porque tem efeito ligeiramente acidificante FLUIDOTERAPIA VT = PV(Kg) x Volume (mL) Grau de Desidratação Apatia e Eno�almia Tempo de Pregueamento Dose I Discreta 2 segundos 30 mL/Kg II Leve 4 segundos 50 mL/Kg III Moderada 10 segundos 80 mL/Kg IV Severa e com extremidades frias 20 segundos 120 mL/Kg ACIDOSE METABÓLICA mEq = PV (Kg) x BD (mEq/L) x 0,5 ● BD - déficit de base (de eletrólitos), esse valor é dosado pela hemogasometria mas a literatura me diz que para bezerros diarréicos com desidratação de moderada a severa pode-se usar BD = 10 mEq/L (não administrar em administração leve porque o animal sem apatia não tem acidose, a administração desnecessária/excessiva pode gerar uma alcalose que é muito mais difícil de reverter) ● 1L de solução NaHCO3 = 169 mEq (usar regra de 3 para descobrir quantos L administrar) GLICOSE Só é necessário administrar glicose quando o bezerro apresentar hiporexia ou anorexia. Glicose 50% = VT x 10% QUANTIDADE DE FLUIDOTERAPIA VT - (V NaHCO3 + V Glicose) = Volume Ringer simples *Todos esses cálculos devem ser feitos diariamente, sempre acompanhando o quadro do animal. REPOSITOR ORAL Quando o animal já saiu do quadro de hiporexia/anorexia e tem uma desidrataçãoleve sem necessidade de fluidoterapia IV pode-se usar esse recurso administrando ao bezerro VO com mamadeira. Ingrediente Quantidade Água 1L Sal comum (NaCl) 5g Bicarbonato de sódio 10g Dextrose (açúcar de milho) 25g EXERCÍCIO 1. Bezerro com 15 dias de idade, 50Kg, apresenta diarreia há 7 dias. ● Turgor de pele - 20 segundos ● Decúbito persistente, apatia, hiporexia, muflo seco, eno�almia acentuada, taquipneia, taquicardia e extremidades frias VT = PV(Kg) x V(mL) mEq = PV(Kg) x BD (mEq/L)X 0,5 Glicose50% = VT x 10% VRinger = VT - (VNaHCO3 +Vglicose) VT = 50 x 120 = 6L mEq = 50 x 10 x 0,5 = 250mEq 1L de NaHCO3 - 169mEq X = 1,48L XL - 250mEq Glicose50% = 6000 x 0,1 = 0,6L VRinger = 6 - (1,48+0,6) = 3,92L 2. Bezerro 10 dias de idade, 45Kg, diarreia há 3 dias. ● Turgor de pele = 10 segundos ● Decúbito persistente, apatia, hiporexia, muflo seco, eno�almia moderada, taquipneia e taquicardia VT = PV(Kg) x V(mL) mEq = PV(Kg) x BD (mEq/L)X 0,5 Glicose50% = VT x 10% VRinger = VT - (VNaHCO3 +Vglicose) VT = 45 x 80 = 3,6L mEq = 45 x 10 x 0,5 = 225 1L - 169mEq X = 1,33L Glicose50% = 3,6 x 0,1 = 0,36L XL - 225mEq VRinger = 3,6 - (1,33 + 0,36) = 1,91L 3. Bezerro 16 dias de idade, 55Kg, diarreia há 2 dias. ● Turgor de pele = 2 segundos ● Em estação, eno�almia discreta VT = PV(Kg) x V(mL) mEq = PV(Kg) x BD (mEq/L)X 0,5 Glicose50% = VT x 10% VRinger = VT - (VNaHCO3 +Vglicose) VT = 55 x 30 = 1,65L Cardiovascular Não é muito comum encontrar problemas nesse sistema nos ruminantes, isso porque a grande maioria é animal de produção, então ao detectar a doença em um rebanho o animal acometido é abatido ou descartado. EXAME CLÍNICO HISTÓRICO/ANAMNESE DADOS GERAIS ⭗ Sempre pensar que é um rebanho (verminose, ectoparasitose, etc), seguindo a lógica do rebanho ao indivíduo ⭗ Sistema de criação ⭗ Desempenho produtivo - qual a função do animal? Está desempenhando bem? ⭗ Condições sanitárias do rebanho ⭗ Profilaxia de parasitas DADOS SUSPEITOS ⭗ Cansaço fácil ⭗ Fraqueza geral ⭗ Decúbito ⭗ Hiporexia/anorexia ⭗ Perda de desempenho ⭗ Intolerância ao exercício ⭗ Edema - em peito, barbela, ganacha, abdômen ventral, membros ⭗ Veias dilatadas - jugular (principalmente, porque geralmente quando tem problema cardíaco o sangue que vem da cabeça do animal para seguir para o coração, quando o coração está sobrecarregado, tende a ter um refluxo sanguíneo que causa a dilatação da veia), mamária (normal em vacas leiteiras) ⭗ Febre recidivante ⭗ Mucosas cianóticas/pálidas ⭗ Morte súbita EXAME FÍSICO ⭗ Inspeção ⭗ Palpação ⭗ Auscultação ⭗ Percussão CORAÇÃO ECTÓPICO É uma alteração congênita e muito rara, nela se tem o coração comprimido por estar em posição extratorácica, ou seja, entre o esterno e a pele. TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA Trata-se de uma hemoparasitose causada por um protozoário (Babesia bovis cujo corpúsculo é menor que o da bigemina mas maior que o do Anaplasma, e a Babesia bigemina que tem o corpúsculo em formato de gota) e por uma bactéria rickettsia (Anaplasma marginale), ambos são parasitas intraeritrocitários que são carreados por carrapatos (sistema digestório de Rhipicephalus Boophilus microplus) e inoculados no bovino pela sua mordida (nem todo carrapato vai ter os parasitas consigo, criando a possibilidade de um animal infestado por carrapatos não desenvolver a doença enquanto um touro com um carrapato foi acometido). Se só for possível identificar Anaplasma na lâmina deve-se continuar com a suspeita de tristeza parasitária bovina, porque às vezes na amostra não foi possível detectar o protozoário. PREDISPOSIÇÃO ⭗ Primeiro contato com o agente - animais mais jovens ⭗ Longo período sem contato com carrapatos (Rhipicephalus Boophilus microplus) - animais que não têm contato com carrapato (ambiente inapropriado para os ectoparasitas, por exemplo o frio) e é transferido para um local propício à contaminação por carrapatos ⭗ Imunossupressão - não tem imunidade adequada para combater os hemoparasitas PATOGENIA ⭗ Anaplasma marginale - é um hemoparasita periférico, ou seja, fica nas bordas das hemácias e altera sua superfície de forma microscópica e isso faz com que, enquanto circulante, ela sofra uma opsonização por Ac (é marcada como alterada/defeituosa) e no momento que essa hemácia passa pelo baço (órgão rico em macrófagos) ela é fagocitada. Quanto maior a infestação por anaplasma maior o grau de anemia no animal, porque maior será o número de hemácias fagocitadas, desenvolvendo uma anemia autoimune hemolítica extravascular (autoimune porque quem fagocita é o macrófago, hemolítica porque há hemólise, e extravascular porque ocorre no baço) ⭗ Babesia - se proliferam no citoplasma da hemácia até causar sua lise gerando uma anemia hemolítica intravascular SINTOMATOLOGIA ⭗ Anaplasma marginale - Hematócrito baixo - Febre - até 41°C - Fraqueza - Anorexia - Desidratação - turgor de pele, eno�almia - Urina âmbar - amarelo escura - Dispneia - Andar cambaleante e vagaroso - Mucosas pálidas-ictéricas - quando se tem anaplasmose bovina as mucosas ficarão só hipocoradas, quando associada à babesia as mucosas ficam ictéricas também ⭗ Babesia bigemina - Hemoglobinúria - ao romper as hemácias se tem o extravasamento de hemoglobina livre - Icterícia - ocorre a transformação da hemoglobina extravasada em bilirrubina, causando uma hiperbilirrubinemia ⭗ Babesia bovis - CID (Coagulação Intravascular Disseminada) - por ser um protozoário com um corpúsculo bem pequeno ele acaba se aderindo aos pequenos vasos, principalmente em SNC, de forma que a circulação (estase circulatória) e consequente oxigenação do tecido é interrompida, se tem então uma hipóxia e desenvolvimento de lesões neurológicas (cujo grau vai depender do nível de acometimento da CID) DIAGNÓSTICO ⭗ Histórico/anamnese ⭗ Esfregaço sanguíneo - pesquisa de hematozoários (imagens 1 e 2) ⭗ Hemograma - Eritrograma - anemia regenerativa (anisocitose+policromasia) - Leucograma - leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda (aumento do número de neutrófilos jovens, ou seja, presença de bastonetes) - Hematócrito baixo ⭗ Bioquímico - hiperbilirrubinemia ⭗ Urinálise - hemoglobinúria, bilirrubinúria (fazer sedimentoscopia) ⭗ Necropsia - palidez das mucosas e da musculatura, sangue aquoso, icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia, rim hipertrofiado (babesia, porque elimina hemoglobina pela urina o que sobrecarrega o órgão) ⭗ Sorologia - ELISA, imunofluorescência (identificação de Ac específicos que demoram cerca de 14 dias até estarem em quantidade suficiente para serem detectados no exame), demora muito então não é feito como rotina no diagnóstico ⭗ Diagnóstico diferencial - Tripanossomose bovina (Trypanosoma vivax) 1. Identificação de Anaplasma marginale em pesquisa de hemoparasita 2. Identificação de Babesia bigemina (dois corpúsculos) e Babesia bovis (um corpúsculo só) em pesquisa de hemoparasita TRATAMENTO ⭗ Tetraciclinas (20-30 mg/Kg/PV - trata a Anaplasma) dose única a cada 3 dias + Diaminazine aceturato (3-8 mg/Kg/PV) dose única exceto em casos graves em que a abordagem deve ser feita com duas doses com intervalo de 2 dias entre elas ⭗ Dipropionato de Imidocarb - 3 mg/Kg/PV via IM dose única (não é muito utilizado) ⭗ Tratamento suporte - antitérmico (Flunixin, Meglumine, Dipirona), NÃO fazer fluidoterapia antes de corrigir a anemia porque o animal já está em estado grave e a diluição do sangue pode o levar à óbito ⭗ Transfusão sanguínea ⭗ Premunização - vacina não é efetiva como medicina preventiva, só melhora a imunidade do animal em situações de predisposição RETÍCULO PERICARDITE TRAUMÁTICA É a mais frequente e grave complicação causada pela ingestão de corpos estranhos perfurantes, como pregos e arames. Quando o alimento sai do rúmen para o retículo para ser regurgitado se tem alto risco de afetar o retículo pelo movimento de contração que esse órgão faz, o corpo estranho então pode: se alojar na mucosa reticular, perfurar o retículo e se alojar na cavidade abdominal (causando peritonitetraumática), afetar outros órgão como o baço (retículo esplenite traumática) e o coração (retículo pericardite traumática). PREDISPOSIÇÃO Os bovinos são animais com baixo desenvolvimento do seu senso epicrítico, isso significa que o animal não em condições plenas de avaliar o que se encontra em sua boca pela baixa sensibilidade na cavidade oral (por ser uma presa fácil tem a necessidade de apreender e deglutir o alimento da forma mais rápida possível, sem parar para analisar o que foi ingerido ou não, somente quando em um lugar considerado mais seguro que esse animal vai regurgitar o que deglutiu às pressas para realizar uma digestão ideal). ⭗ Descuido do tratador - deixar objetos pontiagudos e perfurantes soltos pela propriedade SINTOMATOLOGIA ⭗ Anorexia - quando em o corpo estranho o animal sente dor ao ruminar então para de comer ⭗ Emagrecimento ⭗ Dor - cifose, ou seja, o arqueamento de coluna ⭗ Evita locomoção e decúbito ⭗ Febre ⭗ Hiperalgia às provas - Percussão dolorosa - fazer percussão na altura do retículo enquanto faz ausculta da garganta zootécnica para auscultar um gemido de dor do animal - Prova de cernelha - pregueamento de pele que gera reação postural de lordose (abaixa a coluna) com sinais de dor (com o esteto na garganta zootécnica deve-se auscultar o gemido do animal) - Prova da rampa - fazer o animal subir e descer uma rampa, ele vai demonstrar facilidade ao subir mas ao descer se notará desconforto ⭗ Edema - mais fácil de visualizar edema de peito e barbela ⭗ Jugular ingurgitada - por refluxo sanguíneo ⭗ Pulso jugular ⭗ Prova de garrote + - garrotear o animal e avaliar se a jugular está ingurgitada tanto acima quanto abaixo do garrote ⭗ Taquicardia ⭗ Abafamento de bulhas - pelo acúmulo de líquido no pericárdio ⭗ Maciez cardíaca - difícil de notar ao fazer percussão DIAGNÓSTICO ⭗ Histórico/anamnese - reformas na propriedade? o que o animal come? ⭗ Sintomas ⭗ Hemograma - mais usado para monitorar o estado do animal e não para diagnóstico em si ⭗ Eletrocardiograma - pode ser utilizado mas não se faz na prática ⭗ US - aumento do espaço pericárdico ⭗ Análise de líquido do espaço pericárdico e peritoneal ⭗ Necropsia TRATAMENTO E PREVENÇÃO ⭗ Tratamento suporte e estabilização - fluidoterapia e atb ⭗ Ruminotomia para retirada do corpo estranho - só em reticulite ⭗ Prognóstico ruim ⭗ Eliminação das fontes de corpo estranho ⭗ Magneto - ímã administrado via oral que se deposita no retículo do animal (>8 meses) impossibilitando que o corpo estranho perfure o tecido Sistema Respiratório OESTROSE Ocorre mais nas épocas de primavera e outono por ter uma temperatura amena que propicia a proliferação de moscas, em particular a Oestrus ovis que deposita seus ovos na cavidade nasal desses animais, principalmente em ovinos. As larvas passam por 3 estágios que ocorrem dentro da cavidade nasal, quando atinge o estado L3 ela tende a cair no solo por estar mais pesada, muitas vezes sendo expelida pelo espirro que é um dos principais sintomas. As larvas possuem pequenos órgãos que permitem que ela fique aderida à mucosa, isso é o que vai causar a inflamação e irritação da cavidade nasal. SINTOMATOLOGIA Os sinais não aparecem de imediato já que acompanham o desenvolvimento das larvas. △ Agitação △ Escondem a cabeça △ Coçando o focinho △ Espirros △ Secreção nasal purulenta △ Lacrimejamentos △ Sinusite △ Dispneia △ Transtornos nervosos locomotores △ Emagrecimento progressivo △ Morte DIAGNÓSTICO △ Sinais clínicos △ Anamnese/histórico △ Inspeção das cavidades nasais △ Endoscopia - muito pouco realizado TRATAMENTO △ Ivermectina - 200 ug/Kg, VO ou SC PROFILAXIA △ Ivermectina - 200 ug/Kg, VO ou SC no final do verão e outra dose no inverno DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL △ Corpos estranhos △ Adenocarcinoma nasal △ Pneumonia △ Traumatismo △ Sinusite △ Língua azul BRONCOPNEUMONIAS Ocorrem quando se tem distúrbio em três fatores principais: △ Imunidade do hospedeiro - se tem épocas de baixa imunidade, principalmente em bezerros e isso vai variar com o método de criação △ Agente infecciosos - presentes em que quantidade e qual seu grau de patogenicidade △ Fatores ambientais - com que frequência e quais materiais é feita a higiene ambiental, como são as instalações? PNEUMONIA ENZOÓTICA DOS BEZERROS Ocorre em raças leiteiras principalmente por causa das instalações. Nesse quadro se tem uma janela de susceptibilidade em que o nível de anticorpos colostrais já caiu e a imunidade ativa do animal ainda não produz anticorpos o suficiente para proteger este animal, principalmente entre a 4 e 5 semana de vida. Quando o desmame é feito nesse período ele vai somar o fator do estresse, o que vai fazer ele liberar cortisol e causar imunossupressão. FEBRE DO TRANSPORTE Ocorre principalmente na passagem da cria para a recria em bezerros de corte. Nestes animais o desmame acontece dos 6 a 8 meses no período de transição da cria para a recria, mudando todo no manejo do animal principalmente a dieta. PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS BACTÉRIAS △ Manheimia haemolytica △ Pasteurella multocida △ Histophiis somni VÍRUS △ Vírus sincicial respiratório bovino (VSRB) △ Vírus tipo 3 da parainfluenza bovina (P1-3) △ Vírus da diarréia viral bovina (VDVB) △ Herpesvírus ovino 2 (Febre catarral maligna) △ Herpesvírus bovino 1 (rinotraqueíte bovina) SINTOMATOLOGIA △ Apatia △ Hiporexia/anorexia △ Corrimento nasal e ocular bilateral △ Tosse, dispnéia △ Postura ortopnéica - pescoço esticado, orelhas caídas, boca aberta, olhos fundos, membros anteriores afastados △ Febre DIAGNÓSTICO △ Histórico/anamnese △ Sintomatologia △ Exame físico - ausculta e percussão das vias respiratórias △ Hemograma △ Swabs nasais + citologia + cultura e antibiograma △ Broncoscopia + LBA + citologia △ US △ Sorologia TRATAMENTO △ Controle da infestação bacteriana - antibioticoterapia ⬦ Amoxicilina ⬦ Ampicilina ⬦ Ce�iofur ⬦ Enrofloxacina △ AINES - reduzir febre e inflamação pulmonar ⬦ Flunexim meglumine △ Broncodilatadores e mucolíticos - manutenção do fluxo de ar e conservação das trocas gasosas △ Terapia de suporte - fluidoterapia, oxigenioterapia, nebulização PNEUMONIAS VERMINÓTICAS Causado pelo verme Dictyocaulus viviparus, de forma que o animal só vai apresentar sinais clínicos quando os vermes se alojarem no pulmões em seu estágio já adulto. A contaminação ocorre pela ingestão do pasto com gotículas que contêm larvas, essas larvas seguirão para o intestino onde vão alcançar seu 4° estágio nos linfonodos mesentéricos, depois disso essas L4 chegam ao coração e depois pulmão via linfática ou sanguínea, nos pulmões as L4 vão se maturar e se tornar vermes adultos começando a se proliferar. Um dos sintomas é tosse, e com os ovos no pulmão o animal vai expelí-los com a tosse, os deglutindo novamente e depois defecando as L1, fechando o ciclo exógeno no meio ambiente. O ciclo desde a ingestão das larvas até a manifestação clínica demora em média 3 a 4 semanas. É um diagnóstico diferencial de broncopneumonia. DIAGNÓSTICO △ Coproparasitológico - método Baermann △ Necropsia TRATAMENTO △ Antiparasitários ⬦ Benzimidazóis ⬦ Levamisol ⬦ Ivermectina △ Controle da infestação bacteriana - antibioticoterapia ⬦ Amoxicilina ⬦ Ampicilina ⬦ Ce�iofur ⬦ Enrofloxacina △ AINES - reduzir febre e inflamação pulmonar ⬦ Flunexim meglumine △ Broncodilatadores e mucolíticos - manutenção do fluxo de ar e conservação das trocas gasosas △ Terapia de suporte - fluidoterapia, oxigenioterapia, nebulização Tegumentar A pele demonstra muito claramente o nível de bem estar do animal, além de que também é um produto da produção animal sendo necessário então estar em condições ideais para comercialização. ECTOPARASITAS ▣ Carrapatos - principal é o Boophilus microplus, causa microlesões na pele, depósitos de queratina, alteração da qualidade do couro e da pele ▣ Mosca do chifre - mais recorrente em época de período chuvoso, podendo haver de 5 a 10 mil moscas por bovino o que vai gerar estresse, emagrecimento e afetar a qualidade do couro ▣ Piolho - bem comum no Brasil,sendo o principal piolho sugador o Linognathus vituli que se adere em regiões escondidas do animal e depois se espalha pelo corpo todo em locais de difícil alcance para o animal ▣ Miíase - bicheira (larva da mosca Cochliomyia hominivorax) ocorre em períodos mais quentes e chuvosos quando a mosca deposita seus ovos em feridas abertas (inclusive feridas cirúrgicas, por isso é imprescindível o uso diário de repelente), a larva consome o tecido necrótico da ferida e pode até penetrar no tecido do animal ▣ Berne - a larva da mosca Dermatobia hominis é depositada na pele íntegra, ocorrendo principalmente em regiões arborizadas com dias quentes e noites frias ▣ Sarna Doença Agente Etiológico Tratamento Berne Dermatobia hominis Ivermectina Miíase Cochliomyia hominivorax Ivermectina Carrapatos Rhipicephalus Boophilus microplus Ivermectina; Cipermetrina; Amitraz Piolhos Haematopinus tuberculatus Linognathus spp Bovicola spp Cipermetrina; Amitraz Mosca do chifre Haematobia irritans Cipermetrina Sarnas Psoroptes spp Chorioptes spp Sarcoptes scabiei Amitraz *Amitraz é um organofosforado que pode levar à intoxicação, devendo ser evitado ao máximo. PAPILOMATOSE É uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus da papilomatose bovina que leva à formação de lesões verrucosas em várias partes do organismo do animal. É uma doença diretamente relacionada ao estado geral do animal, de forma que quanto mais debilitado mais facilmente ele será acometido e mais rápida será sua progressão. Pode-se dividir os vírus causadores dessa doença em grupo A e B, de forma que cada grupo apresenta 3 tipos de vírus diferentes: ▣ Grupo A - fibropapilomas ▹ Tipo 1 - fibropapilomas no teto e pênis; regride espontaneamente em até 1 ano ▹ Tipo 2 - fibropapiloma cutâneo na cabeça e no pescoço (múltiplos e cinzas); regride espontaneamente em até 1 ano ▹ Tipo 3 - papiloma cutâneo epitelial; não regride espontaneamente ▣ Grupo B - papilomas epiteliais (maior importância clínica) ▹ Tipo 4 - papilomas na mucosa do trato digestivo ▹ Tipo 5 - fibropapilomas no teto e úbere (semelhante a grãos de arroz); não regride espontaneamente ▹ Tipo 6 - papiloma epitelial nos tetos Os papilomas podem ainda, localizar-se no esôfago (impede a abertura espontânea do cárdia causando timpanismo crônico), boca, língua, região genital e bexiga (causando hematúria crônica). Infecções secundárias podem advir sob a forma de micoses, miíases e infecções bacterianas (papiloma no teto leva ao acúmulo de leite que é um substrato para o desenvolvimento bacteriano). A transmissão dessa doença pode ser feita de forma direta ou indireta, por meio de moscas, carrapatos, cercas, cochos de alimentação, cordas, equipamentos, etc. Os animais jovens são mais susceptíveis, todavia todas as faixas etárias podem ser atingidas. Dentre as raças, a holandesa apresenta maior predisposição. TRATAMENTO Nem toda papilomatose exige tratamento, já que em 85% dos casos é autolimitante. ▣ Retirada cirúrgica com pinça e bisturi, fazendo cauterização da ferida com nitrato de prata ▣ Clorobutanol - limita a proliferação do vírus, podendo estar associado ao verruclin via SC de acordo com indicação da bula ▣ Autohemoterapia - se retira sangue do animal e aplica nele mesmo novamente por outra via (IM) ▣ Vacina autógena - as cirúrgicas retiradas cirurgicamente podem ser utilizadas para desenvolver uma vacina FOTOSSENSIBILIZAÇÃO Enfermidade decorrente da sensibilidade da pele à luz em função da ação de agentes fotodinâmicos. PATOGENIA Pode ocorrer por porfiria (genética), ingestão de alimentos ou substâncias pré-formadas ou doença hepática. A partir de um desses fatores haverá o acúmulo de agentes fotodinâmicos sob a pele transformando isso somado a incidência solar direta, isso vai resultar em reações térmicas que vão gerar lesões na pele do animal. PORFIRIA É uma doença hereditária incomum que determina a formação da molécula de hemoglobina, onde por uma deficiência enzimática permite a deposição de agentes fotodinâmicos (uroporfirinogênio I e coproporfirinogênio I) nos ossos, dentes, urina e pele (eritema, edema, necrose). Ocorre em animais jovens e não existe tratamento. INGESTÃO DE PRÉ-FORMADOS Plantas Medicamentos Erva de São João (hipericina) Fenotiazina Trigo sarraceno (fagopirina) Tetraciclina Cicuta negra (furocumarina) Sulfas SECUNDÁRIA OU HEPATÓGENA É o tipo mais importante de fotossensibilização em ruminantes. Ocorre quando os animais consomem Brachiaria decumbens na qual o fungo Pithomyces chartarum se adapta bem liberando a micotoxina Esporidesmina, que ao ser ingerida com o capim vai gerar lesões no fígado do animal. Com as lesões hepáticas o animal vai perder a capacidade de eliminar a filoeritrina (clorofila do capim degradada com capacidade de absorção intestinal), isso vai levar ao acúmulo de filoeritrina no sangue e na pele gerando a fotossensibilidade. TRATAMENTO ▣ Retirar o animal da exposição à luz solar (se possível) ▣ Retirar ou evitar o agente causador (realizar possíveis trocas de pasto, corte 20 cm de altura) ▣ Limpeza das feridas ▣ Pomadas anti-inflamatórias ▣ Pomadas anti-sépticas e cicatrizantes ▣ Prevenção de miíases (repelente) ▣ Facilitador do metabolismo hepático - glicose, metionina, complexo B ▣ Compostos a base de zinco - sulfato de Zn (0,35g Zn/L) na água, é um protetor solar que pode ser usado como profilaxia TRICOFITOSE/TINHA/DERMATOFITOSE É uma doença fúngica causada pelo Trichophyton mentagrophytes e Trichophyton verrucosum, que se manifesta por regiões circulares planas acinzentadas de alopecia. O contágio é direto (de um animal para o outro) ou indireto (fômites), costuma ter resolução espontânea em até 4 meses e depois o animal desenvolve resistência à reinfecção. As lesões podem ser tratadas com soluções à base de iodo diariamente, mas não é necessário e normalmente não é feito. ECTIMA CONTAGIOSO Doença exclusiva dos pequenos ruminantes que apresenta lesões semelhantes às do papiloma, mas é uma zoonose. Vírus do gênero Parapoxvirus acomete principalmente boca e face, sua principal porta de entrada é por abrasões geralmente causadas por feno ressecado que forma lesões na mucosa oral, portanto uma das formas de tratamento é alteração do manejo alimentar. Pode-se ter transmissão via direta ou indireta, costuma ser autolimitante desenvolvendo uma memória imunológica de 2 a 3 anos. TRATAMENTO ▣ Permanganato de potássio a 3% ▣ Iodo a 3% acrescido de glicerina ▣ Vacina viva na pele escarificada - promove 2 anos de imunidade
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