Buscar

Ruminantes I (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Medicina Preventiva
Tríade a ser respeitada:
● Fatores ambientais
- O ambiente em que o animal vive deve ser o melhor possível para promover a saúde e no bem estar
animal (impacta diretamente na produção e, por consequência, na economia da propriedade)
- Atenção ao manejo ambiental relacionado a limpeza e diminuição do estresse animal
- Os fatores ambientais podem favorecer o aparecimento dessas doenças. Por exemplo, as mastites
acontecem muito mais em um ambiente sujo do que em um ambiente limpo
● Agentes infecciosos
- Se tiver uma quantidade exacerbada de agentes infecciosos no meio ambiente, acaba tendo o maior
número de animais contaminados
- Dependendo de qual for posso ter uma doença mais grave (alta patogenicidade, como a raiva e a
clostridiose) ou ainda posso ter um agente que não é tão grave mas está em alta quantidade na
propriedade e precisa ser controlado
- Controlar a disseminação dos agentes infecciosos pelo isolamento dos animais doentes e outras
medidas de prevenção somadas ao tratamento
● Hospedeiros
- Importante respeitar a imunidade individual de cada animal durante o período de vida que ele está
ali
- Existe a oscilação de imunidade considerada fisiológica (ex: vaca produzindo colostro/bezerro à
desmama) e a patológica (causada por alguma doença)
- Ambas deixam o animal com o sistema imunológico mais deficiente e mais predisposto a novas
doenças
- Deve-se respeitar essa fase do animal para evitar que novas doenças surjam (ex: s eu sei que o
bezerro a desmama já está com uma imunidade mais baixa eu não vou realizar nesse mesmo
período a descorna ou mudanças de pasto, pois seria mais um fator estressante nessa fase)
- Ideal é manter uma nutrição adequada desses animais, não gerar mais estresse em animais com
sistema imunológico baixo
ICEBERG
O conceito do iceberg é usado para lembrar que muitas vezes não se tem uma grande quantidade de animais
clinicamente afetados, mas isso não quer dizer que eles não estejam realmente afetados. Podem ser doenças
por falha de manejo, doenças nutricionais ou infectocontagiosas.
MANEJO SANITÁRIO
Conjunto de medidas cuja finalidade é proporcionar aos animais ótimas condições de saúde, evitando ao
máximo altas taxas de mortalidade e de morbidade. Um manejo deficiente vai apresentar:
● Aumento das taxas de morbidade e mortalidade
● Diminuição da taxa de crescimento dos animais
● Menor produtividade (essencial ter controle destas informações)
● Tudo isso acarreta na menor lucratividade
PROFILAXIA
Conjunto de procedimentos adotados visando a prevenção da doença em nível populacional na propriedade.
É relacionada a manejo ambiental, vermifugação e vacinação. É um método muito mais barato em
comparação ao tratamento em si das doenças, além de que evita quedas na produção e, com isso, mantém a
lucratividade.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Quando se quer evitar que uma doença entre no rebanho.
● Saneamento do ambiente - limpeza do ambiente em que o animal fica
● Quarentena - sempre antes de introduzir um animal novo na propriedade, observar e realizar uma
bateria de exames durante um período para só depois introduzi-lo no rebanho
● Calendário zoosanitário - esquema de vacinação e vermifugação bem organizadas para não perder
nenhuma data
● Educação sanitária - treinamento constante dos funcionários sobre os manejos para que eles não
falhem no serviço
● Destruição de cadáveres - vacas são curiosas, não posso deixar uma carcaça de animal a céu aberto
(enterramento, incineramento ou “compostagem”), cuidado para não contaminar o solo/lençol
freático e disseminar a doença (pesquisar o terreno antes de escolher o método de destruição)
● Vacas gestantes - manter um piquete só de vacas em período final de gestação pois tem que ser um
piquete de fácil observação
● Parto - deve-se ter um ambiente limpo para a vaca parir e evitar contaminação do bezerro recém
nascido
● Manejo de neonatos
● Prevenção de mastite
● Manejo de cascos - solo adequado sem umidade em excesso, alimentação adequada com sal
mineral, pedilúvio
MEDIDAS DE CONTROLE
Controlar ou evitar novos casos de uma doença já existente na propriedade.
● Isolamento - isolar os animais que já estão doentes
● Desinfecções
● Interdições
● Notificações - para doenças de notificação obrigatória como raiva e febre a�osa
● Diagnóstico precoce
● Destruição de cadáveres - evitar contaminação de outros animais em casos de morte por doença
infectocontagiosa
● Eliminação de vetores - evitar que o vetor transmita a doença para o rebanho
MEDIDAS DE ERRADICAÇÃO
Quando se quer extinguir uma doença da propriedade ou diminuir seus efeitos no rebanho quando não é
possível sua eliminação completa (geralmente pela grande quantidade de animais que tem ali). É o caso
quando se fala de raiva, febre a�osa e brucelose.
CONTROLE DE ECTOPARASITAS
Existem 10 passos para o controle de carrapatos numa propriedade:
1. Use a arma adequada
● Escolher o produto (uso tópico) adequado ao combate da população de carrapatos de cada
propriedade
● Para começar uma mesa de controle, o ideal é colher amostras de carrapatos e enviar para o
laboratório onde serão realizados testes de sensibilidade para identificar qual o melhor
carrapaticida para aquela região
2. Combata o inimigo quando ele estiver em maior número
● Apesar de que um bovino pode passar para o outro, na maioria dos casos o contágio ocorre
quando o bovino vai pastar e o carrapato sobe no animal
● O ciclo do carrapato ocorre uma parte na plantação e outra parte no hospedeiro, sendo assim, a
melhor época para combater esse ectoparasita é antes de ele alcançar o pico de multiplicação, ou
seja, entre primavera e verão que é quando eles começam a ovipostura (F1 e F2)
● Aplicar na época adequado que é quando eles estiverem em menor número, porque se eles se
multiplicam de maneira descontrolada se torna muito mais difícil de dizimá-los (quantidade de
carrapato no animal já é grande - F3)
● É utilizado um protocolo de 150 dias. Pode variar de acordo com o carrapaticida que está sendo
utilizado
*F1, F2 e F3 são as oviposturas feitas ao longo do ano, sempre evitando o F3.
3. Obedeça as regras
● Sempre ler e respeitar a bula
● Dosagem, categoria animal, vias de administração, intervalo entre dosagens (150 dias)
4. Proteja-se
● Segurança do operador (que deve ser instruído), principalmente se for pelo método de
pulverização (luva, máscara, etc)
5. Dê o tiro certo
● Contenção adequada + aplicação contra o sentido de crescimento dos pelos + aplicar em toda a
superfície corpórea
6. Animais aspiradores
● Animais recém tratados devem voltar às pastagens (realizar limpeza do ambiente)
● Não tem como pulverizar a passagem inteira, então, para diminuir a quantidade de carrapatos do
pasto, utiliza os próprios animais que acabaram de receber o carrapaticida, pois assim os
carrapatos sobem nele e morrem
7. Dê atenção especial aos animais de “sangue doce”
● São animais recidivantes (que atraem mais/são mais predispostos), acabam sendo responsáveis
por recontaminação da passagem
● Devem ser tratados com mais frequência (diminuir o intervalo entre doses)
8. Avalie o desempenho da sua arma
● Refazer o teste de sensibilidade a cada dois anos, pois pode ser que o carrapaticida utilizado
perca o efeito
● Caso isso aconteça, o carrapaticida deve ser destruído
9. Cuidado com os forasteiros
● Os animais recém inseridos devem ficar em quarentena por 30 dias, faço o tratamento durante a
quarentena se precisar (o ideal é que o animal tenha recebido o tratamento no local de origem)
10. Evite infestações mistas
● Importante criar as diferentes espécies em espaços separados, pois o carrapato de equino é
diferente do de ruminantes, assim como o carrapaticida utilizado para cada um deles
VERMINOSES
Os vermes em bovinos também tem o ciclo endógeno (no animal) e exógeno (na pastagem).
CICLO ENDÓGENO Bovino ao se alimentar no pasto ingere as larvas (estão dentro de gotículas de água) que
estavam ali e dentro de elas se tornam adultas (esse período ocorre no inverno). Nas fezes deste animalsaem
os ovos.
CICLO EXÓGENO Os ovos que saem nas fezes vão para o ambiente e lá ocorre a eclosão das larvas que irão
contaminar outros animais (esse período ocorre no verão). As larvas no pasto precisam de um ambiente
quente e úmido para se manterem.
Os animais devem ser tratados somente na época de inverno. As larvas estão no pasto no verão, então não
adianta tratar os animais no verão, pois as larvas estão no pasto e não no animal. Então deve-se esperar o
inverno para dar o vermífugo, já que é quando o animal estará com os vermes no TGI.
A vermifugação difere do carrapaticida porque o carrapaticida é feito na estação em que os ectoparasitas
estão no pasto, enquanto o vermífugo faz quando os parasitas estão no animal.
CONTROLE DE VERMINOSES EM BOVINOS DE CORTE São os mais predispostos a verminose por serem criados em
sistema extensivo, o animal criado dentro de galpão é menos suscetível.
Dentre os animais de corte, a categoria mais predisposta é a dos animais em desmama (6 meses) até seus
24/30 meses de vida, isso porque este animal saiu do aleitamento e começou a ingerir uma maior quantidade
de pasto. Essa categoria chama-se animal de risco, e eles devem ser vermifugados em maio, julho e setembro
(época das secas - prejuízo alto por morte devido às verminoses). Boi de engorda e vaca são animais mais
resistentes, para bovinos adultos esses meses vão de acordo com a estação de monta (1 vez por ano - macho
outubro/novembro e fêmeas julho/novembro - pensando que a estação de monta será entre novembro e
janeiro).
A vermifugação do restante dos animais depende do manejo da propriedade. O ideal é organizar um
protocolo de vermifugação baseado nas épocas próximas da estação de monta no país, pois a vaca quando
está prenha, por exemplo, no final da gestação se encontra num período de alta susceptibilidade porque há a
redução da sua imunidade, devido à formação de
colostro.
*Bovinos de leite são vermifugados mais cedo que
os de corte
*Em gado de corte não existe a etapa bovina antes da desmama.
CONTROLE DE VERMINOSE EM BOVINOS DE LEITE Vacas prenhas devem ser vermifugadas de 30 a 60 dias antes do parto
(período seco - julho/agosto), é a época em que as vacas estão mais suscetíveis devido sua imunidade baixa
pela formação de colostro. No caso de bezerros leiteiros se faz a vermifugação com 30 dias de idade, que é
quando o bezerro está mais próximo do desmame e passa a consumir mais papinha e alimentos sólidos,
depois da primeira administração repetir a cada 90 dias até 1 ano de idade. O bezerro de leite desmama mais
cedo que o de corte.
O vermífugo mais usado para bovinos é a Ivermectina.
GRÁFICO CONTROLE DE PARASITAS
● De janeiro até maio e do final de setembro até dezembro é o período chuvoso, que seria
o período de verão
● No meio do ano seria o inferno, período seco
● Para ectoparasita é utilizado protocolo de 150 dias, portanto começa o controle por
volta de outubro e vai até o finalzinho de março
● Com relação às verminoses em gado de corte, o controle é feito em maio, julho e
setembro, então é dada uma dose de vermífugo em cada um desses meses. A primeira
dose serve para eliminar parasitas da estação anterior, a segunda dose, que é a mais
importante, para eliminar parasitas que sobreviveram a primeira dose, e a terceira dose
para reduzir a contaminação das pastagens
● Com relação às verminoses em gado de leite, o controle é feito em julho e agosto
CONTROLE DE VERMINOSES EM CAPRINOS E OVINOS
O principal verme para pequenos ruminantes é o Haemonchus que causa uma anemia severa. Esse parasita
leva à morte e não é facilmente combatido devido o uso indiscriminado de vermífugos, que acabou
resultando em uma alta resistência desses vermes, portanto, não adianta insistir no protocolo de
vermifugação dos bovinos, o plano de controle deverá ser adaptado a cada realidade. Atualmente não é
recomendado a aplicação em todo o rebanho sem diagnóstico.
DIAGNÓSTICO Existem dois métodos de monitoramento da carga parasitária dos animais para que seja possível
a vermifugação racional dos rebanhos. Essa monitoria é feita de acordo com os sinais clínicos apresentados
pelos animais, sendo que o principal é a mucosa hipocorada
I. Famacha - monitoramento por coloração de mucosa
● É um score de coloração da mucosa ocular, é feito nas propriedades a fim de triar os animais que
precisam passar por algum tipo de exame mais específico como o OPG (os animais com mucosa
hipocorada devem fazer OPG)
● Então, se identifica um grande número de animais com a Famacha, que indica uma coloração de
mucosa mais clara (3, 4 ou 5), deve-se coletar fezes de uma porcentagem destes animais e mandar
para o laboratório para que eles realizem OPG e identifiquem a presença ou ausência de
Haemonchus
● O protocolo instituído de avaliação varia de acordo com a incidência do Haemonchus naquela
região. Locais de grande incidência devem ser reavaliados a cada 7 dias, locais de média
incidência a baixa a cada 15 dias em época de chuva ou a cada 30 dias em época de seca
II. OPG - contagem de vos por grama de fezes
● Não se faz OPG do rebanho inteiro porque é um exame mais caro, então é feito por amostragem
(coletar amostra de alguns animais com sintomas e se for positivo para Haemonchus deve-se
vermifugar 10% dos animaIs)
● É recomendado fazer avaliação mensal por OPG
● O laboratório realiza a contagem da amostra e vai mostrar se é positivo ou negativo pela
quantidade ovos encontrados por grama de fezes, sendo que acima de 1000 ovos é considerada
uma infestação importante e exige vermifugação
● Não vermifugar se não houver uma contagem significativa de ovos, pois eles não estão com uma
infestação alta (sempre terá verminose, a questão é se está afetando a produção ou não)
● Além disso, é importante realizar o teste de eficácia do vermífugo também, tanto para vermes de
bovinos quanto para pequenos ruminantes
REDUZINDO A CONTAMINAÇÃO
● Evite a superlotação
● Limpeza regular das instalações
● Água e alimento frescos e de boa qualidade
● Pastejo alto (>15 cm) já que vermes ficam até 5 cm do solo (na base do capim)
● Pastoreio rotacionado com espécies diferentes (sempre deixar um piquete descansando, para que a
quantidade de parasitas diminua pela ausência de hospedeiro
VACINAÇÃO
● Doses adequadas (ler a bula)
● Intervalos programados
● Vias de aplicação
● Contenção adequada do animal para não perder a dose da vacina
● Vacinar animais sadios (com sistema imunológico íntegro)
● Acondicionamento adequado (geralmente deve ser refrigerada)
● Observar validade
BOVINOS As vacinas da febre a�osa e da brucelose são obrigatórias em território nacional. A vacina da raiva é
compulsória em regiões de foco, mas é recomendada que se faça sempre, assim como a Clostridiose
(botulismo).
● Febre a�osa - existe uma campanha de vacinação em que os animais de todas as idades devem ser
vacinados em maio e os animais de até 24 meses a vacina é aplicada novamente em novembro. O
último caso de febre a�osa no BR foi em 2005 no Paraná
● Brucelose - fêmeas de 3 a 8 meses recebem dose única em qualquer época do ano. A vacina tem
tropismo por testosterona, então vacinar o macho é ineficaz, assim como não se deve vacinar antes
dos 3 meses de idade porque o consumo do colostro pode acabar neutralizando a vacina. É uma
doença que pode ser transmitida pelo leite, mas caso o leite seja pasteurizado a doença é
eliminada. Só se pode vacinar fêmeas de até 8 meses pois ela precisa ir para a reprodução estando
negativa para a doença, se ela for positiva a brucelose pode ser transmitida para o macho, podendo
desencadear uma orquite (saber diferenciar anticorpo vacinal de anticorpo de contato)
● Vacina multivalente - serve para doenças respiratórias e reprodutivas que levam ao aborto. É cara e
muitas vezes o proprietário não quer dar, por isso se faz mais quando casos começam a aparecer na
propriedade.
● No caso de prevenção de BVD (diarréia viral bovina) a vacinação em fêmeas deve ser feita no final
da gestação para que quando for produzir colostro os anticorpos desta doençaseja transferido da
mãe para o filho através da mamada.
● Não se pode vacinar os animais antes dos 3 meses pois pode-se ter uma inativação da vacina pelos
anticorpos vindos do colostro
CAPRINOS E OVINOS Não há vacinas obrigatórias para estes animais, e sim recomendadas. vacinação contra a
brucelose e febre a�osa é proibida, porque esses animais servem como sentinelas (indicam que a doença
chegou na propriedade e na região, a sintomatologia não é tão grave quanto em bovinos).
Neonatologia
O animal é considerado neonato até seus primeiros 28/30 dias de vida (1 mês), depois disso já passa a ser
chamado de bezerro.
GESTAÇÃO
São os cuidados com a vaca gestante, tomando todas as providências para que o animal passe sua gestação
com mais tranquilidade, conforto e segurança, garantindo um bem estar à mãe e ao neonato. É importante
ter um piquete maternidade para as vacas gestantes e um piquete de parto, isso vai facilitar a visualização
destes animais e permitir que qualquer problema que se possa ter seja identificado com maior facilidade.
Os piquetes devem ter uma boa cobertura vegetal ou artificial, sendo um lugar fresco e ventilado sempre
estando limpo, além de ter sempre água e comida fresca para os animais. Deve-se estimular um período seco
nas vacas leiteiras para permitir um intervalo de pelo menos 2 meses entre as lactações, é essencial ter esse
descanso da glândula mamária para produção do colostro de seu próximo filhote.
Separar as novilhas das vacas é necessário porque as novilhas costumam apresentar maior dificuldade
durante os partos e na lactação, já que é tudo novidade para elas, então estes animais exigem de uma atenção
maior durante todo o processo de gestação e pós.
APGAR
Escore que avalia se o animal precisa ou não de qualquer tipo de intervenção. Se o filhote é fruto de um
parto normal e a mãe está fornecendo todos os cuidados necessário nem se precisa avaliar o escore Apgar,
mas caso o filhote tenha nascido de um parto difícil, seja uma distocia ou uma cesária, o animal já nasceu
mais fraco por ter passado por um estresse fetal mais elevado, nestas situações o escore Apgar se faz
essencial.
Abaixo se tem um quadro com as principais avaliações do apgar para ruminantes, por meio destes
parâmetros se vai somando a pontuação total dos animais, sendo que bezerros com >7-8 não necessitam de
intervenção, somente os animais deprimidos (4-6) e os com elevados grau de risco (0-3).
PRIMEIROS CUIDADOS
Algumas formas de intervenção em neonato com escore apgar a partir de 6 sao: entrar com fluidoterapia,
oxigenioterapia, glicose, massagem torácica, desobstrução das vias aéreas superiores (suspender o animal
por seus membros traseiros com muito cuidado, não por muito tempo para não luxar as articulações e sem
que ele bata a cabeça no chão), banho de água fria para promover choque térmico e ativar a respiração do
animal.
COLOSTRO A mamada de colostro é essencial para a sobrevivência do animal já que é sua forma de acesso aos
seus primeiros anticorpos. O colostro tem algumas funções:
● Transferência de imunidade passiva - anticorpos maternos para o filhote
● Alimento - fornece minerais, vitaminas e sustância ao bezerro
● Laxante - estimula a liberação do mecônio (primeiras vezes), então quanto antes o bezerro mamar
melhor
A absorção de imunoglobulinas pelo colostro ocorre até 24h após seu nascimento, o ideal é que o animal
mame até 6h após o nascimento porque a partir deste período a taxa de absorção diminui devido a
maturação das células do intestino delgado, já que, com isso, o espaço que se tinha entre estas células agora
foi preenchido com a renovação do tecido impedindo a entrada de imunoglobulinas e patógenos.
Deve-se fornecer de 10 a 15% do peso vivo do bezerro, mas se o animal nasceu de parto normal e está
mamando na mãe não se deve intervir.
Caso o neonato não mame direto da mãe e não apresenta reflexo de sucção é necessário fazer a sondagem do
animal até que a sonda chegue na metade do esôfago, na região da goteira esofágica que redireciona estes
líquidos até o abomaso (não é interessante o leite ir para o rúmen porque lá vai ocorrer a fermentação).
CURA DO UMBIGO Cura externa com iodo (5 a 7%) BID até a queda do umbigo, que é esperada de 3 a 5 dias após
o nascimento (se demorar mais é só continuar com o procedimento até cair). Esse processo é essencial
porque o umbigo é uma das principais portas de entrada de patógenos de um neonato.
O uso de um iodo muito mais forte não é recomendado porque leva à queda mais rápida do coto umbilical, e
é necessário que ele cauteriza totalmente, ou seja, tanto por dentro quanto por fora para que quando ele caia
não se tenha ainda uma porta de entrada para microorganismos. Se o animal nasce e o coto umbilical é
muito comprido pode-se cortar com uma medida de 4 dedos da base.
ASFIXIA NEONATAL
Existem dois tipos de asfixia neonatal em ruminantes, podendo ser classificada como precoce ou tardia.
Quando o animal nasce de um parto distócico, normalmente se classifica essa asfixia como precoce já que se
terá sinais clínicos logo após o parto, enquanto na tardia o animal demora por volta de 1h para manifestar os
sinais clínicos, sendo proveniente não de um parto distócico mas sim de uma gestação prematura.
PRECOCE
Se no momento do parto o animal fica muito tempo no canal do parto (com o coto umbilical esmagado ou
rompido) quer dizer que ele ainda não tem capacidade de respiração pulmonar e a sua principal via
respiratória (o coto umbilical) foi danificada, o bezerro então já vai apresentar sinais de asfixia.
A dificuldade respiratória vai levar a queda de oxigênio e aumento de CO2, gerando uma acidose
respiratória. Além da acidose respiratória, o animal pode desenvolver uma acidose metabólica já que com a
baixa de O2 se tem uma redução do metabolismo aeróbico e estímulo do anaeróbico para gerar ATP, tendo
como resultado o acúmulo de ácido láctico no sangue (lactacidemia), gerando um quadro de acidose mista
(respiratória e metabólica).
Assim que o animal nasce já se percebe um escore APGAR alterado, é muito mais comum que a asfixia
neonatal tardia.
TARDIA
Não se trata de um bezerro distócico, mas sim de um bezerro prematuro (gestação <270 dias). Ocorre porque
a produção de solução surfactante ocorre no final da gestação, então quando o animal nasce antes disso
acontecer se tem a deficiência de surfactante e consequente colabamento dos alvéolos do bezerro.
As manifestações clínicas ocorreram cerca de 1h depois do nascimento, não sendo tão grave quanto a
precoce. É importante manter o controle de todas as gestações da propriedade para saber se houve
nascimento precoce ou não, quando não se tem estas informações é possível identificar um bezerro
prematuro pela ausência de incisivos rompidos, porque os bovinos já nascem com a ponta destes dentes
(pinças) expostos.
SINTOMATOLOGIA
● Diminuição a ausência de reflexos
● Arritmia respiratória
● Taquipnéia/apnéia
● Taquicardia - é compensatória na tentativa de aumentar a oxigenação do sangue
● Mucosas branco-azuladas/azuladas
● Morte
● Sibilos respiratórios (exclusivo tardia) - decorrente do estreitamento de vias aéreas
● Espuma saindo pelas narinas (exclusivo tardia) - decorrente de inflamação pulmonar
DIAGNÓSTICO
● Histórico - distocia? prematuridade? (identificar bezerro prematuro: peso abaixo da média, pelos
curtos e finos em região ventral e de umbigo, dentes incisivos recobertos)
● Sinais clínicos associados à hemogasometria
● Escore APGAR modificado abaixo de 6
TRATAMENTO
● (P) Cuidados iniciais com recém-nascido (precoce, porque na tardia quando manifestar sinais
clínicos não adianta mais dar banho de água fria, por exemplo)
● Oxigenação
● Correção acidose mista - bicarbonato de sódio
● (P) Analépticos respiratórios - cloridrato de doxapram 10-400 mg IV (facilita a respiração)
● (T) Glicocorticóides - estimula a produção de surfactante (dexametasona)
ONFALITE
O coto umbilical é composto por 2 artérias, 1 veia e 1 úraco que vai servir para a eliminação de urina do feto,
depois que o animal nasceessas estruturas não funcionam mais e devem se tornar inutilizáveis. Uma forma
de acelerar esse processo é com a cauterização umbilical com o iodo. Uma das coisas mais graves de uma
onfalite são as possíveis complicações secundárias. Dependendo da estrutura infeccionada do coto
umbilical, pode-se dar nomes diferentes a onfalite:
● Veia umbilical - onfaloflebite
● Artérias - onfaloarterite
● Úraco - uraquite/persistência de úraco
● Todas as estruturas - panonfalite/onfalite
A forma de diferenciar a estrutura afetada é por US, existe literatura que afirma ser possível fazer essa
diferenciação por palpação, no entanto é muito difícil e exige muita prática, mas no tratamento essa
identificação não faz grande diferença.
FATORES PREDISPONENTES
● Cura incorreta
● Ponto de ruptura - caso seja muito rente a base vai ser mais difícil de cauterizar e predispõe o
animal à onfalite
● Navel suckling - comportamento desenvolvido por bezerros que foram desmamados precocemente,
adquirindo o hábito de mamar o umbigo de outros bezerros
● FTIP (Falha de Transferência de Imunidade Passiva)*
● Asfixia neonatal*
*Animais que ficam muito tempo deitados no chão.
SINTOMATOLOGIA
Aguda Crônica
Anorexia Estado geral bom
Hipertermia -
Arqueamento de dorso -
Aumento de volume do coto e aglutinação dos
pelos na região (devido à drenagem de
secreção)
Aumento de volume do coto
Sensibilidade Sem sensibilidade
Espessamento do cordão Umbigo de consistência firme
Eliminação de urina pelo úraco (só se houver
uraquite)
-
O animal com quadro crônico não apresenta tantos sinais clínicos porque bovinos têm uma grande
capacidade de criar abscessos, isto é, encapsular inflamações e as conter de forma local, tendo um
prognóstico melhor do que um bezerro com quadro agudo.
A forma aguda pode gerar algumas complicações:
● Abscessos intra-abdominais
● Acometimento de outros órgãos
● Poliartrite
● Pneumonia
● Septicemia
DIAGNÓSTICO
● Inspeção direta e indireta (US)
● Palpação - fazer diferencial de hérnia e onfalite crônica
- Anel herniário
- Abscessos (flutuante)
- Sensibilidade
TRATAMENTO
CRÔNICA
● Limpeza e drenagem de abscesso, não pode suturar depois da drenagem porque esse tecido é
altamente contaminado, então faz-se então uma cicatrização por segunda intenção (por si só) com
aplicação de sedenho (gaze embebida com iodo) que vai preencher o espaço morto do tecido
drenado, realizando limpeza diária
● Antibioticoterapia sistêmica
AGUDA
● Quando não se tem complicações pode-se optar por um tratamento cirúrgico, fazendo a ressecção
do coto umbilical inflamado
● Com complicações se tem um prognóstico reservado
DIARRÉIA NEONATAL BOVINA
É uma das doenças mais recorrentes em neonatos, sendo uma das principais causas de morte nestes animais.
A diarreia é uma manifestação clínica de uma doença primária (alteração na dieta, por exemplo) ou
secundária (FTIP, por exemplo).
Pode acontecer por alteração nas taxas de secreção de líquido para dentro do intestino (o organismo está
secretando líquido para o intestino), assim como por falha nas taxas de absorção.
● Bovinos - 15-28 Kf fezes/dia (75-85% de água nas fezes)
● Ovinos/caprinos - 50-60% de água nas fezes
Existem três possíveis mecanismos de diarreia, estes mecanismos se aplicam a qualquer espécie.
HIPERSECREÇÃO PASSIVA OSMÓTICA Geralmente denominada como diarréia alimentar/nutricional, sendo causada
quando há alguma alteração na dieta do animal. Neste estado da vida o bezerro só consome leite, a diarréia
então pode ser causada por:
● Manejo colostro - ao mamar direto da mãe se tem a transformação do colostro para leite de forma
natural e progressiva, então ao fazer o aleitamento artificial é necessário reproduzir esse
comportamento para não gerar diarréia
● Leite adulterado, estragado, baixa temperatura
● Falha na formação da goteira esofágica - sem a goteira esofágica o leite acaba caindo no rúmen
onde ele será fermentado e causará timpanismo
● Baldes x mamada - dificulta a formação da goteira esofágica, é necessário que o animal não abaixe
a cabeça para mamar e que se tenha o reflexo de sucção
● Incapacidade de digestão de proteínas vegetais - essa capacidade só é desenvolvida a partir do 1
mês de vida, então é importante verificar no sucedâneo se alguma proteína vegetal faz parte da
composição
● Verminoses
HIPERSECREÇÃO ATIVA SECRETÓRIA Está diretamente relacionada à bactérias que, em grande quantidade, vai fazer
com que o organismo sequestre líquido para o intestino. As principais são:
● Salmonella
● Escherichia coli
● Campylobacter
● Clostridium perfringens
REDUÇÃO DA ABSORÇÃO E REABSORÇÃO Ocorre quando se tem o achatamento/atrofia das vilosidades intestinais.
Existem alguns patógenos com essa capacidade de destruir vilosidades, região da mucosa onde se acontece a
maior parte da absorção de líquidos.
● Criptosporidiose
● Eimeriose
● Rotavírus
● Coronavírus
● BVD
● Paratuberculose (doença de Johne)
● Verminoses
SINTOMATOLOGIA
● E. coli - fezes amareladas e bem liquefeitas, desidratação grave e rápida (olhos fundos e turgor
cutâneo aumentado), fraqueza e extremidades frias
● Rotavírus, coronavírus, Cryptosporidium - diarréia mucóide, hipertermia, anorexia, dores
abdominais, desidratação progressiva
● Salmonella - diarréia bastante líquida e com estrias de sangue, hipertermia severa (>41°C)
● Coccidiose (Eimeria zuernii) - diarréia preta com pouco sangue e cólica
● Diarréia viral bovina - diarréia mucóide, hipertermia, salivação, anorexia, epífora
● Diarréia - dependendo do grau e do tempo do quadro o animal perde muito HCO3 podendo gerar
um quadro secundário de acidose metabólica
● Marcas de fezes na região perineal e dos membros posteriores
● Desidratação (diferentes graus)
● Apatia - diretamente relacionado a acidose
● Anorexia
● Taquipneia
● Taquicardia
● Hiper ou hipotermia (em casos terminais da doença)
● Congestão e petéquias ou equimose da esclerótica (sepse)
● Eno�almia - desidratação
TRATAMENTO
● Causa base
- Vermes e protozoários - albendazole, ivermectina ou halofuginona
- Bactérias - necessário cultura e antibiograma; doxiciclina, enrofloxacina e florfenicol.
Quando o animal tem febre se associa o atb com AINE e antitérmico; flunexim
meglumine (AINE) e dipirona (febre mais alta)
- Probióticos - reposição da flora intestinal
- Acerto no manejo alimentar (leite)
- Protetores intestinais - caulim, carvão ativado (não há comprovação científica ainda, mas
na clínica o animal demonstra menor absorção de patógenos)
- NÃO administrar antidiarreicos (corta curso) - porque se o animal está com diarréia é
porque ele tem a necessidade de eliminar
● Fluidoterapia - primeira coisa a se fazer é reverter a acidose (quando apático), depois reverter a
desidratação e adicionar glicose (quando o animal está com hiporexia). Cuidado ao usar soro
fisiológico porque tem efeito ligeiramente acidificante
FLUIDOTERAPIA
VT = PV(Kg) x Volume (mL)
Grau de
Desidratação
Apatia e Eno�almia Tempo de
Pregueamento
Dose
I Discreta 2 segundos 30 mL/Kg
II Leve 4 segundos 50 mL/Kg
III Moderada 10 segundos 80 mL/Kg
IV Severa e com extremidades
frias
20 segundos 120 mL/Kg
ACIDOSE METABÓLICA
mEq = PV (Kg) x BD (mEq/L) x 0,5
● BD - déficit de base (de eletrólitos), esse valor é dosado pela hemogasometria mas a literatura me
diz que para bezerros diarréicos com desidratação de moderada a severa pode-se usar BD = 10
mEq/L (não administrar em administração leve porque o animal sem apatia não tem acidose, a
administração desnecessária/excessiva pode gerar uma alcalose que é muito mais difícil de
reverter)
● 1L de solução NaHCO3 = 169 mEq (usar regra de 3 para descobrir quantos L administrar)
GLICOSE
Só é necessário administrar glicose quando o bezerro apresentar hiporexia ou anorexia.
Glicose 50% = VT x 10%
QUANTIDADE DE FLUIDOTERAPIA
VT - (V NaHCO3 + V Glicose) = Volume Ringer simples
*Todos esses cálculos devem ser feitos diariamente, sempre acompanhando o quadro do animal.
REPOSITOR ORAL
Quando o animal já saiu do quadro de hiporexia/anorexia e tem uma desidrataçãoleve sem necessidade de
fluidoterapia IV pode-se usar esse recurso administrando ao bezerro VO com mamadeira.
Ingrediente Quantidade
Água 1L
Sal comum (NaCl) 5g
Bicarbonato de sódio 10g
Dextrose (açúcar de milho) 25g
EXERCÍCIO
1. Bezerro com 15 dias de idade, 50Kg, apresenta diarreia há 7 dias.
● Turgor de pele - 20 segundos
● Decúbito persistente, apatia, hiporexia, muflo seco, eno�almia acentuada, taquipneia, taquicardia
e extremidades frias
VT = PV(Kg) x V(mL) mEq = PV(Kg) x BD (mEq/L)X 0,5 Glicose50% = VT x 10%
VRinger = VT - (VNaHCO3 +Vglicose)
VT = 50 x 120 = 6L mEq = 50 x 10 x 0,5 = 250mEq 1L de NaHCO3 - 169mEq X = 1,48L
XL - 250mEq
Glicose50% = 6000 x 0,1 = 0,6L VRinger = 6 - (1,48+0,6) = 3,92L
2. Bezerro 10 dias de idade, 45Kg, diarreia há 3 dias.
● Turgor de pele = 10 segundos
● Decúbito persistente, apatia, hiporexia, muflo seco, eno�almia moderada, taquipneia e
taquicardia
VT = PV(Kg) x V(mL) mEq = PV(Kg) x BD (mEq/L)X 0,5 Glicose50% = VT x 10%
VRinger = VT - (VNaHCO3 +Vglicose)
VT = 45 x 80 = 3,6L mEq = 45 x 10 x 0,5 = 225 1L - 169mEq X = 1,33L Glicose50% = 3,6 x 0,1 = 0,36L
XL - 225mEq
VRinger = 3,6 - (1,33 + 0,36) = 1,91L
3. Bezerro 16 dias de idade, 55Kg, diarreia há 2 dias.
● Turgor de pele = 2 segundos
● Em estação, eno�almia discreta
VT = PV(Kg) x V(mL) mEq = PV(Kg) x BD (mEq/L)X 0,5 Glicose50% = VT x 10%
VRinger = VT - (VNaHCO3 +Vglicose)
VT = 55 x 30 = 1,65L
Cardiovascular
Não é muito comum encontrar problemas nesse sistema nos ruminantes, isso porque a grande maioria é
animal de produção, então ao detectar a doença em um rebanho o animal acometido é abatido ou
descartado.
EXAME CLÍNICO
HISTÓRICO/ANAMNESE
DADOS GERAIS
⭗ Sempre pensar que é um rebanho (verminose, ectoparasitose, etc), seguindo a lógica do rebanho ao
indivíduo
⭗ Sistema de criação
⭗ Desempenho produtivo - qual a função do animal? Está desempenhando bem?
⭗ Condições sanitárias do rebanho
⭗ Profilaxia de parasitas
DADOS SUSPEITOS
⭗ Cansaço fácil
⭗ Fraqueza geral
⭗ Decúbito
⭗ Hiporexia/anorexia
⭗ Perda de desempenho
⭗ Intolerância ao exercício
⭗ Edema - em peito, barbela, ganacha, abdômen ventral, membros
⭗ Veias dilatadas - jugular (principalmente, porque geralmente quando tem problema cardíaco o
sangue que vem da cabeça do animal para seguir para o coração, quando o coração está
sobrecarregado, tende a ter um refluxo sanguíneo que causa a dilatação da veia), mamária (normal
em vacas leiteiras)
⭗ Febre recidivante
⭗ Mucosas cianóticas/pálidas
⭗ Morte súbita
EXAME FÍSICO
⭗ Inspeção
⭗ Palpação
⭗ Auscultação
⭗ Percussão
CORAÇÃO ECTÓPICO
É uma alteração congênita e muito rara, nela se tem o coração comprimido por estar em posição
extratorácica, ou seja, entre o esterno e a pele.
TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA
Trata-se de uma hemoparasitose causada por um protozoário (Babesia bovis cujo corpúsculo é menor que o
da bigemina mas maior que o do Anaplasma, e a Babesia bigemina que tem o corpúsculo em formato de gota)
e por uma bactéria rickettsia (Anaplasma marginale), ambos são parasitas intraeritrocitários que são
carreados por carrapatos (sistema digestório de Rhipicephalus Boophilus microplus) e inoculados no bovino
pela sua mordida (nem todo carrapato vai ter os parasitas consigo, criando a possibilidade de um animal
infestado por carrapatos não desenvolver a doença enquanto um touro com um carrapato foi acometido).
Se só for possível identificar Anaplasma na lâmina deve-se continuar com a suspeita de tristeza parasitária
bovina, porque às vezes na amostra não foi possível detectar o protozoário.
PREDISPOSIÇÃO
⭗ Primeiro contato com o agente - animais mais jovens
⭗ Longo período sem contato com carrapatos (Rhipicephalus Boophilus microplus) - animais que não
têm contato com carrapato (ambiente inapropriado para os ectoparasitas, por exemplo o frio) e é
transferido para um local propício à contaminação por carrapatos
⭗ Imunossupressão - não tem imunidade adequada para combater os hemoparasitas
PATOGENIA
⭗ Anaplasma marginale - é um hemoparasita periférico, ou seja, fica nas bordas das hemácias e altera
sua superfície de forma microscópica e isso faz com que, enquanto circulante, ela sofra uma
opsonização por Ac (é marcada como alterada/defeituosa) e no momento que essa hemácia passa
pelo baço (órgão rico em macrófagos) ela é fagocitada. Quanto maior a infestação por anaplasma
maior o grau de anemia no animal, porque maior será o número de hemácias fagocitadas,
desenvolvendo uma anemia autoimune hemolítica extravascular (autoimune porque quem fagocita
é o macrófago, hemolítica porque há hemólise, e extravascular porque ocorre no baço)
⭗ Babesia - se proliferam no citoplasma da hemácia até causar sua lise gerando uma anemia
hemolítica intravascular
SINTOMATOLOGIA
⭗ Anaplasma marginale
- Hematócrito baixo
- Febre - até 41°C
- Fraqueza
- Anorexia
- Desidratação - turgor de pele, eno�almia
- Urina âmbar - amarelo escura
- Dispneia
- Andar cambaleante e vagaroso
- Mucosas pálidas-ictéricas - quando se tem anaplasmose bovina as mucosas ficarão só
hipocoradas, quando associada à babesia as mucosas ficam ictéricas também
⭗ Babesia bigemina
- Hemoglobinúria - ao romper as hemácias se tem o extravasamento de hemoglobina livre
- Icterícia - ocorre a transformação da hemoglobina extravasada em bilirrubina, causando uma
hiperbilirrubinemia
⭗ Babesia bovis
- CID (Coagulação Intravascular Disseminada) - por ser um protozoário com um corpúsculo bem
pequeno ele acaba se aderindo aos pequenos vasos, principalmente em SNC, de forma que a
circulação (estase circulatória) e consequente oxigenação do tecido é interrompida, se tem então
uma hipóxia e desenvolvimento de lesões neurológicas (cujo grau vai depender do nível de
acometimento da CID)
DIAGNÓSTICO
⭗ Histórico/anamnese
⭗ Esfregaço sanguíneo - pesquisa de hematozoários (imagens 1 e 2)
⭗ Hemograma
- Eritrograma - anemia regenerativa (anisocitose+policromasia)
- Leucograma - leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda (aumento do número de
neutrófilos jovens, ou seja, presença de bastonetes)
- Hematócrito baixo
⭗ Bioquímico - hiperbilirrubinemia
⭗ Urinálise - hemoglobinúria, bilirrubinúria (fazer sedimentoscopia)
⭗ Necropsia - palidez das mucosas e da musculatura, sangue aquoso, icterícia, hepatomegalia,
esplenomegalia, rim hipertrofiado (babesia, porque elimina hemoglobina pela urina o que
sobrecarrega o órgão)
⭗ Sorologia - ELISA, imunofluorescência (identificação de Ac específicos que demoram cerca de 14
dias até estarem em quantidade suficiente para serem detectados no exame), demora muito então
não é feito como rotina no diagnóstico
⭗ Diagnóstico diferencial - Tripanossomose bovina (Trypanosoma vivax)
1. Identificação de Anaplasma marginale em pesquisa de hemoparasita
2. Identificação de Babesia bigemina (dois corpúsculos) e Babesia bovis (um corpúsculo só) em
pesquisa de hemoparasita
TRATAMENTO
⭗ Tetraciclinas (20-30 mg/Kg/PV - trata a Anaplasma) dose única a cada 3 dias + Diaminazine
aceturato (3-8 mg/Kg/PV) dose única exceto em casos graves em que a abordagem deve ser feita
com duas doses com intervalo de 2 dias entre elas
⭗ Dipropionato de Imidocarb - 3 mg/Kg/PV via IM dose única (não é muito utilizado)
⭗ Tratamento suporte - antitérmico (Flunixin, Meglumine, Dipirona), NÃO fazer fluidoterapia antes
de corrigir a anemia porque o animal já está em estado grave e a diluição do sangue pode o levar à
óbito
⭗ Transfusão sanguínea
⭗ Premunização - vacina não é efetiva como medicina preventiva, só melhora a imunidade do animal
em situações de predisposição
RETÍCULO PERICARDITE TRAUMÁTICA
É a mais frequente e grave complicação causada pela ingestão de corpos estranhos perfurantes, como pregos
e arames. Quando o alimento sai do rúmen para o retículo para ser regurgitado se tem alto risco de afetar o
retículo pelo movimento de contração que esse órgão faz, o corpo estranho então pode: se alojar na mucosa
reticular, perfurar o retículo e se alojar na cavidade abdominal (causando peritonitetraumática), afetar
outros órgão como o baço (retículo esplenite traumática) e o coração (retículo pericardite traumática).
PREDISPOSIÇÃO
Os bovinos são animais com baixo desenvolvimento do seu senso epicrítico, isso significa que o animal não
em condições plenas de avaliar o que se encontra em sua boca pela baixa sensibilidade na cavidade oral (por
ser uma presa fácil tem a necessidade de apreender e deglutir o alimento da forma mais rápida possível, sem
parar para analisar o que foi ingerido ou não, somente quando em um lugar considerado mais seguro que
esse animal vai regurgitar o que deglutiu às pressas para realizar uma digestão ideal).
⭗ Descuido do tratador - deixar objetos pontiagudos e perfurantes soltos pela propriedade
SINTOMATOLOGIA
⭗ Anorexia - quando em o corpo estranho o animal sente dor ao ruminar então para de comer
⭗ Emagrecimento
⭗ Dor - cifose, ou seja, o arqueamento de coluna
⭗ Evita locomoção e decúbito
⭗ Febre
⭗ Hiperalgia às provas
- Percussão dolorosa - fazer percussão na altura do retículo enquanto faz ausculta da garganta
zootécnica para auscultar um gemido de dor do animal
- Prova de cernelha - pregueamento de pele que gera reação postural de lordose (abaixa a coluna)
com sinais de dor (com o esteto na garganta zootécnica deve-se auscultar o gemido do animal)
- Prova da rampa - fazer o animal subir e descer uma rampa, ele vai demonstrar facilidade ao subir
mas ao descer se notará desconforto
⭗ Edema - mais fácil de visualizar edema de peito e barbela
⭗ Jugular ingurgitada - por refluxo sanguíneo
⭗ Pulso jugular
⭗ Prova de garrote + - garrotear o animal e avaliar se a jugular está ingurgitada tanto acima quanto
abaixo do garrote
⭗ Taquicardia
⭗ Abafamento de bulhas - pelo acúmulo de líquido no pericárdio
⭗ Maciez cardíaca - difícil de notar ao fazer percussão
DIAGNÓSTICO
⭗ Histórico/anamnese - reformas na propriedade? o que o animal come?
⭗ Sintomas
⭗ Hemograma - mais usado para monitorar o estado do animal e não para diagnóstico em si
⭗ Eletrocardiograma - pode ser utilizado mas não se faz na prática
⭗ US - aumento do espaço pericárdico
⭗ Análise de líquido do espaço pericárdico e peritoneal
⭗ Necropsia
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
⭗ Tratamento suporte e estabilização - fluidoterapia e atb
⭗ Ruminotomia para retirada do corpo estranho - só em reticulite
⭗ Prognóstico ruim
⭗ Eliminação das fontes de corpo estranho
⭗ Magneto - ímã administrado via oral que se deposita no retículo do animal (>8 meses)
impossibilitando que o corpo estranho perfure o tecido
Sistema Respiratório
OESTROSE
Ocorre mais nas épocas de primavera e outono por ter uma temperatura amena que propicia a proliferação
de moscas, em particular a Oestrus ovis que deposita seus ovos na cavidade nasal desses animais,
principalmente em ovinos. As larvas passam por 3 estágios que ocorrem dentro da cavidade nasal, quando
atinge o estado L3 ela tende a cair no solo por estar mais pesada, muitas vezes sendo expelida pelo espirro
que é um dos principais sintomas.
As larvas possuem pequenos órgãos que permitem que ela fique aderida à mucosa, isso é o que vai causar a
inflamação e irritação da cavidade nasal.
SINTOMATOLOGIA
Os sinais não aparecem de imediato já que acompanham o desenvolvimento das larvas.
△ Agitação
△ Escondem a cabeça
△ Coçando o focinho
△ Espirros
△ Secreção nasal purulenta
△ Lacrimejamentos
△ Sinusite
△ Dispneia
△ Transtornos nervosos locomotores
△ Emagrecimento progressivo
△ Morte
DIAGNÓSTICO
△ Sinais clínicos
△ Anamnese/histórico
△ Inspeção das cavidades nasais
△ Endoscopia - muito pouco realizado
TRATAMENTO
△ Ivermectina - 200 ug/Kg, VO ou SC
PROFILAXIA
△ Ivermectina - 200 ug/Kg, VO ou SC no final do verão e outra dose no inverno
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
△ Corpos estranhos
△ Adenocarcinoma nasal
△ Pneumonia
△ Traumatismo
△ Sinusite
△ Língua azul
BRONCOPNEUMONIAS
Ocorrem quando se tem distúrbio em três fatores principais:
△ Imunidade do hospedeiro - se tem épocas de baixa imunidade, principalmente em bezerros e isso
vai variar com o método de criação
△ Agente infecciosos - presentes em que quantidade e qual seu grau de patogenicidade
△ Fatores ambientais - com que frequência e quais materiais é feita a higiene ambiental, como são as
instalações?
PNEUMONIA ENZOÓTICA DOS BEZERROS
Ocorre em raças leiteiras principalmente por causa das instalações. Nesse quadro se tem uma janela de
susceptibilidade em que o nível de anticorpos colostrais já caiu e a imunidade ativa do animal ainda não
produz anticorpos o suficiente para proteger este animal, principalmente entre a 4 e 5 semana de vida.
Quando o desmame é feito nesse período ele vai somar o fator do estresse, o que vai fazer ele liberar cortisol
e causar imunossupressão.
FEBRE DO TRANSPORTE
Ocorre principalmente na passagem da cria para a recria em bezerros de corte. Nestes animais o desmame
acontece dos 6 a 8 meses no período de transição da cria para a recria, mudando todo no manejo do animal
principalmente a dieta.
PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS
BACTÉRIAS
△ Manheimia haemolytica
△ Pasteurella multocida
△ Histophiis somni
VÍRUS
△ Vírus sincicial respiratório bovino (VSRB)
△ Vírus tipo 3 da parainfluenza bovina (P1-3)
△ Vírus da diarréia viral bovina (VDVB)
△ Herpesvírus ovino 2 (Febre catarral maligna)
△ Herpesvírus bovino 1 (rinotraqueíte bovina)
SINTOMATOLOGIA
△ Apatia
△ Hiporexia/anorexia
△ Corrimento nasal e ocular bilateral
△ Tosse, dispnéia
△ Postura ortopnéica - pescoço esticado, orelhas caídas, boca aberta, olhos fundos, membros
anteriores afastados
△ Febre
DIAGNÓSTICO
△ Histórico/anamnese
△ Sintomatologia
△ Exame físico - ausculta e percussão das vias respiratórias
△ Hemograma
△ Swabs nasais + citologia + cultura e antibiograma
△ Broncoscopia + LBA + citologia
△ US
△ Sorologia
TRATAMENTO
△ Controle da infestação bacteriana - antibioticoterapia
⬦ Amoxicilina
⬦ Ampicilina
⬦ Ce�iofur
⬦ Enrofloxacina
△ AINES - reduzir febre e inflamação pulmonar
⬦ Flunexim meglumine
△ Broncodilatadores e mucolíticos - manutenção do fluxo de ar e conservação das trocas gasosas
△ Terapia de suporte - fluidoterapia, oxigenioterapia, nebulização
PNEUMONIAS VERMINÓTICAS
Causado pelo verme Dictyocaulus viviparus, de forma que o animal só vai apresentar sinais clínicos quando
os vermes se alojarem no pulmões em seu estágio já adulto. A contaminação ocorre pela ingestão do pasto
com gotículas que contêm larvas, essas larvas seguirão para o intestino onde vão alcançar seu 4° estágio nos
linfonodos mesentéricos, depois disso essas L4 chegam ao coração e depois pulmão via linfática ou
sanguínea, nos pulmões as L4 vão se maturar e se tornar vermes adultos começando a se proliferar. Um dos
sintomas é tosse, e com os ovos no pulmão o animal vai expelí-los com a tosse, os deglutindo novamente e
depois defecando as L1, fechando o ciclo exógeno no meio ambiente. O ciclo desde a ingestão das larvas até
a manifestação clínica demora em média 3 a 4 semanas.
É um diagnóstico diferencial de broncopneumonia.
DIAGNÓSTICO
△ Coproparasitológico - método Baermann
△ Necropsia
TRATAMENTO
△ Antiparasitários
⬦ Benzimidazóis
⬦ Levamisol
⬦ Ivermectina
△ Controle da infestação bacteriana - antibioticoterapia
⬦ Amoxicilina
⬦ Ampicilina
⬦ Ce�iofur
⬦ Enrofloxacina
△ AINES - reduzir febre e inflamação pulmonar
⬦ Flunexim meglumine
△ Broncodilatadores e mucolíticos - manutenção do fluxo de ar e conservação das trocas gasosas
△ Terapia de suporte - fluidoterapia, oxigenioterapia, nebulização
Tegumentar
A pele demonstra muito claramente o nível de bem estar do animal, além de que também é um produto da
produção animal sendo necessário então estar em condições ideais para comercialização.
ECTOPARASITAS
▣ Carrapatos - principal é o Boophilus microplus, causa microlesões na pele, depósitos de queratina,
alteração da qualidade do couro e da pele
▣ Mosca do chifre - mais recorrente em época de período chuvoso, podendo haver de 5 a 10 mil
moscas por bovino o que vai gerar estresse, emagrecimento e afetar a qualidade do couro
▣ Piolho - bem comum no Brasil,sendo o principal piolho sugador o Linognathus vituli que se adere
em regiões escondidas do animal e depois se espalha pelo corpo todo em locais de difícil alcance
para o animal
▣ Miíase - bicheira (larva da mosca Cochliomyia hominivorax) ocorre em períodos mais quentes e
chuvosos quando a mosca deposita seus ovos em feridas abertas (inclusive feridas cirúrgicas, por
isso é imprescindível o uso diário de repelente), a larva consome o tecido necrótico da ferida e pode
até penetrar no tecido do animal
▣ Berne - a larva da mosca Dermatobia hominis é depositada na pele íntegra, ocorrendo
principalmente em regiões arborizadas com dias quentes e noites frias
▣ Sarna
Doença Agente Etiológico Tratamento
Berne Dermatobia hominis Ivermectina
Miíase Cochliomyia hominivorax Ivermectina
Carrapatos Rhipicephalus Boophilus microplus Ivermectina; Cipermetrina; Amitraz
Piolhos Haematopinus tuberculatus
Linognathus spp
Bovicola spp
Cipermetrina; Amitraz
Mosca do chifre Haematobia irritans Cipermetrina
Sarnas Psoroptes spp
Chorioptes spp
Sarcoptes scabiei
Amitraz
*Amitraz é um organofosforado que pode levar à intoxicação, devendo ser evitado ao máximo.
PAPILOMATOSE
É uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus da papilomatose bovina que leva à formação de lesões
verrucosas em várias partes do organismo do animal. É uma doença diretamente relacionada ao estado geral
do animal, de forma que quanto mais debilitado mais facilmente ele será acometido e mais rápida será sua
progressão. Pode-se dividir os vírus causadores dessa doença em grupo A e B, de forma que cada grupo
apresenta 3 tipos de vírus diferentes:
▣ Grupo A - fibropapilomas
▹ Tipo 1 - fibropapilomas no teto e pênis; regride espontaneamente em até 1 ano
▹ Tipo 2 - fibropapiloma cutâneo na cabeça e no pescoço (múltiplos e cinzas); regride
espontaneamente em até 1 ano
▹ Tipo 3 - papiloma cutâneo epitelial; não regride espontaneamente
▣ Grupo B - papilomas epiteliais (maior importância clínica)
▹ Tipo 4 - papilomas na mucosa do trato digestivo
▹ Tipo 5 - fibropapilomas no teto e úbere (semelhante a grãos de arroz); não regride
espontaneamente
▹ Tipo 6 - papiloma epitelial nos tetos
Os papilomas podem ainda, localizar-se no esôfago (impede a abertura espontânea do cárdia causando
timpanismo crônico), boca, língua, região genital e bexiga (causando hematúria crônica). Infecções
secundárias podem advir sob a forma de micoses, miíases e infecções bacterianas (papiloma no teto leva ao
acúmulo de leite que é um substrato para o desenvolvimento bacteriano). A transmissão dessa doença pode
ser feita de forma direta ou indireta, por meio de moscas, carrapatos, cercas, cochos de alimentação, cordas,
equipamentos, etc.
Os animais jovens são mais susceptíveis, todavia todas as faixas etárias podem ser atingidas. Dentre as
raças, a holandesa apresenta maior predisposição.
TRATAMENTO
Nem toda papilomatose exige tratamento, já que em 85% dos casos é autolimitante.
▣ Retirada cirúrgica com pinça e bisturi, fazendo cauterização da ferida com nitrato de prata
▣ Clorobutanol - limita a proliferação do vírus, podendo estar associado ao verruclin via SC de
acordo com indicação da bula
▣ Autohemoterapia - se retira sangue do animal e aplica nele mesmo novamente por outra via (IM)
▣ Vacina autógena - as cirúrgicas retiradas cirurgicamente podem ser utilizadas para desenvolver
uma vacina
FOTOSSENSIBILIZAÇÃO
Enfermidade decorrente da sensibilidade da pele à luz em função da ação de agentes fotodinâmicos.
PATOGENIA
Pode ocorrer por porfiria (genética), ingestão de alimentos ou substâncias pré-formadas ou doença hepática.
A partir de um desses fatores haverá o acúmulo de agentes fotodinâmicos sob a pele transformando isso
somado a incidência solar direta, isso vai resultar em reações térmicas que vão gerar lesões na pele do
animal.
PORFIRIA
É uma doença hereditária incomum que determina a formação da molécula de hemoglobina, onde por uma
deficiência enzimática permite a deposição de agentes fotodinâmicos (uroporfirinogênio I e
coproporfirinogênio I) nos ossos, dentes, urina e pele (eritema, edema, necrose). Ocorre em animais jovens e
não existe tratamento.
INGESTÃO DE PRÉ-FORMADOS
Plantas Medicamentos
Erva de São João (hipericina) Fenotiazina
Trigo sarraceno (fagopirina) Tetraciclina
Cicuta negra (furocumarina) Sulfas
SECUNDÁRIA OU HEPATÓGENA
É o tipo mais importante de fotossensibilização em ruminantes. Ocorre quando os animais consomem
Brachiaria decumbens na qual o fungo Pithomyces chartarum se adapta bem liberando a micotoxina
Esporidesmina, que ao ser ingerida com o capim vai gerar lesões no fígado do animal. Com as lesões
hepáticas o animal vai perder a capacidade de eliminar a filoeritrina (clorofila do capim degradada com
capacidade de absorção intestinal), isso vai levar ao acúmulo de filoeritrina no sangue e na pele gerando a
fotossensibilidade.
TRATAMENTO
▣ Retirar o animal da exposição à luz solar (se possível)
▣ Retirar ou evitar o agente causador (realizar possíveis trocas de pasto, corte 20 cm de altura)
▣ Limpeza das feridas
▣ Pomadas anti-inflamatórias
▣ Pomadas anti-sépticas e cicatrizantes
▣ Prevenção de miíases (repelente)
▣ Facilitador do metabolismo hepático - glicose, metionina, complexo B
▣ Compostos a base de zinco - sulfato de Zn (0,35g Zn/L) na água, é um protetor solar que pode ser
usado como profilaxia
TRICOFITOSE/TINHA/DERMATOFITOSE
É uma doença fúngica causada pelo Trichophyton mentagrophytes e Trichophyton verrucosum, que se
manifesta por regiões circulares planas acinzentadas de alopecia. O contágio é direto (de um animal para o
outro) ou indireto (fômites), costuma ter resolução espontânea em até 4 meses e depois o animal desenvolve
resistência à reinfecção.
As lesões podem ser tratadas com soluções à base de iodo diariamente, mas não é necessário e normalmente
não é feito.
ECTIMA CONTAGIOSO
Doença exclusiva dos pequenos ruminantes que apresenta lesões semelhantes às do papiloma, mas é uma
zoonose. Vírus do gênero Parapoxvirus acomete principalmente boca e face, sua principal porta de entrada é
por abrasões geralmente causadas por feno ressecado que forma lesões na mucosa oral, portanto uma das
formas de tratamento é alteração do manejo alimentar. Pode-se ter transmissão via direta ou indireta,
costuma ser autolimitante desenvolvendo uma memória imunológica de 2 a 3 anos.
TRATAMENTO
▣ Permanganato de potássio a 3%
▣ Iodo a 3% acrescido de glicerina
▣ Vacina viva na pele escarificada - promove 2 anos de imunidade

Outros materiais