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Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • De maneira geral, as viroses respiratórias são uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo inteiro. • Segundo a OMS, infecções do sistema respiratório inferior estão como a segunda principal causa de morte entre crianças abaixo de 5 anos de idade. • O sistema respiratório está sujeito a infecções causadas por vírus de genoma constituído de DNA e de RNA. • São doenças de variados níveis de gravidade. • A gravidade da doença dependerá das características virais específicas do vírus; a carga viral – uns precisam de carga maior e outros precisam carga menor; fatores do hospedeiro (idade, estado de saúde, condição imunológica); fatores socioeconômicos e nutricionais. • Tabela com síndromes respiratórias causadas por vírus. Influenza (FLUV) • Fazem parte da família chamada Orthomyxoviridae. Dentro dessa família, há três gêneros: o A, B e C. • No gênero influenzavirus A, encontram-se as espécies de vírus da influenza A. Ele é um vírus altamente variável, com grande capacidade de mutação. É comum estar presente em diversos animais: aves aquáticas, frangos, patos, porcos, cavalos e focas. Exemplo: H1N1, relacionada ao porco. • No gênero influenzavirus B, tem as espécies de vírus da influenza B. Podem exibir alterações antigênicas, mas não é variável como o A. • No gênero influenzavirus C, tem as espécies do vírus da influenza C. É mais antigenicamente estável, sofrendo poucas mudanças e mutações. Causam doença leve em imunocompetentes, como resfriados. • Todas as três espécies do vírus afetam os humanos. Cada um tem suas particularidades, sendo que o da Influenza A é o de maior importância clínica. Características gerais • São partículas virais esféricas. • Dentro dessa esfera, encontra-se o material genético. • É um vírus com RNA de fita simples todo segmentado. - 8 segmentos: A e B - 7 segmentos: C Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Como todos os vírus, possuem um capsídeo. O deles possui simetria helicoidal (linha roxinha). Ele é uma capa de proteína que serve para proteger o material genético do vírus. • Possuem proteínas de superfície, chamadas de espículas virais. Essas são as proteínas de ligação do vírus com a célula hospedeira. • São envelopados. Possui um envelope (em amarelo), que é parte da membrana da célula que ele estava infectando. O tipo de saída da célula hospedeira leva parte da membrana citoplasmática dela. • Os vírus influenza estão muito associados a pandemias, principalmente a influenza A que tem a capacidade de mutação gênica muito alta, principalmente das proteínas de superfície. • Cada segmento no material genético vai codificar uma proteína. Em todas as três espécies, por exemplo, o segmento 1vai codificar uma RNA polimerase. • Esse material genético codifica proteínas importantes para a biossíntese viral, que a maquinaria humana não tem. • Os vírus são muito menores que as bactérias e para serem observados é necessária a microscopia eletrônica, que tem um aumento muito maior que o ótico. • Essa é uma microscopia eletrônica mostrando o vírus de influenza A. Variabilidade antigênica • É determinada pelo impulso antigênico e pela mudança antigênica. • Esses vírus são notáveis pelas frequentes alterações antigênicas que ocorrem na HA e na NA. • Essas alterações antigênicas podem causar alterações nos vírus que terão impacto na imunidade do hospedeiro. • Impulso antigênico: os três tipos de influenza o apresentam. São alterações menores, como várias mutações pontuais sendo acumuladas. Depois do acúmulo dessas mutações tem uma variação antigênica. Pode levar anos. • Já os vírus influenza A tem a capacidade de sofrer a mudança antigênica, muito mais drástica que o impulso. São alterações drásticas nas proteínas HA e NA; Pode acontecer o reagrupamento genético em células duplamente infectadas – uma pessoa infectada com 2 vírus de influenza pode dar origem a um sorotipo totalmente novo, o qual pode ser mais ou menos contagioso e com características totalmente diferentes. Essa capacidade de alteração é a responsável pelas pandemias. Isso acontece com o vírus Influenza A apenas. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Pode se observar no gráfico que no impulso antigênico há vários degraus, referentes a várias mutações pontuais nos genes, que após anos, pode gerar alguma alteração. • Já a mudança antigênica, em um ano, pode causar alteração ampla. Por conta disso, todo ano deve haver a vacinação para influenza A, porque a variabilidade genética aumenta muito em um ano. FLUVA • Vírus influenza A. • Tem duas proteínas de superfície/espículas virais muito importantes: hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). • Essas proteínas possuem um papel fundamental na infecção viral e no sucesso da infecção. • A hemaglutinina está envolvida com a adsorção, justamente quando o vírus vai se ligar no receptor da célula hospedeira. - Através dela que o vírus se liga ao receptor da célula onde tem tropismo – consegue se ligar a células do SR especificamente, então elas que possuem receptores para hemaglutinina. - É o principal alvo de anticorpos neutralizantes. - Tem 16 subtipos de HA: de H1a H16. - No homem tem H1, H2, H3 e H5. - Essa proteína se liga a moléculas de ácido siálico da célula hospedeira. • Outra proteína importante é a neuraminidase. Está envolvida com o brotamento. Quando ele brota, carrega a membrana citoplasmática, que seria o envelope viral. - Tem uma atividade de sialidase, clivando ác. Sálico. - Tem 9 subtipos (N1 a N9) - No homem: N1 e N2. • Exemplo de nomenclatura: H1N1, se referindo a esses subtipos de moléculas. • Ambas as proteínas são antígenos importantes. Neles que haverá a variação antigênica dos vírus de influenza, o que possui impacto na imunidade do hospedeiro. • Nomenclatura: é importante para entender o sorotipo. A primeira coisa que aparece é o tipo da influenza; a segunda é o hospedeiro de origem (exceto quando é o homem); depois a origem geográfica; o número da cepa e o ano do isolamento. • Exemplo: A/BRazil/2/78 (H2N2) • Exemplo: A/suíno/Iowa/15/30 (H1N1) Biossíntese do vírus da Influenza A • A pessoa entra em contato com o vírus por meio de aerossóis. O vírus entra no SR da pessoa e encontra com as células daquele sistema, para o qual terá tropismo – receptor com os quais consegue se ligar. A hemaglutinina se liga no receptor da célula hospedeira e acontece a adsorção. Após essa ligação, vai haver a indução da endocitose do vírus, o qual será endocitado para dentro da célula. Quando endocitado, ocorre a fusão do envelope do vírus com o endossomo e o material genético do vírus será processado no núcleo. • O vírus influenza possui material genético de RNA. Normalmente, os vírus de RNA são processados no citoplasma. No caso do RNA da influenza, esse RNA será processado no núcleo. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • O material genético é processado e são feitas cópias desse material, milhares de cópias. Depois que a célula estiver cheia do material genético dos vírus, começa a produzir as proteínas do capsídeo e as proteínas de superfície. As proteínas de superfície, também chamadas de espículas virais, são direcionadas para a membrana plasmática da célula hospedeira. Quando está cheio de material genético, proteínas do capsídeo e proteínas de superfície, ocorre a montagem da partícula viral e a saída desse vírus da célula, por brotamento. Ao sair por brotamento, carrega parte da membranacitoplasmática da célula – que forma o envelope viral. E, nessa membrana, estão as espículas virais. O vírus brota da célula pronto para infectar outra célula hospedeira. • Saem centenas de novas partículas virais da célula, a qual é prejudicada e provavelmente entre em morte celular pela destruição. Manifestações clínicas • A transmissão é por meio de aerossóis ou contato com fômites e superfícies contaminadas. Seu período de incubação é de 1 a 4 dias. Desde o contato, de 1 a 4 dias a pessoa pode começar a manifestar os primeiros sintomas. • O vírus entra no sistema respiratório superior da pessoa. Encontra as células às quais tem tropismo, com receptores para ele se ligar. Vai se ligar e replicar nas células no sistema respiratório superior, fazendo a biossíntese. • Isso pode acarretar necrose celular e descamação das células do sistema respiratório superior. A partir disso, a pessoa vai apresentar a gripe ou resfriado. Pode apresentar os sintomas: calafrios, cefaleia, tosse seca, febre alta, dores musculares, mal-estar, anorexia, dor de garganta, congestão nasal e coriza. • A partir da replicação desse vírus de Influenza A no epitélio do SRS há dois caminhos: ➔ O vírus pode disseminar célula a célula, até chegar ao SRI e causar infecção. Nesse meio tempo, pode causar na pessoa: sinusite, tonsilite, faringite e laringite. Quando chega no SRI pode dar algumas complicações. ➔ O outro caminho é através da replicação nos órgãos linfáticos. O vírus pode atingir os gânglios e ganhar a corrente sanguínea, desenvolvendo uma viremia. E, a partir dessa viremia, a pessoa pode desenvolver infecção do SRI. Essa viremia pode levar também a sinusite, tonsilite, faringite, laringite. • Quando esse vírus chega no SRI pode causar uma série de doenças, o que depende da cepa, do indivíduo... Essas doenças podem ser: traquelite, laringotraqueobronquite, pleurite, bronquite, bronquiolite e pneumonia. • Com uma cepa virulenta e o desenvolvimento dessas complicações, a partir de 6 a 24h do início dos sintomas surge abruptamente taquipneia, taquicardia, cianose, febre alta, hipotensão, podendo levar à morte da pessoa de 1 a 4 dias. • A gripe agravada é muito grave, por causa das complicações abruptas que o vírus pode causar. Além disso, quando a pessoa está infectada, pode haver uma co-infecção no SRI com bactérias, por ficar mais suscetível. Isso pode complicar ainda mais o quadro clínico. • A influenza A é um importante causa de crupe em crianças com menos de um ano de idade. • Dependendo da influenza, pode causar um tipo de resfriado, como é o caso da influenza C. Mas, no caso da A, que é mais grave, ele pode levar às complicações, inclusive a morte. PA imunidade à influenza é permanente e específica do subtipo, ou seja, estar protegido contra um tipo não protege do outro. Epidemiologia • Ocorre no mundo inteiro, com surtos anuais de intensidade variável. • Os três tipos variam quando a padrões epidemiológicos. • Possuem pico durante o inverno. • As cepas pandêmicas humanas são normalmente recombinantes entre os vírus de influenza aviária Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez e humana – acontece por co-infecção na mesma célula. • Possuem surtos periódicos, por conta das alterações antigênicas em uma ou em ambas as glicoproteínas da superfície do vírus. Por isso precisa vacinas todo ano para a influenza A. Pode-se observar que o vírus está espalhado em toda a natureza e pode haver recombinação por contato entre os animais. • No caso do H1N1, que causou uma epidemia em 2009, essa cepa foi caracterizada por um recombinante quádruplo, com material genético de: - Vírus suíno da América do Norte. - Vírus suíno da Eurásia. - Vírus influenza humana. - Vírus influenza aviária. • Características genéticas dos vírus que mudaram e foram se transformando. H5N1 • É uma cepa altamente infecciosa. • Potencialmente pandêmica. • Amostra vista em aves migratórias e que já apareceu no homem, mas apenas pela transmissão da ave para o homem. Ainda não conseguiu as mutações suficientes para transmissão de humano para humano. • Se ela sofresse essa mutação de transmissão, poderia virar uma pandemia. Diagnóstico • Imunofluorescência: anticorpo como fluorocromo que vai fluorescer quando olhar no microscópio. Se ele liga ao vírus, esse vírus pode ser detectado. • EIA; • Teste de neutralização; • Hemaglutinação; • PCR Tratamento • Os antivirais não agem da mesma forma que os antibióticos. Eles vão frear a infecção, para que ela não se torne mais grave e o sistema imunológico da pessoa consiga resolver. • Hidratação, repouso. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Quando começa a agravar, podem ser administrados os antivirais que podem ajudar a não agravar nem gerar complicações: - Cloridrato de amantadina e rimantadina: inibem a fusão. - Zanamivir e oseltamivir: inibidores de NA, envolvida com o brotamento. • Esses antivirais devem ser administrados em uma fase muito inicial da doença, para que tenham efeito. • Há casos de resistência aos antivirais. Prevenção e controle • A influenza A possui uma alta taxa de mutações, complicando o controle por imunização. Por isso, as vacinas devem ser tomadas todo ano, com base na nova amostra encontrada. • O ideal é fazer a vacinação antes do inverno – pico de contágio, para que as pessoas já estejam protegidas, principalmente os grupos de risco: idosos, crianças, portadores de doenças cardíacas, pulmonares e renais crônicas, imunocomprometidos. • A vacina pode causar efeitos adversos, como: dor no local, eritema, enduração, febre, mialgia, cefaleia, urticárias, espasmos laríngeos, hipotensão e choque. • No Brasil, a planta de produção de vacinas contra a gripe é o Instituto Butantan – SP. • Plano Brasileiro de contingência da pandemia de influenza: 1. Fortalecimento da infraestrutura em vigilância, diagnóstico, assistência e vacinação. 2. Indicação de grupos prioritários para quimio e imunoprofilaxia. 3. Cooperação e articulação técnica entre vigilância humana e animal e centros de geração de conhecimento científico e tecnológico. Parainfluenza • O vírus pertence à ordem Mononegavirales da família Paramyxoviridae. Na subfamília Paramyxovirinae, os vírus da parainfluenza 1 e 3 pertencem ao gênero Respirovirus; e os vírus da parainfluenza 2 e 4 pertencem ao gênero Rubulavirus. Características gerais • São vírus ubiquitários. • Causam doenças respiratórias comuns em indivíduos de todas as idades. • São os principais patógenos de doenças graves das vias respiratórias em lactentes e crianças de pouca idade. • Antigenicamente estáveis. • É um vírus de RNA, o qual se apresenta como uma fita simples linear, não-segmentado, de polaridade negativa. Envolvendo ele encontra-se o capsídeo, que é uma capa proteica que protege o material genético do vírus. Esse capsídeo tem simetria helicoidal – há outros tipos. E, externo a ele, se encontra o envelope viral. Logo, é um vírus envelopado – isso quer dizer que ele sai com uma parte da membrana citoplasmática da célula hospedeira. Ele também possui as espículas virais – proteínas de superfície ligantes, as quais se ligam ao receptor da célula que tem tropismo. • Proteínas codificadas pelo vírus: Há diversos genes que vão codificar diversas proteínas com várias funções. Biossíntese • A primeira etapa é a adsorção: a ligação das proteínas de superfície com o receptor específico Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez na célula hospedeira à qual esse vírus tem tropismo – neste caso, células do sistemarespiratório. • Ocorreu a adsorção, o vírus entra na célula por fusão. O envelope viral se funde com a membrana citoplasmática da célula hospedeira, colocando o material genética para dentro da célula. • O material genético do vírus – neste caso é o RNA, vai ser processado no citoplasma, como a maioria dos vírus de RNA. O genoma é replicado, a célula fica lotada de RNA viral e começa a codificação das proteínas estruturais – envolvidas com o capsídeo e as de superfície. • As proteínas de superfície, a partir do momento em que são codificadas, serão direcionadas para a superfície da membrana plasmática. • Quando a célula está cheia do material genético replicado e de proteínas estruturais, ocorre a montagem da partícula viral: proteínas de superfície, proteínas do capsídeo, genoma e envelope (parte da membrana da célula). O vírus sai da célula por brotamento. • Saem de uma célula hospedeira de centenas a milhares de partículas virais. Com isso, a célula é lesionada e causa prejuízo no SRS principalmente. Patogênese e manifestações clínicas • Transmissão por aerossóis ou contato com fômites ou superfícies contaminadas com secreções respiratórias. O período de incubação é de 2 a 6 dias – dentro os quais a pessoa vai começar a manifestar os sintomas. • O vírus chega ao epitélio do SRS, encontrando as células com receptores aos quais pode se ligar. Começa a fazer replicação viral. Isso causará resfriado na maior parte das pessoas – com sintomas como: congestão nasal, coriza, dor de garganta, tosse r rouquidão; pode ter ou não febre, mal-estar, mialgia, cefaléia. • Contudo, em bebês e crianças até 5 anos o vírus pode: ➔ Disseminar célula a célula, descendo do SRS para o SRI, causando infecção no SRI, podendo desenvolver no meio do caminho: sinusite, tonsilite, faringite, laringite. ➔ Ou, pode se replicar nos gânglios linfáticos e ciar no sangue, fazendo uma viremia, pela qual chega ao SRI. • As complicações que o vírus pode causar são em crianças até 5 anos ou bebês: traqueite, crupe – principalmente o HPIV-1 e HPIV-2. O HPIV-3 é o que mais causa bronquite, bronquiolite e pneumonia. O subtipo 4 está mais associado a infecções brandas no SRS. • Em jovens e adultos, a pessoa normalmente só tem o resfriado. • Os anticorpos das células T citotóxicas possuem um papel importante na resolução da infecção, não deixando ele progredir em pessoas jovens e adultos saudáveis. Epidemiologia • É uma importante causa de doenças do TRI em crianças até 5 anos. • Possui ampla distribuição geográfica. • A do tipo 3 é a mais prevalente. 66% das crianças são infectadas durante o primeiro ano de vida. • É endêmico. • Os tipos 1 e 2 têm taxas mais baixas, com prevalência no outono ou inverno. • Reinfecções são comuns na infância e em adultos, causando doenças leves das vias respiratórias superiores. • Surtos de infecção ocorrem em enfermarias pediátricas nos hospitais, creches e escolas. • É um vírus altamente transmissível, infectando a maioria das crianças até os 5 anos de idade. Tratamento e prevenção • Não existe vacina. • Não há tratamento antiviral. • Há algumas pesquisas com antivirais, mas até agora não existe antiviral específico para o vírus. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Vírus sincicial respiratório humano (HRSV) • Sua importância é em relação à doença grave respiratória que ele pode causar em crianças pequenas e bebês. • Pertence à mesma ordem e família dos parainfluenza. Entretanto, a subfamília é a Pneumovirinae, e o gênero é o Pneumovirus. Características gerais • É a causa mais importante de doenças das ias respiratórias inferiores em lactentes e crianças de pouca idade. • São vírus envelopados. • O material genético é RNA de fita simples linear, não segmentado. O capsídeo é helicoidal. • Possui pouca diversidade antigênica: 2 grupos antigênicos, o A e o B. O A causa a doença mais grave. • Não tem NA nem HA. • Tabela com as proteínas codificadas pelos genes: Codificam para diversas proteínas com diversas funções. Essa codificação só é possível quando utilizam a maquinaria da célula hospedeira. Biossíntese • A primeira etapa: adsorção, onde as proteínas de superfície se ligam ao receptor na célula hospedeira. O vírus penetra na célula por fusão – o envelope dele vai se fusionar à membrana da célula. Com isso, o material genético do vírus é liberado no citoplasma, onde será processado. • O material genético vai ser replicado; enche a célula de material genético. Após isso, começa a codificas as proteínas estruturais. As de superfície vão para a superfície da célula hospedeira. • Após a célula ficar cheia de material genético e de proteínas estruturais, começa a montagem da partícula viral e a saída dessa partícula por brotamento, carregando parte da membrana citoplasmática da célula hospedeira – correspondente ao envelope viral. • Saem centenas e milhares de vírus. Patogênese • A transmissão é através do contato com secreções respiratórias contaminadas. O período de incubação é de 4 a 5 dias. • O vírus possui tropismo para as células da mucosa do nariz, da conjuntiva e da boca. • Ele replica do epitélio do SRS e se espalha célula a célula. Pode chegar ao SRI por meio do espalhamento ou ao aspirar secreção com vírus. • No SRI, infecta e se replica nos bronquíolos, causando necrose dos brônquios e bronquíolos. • Isso leva à liberação de mediadores inflamatórios, levando a estímulo da secreção de muco, assim como edema e inflamação das vias respiratórias. Esses mecanismos podem levar à obstrução das vias respiratórias por muco e tecido necrosado, gerando uma bronquiolite ou pneumonia. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Em bebês, é muito grave. Manifestações clínicas • A infecção primária afeta crianças de 6 semanas a 2 anos. É sintomática neles e normalmente envolve a infecção do SRI. A criança pode apresentar: • Neonatos: apneia; • Crianças mais velhas: rinorreia, chiado, pneumonia ou otite média aguda. • Adultos: congestão nasal, tosse e dor de garganta, dor de ouvido e sinusite, febre baixa. Sintomas bem mais leves. • Idosos: pneumonia. • No TRI, a bronquiolite causa um chiado, com bloqueio da respiração, edema nasal, retração subcostal e pode levar a cianose; • A pneumonia causa obstrução das vias aéreas pelo processo inflamatório. • Pode haver oclusão parcial dos bronquíolos, apresentando chiado e bloqueio do ar, com hiperaeração e achatamento do diafragma. Pode haver ainda oclusão completa, com atelectasia subsegmentada – achatamento dos alvéolos. Epidemiologia • É o principal agente etiológico de infecções respiratórias na infância, infectando praticamente todas as crianças até 2 anos de idade; é sintomática e chega ao TRI. • 30% das crianças infectadas vão desenvolver pneumonia ou bronquiolite no primeiro ano de vida. • A gravidade da doença vai reduzindo a partir da 3ra infecção. • É comum em países de clima temperado, principalmente no inverno. E, em regiões subtropicais na primavera e no verão. • Há predominância do subgrupo A. • Relacionado a condições socioeconômicas baixas. • Pode agravar com uma co-infecção com HMPV – outro vírus respiratório. Tratamento, prevenção e controle • No caso de uma doença grave do TRI, realiza-se a terapia de suporte, com remoção mecânica das secreções, posicionamento correto da criança, administração de oxigênio, assistência respiratória e uso de corticoides. • Há alguns antivirais que podem ser utilizados para ajudar na recuperação e evitar um quadro mais grave. • O controle é com imunoprofilaxia passiva: anticorpo monoclonal contraa proteína F administrado em bebês imunocomprometidos ou prematuros. Outros vírus respiratórios • Rinovírus (HRV) – 50% dos casos clínicos são de resfriado, afetando o TRS. Podem surgir rinite e sinusite. • Coronavírus humano (HCov) – normalmente causa resfriado comum, doenças do TRI e gastroenterite em lactentes. Possui 2 sorogrupos, o 229E e o OC43 – esse último causa SARS. • Metapneumovírus humano (HMPV) – causa uma variedade de sintomas no TR, os quais não podem ser distinguidos dos induzidos pelo VSR. • Reovírus (HREOV) – causa resfriado, infecção mais comum no TRS. • Adenovírus – bastante importantes. Comuns em causar resfriado, mas podem causar complicações, como laringite, doença respiratória aguda, crupe, bronqueolite e pneumonia. Há 7 sorotipos de interesse humano, do A ao G. • Bocavírus; • Poliomavírus humano;
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