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PESQUISA JURISPRUDENCIAL ACERCA DA IMPENHORABILIDADE DE VEÍCULO DE PORTADOR DE DOENÇA PARTE 1

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PESQUISA JURISPRUDENCIAL ACERCA DA IMPENHORABILIDADE DE VEÍCULO DE PORTADOR DE DOENÇA
Acórdão do TJRJ:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, EM CUMULAÇÃO SUCESSIVA COM PERDAS E DANOS. INTERLOCUTÓRIA QUE INDEFERIU A SUBSTITUIÇÃO DO BEM PENHORADO (VEÍCULO AUTOMOTOR). IRRESIGNAÇÃO. AGRAVANTE QUE RESIDE NO MUNICÍPIO DE MAGÉ, É IDOSO E ENFERMO, TRATANDO-SE DE CÂNCER DE PRÓSTATA NO BAIRRO DE VILA ISABEL, COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. VEÍCULO (CHEVROLET MONZA, MODELO 1.985, DE VALOR IRRISÓRIO) QUE SE ERIGE EM BEM FACILITADOR. COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE ALEGADA, EM RAZÃO DE DOENÇA GRAVE QUE EXIGE QUE O RECORRENTE SE VALHA DO AUTOMÓVEL PARA SOBREVIVER, DE FORMA QUE A MANUTENÇÃO DA CONSTRIÇÃO INVIABILIZARIA SEU TRATAMENTO DE SAÚDE. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. IMPENHORABILIDADE DO BEM QUE SE IMPÕE. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO. (Data de Julgamento:
29/06/2016 - Data de Publicação: 01/07/2016, Des(a). GILBERTO CAMPISTA GUARINO - Julgamento: 29/06/2016 - DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL, 0006353-95.2016.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO).
Acórdão do TRF 3:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IMPENHORABILIDADE. AUTOMÓVEL. USO PARA FINS DE INSTRUÇÃO E TRATAMENTO DE SAÚDE DE DEFICIENTE FÍSICO. APLICAÇÃO ANALÓGICA. BEM DE FAMÍLIA. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA. 1. Deve ser afastada a penhora de veículo utilizado para fins de instrução e de tratamento médico de deficiente físico, a exemplo do que ocorre com o chamado bem de família, em respeito ao princípio constitucional que garante a dignidade da pessoa humana. 2. Agravo provido. (TRF 3ª Região, JUDICIÁRIO EM DIA - TURMA C, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 246414 - 0072250- 36.2005.4.03.0000, Rel. JUIZ CONVOCADO WILSON ZAUHY, julgado em 09/02/2011, e-DJF3 Judicial
1 DATA:15/03/2011 PÁGINA: 540)
Acórdão do TJSP:
Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Cumprimento de sentença. Impugnação à penhora incidente sobre veículo. Executado portador de doenças graves (Insuficiência Renal Crônica, Hipertensão Arterial Sistêmica e Trombose Venosa Profunda) e que se utiliza do bem como meio de transporte a viabilizar os tratamentos necessários à manutenção de sua saúde. Imprescindibilidade da utilização do bem que admite o excepcional reconhecimento de sua impenhorabilidade, em observância ao princípio da dignidade da pessoa humana. Precedentes do C. STJ e deste Tribunal. Constrição Afastada. Em que pese o veículo em questão não se enquadrar ao rol de bens impenhoráveis, constante no artigo 833 do CPC, e, tampouco, se constitua em bem essencial ao exercício da profissão do agravante, conforme prevê o inciso V do referido dispositivo processual, a constrição incidente sobre ele deve ser afastada. Acontece que, através dos documentos de fls. 54/60, o agravante demonstrou a situação delicada de sua saúde, posto ter sido diagnosticado com Insuficiência Renal Crônica, Hipertensão Arterial Sistêmica e Trombose Venosa Profunda, além de fazer uso de bolsa de colostomia, bem como, também comprovou que a manutenção de
sua saúde depende de acompanhamento médico regular, além de tratamentos específicos, realizados em hospitais e clínicas para realização de sessões de hemodiálise. Resta evidenciada, portanto, a essencialidade da utilização do bem, como meio de transporte para fins de garantia da manutenção da subsistência do agravante, a autorizar o reconhecimento excecional de sua impenhorabilidade. Agravo provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2043584-25.2019.8.26.0000; Relator (a): Sandra Galhardo Esteves; Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Privado; Foro de Guarulhos - 10ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 07/11/2019; Data de Registro: 08/11/2019)
Acórdão de TJDFT:
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PENHORA DE VEÍCULO AUTOMOTOR. CRIANÇA DIAGNOSTICADA COM CÂNCER E COM BAIXA IMUNIDADE. BEM ESSENCIAL AO DESLOCAMENTO DO DEVEDOR PARA O TRATAMENTO
DA FILHA. IMPENHORABILIDADE. DECISÃO MANTIDA. 1. Malgrado o devedor responder com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações e o veículo não estar relacionado no rol de bens impenhoráveis do artigo 833 do CPC nem ser essencial ao exercício da profissão do executado, a penhora incidente sobre o bem deve ser afastada. Ocorre o veículo é essencial para o deslocamento da filha da executada, que apresenta tumor maligno severo nas retinas (Retinoblastoma Bilateral Od Grupo D//Oe Grupo C) e baixa imunidade que a impossibilita utilizar transporte público e aplicativos. 2. Agravo de Instrumento conhecido, mas não provido. Unânime. (Acórdão 1276080, 07049807920208070000, Relator: FÁTIMA RAFAEL, 3ª Turma Cível, data de julgamento: 19/8/2020, publicado no DJE: 2/9/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.).
Acórdão do TRF 2:
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. PRECLUSÃO. VEÍCULO PENHORADO NA EXECUÇÃO FISCAL. EXECUTADO QUE O UTILIZA PARA REALIZAR TRATAMENTO MÉDICO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.1. Cuida-se de
recurso de apelação interposto contra sentença que julgou improcedente os embargos à execução do Apelante que objetivam o reconhecimento de sua ilegitimidade, bem como da impenhorabilidade de seu veículo, objeto de constrição nos autos principais. Em razão da sucumbência,houve condenação do Apelante em honorários advocatícios, fixados em 10% do valor atribuído à causa,observado o disposto no art. 98, § 3° do Código de Processo Civil.2. O art. 507 do Código de Processo Civil impede que a parte discuta no curso do processo as questões já enfrentadas, sob pena de contrariar a segurança jurídica e eternizar a controvérsia, diante do inconformismo do interessado aos termos do posicionamento jurisdicional a respeito da matéria já decidida. 3. No caso em tela, o Apelante apresentou nos autos do processo de execução fiscal a sua exceção de pré-executividade, aduzindo, entre outras alegações, a questão da ilegitimidade passiva, sendo a matéria decidida naquele processo e não havendo impugnação do julgado em momento oportuno.Deste modo,considerando a ausência de recurso no processo de execução fiscal, tem-se ocorrência de preclusão da matéria, sendo vedado a este Tribunal o exercício de atividade cognitiva neste ponto, eis que a matéria passou em julgado no primeiro grau de jurisdição no processo de execução fiscal em apenso.4. Acrescente-se que o Superior Tribunal de Justiça possui precedentes no sentido de não obstante as matérias de ordem pública possam ser apreciadas a qualquer momento nas instâncias ordinárias, a existência de decisão anterior decisão sobre a mesma questão, como as teses afetas à ilegitimidade
passiva,impede a sua reapreciação, no caso, por existir o trânsito em julgado da mesma, estando assim preclusa sua revisão. (AgInt no REsp 1424168/RJ).5. No tocante à impenhorabilidade do veículo, o Superior Tribunal de Justiça possui precedentes firmados com base no princípio da adequação e da necessidade no sentido de que o rol de bens impenhoráveis por força de lei não é taxativo, devendo ser analisado, no caso concreto, o conflito entre o interesse do credor,meramente patrimonial, com algum outro mais relevante, como a dignidade da pessoa humana, eis que o propósito das impenhorabilidades é a preservação de um mínimo patrimonial e a dignidade da pessoa humana.6. No caso em tela, o Apelante acostou aos autos o seu laudo médico, cartão de marcação de consultas e demais documentos que atestam a necessidade de haver acompanhamento médico regular no Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro. E, ao apresentar o presente recurso, também acrescentou simulações do Google Maps acerca do tempo despendido no trajeto entre a sua residência e o referido hospital por dois meios distintos, quais sejam o seu carro particular e o transporte público, comprovando a manifesta diferença no tempo gasto entre os dois modais. O tempo despendido via transporte público é de 5h e 25min, e, quando realizado com o seu veículo particular, o mesmo trajetopode ser feito em aproximadamente 1h, não sendo admissível que se considere como sendo razoável o tempo gasto no trajeto via ônibus, eis que o deslocamento destina-se essencialmente ao seu tratamento médico na capital do Estado do Rio de Janeiro.
7. Portanto, considerando que o Executado é hipossuficiente, idoso (66 anos) e que fora diagnosticado com hipertensão arterial sistêmica (CID 110), diabete melitus (CID 10.9) e neoplasia intestinal ressecada (C26),bem como demonstrou nos autos ser necessário o acompanhamento médico regular e que, no caso em tela,o transporte público, não atende dignamente, em razão do tempo, a sua necessidade de locomoção ao Hospital dos Servidores para tratamento médico, têm-se que o veículo constrito é instrumento relevante à manutenção de sua vida, circunstância afeta à proteção insculpida no Princípio da dignidade humana,devendo, por isso, estar sob o manto da impenhorabilidade.8. Provido parcialmente o recurso de apelação interposto por FABIO DIAS TOLENTINO DE SOUZA
(Apelação Cível - Turma Espec. II - TributárioNº CNJ: 0500823-90.2015.4.02.5110 (2015.51.10.500823-1)RELATOR: Desembargador(a) Federal THEOPHILO ANTONIO MIGUEL FILHO APELANTE: FABIO DIAS TOLENTINO DE SOUZA ADVOGADO: RJ104035 - RICARDO BOKELMANN E OUTRO APELADO: UNIAO FEDERAL/FAZENDA NACIONAL
PROCURADOR: Procurador da Fazenda Nacional ORIGEM: 02ª Vara Federal de São João de Meriti (05008239020154025110), data do julgamento 09 de outubro de 2018)
Acórdão do TRF 4:
EMENTA: ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. IMPENHORABILIDADE DE VEÍCULO. LIBERAÇÃO DE VEÍCULO PENHORADO. ART. 833 DO CPC. UTILIZAÇÃO DO BEM
POR IDOSO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Considerando as circunstâncias fáticas - idade avançada do executado que necessita de tratamento médico periódico, com sessões frequentes de fisioterapia, é possível alargar a aplicação da norma do art. 833 V, do CPC, à luz do direito à dignidade da pessoa humana. (TRF4, AG 5038973-57.2018.4.04.0000, TERCEIRA TURMA, Relatora MARGA INGE BARTH TESSLER, juntado aos autos em 22/05/2019).
Acórdão do TJRS:
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. IMPENHORABILIDADE DE VEÍCULO UTILIZADO PARA LOCOMOÇÃO DE IDOSO. IMPRESCINDIBILIDADE DO AUTOMÓVEL PARA DESLOCAMENTE ATÉ O MUNICÍPIO ONDE A PARTE REALIZA TRATAMENTO PARA NEOPLASIA MALIGNA. RECONHECIMENTO. É
impenhorável o automóvel que serve ao deslocamento de pessoa idosa para tratamento de doença grave, como é caso de neoplasia maligna, que exige tratamentos invasivos e debilitantes, mormente em se tratando do único bem de propriedade do executado. Agravo de instrumento desprovido.(Agravo de Instrumento, Nº 70053307815, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Julgado em: 23-04-2013).
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À PENHORA. VEÍCULO UTILIZADO PARA TRATAMENTO MÉDICO. IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. Situação em
que o embargante teve penhorado o automóvel Volkswagen Parati, ano/modelo 1993/1994, e uma das casas edificadas sobre o terreno de sua propriedade. O veículo, embora na posse do filho do devedor, está em nome do executado e é utilizado para atender à família, especialmente, a esposa do embargante, que sofreu um acidente vascular cerebral e ficou com seqüelas. Além do mais, o bem é de valor insignificante frente à dívida. A impenhorabilidade, nesse caso, do veículo encontra resguardo no inegável fato de que sua falta causaria prejuízos desnecessários ao embargante/executado. Preponderância, no caso, do princípio da menor onerosidade para o devedor (art. 620 do CPC). Outrossim, o imóvel penhorado é o único de propriedade do executado/embargante (terreno) e lhe serve de moradia. Sobre ele estão edificadas duas casas, que sequer foram averbadas na matrícula imobiliária. Assim, sendo indivisível o imóvel e, por isso, recebendo a proteção especial da Lei nº 8.009/90 (bem de família). Embargos à penhora julgados procedentes. APELAÇÃO PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70056333891, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Aquino Flôres de Camargo, Julgado em: 10-10-2013).
Acórdão do STJ:
PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. EXECUÇÃO FISCAL. AUTOMÓVEL DE PEQUENO VALOR UTILIZADO PARA TRANSPORTAR PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
IMPENHORABILIDADE. 1. Em suma, o acórdão da origem considerou que os o rol dos bens impenhoráveis previsto na legislação pátria não poderiam ser tratado de modo absoluto. Desse modo, malgrado o bem não esteja expressamente elencado no art. 649 do CPC, é indispensável à existência digna do executado, ou seja, o interesse meramente patrimonial do credor colide com um interesse mais relevante, qual seja, a dignidade da pessoa humana. 2. O rol das impenhorabilidades do ordenamento pátrio objetiva preservar o mínimo patrimonial necessário à existência digna do executado, impondo ao processo executório certos limites. Assim, a depender das peculiaridade do caso, as regras de impenhorabilidade podem ser ampliadas, de modo a adequar a tutela aos direitos fundamentais, como por exemplo: o direito à moradia, à saúde ou à dignidade da pessoa humana. Trata-se, portanto, da aplicação do princípio da adequação e da necessidade sob o enfoque da proporcionalidade. 3. Implícita ou explicitamente, a indicação de que bem é absolutamente impenhorável, em regra, pode sofrer mitigação em razão do elevado valor do bem. Todavia, essa restrição não pode ser levada em considerado, tendo em vista que o automóvel constrito possui
"pequeno valor." 4. Tem-se que é adequado e proporcional considerar impenhorável bem constrito. Isto porque é utilizado para transportar portador de necessidades especiais e possui pequeno valor, razão pela qual deve ser mantida a desconstituição de penhora, sob pena de comprometer da dignidade humana do devedor. Recurso especial improvido. (REsp 1436739/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/03/2014, DJe 02/04/2014)
Acórdão do TJPR:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. AÇÃO DE COBRANÇA. VEÍCULO UTILIZADO COMO MEIO DE TRANSPORTE DA FILHA DO EXECUTADO ÀS SESSÕES DE HEMODIÁLISE, TRÊS VEZES POR SEMANA. PORTADORA DE DOENÇA GRAVE, IMPOSSIBILITADA DE EXERCER SUAS ATIVIDADES. COMPROVADA HIPÓTESE EXCEPCIONAL QUE AUTORIZA A RELATIVIZAÇÃO DO ROL DO ARTIGO 833 DO CPC. RECONHECIMENTO DE IMPENHORABILIDADE, COMO FORMA DE ASSEGURAR O DIREITO À SAÚDE E À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PRECEDENTES. DECISÃO REFORMADA.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJPR - 13ª C.Cível - 0012665-
66.2019.8.16.0000 - Londrina - Rel.: Desembargadora Josély Dittrich Ribas - J. 18.09.2019). Acórdão do STJ:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IMPENHORABILIDADE. AUTOMÓVEL. USO PARA FINS DE INSTRUÇÃO E TRATAMENTO DE SAÚDE DE DEFICIENTE FÍSICO. APLICAÇÃO ANALÓGICA. BEM DE FAMÍLIA. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA. 1. Deve ser afastada a penhora de veículo utilizado para fins de instrução e de tratamento médico de deficiente físico, a exemplo do que ocorre com o chamado bem de família, em respeito ao princípio constitucional que garante a dignidade da pessoa humana.
2. Agravo provido. (STJ, RECURSO ESPECIAL Nº 1.420.702 - SP (2013/0382482-1), RELATOR : MINISTRO GURGEL DE FARIA, data de julgamento 08 de março de 2017)
Um caminho de argumentação é opor o princípio da satisfação do credor versus Dignidade humana, onerosidade da execução, possibilidade de equiparação à bem de família com fins a impedir a penhora de único veículo utilizado como meio de locomoção - pessoa idosa - para tratamento médico.
Decisões de tribunais no sentido de negar também por falta de comprovação de estrita necessidade. Prova pericial aqui também parece ser fundamental. A prova tem que ser muito boa. A argumentação deve necessariamente passar pela dignidade da pessoa humana. O STJ em decisão acima também traz a ponderação do bem possuir pequeno valor, então, se tiver, isso é mais um ponto favoravel.
Não vislumbrei decisões noSTF.

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