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Funcionalidade do Sistema Renal

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FISIOLOGIA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alex Luís Genari 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Na aula de hoje, veremos detalhes sobre a funcionalidade anatômica e 
fisiológica do sistema renal. 
O organismo necessita excretar resíduos e toxinas oriundas do 
metabolismo. O sistema renal procura manter o equilíbrio dos líquidos no interior 
do organismo humano, proporcionando a homeostasia hídrica. Esse equilíbrio 
se dá após a filtragem do sangue pelos rins de produtos que não foram 
absorvidos pelo próprio metabolismo interno como água, sais e ureia. Ainda, os 
rins apresentam função hormonal, na conversão de vitamina D em sua forma 
ativa, na produção de eritropoietina, hormônio que estimula a síntese de 
eritrócitos e na produção do hormônio renina, envolvido no controle da regulação 
da pressão arterial. 
O objetivo dessa aula é destacar a funcionalidade do sistema renal em 
relação à dinâmica do funcionamento do corpo humano, interagindo com os 
demais sistemas, para evidenciarmos que o nosso organismo é único e que 
todos os sistemas estão interligados, instigando qualidade de vida a todo e 
qualquer indivíduo. 
Esta aula irá abranger os seguintes tópicos: 
1. Estudar as funções do sistema renal; 
2. Conhecer os órgãos que compõem o sistema renal, apresentando a sua 
morfologia macroscópica; 
3. Vislumbrar a importância do néfrons; 
4. Destacar as características da filtração glomerular; 
5. Identificar os mecanismos da filtração glomerular, realizada pelos rins. 
 Bons estudos! 
TEMA 1 – FUNÇÕES DO SISTEMA RENAL 
A principal função dos rins é a filtragem do sangue. A partir dessa 
atividade, outras funções surgem ao longo do processo de filtragem: 
• Regulação do volume e da composição do sangue: os rins ajustam o 
volume sanguíneo no corpo, restituindo a água ao sangue ou a eliminando 
na urina. Quando os rins reabsorvem a água nos túbulos contorcidos, 
levando-a até a corrente sanguínea, a urina ficará mais concentrada, isto 
 
 
3 
é, terá maior concentração de metabólitos e eletrólitos. Diferente dessa 
situação, se a urina for eliminada em maior quantidade, a concentração 
será menor; 
• Regulação dos níveis iônicos (eletrólitos) no sangue: os rins 
promovem a regulação nos níveis sanguíneos de vários eletrólitos, como 
os íons de sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca2+), cloreto (Cl+) e fosfato 
(HPO42); 
• Regulação do equilíbrio ácido-básico: em um exame de urina, o 
indivíduo poderá constatar: 
 a) densidade: a densidade muita alta indica um processo de alta 
desidratação do indivíduo; 
 b) acidez: em caso de elevada presença de íons de H+ na corrente 
sanguínea, maior é a sua eliminação na urina. Isso demonstra que os rins 
estão removendo as impurezas por meio da urina, possibilitando a 
regulação e o controle do pH sanguíneo; 
• Conservação de nutrientes: os rins permitem que moléculas como 
glicose, proteínas e hemácias sejam mantidos na corrente sanguínea e 
não eliminados pela urina, vistos que são moléculas e nutrientes 
importantes para o funcionamento do organismo. A eliminação de glicose 
pelos rins se chama glicosúria. A perda de proteínas pelos rins é 
denominada de proteinúria, sendo caracterizada como patologia grave no 
organismo do indivíduo. Já as hemácias não são consideradas 
macromoléculas, e sua perda em pequenas quantidades pelos rins é 
normal. Quando a incidência está elevada, é denominado de hematúria e 
precisa ser investigado por um especialista da área; 
• Excreção de resíduos metabólicos: ocorre especialmente em relação a 
eliminação de substâncias nitrogenadas, como: a ureia, ácido úrico e 
metabólicos oriundos da alimentação; 
• Regulação da hemodinâmica: é a regulação da pressão arterial. É 
realizada por meio da secreção da enzima renina, que controla a ação do 
hormônio aldosterona, produzido pela glândula suprarrenal, criando o 
sistema renina-angiotensina aldosterona o qual regula a pressão arterial; 
• Estímulo de síntese de eritrócitos: ocorre a partir da produção do 
hormônio eritropoietina pelos rins (90%), juntamente com o fígado (10%); 
 
 
4 
• Metabolismo ósseo de cálcio e fosfato. Os rins convertem a vitamina D 
em sua forma ativa: calcitriol, A vitamina D aumenta a absorção intestinal 
de cálcio e fósforo, disponibilizando-os para o sistema ósseo. 
TEMA 2 – ANATOMIA DO SISTEMA RENAL 
A necessidade de eliminar produtos do metabolismo e elementos 
químicos não essenciais ao organismo faz do sistema renal imprescindível, pois 
promove o equilíbrio do organismo, ou seja, a homeostasia, ao controlar a 
composição e o volume do sangue. 
Compõem o sistema renal os seguintes órgãos (Figura 1): dois rins (direito 
e esquerdo), dois ureteres (direito e esquerdo), uma bexiga e uma uretra. 
Figura 1 – Composição do sistema renal 
 
Créditos: La gorda/Shutterstock 
A seguir apresentamos as principais estruturas anatômicas do sistema 
renal. 
 
RIM DIREITO RIM ESQUERDO 
URETER 
BEXIGA 
URETRA 
 
 
5 
2.1 – Anatomia externa do rim 
Os rins são órgãos pares de coloração marrom-avermelhada, 
apresentando formato de um grão de feijão (Tortora, 2006, p. 532). Eles pesam 
por volta de 150 gramas e possuem cerca de 12 cm de comprimento. “São 
considerados órgãos viscerais retroperitoneais” (Di Dio, 2002, p.606), ou seja, 
estão localizados na região posterior da cavidade abdominal, na altura do 
músculo psoas maior. Do lado direito, o rim está próximo ao fígado e, do lado 
esquerdo, encontra-se em contato com o estômago e o pâncreas, sendo, 
portanto, pouco mais alto que o rim direito. 
Conforme a anatomia externa dos rins (Figura 2), estes apresentam duas 
extremidades, denominadas de: polo superior (na qual encontramos a 
glândula suprarrenal) e o polo inferior. Os rins apresentam duas bordas: 
medial e lateral. Na borda medial, encontramos o hilo renal, local de entrada e 
saída de vasos (artérias e veias), nervos e a pelve renal. As faces também são 
duas nos rins: anterior e posterior. O órgão é revestido por uma membrana 
fibrosa, denominada de cápsula fibrosa. 
Figura 2 – Anatomia externa do rim 
 
Créditos: Explode/Shutterstock 
2.2 – Anatomia interna do rim 
Internamente (Figura 3), o rim apresenta estruturas anatômicas das quais 
muitas são microscópicas. Contudo, podemos estudar certas estruturas 
anatômicas sem o auxílio de microscópio: o córtex renal, a medula renal e a 
GLÂNDULA SUPRA RENAL 
POLO SUPERIOR 
POLO INFERIOR 
BORDA MEDIAL 
BORDA LATERAL 
 
 
6 
pelve renal. Vamos destacar as principais estruturas anatômicas internas que 
formam o rim macroscopicamente. 
• Córtex renal – região periférica do rim, onde encontramos a unidade 
funcional do rim, os néfrons, que podem chegar aproximadamente a um 
milhão e têm função de filtrar o sangue. Os néfrons encontrados nessa 
região são denominados de néfrons corticais. Essas estruturas 
anatômicas possuem os glomérulos que internamente realizam a filtração 
do sangue. O sangue, para chegar até a parte interna do glomérulo, entra 
pela arteríola aferente e depois saí pela arteríola eferente (Figura 3). O 
subproduto produzido após a filtragem será a urina, que será coletada 
pelos túbulos coletores, levando para os cálices menores e estruturas 
seguintes (Figura 4); 
Figura 3 – Anatomia microscópica do rim 
 
Créditos: sciecepics/shutterstock 
• Medula renal – região central, abaixo do córtex renal, onde encontramos 
as pirâmides renais (estrutura anatômica que visa coletar a urina 
processada no córtex renal) e as colunas renais. Encontramos também, 
nessa região a presença de néfrons, denominados de néfrons 
justamedulares, os quais produzem mais urina em relação aos néfrons 
corticais, pois são mais longos; 
ARTERÍOLA EFERENTE 
GLOMÉRULO 
ARTERÍOLA AFERENTE 
CAPSULA DE BOWMAN 
TÚBULO PROXIMAL 
 
 
7 
• Pirâmides renais – estrutura anatômica, entre 8 a 18 cones invertidos, 
formados por inúmeros túbulos coletores.A função é drenar o produto da 
filtração do sangue para a pelve renal. A formação dos túbulos coletores 
se deu por meio de estruturas anteriores como: o túbulo contorcido distal 
– alça de Henle – túbulo contorcido proximal (em relação ao glomérulo, 
local onde aconteceu a filtragem do sangue). A estrutura detalhada do 
néfrons será abordada no Tema 3; 
• Coluna renal – expansão do córtex renal, entre as pirâmides renais, com 
a presença de grande quantidade de néfrons justamedulares (Figura 4); 
• Pelve renal – local onde estão presentes os cálices menores e cálices 
maiores (Figura 4). Cada pirâmide possui um cálice menor, onde irá 
encaminhar a sua urina processada, por meio das papilas renais. A junção 
de dois ou mais cálices menores formarão o cálice maior. A junção dos 
cálices maiores culmina na pelve renal. Mediante o que fora destacado, 
podemos afirmar que a pelve renal possui a função de coletar e canalizar 
a urina até os ureteres. 
Figura 4 – Anatomia interna do rim 
 
Créditos: CRYSTAL LIGHT/SHUTTERSTOCK 
 
2.3 – Anatomia do ureter 
Todo o processo da urina nos rins necessita de canais para a condução 
e, assim, ser expelida ao meio externo. A condução da urina dos rins até a bexiga 
CÕRTEX RENAL = NÉFRONS 
PIRÂMIDE RENAL 
CÁLICE MENOR 
CÁLICE MAIOR 
PELVE RENAL 
URETER 
MEDULA RENAL 
COLUNA RENAL 
 
 
8 
é função exercida pelo ureter, presente em cada um dos rins (direito e esquerdo) 
(Figura 4). 
O ureter é um tubo muscular de contração involuntária. É formado pelo 
prolongamento da pelve renal, apresentando aproximadamente de 25 cm de 
comprimento, até chegar na bexiga urinária. 
2.4 – Anatomia da bexiga urinária 
O ureter desemboca na bexiga (Figura 5). A bexiga é um órgão oco, 
formado por três camadas musculares: 
a) camada externa – serosa; 
b) camada média – muscular; 
c) camada interna – apresenta mucosidade em sua parede, tornando-a 
impermeável. 
A bexiga urinária apresenta contração involuntária, com grande 
sensibilidade, pois a atividade de urinar (micção) é controlada pelo sistema 
nervoso autônomo. Localiza-se na região pélvica, posterior ao osso púbis. 
Sua função básica é de tornar-se um reservatório para urina. Sua 
capacidade pode chegar até 700 a 800 mL nos homens, sendo menor nas 
mulheres. Mas, após 200 – 250 mL, ocorre a necessidade de urinar, sendo 
expelida em emissões periódicas e não em fluxo contínuo. Esse ato é 
denominado de micção. 
2.5 – Anatomia da uretra 
O caminho final da urina, desde o processo iniciado nos rins, possui o seu 
desfecho ao meio externo por meio da uretra (Figura 4). A uretra, portanto, é o 
canal que conduz a urina da bexiga para o meio externo. 
O seu comprimento nos homens chega em média entre 18 a 20 cm e nas 
mulheres de 4 a 6 cm. A uretra masculina também tem a função de conduzir o 
líquido seminal. 
Após a saída da bexiga, na extremidade proximal, a uretra possui o 
esfíncter interno, de contração involuntária, ou seja, a pessoa não controla a 
passagem da urina da bexiga ao canal da uretra. 
 
 
9 
Na extremidade distal, está presente o esfíncter externo da uretra de 
contração voluntária, isto é, o indivíduo controla a passagem da urina da bexiga 
ao ambiente externo. 
Indivíduo que perderam o controle voluntário da uretra apresentam 
incontinência urinária. 
Figura 5 – Órgãos anatômicos do sistema renal 
 
Créditos: Lightspring/shutterstock 
TEMA 3 – NÉFRONS 
Encontramos em cada um dos rins (direito e esquerdo) aproximadamente 
1.000.000 de néfrons, os quais são as unidades funcionais do sistema renal 
(Figura 6). Eles estão presentes tanto no córtex renal como na medula renal, 
local mais profundo do rim. 
Figura 6 – Estruturas microscópicas dos néfrons 
 
 
Créditos: Aldona griskeviciene/Shutterstock 
URETRA 
BEXIGA URINARIA 
TÚBULO COLETOR 
ALÇA DE HENLE 
TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL TÚBULO CONTORCIDO DISTAL 
CÁPSULA DE BOWMAN 
GLOMÉRULO 
 
 
10 
Segundo Guyton & Hall, “o rim não consegue regenerar seus néfrons. Por 
isso lesões, doenças renais e mesmo o envelhecimento normal, acarretam uma 
diminuição gradual no número de néfrons” (1997, p. 293). 
Os néfrons apresentam basicamente duas estruturas distintas: o 
corpúsculo renal (composto pelo glomérulo e a camada de proteção externa, a 
cápsula de Bowman, os quais se destacam pela presença de vasos sanguíneos, 
por onde passa o sangue a ser filtrado, produzindo ultrafiltrado); e os túbulos 
renais que fazem a reabsorção de água e nutrientes e os encaminham para a 
saída como subproduto, formando a urina. Conforme a anatomia microscópica, 
a formação dos túbulos renais se destaca conforme a passagem da urina pelas 
seguintes estruturas: túbulo contorcido proximal, Alça de Henle e o túbulo 
contorcido distal (Tortora, 2006. p. 532). Então a urina chegará, portanto, no 
túbulo coletor (Figura 6). 
Em relação a chegada do sangue no corpúsculo renal, se faz necessário 
destacar como o sangue chega até esta estrutura microscópica para o 
funcionamento dos néfrons no processo de filtragem. 
O sangue sofre pressão via ventrículo esquerdo (sangue arterial) sendo 
conduzido pela artéria aorta. A artéria renal, recebendo o sangue proveniente da 
artéria aorta, conduz até ao córtex renal, através da artéria renal, arqueada e 
interlobular, chegando aos néfrons. No córtex renal, cada glomérulo possui uma 
arteríola aferente, responsável por levar o sangue para ser filtrado. Após a 
primeira fase de filtragem, o sangue sai do glomérulo a partir da arteríola 
eferente, indo em direção aos vasos capilares peritubulares que circundam os 
túbulos coletores, fazendo o processo de reabsorção. Terminado o processo, o 
sangue retorna a corrente sanguínea pelas veias: interloburares, arqueada, 
renal, chegando à veia cava inferior, retornado à circulação sanguínea. 
A formação da urina se caracteriza por três processos: 
a) Filtração glomerular – a parede glomerular funciona como um filtro que 
permite a passagem de pequenas moléculas do sangue, mas restringe 
moléculas maiores como a albumina e os elementos formados do sangue 
(células sanguíneas). As forças que determinam o transporte de fluido 
pelos capilares sanguíneos são chamadas de forças de Starling 
(diferenças de pressões hidrostáticas e oncóticas existentes dentro e fora 
do capilar glomerular). O ultrafiltrado formado é armazenado na cápsula 
 
 
11 
de Bowman. Logo abaixo, daremos maior destaque a esta etapa que 
acontece nos rins; 
b) Reabsorção tubular – o túbulo contorcido proximal tem função de 
reabsorção da maioria dos componentes (nutrientes) do ultrafiltrado para 
a corrente sanguínea. No túbulo contorcido proximal, são reabsorvidos 
80% glicose, aminoácidos, sódio, fósforo, água, ureia, creatinina e ácido 
úrico. A síndrome de Fanconi aparece quando há disfunção do túbulo 
contorcido proximal. É de origem genética ou causada por toxicidade 
medicamentosa (como a tetraciclina). Na Alça de Henle ainda há 
reabsorção de sódio e água. Os nutrientes, após serem reabsorvidos, 
retornam a corrente sanguínea, sendo levado por meio do sistema venoso 
ao coração, voltando novamente a circulação sanguínea normal; 
c) Secreção tubular – ocorre no túbulo contorcido distal e no ducto coletor. 
O ducto coletor tem a função de concentrar a urina, mas ainda pode 
reabsorver água. De acordo com a composição do que é encontrado no 
ducto coletor, a urina é mais ou menos concentrada. A urina produzida é 
afunilada no ducto e na pelve renal. A pelve renal estreita-se em um só 
ureter por rim, transporta a urina para a bexiga, onde se acumula antes 
da eliminação. 
3.1 – Filtração glomerular 
A filtração glomerular é o primeiro passo na formação da urina. Podemos 
destacar que, em média, a cada minuto 125 mL do filtrado glomerular são 
formados coletivamente por todos os glomérulos, somando um total de 180 litros 
diários. O rim, portanto, é um órgão bastante “sobrecarregado”quanto a sua 
funcionalidade para o organismo humano. Não podemos deixar de mencionar 
que alguns indivíduos, por inúmeras circunstâncias, apresentam somente um 
rim, ao qual a sobrecarga aumenta consideravelmente. No entanto, levam uma 
vida normal, praticando atividades físicas e laborais sem nenhum problema. 
O fluido filtrado passa pelas membranas que compõem o glomérulo, 
possuindo a função de reter as células sólidas do sangue e as proteínas do 
plasma, mas facilitando a passagem da H2O e alguns solutos de pequena 
dimensão molecular para serem filtrados. Essas membranas importantes dos 
glomérulos são denominadas de: 
 
 
12 
a) Parede capilar glomerular – camada permeável a H2O e solutos de 
pequena dimensão são filtrados; 
b) Membrana basal – camada sem a presença de células no seu interior, 
sendo importante a não filtração de proteínas do plasma, pois esta 
membrana apresenta barreiras que impedem a passagem, visando a 
filtragem que acontece dentro dos capilares glomerulares; 
c) Camada interna da cápsula de Bowman – camada a qual existe a 
presença de podócitos, proporcionando a formação das fendas de 
filtração, favorecendo a passagem do fluido dos capilares glomerulares na 
cápsula de Bowman. 
A taxa de filtração glomerular é o resultado de forças que acontecem nos 
glomérulos, mediante a presença do plasma sanguíneo. Essas forças são 
calculadas a partir da fórmula denominada de Forças de Frank-Starling. 
Destacam-se: 
a) Pressão hidrostática do capilar glomerular – sendo a pressão do fluido 
(hidrostática) exercida pelo sangue dentro dos capilares glomerulares. 
Esta ação está associada ao bombeamento do coração, no ventrículo 
esquerdo, quando ejeta sangue arterial para o organismo de forma geral. 
Destaca-se a fonte de energia que produz a filtração glomerular; 
b) Pressão hidrostática no espaço de Bowman – é quando acontece a 
distribuição desigual das proteínas do plasma ao longo da membrana 
glomerular. Como as proteínas do plasma não podem ser filtradas, estão 
presentes nos capilares glomerulares, mas não na cápsula de Bowman. 
Assim, a concentração de H2O é maior na cápsula do que nos capilares 
glomerulares. Há a tendência de que a água se mova até atingir seu 
próprio nível de concentração entre a cápsula de Bowman para o 
glomérulo; 
c) Pressão oncótica no capilar glomerular – é a pressão das proteínas dentro 
do glomérulo, diante de seus capilares; 
d) Pressão oncótica no espaço de Bowman – é a pressão das proteínas 
presentes na cápsula de Bowman. 
Tanto a pressão hidrostática como a pressão oncótica possibilitam o 
balanceamento da filtração do sangue pelos néfrons. Quando alguma destas 
forças está desequilibrada, poderá ocorrer desequilíbrio hidrostático no 
 
 
13 
organismo, possibilitando o surgimento de patologias, relacionadas ao sistema 
renal. 
3. 2 – Mecanismo da filtração glomerular 
O mecanismo da filtração glomerular acontece a partir da participação de 
variáveis importantes como as estruturas anatômicas do rim e a ação de 
hormônios, os quais promovem a reabsorção de eletrolíticos, em especial do 
sódio, no túbulo contorcido distal, sendo importantes para o bom êxito da 
filtragem do sangue nos néfrons e levando o equilíbrio acidobásico ao 
organismo. 
Isso acontece a partir de alguns processos glomerulares, já mencionados 
anteriormente. Vejamos as etapas principais: 
a) Filtração: sangue para o lúmen. Este processo acontece no glomérulo, 
onde o produto a ser filtrado está presente no sangue, sendo a passagem 
dos solutos para os túbulos coletores, visando à formação da urina; 
b) Reabsorção: do lúmen para o sangue. Processo pela qual existe o retorno 
de alguns solutos filtrados, água para o sangue. Ou seja, o retorno dos 
túbulos para corrente sanguínea, mais especificamente para a arteríola 
eferente e na sequência aos capilares peritubulares, aos quais estará 
presente ao longo de todo o túbulo contorcido proximal e distal, até chegar 
ao túbulo coletor. Será reabsorvido: glicose, água, eletrolíticos (sódio, 
potássio), vitaminas, aminoácidos; 
c) Secreção: do lúmen para o sangue. Esta etapa se caracteriza pela 
transferência de matérias ainda presentes no sangue após a realização 
da etapa da filtragem. Esse processo ocorre ao longo de toda a tubulação 
presente no córtex renal. Será reabsorvido, principalmente, o hidrogênio 
(H+), amônia (NH3) (produto residual tóxico, provindo dos aminoácidos, 
convertidos pelo fígado em ureia). Esta secreção H+, que acontece a partir 
dos capilares peritubulares, promove para o organismo humano o 
equilibro do pH sanguíneo; 
d) Excreção: do lúmen para o ambiente externo, ou seja, a realização da 
etapa final, quando acontece a eliminação da urina para o meio externo. 
No túbulo contorcido distal, existe a ação de alguns hormônios para a 
regulação dos valores hídricos nos rins: aldosterona e o ADH. 
 
 
14 
a) Hormônio aldosterona, provindo da glândula suprarrenal, realiza a 
regulação da reabsorção do sódio; 
b) Hormônio vasopressina (ADH), produzido na glândula hipófise, na região 
da neuro-hipófise, regula a reabsorção de água. Ou seja, se ação deste 
hormônio não se concretizar nos túbulos contorcidos distais, ocorrerá uma 
perda de grande quantidade de líquidos no organismo. E se, por acaso, 
de maneira contrária, o indivíduo venha apresentar retenção de líquidos, 
deve-se tomar medicamentos que ajudem a perder esse excesso de 
líquido. Outro agente que leva o túbulo contorcido distal a não fazer a 
reabsorção de água é a presença de álcool na corrente sanguínea. Ou 
seja, faz com o que o ADH não se fixe no túbulo contorcido distal, fazendo 
com que haja perda de água pelo organismo. 
TEMA 4 – REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
O mais importante e conhecido sistema hormonal envolvido na regulação do 
sódio (Na+) é o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). Este sistema visa 
tratar de uma série de reações concebidas para ajudar a regular a pressão arterial. 
O sistema começa a funcionar quando, por exemplo, a pressão arterial 
diminui (no caso da pressão sistólica, para 100 mm Hg ou menos), e os rins liberam 
a enzima renina na corrente sanguínea. Como a renina é liberada no sangue, ela 
pode ser considera um hormônio ou mesmo uma enzima. Essa enzima, por sua vez, 
irá ativar o angiotensinogênio (proteína plasmática sintetizada pelo fígado e sempre 
presente no plasma sanguíneo), uma grande proteína que circula na corrente 
sanguínea, em partes, sendo a angiotensina I. 
A angiotensina I, se mantém relativamente inativa, até quando via circulação 
pulmonar (pequena circulação), será convertida em angiotensina II, pela enzima 
conversora de angiotensina (ECA), tornando-se um hormônio ativo, presente nos 
capilares pulmonares. 
 A angiotensina II, realizando sua função indireta, permite que as paredes 
musculares das pequenas artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a pressão 
arterial, oportunizando ao indivíduo a vasoconstrição, ou seja, o restabelecimento da 
pressão arterial, implicando no aumento da resistência vascular periférica. 
Essa ação da angiotensina II desencadeia, também, a liberação do hormônio 
aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina (hormônio antidiurético = 
ADH) pela hipófise. O córtex adrenal faz parte da glândula suprarrenal, a qual é uma 
 
 
15 
das glândulas endócrinas que produz vários hormônios diferentes, cada um 
secretado em reação a estímulos diferentes. 
A aldosterona e a vasopressina fazem com que os rins reabsorvam o sódio 
(sal). O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o 
volume de sangue e a pressão arterial. A aldosterona também faz com que os rins 
excretem o potássio (K+), tornando-se principal regulador do nível sanguíneo. O nível 
elevado de K+ na corrente sanguínea (plasma sanguíneo), causa grave 
perturbações no ritmo cardíaco ou até mesmo a parada cardíaca. Esta éa função 
indireta da angiotensina II. 
Abaixo, breve esquema simplificado do sistema-angiotensina-aldosterona 
(SRAA), visando melhor entendimento fisiológico do sistema descrito. 
 Angiotensinogênio 
 
Renina 
 
 Angiotensina I 
 
ECA 
 Angiotensina II 
 
Vasoconstrição Secreção de aldosterona 
 
Aumento da resistência 
vascular periférica 
 Retenção de sódio e água 
 
 Aumento da pressão 
arterial 
 
 
TEMA 5 – ATIVAÇÃO DA VITAMINA D 
A vitamina D é um grupo de pró-hormônios lipossolúveis, e suas duas 
formas principais são a vitamina D2 e a vitamina D3. A vitamina D2 
(ergocalciferol) está presente em vegetais. A vitamina D3 (colecalciferol) é 
produzida pela exposição ao sol, especificamente à radiação ultravioleta B. A 
vitamina D é importante para a saúde em geral e, em particular, para manter os 
ossos fortes e saudáveis. Também ajuda no funcionamento dos músculos, do 
 
 
16 
coração, dos pulmões e do cérebro, bem como no combate às infeções. O 
organismo consegue produzir vitamina D a partir da exposição à luz solar, 
embora também se possa obtê-la em suplementos e em pequenas quantidades 
nos alimentos. A vitamina D é necessária para absorver o cálcio e o fósforo. Se 
o organismo não tiver vitamina D suficiente, o cálcio e o fósforo não serão 
absorvidos adequadamente no intestino, mesmo que seja consumido alimentos 
com elevado teor destes minerais. Para a vitamina D funcionar adequadamente, 
esta deve ser “ativada” pelos rins. Se a função renal se encontra diminuída, a 
capacidade de ativar a vitamina D também é afetada. 
A principal fonte de cálcio para o organismo vem da dieta (fontes como 
queijo, leite, ovos etc.). Depois de ingerido, o cálcio é absorvido na mucosa 
intestinal e sua absorção nos enterócitos é totalmente dependente do hormônio 
calcitriol, produzido a partir da vitamina D nos rins. Grande quantidade de cálcio 
estará depositada nos ossos, juntamente com o fosfato, possibilitando a rigidez 
do tecido (ósseo). O fósforo é obtido, também, por meio de alimentos e é 
encontrado em todas as células do organismo, sendo absorvido com a ajuda da 
vitamina D. 
Muitas das células do nosso organismo precisam de cálcio para funcionar 
de forma correta. Se os níveis de cálcio no sangue forem demasiado baixos, o 
organismo vai buscar nos ossos o cálcio de que necessita. Os rins controlam o 
equilíbrio entre o cálcio e o fósforo. É importante que os valores de fósforo e de 
cálcio no sangue se mantenham dentro de níveis normais. Este equilíbrio 
(homeostasia) se dá por meio das glândulas paratireoides, as quais produzem o 
hormônio paratormônio (PTH). As glândulas paratireoides são quatro pequenas 
glândulas situadas no pescoço, na região posterior da glândula tireoide. 
A regulação da secreção de PTH se dá pelo próprio cálcio, por meio do 
feedback negativo. Quando a concentração de cálcio nas artérias que nutrem as 
paratireoides está baixa, o PTH é produzido e secretado para o sangue. Para 
restabelecer o nível de cálcio no sangue (calcemia), o PTH irá atuar em três 
frentes: 
1. Quando o PTH ativa nos rins a produção de mais calcitriol, aumentando 
por sua vez a absorção intestinal de cálcio e fósforo; 
2. O PTH também atua no osso, aumentando a reabsorção óssea. Dessa 
forma, o cálcio é retirado do tecido ósseo e liberado na corrente 
sanguínea, elevando a calcemia; 
 
 
17 
3. Quando ocorre o aumento de cálcio e fósforo na corrente sanguínea, pode 
haver risco de formação de cristais de cálcio e fósforo na circulação e nos 
tecidos. Para que isso não ocorra, o PTH atua nos rins, nos túbulos renais 
amentando a reabsorção tubular de cálcio e no aumento da secreção 
tubular do fósforo, fazendo que o fosfato seja eliminado na urina 
(fosfatúria). Dessa maneira, o fosfato é eliminado e a calcemia elevada é 
reduzida, não produzindo cristais em locais indesejados. 
NA PRÁTICA 
Para complementar essa aula, convido vocês para a realização de uma 
pesquisa bibliográfica em livros de fisiologia humana. O objetivo será descrever 
o processo de reabsorção da glicose e das proteínas durante a filtração 
glomerular pelos rins, destacando sua importância e características, associando 
com a própria homeostasia do corpo humano, sobre a presença dessas 
macromoléculas no organismo humano. Procurem destacar o que leva a perda 
da glicose pelos rins ao indivíduo de forma patológica. E descrevam a 
importância do hormônio antidiurético (ADH) na reabsorção de água nos túbulos 
contorcidos proximal e distal e a ação desse mesmo hormônio na realização de 
exercício intenso físico, proporcionando o equilíbrio hídrico ao praticante. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, abordamos tópicos importantes sobre anatomia e fisiologia do 
sistema renal, em que alguns pontos foram enfatizados: 
• As funções que envolvem este sistema, a partir da filtragem do sangue, 
visando à formação da urina; 
• O equilíbrio proposto pelo sistema renal referente à realidade do controle 
do equilíbrio ácido-básico, e da manutenção dos macro-nutrientes: 
proteínas, glicose, vitaminas, aminoácidos no organismo; 
• A relação funcional dos hormônios quanto ao processo de filtragem dos 
rins, mediante a retenção de sódio e água, criando o equilíbrio eletrolítico 
no organismo do indivíduo. 
 
 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
TORTORA, G.J. & GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de 
anatomia e fisiologia. 6. Edição. Porto Alegre: Artemed. 2006. 
 
	Conversa inicial

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