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Apostilha - FANOR - MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

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Organização:	
Prof.	Me.	José	Francisco	Diogo	da	Silva	Junior	
Prof.	Me.	Paulo	Carvalho	de	Paula	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
                   FORTALEZA‐CE/2017 
 
Manual	de
AVALIAÇÃO	NUTRICIONAL	
AVANÇADA
 
 
 
DeVry	|	FANOR	–	Campus	Dunas	
Av.	Santos	Dumont,	7800	
60191‐156	–	Dunas	–	Fortaleza	–	CE	
http://www.devrybrasil.edu.br/fanor	
	
	
Coordenador	de	Operações	Acadêmicas		
Prof.	Rosiane	Freire	Cavalcanti	
	
Coordenadora	Acadêmica	do	Curso	de	Nutrição	
Prof.	Me.	Ana	Paula	Moreira	Bezerra	
	
	
Projeto	Gráfico	e	Imagens	Digitais	
Patrick	Barroso	Camelo	da	Silva	
	
1ª	Edição	@	Janeiro	de	2017.	
	
José	Francisco	Diogo	da	Silva	Junior.	Nutricionista.	Especialista	em	Nutrição	Clínica	pela	Uni‐
versidade	 Gama	 Filho	 (UGF).	 Mestre	 em	 Nutrição	 e	 Saúde	 pela	 Universidade	 Estadual	 do	 Ceará	
(UECE).	Professor	do	Curso	de	Ciências	da	Nutrição	da	DeVry	FANOR.	
	
Paulo	Carvalho	de	Paula.	Nutricionista.	Mestre	em	Bioquímica	pela	Universidade	Federal	do	Ce‐
ará	(UFC).	Doutorando	do	programa	de	Pós‐Graduação	em	Bioquímica	e	Biologia	Molecular	da	Uni‐
versidade	Federal	do	Ceará	(UFC).	Professor	do	Curso	de	Ciências	da	Nutrição	da	DeVry	FANOR.	
	
	
Os	autores	se	empenharam	para	citar	adequadamente	e	dar	o	devido	crédito	a	todos	os	detentores	de	direitos	
autorais	de	qualquer	material	utilizado	neste	manual,	dispondo‐se	a	possíveis	acertos	posteriores	caso,	inad‐
vertida	e	involuntariamente,	a	identificação	de	algum	deles	tenha	sido	omitida.	
	
	
	
	
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MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  1
 
 
Sumário 
1.  INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 6 
1.1.  PARÂMETROS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL .......................................................... 6 
  História nutricional (entrevista) ................................................................................................ 6 
  Exame físico .............................................................................................................................. 7 
  Antropometria .......................................................................................................................... 7 
  Inquéritos alimentares .............................................................................................................. 9 
1.2.  PRESCRIÇÃO DIETÉTICA .................................................................................................................. 10 
2.  ANTROPOMETRIA ................................................................................................................................ 11 
2.1.  AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM ADULTOS E IDOSOS .............................................................. 11 
  Peso ......................................................................................................................................... 11 
  Estatura ................................................................................................................................... 15 
2.2.  ÍNDICES CORPORAIS ....................................................................................................................... 16 
  Índice de Massa Corporal (IMC) ............................................................................................. 16 
  Recíproco Índice Ponderal (RIP) ............................................................................................. 18 
  Índice de Adiposidade Corporal (IAC) ..................................................................................... 18 
3.  COMPOSIÇÃO CORPORAL ................................................................................................................... 19 
3.1.  DOBRAS CUTÂNEAS ........................................................................................................................ 19 
  Dobra cutânea tricipital (DCT) ................................................................................................ 19 
  Dobra cutânea subescapular (DCSE) ....................................................................................... 19 
  Somatório das dobras DCT e DCSE ......................................................................................... 19 
  Somatório de dobras – determinação do % de gordura corporal .......................................... 20 
  Percentual de gordura ............................................................................................................ 22 
3.2.  CIRCUNFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 25 
  Circunferência do braço (CB) .................................................................................................. 25 
  Circunferência muscular do braço (CMB) ............................................................................... 25 
  Área total do braço (ATB) ....................................................................................................... 26 
  Área muscular do braço (AMB) e Área muscular do braço corrigida (AMBc) ........................ 26 
  Área gordurosa do braço (AGB) e Índice de gordura do braço (IGB) ..................................... 26 
  Circunferência da cintura (CC) ................................................................................................ 27 
  Circunferência da coxa (CCx) .................................................................................................. 27 
  Circunferência muscular da coxa (CMCx) ............................................................................... 27 
  Área de seção transversa do músculo da coxa (ASTCx) .......................................................... 27 
  Área muscular da coxa corrigida (AMCx) ................................................................................ 28 
  Área gordurosa da coxa (AGCx) e índice de gordura da coxa (IGCx) ...................................... 28 
  Circunferência do pescoço ...................................................................................................... 28 
  Relação Cintura/Coxa ............................................................................................................. 29 
  Circunferência da panturrilha (CP) ......................................................................................... 29 
  Circunferência muscular da panturrilha (CMP) ...................................................................... 29 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  2
 
  Área total da panturrilha (ATP) .............................................................................................. 29 
  Área muscular da panturrilha (AMPant) ................................................................................ 29 
  Área gordurosa da panturrilha (AGP) e Índice de gordura da panturrilha (IGP) ................... 29 
3.3.  AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA CORPORAL ........................................................................................ 29 
  Relação cintura‐quadril (RCQ)................................................................................................ 29 
  Índice de conicidade – Índice C .............................................................................................. 31 
  Relação cintura‐estatura (RCEst) ........................................................................................... 31 
  Somatotipo.............................................................................................................................32 
  Massa muscular total (MMT) e Massa muscular apendicular (MMA) em idosos ................. 35 
3.4.  MEDIDAS LINEARES ....................................................................................................................... 37 
  Diâmetro abdominal‐sagital (DAS) ........................................................................................ 37 
  Índice Sagital (IS) .................................................................................................................... 37 
  Outras medidas lineares ........................................................................................................ 37 
3.5.  MEDIDAS DE ESPESSURA MUSCULAR............................................................................................ 38 
  Espessura do músculo adutor do polegar .............................................................................. 38 
3.6.  MEDIDAS DINAMOMÉTRICAS ........................................................................................................ 38 
  Força de preensão palmar (FPP) ............................................................................................ 38 
4.  TÉCNICAS DE AFERIÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS .............................................................. 40 
4.1.  PESO ............................................................................................................................................... 40 
4.2.  ESTATURA ...................................................................................................................................... 40 
  Altura do joelho ..................................................................................................................... 40 
  Envergadura do braço ............................................................................................................ 41 
  Comprimento do braço .......................................................................................................... 41 
  Comprimento da ulna ............................................................................................................ 41 
  Estatura recumbente ............................................................................................................. 41 
4.3.  CIRCUNFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 42 
  Circunferência da cintura ....................................................................................................... 42 
  Circunferência do quadril ....................................................................................................... 42 
  Circunferência abdominal ...................................................................................................... 42 
  Circunferência do braço ......................................................................................................... 43 
  Circunferência da panturrilha ................................................................................................ 43 
  Circunferência da coxa ........................................................................................................... 44 
  Circunferência do punho ....................................................................................................... 44 
  Circunferência do tórax ......................................................................................................... 45 
  Circunferência do tornozelo .................................................................................................. 45 
  Circunferência do pescoço ..................................................................................................... 45 
4.4.  DOBRAS CUTÂNEAS ....................................................................................................................... 45 
  Dobra cutânea subescapular ................................................................................................. 46 
  Dobra cutânea supra‐ilíaca .................................................................................................... 46 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  3
 
 
  Dobra cutânea tricipital .......................................................................................................... 47 
  Dobra cutânea bicipital ........................................................................................................... 47 
  Dobra cutânea abdominal ...................................................................................................... 47 
  Dobra cutânea da coxa medial ............................................................................................... 48 
  Dobra cutânea peitoral ........................................................................................................... 48 
  Dobra cutânea da panturrilha medial ..................................................................................... 48 
4.5.  MEDIDAS LINEARES ........................................................................................................................ 49 
  Medidas lineares longitudinais ............................................................................................... 49 
  Medidas lineares transversais ................................................................................................ 50 
4.6.  ESPESSURA DO MÚSCULO ADUTOR ............................................................................................... 51 
4.7.  FORÇA DE PREENSÃO PALMAR ...................................................................................................... 51 
5.  ÍNDICES PROGNÓSTICOS ..................................................................................................................... 52 
5.1.  ÍNDICE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL (IPN) ................................................................................... 52 
5.2.  ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN) ............................................................................................ 52 
5.3.  ÍNDICE DE PROGNÓSTICO INFLAMATÓRIO E NUTRICIONAL (IPIN) ................................................ 52 
6.  COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA ........................................................................................................... 53 
6.1.  CONTAGEM TOTAL DE LINFÓCITOS ................................................................................................ 53 
6.2.  PROVAS CUTÂNEAS ........................................................................................................................ 53 
7.  EXAMES BIOQUÍMICOS ....................................................................................................................... 54 
7.1.  PROTEÍNAS PLASMÁTICAS .............................................................................................................. 54 
  Albumina sérica ...................................................................................................................... 54 
  Transferrina ............................................................................................................................ 55 
  Pré‐albumina........................................................................................................................... 55 
  Proteína carreadora do retinol ............................................................................................... 56 
7.2.  ÍNDICE CREATININA/ESTATURA ..................................................................................................... 56 
7.3.  BALANÇO NITROGENADO............................................................................................................... 57 
7.4.  LIPIDOGRAMA ................................................................................................................................ 58 
7.5.  HEMOGRAMA................................................................................................................................. 58 
  Eritrograma – Série vermelha ................................................................................................. 58 
  Leucograma – Série branca ..................................................................................................... 59 
  Plaquetas ................................................................................................................................ 60 
7.6.  VALORES DE REFERÊNCIA PARA EXAMES LABORATORIAIS ............................................................ 60 
8.  SEMIOLOGIA NUTRICIONAL ................................................................................................................ 62 
8.1.  PARÂMETROS NUTRICIONAIS DO EXAME FÍSICO ........................................................................... 62 
8.2.  PRINCIPAIS ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM ALGUMAS DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS ......................... 63 
9.  AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL .............................................................................................. 64 
9.1.  AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL ..................................................................................................... 64 
  Procedimento ......................................................................................................................... 64 
  Como realizar a Avaliação Subjetiva Global ............................................................................ 64 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  4
 
  Exame físico do estado nutricional da Avaliação Subjetiva Global ........................................ 67 
10.  MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR ...................................................................... 68 
10.1. RECORDATÓRIO 24 HORAS (R24H) ................................................................................................ 69 
10.2. QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR – QFCA .......................................... 70 
11.  NECESSIDADES NUTRICIONAIS E VALOR ENERGÉTICO DOS NUTRIENTES ......................................... 73 
11.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 73 
11.2. NECESSIDADES CALÓRICAS ............................................................................................................ 73 
  Calorimetria indireta .............................................................................................................. 73 
11.3. TAXA DE METABOLISMO BASAL .................................................................................................... 74 
  Equação de Harris Benedict ................................................................................................... 75 
11.4. EQUAÇÕES PARA ESTIMAR O GASTO ENERGÉTICO TOTAL (GET) ................................................. 75 
  Equação de Long .................................................................................................................... 75 
  Equação de Ireton‐Jones ........................................................................................................ 76 
  Estimativa de Kcal por Kg de peso corporal ........................................................................... 76 
  Necessidade energética segundo FAO (2004) ....................................................................... 77 
11.5. DISTRIBUIÇÃO DE MACRONUTRIENTES NO GET ........................................................................... 78 
  Necessidades proteicas .......................................................................................................... 78 
  Necessidades de carboidratos ............................................................................................... 80 
  Necessidades de lipídios ........................................................................................................ 80 
  Necessidades de vitaminas .................................................................................................... 80 
  Necessidades de minerais ...................................................................................................... 81 
  Necessidades de líquidos ....................................................................................................... 82 
  Controle da ingestão de Alimentos ........................................................................................ 83 
12.  REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 84 
13.  ANEXOS ............................................................................................................................................... 88 
 
   
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  5
 
 
 
 
 
Caros estudantes,  
  
O presente material foi elaborado para auxiliá‐los nas diversas atividades acadêmicas referentes ao curso 
de Nutrição da DeVry Fanor, no que diz respeito à execução, cálculos e análises relacionadas à avaliação 
nutricional antropométrica.   
Nessa obra, estão reunidas informações buscadas em artigos científicos,  livros, documentos, apostilas, 
textos on‐line e em outras fontes, na tentativa de se elaborar um material de consulta completo no que 
diz respeito à antropometria.  
O objetivo é facilitar o aprendizado dessa temática em sala de aula, tendo em mãos uma ótima fonte de 
consulta, bem como fornecer uma ferramenta útil para a execução das atividades práticas de avaliação 
nutricional antropométrica nos ambientes de estágio extra e intra curricular.   
Com certeza esse material também será de grande proveito para os outros colegas professores (e Nutri‐
cionistas) da casa que, certamente, abordarão a temática da antropometria em suas disciplinas.  
Aproveitem esse material, tendo uma boa rotina de estudos. A meta é, sem dúvida, ajudá‐los a alcançar 
o sucesso profissional. Meta que não é somente minha, mas de todos os colegas professores que também 
fazem parte da grade de profissionais desse curso.  
  
Bons estudos,  
  
Paulo Carvalho de Paula   
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  6
 
1. INTRODUÇÃO	
O estado nutricional normal reflete o equilíbrio entre a ingestão balanceada de alimentos e o consumo 
de energia necessário para manter as funções diárias do organismo. Sempre que algum fator interfere em 
qualquer etapa desse equilíbrio, os riscos de desnutrição tornam‐se iminentes. Por isso, o estado nutrici‐
onal é um dos principais fatores a considerar nos pacientes hospitalizados, em virtude do alto risco de 
complicações como: infecções, flebite, embolia pulmonar, insuficiência respiratória, má cicatrização de 
feridas e fístulas, entre outras, que, associadas a um estado nutricional deficiente, podem aumentar o 
tempo de permanência no hospital e o risco de morte. A avaliação nutricional é a interpretação conjunta 
de todos os parâmetros, permitindo‐nos obter um diagnóstico nutricional preciso. (Mora 1997; Valdes 
1997). 
 
A avaliação nutricional do paciente pediátrico observa e detecta as necessidades e deficiências nutricio‐
nais estabelecendo, planejando e acompanhando a terapia nutricional com eficácia e com um mínimo de 
complicações. Consiste na combinação dos dados da história alimentar da criança, no exame físico e nas 
medidas antropométricas. 
 O profissional nutricionista é o responsável pela avaliação nutricional, ainda que toda equipe deva conhe‐
cer detalhadamente sua metodologia. Essa avaliação deve ser realizada prontamente quando solicitada, 
e repetir‐se a cada 10 dias e no final do acompanhamento. Os dados devem ser registrados em formulários 
previamente estabelecidos. (Mora 1997) 
A avaliação nutricional é parte fundamental do estudo integral e daatenção de boa qualidade dispensada 
ao paciente hospitalizado. 
Objetivos da Avaliação Nutricional 
 Identificar os problemas existentes 
 Estabelecer a magnitude do problema encontrado 
 Determinar a distribuição geográfica dos problemas nutricionais como problemas sanitários 
 Descobrir e analisar os fatores ambientais responsáveis direta ou indiretamente pelo problema 
 Propor medidas adequadas que visem corrigir a situação encontrada 
1.1. PARÂMETROS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
a) História nutricional, socioeconômica, clínica, cirúrgica, etc. 
b) Exame físico nutricional 
c) Antropometria 
d) Verificação dos parâmetros bioquímicos 
e) Inquéritos alimentares 
 História nutricional (entrevista) 
Mudança de: apetite, ingestão e peso  
Tempo de alteração no peso 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  7
 
 
Tipo de dieta 
Sintomas gastrintestinais 
Intolerância e/ou alergias. 
Uso de suplementos 
Relato da ingestão nas últimas 24 horas 
 Exame físico 
O primeiro sinal físico a ser verificado é a perda de gordura subcutânea. 
Deve‐se observar a área em torno dos olhos, a fragilidade do cabelo, a presença de queilite angular. Deve‐
se examinar as áreas de reserva adiposa e a massa muscular do braço, da panturrilha, da escápula, da 
clavícula, dos ombros e costelas, classificando subjetivamente o grau de perda. A perda de gordura sub‐
cutânea pode ser avaliada nas seguintes regiões: tríceps,  linha média axilar no nível da última costela, 
áreas interósseas e palmares das mãos e ombros. Perda de massa muscular é avaliada através da palpação 
dos deltóides e do quadríceps, observando‐se tanto o volume quanto o tônus muscular. Levar em conta 
a presença de alterações atróficas de origem neurológica. A sensação de "empastamento" da musculatura 
pode indicar a perda de tônus muscular. 
Presença de  líquido extravascular: observa‐se edema da região sacra e dos tornozelos, principalmente 
nos pacientes que permanecem a maior parte do tempo acamado. 
 Antropometria 
É a medida do tamanho corporal e de suas proporções, sendo um dos indicadores diretos do estado nu‐
tricional do indivíduo. As medidas antropométricas mais utilizadas na avaliação antropométrica são: peso, 
estatura, dobras/pregas cutâneas e circunferências. 
1.1.3.1. MEDIDAS, ÍNDICES E INDICADORES 
 Medidas antropométricas: dimensões de peso, estatura e outras proporções corporais; 
 Índices: é a combinação entre duas ou mais medidas antropométricas. Geralmente o índice incorpora 
em uma única medida, diferentes aspectos ou diferentes indicadores. Em avaliação nutricional os mais 
utilizados são P/I, P/A, A/I, IMC. 
 Indicadores: permitem o diagnóstico nutricional. É utilizado para representar ou medir aspectos não 
sujeitos à observação direta. O indicador inclui apenas um aspecto, por exemplo, a desnutrição ou a obe‐
sidade. Para tanto, deve‐se comparar a população avaliada com uma população de referência, ou normal, 
por meio dos pontos de corte para os índices antropométricos, para possibilitar a identificação e quanti‐
ficação da natureza e da gravidade das patologias nutricionais. 
 Pontos de corte: são os limites da normalidade de uma população de referência, que podem ser infe‐
riores ou superiores à média. 
1.1.3.2. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
a) Peso 
O peso é a soma de todos os componentes corporais (água, gordura, ossos, músculos) e reflete o equilíbrio 
proteico‐energético do indivíduo. 
 Peso atual: é o peso verificado em uma balança calibrada, onde o indivíduo é posicionado de pé, des‐
calço, no centro da balança e com roupas leves. O valor obtido corresponde ao peso atual do indivíduo 
na referida data. 
 Peso usual: utilizado como referência na avaliação das mudanças  recentes de peso e em casos de 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  8
 
impossibilidade de medir o peso atual. Geralmente é o peso que se mantém por maior período de tempo. 
 Peso ideal ou desejável ou teórico: é o peso definido de acordo com alguns parâmetros, tais como 
idade, biótipo, sexo e altura. Devido a variações individuais no adulto, o peso ideal pode variar na faixa de 
10% abaixo e 10% acima do peso teórico. 
 Estimativa de peso: quando não se pode pesar o  indivíduo, é possível estimar o peso por meio de 
algumas fórmulas, tais como circunferência da panturrilha, compleição, altura ou IMC; 
 Peso ajustado: usado quando o indivíduo se apresenta com o peso superior ou inferior ao considerado 
normal, especialmente para cálculo de adequação de dietas. 
 Adequação de peso: é a relação entre o peso atual e o peso desejável/ideal. 
b) Estatura 
São medidas que expressam o processo de crescimento linear do corpo humano. 
 Estatura: é a medição em pé de crianças maiores de dois anos até a idade adulta. Utiliza‐se o estadiô‐
metro. 
 Comprimento: é a medição em decúbito dorsal (deitado, de ventre para cima), utilizado para crianças 
até dois anos de idade (mesmo que esta já fique em pé). Utiliza‐se o infantômetro. 
c) Estimativa de altura 
Quando não é possível aferir a altura do indivíduo, pode se estimar a medida com base em alguns méto‐
dos. 
 Pela altura do joelho: O indivíduo deve estar em posição supina ou sentado o mais próximo possível 
da extremidade da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em ângulo de 90°. Medir o comprimento 
entre o calcanhar e a superfície anterior da perna (cabeça da fíbula) na altura do joelho. 
 Pela extensão dos braços (envergadura): Medida pela distância entre as pontas dos dedos médios 
quando os braços estiverem abertos no nível dos ombros. A medida corresponde à estimativa de estatura 
do indivíduo. 
 Estatura recumbente: O indivíduo deve estar em posição supina e com leito horizontal completo. Mar‐
car o lençol na altura da extremidade da cabeça e da base do pé no lado direito do indivíduo com auxílio 
de um triângulo. Medir a distância entre as marcas utilizando uma fita métrica flexível. 
d) Circunferências 
 Circunferência do braço (CB) 
 Circunferência muscular do braço (CMB) 
 Área muscular do braço corrigida (AMB) 
 Circunferência da cintura (CC) 
 Circunferência Abdominal (CA) 
 Circunferência do quadril (CQ) 
 Relação cintura‐quadril (RCQ) 
 Índice de conicidade
e) Dobras cutâneas: 
A espessura das dobras cutâneas reflete a espessura da pele e tecido adiposo subcutâneo em locais es‐
pecíficos do corpo. A aferição da dobra é um método relativamente simples, de baixo custo e não invasivo, 
para estimar a gordura corporal total. Expressam a quantidade de tecido adiposo corporal, por meio de 
medida da espessura de algumas dobras/pregas cutâneas e utilizando equações matemáticas (preditivas) 
que sempre devem ser adequadas à população avaliada, por faixa etária, sexo, etnia, atividade física, en‐
tre outras características.   
 
 
 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  9
 
 
Principais dobras cutâneas:  
Dobra cutânea tricipital (DCT)   Dobra cutânea peitoral (DCP)  
Dobra cutânea bicipital (DCB)   Dobra cutânea abdominal (DCA)  
Dobra cutânea subescapular (DCSE)   Dobra cutânea abdominal (DCA)  
Dobra cutânea suprailíaca (DCSI)   Dobra cutânea da coxa (DCCx) – medial  
Dobra cutânea supra‐espinal (DCSEp)   Dobra cutânea da coxa (DCCx) – proximal  
Dobra cutânea axilar média (DCAxM)   Dobra cutânea da panturrilha medial (DCPant)  
1.1.3.3. Avaliação da composição corporal 
 Pesagem hidrostática 
 DEXA 
 Bioimpedância 
 Tomografia 
 Ultrassom 
 TOBEC 
 Análise de ativação de nêutrons 
 Potássio corporal total
 Inquéritos alimentares 
 Métodos diretos, utilizados para avaliação do consumo alimentar de indivíduos e populações em um 
determinado período de tempo previamente estabelecido: DIA – MÊS – ANO. 
 Usado em crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. 
 Podem fornecer tanto  informações quantitativas como qualitativas sobre a  ingestão alimentar, po‐
dendo relacionar a dieta ao estado nutricional de indivíduos e suarelação com o aparecimento de doenças 
crônico‐degenerativas. 
 Pode ser o início de uma investigação e da identificação de deficiências nutricionais. 
 Cada método apresenta vantagens e desvantagens. 
 Diferença entre eles incluem a participação do entrevistado, necessidade do mesmo ser alfabetizado, 
dependência da memória, número de aplicações do instrumento, estimativa da ingestão habitual e inter‐
ferência no comportamento alimentar. 
1.1.4.1. Métodos quantitativos 
 Baseados na quantidade e  tipo de alimentos  ingeridos pelo  indivíduo em determinado período de 
tempo: 
f) Recordatório de 24 horas (R24h) 
 Proposto por Betha Burke (1930); usado para avaliar a ingestão de alimentos e nutrientes de indivíduos 
e grupos populacionais; não pode ser usado em dia seguintes a finais de semana e feriados. 
g) Registro ou Diário Alimentar (DA) 
 Proposto por Burke e Stuart (década de 30); avaliar ingestão alimentar em um período de 3 dias; uso 
de formulários próprios; alternar períodos – semana e fim de semana. 
1.1.4.2. Métodos quali‐quantitativos 
h) História alimentar ou dietética (HA) 
 Proposto por Burke (1947); avaliar o consumo alimentar habitual; informações sobre hábitos passados 
e presentes: n° refeições, apetite, preferências, uso suplementos, R24h e outras informações adicionais. 
i) Questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) 
 Proposto por Burke (1947) e adaptado por Willet (final da década de 60); obter informação qualitativa, 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  10
 
semi‐quantitativa ou quantitativa sobre o padrão alimentar e ingestão de alimentos ou nutrientes espe‐
cíficos; prevê medir a exposição. 
1.2. PRESCRIÇÃO DIETÉTICA 
O CFN, na Resolução no 304 de 25/02/2003, estabelece critérios para prescrição dietética na área de nu‐
trição clínica, onde: “Compete ao nutricionista a prescrição dietética, como parte da assistência hospitalar, 
ambulatorial, em consultório de nutrição e dietética e em domicílio. A prescrição dietética deve ser elabo‐
rada com base nas diretrizes estabelecidas no diagnóstico nutricional. Compete ao nutricionista elaborar 
o diagnóstico nutricional com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos. O regis‐
tro da prescrição dietética deve constar no prontuário do cliente‐paciente,(...) devendo conter data, Valor 
Energético Total (VET), consistência, macro e micronutrientes mais importantes para o caso clínico, fraci‐
onamento, assinatura seguida de carimbo, número e região da inscrição no CRN do nutricionista respon‐
sável pela prescrição. Outros dados poderão ser acrescentados, (...). 
A prescrição dietética difere da prescrição médica da dieta. Esta última é um conjunto de informações 
ordenadas e documentadas em prontuário médico, correspondente ao plano de tratamento, direcionado 
a cada cliente. Neste conjunto, a prescrição da dieta constitui geralmente o primeiro item da prescrição 
médica, em caráter genérico. Ex: dieta para diabetes, dieta para a idade, dieta para insuficiência renal, 
dieta hipocalórica, etc. 
Já a prescrição dietética é mais abrangente e sua realização constitui atividade privativa do nutricionista. 
É a tradução da prescrição da dieta, de modo a atender às necessidades do cliente, como parte geral do 
tratamento proposto. 
O nutricionista deve conhecer os objetivos gerais do tratamento médico, efetuar a avaliação nutricional 
e consultar os dados clínicos para determinar um diagnóstico nutricional. Com estes dados, deverá definir 
o nível de assistência em nutrição requerido, de acordo com o risco nutricional, conforme detalhado no 
quadro abaixo. 
A prescrição dietética será então realizada, definindo, a partir da dieta prescrita, adaptações individuali‐
zadas e descrevendo as características da dieta. 
Níveis de assistência em nutrição 
NÍVEL  CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES  CONDUTA 
PRIMÁRIO  Pacientes, cuja patologia de base ou problema apresen‐
tado não exija cuidados dietoterápicos específicos e que 
não apresentam fatores de risco nutricional. 
Avaliação nutricional inicial 
Monitorização 1 x / semana
SECUNDÁRIO  Pacientes cuja patologia de base ou problema apresen‐
tado  não  exijam  cuidados  dietoterápicos  específicos, 
porém apresentam fatores de risco nutricional associa‐
dos  como  por  exemplo:  anorexia,  ingestão  alimentar 
inadequada, hábito alimentar errôneo e outros.  
Pacientes cuja patologia de base exige cuidados dieto‐
terápicos e que não apresentam fatores de risco nutrici‐
onal associado. 
Avaliação nutricional inicial 
Monitorização 2 x / semana
TERCIÁRIO  Pacientes cuja patologia de base exige cuidados dieto‐
terápicos  especializados  e  que  apresentam  fatores  de 
risco nutricional. 
Avaliação nutricional inicial 
Monitorização diária 
Adaptado de Maculevicius, Fornasari & Baxter, 1994; Instrução Normativa CRN‐3 no 028/97; Resolução CFN no 201/98. 
 
   
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  11
 
 
2. ANTROPOMETRIA	
2.1. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM ADULTOS E IDOSOS 
 Peso 
2.1.1.1. Peso ideal  
	 	 é  
Sendo:  IMC médio para homens = 22 kg/m²  
  IMC médio para mulheres = 20,8 kg/m² 
  IMC Médio Idoso: 24,5 Kg/m² 
Fonte: FAO/OMS (1985) 
2.1.1.2. Peso ideal segundo compleição óssea 
çã
	
ê 	 	 	
 
Compleição óssea segundo sexo 
Compleição  Pequena  Média  Grande 
Homem  > 10,4  9,6 a 10,4  < 9,6 
Mulher  > 10,9  9,4 a 10,9  < 9,4 
Consultar peso ideal na tabela de referência adaptada do Metropolitan Life Ensurance. 
2.1.1.3. Peso ideal segundo diâmetro do cotovelo 
A compleição corporal também pode ser determinada a partir do diâmetro do cotovelo (diâmetro biepi‐
condiliano do úmero):  
Compleição corporal a partir do diâmetro do cotovelo 
Estatura (cm) 
Estrutura pequena 
(mm) 
Estrutura média 
(mm) 
Estrutura grande 
(mm) 
Homens 
155 – 158  < 64  64 – 73  > 73 
159 – 168  < 67  67 – 73  > 73 
169 – 178  < 70  70 – 76  > 76 
179 – 188  < 70  70 – 90  > 79 
≥ 189  < 73  73 – 83  > 83 
Mulheres 
145 – 148  < 57  57 – 64  > 64 
149 – 158  < 57  57 – 64  > 64 
159 – 168  < 60  60 – 67  > 67 
169 – 178  < 60  60 – 67  > 67 
≥ 179  < 64  64 – 70  > 70 
Fonte: Ribeiro; Melo, 2009  
Após determinação da compleição, obter valor de peso ideal consultando a tabela da Metropolitan Life 
Ensurance (1983). 
 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  12
 
2.1.1.4.  Peso ideal segundo o biótipo  
Fonte: Augusto A.L.P. et al., 1999     
E: altura (cm) 
NOTA: Brevilíneo, normolíneo e longilíneo correspondem aos somatotipos endomorfo, mesomorfo e 
ectomorfo, respectivamente (ver somatotipo)  
2.1.1.5. Peso ideal segundo os valores de p50 de tabelas de referência  
Consultar tabelas de referência para valores de IMC distribuídos em percentis. Os valores do p50 corres‐
pondem ao IMC ideal (valores de IMC do p50).   
	 	 	 50	 	  
IMC do p50: anexo Tabela A3  
Em idosos, é preferível utilizar os valores de IMC médio (IMC do p50) da tabela do Anexo A4.   
2.1.1.6.  Peso ideal segundo a fórmula de Lorentz  
	 100
150
4
 
	 100
150
2,5
 
Observação: E – estatura em cm; 
Se compleição grande: + 5kg; se compleição pequena: ‐ 5kg; se compleição média: não muda. 
2.1.1.7. Porcentagem de adequação do peso 
çã 	 	 	 %
	 100
	
 
Classificação do estado nutricional segundo adequação do peso 
Adequação do peso (%)  Estado nutricional 
≤ 70  Desnutrição grave 
70,1 a 80  Desnutrição moderada 
80,1 a 90  Desnutrição leve 
90,1 a 110  Eutrofia 
110,1 a 120  Sobrepeso 
> 120  Obesidade 
Fonte: Blackburn; Thornton, 1979. 
2.1.1.8. Peso estimado para amputados 
	 ó 	 çã 	
	 é	 çã
100% %	 çã 100
 
Biótipo  Homens (variação peso)  Mulheres (variação peso) 
Brevilíneo  E – 100 até (E – 100) – 5%  (E – 100) – 5% até (E – 100) – 10% 
Normolíneo  (E – 100) – 5% até (E – 100) – 10%  (E – 100) – 10% até (E – 100) – 15% 
Longilíneo  (E – 100) – 10% até (E – 100) – 15%  (E – 100) – 15% até (E – 100) –20% 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃONUTRICIONAL AVANÇADA  13
 
 
Observação: Utilizar somente quando houver comprometimento da altura. 
	 ó 	 çã
	 ó 	 çã
	 ó 	 çã
 
Estimativa do peso de acordo com o segmento do corpo amputado (Osterkamp, 1995) 
Porcentagem a ser descontada de acordo com o segmento corporal amputado 
Membro amputado  Proporção de peso (%) 
Mão 0,8 
Antebraço 2,3 
Braço até o ombro 6,5 
Pé 1,8 
Mão e antebraço 3,0 
Perna abaixo do joelho 6,0 
Perna acima do joelho 13,0 
Perna inteira – até raiz da coxa  18,6 
Fonte: Riella; Martins, 2000; Christie et al., 2011. 
2.1.1.9. Porcentagem de perda recente de peso 
	 	 	 %
	 	 100
	
 
Significado da perda de peso em relação ao tempo 
Tempo  Perda significativa (%)  Perda grave (%) 
1 semana  1 a 2  > 2 
1 mês  5  > 5 
3 meses  7,5  > 7,5 
6 meses  10  > 10 
Fonte: Blackburn et al., 1977. 
2.1.1.10. Adequação do peso atual em relação ao peso usual (%PU):  
çã 	 	 	 %
	
	
	100 
Classificação do estado nutricional de acordo com o percentual de adequação do peso atual em rela‐
ção ao peso usual: 
Percentual (%)  Classificação 
95 – 110  Eutrófico 
85 – 95  Desnutrição leve 
75 – 84  Desnutrição moderada 
< 74  Desnutrição grave 
Fonte: Blackburn; Bistrian 1977 
Nota: Essa classificação pela adequação do peso usual é possível quando o peso usual do indivíduo cor‐
responder a um peso de eutrofia.   
 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  14
 
2.1.1.11. Avaliação da desnutrição segundo Waitzberg e Faintuch (1997)  
Classificação/Indicador  Depleção leve  Depleção moderada  Depleção grave 
% Peso Ideal  80 – 90  70 – 79  < 69 
% Peso Usual  85 – 95  75 – 84  < 74 
% Perda de peso 
< 1 kg/1 semana 
< 5 kg/1 mês 
< 7 kg/3 meses 
< 10 kg/6 meses 
1 kg/1 semana 
5 kg/1 mês 
7 kg/3 meses 
10 kg/6 meses 
> 1 kg/1 semana 
> 5 kg/1 mês 
> 7 kg/3 meses 
> 10 kg/6 meses 
2.1.1.12. Peso ajustado 
	 	 : 30 / 	 	 0,25 	  
	 	 çã : 18 / 	 	 0,25 	  
NOTA: Quando IMC > 27 Kg/m2, já se ajusta o peso do indivíduo. 
2.1.1.13. Peso corrigido para pacientes edemaciados 
	 	 	 	  
Estimativa de peso corporal atual ajustado para edema 
Grau de edema  Local atingido  Quantidade a ser subtraído (kg) 
+  Tornozelo  1,0 
++  Joelho  3,0 – 4,0 
+++  Raiz da coxa  5,0 – 6,0 
++++  Anasarca  10,0 – 12,0 
Fonte: Duarte; Castellani, 2002; Newton; Halsted, 2003. 
Estimativa de peso corporal ajustado para ascite e edema 
Grau de ascite  Peso ascítico a ser subtraído (kg)  Peso de edema periférico a ser subtraído (kg) 
Leve  2,2  1,0 
Moderada  6,0  5,0 
Grave  14,0  10,0 
Fonte: James, 1989. 
2.1.1.14. Peso estimado segundo Chumlea et. al,1988 
a) Homens até 65 anos 
0,98 1,16	x	AJ 1,73	x	CB 0,37	x	DCSE 81,69 
b) Mulheres até 65 anos 
	 1,27	x	CPA 0,87	x	AJ 0,98	x	CB 0,4	x	DCSE 62,35 
CPA: circunferência da panturrilha (cm) | AJ: altura do joelho (cm) | CB: circunferência do braço (cm) | DSE: dobra 
cutânea subescapular (mm)  
c) Homens acima de 65 anos 
	 CB	x	2,31 CPA	x	1,50 50,10 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  15
 
 
	 CB	x	1,92 CPA	x	1,44 DCT	x	0,26 39,97 
	 CB	x	1,73 CPA	x	0,98 DCT	x	0,37 AJ	x	1,16 81,69 
CPA: circunferência da panturrilha (cm) | AJ: altura do joelho (cm) | CB: circunferência do braço (cm) | 
DCT: dobra cutânea triciptal (mm)  
Fonte: CHUMLEA et al., 1988 
d) Mulheres acima de 65 anos 
	 CB	x	1,63 CPA	x	1,43 37,46 
	 CB	x	0,92 CPA	x	1,50 26,19 
	 CB	x	0,98 CPA	x	1,27 DCT	x	0,40 AJ	x	0,87 62,35 
CPA: circunferência da panturrilha (cm) | AJ: altura do joelho (cm) | CB: circunferência do braço (cm) | 
DCT: dobra cutânea triciptal (mm)  
Fonte: CHUMLEA et al., 1988 
2.1.1.15. Peso estimado segundo Rabito et al (2006)  
0,5759	 	 0,5263	 	 1,2452	 	 4,8689	 	 32,9241 
0,5030	 	 0,5634	 	 1,318	 	 0,0339	 	 34,156 
Sexo: masculino = 1; sexo feminino = 2 | CB: circunferência do braço (cm) | CA: circunferência abdominal (cm) | CP: 
circunferência da panturrilha (cm) | DCSE: dobra cutânea subescapular (mm)  
2.1.1.16. Peso estimado segundo Bernal‐Orozco et al (2010)  
1,599	 	 1,135	 	 0,735	 	 0,621	 	 83,123 
AJ: Altura do joelho (cm) | CB: Circunferência do braço (cm) | CP: Circunferência da panturrilha (cm) | DCT: Dobra 
cutânea tricipital (mm) 
 Estatura 
2.1.2.1. Estatura estimada (envergadura) 
	 	  
	 	 	2 
Fonte: KWOK; WRITELOW, 1991. 
2.1.2.2. Estatura estimada (altura do joelho) 
a) Homens 18 a 60 anos 
	 71,85 1,88	x	AJ  
	 73,42 1,79	x	AJ  
Fonte: CHUMLEA et al., 1985. 
b) Mulheres 18 a 60 anos 
	 70,25 1,87	x	AJ 0,06	 	  
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  16
 
	 68,10 1,87	x	AJ 0,06	 	  
c) Homens acima de 60 anos 
	 64,19 2,04	x	AJ 0,04	 	  
d) Mulheres acima de 60 anos 
	 84,88 1,83	x	AJ 0,24	 	  
AJ: altura do joelho (cm) 
Fonte: CHUMLEA; ROCHE; STEINBAUGH, 1985. 
2.1.2.3. Estatura estimada segundo Rabito et al. (2006)  
	 63,525 3,237	 	 0,06904	x	idade 1,293	 	  
	 58,6940 2,9740	 	 0,0736	x	idade 0,4958	 	 1,1320	 	  
Sexo masculino = 1; sexo feminino = 2 | CB: Comprimento do braço (cm) | ME: meia envergadura (cm)  
2.1.2.4. Estatura estimada com base no comprimento da ulna  
A estimativa de altura com base no comprimento da ulna (distância entre o olecrano e o processo esti‐
lóide do rádio, medida com o antebraço flexionado a 90° sobre o tórax), foi desenvolvida por Elia (2003). 
Após a mensuração, consulta‐se uma tabela, que fornecerá valores estimados de altura com base na 
faixa etária e comprimento da ulna.  
Altura estimada para adultos e idosos com base no comprimento da ulna, na idade e no gênero 
Comprimento da ulna 
(cm) 
32,0  31,5  31,0  30,5 30,0 29,5 29,0 28,5 28,0 27,5 27,0  26,5  26,0 25,5
Estatura 
(m) 
Homens 
(<65 anos) 
1,94  1,93  1,91  1,89 1,87 1,85 1,84 1,82 1,80 1,78 1,76  1,75  1,73 1,71
Homens 
(>65 anos) 
1,87  1,86  1,84  1,82 1,81 1,79 1,78 1,76 1,75 1,73 1,71  1,70  1,68 1,67
Estatura 
(m) 
Mulheres 
(<65 anos) 
1,84  1,83  1,81  1,80 1,79 1,77 1,76 1,75 1,73 1,72 1,70  1,69  1,68 1,66
Mulheres 
(>65 anos) 
1,84  1,83  1,81  1,79 1,78 1,76 1,75 1,73 1,71 1,70 1,68  1,66  1,65 1,63
Comprimento da ulna 
(cm) 
25,0  24,5  24,0  23,5 23,0 22,5 22,0 21,5 21,0 20,5 20,0  19,5  19,0 18,5
Estatura 
(m) 
Homens 
(<65 anos) 
1,69  1,67  1,66  1,64 1,62 1,60 1,58 1,57 1,55 1,53 1,51  1,49  1,48 1,46
Homens 
(>65 anos) 
1,65  1,63  1,62  1,60 1,59 1,57 1,56 1,54 1,52 1,51 1,49  1,48  1,46 1,45
Estatura 
(m) 
Mulheres 
(<65 anos) 
1,65  1,63  1,62  1,61 1,59 1,58 1,56 1,55 1,54 1,52 1,51  1,50  1,48 1,47
Mulheres 
(>65 anos) 
1,61  1,60  1,58  1,56 1,55 1,53 1,52 1,50 1,48 1,47 1,45  1,44  1,42 1,40
 Fonte: Elia, 2003  
2.2. ÍNDICES CORPORAIS 
 Índice de Massa Corporal (IMC) 
O Índice de Massa Corporal (IMC), ou índice de Quetelet, foi desenvolvido por Lambert Quételet no fim 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  17
 
 
do século XIX e é uma medida internacional do grau de obesidade uma pessoa. Trata‐se de um método 
fácil e rápido para a avaliação do nível de gordura de cada pessoa, ou seja, é um preditor internacional de 
obesidade adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Através do cálculo de IMC é possível saber 
se alguém está acima ou abaixo dos parâmetros ideais de peso para sua estatura.  
É o sistema mais antigo de medida populacional. O IMC mostra o volume da pessoa, o quanto de massa 
tem distribuída, mas não leva em conta o sexo (mulheres tem maior quantidade de gordura corporal) e 
nem a massa muscular (músculos pesam mais do que gordura). 
O IMC deve ser interpretado com cautela em indivíduos com pernas curtas em relação à altura, em indi‐
víduos atletas e em indivíduos musculosos e em indivíduos com edema e/ou ascite. 
	 	
	
 
Classificação do estado nutricional segundo o IMC para adultos 
IMC (kg/m2)  Classificação 
< 16  Magreza muito grave 
16,00 – 16,99  Magreza grave 
17,00 – 18,49  Baixo peso 
18,50 – 24,99  Saudável 
25,00 – 29,99  Sobrepeso 
30,00 – 34,99  Obesidade Grau I 
35,00 – 39,99  ObesidadeGrau II (severa) 
≥ 40  Obesidade Grau III (mórbida) 
Fonte: World Health Organization 1995; Brasil 2004 
Classificação do estado nutricional segundo o IMC para idosos 
IMC (kg/m2)  Classificação 
< 21,9  Baixo Peso 
22,0 a 23,9  Risco de déficit 
24 a 26,9  Peso normal 
> 27,0  Sobrepeso 
Fonte: Lipschits, D.A., 1994 
IMC e implicações metabólicas 
IMC (kg/m2)  Classificação  Implicações e riscos 
< 16  Magreza muito grave
Anorexia, bulimia, osteoporose e autoconsumo de massa 
muscular. 
16,00 – 16,99  Magreza grave 
Transtornos digestivos, debilidade, fadiga crônica, estresse, 
ansiedade e disfunção hormonal. 
17,00 – 18,49  Baixo peso  Estado normal, bom nível de energia, vitalidade e boa condi‐
ção física. 18,50 – 24,99  Saudável 
25,00 – 29,99  Sobrepeso 
Fadiga, problemas digestivos, problemas circulatórios, má 
circulação nas pernas e varizes. 
30,00 – 34,99  Obesidade Grau I 
Diabetes, angina de peito, enfarte, trombos, aterosclerose, 
embolia, alterações menstruais. 
35,00 – 39,99  Obesidade Grau II  Falta de ar, apneia, sonolência, trombose pulmonar, úlceras 
varicosas, câncer de útero e mamário, refluxo esofágico. ≥ 40  Obesidade Grau III 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  18
 
 
2.2.1.1. Percentual de gordura através do IMC 
a) Homens 
% 1,33	 	 0,236	 	 20,2 
b) Mulheres 
% 1,21	 	 0,262	 	 6,7 
Fonte: LEAN, et al., 1996. 
2.2.1.2. Limitações do IMC 
O IMC é um cálculo realizado para conferir se o peso do  indivíduo está adequado para sua altura. No 
entanto, somente esse parâmetro não basta, porque o IMC não especifica se a massa corporal é gorda ou 
magra. Dessa forma, um sedentário obeso terá o mesmo IMC de um fisiculturista e a situação da compo‐
sição corporal dos dois não é a mesma, nem tão pouco a sua aptidão física. 
 Recíproco Índice Ponderal (RIP) 
É uma fórmula criada para identificar a situação corporal do indivíduo (baixo peso, peso normal e sobre‐
peso). 
	
	
 
Classificação do estado nutricional segundo o RIP 
Baixo Peso  Peso Normal  Sobrepeso 
> 44 cm/kg1/3  41 a 44 cm/kg1/3  < 41 cm/Kg1/3 
 Índice de Adiposidade Corporal (IAC) 
O Índice de Adiposidade Corporal é uma fórmula recente de calcular a situação corporal do indivíduo. 
Proposto por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia que contestam a utilização do IMC, pois este 
não identifica a quantidade de gordura corporal e acaba dando a mesma classificação para uma pessoa 
obesa e uma pessoa musculosa. O novo teste visa identificar a porcentagem de gordura corporal e acabar 
com os equívocos identificados no IMC utilizando a seguinte fórmula: 
%	
ê 	 	
	 	√
18 
Classificação da adiposidade corporal segundo o IAC 
Sexo 
Excesso de 
Gordura 
Moderada  Ideal  Baixa  Muito Baixa 
Homens  > 25 %  24% ‐ 19%  18% ‐ 15%  14% ‐ 11%  10% ‐ 6% 
Mulheres  > 30%  29% ‐ 26%  25% ‐ 20%  19% ‐ 16%  15% ‐ 10% 
 
 
 
  	
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  19
 
 
3. COMPOSIÇÃO	CORPORAL	
Considerando‐se que o peso, a estatura e o IMC isolados não distinguem o peso associado ao músculo ou 
à gordura corporal, torna‐se necessário avaliar a composição corporal dos indivíduos para que haja uma 
avaliação mais precisa do estado nutricional. Para este fim, são utilizadas as medidas das dobras cutâneas 
(adipometria) e das circunferências corporais (perimetria). 
3.1. DOBRAS CUTÂNEAS 
 Dobra cutânea tricipital (DCT) 
çã 	 	
	 	 100
	 	50∗
 
* Segundo valores de referência do NHANES (Anexo). 
Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT 
Adequação da DCT (%)  Estado nutricional 
< 70  Desnutrição grave 
70 a 80  Desnutrição moderada 
80 a 90  Desnutrição leve 
90 a 110  Eutrofia 
110 a 120  Sobrepeso 
> 120  Obesidade 
 Dobra cutânea subescapular (DCSE) 
A classificação pela DCSE para adultos é feita pela análise das faixas de percentis da tabela de Frisancho 
(1990), seguindo os critérios de classificação abaixo:  
Percentil  Classificação 
< p5  Desnutrição 
P5 – p15  Risco para desnutrição 
P15 – p85  Eutrofia 
> p85  Obesidade 
OBS: p75‐p85: requer vigilância, apesar da classificação de eutrofia 
FONTE: Frisancho, 1990  
  Somatório das dobras DCT e DCSE  
Para adultos, a classificação do somatório das dobras DCT e DCSE se baseia pela análise dos valores de 
percentis de Frisancho (1990). A classificação se dá conforme a análise da tabela abaixo:  
Classificação quanto ao somatório das dobras tricipital e subescapular 
  Percentil  Estado de gordura 
Categoria I  0 – 5  Magro 
Categoria II  5,1 – 15,0  Abaixo da média 
Categoria III  15,1 – 75,0  Média 
Categoria IV  75,1 – 85,0  Acima da média 
Categoria V  85,1 – 100  Gordura excessiva 
FONTE: Frisancho, 1990  
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  20
 
 Somatório de dobras – determinação do % de gordura corporal  
3.1.4.1. Fórmulas para predição da densidade corporal (DC) envolvendo dobras cutâneas  
a) Equações de Guedes (1994) – brasileiros 
Homens 17‐27 anos: 
1,1714 0,671 log  
Mulheres 18‐30 anos: 
1,1665 0,0706 log  
DCT: dobra cutânea tricipital (mm) | DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca (mm) |DCA: dobra cutânea abdominal (mm) 
| DCCx: dobra cutânea coxa proximal (mm) | DCSE: dobra cutânea subescapular (mm) 
b) Equações de Petroski, 1995 – brasileiros 
Homens 18‐61 anos 
1,10726863 0,00081201	 X1 0,00000212	 X1 0,00041731	 X2  
D: densidade corporal | X1: soma das dobras cutâneas (mm) subescapular, tricipital, supra‐ilíaca e panturrilha | X2: 
idade (anos) 
Mulheres 18‐51 anos 
1,19547130 0,07513501	x	 log X1 0,00041072	 X2  
D: densidade corporal | X1: soma das dobras cutâneas (mm) axilar média, supra‐ilíaca, coxa e panturrilha | X2: 
idade (anos) 
c) Equações de Jackson & Pollock (masculino) – 18 a 61 anos 
Para 7 dobras: 
1,11200000 0,00043499	 X1 0,00000055	 X1 0,00028826	 X2  
X1: soma das dobras cutâneas (mm) torácica, axilar, tricipital, subescapular, abdominal, supra‐ilíaca e coxa | X2: 
idade (anos)  
Para 3 dobras: 
1,1093800 0,0008267	 X1 0,0000016	 X1 0,0002574	 X2  
X1: soma das dobras cutâneas (mm) coxa, tórax e abdome | X2: idade (anos) 
d) Equações de Jackson & Pollock (feminino) – 18 a 55 anos 
Para 7 dobras: 
1,0970 0,00046971	 X1 0,00000056	 X1 0,00012828	 X2  
X1: soma das dobras cutâneas (mm) torácica, axilar, tricipital, subescapular, abdominal, supra ‐ilíaca e coxa | X2: 
idade (anos) 
Para 3 dobras: 
1,0994921 0,0009929	 X1 0,0000023	 X1 0,0001395	 X2  
X1: soma das dobras cutâneas (mm) tricipital, supra‐ilíaca e coxa | X2: idade (anos) 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  21
 
 
3.1.4.2. Fórmulas para predição da densidade corporal (DC) envolvendo circunferências 
a) Equações de Jackson & Pollock – 7 dobras 
Masculino 
1,101 0,0004115 1 0,00000069 1 0,00022631 2 0,0059239 3 0,0190632	 4  
X1: soma das dobras cutâneas (mm) torácica, axilar, tricipital, subescapular, abdominal, supra‐ilíaca e coxa | X2: 
idade (anos) | X3: circunferência da cintura (cm) | X4: circunferência do antebraço (cm)  
Feminino 
1,1470 0,00042930	 X1 0,00000065	 X1 0,00009975	 X2 0,00062415	 X3 	 
X1: soma das dobras cutâneas (mm) torácica, axilar, tricipital, subescapular, abdominal, supra ‐ilíaca e coxa | X2: 
idade (anos) | X3: circunferência do quadril (cm) 
b) Equações de Jackson & Pollock – 3 dobras 
Masculino 
1,0990750 0,0008209	 X1 0,0000026	 X1 0,0002017	 X2 0,005675	 X3 0,018586	 X4  
X1: soma das dobras cutâneas (mm) coxa, tórax e abdome | X2: idade (anos) | X3: circunferência da cintura (cm) | 
X4: circunferência do antebraço (cm) 
Feminino 
1,1466399 0,0009300	 X1 0,0000028	 X1 0,0006171	 X3  
X1: soma das dobras cutâneas (mm) coxa, tórax e abdome | X2: idade (anos) | X3: circunferência da cintura (cm) 
3.1.4.3. Densidade corporal envolvendo somatório de 4 dobras segundo Durnin & Wormersley, 1974 
ó 	 Σ	4DC  
DCT: dobra cutânea tricipital (mm) | DCB: dobra cutânea bicipital (mm) | DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca (mm) | 
DCSE: dobra cutânea subescapular(mm) 
Homens de 17 a 72 anos, não‐esportistas: 
	 / 1,1765 0,0744	 log Σ	4DC  
Mulheres de 16 a 68 anos: 
	 / 1,1567 0,0717	 log Σ	4DC  
Alternativamente, consultar percentual de gordura corporal na tabela de referência. 
Fonte: DURNIN; WORMERSLEY, 1974. 
3.1.4.4. Densidade corporal segundo Tran & Weltman, 1989 para mulheres diabéticas 
1,168297 0,002824	 	X1 0,0000122098	 	X1 0,000733128	 	
0,000510477	 	 0,000216161	 	  
X1: média aritmética entre CA1 (circunferência medida no ponto médio entre o processo xifoide do esterno e a ci‐
catriz umbilical) e CA2 (circunferência medida na altura da cicatriz umbilical) | E: estatura (cm) | idade em anos 
 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  22
 
3.1.4.5. Densidade corporal segundo Visser et. al, 1994 para idosos entre 60 – 87 anos 
a) Mulheres 
	 1,0688 0,0356	 log Σ	4DC  
b) Homens 
	 1,0900 0,0356	 log Σ	4DC  
∑4DC: DCT: dobra cutânea tricipital (mm) | DCB: dobra cutânea bicipital (mm) | DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca 
(mm) | DCSE: dobra cutânea subescapular (mm) 
 Percentual de gordura 
Para conversão da densidade corporal em percentual de gordura, utiliza‐se a equação de Siri (1961): 
	 	 %
4,95
4,5 100 
3.1.5.1. Outras equações de predição de % de gordura corporal 
a) Equação de Deurenberg et al., 1990 
% 1,2 10,8 0,23 5,4 
GC: gordura corporal | Sexo: feminino = 0; masculino = 1 
Fonte: DEURENBERG et al., 1990. 
b) Equação de Lean et al., 1996 
Sexo masculino: 
% 0,353	 	 0,756	 	 0,235	 	 26,4 
% 0,5671,2 0,101 31,8 
DCT: dobra cutânea tricipital | CC: circunferência da cintura (cm) 
Sexo feminino: 
% 0,232	 	 0,657	 	 0,215	 	 5,5 
% 0,439	 	 0,221	 	 9,4 
DCT: dobra cutânea tricipital | CC: circunferência da cintura (cm) 
c) Equação de Gallagher et al., 2000. 
% 64,5 848	 1/IMC 0,079 idd 16,4 1 0,05 1 idd 39 1 1/IMC  
GC: gordura corporal | Idd: idade (anos) 
d) Equação de Falknner (1968) 
% 	 	0,153 5,783 
DCT: dobra cutânea tricipital | DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca | DCSE: dobra cutânea subescapular | DCA: dobra 
cutânea abdominal 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  23
 
 
e) Equação para predição de gordura corporal em mulheres idosas com osteopenia e osteoporose 
(Aniteli et al., 2006) 
% 17,366 0,448	 	  
DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca | DCB: dobra cutânea braquial | DCT: dobra cutânea tricipital  
f) Equação de Movsesyan et al (2003) 
% 13,761 0,126	 	 1,653	 	  
I: idade em anos; IMC: Índice de massa corporal (Kg/m2)  
g) Equações de Weltman et al (1987;1988)  
Homens obesos: 
% 0,31457	x	CAm 0,10969	x	P 10,8336 
Mulheres obesas: 
% 0,11077	x	CAm 0,17666	x	Estatura 0,14354	x	P 51,03301 
CAm: média aritmética entre CA1 (circunferência medida no ponto médio entre o processo xifóide do esterno e a 
cicatriz umbilical) e CA2 (circunferência medida na altura da cicatriz umbilical) | P = Peso (Kg)  
h) Equações de Peterson et al. (2003) 
Homens: 
% 20,94878 I	x	0,1166 0,11666	x	Estatura Σ	4DC	x	0,42696 Σ	4DC 	 0,00159 
∑4 = somatório das dobras DCT (dobra cutânea do tríceps), DCSE (dobra cutânea subescapular), DCSI (dobra cutâ‐
nea suprailíaca) e DCCx medial (dobra cutânea da coxa medial) | I: idade em anos  
Mulheres: 
% 22,18945 I	x	0,06368 IMC	x	0,60404 Estatura	x	0,14520 Σ	4DC	x	0,30919
Σ	4DC	x	0,00099652	  
∑4 = somatório das dobras DCT, DCSE, DCSI E DCCx medial | I: idade em anos  
i) Equação de Evans et al (2005) – atletas, 18‐34 anos 
% 8,997 0,24658	x	Σ	3DC 6,343	x	sexo 1,998	x	etnia  
Sexo: 0 = mulher; 1 = homem | Etnia: 0 = caucasiano; 1 = negro | ∑ 3DC: somatório das dobras abdominal (horizontal), 
tríceps e coxa medial 
3.1.5.2. Classificação do estado nutricional segundo % de dobras cutâneas 
a) Classificação de Lohman (1992) 
Classificação do risco de morbidades segundo o percentual de gordura corporal 
Classificação 
Gordura corporal (%) 
Homem  Mulher 
Riscos de doenças associadas  ≤ 5  ≤ 8 
Abaixo da média  6 ‐14  9 – 22 
Média  15  23 
Acima da média  16 ‐ 24  24 – 31 
Riscos de doenças associadas  ≥ 25  ≥ 32 
Fonte: LOHMAN, 1992. 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  24
 
b) Classificação de Pollock, Wilmore (1993) 
Classificação do percentual de gordura, sexo masculino 
Classificação 
MASCULINO 
Idade 
18 a 25  26 a 35  36 a 45  46 a 55  56 a 65 
Muito baixo  < 4  < 8  < 10  < 12  < 13 
Excelente  4 a 6  8 a 11  10 a 14  12 a 16  13 a 18 
Muito bom  7 a 10  12 a 15  15 a 18  17 a 20  19 a 21 
Bom  11 a 13  16 a 18  19 a 21  21 a 23  22 a 23 
Adequado  14 a 16  19 a 20  22 a 23  24 a 25  24 a 25 
Moderadamente alto  17 a 20  21 a 24  24 a 25  26 a 27  26 a 27 
Alto  21 a 24  25 a 27  26 a 29  28 a 30  28 a 30 
Muito alto  > 24  > 27  > 29  > 30  > 30 
 
Classificação 
FEMININO 
Idade 
18 a 25  26 a 35  36 a 45  46 a 55  56 a 65 
Muito baixo  < 13  < 14  < 16  < 17  < 18 
Excelente  13 a 16  14 a 16  16 a 19  17 a 21  18 a 22 
Muito bom  17 a 19  17 a 20  20 a 23  22 a 25  23 a 26 
Bom  20 a 22  21 a 23  24 a 26  26 a 28  27 a 29 
Adequado  23 a 25  24 a 25  27 a 29  29 a 31  30 a 32 
Moderadamente alto  26 a 28  26 a 29  30 a 32  32 a 34  33 a 35 
Alto  29 a 31  30 a 33  33 a 36  35 a 38  36 a 38 
Muito alto  > 31  > 33  > 36  > 39  > 38 
Fonte: POLLOCK; WILMORE, 1993. 
c) Classificação de Nieman (1995) 
Classificação  Homens (%)  Mulheres (%) 
Magro  < 8  < 13 
Ótimo  8 – 15  13 – 23 
Leve adiposidade  16 – 20  24 – 27 
Adiposidade  21 – 24  28 – 32 
Obesidade  ≥ 25  ≥ 30 
Fonte: Ribeiro; Melo, 2009 
d) Classificação de Robergs & Roberts (1996) 
Classificação do percentual de gordura, sexo masculino 
Classificação 
Valores (%) de acordo com a idade (anos) 
20 ‐ 29  30 – 39  40 – 49  50 – 59  > 60 
Excelente (atlético)  < 11  < 12  < 14  < 15  < 16 
Bom  11 – 13  12 – 14  14 – 16  15 – 17  16 – 18 
Dentro da média  14 – 20  15 – 21  17 – 23  18 – 24  19 – 25 
Regular  21 – 23  22 – 24  24 – 26  25 – 27  26 – 28 
Alto percentual de gordura  > 23  > 24  > 26  > 27  > 28 
 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  25
 
 
Classificação do percentual de gordura, sexo feminino 
Classificação 
Valores (%) de acordo com a idade (anos) 
20 ‐ 29  30 – 39  40 – 49  50 – 59  > 60 
Excelente (atlético)  < 16  < 17  < 18  < 19  < 20 
Bom  16 – 19  17 – 20  18 – 21  19 – 22  20 – 23 
Dentro da média  20 – 28  21 – 29  22 – 30  23 – 31  24 – 32 
Regular  29 – 31  30 – 32  31 – 33  32 – 34  33 – 35 
Alto percentual de gordura  > 31  > 32  > 33  > 34  > 35 
Fonte: Ribeiro; Melo, 2009 
3.2. CIRCUNFERÊNCIAS 
 Circunferência do braço (CB) 
çã 	 	
	 	 100
	 	50∗
 
*Segundo valores de referência do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) (Anexo – Tabela 
A5). 
Classificação do estado nutricional segundo adequação da CB 
Adequação da CB (%)  Estado nutricional 
< 70  Desnutrição grave 
70 a 80  Desnutrição moderada 
80 a 90  Desnutrição leve 
90 a 110  Eutrofia 
110 a 120  Sobrepeso 
> 120  Obesidade 
 Circunferência muscular do braço (CMB) 
	 0,314  
CB: circunferência do braço (cm) | DCT: dobra cutânea tricipital (mm) 
çã 	 	 	 %
	 	 100
	 	50∗
 
* Segundo valores de referência do NHANES (Anexo 4). 
Nota: Não é conveniente utilizar essa classificação do %CB para indivíduos atletas musculosos. 
Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB 
Adequação da CMB (%)  Estado nutricional 
< 70  Desnutrição grave 
70 a 80  Desnutrição moderada 
80 a 90  Desnutrição leve 
90  Eutrofia 
Fonte: Blackburn, Thorton, 1979 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  26
 
 Área total do braço (ATB) 
	
4	 	3,14
 
 Área muscular do braço (AMB) e Área muscular do braço corrigida (AMBc) 
	
4	 	3,14
 
De acordo com Heymsfield (1982), para que a área do braço seja ajustada desconsiderando a área do osso 
(desta  forma considerando apenas a massa muscular), devem ser  feitas as seguintes subtrações, para 
obtenção da área muscular corrigida (AMBc)  
	 	
	 0,314 	
4 3,14
10 
	 	
	 0,314 	
4 3,14
6,5 
Classificaçãoquanto o estado muscular segundo valores de AMBc 
  Percentil  Estado de gordura 
Categoria I  0 – 5  Baixa musculatura 
Categoria II  5,1 – 15,0  Abaixo da média 
Categoria III  15,1 – 85,0  Média 
Categoria IV  85,1 – 95,0  Acima da média 
Categoria V 
95,1 – 100 
Alta musculatura: bom 
estado nutricional 
Fonte: FRISANCHO, 1990 
 Área gordurosa do braço (AGB) e Índice de gordura do braço (IGB)  
 
	 	100 
ATB: Área total do braço | AMB: Área muscular do braço 
Nota: observe que, para a obtenção da AGB e IGB, não se corrige o valor da AMB. Assim, no final, os va‐
lores de AGB e IGB já são obtidos com a área do osso já desconsiderada.  
Classificação quanto o estado de gordura corporal segundo AGB e IGB 
  Percentil  Estado de gordura 
Categoria I  0 – 5  Magro 
Categoria II  5,1 – 15,0  Abaixo da média 
Categoria III  15,1 – 75,0  Média 
Categoria IV  75,1 – 85,0  Acima da média 
Categoria V  85,1 – 100  Gordura excessiva 
FONTE: Frisancho, 1990 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  27
 
 
Nota: Observe que,  tanto para avaliação do estado muscular pela AMBc, como do estado de gordura 
corporal pela AGB, IGB, DCT, DCSE e DCT+DCSE, a faixa p5‐p15 dos valores de referência de Frisancho 
(1990) representam faixas de risco. Essa faixa de risco observada em pacientes hospitalizados é de ex‐
trema importância, no sentido de se estabelecer condutas dietoterápicas precoces com o objetivo de se 
evitar evolução para desnutrição e melhorar prognóstico.  
 Circunferência da cintura (CC) 
A maior deposição de gordura visceral da região abdominal, predita por elevados valores de CC, indica 
maior fator de risco cardiovascular, pois a gordura visceral excedente é conhecidamente um tecido secre‐
tor de fatores pró‐inflamatórios e metabólicos que participam da fisiopatologia do processo ateroscleró‐
tico.  
Classificação do risco de morbidades para adultos segundo CC 
Sexo  Risco aumentado  Risco muito aumentado 
Homens  94 a 102 cm  > 102 cm 
Mulheres  80 a 88 cm  > 88 cm 
Fonte: WHO, 1998. 
Avaliação combinada entre IMC e CC para predição de risco cardiovascular para adultos, proposta pela 
OMS.  
Combinação das medidas de circunferência da cintura e IMC para avaliar obesidade e risco para diabe‐
tes e doença cardiovascular 
Classificação  IMC (kg/m2) 
Circunferência da cintura (cm) 
H: 94–102  H: > 102 
M: 80–88  M: > 88 
Baixo Peso  < 18,5  –  – 
Peso Saudável  18,5 – 24,9  –  – 
Sobrepeso  25 – 29,9  Aumentado  Alto 
Obesidade grau I  30,00 – 34,99  Alto   Muito alto 
Obesidade Grau II  35,00 – 39,99  Muito alto  Muito alto 
Obesidade Grau III  ≥ 40  Extremamente alto  Extremamente alto 
 Circunferência da coxa (CCx) 
Representa a soma dos compartimentos gorduroso e não gorduroso da coxa. A medida pode ser tomada 
no ponto médio entre a linha inguinal e o bordo superior da patela (circunferência da coxa medial) e logo 
abaixo da linha glútea (circunferência da coxa proximal). A medida da posição medial é utilizada para o 
cálculo do índice sagital, da relação cintura/coxa e da área muscular da coxa.   
 Circunferência muscular da coxa (CMCx) 
Para o cálculo da área muscular da coxa, utiliza‐se a seguinte fórmula (em analogia para o cálculo da CMB):  
	 CCx
3,14 DCCx
10
 
DCCx: dobra cutânea da coxa medial  
 Área de seção transversa do músculo da coxa (ASTCx) 
4 3,14
 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  28
 
 Área muscular da coxa corrigida (AMCx) 
Para obter a área muscular da coxa corrigida com relação ao osso, aplica‐se a fórmula da área de seção 
transversa do músculo da coxa – Equação de Knapik  et al. (1996)  
0,640	 	
3,14
0,3	 	  
CCx: circunferência da coxa medial | DCCx: dobra cutânea da coxa medial | DOF: diâmetro ósseo do fêmur.  
Assim, o valor de ASTCx corresponde ao valor de AMCx corrigido em relação ao osso.  
Através da análise dos valores de AMCx e ASTCx, pode‐se acompanhar a evolução clínica do estado nutri‐
cional proteico e a funcionalidade de indivíduos (pacientes hospitalizados, idosos) ou o ganho de massa 
muscular em praticantes de atividade física.  
  Área gordurosa da coxa (AGCx) e índice de gordura da coxa (IGCx)  
 
	 	100 
Observe que os valores de AMCx utilizados correspondem a valores não corrigidos com relação ao osso.  
A análise da área gordura da coxa, bem como do índice de gordura da coxa, dá uma ideia da situação do 
paciente quanto à gordura subcutânea da coxa, podendo indicar grande ou pequena deposição de gor‐
dura nessa região o que, juntamente com a análise da circunferência da cintura, dá uma ideia do perfil de 
distribuição de gordura do indivíduo. Pode ser também verificada em pacientes hospitalizados, indicando 
se o paciente está perdendo gordura frente a uma situação de estresse ou se está recuperando tecido 
gorduroso após o estabelecimento da conduta nutricional.  
 Circunferência do pescoço  
O aumento dos valores de circunferência do pescoço é correlacionado com fatores de risco cardiovascu‐
lar, tais como aumento da pressão arterial, resistência à insulina e alterações dislipidêmicas (Bem‐Noun; 
Laor, 2006; Preis et al., 2010)  
Pontos de corte para circunferência do pescoço relacionados à investigação de sobrepeso e obesidade 
em adultos (Bem‐Noun et al., 2001) 
Circunferência do pescoço  Classificação 
Homens 
< 37 cm  Normal 
≥ 37 cm  Aumentada (correlação com IMC de sobrepeso) 
≥ 39,5 cm  Muito aumentada (correlação com IMC de obesidade) 
Mulheres 
< 34 cm  Normal 
≥ 34 cm  Aumentada (correlação com IMC de sobrepeso) 
≥ 36,5  Muito aumentada (correlação com IMC de obesidade) 
Assim, verifica‐se que valores de circunferência do pescoço ≥ 37 cm para homens e ≥ 34 cm para mulheres 
já são relacionados com aumento de fatores de risco cardiovascular.  
 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  29
 
 
 Relação Cintura/Coxa  
Estudos mostraram que a CC, representando o tronco, e a circunferência da coxa medial, representando 
a parte inferior do corpo, foram bons indicadores para diabetes tipo 2 e para risco cardiovascular.  
  Circunferência da panturrilha (CP) 
 Classificação do estado nutricional proteico segundo valor de CP (idosos) – Rolland et al. (2003):  
CP ≥ 31 cm: Adequado  
CP < 31 cm: Marcador de desnutrição proteica, de perda de força muscular e de incapacidade funcional  
 Circunferência muscular da panturrilha (CMP) 
3,14	 	 /10  
DCPant: dobra cutânea da panturrilha  
  Área total da panturrilha (ATP)  
4	 	3,14
 
 Área muscular da panturrilha (AMPant)  
4	 	3,14
 
A análise da área muscular da panturrilha dá uma ideia do estado nutricional proteico do indivíduo, per‐
mitindo o acompanhamento do paciente durante a hospitalização, bem como o acompanhamento ambu‐
latorial ou domiciliar de idosos, inferindo assim a presença de boa mobilidade ou de incapacidade funci‐
onal.  
 Área gordurosa da panturrilha (AGP) e Índice de gordura da panturrilha (IGP)  
 
	 	100 
3.3. AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA CORPORAL 
 Relação cintura‐quadril (RCQ) 
É um dos procedimentos mais simples para se avaliar a composição corporal. Esse índice irá determinar a 
proporção entre a gordura depositada na região abdominal e na região do quadril. Identifica, assim, um 
perfil de deposição andróide, ginecóide ou equilibrado.  
ê 	 	 	
ê 	 	 	
 
Classificação do risco de morbidades para adultos segundo RCQ 
  Homens  Mulheres 
Alto risco  > 0,95  > 0,85 
Risco moderado  0,90 a 0,95  0,80 a 0,85 
Baixo risco  < 0,90  < 0,80 
Fonte: WHO, 1998. 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  30
 
Risco para doenças cardiovasculares de acordo com valores de RCQ, segundo Bray; Gray (1988) 
Sexo  Idade  Baixo  Moderado  Alto  Muito alto 
Homens 
20 – 29  < 0,83  0,83 – 0,88  0,89 – 0,94  > 0,94 
30 – 39  < 0,84  0,84 – 0,91  0,92 – 0,96  > 0,96 
40 – 49  < 0,88  0,88 – 0,95  0,96 – 1,00  > 1,00 
50 – 59  < 0,90  0,90 – 0,96  0,97 – 1,02  > 1,02 
60 – 69  < 0,91  0,91 – 0,98  0,99 – 1,03  > 1,03 
Mulheres20 – 29  < 0,71  0,71 – 0,77  0,78 – 0,82  > 0,82 
30 – 39  < 0,72  0,72 – 0,78  0,79 – 0,84  > 0,84 
40 – 49  < 0,73  0,73 – 0,79  0,80 – 0,87  > 0,87 
50 – 59  < 0,74  0,74 – 0,81  0,82 – 0,88  > 0,88 
60 – 69  < 0,76  0,76 – 0,83  0,84 – 0,90  > 0,90 
Fonte: Bray e Bray citado por Heyward e Stolarczyk (2000). 
3.3.1.1. Distribuição da gordura corporal 
a) Tipo ANDRÓIDE (tipo maçã) 
“andros” = ser humano, homem, “oide” = aparência, similaridade, aspecto, forma. 
É a classificação de obesidade caracterizada pelo acúmulo de gordura na região abdominal,  localizada 
tanto entre os órgãos quanto na região subcutânea. A obesidade androide é caracterizada pelo acúmulo 
de gordura na porção superior do corpo. A maior parte da gordura se localiza nas costas e braços, dei‐
xando a parte inferior do corpo magros. Frequentemente está associada a hipertensão e problemas di‐
gestivos e representa maior morbidade e mortalidade do que aquela gordura distribuída abaixo da cin‐
tura. Na obesidade androide, a gordura não se localiza somente entre a pele e os músculos. Ela também 
se localiza dentro da cavidade abdominal. É mais comum em homens. 
b) Tipo GINECÓIDE (tipo pera) 
“gynē” = mulher, “oide” = aparência, similaridade, aspecto, forma. 
Ocorre com maior frequência nas mulheres. Tipo de obesidade caracterizada pelo acúmulo de gordura na 
região glúteo‐femoral (quadril, nádegas e pernas). Conhecida como obesidade de membros inferiores.   
 
Fonte: https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/19265.htm 
 
 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  31
 
 
 
 Índice de conicidade – Índice C  
O índice C caracteriza‐se como uma opção antropométrica direcionada a oferecer informações sobre per‐
fil de distribuição da gordura corporal. Baseia‐se no pressuposto de que o perfil morfológico do corpo 
humano, ao apresentar maior concentração de gordura na região central, apresenta um formato parecido 
com um duplo cone, com uma base comum, ao passo que, ao apresentar menores quantidades de gor‐
dura na região central do corpo, apresenta aparência similar a um cilindro (Valdez, 1991). 
	
ê 	 	 	
0,109
	 	
	
 
Valores próximos de 1,0: perfil morfológico próximo de um cilindro perfeito (baixo risco para o apareci‐
mento e o desenvolvimento de disfunções cardiovasculares e metabólicas). 
Valores próximos de 1,73: perfil morfológico similar ao de um duplo cone perfeito (como indicativo de 
elevado risco para o aparecimento e o desenvolvimento de disfunções cardiovasculares e metabólicas). 
Valor clínico ideal: < 1,26 
 
Fonte: Fernandes Filho, 2010.  
 Relação cintura‐estatura (RCEst)  
Supõe‐se que, para uma determinada altura, existe um grau aceitável de gordura armazenada na parte 
superior do corpo. Mesmo assim o efeito preciso de estatura na CC é quantitativamente desconhecido. 
Alguns autores afirmam que a estatura tem uma influência sobre a magnitude da CC na fase de cresci‐
mento e na vida adulta. Boa correlação com gordura visceral.  
RCEst
ê 	 	 	
	
 
Classificação do risco cardiovascular segundo RCEst 
Sexo  Aumentado 
Masculino  > 0,52 
Feminino  > 0,53 
Fonte: Huang et al., 2002; Lin et al., 2002. 
	 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  32
 
 Somatotipo 
É um parâmetro que melhor expressa a constituição física de um indivíduo, pois determina paralelamente 
seu componente de adiposidade, sua estrutura ósseo muscular e a linearidade corporal (Carter & Heath, 
1990).  
É importante para descrever e comparar desportistas em diferentes níveis de condição física, assim como 
caracterizar a mudança física decorrente do crescimento, do envelhecimento, do treinamento, estado 
nutricional e recuperação de patologias. 
A constituição física, neste sentido, é a expressão das estruturas derivadas dos 3 folhetos embrionários 
(endoderme, mesoderme e ectoderme) e é expresso em uma série de três numerais dispostos sempre na 
mesma ordem, onde o primeiro componente refere‐se à endomorfia, ou gordura relativa (exprime o grau 
de desenvolvimento em adiposidade), o segundo à mesomorfia, ou desenvolvimento muscular (traduz o 
desenvolvimento musculo‐esquelético em relação à altura) e, o terceiro, ao componente de ectomorfia, 
ou  linearidade  específica  (traduz  a  linearidade ou desenvolvimento  em  comprimento)  (Heath;  Carter, 
1967). 
Endomorfia   Apresenta como principal característica da estrutura física, o arredondamento das cur‐
vas corporais, com tronco volumoso e massa concentrada no abdome. Considera‐se um 
indivíduo obeso um bom exemplo de endomorfia plena, pois o relevo muscular pratica‐
mente não é notado, mas aparecem grande volume abdominal, pescoço curto ombros 
quadrados.  
Mesomorfia   Dentre as principais características destacam‐se o grande relevo muscular aparente, com 
contornos predominantes na região do trapézio, deltoide e abdome, bem como uma es‐
trutura óssea mais maciça principalmente na região do punho e antebraço. A presença 
de gordura corporal é pequena, permitindo uma boa visualização do arcabouço muscu‐
lar. Este tipo de estrutura corporal frequentemente é encontrado em atletas.  
Ectomorfia   Identificada por uma linearidade corporal dominante, com discreto volume muscular e 
pequena presença de tecido gorduroso, podendo ser considerado como componente da 
magreza.  
Fonte: BÖHME, 2000 
 
 
Fonte: https://portal7fit.com/wp‐content/uploads/2014/07/Biotipos.png 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  33
 
 
3.3.4.1. Determinação Antropométrica do Somatotipo 
Não há indivíduos que possuam uma classificação única, mas sim um componente com maior ou menor 
tendência sobre o outro. Assim, calcula‐se e avalia‐se a proporção da presença de cada componente (en‐
domorfia, mesomorfia, ectomorfia) no indivíduo, através de uma escala numérica contendo 3 números, 
cuja ordem de classificação segue sempre com o primeiro valor referente a endomorfia, o segundo à me‐
somorfia e o último valor, referente a ectomorfia. 
 Endomorfia: nível de arredondamento das curvas corporais. Baseado em 3 medidas de dobras cutâ‐
neas (TR, SE e SI). 
 Mesomorfia: robustez músculo‐esquelética. Baseada nas medidas de diâmetros de úmero e fêmur, e 
perímetros corrigidos de panturrilha e braço contraído. 
 Ectomorfia: nível de linearidade corporal. Baseada nas medidas de estatura e massa corporal. 
O cálculo do somatotipo é feita de acordo com o método proposto por Heath & Carter (1971). Este mé‐
todo derivou de uma revisão fundamentada na antropometria, a partir do método de Sheldon (1940). O 
cálculo do somatotipo baseia‐se nas equações propostas por Ross & Marfell‐Jones (1983). 
Segundo Sheldon (1940) cada componente é cotada de 1 a 7, definindo‐se três tipos extremos: 
7 1 1 – Endomorfo puro (leia‐se sete‐um‐um) 
1 7 1 – Mesomorfo puro (leia‐se um‐sete‐um) 
1 1 7 – Ectomorfo puro (leia‐se um‐um‐sete) 
Existem,  portanto,  343  (73)  somatotipo  teoricamente  possíveis.  Contudo,  algumas  combinações  são 
pouco prováveis e outras pouco frequentes. Em qualquer indivíduo estão representadas as 3 componen‐
tes primárias, variando apenas o peso relativo de cada uma (Sheldon, 1940). 
 
Resultado: baixa presença de adiposidade, relativa presença muscular e elevada presença de magreza. 
a) Primeiro componente: Endomorfismo (I) 
Aplicar a fórmula de De Rose et al. (1984) 
I 0,7182 0,1451 X 0,00068 X 0,0000014 X  
Onde: 
X
∑	 	170,18
estatura	 cm
 
∑: somatório das dobras (tríceps, subescapular e suprailíaca) 
b) Segundo componente: Mesomorfismo (II) 
II 0,858 Xa 0,601 Xb 0,188 Xc 0,161 Xd 0,131 Xe 4,50 
Xa = diâmetro de úmero (cm) | Xb = diâmetro de fêmur (cm) | Xc = perímetro de braço corrigido (cm): 
per. braço flexionado (cm) – dobra tríceps (cm) | Xd = perímetro de panturrilha corrigido (cm): per. pan‐
turrilha (cm) – dobra panturrilha (cm) | Xe = estatura (cm) 
cm = mm/10 
 
MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA  34
 
c) Terceiro componente: Ectomorfismo (III) 
Calculado

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