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Organização: Prof. Me. José Francisco Diogo da Silva Junior Prof. Me. Paulo Carvalho de Paula FORTALEZA‐CE/2017 Manual de AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA DeVry | FANOR – Campus Dunas Av. Santos Dumont, 7800 60191‐156 – Dunas – Fortaleza – CE http://www.devrybrasil.edu.br/fanor Coordenador de Operações Acadêmicas Prof. Rosiane Freire Cavalcanti Coordenadora Acadêmica do Curso de Nutrição Prof. Me. Ana Paula Moreira Bezerra Projeto Gráfico e Imagens Digitais Patrick Barroso Camelo da Silva 1ª Edição @ Janeiro de 2017. José Francisco Diogo da Silva Junior. Nutricionista. Especialista em Nutrição Clínica pela Uni‐ versidade Gama Filho (UGF). Mestre em Nutrição e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor do Curso de Ciências da Nutrição da DeVry FANOR. Paulo Carvalho de Paula. Nutricionista. Mestre em Bioquímica pela Universidade Federal do Ce‐ ará (UFC). Doutorando do programa de Pós‐Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular da Uni‐ versidade Federal do Ceará (UFC). Professor do Curso de Ciências da Nutrição da DeVry FANOR. Os autores se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste manual, dispondo‐se a possíveis acertos posteriores caso, inad‐ vertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição – Não Comercial – Compartilha Igual 4.0 Internacional (CC BY‐NC‐SA 4.0). All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution – Non Commercial – ShareAlike 4.0 International (CC BY‐NC‐SA 4.0). MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 1 Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 6 1.1. PARÂMETROS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL .......................................................... 6 História nutricional (entrevista) ................................................................................................ 6 Exame físico .............................................................................................................................. 7 Antropometria .......................................................................................................................... 7 Inquéritos alimentares .............................................................................................................. 9 1.2. PRESCRIÇÃO DIETÉTICA .................................................................................................................. 10 2. ANTROPOMETRIA ................................................................................................................................ 11 2.1. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM ADULTOS E IDOSOS .............................................................. 11 Peso ......................................................................................................................................... 11 Estatura ................................................................................................................................... 15 2.2. ÍNDICES CORPORAIS ....................................................................................................................... 16 Índice de Massa Corporal (IMC) ............................................................................................. 16 Recíproco Índice Ponderal (RIP) ............................................................................................. 18 Índice de Adiposidade Corporal (IAC) ..................................................................................... 18 3. COMPOSIÇÃO CORPORAL ................................................................................................................... 19 3.1. DOBRAS CUTÂNEAS ........................................................................................................................ 19 Dobra cutânea tricipital (DCT) ................................................................................................ 19 Dobra cutânea subescapular (DCSE) ....................................................................................... 19 Somatório das dobras DCT e DCSE ......................................................................................... 19 Somatório de dobras – determinação do % de gordura corporal .......................................... 20 Percentual de gordura ............................................................................................................ 22 3.2. CIRCUNFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 25 Circunferência do braço (CB) .................................................................................................. 25 Circunferência muscular do braço (CMB) ............................................................................... 25 Área total do braço (ATB) ....................................................................................................... 26 Área muscular do braço (AMB) e Área muscular do braço corrigida (AMBc) ........................ 26 Área gordurosa do braço (AGB) e Índice de gordura do braço (IGB) ..................................... 26 Circunferência da cintura (CC) ................................................................................................ 27 Circunferência da coxa (CCx) .................................................................................................. 27 Circunferência muscular da coxa (CMCx) ............................................................................... 27 Área de seção transversa do músculo da coxa (ASTCx) .......................................................... 27 Área muscular da coxa corrigida (AMCx) ................................................................................ 28 Área gordurosa da coxa (AGCx) e índice de gordura da coxa (IGCx) ...................................... 28 Circunferência do pescoço ...................................................................................................... 28 Relação Cintura/Coxa ............................................................................................................. 29 Circunferência da panturrilha (CP) ......................................................................................... 29 Circunferência muscular da panturrilha (CMP) ...................................................................... 29 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 2 Área total da panturrilha (ATP) .............................................................................................. 29 Área muscular da panturrilha (AMPant) ................................................................................ 29 Área gordurosa da panturrilha (AGP) e Índice de gordura da panturrilha (IGP) ................... 29 3.3. AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA CORPORAL ........................................................................................ 29 Relação cintura‐quadril (RCQ)................................................................................................ 29 Índice de conicidade – Índice C .............................................................................................. 31 Relação cintura‐estatura (RCEst) ........................................................................................... 31 Somatotipo.............................................................................................................................32 Massa muscular total (MMT) e Massa muscular apendicular (MMA) em idosos ................. 35 3.4. MEDIDAS LINEARES ....................................................................................................................... 37 Diâmetro abdominal‐sagital (DAS) ........................................................................................ 37 Índice Sagital (IS) .................................................................................................................... 37 Outras medidas lineares ........................................................................................................ 37 3.5. MEDIDAS DE ESPESSURA MUSCULAR............................................................................................ 38 Espessura do músculo adutor do polegar .............................................................................. 38 3.6. MEDIDAS DINAMOMÉTRICAS ........................................................................................................ 38 Força de preensão palmar (FPP) ............................................................................................ 38 4. TÉCNICAS DE AFERIÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS .............................................................. 40 4.1. PESO ............................................................................................................................................... 40 4.2. ESTATURA ...................................................................................................................................... 40 Altura do joelho ..................................................................................................................... 40 Envergadura do braço ............................................................................................................ 41 Comprimento do braço .......................................................................................................... 41 Comprimento da ulna ............................................................................................................ 41 Estatura recumbente ............................................................................................................. 41 4.3. CIRCUNFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 42 Circunferência da cintura ....................................................................................................... 42 Circunferência do quadril ....................................................................................................... 42 Circunferência abdominal ...................................................................................................... 42 Circunferência do braço ......................................................................................................... 43 Circunferência da panturrilha ................................................................................................ 43 Circunferência da coxa ........................................................................................................... 44 Circunferência do punho ....................................................................................................... 44 Circunferência do tórax ......................................................................................................... 45 Circunferência do tornozelo .................................................................................................. 45 Circunferência do pescoço ..................................................................................................... 45 4.4. DOBRAS CUTÂNEAS ....................................................................................................................... 45 Dobra cutânea subescapular ................................................................................................. 46 Dobra cutânea supra‐ilíaca .................................................................................................... 46 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 3 Dobra cutânea tricipital .......................................................................................................... 47 Dobra cutânea bicipital ........................................................................................................... 47 Dobra cutânea abdominal ...................................................................................................... 47 Dobra cutânea da coxa medial ............................................................................................... 48 Dobra cutânea peitoral ........................................................................................................... 48 Dobra cutânea da panturrilha medial ..................................................................................... 48 4.5. MEDIDAS LINEARES ........................................................................................................................ 49 Medidas lineares longitudinais ............................................................................................... 49 Medidas lineares transversais ................................................................................................ 50 4.6. ESPESSURA DO MÚSCULO ADUTOR ............................................................................................... 51 4.7. FORÇA DE PREENSÃO PALMAR ...................................................................................................... 51 5. ÍNDICES PROGNÓSTICOS ..................................................................................................................... 52 5.1. ÍNDICE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL (IPN) ................................................................................... 52 5.2. ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN) ............................................................................................ 52 5.3. ÍNDICE DE PROGNÓSTICO INFLAMATÓRIO E NUTRICIONAL (IPIN) ................................................ 52 6. COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA ........................................................................................................... 53 6.1. CONTAGEM TOTAL DE LINFÓCITOS ................................................................................................ 53 6.2. PROVAS CUTÂNEAS ........................................................................................................................ 53 7. EXAMES BIOQUÍMICOS ....................................................................................................................... 54 7.1. PROTEÍNAS PLASMÁTICAS .............................................................................................................. 54 Albumina sérica ...................................................................................................................... 54 Transferrina ............................................................................................................................ 55 Pré‐albumina........................................................................................................................... 55 Proteína carreadora do retinol ............................................................................................... 56 7.2. ÍNDICE CREATININA/ESTATURA ..................................................................................................... 56 7.3. BALANÇO NITROGENADO............................................................................................................... 57 7.4. LIPIDOGRAMA ................................................................................................................................ 58 7.5. HEMOGRAMA................................................................................................................................. 58 Eritrograma – Série vermelha ................................................................................................. 58 Leucograma – Série branca ..................................................................................................... 59 Plaquetas ................................................................................................................................ 60 7.6. VALORES DE REFERÊNCIA PARA EXAMES LABORATORIAIS ............................................................ 60 8. SEMIOLOGIA NUTRICIONAL ................................................................................................................ 62 8.1. PARÂMETROS NUTRICIONAIS DO EXAME FÍSICO ........................................................................... 62 8.2. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM ALGUMAS DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS ......................... 63 9. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL .............................................................................................. 64 9.1. AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL ..................................................................................................... 64 Procedimento ......................................................................................................................... 64 Como realizar a Avaliação Subjetiva Global ............................................................................ 64 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 4 Exame físico do estado nutricional da Avaliação Subjetiva Global ........................................ 67 10. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR ...................................................................... 68 10.1. RECORDATÓRIO 24 HORAS (R24H) ................................................................................................ 69 10.2. QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR – QFCA .......................................... 70 11. NECESSIDADES NUTRICIONAIS E VALOR ENERGÉTICO DOS NUTRIENTES ......................................... 73 11.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 73 11.2. NECESSIDADES CALÓRICAS ............................................................................................................ 73 Calorimetria indireta .............................................................................................................. 73 11.3. TAXA DE METABOLISMO BASAL .................................................................................................... 74 Equação de Harris Benedict ................................................................................................... 75 11.4. EQUAÇÕES PARA ESTIMAR O GASTO ENERGÉTICO TOTAL (GET) ................................................. 75 Equação de Long .................................................................................................................... 75 Equação de Ireton‐Jones ........................................................................................................ 76 Estimativa de Kcal por Kg de peso corporal ........................................................................... 76 Necessidade energética segundo FAO (2004) ....................................................................... 77 11.5. DISTRIBUIÇÃO DE MACRONUTRIENTES NO GET ........................................................................... 78 Necessidades proteicas .......................................................................................................... 78 Necessidades de carboidratos ............................................................................................... 80 Necessidades de lipídios ........................................................................................................ 80 Necessidades de vitaminas .................................................................................................... 80 Necessidades de minerais ...................................................................................................... 81 Necessidades de líquidos ....................................................................................................... 82 Controle da ingestão de Alimentos ........................................................................................ 83 12. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 84 13. ANEXOS ............................................................................................................................................... 88 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 5 Caros estudantes, O presente material foi elaborado para auxiliá‐los nas diversas atividades acadêmicas referentes ao curso de Nutrição da DeVry Fanor, no que diz respeito à execução, cálculos e análises relacionadas à avaliação nutricional antropométrica. Nessa obra, estão reunidas informações buscadas em artigos científicos, livros, documentos, apostilas, textos on‐line e em outras fontes, na tentativa de se elaborar um material de consulta completo no que diz respeito à antropometria. O objetivo é facilitar o aprendizado dessa temática em sala de aula, tendo em mãos uma ótima fonte de consulta, bem como fornecer uma ferramenta útil para a execução das atividades práticas de avaliação nutricional antropométrica nos ambientes de estágio extra e intra curricular. Com certeza esse material também será de grande proveito para os outros colegas professores (e Nutri‐ cionistas) da casa que, certamente, abordarão a temática da antropometria em suas disciplinas. Aproveitem esse material, tendo uma boa rotina de estudos. A meta é, sem dúvida, ajudá‐los a alcançar o sucesso profissional. Meta que não é somente minha, mas de todos os colegas professores que também fazem parte da grade de profissionais desse curso. Bons estudos, Paulo Carvalho de Paula MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 6 1. INTRODUÇÃO O estado nutricional normal reflete o equilíbrio entre a ingestão balanceada de alimentos e o consumo de energia necessário para manter as funções diárias do organismo. Sempre que algum fator interfere em qualquer etapa desse equilíbrio, os riscos de desnutrição tornam‐se iminentes. Por isso, o estado nutrici‐ onal é um dos principais fatores a considerar nos pacientes hospitalizados, em virtude do alto risco de complicações como: infecções, flebite, embolia pulmonar, insuficiência respiratória, má cicatrização de feridas e fístulas, entre outras, que, associadas a um estado nutricional deficiente, podem aumentar o tempo de permanência no hospital e o risco de morte. A avaliação nutricional é a interpretação conjunta de todos os parâmetros, permitindo‐nos obter um diagnóstico nutricional preciso. (Mora 1997; Valdes 1997). A avaliação nutricional do paciente pediátrico observa e detecta as necessidades e deficiências nutricio‐ nais estabelecendo, planejando e acompanhando a terapia nutricional com eficácia e com um mínimo de complicações. Consiste na combinação dos dados da história alimentar da criança, no exame físico e nas medidas antropométricas. O profissional nutricionista é o responsável pela avaliação nutricional, ainda que toda equipe deva conhe‐ cer detalhadamente sua metodologia. Essa avaliação deve ser realizada prontamente quando solicitada, e repetir‐se a cada 10 dias e no final do acompanhamento. Os dados devem ser registrados em formulários previamente estabelecidos. (Mora 1997) A avaliação nutricional é parte fundamental do estudo integral e daatenção de boa qualidade dispensada ao paciente hospitalizado. Objetivos da Avaliação Nutricional Identificar os problemas existentes Estabelecer a magnitude do problema encontrado Determinar a distribuição geográfica dos problemas nutricionais como problemas sanitários Descobrir e analisar os fatores ambientais responsáveis direta ou indiretamente pelo problema Propor medidas adequadas que visem corrigir a situação encontrada 1.1. PARÂMETROS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL a) História nutricional, socioeconômica, clínica, cirúrgica, etc. b) Exame físico nutricional c) Antropometria d) Verificação dos parâmetros bioquímicos e) Inquéritos alimentares História nutricional (entrevista) Mudança de: apetite, ingestão e peso Tempo de alteração no peso MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 7 Tipo de dieta Sintomas gastrintestinais Intolerância e/ou alergias. Uso de suplementos Relato da ingestão nas últimas 24 horas Exame físico O primeiro sinal físico a ser verificado é a perda de gordura subcutânea. Deve‐se observar a área em torno dos olhos, a fragilidade do cabelo, a presença de queilite angular. Deve‐ se examinar as áreas de reserva adiposa e a massa muscular do braço, da panturrilha, da escápula, da clavícula, dos ombros e costelas, classificando subjetivamente o grau de perda. A perda de gordura sub‐ cutânea pode ser avaliada nas seguintes regiões: tríceps, linha média axilar no nível da última costela, áreas interósseas e palmares das mãos e ombros. Perda de massa muscular é avaliada através da palpação dos deltóides e do quadríceps, observando‐se tanto o volume quanto o tônus muscular. Levar em conta a presença de alterações atróficas de origem neurológica. A sensação de "empastamento" da musculatura pode indicar a perda de tônus muscular. Presença de líquido extravascular: observa‐se edema da região sacra e dos tornozelos, principalmente nos pacientes que permanecem a maior parte do tempo acamado. Antropometria É a medida do tamanho corporal e de suas proporções, sendo um dos indicadores diretos do estado nu‐ tricional do indivíduo. As medidas antropométricas mais utilizadas na avaliação antropométrica são: peso, estatura, dobras/pregas cutâneas e circunferências. 1.1.3.1. MEDIDAS, ÍNDICES E INDICADORES Medidas antropométricas: dimensões de peso, estatura e outras proporções corporais; Índices: é a combinação entre duas ou mais medidas antropométricas. Geralmente o índice incorpora em uma única medida, diferentes aspectos ou diferentes indicadores. Em avaliação nutricional os mais utilizados são P/I, P/A, A/I, IMC. Indicadores: permitem o diagnóstico nutricional. É utilizado para representar ou medir aspectos não sujeitos à observação direta. O indicador inclui apenas um aspecto, por exemplo, a desnutrição ou a obe‐ sidade. Para tanto, deve‐se comparar a população avaliada com uma população de referência, ou normal, por meio dos pontos de corte para os índices antropométricos, para possibilitar a identificação e quanti‐ ficação da natureza e da gravidade das patologias nutricionais. Pontos de corte: são os limites da normalidade de uma população de referência, que podem ser infe‐ riores ou superiores à média. 1.1.3.2. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS a) Peso O peso é a soma de todos os componentes corporais (água, gordura, ossos, músculos) e reflete o equilíbrio proteico‐energético do indivíduo. Peso atual: é o peso verificado em uma balança calibrada, onde o indivíduo é posicionado de pé, des‐ calço, no centro da balança e com roupas leves. O valor obtido corresponde ao peso atual do indivíduo na referida data. Peso usual: utilizado como referência na avaliação das mudanças recentes de peso e em casos de MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 8 impossibilidade de medir o peso atual. Geralmente é o peso que se mantém por maior período de tempo. Peso ideal ou desejável ou teórico: é o peso definido de acordo com alguns parâmetros, tais como idade, biótipo, sexo e altura. Devido a variações individuais no adulto, o peso ideal pode variar na faixa de 10% abaixo e 10% acima do peso teórico. Estimativa de peso: quando não se pode pesar o indivíduo, é possível estimar o peso por meio de algumas fórmulas, tais como circunferência da panturrilha, compleição, altura ou IMC; Peso ajustado: usado quando o indivíduo se apresenta com o peso superior ou inferior ao considerado normal, especialmente para cálculo de adequação de dietas. Adequação de peso: é a relação entre o peso atual e o peso desejável/ideal. b) Estatura São medidas que expressam o processo de crescimento linear do corpo humano. Estatura: é a medição em pé de crianças maiores de dois anos até a idade adulta. Utiliza‐se o estadiô‐ metro. Comprimento: é a medição em decúbito dorsal (deitado, de ventre para cima), utilizado para crianças até dois anos de idade (mesmo que esta já fique em pé). Utiliza‐se o infantômetro. c) Estimativa de altura Quando não é possível aferir a altura do indivíduo, pode se estimar a medida com base em alguns méto‐ dos. Pela altura do joelho: O indivíduo deve estar em posição supina ou sentado o mais próximo possível da extremidade da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em ângulo de 90°. Medir o comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da perna (cabeça da fíbula) na altura do joelho. Pela extensão dos braços (envergadura): Medida pela distância entre as pontas dos dedos médios quando os braços estiverem abertos no nível dos ombros. A medida corresponde à estimativa de estatura do indivíduo. Estatura recumbente: O indivíduo deve estar em posição supina e com leito horizontal completo. Mar‐ car o lençol na altura da extremidade da cabeça e da base do pé no lado direito do indivíduo com auxílio de um triângulo. Medir a distância entre as marcas utilizando uma fita métrica flexível. d) Circunferências Circunferência do braço (CB) Circunferência muscular do braço (CMB) Área muscular do braço corrigida (AMB) Circunferência da cintura (CC) Circunferência Abdominal (CA) Circunferência do quadril (CQ) Relação cintura‐quadril (RCQ) Índice de conicidade e) Dobras cutâneas: A espessura das dobras cutâneas reflete a espessura da pele e tecido adiposo subcutâneo em locais es‐ pecíficos do corpo. A aferição da dobra é um método relativamente simples, de baixo custo e não invasivo, para estimar a gordura corporal total. Expressam a quantidade de tecido adiposo corporal, por meio de medida da espessura de algumas dobras/pregas cutâneas e utilizando equações matemáticas (preditivas) que sempre devem ser adequadas à população avaliada, por faixa etária, sexo, etnia, atividade física, en‐ tre outras características. MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 9 Principais dobras cutâneas: Dobra cutânea tricipital (DCT) Dobra cutânea peitoral (DCP) Dobra cutânea bicipital (DCB) Dobra cutânea abdominal (DCA) Dobra cutânea subescapular (DCSE) Dobra cutânea abdominal (DCA) Dobra cutânea suprailíaca (DCSI) Dobra cutânea da coxa (DCCx) – medial Dobra cutânea supra‐espinal (DCSEp) Dobra cutânea da coxa (DCCx) – proximal Dobra cutânea axilar média (DCAxM) Dobra cutânea da panturrilha medial (DCPant) 1.1.3.3. Avaliação da composição corporal Pesagem hidrostática DEXA Bioimpedância Tomografia Ultrassom TOBEC Análise de ativação de nêutrons Potássio corporal total Inquéritos alimentares Métodos diretos, utilizados para avaliação do consumo alimentar de indivíduos e populações em um determinado período de tempo previamente estabelecido: DIA – MÊS – ANO. Usado em crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Podem fornecer tanto informações quantitativas como qualitativas sobre a ingestão alimentar, po‐ dendo relacionar a dieta ao estado nutricional de indivíduos e suarelação com o aparecimento de doenças crônico‐degenerativas. Pode ser o início de uma investigação e da identificação de deficiências nutricionais. Cada método apresenta vantagens e desvantagens. Diferença entre eles incluem a participação do entrevistado, necessidade do mesmo ser alfabetizado, dependência da memória, número de aplicações do instrumento, estimativa da ingestão habitual e inter‐ ferência no comportamento alimentar. 1.1.4.1. Métodos quantitativos Baseados na quantidade e tipo de alimentos ingeridos pelo indivíduo em determinado período de tempo: f) Recordatório de 24 horas (R24h) Proposto por Betha Burke (1930); usado para avaliar a ingestão de alimentos e nutrientes de indivíduos e grupos populacionais; não pode ser usado em dia seguintes a finais de semana e feriados. g) Registro ou Diário Alimentar (DA) Proposto por Burke e Stuart (década de 30); avaliar ingestão alimentar em um período de 3 dias; uso de formulários próprios; alternar períodos – semana e fim de semana. 1.1.4.2. Métodos quali‐quantitativos h) História alimentar ou dietética (HA) Proposto por Burke (1947); avaliar o consumo alimentar habitual; informações sobre hábitos passados e presentes: n° refeições, apetite, preferências, uso suplementos, R24h e outras informações adicionais. i) Questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) Proposto por Burke (1947) e adaptado por Willet (final da década de 60); obter informação qualitativa, MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 10 semi‐quantitativa ou quantitativa sobre o padrão alimentar e ingestão de alimentos ou nutrientes espe‐ cíficos; prevê medir a exposição. 1.2. PRESCRIÇÃO DIETÉTICA O CFN, na Resolução no 304 de 25/02/2003, estabelece critérios para prescrição dietética na área de nu‐ trição clínica, onde: “Compete ao nutricionista a prescrição dietética, como parte da assistência hospitalar, ambulatorial, em consultório de nutrição e dietética e em domicílio. A prescrição dietética deve ser elabo‐ rada com base nas diretrizes estabelecidas no diagnóstico nutricional. Compete ao nutricionista elaborar o diagnóstico nutricional com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos. O regis‐ tro da prescrição dietética deve constar no prontuário do cliente‐paciente,(...) devendo conter data, Valor Energético Total (VET), consistência, macro e micronutrientes mais importantes para o caso clínico, fraci‐ onamento, assinatura seguida de carimbo, número e região da inscrição no CRN do nutricionista respon‐ sável pela prescrição. Outros dados poderão ser acrescentados, (...). A prescrição dietética difere da prescrição médica da dieta. Esta última é um conjunto de informações ordenadas e documentadas em prontuário médico, correspondente ao plano de tratamento, direcionado a cada cliente. Neste conjunto, a prescrição da dieta constitui geralmente o primeiro item da prescrição médica, em caráter genérico. Ex: dieta para diabetes, dieta para a idade, dieta para insuficiência renal, dieta hipocalórica, etc. Já a prescrição dietética é mais abrangente e sua realização constitui atividade privativa do nutricionista. É a tradução da prescrição da dieta, de modo a atender às necessidades do cliente, como parte geral do tratamento proposto. O nutricionista deve conhecer os objetivos gerais do tratamento médico, efetuar a avaliação nutricional e consultar os dados clínicos para determinar um diagnóstico nutricional. Com estes dados, deverá definir o nível de assistência em nutrição requerido, de acordo com o risco nutricional, conforme detalhado no quadro abaixo. A prescrição dietética será então realizada, definindo, a partir da dieta prescrita, adaptações individuali‐ zadas e descrevendo as características da dieta. Níveis de assistência em nutrição NÍVEL CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES CONDUTA PRIMÁRIO Pacientes, cuja patologia de base ou problema apresen‐ tado não exija cuidados dietoterápicos específicos e que não apresentam fatores de risco nutricional. Avaliação nutricional inicial Monitorização 1 x / semana SECUNDÁRIO Pacientes cuja patologia de base ou problema apresen‐ tado não exijam cuidados dietoterápicos específicos, porém apresentam fatores de risco nutricional associa‐ dos como por exemplo: anorexia, ingestão alimentar inadequada, hábito alimentar errôneo e outros. Pacientes cuja patologia de base exige cuidados dieto‐ terápicos e que não apresentam fatores de risco nutrici‐ onal associado. Avaliação nutricional inicial Monitorização 2 x / semana TERCIÁRIO Pacientes cuja patologia de base exige cuidados dieto‐ terápicos especializados e que apresentam fatores de risco nutricional. Avaliação nutricional inicial Monitorização diária Adaptado de Maculevicius, Fornasari & Baxter, 1994; Instrução Normativa CRN‐3 no 028/97; Resolução CFN no 201/98. MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 11 2. ANTROPOMETRIA 2.1. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM ADULTOS E IDOSOS Peso 2.1.1.1. Peso ideal é Sendo: IMC médio para homens = 22 kg/m² IMC médio para mulheres = 20,8 kg/m² IMC Médio Idoso: 24,5 Kg/m² Fonte: FAO/OMS (1985) 2.1.1.2. Peso ideal segundo compleição óssea çã ê Compleição óssea segundo sexo Compleição Pequena Média Grande Homem > 10,4 9,6 a 10,4 < 9,6 Mulher > 10,9 9,4 a 10,9 < 9,4 Consultar peso ideal na tabela de referência adaptada do Metropolitan Life Ensurance. 2.1.1.3. Peso ideal segundo diâmetro do cotovelo A compleição corporal também pode ser determinada a partir do diâmetro do cotovelo (diâmetro biepi‐ condiliano do úmero): Compleição corporal a partir do diâmetro do cotovelo Estatura (cm) Estrutura pequena (mm) Estrutura média (mm) Estrutura grande (mm) Homens 155 – 158 < 64 64 – 73 > 73 159 – 168 < 67 67 – 73 > 73 169 – 178 < 70 70 – 76 > 76 179 – 188 < 70 70 – 90 > 79 ≥ 189 < 73 73 – 83 > 83 Mulheres 145 – 148 < 57 57 – 64 > 64 149 – 158 < 57 57 – 64 > 64 159 – 168 < 60 60 – 67 > 67 169 – 178 < 60 60 – 67 > 67 ≥ 179 < 64 64 – 70 > 70 Fonte: Ribeiro; Melo, 2009 Após determinação da compleição, obter valor de peso ideal consultando a tabela da Metropolitan Life Ensurance (1983). MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 12 2.1.1.4. Peso ideal segundo o biótipo Fonte: Augusto A.L.P. et al., 1999 E: altura (cm) NOTA: Brevilíneo, normolíneo e longilíneo correspondem aos somatotipos endomorfo, mesomorfo e ectomorfo, respectivamente (ver somatotipo) 2.1.1.5. Peso ideal segundo os valores de p50 de tabelas de referência Consultar tabelas de referência para valores de IMC distribuídos em percentis. Os valores do p50 corres‐ pondem ao IMC ideal (valores de IMC do p50). 50 IMC do p50: anexo Tabela A3 Em idosos, é preferível utilizar os valores de IMC médio (IMC do p50) da tabela do Anexo A4. 2.1.1.6. Peso ideal segundo a fórmula de Lorentz 100 150 4 100 150 2,5 Observação: E – estatura em cm; Se compleição grande: + 5kg; se compleição pequena: ‐ 5kg; se compleição média: não muda. 2.1.1.7. Porcentagem de adequação do peso çã % 100 Classificação do estado nutricional segundo adequação do peso Adequação do peso (%) Estado nutricional ≤ 70 Desnutrição grave 70,1 a 80 Desnutrição moderada 80,1 a 90 Desnutrição leve 90,1 a 110 Eutrofia 110,1 a 120 Sobrepeso > 120 Obesidade Fonte: Blackburn; Thornton, 1979. 2.1.1.8. Peso estimado para amputados ó çã é çã 100% % çã 100 Biótipo Homens (variação peso) Mulheres (variação peso) Brevilíneo E – 100 até (E – 100) – 5% (E – 100) – 5% até (E – 100) – 10% Normolíneo (E – 100) – 5% até (E – 100) – 10% (E – 100) – 10% até (E – 100) – 15% Longilíneo (E – 100) – 10% até (E – 100) – 15% (E – 100) – 15% até (E – 100) –20% MANUAL DE AVALIAÇÃONUTRICIONAL AVANÇADA 13 Observação: Utilizar somente quando houver comprometimento da altura. ó çã ó çã ó çã Estimativa do peso de acordo com o segmento do corpo amputado (Osterkamp, 1995) Porcentagem a ser descontada de acordo com o segmento corporal amputado Membro amputado Proporção de peso (%) Mão 0,8 Antebraço 2,3 Braço até o ombro 6,5 Pé 1,8 Mão e antebraço 3,0 Perna abaixo do joelho 6,0 Perna acima do joelho 13,0 Perna inteira – até raiz da coxa 18,6 Fonte: Riella; Martins, 2000; Christie et al., 2011. 2.1.1.9. Porcentagem de perda recente de peso % 100 Significado da perda de peso em relação ao tempo Tempo Perda significativa (%) Perda grave (%) 1 semana 1 a 2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 Fonte: Blackburn et al., 1977. 2.1.1.10. Adequação do peso atual em relação ao peso usual (%PU): çã % 100 Classificação do estado nutricional de acordo com o percentual de adequação do peso atual em rela‐ ção ao peso usual: Percentual (%) Classificação 95 – 110 Eutrófico 85 – 95 Desnutrição leve 75 – 84 Desnutrição moderada < 74 Desnutrição grave Fonte: Blackburn; Bistrian 1977 Nota: Essa classificação pela adequação do peso usual é possível quando o peso usual do indivíduo cor‐ responder a um peso de eutrofia. MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 14 2.1.1.11. Avaliação da desnutrição segundo Waitzberg e Faintuch (1997) Classificação/Indicador Depleção leve Depleção moderada Depleção grave % Peso Ideal 80 – 90 70 – 79 < 69 % Peso Usual 85 – 95 75 – 84 < 74 % Perda de peso < 1 kg/1 semana < 5 kg/1 mês < 7 kg/3 meses < 10 kg/6 meses 1 kg/1 semana 5 kg/1 mês 7 kg/3 meses 10 kg/6 meses > 1 kg/1 semana > 5 kg/1 mês > 7 kg/3 meses > 10 kg/6 meses 2.1.1.12. Peso ajustado : 30 / 0,25 çã : 18 / 0,25 NOTA: Quando IMC > 27 Kg/m2, já se ajusta o peso do indivíduo. 2.1.1.13. Peso corrigido para pacientes edemaciados Estimativa de peso corporal atual ajustado para edema Grau de edema Local atingido Quantidade a ser subtraído (kg) + Tornozelo 1,0 ++ Joelho 3,0 – 4,0 +++ Raiz da coxa 5,0 – 6,0 ++++ Anasarca 10,0 – 12,0 Fonte: Duarte; Castellani, 2002; Newton; Halsted, 2003. Estimativa de peso corporal ajustado para ascite e edema Grau de ascite Peso ascítico a ser subtraído (kg) Peso de edema periférico a ser subtraído (kg) Leve 2,2 1,0 Moderada 6,0 5,0 Grave 14,0 10,0 Fonte: James, 1989. 2.1.1.14. Peso estimado segundo Chumlea et. al,1988 a) Homens até 65 anos 0,98 1,16 x AJ 1,73 x CB 0,37 x DCSE 81,69 b) Mulheres até 65 anos 1,27 x CPA 0,87 x AJ 0,98 x CB 0,4 x DCSE 62,35 CPA: circunferência da panturrilha (cm) | AJ: altura do joelho (cm) | CB: circunferência do braço (cm) | DSE: dobra cutânea subescapular (mm) c) Homens acima de 65 anos CB x 2,31 CPA x 1,50 50,10 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 15 CB x 1,92 CPA x 1,44 DCT x 0,26 39,97 CB x 1,73 CPA x 0,98 DCT x 0,37 AJ x 1,16 81,69 CPA: circunferência da panturrilha (cm) | AJ: altura do joelho (cm) | CB: circunferência do braço (cm) | DCT: dobra cutânea triciptal (mm) Fonte: CHUMLEA et al., 1988 d) Mulheres acima de 65 anos CB x 1,63 CPA x 1,43 37,46 CB x 0,92 CPA x 1,50 26,19 CB x 0,98 CPA x 1,27 DCT x 0,40 AJ x 0,87 62,35 CPA: circunferência da panturrilha (cm) | AJ: altura do joelho (cm) | CB: circunferência do braço (cm) | DCT: dobra cutânea triciptal (mm) Fonte: CHUMLEA et al., 1988 2.1.1.15. Peso estimado segundo Rabito et al (2006) 0,5759 0,5263 1,2452 4,8689 32,9241 0,5030 0,5634 1,318 0,0339 34,156 Sexo: masculino = 1; sexo feminino = 2 | CB: circunferência do braço (cm) | CA: circunferência abdominal (cm) | CP: circunferência da panturrilha (cm) | DCSE: dobra cutânea subescapular (mm) 2.1.1.16. Peso estimado segundo Bernal‐Orozco et al (2010) 1,599 1,135 0,735 0,621 83,123 AJ: Altura do joelho (cm) | CB: Circunferência do braço (cm) | CP: Circunferência da panturrilha (cm) | DCT: Dobra cutânea tricipital (mm) Estatura 2.1.2.1. Estatura estimada (envergadura) 2 Fonte: KWOK; WRITELOW, 1991. 2.1.2.2. Estatura estimada (altura do joelho) a) Homens 18 a 60 anos 71,85 1,88 x AJ 73,42 1,79 x AJ Fonte: CHUMLEA et al., 1985. b) Mulheres 18 a 60 anos 70,25 1,87 x AJ 0,06 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 16 68,10 1,87 x AJ 0,06 c) Homens acima de 60 anos 64,19 2,04 x AJ 0,04 d) Mulheres acima de 60 anos 84,88 1,83 x AJ 0,24 AJ: altura do joelho (cm) Fonte: CHUMLEA; ROCHE; STEINBAUGH, 1985. 2.1.2.3. Estatura estimada segundo Rabito et al. (2006) 63,525 3,237 0,06904 x idade 1,293 58,6940 2,9740 0,0736 x idade 0,4958 1,1320 Sexo masculino = 1; sexo feminino = 2 | CB: Comprimento do braço (cm) | ME: meia envergadura (cm) 2.1.2.4. Estatura estimada com base no comprimento da ulna A estimativa de altura com base no comprimento da ulna (distância entre o olecrano e o processo esti‐ lóide do rádio, medida com o antebraço flexionado a 90° sobre o tórax), foi desenvolvida por Elia (2003). Após a mensuração, consulta‐se uma tabela, que fornecerá valores estimados de altura com base na faixa etária e comprimento da ulna. Altura estimada para adultos e idosos com base no comprimento da ulna, na idade e no gênero Comprimento da ulna (cm) 32,0 31,5 31,0 30,5 30,0 29,5 29,0 28,5 28,0 27,5 27,0 26,5 26,0 25,5 Estatura (m) Homens (<65 anos) 1,94 1,93 1,91 1,89 1,87 1,85 1,84 1,82 1,80 1,78 1,76 1,75 1,73 1,71 Homens (>65 anos) 1,87 1,86 1,84 1,82 1,81 1,79 1,78 1,76 1,75 1,73 1,71 1,70 1,68 1,67 Estatura (m) Mulheres (<65 anos) 1,84 1,83 1,81 1,80 1,79 1,77 1,76 1,75 1,73 1,72 1,70 1,69 1,68 1,66 Mulheres (>65 anos) 1,84 1,83 1,81 1,79 1,78 1,76 1,75 1,73 1,71 1,70 1,68 1,66 1,65 1,63 Comprimento da ulna (cm) 25,0 24,5 24,0 23,5 23,0 22,5 22,0 21,5 21,0 20,5 20,0 19,5 19,0 18,5 Estatura (m) Homens (<65 anos) 1,69 1,67 1,66 1,64 1,62 1,60 1,58 1,57 1,55 1,53 1,51 1,49 1,48 1,46 Homens (>65 anos) 1,65 1,63 1,62 1,60 1,59 1,57 1,56 1,54 1,52 1,51 1,49 1,48 1,46 1,45 Estatura (m) Mulheres (<65 anos) 1,65 1,63 1,62 1,61 1,59 1,58 1,56 1,55 1,54 1,52 1,51 1,50 1,48 1,47 Mulheres (>65 anos) 1,61 1,60 1,58 1,56 1,55 1,53 1,52 1,50 1,48 1,47 1,45 1,44 1,42 1,40 Fonte: Elia, 2003 2.2. ÍNDICES CORPORAIS Índice de Massa Corporal (IMC) O Índice de Massa Corporal (IMC), ou índice de Quetelet, foi desenvolvido por Lambert Quételet no fim MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 17 do século XIX e é uma medida internacional do grau de obesidade uma pessoa. Trata‐se de um método fácil e rápido para a avaliação do nível de gordura de cada pessoa, ou seja, é um preditor internacional de obesidade adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Através do cálculo de IMC é possível saber se alguém está acima ou abaixo dos parâmetros ideais de peso para sua estatura. É o sistema mais antigo de medida populacional. O IMC mostra o volume da pessoa, o quanto de massa tem distribuída, mas não leva em conta o sexo (mulheres tem maior quantidade de gordura corporal) e nem a massa muscular (músculos pesam mais do que gordura). O IMC deve ser interpretado com cautela em indivíduos com pernas curtas em relação à altura, em indi‐ víduos atletas e em indivíduos musculosos e em indivíduos com edema e/ou ascite. Classificação do estado nutricional segundo o IMC para adultos IMC (kg/m2) Classificação < 16 Magreza muito grave 16,00 – 16,99 Magreza grave 17,00 – 18,49 Baixo peso 18,50 – 24,99 Saudável 25,00 – 29,99 Sobrepeso 30,00 – 34,99 Obesidade Grau I 35,00 – 39,99 ObesidadeGrau II (severa) ≥ 40 Obesidade Grau III (mórbida) Fonte: World Health Organization 1995; Brasil 2004 Classificação do estado nutricional segundo o IMC para idosos IMC (kg/m2) Classificação < 21,9 Baixo Peso 22,0 a 23,9 Risco de déficit 24 a 26,9 Peso normal > 27,0 Sobrepeso Fonte: Lipschits, D.A., 1994 IMC e implicações metabólicas IMC (kg/m2) Classificação Implicações e riscos < 16 Magreza muito grave Anorexia, bulimia, osteoporose e autoconsumo de massa muscular. 16,00 – 16,99 Magreza grave Transtornos digestivos, debilidade, fadiga crônica, estresse, ansiedade e disfunção hormonal. 17,00 – 18,49 Baixo peso Estado normal, bom nível de energia, vitalidade e boa condi‐ ção física. 18,50 – 24,99 Saudável 25,00 – 29,99 Sobrepeso Fadiga, problemas digestivos, problemas circulatórios, má circulação nas pernas e varizes. 30,00 – 34,99 Obesidade Grau I Diabetes, angina de peito, enfarte, trombos, aterosclerose, embolia, alterações menstruais. 35,00 – 39,99 Obesidade Grau II Falta de ar, apneia, sonolência, trombose pulmonar, úlceras varicosas, câncer de útero e mamário, refluxo esofágico. ≥ 40 Obesidade Grau III MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 18 2.2.1.1. Percentual de gordura através do IMC a) Homens % 1,33 0,236 20,2 b) Mulheres % 1,21 0,262 6,7 Fonte: LEAN, et al., 1996. 2.2.1.2. Limitações do IMC O IMC é um cálculo realizado para conferir se o peso do indivíduo está adequado para sua altura. No entanto, somente esse parâmetro não basta, porque o IMC não especifica se a massa corporal é gorda ou magra. Dessa forma, um sedentário obeso terá o mesmo IMC de um fisiculturista e a situação da compo‐ sição corporal dos dois não é a mesma, nem tão pouco a sua aptidão física. Recíproco Índice Ponderal (RIP) É uma fórmula criada para identificar a situação corporal do indivíduo (baixo peso, peso normal e sobre‐ peso). Classificação do estado nutricional segundo o RIP Baixo Peso Peso Normal Sobrepeso > 44 cm/kg1/3 41 a 44 cm/kg1/3 < 41 cm/Kg1/3 Índice de Adiposidade Corporal (IAC) O Índice de Adiposidade Corporal é uma fórmula recente de calcular a situação corporal do indivíduo. Proposto por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia que contestam a utilização do IMC, pois este não identifica a quantidade de gordura corporal e acaba dando a mesma classificação para uma pessoa obesa e uma pessoa musculosa. O novo teste visa identificar a porcentagem de gordura corporal e acabar com os equívocos identificados no IMC utilizando a seguinte fórmula: % ê √ 18 Classificação da adiposidade corporal segundo o IAC Sexo Excesso de Gordura Moderada Ideal Baixa Muito Baixa Homens > 25 % 24% ‐ 19% 18% ‐ 15% 14% ‐ 11% 10% ‐ 6% Mulheres > 30% 29% ‐ 26% 25% ‐ 20% 19% ‐ 16% 15% ‐ 10% MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 19 3. COMPOSIÇÃO CORPORAL Considerando‐se que o peso, a estatura e o IMC isolados não distinguem o peso associado ao músculo ou à gordura corporal, torna‐se necessário avaliar a composição corporal dos indivíduos para que haja uma avaliação mais precisa do estado nutricional. Para este fim, são utilizadas as medidas das dobras cutâneas (adipometria) e das circunferências corporais (perimetria). 3.1. DOBRAS CUTÂNEAS Dobra cutânea tricipital (DCT) çã 100 50∗ * Segundo valores de referência do NHANES (Anexo). Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT Adequação da DCT (%) Estado nutricional < 70 Desnutrição grave 70 a 80 Desnutrição moderada 80 a 90 Desnutrição leve 90 a 110 Eutrofia 110 a 120 Sobrepeso > 120 Obesidade Dobra cutânea subescapular (DCSE) A classificação pela DCSE para adultos é feita pela análise das faixas de percentis da tabela de Frisancho (1990), seguindo os critérios de classificação abaixo: Percentil Classificação < p5 Desnutrição P5 – p15 Risco para desnutrição P15 – p85 Eutrofia > p85 Obesidade OBS: p75‐p85: requer vigilância, apesar da classificação de eutrofia FONTE: Frisancho, 1990 Somatório das dobras DCT e DCSE Para adultos, a classificação do somatório das dobras DCT e DCSE se baseia pela análise dos valores de percentis de Frisancho (1990). A classificação se dá conforme a análise da tabela abaixo: Classificação quanto ao somatório das dobras tricipital e subescapular Percentil Estado de gordura Categoria I 0 – 5 Magro Categoria II 5,1 – 15,0 Abaixo da média Categoria III 15,1 – 75,0 Média Categoria IV 75,1 – 85,0 Acima da média Categoria V 85,1 – 100 Gordura excessiva FONTE: Frisancho, 1990 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 20 Somatório de dobras – determinação do % de gordura corporal 3.1.4.1. Fórmulas para predição da densidade corporal (DC) envolvendo dobras cutâneas a) Equações de Guedes (1994) – brasileiros Homens 17‐27 anos: 1,1714 0,671 log Mulheres 18‐30 anos: 1,1665 0,0706 log DCT: dobra cutânea tricipital (mm) | DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca (mm) |DCA: dobra cutânea abdominal (mm) | DCCx: dobra cutânea coxa proximal (mm) | DCSE: dobra cutânea subescapular (mm) b) Equações de Petroski, 1995 – brasileiros Homens 18‐61 anos 1,10726863 0,00081201 X1 0,00000212 X1 0,00041731 X2 D: densidade corporal | X1: soma das dobras cutâneas (mm) subescapular, tricipital, supra‐ilíaca e panturrilha | X2: idade (anos) Mulheres 18‐51 anos 1,19547130 0,07513501 x log X1 0,00041072 X2 D: densidade corporal | X1: soma das dobras cutâneas (mm) axilar média, supra‐ilíaca, coxa e panturrilha | X2: idade (anos) c) Equações de Jackson & Pollock (masculino) – 18 a 61 anos Para 7 dobras: 1,11200000 0,00043499 X1 0,00000055 X1 0,00028826 X2 X1: soma das dobras cutâneas (mm) torácica, axilar, tricipital, subescapular, abdominal, supra‐ilíaca e coxa | X2: idade (anos) Para 3 dobras: 1,1093800 0,0008267 X1 0,0000016 X1 0,0002574 X2 X1: soma das dobras cutâneas (mm) coxa, tórax e abdome | X2: idade (anos) d) Equações de Jackson & Pollock (feminino) – 18 a 55 anos Para 7 dobras: 1,0970 0,00046971 X1 0,00000056 X1 0,00012828 X2 X1: soma das dobras cutâneas (mm) torácica, axilar, tricipital, subescapular, abdominal, supra ‐ilíaca e coxa | X2: idade (anos) Para 3 dobras: 1,0994921 0,0009929 X1 0,0000023 X1 0,0001395 X2 X1: soma das dobras cutâneas (mm) tricipital, supra‐ilíaca e coxa | X2: idade (anos) MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 21 3.1.4.2. Fórmulas para predição da densidade corporal (DC) envolvendo circunferências a) Equações de Jackson & Pollock – 7 dobras Masculino 1,101 0,0004115 1 0,00000069 1 0,00022631 2 0,0059239 3 0,0190632 4 X1: soma das dobras cutâneas (mm) torácica, axilar, tricipital, subescapular, abdominal, supra‐ilíaca e coxa | X2: idade (anos) | X3: circunferência da cintura (cm) | X4: circunferência do antebraço (cm) Feminino 1,1470 0,00042930 X1 0,00000065 X1 0,00009975 X2 0,00062415 X3 X1: soma das dobras cutâneas (mm) torácica, axilar, tricipital, subescapular, abdominal, supra ‐ilíaca e coxa | X2: idade (anos) | X3: circunferência do quadril (cm) b) Equações de Jackson & Pollock – 3 dobras Masculino 1,0990750 0,0008209 X1 0,0000026 X1 0,0002017 X2 0,005675 X3 0,018586 X4 X1: soma das dobras cutâneas (mm) coxa, tórax e abdome | X2: idade (anos) | X3: circunferência da cintura (cm) | X4: circunferência do antebraço (cm) Feminino 1,1466399 0,0009300 X1 0,0000028 X1 0,0006171 X3 X1: soma das dobras cutâneas (mm) coxa, tórax e abdome | X2: idade (anos) | X3: circunferência da cintura (cm) 3.1.4.3. Densidade corporal envolvendo somatório de 4 dobras segundo Durnin & Wormersley, 1974 ó Σ 4DC DCT: dobra cutânea tricipital (mm) | DCB: dobra cutânea bicipital (mm) | DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca (mm) | DCSE: dobra cutânea subescapular(mm) Homens de 17 a 72 anos, não‐esportistas: / 1,1765 0,0744 log Σ 4DC Mulheres de 16 a 68 anos: / 1,1567 0,0717 log Σ 4DC Alternativamente, consultar percentual de gordura corporal na tabela de referência. Fonte: DURNIN; WORMERSLEY, 1974. 3.1.4.4. Densidade corporal segundo Tran & Weltman, 1989 para mulheres diabéticas 1,168297 0,002824 X1 0,0000122098 X1 0,000733128 0,000510477 0,000216161 X1: média aritmética entre CA1 (circunferência medida no ponto médio entre o processo xifoide do esterno e a ci‐ catriz umbilical) e CA2 (circunferência medida na altura da cicatriz umbilical) | E: estatura (cm) | idade em anos MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 22 3.1.4.5. Densidade corporal segundo Visser et. al, 1994 para idosos entre 60 – 87 anos a) Mulheres 1,0688 0,0356 log Σ 4DC b) Homens 1,0900 0,0356 log Σ 4DC ∑4DC: DCT: dobra cutânea tricipital (mm) | DCB: dobra cutânea bicipital (mm) | DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca (mm) | DCSE: dobra cutânea subescapular (mm) Percentual de gordura Para conversão da densidade corporal em percentual de gordura, utiliza‐se a equação de Siri (1961): % 4,95 4,5 100 3.1.5.1. Outras equações de predição de % de gordura corporal a) Equação de Deurenberg et al., 1990 % 1,2 10,8 0,23 5,4 GC: gordura corporal | Sexo: feminino = 0; masculino = 1 Fonte: DEURENBERG et al., 1990. b) Equação de Lean et al., 1996 Sexo masculino: % 0,353 0,756 0,235 26,4 % 0,5671,2 0,101 31,8 DCT: dobra cutânea tricipital | CC: circunferência da cintura (cm) Sexo feminino: % 0,232 0,657 0,215 5,5 % 0,439 0,221 9,4 DCT: dobra cutânea tricipital | CC: circunferência da cintura (cm) c) Equação de Gallagher et al., 2000. % 64,5 848 1/IMC 0,079 idd 16,4 1 0,05 1 idd 39 1 1/IMC GC: gordura corporal | Idd: idade (anos) d) Equação de Falknner (1968) % 0,153 5,783 DCT: dobra cutânea tricipital | DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca | DCSE: dobra cutânea subescapular | DCA: dobra cutânea abdominal MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 23 e) Equação para predição de gordura corporal em mulheres idosas com osteopenia e osteoporose (Aniteli et al., 2006) % 17,366 0,448 DCSI: dobra cutânea supra‐ilíaca | DCB: dobra cutânea braquial | DCT: dobra cutânea tricipital f) Equação de Movsesyan et al (2003) % 13,761 0,126 1,653 I: idade em anos; IMC: Índice de massa corporal (Kg/m2) g) Equações de Weltman et al (1987;1988) Homens obesos: % 0,31457 x CAm 0,10969 x P 10,8336 Mulheres obesas: % 0,11077 x CAm 0,17666 x Estatura 0,14354 x P 51,03301 CAm: média aritmética entre CA1 (circunferência medida no ponto médio entre o processo xifóide do esterno e a cicatriz umbilical) e CA2 (circunferência medida na altura da cicatriz umbilical) | P = Peso (Kg) h) Equações de Peterson et al. (2003) Homens: % 20,94878 I x 0,1166 0,11666 x Estatura Σ 4DC x 0,42696 Σ 4DC 0,00159 ∑4 = somatório das dobras DCT (dobra cutânea do tríceps), DCSE (dobra cutânea subescapular), DCSI (dobra cutâ‐ nea suprailíaca) e DCCx medial (dobra cutânea da coxa medial) | I: idade em anos Mulheres: % 22,18945 I x 0,06368 IMC x 0,60404 Estatura x 0,14520 Σ 4DC x 0,30919 Σ 4DC x 0,00099652 ∑4 = somatório das dobras DCT, DCSE, DCSI E DCCx medial | I: idade em anos i) Equação de Evans et al (2005) – atletas, 18‐34 anos % 8,997 0,24658 x Σ 3DC 6,343 x sexo 1,998 x etnia Sexo: 0 = mulher; 1 = homem | Etnia: 0 = caucasiano; 1 = negro | ∑ 3DC: somatório das dobras abdominal (horizontal), tríceps e coxa medial 3.1.5.2. Classificação do estado nutricional segundo % de dobras cutâneas a) Classificação de Lohman (1992) Classificação do risco de morbidades segundo o percentual de gordura corporal Classificação Gordura corporal (%) Homem Mulher Riscos de doenças associadas ≤ 5 ≤ 8 Abaixo da média 6 ‐14 9 – 22 Média 15 23 Acima da média 16 ‐ 24 24 – 31 Riscos de doenças associadas ≥ 25 ≥ 32 Fonte: LOHMAN, 1992. MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 24 b) Classificação de Pollock, Wilmore (1993) Classificação do percentual de gordura, sexo masculino Classificação MASCULINO Idade 18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65 Muito baixo < 4 < 8 < 10 < 12 < 13 Excelente 4 a 6 8 a 11 10 a 14 12 a 16 13 a 18 Muito bom 7 a 10 12 a 15 15 a 18 17 a 20 19 a 21 Bom 11 a 13 16 a 18 19 a 21 21 a 23 22 a 23 Adequado 14 a 16 19 a 20 22 a 23 24 a 25 24 a 25 Moderadamente alto 17 a 20 21 a 24 24 a 25 26 a 27 26 a 27 Alto 21 a 24 25 a 27 26 a 29 28 a 30 28 a 30 Muito alto > 24 > 27 > 29 > 30 > 30 Classificação FEMININO Idade 18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65 Muito baixo < 13 < 14 < 16 < 17 < 18 Excelente 13 a 16 14 a 16 16 a 19 17 a 21 18 a 22 Muito bom 17 a 19 17 a 20 20 a 23 22 a 25 23 a 26 Bom 20 a 22 21 a 23 24 a 26 26 a 28 27 a 29 Adequado 23 a 25 24 a 25 27 a 29 29 a 31 30 a 32 Moderadamente alto 26 a 28 26 a 29 30 a 32 32 a 34 33 a 35 Alto 29 a 31 30 a 33 33 a 36 35 a 38 36 a 38 Muito alto > 31 > 33 > 36 > 39 > 38 Fonte: POLLOCK; WILMORE, 1993. c) Classificação de Nieman (1995) Classificação Homens (%) Mulheres (%) Magro < 8 < 13 Ótimo 8 – 15 13 – 23 Leve adiposidade 16 – 20 24 – 27 Adiposidade 21 – 24 28 – 32 Obesidade ≥ 25 ≥ 30 Fonte: Ribeiro; Melo, 2009 d) Classificação de Robergs & Roberts (1996) Classificação do percentual de gordura, sexo masculino Classificação Valores (%) de acordo com a idade (anos) 20 ‐ 29 30 – 39 40 – 49 50 – 59 > 60 Excelente (atlético) < 11 < 12 < 14 < 15 < 16 Bom 11 – 13 12 – 14 14 – 16 15 – 17 16 – 18 Dentro da média 14 – 20 15 – 21 17 – 23 18 – 24 19 – 25 Regular 21 – 23 22 – 24 24 – 26 25 – 27 26 – 28 Alto percentual de gordura > 23 > 24 > 26 > 27 > 28 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 25 Classificação do percentual de gordura, sexo feminino Classificação Valores (%) de acordo com a idade (anos) 20 ‐ 29 30 – 39 40 – 49 50 – 59 > 60 Excelente (atlético) < 16 < 17 < 18 < 19 < 20 Bom 16 – 19 17 – 20 18 – 21 19 – 22 20 – 23 Dentro da média 20 – 28 21 – 29 22 – 30 23 – 31 24 – 32 Regular 29 – 31 30 – 32 31 – 33 32 – 34 33 – 35 Alto percentual de gordura > 31 > 32 > 33 > 34 > 35 Fonte: Ribeiro; Melo, 2009 3.2. CIRCUNFERÊNCIAS Circunferência do braço (CB) çã 100 50∗ *Segundo valores de referência do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) (Anexo – Tabela A5). Classificação do estado nutricional segundo adequação da CB Adequação da CB (%) Estado nutricional < 70 Desnutrição grave 70 a 80 Desnutrição moderada 80 a 90 Desnutrição leve 90 a 110 Eutrofia 110 a 120 Sobrepeso > 120 Obesidade Circunferência muscular do braço (CMB) 0,314 CB: circunferência do braço (cm) | DCT: dobra cutânea tricipital (mm) çã % 100 50∗ * Segundo valores de referência do NHANES (Anexo 4). Nota: Não é conveniente utilizar essa classificação do %CB para indivíduos atletas musculosos. Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB Adequação da CMB (%) Estado nutricional < 70 Desnutrição grave 70 a 80 Desnutrição moderada 80 a 90 Desnutrição leve 90 Eutrofia Fonte: Blackburn, Thorton, 1979 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 26 Área total do braço (ATB) 4 3,14 Área muscular do braço (AMB) e Área muscular do braço corrigida (AMBc) 4 3,14 De acordo com Heymsfield (1982), para que a área do braço seja ajustada desconsiderando a área do osso (desta forma considerando apenas a massa muscular), devem ser feitas as seguintes subtrações, para obtenção da área muscular corrigida (AMBc) 0,314 4 3,14 10 0,314 4 3,14 6,5 Classificaçãoquanto o estado muscular segundo valores de AMBc Percentil Estado de gordura Categoria I 0 – 5 Baixa musculatura Categoria II 5,1 – 15,0 Abaixo da média Categoria III 15,1 – 85,0 Média Categoria IV 85,1 – 95,0 Acima da média Categoria V 95,1 – 100 Alta musculatura: bom estado nutricional Fonte: FRISANCHO, 1990 Área gordurosa do braço (AGB) e Índice de gordura do braço (IGB) 100 ATB: Área total do braço | AMB: Área muscular do braço Nota: observe que, para a obtenção da AGB e IGB, não se corrige o valor da AMB. Assim, no final, os va‐ lores de AGB e IGB já são obtidos com a área do osso já desconsiderada. Classificação quanto o estado de gordura corporal segundo AGB e IGB Percentil Estado de gordura Categoria I 0 – 5 Magro Categoria II 5,1 – 15,0 Abaixo da média Categoria III 15,1 – 75,0 Média Categoria IV 75,1 – 85,0 Acima da média Categoria V 85,1 – 100 Gordura excessiva FONTE: Frisancho, 1990 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 27 Nota: Observe que, tanto para avaliação do estado muscular pela AMBc, como do estado de gordura corporal pela AGB, IGB, DCT, DCSE e DCT+DCSE, a faixa p5‐p15 dos valores de referência de Frisancho (1990) representam faixas de risco. Essa faixa de risco observada em pacientes hospitalizados é de ex‐ trema importância, no sentido de se estabelecer condutas dietoterápicas precoces com o objetivo de se evitar evolução para desnutrição e melhorar prognóstico. Circunferência da cintura (CC) A maior deposição de gordura visceral da região abdominal, predita por elevados valores de CC, indica maior fator de risco cardiovascular, pois a gordura visceral excedente é conhecidamente um tecido secre‐ tor de fatores pró‐inflamatórios e metabólicos que participam da fisiopatologia do processo ateroscleró‐ tico. Classificação do risco de morbidades para adultos segundo CC Sexo Risco aumentado Risco muito aumentado Homens 94 a 102 cm > 102 cm Mulheres 80 a 88 cm > 88 cm Fonte: WHO, 1998. Avaliação combinada entre IMC e CC para predição de risco cardiovascular para adultos, proposta pela OMS. Combinação das medidas de circunferência da cintura e IMC para avaliar obesidade e risco para diabe‐ tes e doença cardiovascular Classificação IMC (kg/m2) Circunferência da cintura (cm) H: 94–102 H: > 102 M: 80–88 M: > 88 Baixo Peso < 18,5 – – Peso Saudável 18,5 – 24,9 – – Sobrepeso 25 – 29,9 Aumentado Alto Obesidade grau I 30,00 – 34,99 Alto Muito alto Obesidade Grau II 35,00 – 39,99 Muito alto Muito alto Obesidade Grau III ≥ 40 Extremamente alto Extremamente alto Circunferência da coxa (CCx) Representa a soma dos compartimentos gorduroso e não gorduroso da coxa. A medida pode ser tomada no ponto médio entre a linha inguinal e o bordo superior da patela (circunferência da coxa medial) e logo abaixo da linha glútea (circunferência da coxa proximal). A medida da posição medial é utilizada para o cálculo do índice sagital, da relação cintura/coxa e da área muscular da coxa. Circunferência muscular da coxa (CMCx) Para o cálculo da área muscular da coxa, utiliza‐se a seguinte fórmula (em analogia para o cálculo da CMB): CCx 3,14 DCCx 10 DCCx: dobra cutânea da coxa medial Área de seção transversa do músculo da coxa (ASTCx) 4 3,14 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 28 Área muscular da coxa corrigida (AMCx) Para obter a área muscular da coxa corrigida com relação ao osso, aplica‐se a fórmula da área de seção transversa do músculo da coxa – Equação de Knapik et al. (1996) 0,640 3,14 0,3 CCx: circunferência da coxa medial | DCCx: dobra cutânea da coxa medial | DOF: diâmetro ósseo do fêmur. Assim, o valor de ASTCx corresponde ao valor de AMCx corrigido em relação ao osso. Através da análise dos valores de AMCx e ASTCx, pode‐se acompanhar a evolução clínica do estado nutri‐ cional proteico e a funcionalidade de indivíduos (pacientes hospitalizados, idosos) ou o ganho de massa muscular em praticantes de atividade física. Área gordurosa da coxa (AGCx) e índice de gordura da coxa (IGCx) 100 Observe que os valores de AMCx utilizados correspondem a valores não corrigidos com relação ao osso. A análise da área gordura da coxa, bem como do índice de gordura da coxa, dá uma ideia da situação do paciente quanto à gordura subcutânea da coxa, podendo indicar grande ou pequena deposição de gor‐ dura nessa região o que, juntamente com a análise da circunferência da cintura, dá uma ideia do perfil de distribuição de gordura do indivíduo. Pode ser também verificada em pacientes hospitalizados, indicando se o paciente está perdendo gordura frente a uma situação de estresse ou se está recuperando tecido gorduroso após o estabelecimento da conduta nutricional. Circunferência do pescoço O aumento dos valores de circunferência do pescoço é correlacionado com fatores de risco cardiovascu‐ lar, tais como aumento da pressão arterial, resistência à insulina e alterações dislipidêmicas (Bem‐Noun; Laor, 2006; Preis et al., 2010) Pontos de corte para circunferência do pescoço relacionados à investigação de sobrepeso e obesidade em adultos (Bem‐Noun et al., 2001) Circunferência do pescoço Classificação Homens < 37 cm Normal ≥ 37 cm Aumentada (correlação com IMC de sobrepeso) ≥ 39,5 cm Muito aumentada (correlação com IMC de obesidade) Mulheres < 34 cm Normal ≥ 34 cm Aumentada (correlação com IMC de sobrepeso) ≥ 36,5 Muito aumentada (correlação com IMC de obesidade) Assim, verifica‐se que valores de circunferência do pescoço ≥ 37 cm para homens e ≥ 34 cm para mulheres já são relacionados com aumento de fatores de risco cardiovascular. MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 29 Relação Cintura/Coxa Estudos mostraram que a CC, representando o tronco, e a circunferência da coxa medial, representando a parte inferior do corpo, foram bons indicadores para diabetes tipo 2 e para risco cardiovascular. Circunferência da panturrilha (CP) Classificação do estado nutricional proteico segundo valor de CP (idosos) – Rolland et al. (2003): CP ≥ 31 cm: Adequado CP < 31 cm: Marcador de desnutrição proteica, de perda de força muscular e de incapacidade funcional Circunferência muscular da panturrilha (CMP) 3,14 /10 DCPant: dobra cutânea da panturrilha Área total da panturrilha (ATP) 4 3,14 Área muscular da panturrilha (AMPant) 4 3,14 A análise da área muscular da panturrilha dá uma ideia do estado nutricional proteico do indivíduo, per‐ mitindo o acompanhamento do paciente durante a hospitalização, bem como o acompanhamento ambu‐ latorial ou domiciliar de idosos, inferindo assim a presença de boa mobilidade ou de incapacidade funci‐ onal. Área gordurosa da panturrilha (AGP) e Índice de gordura da panturrilha (IGP) 100 3.3. AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA CORPORAL Relação cintura‐quadril (RCQ) É um dos procedimentos mais simples para se avaliar a composição corporal. Esse índice irá determinar a proporção entre a gordura depositada na região abdominal e na região do quadril. Identifica, assim, um perfil de deposição andróide, ginecóide ou equilibrado. ê ê Classificação do risco de morbidades para adultos segundo RCQ Homens Mulheres Alto risco > 0,95 > 0,85 Risco moderado 0,90 a 0,95 0,80 a 0,85 Baixo risco < 0,90 < 0,80 Fonte: WHO, 1998. MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 30 Risco para doenças cardiovasculares de acordo com valores de RCQ, segundo Bray; Gray (1988) Sexo Idade Baixo Moderado Alto Muito alto Homens 20 – 29 < 0,83 0,83 – 0,88 0,89 – 0,94 > 0,94 30 – 39 < 0,84 0,84 – 0,91 0,92 – 0,96 > 0,96 40 – 49 < 0,88 0,88 – 0,95 0,96 – 1,00 > 1,00 50 – 59 < 0,90 0,90 – 0,96 0,97 – 1,02 > 1,02 60 – 69 < 0,91 0,91 – 0,98 0,99 – 1,03 > 1,03 Mulheres20 – 29 < 0,71 0,71 – 0,77 0,78 – 0,82 > 0,82 30 – 39 < 0,72 0,72 – 0,78 0,79 – 0,84 > 0,84 40 – 49 < 0,73 0,73 – 0,79 0,80 – 0,87 > 0,87 50 – 59 < 0,74 0,74 – 0,81 0,82 – 0,88 > 0,88 60 – 69 < 0,76 0,76 – 0,83 0,84 – 0,90 > 0,90 Fonte: Bray e Bray citado por Heyward e Stolarczyk (2000). 3.3.1.1. Distribuição da gordura corporal a) Tipo ANDRÓIDE (tipo maçã) “andros” = ser humano, homem, “oide” = aparência, similaridade, aspecto, forma. É a classificação de obesidade caracterizada pelo acúmulo de gordura na região abdominal, localizada tanto entre os órgãos quanto na região subcutânea. A obesidade androide é caracterizada pelo acúmulo de gordura na porção superior do corpo. A maior parte da gordura se localiza nas costas e braços, dei‐ xando a parte inferior do corpo magros. Frequentemente está associada a hipertensão e problemas di‐ gestivos e representa maior morbidade e mortalidade do que aquela gordura distribuída abaixo da cin‐ tura. Na obesidade androide, a gordura não se localiza somente entre a pele e os músculos. Ela também se localiza dentro da cavidade abdominal. É mais comum em homens. b) Tipo GINECÓIDE (tipo pera) “gynē” = mulher, “oide” = aparência, similaridade, aspecto, forma. Ocorre com maior frequência nas mulheres. Tipo de obesidade caracterizada pelo acúmulo de gordura na região glúteo‐femoral (quadril, nádegas e pernas). Conhecida como obesidade de membros inferiores. Fonte: https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/19265.htm MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 31 Índice de conicidade – Índice C O índice C caracteriza‐se como uma opção antropométrica direcionada a oferecer informações sobre per‐ fil de distribuição da gordura corporal. Baseia‐se no pressuposto de que o perfil morfológico do corpo humano, ao apresentar maior concentração de gordura na região central, apresenta um formato parecido com um duplo cone, com uma base comum, ao passo que, ao apresentar menores quantidades de gor‐ dura na região central do corpo, apresenta aparência similar a um cilindro (Valdez, 1991). ê 0,109 Valores próximos de 1,0: perfil morfológico próximo de um cilindro perfeito (baixo risco para o apareci‐ mento e o desenvolvimento de disfunções cardiovasculares e metabólicas). Valores próximos de 1,73: perfil morfológico similar ao de um duplo cone perfeito (como indicativo de elevado risco para o aparecimento e o desenvolvimento de disfunções cardiovasculares e metabólicas). Valor clínico ideal: < 1,26 Fonte: Fernandes Filho, 2010. Relação cintura‐estatura (RCEst) Supõe‐se que, para uma determinada altura, existe um grau aceitável de gordura armazenada na parte superior do corpo. Mesmo assim o efeito preciso de estatura na CC é quantitativamente desconhecido. Alguns autores afirmam que a estatura tem uma influência sobre a magnitude da CC na fase de cresci‐ mento e na vida adulta. Boa correlação com gordura visceral. RCEst ê Classificação do risco cardiovascular segundo RCEst Sexo Aumentado Masculino > 0,52 Feminino > 0,53 Fonte: Huang et al., 2002; Lin et al., 2002. MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 32 Somatotipo É um parâmetro que melhor expressa a constituição física de um indivíduo, pois determina paralelamente seu componente de adiposidade, sua estrutura ósseo muscular e a linearidade corporal (Carter & Heath, 1990). É importante para descrever e comparar desportistas em diferentes níveis de condição física, assim como caracterizar a mudança física decorrente do crescimento, do envelhecimento, do treinamento, estado nutricional e recuperação de patologias. A constituição física, neste sentido, é a expressão das estruturas derivadas dos 3 folhetos embrionários (endoderme, mesoderme e ectoderme) e é expresso em uma série de três numerais dispostos sempre na mesma ordem, onde o primeiro componente refere‐se à endomorfia, ou gordura relativa (exprime o grau de desenvolvimento em adiposidade), o segundo à mesomorfia, ou desenvolvimento muscular (traduz o desenvolvimento musculo‐esquelético em relação à altura) e, o terceiro, ao componente de ectomorfia, ou linearidade específica (traduz a linearidade ou desenvolvimento em comprimento) (Heath; Carter, 1967). Endomorfia Apresenta como principal característica da estrutura física, o arredondamento das cur‐ vas corporais, com tronco volumoso e massa concentrada no abdome. Considera‐se um indivíduo obeso um bom exemplo de endomorfia plena, pois o relevo muscular pratica‐ mente não é notado, mas aparecem grande volume abdominal, pescoço curto ombros quadrados. Mesomorfia Dentre as principais características destacam‐se o grande relevo muscular aparente, com contornos predominantes na região do trapézio, deltoide e abdome, bem como uma es‐ trutura óssea mais maciça principalmente na região do punho e antebraço. A presença de gordura corporal é pequena, permitindo uma boa visualização do arcabouço muscu‐ lar. Este tipo de estrutura corporal frequentemente é encontrado em atletas. Ectomorfia Identificada por uma linearidade corporal dominante, com discreto volume muscular e pequena presença de tecido gorduroso, podendo ser considerado como componente da magreza. Fonte: BÖHME, 2000 Fonte: https://portal7fit.com/wp‐content/uploads/2014/07/Biotipos.png MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 33 3.3.4.1. Determinação Antropométrica do Somatotipo Não há indivíduos que possuam uma classificação única, mas sim um componente com maior ou menor tendência sobre o outro. Assim, calcula‐se e avalia‐se a proporção da presença de cada componente (en‐ domorfia, mesomorfia, ectomorfia) no indivíduo, através de uma escala numérica contendo 3 números, cuja ordem de classificação segue sempre com o primeiro valor referente a endomorfia, o segundo à me‐ somorfia e o último valor, referente a ectomorfia. Endomorfia: nível de arredondamento das curvas corporais. Baseado em 3 medidas de dobras cutâ‐ neas (TR, SE e SI). Mesomorfia: robustez músculo‐esquelética. Baseada nas medidas de diâmetros de úmero e fêmur, e perímetros corrigidos de panturrilha e braço contraído. Ectomorfia: nível de linearidade corporal. Baseada nas medidas de estatura e massa corporal. O cálculo do somatotipo é feita de acordo com o método proposto por Heath & Carter (1971). Este mé‐ todo derivou de uma revisão fundamentada na antropometria, a partir do método de Sheldon (1940). O cálculo do somatotipo baseia‐se nas equações propostas por Ross & Marfell‐Jones (1983). Segundo Sheldon (1940) cada componente é cotada de 1 a 7, definindo‐se três tipos extremos: 7 1 1 – Endomorfo puro (leia‐se sete‐um‐um) 1 7 1 – Mesomorfo puro (leia‐se um‐sete‐um) 1 1 7 – Ectomorfo puro (leia‐se um‐um‐sete) Existem, portanto, 343 (73) somatotipo teoricamente possíveis. Contudo, algumas combinações são pouco prováveis e outras pouco frequentes. Em qualquer indivíduo estão representadas as 3 componen‐ tes primárias, variando apenas o peso relativo de cada uma (Sheldon, 1940). Resultado: baixa presença de adiposidade, relativa presença muscular e elevada presença de magreza. a) Primeiro componente: Endomorfismo (I) Aplicar a fórmula de De Rose et al. (1984) I 0,7182 0,1451 X 0,00068 X 0,0000014 X Onde: X ∑ 170,18 estatura cm ∑: somatório das dobras (tríceps, subescapular e suprailíaca) b) Segundo componente: Mesomorfismo (II) II 0,858 Xa 0,601 Xb 0,188 Xc 0,161 Xd 0,131 Xe 4,50 Xa = diâmetro de úmero (cm) | Xb = diâmetro de fêmur (cm) | Xc = perímetro de braço corrigido (cm): per. braço flexionado (cm) – dobra tríceps (cm) | Xd = perímetro de panturrilha corrigido (cm): per. pan‐ turrilha (cm) – dobra panturrilha (cm) | Xe = estatura (cm) cm = mm/10 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVANÇADA 34 c) Terceiro componente: Ectomorfismo (III) Calculado
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