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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto • A principal função do sistema cardiovascular é oferecer ao organismo nutrição e oxigenação celular para seu crescimento e manutenção. • É responsável por distribuir nutriente absorvidos no intestino delgado e o gás oxigênio absorvido nos pulmões para todas as células do corpo, e retirar delas as excretas nitrogenadas e o gás carbônico produzido no metabolismo celular. • Esse sistema é do tipo fechado, ou seja, sem comunicação com o meio externo do corpo, sendo formado pelo coração, vasos, sangue e linfa. CORAÇÃO O coração é um órgão muscular, oco que funciona como uma bomba contrátil-propulsora. Tem a forma aproximada de um cone, apresentando uma base, um ápice e faces (esternocostal, diafragmática e pulmonar). Situa-se na cavidade torácica, atrás do osso esterno e acima do músculo diafragma, no espaço compreendido entre os dois sacos pleurais (mediastino). Sua maior parte está à esquerda do plano mediano do corpo. (DANGELO; FATTINI, 2006). • É o órgão responsável pelo bombeamento do sangue dentro do corpo. → é uma bomba dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas partes trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do corpo. • É um órgão muscular, oco, localizado na porção mediastinal da cavidade torácica (mais ao meio), entre o osso esterno e a coluna vertebral, protegido pelo gradeado costal, esterno e costelas. Se situa entre os pulmões e acima do diafragma. Está disposto obliquamente e seu ápice está mais inclinado para o lado esquerdo do plano mediano e sua extremidade inferior ligeiramente deslocada para a esquerda. • O ápice do coração, situado na região inferior, é mais lateral, enquanto a base é medial. Na base do coração estão os grandes vasos que chegam e saem deste órgão. O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pelas Veias Cavas Superiores (VCS) e inferiores (VCI) e o bombeia através do tronco e das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do coração (coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo. ESTRUTURA O coração é uma câmara oca com quatro cavidades/quadrantes, dois átrios e dois ventrículos: • Átrios: Cavidades superiores por onde o sangue chega ao coração – recepção do sangue; • Ventrículos: Cavidades inferiores por onde o sangue sai do coração – ejeção do sangue; Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue para os ventrículos (as câmaras de ejeção). As ações sincrônicas das duas bombas atrioventriculares (AV) cardíacas (câmaras direita e esquerda) constituem o ciclo cardíaco. O ciclo começa com um período de alongamento e enchimento ventricular (diástole) e termina com um período de encurta mento e esvaziamento ventricular (sístole). No coração existem: • Duas valvas atrioventriculares que separam os átrios esquerdo e direito de seus respectivos ventrículos. • Duas valvas semilunares que controlam a liberação do sangue designado para os pulmões e para a aorta, deixando o coração. • Obs. Válvula ≠ valva. anatomia Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto ➔ válvulas: são os folhetos das valvas (a tricúspide tem 3 válvulas, e a bicúspide/mitral tem 2 válvulas). As 4 valvas existentes são chamadas de: • Mitral ou bicúspide: apresenta dois folhetos e lembra uma mitra (um tipo de chapéu usado pelo bispo da Igreja Católica). Esta valva possibilita a fluxo sanguíneo entre átrio e ventrículo esquerdos. • Tricúspide: apresenta três folhetos e possibilita o fluxo sanguíneo entre átrio e ventrículo direitos. • Aórtica: está localizada na saída do ventrículo esquerdo para a aorta, possibilitando o fluxo sanguíneo entre a luz dessas duas estruturas. • Pulmonar: localizada na saída do ventrículo direito para a artéria pulmonar, possibilitando o fluxo sanguíneo entre a luz dessas duas estruturas As valvas impedem a passagem aleatória de sangue entre as câmaras do coração, controlando por meio dos músculos papilares o fluxo unidirecional do átrio para o ventrículo, evitando o retorno sanguíneo quando ocorre a contração do ventrículo. As valvas subdividem-se e passam a ser denominadas válvulas ou cúspides. Do lado direito do coração, a valva entre o átrio e ventrículo apresenta três cúspides, sendo chamada de valva tricúspide. Na porção esquerda, a valva atrioventricular esquerda se divide em duas válvulas e é denominada de valva bicúspide ou mitral. O coração é constituído de quatro diferentes camadas, que são, de fora para dentro: • o pericárdio, • o epicárdio, • o miocárdio • e o endocárdio. Cada camada possui uma diferente função, que contribui para o funcionamento do coração como uma bomba, permitindo que o sangue flua ao longo do corpo. O pericárdio é uma camada de tecido conectivo (conjuntivo) fibroso dobrado que envolve todo o coração e as raízes dos grandes vasos. Ele possui uma camada interna e uma externa, que são contínuas, e criam um espaço conhecido como saco pericárdico. O pericárdio fibroso é percebido como uma camada externa de tecido conjuntivo denso que define os limites do mediastino médio. O pericárdio seroso apresenta-se fino e consiste em duas partes: • a camada parietal, que é responsável pelo revestimento interno do pericárdio fibroso. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/coracao https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia-geral/#definicao-mediastino Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto • a camada visceral do pericárdio seroso, que adere ao coração e forma sua cobertura externa. Esta camada é também denominada epicárdio Entre as duas camadas do pericárdio existe a cavidade pericárdica, preenchida pelo líquido pericárdico, o qual possibilita o deslizamento de uma camada sobre a outra no momento dos batimentos cardíacos. Ele auxilia na lubrificação das superfícies externas envolvidas no batimento cardíaco, e impede o atrito entre as camadas fibrosas e serosas do pericárdio. Essa camada do coração é responsável pela estabilização do coração no mediastino, protegendo-o contra infeções e impedindo a sobrecarga cardíaca. PAREDE CARDÍACA O coração é formado principalmente pelo músculo cardíaco, ancorado a um esqueleto fibroso. A parede do coração é constituída por três camadas: • Epicárdio ou pericárdio visceral: camada externa fina (mesotélio) formada pela lâmina visceral do pericárdio seroso. As paredes são formadas principalmente por miocárdio espesso, sobretudo nos ventrículos. A contração nesses locais é feita por “torção”, criada devido a orientação helicoidal dupla das fibras musculares cardíacas • Miocárdio: camada intermediária e mais espessa do coração constituída pelo músculo cardíaco; • Endocárdio: fina camada mais interna; membrana que reveste internamente o miocárdio, sendo composto por um tecido conjuntivo com uma camada superficial de células pavimentosas. Dobras do endocárdio formam as válvulas que separam os átrios dos ventrículos e os ventrículos da aorta e do tronco pulmonar; MIOCÁRDIO Forma a maior parte do coração e a contração e relaxamento das suas células é responsável pela função de bombeamento do sangue. O coração consegue bombear o sangue devido à força de contração do músculo cardíaco, o miocárdio, o qual é revestido externamente por uma serosa protetora denominada pericárdio. A energia para essa atividade deriva da respiração aeróbica, dependente do oxigênio. Assim, o miocárdio necessita de um contínuo fornecimento de oxigênio e nutrientes para o seu funcionamento. As artérias coronárias são as responsáveis pelo suprimento de sangue ao miocárdio.A espessura do miocárdio varia de uma câmara para outra e essa variação está relacionada à resistência encontrada no bombeamento do sangue pelas diferentes câmaras. Quando a musculatura dos átrios encontra pouca resistência para impelir o sangue para os ventrículos, suas paredes são as partes mais finas do miocárdio. Os ventrículos devem impelir o sangue através dos vasos sanguíneos que se dirigem aos pulmões e ao restante do corpo, possuindo dessa forma, um miocárdio mais espesso que dos átrios. O ventrículo esquerdo é responsável pelo envio de sangue para todas as estruturas do corpo, por esse motivo apresenta um miocárdio mais espesso que o ventrículo direito, que é responsável pelo envio do sangue através dos vasos sanguíneos para os pulmões. A superfície interna do miocárdio dos ventrículos é irregular, apresentando dobras e pontes denominadas trabéculas cárneas, e projeções musculares em forma de cone, denominadas músculos papilares. Há também as cordas tendíneas, que são cordões fibrosos resistentes, que se dirigem dos músculos papilares para as bordas livres das cúspides das válvulas atrioventriculares. Internamente ao miocárdio, encontra-se o endocárdio, que é formado por uma fina camada de tecido epitelial e reveste todas as estruturas internas do coração, incluindo as artérias e as veias. https://www.todamateria.com.br/coracao/ https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia-geral/#definicao-miocardio Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto INFARTO DO MIOCÁRDIO O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstruí-las. Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo, levando a diminuição da oxigenação das células do músculo cardíaco (miocárdio). O infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, o que depende de qual artéria foi obstruída. Em casos raros o infarto pode acontecer por contração da artéria, interrompendo o fluxo de sangue ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do coração e que se aloja no interior dos vasos. Os principais fatores de risco para o infarto são o tabagismo, o colesterol em excesso, hipertensão, diabetes, obesidade, estresse e depressão. Os diabéticos têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto. Pacientes com familiares próximos (pais ou irmãos) com histórico de infarto também tem mais chance de desenvolver a doença. EPICÁRDIO O epicárdio é a camada de músculo que reveste as superfícies externas do coração. Encontra-se diretamente fundida ao miocárdio, internamente, e está em contato com a camada serosa do pericárdio. Algumas vezes ela é considerada uma divisão da camada interna do pericárdio. É constituída principalmente de tecido conectivo (conjuntivo), que envolve e protege o coração. ENDOCÁRDIO O endocárdio é a camada mais interna do coração. Ele forma a camada interna de todas as quatro câmaras cardíacas, e está diretamente ligado a todos os apêndices cardíacos internos, como a valva bicúspide, a valva tricúspide, a valva semilunar, a valva aórtica, as cordas tendíneas e os músculos papilares. Sua composição primária consiste em células endoteliais e acredita-se que ela controle a si mesma e o miocárdio, através da distribuição de potenciais de ação pelas fibras de purkinje no interior do músculo cardíaco. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Resumo – Parede cardíaca: • O epicárdio é a camada mais externa e reveste superficialmente o órgão. • O miocárdio, por sua vez, está localizado logo abaixo do epicárdio e é formado por tecido muscular estriado cardíaco. • O endocárdio é o revestimento mais interno e é formado por tecido conjuntivo e endotélio. As paredes do coração são constituídas por três camadas distintas, sendo a camada mais externa o epicárdio. A camada média espessa é o miocárdio, constituído por tecido muscular cardíaco que se contrai causando compressão nas câmaras cardíacas e, consequentemente, ejeção de sangue. A camada mais interna é o endocárdio que recobre as válvulas cardíacas (DANGELO; FATTINI, 2006). FIBRA ESTRIADA CARDÍACA O coração é um vaso sanguíneo modificado. A musculatura é o que difere os vasos sanguíneos: a partir de mioblastos bem específicos forma-se o músculo estriado cardíaco. Esse tecido é composto por fibras, que conferem ao músculo a capacidade de contração. Características da fibra: • É bicaudada; possui dois prolongamentos que se interligam formando um sincício; • Células mononucleadas; com núcleo central; Contém retículo sarcoplasmático bastante pobre e delgado; • Possui discos intercalares (permitem a contração sincronizada do tecido cardíaco e proporcionam uma maior adesão entre células musculares cardíacas). Os discos intercalares são responsáveis por manter os miócitos cardíacos unidos. Eles são compostos por junções comunicantes/gap (canais que permitem o fluxo de íons de uma fibra para a outra) e por junções de ancoragem/desmossomos (são adesões que fazem com que as fibras não desprendam umas das outras). Essas junções são responsáveis pelo recebimento de estímulos em uma região do coração e transmiti-los para todas as células musculares estriadas cardíacas, o que leva o coração a se contrair. Obs. Junções comunicantes das fibras musculares esqueléticas partem a partir do disco Z (sarcômeros), o que não permite a comunicação entre sarcômeros. • Junções de ancoragem: também impedem a comunicação entre sarcômeros. Ex. desmossomos (conferem aderência para que uma fibra não se desprenda da outra). • Junções comunicantes/gap: possuem canais iônicos, nos quais os íons atravessam de uma fibra para a outra. As fibras musculares cardíacas estão fixadas ao esqueleto fibroso do coração. Essa é uma estrutura complexa de colágeno denso que forma quatro anéis fibrosos que circundam os óstios das valvas, um trígono fibroso direito e outro esquerdo (formados por conexões entre os anéis), e as partes membranáceas dos septos interatrial e interventricular. O anel fibroso esquerdo envolve a valva mitral, e o anel fibroso direito envolve a valva tricúspide. O anel pulmonar corresponde à valva pulmonar e o anel aórtico corresponde à valva aórtica Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO É uma estrutura complexa de tecido conjuntivo denso, formado por colágeno e elastina. Seus componentes são 4 anéis fibrosos, 2 trígonos fibrosos e uma porção membranácea dos septos interatrial e interventricular. Embora possua um papel de fixação, manutenção e suporte das câmaras cardíacas e valvas, também apresenta outras funções como, por exemplo, sua atuação como isolante elétrico. O esqueleto fibroso do coração: • Mantém os óstios (orifícios) das valvas AV e arteriais permeáveis e impede que sejam excessivamente distendidos por um aumento do volume de sangue bombeado através deles; • Oferece inserção para as válvulas das valvas; • Oferece inserção para o miocárdio, que, quando não espiralado, forma uma faixa miocárdica ventricular contínua, originada principalmente no anel fibroso da valva do tronco pulmonar e inserida principalmente no anel fibroso da valva da aorta; • Como o esqueleto fibroso não tem condutância elétrica, ele funciona como um isolante. Essa característica separa os impulsos conduzidosmioentericamente dos átrios e ventrículos, de forma que a contração dessas câmaras seja independente, e circundando e dando passagem à parte inicial do fascículo AV do complexo estimulante do coração (impede que o impulso elétrico dos átrios chegue até o ventrículo antes de passar pelo nódulo atrioventricular). DISPOSIÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES • As fibras musculares são dispostas de maneira helicoidal no coração. Há uma depressão entre o átrio e o ventrículo: essa depressão é um sulco – o sulco coronário ou atrioventricular. • O sulco coronário se deve a presença de um esqueleto fibroso cardíaco – que separa átrio de ventrículo. • As fibras iniciam nos átrios e vão até os ventrículos de forma helicoidal. • Dentro das câmaras ventriculares há projeções musculares. • Na imagem abaixo está representado o Músculo Papilar, no qual são fixadas as Cordas Tendíneas. Elas também se fixam nas válvulas cardíacas Mitral e Tricúspide. Esta fixação impede o prolapso Valvular (refluxo de sangue para os átrios), que é importante para o confinamento de sangue dentro do ventrículo, quando há sístole. • As fibras musculares que se iniciam no sulco coronário não se comunicam com as fibras musculares atriais. Isto é importante, pois a origem do impulso se inicia na região sinoatrial, ou seja, a despolarização vai correr pelas paredes e chegará ao músculo ventricular rapidamente. Consequentemente, haverá uma sístole Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto atrial e ventricular quase simultaneamente, o que impede o ciclo cardíaco, fazendo com que o coração pare. • As fibras atriais e ventriculares estão fixadas no sulco pelo tecido conjuntivo fibroso, rico em fibras colágenas, denominado "Esqueleto Fibroso Cardíaco". Este esqueleto tem como função isolar as fibras musculares cardíacas e ventriculares. Portanto, a propagação da despolarização da membrana muscular (sarcolema) não passa do átrio para o ventrículo pelas paredes. • Só há um jeito de transmitir essa despolarização, que é pelo sistema de condução cardíaco (Marcapasso). A despolarização que começa no nó sinoatrial cardíaco só passa para os ventrículos se for através das fibras musculares especializadas em conduzir a despolarização para os ventrículos, que é o Marcapasso Cardíaco. O CORAÇÃO COMO SINCÍCIO FUNCIONAL Um Sincício são células formadas por diversos núcleos devido ao processo de fusão de várias outras células. São estruturas presentes no músculo esquelético e cardíaco dos seres denominados vertebrados. A principal finalidade de um sincício funcional é levar e coordenar informações aos órgãos, o que auxilia no processo de bom funcionamento deles. Esta função está ligada ao formato longo, cilíndrico e com ramificações desta célula, que se liga a outra através de impulsos elétricos. O músculo cardíaco atua como um Sincício. As áreas escuras anguladas que cruzam as fibras musculares cardíacas são chamadas de discos intercalados. Estes discos têm uma resistência elétrica muito pequena, significativamente menor do que a resistência da membrana externa da fibra muscular cardíaca. Essa característica permite que o potencial de ação percorra livremente entre as células. Portanto, os íons fluem com facilidade ao longo dos eixos das fibras musculares cardíacas, de modo que os potenciais de ação viajem de uma célula do músculo cardíaco para outra, passando pelos discos intercalados, sem impedimentos. Essa característica faz do musculo cardíaco um sincício funcional, no qual as células estão tão fortemente ligadas que, quando uma dessas células fica excitada, o potencial de ação se espalha para todas elas. Esse comportamento como célula “única” (de sincício) ocorre devido ao compartilhamento de citoplasma que os cardiomiócitos têm, já que são conectados por junções comunicantes (gap junctions). Assim, quando ocorre despolarização em uma região do coração, ela é rapidamente transmitida às outras células. ESTRUTURA DO CORAÇÃO MORFOLOGIA INTERNA É formado por duas câmaras superiores, os átrios, e duas câmaras inferiores, os ventrículos. Os átrios são demarcados dos ventrículos pelo sulco coronário e os ventrículos direito e esquerdo são separados pelos sulcos interventriculares (IV) anterior e posterior. ● Átrios (direito e esquerdo, separados por septos interatriais). ● Ventrículos (direito e esquerdo separados por septos interventriculares e dos trios por septos atrioventriculares) ● Óstios (passagens): atrioventricular direito (contém válvulas tricúspide nessa passagem) e esquerdo (contém válvula bicúspide) ● Músculos papilares O coração tem um formato trapezoidal em vista anterior/posterior. É formado pelo ápice e pela base. O ápice é a região inferolateral do ventrículo esquerdo. A base é a face oposta ao ápice, formada principalmente pelo átrio esquerdo, estende-se superiormente até a bifurcação do tronco pulmonar e inferiormente até o sulco coronário. Ápice: voltado para o lado esquerdo do corpo; Base: área ocupada pelas raízes dos grandes vasos do coração; Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto FACES DO CORAÇÃO O coração apresenta 4 faces: •Face esternocostal (anterior): formada principalmente pelo ventrículo direito; •Face diafragmática (inferior): formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e em parte pelo ventrículo direito; está relacionada principalmente ao centro tendíneo do diafragma; •Face pulmonar direita: formada principalmente pelo átrio direito; •Face pulmonar esquerda: formada principalmente pelo ventrículo esquerdo; forma a impressão cardíaca do pulmão esquerdo. MARGENS DO CORAÇÃO O coração apresenta 4 margens: •Margem superior: formada pelos átrios, aurículas direita e esquerda em vista anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem dessa margem e a Veia Cava Superior (VCS) entra no seu lado direito. Posteriormente à aorta e ao tronco pulmonar e anteriormente à VCS, essa margem forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio. •Margem direita: ligeiramente convexa, formada pelo átrio direito, que se estende entre a veia cava superior e veia cava inferior •Margem inferior: quase horizontal, formada pelo ventrículo direito e parte do ventrículo esquerdo. •Margem esquerda: quase vertical, é formada pelo ventrículo esquerdo e parte da aurícula esquerda. Obs. O tronco pulmonar é a continuação arterial do ventrículo direito e divide-se em artérias pulmonares direita e esquerda. O tronco e as artérias pulmonares conduzem o sangue pouco oxigenado para oxigenação nos pulmões. ÁTRIO DIREITO • O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue venoso da VCS, VCI e seio coronário. A aurícula direita, semelhante a uma orelha, é uma bolsa muscular cônica que se projeta do átrio direito como uma câmara adicional, aumenta a capacidade do átrio e se superpõe à parte ascendente da aorta. • O Átrio Direito recebe a veia cava superior e inferior e o seio coronário. • As veias cavas canalizam o sangue venoso sistêmico e o seio coronário retorna sangue das coronárias. • A parede medial e posterior do átrio direito é o septo interatrial que separa o átrio esquerdo do direito. • O assoalho do átrio direito é a valva tricúspide, que se abre no ventrículo direito. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto VENTRÍCULO DIREITO • O ventrículo direito forma a maior parte da face esternocostal do coração, uma pequena parte da face diafragmática e quase toda a margem inferior do coração. Superiormente, afila-se e forma um cone arterial(infundíbulo),que conduz ao tronco pulmonar. • No ventrículo direito existem elevações musculares irregulares (trabéculas cárneas) em sua face interna. Uma crista muscular espessa, a crista supraventricular, separa a parede muscular rugosa na parte de entrada da câmara da parede lisa do cone arterial, ou parte de saída. • A parte de entrada do ventrículo recebe sangue do átrio direito através do óstio AV direito (tricúspide), localizado posteriormente ao corpo do esterno no nível do 4o e 5o espaços intercostais. O óstio AV direito é circundado por um dos anéis fibrosos do esqueleto fibroso do coração. O anel fibroso mantém o calibre do óstio constante (suficientemente grande para permitir a passagem das pontas de três dedos), resistindo à dilatação que poderia resultar da passagem de sangue através dele com pressões variadas • A cavidade ventricular direita possui um formato triangular e possui 3 porções bem distintas: a via de entrada, que compreende o aparelho valvar atrioventricular, a porção trabecular ou apical, e a via de saída. • O Ventrículo direito contém 3 músculos papilares, que se projetam para a cavidade e suportam as cordas tendíneas que se ligam as bordas dos folhetos da valva tricúspide. Os folhetos por sua vez se ligam a um anel fibroso que sustenta o aparelho valvar entre o átrio e o ventrículo. ÁTRIO ESQUERDO • O átrio esquerdo forma a maior parte da base do coração. Os pares de veias pulmonares direita e esquerda, avalvulares, entram no átrio de paredes finas. • No embrião, há apenas uma veia pulmonar comum e somente um tronco pulmonar. As paredes dessa veia e de quatro de suas tributárias foram incorporadas à parede do átrio esquerdo, do mesmo modo que o seio venoso foi incorporado ao átrio direito. A parte da parede derivada da veia pulmonar embrionária tem paredes lisas. A aurícula esquerda muscular, tubular, sua parede trabeculada com músculos pectíneos, forma a parte superior da margem esquerda do coração e cavalga a raiz do tronco pulmonar. Representa os remanescentes da parte esquerda do átrio primitivo. • As paredes do átrio esquerdo são mais espessas e mais lisas do que do AD; • As trabéculas estão restritas ao apêndice atrial que possui um formato diferente da aurícula direita, geralmente de borda chanfrada, com projeção digitiforme de sua extremidade, além de uma base mais estreita com um colo, separando mais nitidamente a aurícula do resto da cavidade atrial, ao contrário do que ocorre a direita. • Quatro veias pulmonares deságuam no átrio esquerdo. VENTRÍCULO ESQUERDO • O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração, quase toda sua face esquerda(pulmonar) e margem esquerda e a maior parte da face diafragmática. Como a pressão arterial é muito maior na circulação sistêmica do que na circulação pulmonar, o ventrículo esquerdo trabalha mais do que o ventrículo direito. • A cavidade ventricular esquerda possui uma forma cônica e trabéculas mais finas de aspecto entrelaçado e concentrada próximo ao ápice. • A face septal é mais lisa, desprovida de trabéculas. • A espessura das paredes ventriculares é 3 vezes maior que a do ventrículo direito. • Outra característica é a difícil delimitação das porções ventriculares, já que a via de entrada, formada pelo aparelho valvar mitral é contíguo a via de saída, sendo o tecido da valva aórtica praticamente uma continuação do folheto anterior da valva mitral. • A câmara ventricular contém 2 músculos papilares grandes. As cordas tendíneas também são mais espessas, apesar de menos numerosas. obs.: O ventrículo direito tem uma parede mais delgada, pois a distância percorrida pelo sangue, quando ejetado por este ventrículo a caminho dos pulmões é curta. Esta parede é mais fina devido ao caminho curto a ser percorrido, não havendo necessidade de uma musculatura espessa. (circulação pulmonar) O ventrículo esquerdo contém uma musculatura bastante espessa, pois ele vai expelir o sangue para a aorta, que posteriormente vai para todo o corpo. Esta musculatura precisa ser espessa para ter força para impulsionar o sangue para todas as células do nosso Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto corpo, da célula mais próxima à mais periférica (suprir as necessidades celulares de nutrição e oxigênio). (circulação sistêmica) Obs. 2: no feto há uma depressão no átrio = forame interatrial ou oval, quando nasce, isso se fecha e transforma na FOSSA OVAL (se não tiver, o indivíduo é acometido pelo sangue azul (sangues se misturam). CICLO CARDÍACO É um padrão contínuo de eventos que ocorre para que o sangue seja bombeado pelo corpo, em nosso sistema cardiovascular. Consiste em alguns estágios que ocorrem no intervalo de um batimento, incluindo a sístole e a diástole cardíacas. Sístole: é o período de contração muscular do coração. Nesse período do ciclo cardíaco as válvulas pulmonar e aórtica são abertas e o sangue é ejetado rapidamente do ventrículo esquerdo para a aorta e, do ventrículo direito para a artéria pulmonar Diástole: é o período de relaxamento do coração. O sangue entra na aurícula direita e na aurícula esquerda, vindo, respectivamente, das veias cavas (superior e inferior) e das veias pulmonares. Nesta fase, as válvulas tricúspide e bicúspide encontram-se abertas, permitindo, assim, a entrada passiva de sangue das aurículas para os ventrículos. As válvulas semilunares encontram-se fechadas, o que impede a saída de sangue do coração. Esses dois momentos são a base fundamental do ciclo cardíaco. Obs. O ciclo cardíaco é controlado involuntariamente por um plexo autonômico nervoso chamado de plexo cardíaco. Os sopros auscultados durante a sístole podem ou não representar alguma patologia, seja ela cardíaca ou sistêmica, enquanto os sopros auscultados durante a diástole sempre serão patológicos. Durante o ciclo cardíaco o coração produz os batimentos, que podem ser ouvidos com o estetoscópio. O primeiro batimento corresponde marca o início da sístole e o segundo marca o início da diástole. Fases do ciclo cardíaco (guyton, et al 2006) 1. Bomba de escova (primer pump) ou enchimento ventricular lento (diástase) Geralmente, cerca de 80% do sangue que está no átrio escoa diretamente para o ventrículo sem o auxílio da contração, ficando apenas 20% com ela para terminar de encher os ventrículos. 2. Enchimento ventricular rápido O sangue vai se acumulando nos átrios durante a sístole ventricular. Quando termina essa fase e o ventrículo volta para a fase de diástole, que é o relaxamento, o volume sanguíneo que ficou nos átrios exerce pressão nas valvas atrioventriculares (direita: tricúspide; esquerda: mitral ou bicúspide) e, então, passa rapidamente para os ventrículos. Isso ocorre no primeiro momento da diástole. No segundo momento, pouco sangue escoa diretamente para os ventrículos, e o sangue vindo das veias continua a chegar nos átrios. Esses dois momentos correspondem aos 80% do enchimento ventricular. E, por último, no momento final da diástole ventricular, ocorre a sístole atrial (contração do átrio) para terminar de encher o ventrículo, essa parte se refere aos 20% do enchimento dos ventrículos. 3. Contração isovolumétrica ou isométrica Logo após o início da contração ventricular, ocorre o aumento da pressão ventricular e as valvas atrioventriculares se fecham. Então, o ventrículo começa a se contrair, mas o sangue ainda não é ejetado, pois, para que isso ocorra, é preciso até 0,03 segundos a mais para que tenha a pressão necessária para que as valvas semilunares (direita: pulmonar; esquerda: aórtica) se abram e o sangue seja ejetado de encontro à pressão nas artérias correspondentes, pulmonar ou aorta. 4. Ejeção rápida As valvassemilunares abrem quando a pressão no interior do ventrículo direito está por volta dos 8mmHg e do ventrículo esquerdo aos 80mmHg; logo o sangue é ejetado para as respectivas artérias. No primeiro momento da ejeção, 70% do sangue é expelido, esse período é chamado de ejeção rápida. 5. Ejeção Lenta Como 70% do sangue já foi ejetado, agora restam os 30%, que serão lançados no segundo e terceiro Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto momento, logo após o período de ejeção rápida. Destes, 30% correspondem ao período de ejeção lenta. 6. Relaxamento isovolumétrico (isométrico) Quando acaba o período de contração dos ventrículos, o relaxamento deles começa a ocorrer, e as pressões em seu interior começam a diminuir. As valvas semilunares se fecham quando as artérias começam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos. Neste momento, o ventrículo continua a relaxar, mas o volume não altera, sendo o período de relaxamento isovolumétrico. Depois disso, as pressões dos ventrículos diminuem e voltam ao momento de diástole. Assim, as valvas atrioventriculares se abrem dando início a um novo ciclo. CIRCUITO PULMONAR E SISTÊMICO Circuito pulmonar: conduz o sangue pobre em oxigênio do coração para os pulmões e o traz de volta ao coração, oxigenado. Na circulação pulmonar ou pequena circulação, o sangue pobre em oxigênio encontrado no ventrículo direito é bombeado por meio da artéria pulmonar para dentro dos pulmões, até os alvéolos. Nesse local, ele sofre o processo de hematose, tornando-se oxigenado. Circuito sistêmico: conduz o sangue rico em oxigênio do coração para as para as partes do corpo, exceto para os pulmões, e traz de volta ao coração, rico em gás carbônico (CO2). No circuito sistêmico ou grande circulação, o sangue sai do coração por meio da artéria aorta, que se ramifica por todo o corpo, que é onde ocorrem as trocas de nutrientes e catabólitos. O sangue, agora pobre em oxigênio, retorna ao coração por meio das veias cavas superior e inferior, é lançado diretamente no átrio direito e segue para o ventrículo direito. Obs. As duas circulações acontecem em paralelo. A pulmonar vai oxigenar o sangue, e a sistêmica vai levar sangue para o organismo Resumo: Trajeto da circulação sistêmica: coração → corpo → coração. Trajeto da circulação pulmonar: coração → pulmões → coração. * O coração atua em conjunto com os rins (são órgãos sinérgicos, que agem em conjunto), que filtram o sangue para facilitar a ação do coração. Os rins produzem uma enzima chamada Renina que será convertida em Angiotensina I e II, em locais diferentes, para regular a pressão sanguínea. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS MR01 @biia_barreto Obs. O coração de um adulto tem a forma de um cone arredondado e o tamanho aproximado de um punho fechado, com massa média de 250 g nas mulheres e de 300g nos homens. O coração é maior em adultos fisicamente ativos do que em outros adultos saudáveis. Em geral, o coração diminui de tamanho após os 65 anos de idade em média, em especial em pessoas que não praticam atividades físicas. A parte arredondada do coração é chamada de ápice; a parte maior e plana na extremidade oposta do coração é chamada de base. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É uma doença grave em que o coração não bombeia sangue para o corpo tão bem quanto deveria. Isto significa que o sangue não consegue fornecer nutrientes e oxigénio suficientes ao organismo, para que este funcione normalmente. Fato que poderá fazer com que se sinta cansado ou fatigado. Também significa que não consegue eliminar corretamente resíduos, levando à acumulação de líquido nos pulmões e noutras partes do corpo, como nas pernas e no abdome. É causada por qualquer condição que machuque ou enfraqueça o coração, reduzindo sua habilidade de bombear sangue de forma eficiente, como ataques do coração, pressão alta, doença da artéria coronária ou infecção. Inicialmente, o coração tenta compensar a perda de débito cardíaco, desenvolvendo sua massa muscular, ampliando-se e bombeando mais rápido. Também podem acontecer mudanças no sistema circulatório, pois o corpo também se ajusta a perda de débito cardíaco. Por exemplo, os vasos sanguíneos podem se estreitar para aumentar a pressão sanguínea ou o sangue pode ser desviado de tecidos ou órgãos menos essenciais, como os rins, para que o corpo tente compensar a redução da força cardíaca. Com o passar do tempo, essa sobrecarga leva a mudanças no próprio músculo cardíaco (conhecida como remodelamento), causando seu endurecimento e posteriormente reduzindo ainda mais sua capacidade de bombear sangue de forma eficiente levando ao agravamento da insuficiência cardíaca. À medida em que o coração se esforça cada vez mais para suprir a demanda do corpo por sangue e oxigênio, sinais ou sintomas característicos de insuficiência cardíaca começam a aparecer. Essa condição pode afetar o lado esquerdo, o direito ou ambos. O ventrículo esquerdo é o mais forte das duas bombas cardíacas. Insuficiência cardíaca do lado esquerdo é mais comum e pode causar, na sequência, a insuficiência do lado direito. Resumo geral: • O coração é uma bomba dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas partes trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do corpo. • O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pelas VCS e VCI, bombeando-o através do tronco e das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. • O lado esquerdo do coração (coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo. • O coração tem quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ventrículos direito e esquerdo. • Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue para os ventrículos (as câmaras de ejeção). • As ações de coordenadas atrioventriculares (AV) constituem o ciclo cardíaco, que começa com a diástole (alongamento e enchimento ventricular) e termina com a sístole (esvaziamento ventricular). Ciclo cardíaco - resumo • O átrio direito recebe sangue desoxigenado das veias cavas superior e inferior e do seio coronário; • O átrio direito contrai, empurrando sangue através da valva atrioventricular direita até o ventrículo direito. O ventrículo então se contrai, passando o sangue para o tronco pulmonar através da valva pulmonar, até que o sangue chegue aos pulmões; • Nos pulmões, o sangue é oxigenado e em seguida se move de volta ao coração, entrando no átrio esquerdo através das veias pulmonares; • O átrio esquerdo se contrai e empurra o sangue para o ventrículo esquerdo através da valva atrioventricular esquerda; • O ventrículo esquerdo empurra o sangue oxigenado através da valva aórtica para a aorta, a partir da qual o sangue é distribuído para todo o corpo.
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