Buscar

processo penal prisoes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL PENAL
PROF. LETÍCIA NEVES
 
1 
 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
1. Considerações sobre Prisão em Flagrante 
Art. 5, XI, CF - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
2. Aspectos Constitucionais referentes à prisão 
Art. 5º da CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: (...) 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele 
indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer 
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou 
por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
2 
 
 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel; 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
 
3. Espécies de Flagrante 
1) FLAGRANTE PRÓPRIO, PERFEITO, REAL OU VERDADEIRO: 
Quando o agente é localizado COMENTENDO a infração, ou quando 
ACABA DE COMETÊ-LA. A expressão “acaba de cometê-la deve ser 
compreendida sem intervalo de tempo. 
Art. 302 do CPP. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
 
2) FLAGRANTE IMPRÓPRIO, IMPERFEITO OU IRREAL: 
Quando o agente é localizado LOGO APÓS a prática delitiva. Aqui 
podemos verificar a existência de um lapso temporal entre o cometimento do 
delito, a identificação do autor, a perseguição realizada pela autoridade e a 
localização do agente. 
Art. 302 do CPP. Considera-se em flagrante delito quem: (...) 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
 
3 
 
 
c/c artigos 290, 293/294 do CPP. 
 
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou 
comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, 
apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for 
o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. 
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: 
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha 
perdido de vista; 
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há 
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu 
encalço. 
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou 
ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista 
da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará 
duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, 
se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for 
atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo 
que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão. 
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa 
será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for 
de direito. 
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo 
anterior, no que for aplicável. 
 
4 
 
 
3) FLAGRANTE PRESUMIDO, FICTO OU ASSIMILADO 
Quando o agente é localizado LOGO DEPOIS a prática delitiva. Embora 
possamos vislumbrar o lapso temporal, aqui não tratamos de uma perseguição. 
Trata-se de situação em que o agente é encontrado, independente de ter 
havido perseguição. Basta que o agente tenha sido localizado logo após a prática 
do ilícito em situação suspeita, com objetos que façam presumir ser ele o autor. 
Art. 302 do CPP. Considera-se em flagrante delito quem: (...) 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração. 
 
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PRF Prova: CESPE - 2019 - 
PRF - Policial Rodoviário Federal 
Com relação aos meios de prova e os procedimentos inerentes a sua colheita, 
no âmbito da investigação criminal, julgue o próximo item. 
A entrada forçada em determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado 
judicial e ainda que durante a noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa, 
situação de flagrante delito nas modalidades próprio, impróprio ou ficto. 
Certo 
Errado 
 
 
 
5 
 
 
Art. 5º, inciso XI da CF/88 a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante 
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial; 
O art. 302 do CPP, por sua vez, vem na sequência esmiuçando as modalidades 
de flagrante: 
I - está cometendo a infração penal (chamado flagrante próprio); 
II - acaba de cometê-la (chamado flagrante próprio); 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração(chamado 
flagrante impróprio); 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração (FLAGRANTE PRESUMIDO/FICTO). 
CERTO 
 
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PRF Prova: CESPE - 2019 - 
PRF - Policial Rodoviário Federal 
Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo, 
policiais rodoviários federais foram comunicados de que o autor do delito se 
evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e características foram 
informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um 
ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais 
acreditavam estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor 
do veículo, foi apreendida arma de fogo que estava em sua posse e que, 
supostamente, tinha sido utilizada no crime. 
 
6 
 
 
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. 
De acordo com a classificação doutrinária dominante, a situação configura 
hipótese de flagrante presumido ou ficto. 
Certo 
Errado 
 
Art. 302 do CPP. Considera-se em flagrante delito quem: 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração. 
CERTO 
 
5 ) FLAGRANTE EM CRIMES PERMANENTES 
O crime permanente é aquele em que o resultado de prolonga no tempo, 
como por exemplo sequestro e cárcere privado (art.148 do CP), nessa situação, 
a prisão será considerada em flagrante enquanto não cessar a permanência do 
delito. 
Crimes habituais: demandam prática reiterada, ex.: exercício ilegal da 
medicina. O crime habitual é único, porém exige a habitualidade. Há divergência 
quanto à possibilidade de flagrante neste caso. Tourinho, Nestor Tavora, entre 
outros entendem que não é possível o flagrante, pois o delito somente se 
caracteriza pela reiteração, o quenão seria passível verificar em um ato isolado 
no momento do flagrante. Já Renato Brasileiro, Rogério Sanches entendem se 
ao chegar em um local e se identificar a habitualidade, pode ser efetuado o 
flagrante. 
 
7 
 
 
Art. 303 do CPP - Nas infrações permanentes, entende-se o agente em 
flagrante delito enquanto não cessar a permanência. 
 
6) FLAGRANTE ESPERADO 
Quando a autoridade policial, após descobrir, por fontes fidedignas 
(investigação anterior, denúncia, interceptação), que irá acontecer a prática de 
um delito, desloca-se até o local e espera o agente iniciar a conduta para que se 
realize o flagrante. Independe da consumação, podendo o agente ser imputado 
pela forma tentada do delito. 
Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico 
ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si 
só, não torna impossível a configuração do crime de furto. 
 
7. FLAGRANTE PROVOCADO, PREPARADO, DELITO DE ENSAIO 
OU PUTATIVO POR OBRA DO AGENTE PROVOCADOR 
Nesta situação, estamos diante da intervenção de terceiros ou da própria 
autoridade policial, que após receber informações provoca o flagrante. 
Por exemplo: Autoridade policial encomenda uma carteira de habilitação 
falsa. 
Veja que, a autoridade provocou o flagrante, e sendo assim, estaremos 
diante de uma prisão em flagrante ILEGAL. 
Nos termos da Súmula 145 do STF: NÃO HÁ CRIME, QUANDO A 
PREPARAÇÃO DO FLAGRANTE PELA POLÍCIA TORNA IMPOSSÍVEL A 
SUA CONSUMAÇÃO. 
 
8 
 
 
8. FLAGRANTE FORJADO, MAQUINADO OU URDIDO 
Quando a prova é plantada a fim de imputar, falsamente, conduta 
criminosa que possa motivar prisão em flagrante. 
Por exemplo: coloca-se uma porção de droga no carro de alguém e dá-se 
voz de prisão. 
TRATA-SE DE FLAGRANTE ABSOLUTAMENTE ILEGAL. 
Se praticado por autoridade policial, poderá incorrer o agente no delito de 
abuso de autoridade (art. 9º da Lei 13.869/19), se praticado por particular, a este 
poderá ser atribuída a conduta de denunciação caluniosa (artigo 339 do CP). 
 
9. FLAGRANTE RETARDADO, PRORROGADO, DIFERIDO 
Quando a autoridade policial aguarda o momento mais oportuno no curso 
da investigação para realização do flagrante. 
Chamado também de ação controlada, é previsto na lei de Drogas, na lei 
de Organizações Criminosas e na lei de Lavagem de Dinheiro. 
Art. 53, II, da Lei 11.3434/06 Em qualquer fase da persecução criminal relativa 
aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, 
mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes 
procedimentos investigatórios: 
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores 
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no 
território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número 
de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal 
cabível. 
 
9 
 
 
Art. 8º da Lei 12.850/13 Consiste a ação controlada em retardar a intervenção 
policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou 
a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para 
que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas 
e obtenção de informações. 
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente 
comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites 
e comunicará ao Ministério Público. 
Art. 1o da Lei 9.613/98 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, 
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores 
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. 
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da 
ação controlada e da infiltração de agentes. 
 
4. PROCEDIMENTO 
Após prisão do agente, deverá ser lavrado, por autoridade competente, o 
auto de prisão em flagrante. 
Todas as formalidades devem ser respeitadas, tanto em relação a 
documentação exigida, quanto aos direitos constitucionais do flagrado. Sob pena 
de tornar a prisão ilegal. 
*referida ilegalidade não macula a eventual ação penal. 
 
10 
 
 
FASES DA PRISÃO: 
 
Antes de lavrar o auto de prisão em flagrante, ou seja, assim que 
apresentado o flagrado, a autoridade policial deverá comunicar à família do 
preso, ou à pessoa por ele indicada. 
Art. 5ª (...) inciso LXIII da CF/88 - o preso será informado de seus direitos, entre 
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da 
família e de advogado; 
Em seguida, será ouvido o condutar e as testemunhas que 
acompanharam o condutor, que devem ser no mínimo duas. 
O condutor poderá considerado como testemunha numerária. 
A falta de testemunha não impede a lavratura do APF, mas, será 
necessário que além do condutor, assinem a peça pelo menos duas pessoas 
que tenham presenciado a apresentação do preso à autoridade. 
Art. 304 do CPP. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o 
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do 
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das 
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a 
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas 
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a 
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto 
CAPTURA
CONDENAÇÃ
O COERCITIVA 
LAVRATURA 
DO APF
RECOLHIMEN
TO A PRISÃO
 
11 
 
 
ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se 
para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que 
o seja. 
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em 
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos 
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à 
autoridade. 
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-
lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que 
tenham ouvido sua leitura na presença deste. 
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação 
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma 
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados 
dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
Art. 305 do CPP Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa 
designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso 
legal. 
Art. 306 do CPP A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre 
serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério 
Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será 
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o 
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria 
Pública. 
 
12 
 
 
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de 
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do 
condutor e os das testemunhas. 
Art. 307 do CPP . Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou 
contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração 
deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os 
depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo 
preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber 
tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver 
presidido o auto. 
Art. 308 do CPP Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a 
prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo. 
Art. 309 do CPP Se o réu se livrar solto, deverá ser postoem liberdade, depois 
de lavrado o auto de prisão em flagrante. 
 
5. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA 
Antes da vigência do Pacote Anticrime o Juiz devia determinar a audiência 
de custódia – audiência de apresentação -, para verificar a legalidade daquela 
prisão, por foça os artigos 7º, n.º5 da CADH e da Resolução n.º213/2015 do 
CNJ. 
Atualmente, consta expresso na legislação penal também: 
Art. 310 do CPP Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo 
de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá 
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu 
advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do 
Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
 
13 
 
 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os 
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou 
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
 
Com o advento da Lei 13.964/19 a conversão da prisão em flagrante em 
preventiva, de ofício, foi abolida. 
Podendo a preventiva ser declarada somente a requerimento do MP, da 
autoridade policial, do assistente ou do querelante, conforme artigo 282, §2º do 
CPP. 
Na audiência de custódia, o juiz deverá, se verificado que o agente 
cometeu o delito atribuído das excludentes do artigo 23 do CP, conceder a 
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos 
processuais. 
Se o agente for reincidente ou integrante organização criminosa armada 
ou milícia, ou ainda, estiver portando arma de fogo de uso restrito, deverá 
denegar a liberdade. 
Art. 310 do CPP (...) § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que 
o agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II 
ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
(Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade 
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação. 
 
14 
 
 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização 
criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, 
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. 
 
 
 
 
Art. 310 do CPP (...) § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à 
não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste 
artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. 
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo 
estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia 
sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada 
pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata 
decretação de prisão preventiva. 
* Informativo nº 686 STJ: conversão ex officio da prisão em flagrante em 
preventiva 
* Edição n. 120 – Jurisprudência em tese do STJ 
 
 
 
EFICÁCIA SUSPENSA POR 
FORÇA DAS ADIs n.sº 6298, 
6299, 6300 e 6305. 
 
15 
 
 
Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia 
Federal Prova: CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal 
João integra uma organização criminosa que, além de contrabandear e 
armazenar, vende, clandestinamente, cigarros de origem estrangeira nas ruas 
de determinada cidade brasileira. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente. 
Se João for preso em flagrante e o escrivão estiver impossibilitado de proceder 
à lavratura do auto de prisão, a autoridade policial poderá designar qualquer 
pessoa para fazê-lo, desde que esta preste o compromisso legal anteriormente. 
Certo 
Errado 
 
 
Art. 305 do CPP. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa 
designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso 
legal. 
CERTO 
 
Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia 
Federal Prova: CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal 
Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José 
passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com 
determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado 
 
16 
 
 
em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, 
José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. 
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
Os agentes de polícia podem decidir, discricionariamente, acerca da 
conveniência ou não de efetivar a prisão em flagrante de José. 
Certo 
Errado 
 
 
ERRADO 
 
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PRF Prova: CESPE - 2019 - 
PRF - Policial Rodoviário Federal 
Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo, 
policiais rodoviários federais foram comunicados de que o autor do delito se 
evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e características foram 
informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um 
ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais 
acreditavam estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor 
do veículo, foi apreendida arma de fogo que estava em sua posse e que, 
supostamente, tinha sido utilizada no crime. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. 
Durante o procedimento de lavratura do auto de prisão em flagrante pela 
autoridade policial competente, o policial rodoviário responsável pela prisão e 
 
17 
 
 
condução do preso deverá ser ouvido logo após a oitiva das testemunhas e o 
interrogatório do preso. 
Certo 
Errado 
 
 
Art. 304 do CPP. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o 
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do 
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das 
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a 
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas 
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 
 
 
 
ERRADO

Continue navegando