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Aula de Processo Penal - PCRJ - AlfaCon

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alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
1 
SUMÁRIO 
PRISÃO EM FLAGRANTE ..................................................................................................................................... 2 
PRISÃO EM FLAGRANTE ............................................................................................................................. 2 
SUJEITO ATIVO ........................................................................................................................................... 2 
SUJEITO PASSIVO ....................................................................................................................................... 2 
MODALIDADES........................................................................................................................................... 3 
FLAGRANTES DO CPP (ART. 302) ............................................................................................................... 3 
ESPÉCIES DE FLAGRANTE DA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA ................................................................... 4 
PROCEDIMENTO ........................................................................................................................................ 6 
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA .......................................................................................................................... 8 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
A palavra “flagrante” deriva do latim “flagrare” e significa “queima, ardência”. Extrai-se 
disso que se encontra em flagrante quem está cometendo o crime, ou acabou de cometer. 
Trata-se de uma medida cautelar que independe de mandado judicial por expressa previsão 
constitucional. 
OBJETIVOS: (1) não permitir a consumação do crime, (2) assegurar o cumprimento da 
persecução criminal e (3) não permitir que o criminoso fuja. 
NATUREZA JURÍDICA: sem pacificidade, a doutrina majoritária (nessa vertente, Aury 
Lopes, Tourinho Filho, Nestor Távora) entende se tratar de ato administrativo complexo 
(duas ações, uma vontade) e pré-cautelar. 
SUJEITO ATIVO 
 O sujeito ativo COERCITIVO é o policial. 
 O sujeito ativo FACULTATIVO é qualquer pessoa, ainda que estrangeiro. 
SUJEITO PASSIVO 
Sujeito passivo é aquela pessoa que possa ser detida em estado de flagrante. Em regra, 
pode ser qualquer pessoa. Contudo, essa regra comporta exceções: 
Não podem ser presos em 
nenhuma hipótese (nem 
cautelarmente) 
Apenas podem ser presos 
por crime inafiançável 
Determinadas épocas 
Presidente da República (Art. 
86, § 3º, CF). 
Membros do CN (Art. 53, § 2º, 
CF). 
Eleitor, nos 5 dias antes e 48h 
após o pleito. 
Diplomatas estrangeiros. 
Magistrados e membros do 
MP. 
Candidatos, nos 15 dias 
anteriores ao pleito. 
Menores de idade (Art. 106, 
ECA). 
Advogados, por motivo de 
exercício da profissão. 
Membros das mesas receptoras 
e fiscais de partido, no dia do 
pleito. 
ATENÇÃO! Apesar de não haver expressa previsão, a aplicação da prisão em 
flagrante apenas por crimes inafiançáveis se estende aos deputados estaduais! Já 
vereadores podem ser presos normalmente. 
Afrânio Silva Jardim ressalta que todas essas pessoas podem ser detidas e levadas à 
delegacia, até para que se verifique se são realmente diplomatas, juízes ou deputados. O que 
não poderá ocorrer é a lavratura do auto de prisão em flagrante, caso constate-se a função 
desempenhada por essas pessoas. 
QUEM PRESTA SOCORRO: Além disso, aquele que presta pronto socorro à vítima de 
delito de trânsito não pode ser preso em flagrante (art. 301 da Lei n.º 9.503/97). 
CTB, Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de 
que resulte vítima, NÃO se imporá a prisão em flagrante, NEM SE EXIGIRÁ 
FIANÇA, se prestar pronto e integral socorro àquela. 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
QUEM COMETE I.M.P.O.: Também não é preso em flagrante o autor de infração de 
menor potencial ofensivo que se compromete a comparecer perante o Juizado Especial 
Criminal (art. 69, parágrafo único da Lei n.º 9.099/95). 
JECRIM, Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da 
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará 
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, 
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, 
for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o 
compromisso de a ele comparecer, NÃO se imporá prisão em 
flagrante, NEM se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o 
juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento 
do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. 
FLAGRANTE POR APRESENTAÇÃO: Não pode haver, segundo o Supremo Tribunal 
Federal, o flagrante por apresentação. Isto é, aquele que após cometer o crime se apresenta 
espontaneamente à autoridade policial não pode ser preso em flagrante, justamente por não 
apresentar o Periculum Libertatis. 
CRIMES HABITUAIS: crimes habituais são aqueles em que apenas se constata o crime 
em havendo reiteração de condutas. Assim, como a consumação se dá com várias condutas, 
não há que se falar em flagrante em crimes habituais. 
EXCLUDENTE DE ILICITUDE: Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o 
agente praticou o fato amparado sob uma excludente de ilicitude, poderá, 
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de 
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação (art. 310, parágrafo 
único). 
MODALIDADES 
No que tange ao tema de modalidades de flagrante, é preciso bifurcar o entendimento 
acerca da previsão. O art. 302 do CPP estabelece algumas hipóteses de flagrante, mas não 
todas que podem ser cobradas. Por isso, é preciso compreender um posicionamento legal e 
outro doutrinário. 
FLAGRANTES DO CPP (ART. 302) 
 Flagrante facultativo: realizado por qualquer um do povo. 
 Flagrante obrigatório: realizado por quem tem o poder-dever de agir, diga-se, 
pela polícia. 
 Flagrante próprio: Este tipo de flagrante também é conhecido como perfeito, 
real ou verdadeiro. Está previsto no Art. 302, I e II, do CPP e se caracteriza pela 
certeza visual do crime. É aquele em que o indivíduo: 
 1) Está cometendo; 
 2) acaba de cometer o delito; 
 3) Ainda se encontra no local do crime. 
 Flagrante impróprio: O flagrante impróprio é também conhecido como 
imperfeito, irreal ou quase-flagrante. Está previsto no Art. 302, III, do CPP. Para 
caracterizar o flagrante impróprio, é preciso: 
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MUDE SUA VIDA! 
4 
 1) Perseguição → Deve ser ininterrupta (não importa o prazo, nem mesmo o de 
24h). Segundo o CPP (art. 250 e 290), há duas situações em que estará 
caracterizada a perseguição: 
a) quando se avistar o indivíduo e se iniciar a perseguição, mesmo que o tenha 
perdido de vista posteriormente; 
b) quando se descobre que o indivíduo acaba de passar numa ou noutra direção 
e se segue em seu encalço, pouco importando o conhecimento de quem quer que 
seja. 
Havendo situação de fuga, e o agente entrar em residência (própria ou alheia), será 
conduzido o procedimento previsto no art. 293 do CPP: 
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o 
réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será 
intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for 
obedecido imediatamente, o executor convocará DUAS 
TESTEMUNHAS e, sendo dia, ENTRARÁ À FORÇA NA CASA, 
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da 
intimação ao morador, se não for atendido, fará GUARDAR TODAS 
AS SAÍDAS, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, 
arrombará as portas e efetuará a prisão. 
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto 
em sua casa será levado à presença da autoridade,para que se 
proceda contra ele como for de direito. 
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto 
no artigo anterior, no que for aplicável. 
 2) Logo após o cometimento do delito: “logo após” é o lapso temporal entre o 
acionamento da polícia, seu comparecimento ao local do delito e colheita de 
elementos necessários para que se dê início à perseguição; 
 3) Situação que faça presumir a autoria. 
ATENÇÃO! Mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não 
autoriza o ingresso sem mandado judicial ou consentimento do morador (REsp 
1574681/RS – STJ). 
 Flagrante presumido: o flagrante presumido é também conhecido como ficto ou 
assimilado. Está previsto no Art. 302, IV, do CPP. Não é necessário haver 
perseguição, bastando que o indivíduo seja encontrado com instrumentos que 
façam concluir ser ele o autor do crime. Além disso, deve-se atentar ao fato de a 
lei usar a expressão “logo depois”, ao invés de “logo após”, que caracteriza do 
flagrante impróprio. 
ESPÉCIES DE FLAGRANTE DA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA 
 Flagrante esperado: nesse caso, a autoridade policial limita-se a aguardar o 
momento da prática do delito para efetuar a prisão em flagrante. Importa frisar 
que não há induzimento nem agente provocador. Assim, o flagrante esperado é 
perfeitamente legal. 
 Flagrante prorrogado, retardado ou diferido: trata-se da famosa ação 
controlada. Consiste no retardamento da intervenção policial, que se deve dar no 
momento mais oportuno do ponto de vista da colheita de provas, obtenção de 
informações e efetivação de prisões. 
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MUDE SUA VIDA! 
5 
Ex. clássico: deixar de prender a “mula” para também poder prender os traficantes 
maiores, em momento posterior. 
Atualmente, a previsão da AÇÃO CONTROLADA está na Lei das Organizações 
Criminosas, a atual Lei 12.850/13, que dispõe: 
Art. 8° Consiste a ação controlada em retardar a intervenção 
policial ou administrativa relativa à ação praticada por 
organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob 
observação e acompanhamento para que a medida legal se 
concretize no momento mais eficaz à formação de provas e 
obtenção de informações. 
§ 1° O retardamento da intervenção policial ou administrativa será 
previamente COMUNICADO ao juiz competente que, se for o caso, 
estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
§ 2° A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não 
conter informações que possam indicar a operação a ser efetuada. 
§ 3° Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será 
restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como 
forma de garantir o êxito das investigações. 
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado 
acerca da ação controlada. 
Art. 9° Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o 
retardamento da intervenção policial ou administrativa somente 
poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que 
figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de 
modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, 
instrumento ou proveito do crime. 
Outra lei que admite o flagrante postergado é a lei 11.343/06, a famosa lei de drogas, a 
qual dispõe: 
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos 
crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, 
mediante AUTORIZAÇÃO JUDICIAL e ouvido o Ministério Público, 
os seguintes procedimentos investigatórios: 
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, 
constituída pelos órgãos especializados pertinentes; 
II - a NÃO-ATUAÇÃO policial sobre os portadores de drogas, seus 
precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua 
produção, que se encontrem no território brasileiro, com a 
finalidade de identificar e responsabilizar maior número de 
integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da 
ação penal cabível. 
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a 
autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário 
provável e a identificação dos agentes do delito ou de 
colaboradores. 
ATENÇÃO! Há, aqui, uma questão recorrente em concursos públicos: na Lei das 
Organizações Criminosas, não existe autorização judicial para a ação controlada. O que 
é exigido das autoridades é apenas a COMUNICAÇÃO ao Juiz competente, que não 
autorizará a ação, mas, se for o caso, estabelecer seus limites. É importante memorizar 
essa informação! 
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MUDE SUA VIDA! 
6 
 Flagrante forjado: Esse tipo de flagrante é também é conhecido como urdido ou 
maquinado. Ocorre quando autoridades policiais ou particulares criam provas de 
um crime inexistente, a fim de legitimar uma prisão em flagrante. 
Ex.: a patroa com orgulho ferido que coloca suas joias na bolsa da bela empregada e a 
acusa de furto. 
 Flagrante preparado: também é conhecido como flagrante provocado, crime de 
ensaio e delito putativo por obra do agente provocador. Possui dois requisitos: 
 1) Indução à prática do delito: quem induz a pessoa à prática do delito é 
chamado de agente provocador e pode ser tanto um particular quanto um 
policial; 
 2) Adoção de precauções para que o delito não seja consumado, o que torna o 
crime impossível, razão pela qual a prisão é ilegal. Nesta seara, é importante 
lembrar o conteúdo da Súmula 145 do STF: 
“Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua 
consumação”. 
ATENÇÃO! O flagrante PREPARADO e FORJADO são tipos ILEGAIS de flagrante! 
 Flagrante cataléptico: previsto na doutrina de Thiago Sifferman e Rilmo Braga, 
essa modalidade consiste em hipótese ilícita de flagrante, tendo em visto que 
acontece quando um funcionário público, ao prender alguém em flagrante, exige 
vantagem indevida. 
PROCEDIMENTO 
Os procedimentos a serem adotados por quem prende em flagrante vai desde captura do 
agente até o recolhimento ao xadrez. A doutrina aponta quatro momentos para a realização da 
prisão em flagrante. 
1. CAPTURA DO AGENTE 
A captura do agente pode ser feita por qualquer do povo que presencie o estado de 
flagrante. A polícia tem o dever de prender, podendo ser responsabilizada caso não faça. 
2. CONDUÇÃO COERCITIVA até a autoridade policial (ou judicial) 
Após a captura, o suposto criminoso deverá ser encaminhado à autoridade competente. 
Caso não haja delegado na circunscrição, o agente deverá ser encaminhado ao local mais 
próximo que exista uma autoridade policial. 
3. LAVRATURA DO APF 
O delegado de polícia, via de regra, é a autoridade competente para a lavratura do APF. 
No entanto, tal prerrogativa não é exclusiva. [E possível que outras autoridades presidam a 
lavratura do auto, quando o crime for cometido em sua presença (art. 307, CPP), como no caso 
de juízes e membros da CPI. 
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, 
ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a 
narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso 
e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela 
autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido 
imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato 
delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto. 
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MUDE SUA VIDA! 
7 
A autoridade, antes de lavrar o auto de prisão em flagrante (APF), deve comunicar 
imediatamente à família do preso ou pessoa indicada por ele a ocorrência da prisão. A 
providência é imperativa e a falta acarreta NULIDADE ABSOLUTA da prisão. Além da família 
ou outra pessoa, também deverá haver comunicação imediata ao MP e juiz (Art. 306, CPP). 
Quem preside a lavratura do APF é o escrivão, ao lado do delegado de polícia. Caso não haja 
um escrivão na hora, é possível a nomeação de qualquer do povo para oato, o qual deverá 
prestar o juramento (art. 305, CPP). 
 Oitiva do condutor: em seguida, ouve-se quem levou o preso até a autoridade 
policial. Suas declarações serão reduzidas a termo, colhida a assinatura, e a ele 
será entregue um recibo. Nesse recibo é constado o estado pelo qual o preso foi 
apresentado à autoridade policial, eximindo a responsabilidade do condutor a 
partir daí. 
 Oitiva das testemunhas: na sequência, serão ouvidas as testemunhas. Suas 
declarações também serão reduzidas a termo e assinadas. Como a lei cita 
testemunhas no plural, entende-se que haverá pelo menos duas. Nada impede 
que os policiais sirvam de testemunhas. Além disso, se eventualmente haver 
apenas uma testemunha, é possível a captura de mais uma, a qual legitima a 
apresentação do preso à autoridade. Essa é uma testemunha de formalidades, 
diga-se, fedatária. 
 Oitiva da vítima: embora a lei não cite a oitiva da vítima, é importante tomar a 
sua versão dos fatos, na expectativa de melhor eficiência do inquérito. Vale 
lembrar que sem a autorização da vítima nos crimes de ação penal pública 
condicionada e de ação penal privada não se pode concretizar a prisão em 
flagrante. 
 Oitiva do conduzido: o preso será ouvido, assegurando-lhe o direito ao silêncio. 
Admite-se a presença do advogado, contudo, não é imprescindível para o 
cumprimento da prisão. As declarações serão reduzidas a termo e assinadas. 
4. DESFECHO 
Ao finalizar as oitivas, deve o delegado responder a três perguntas: (1) A prisão foi 
lícita? (2) O preso é o suposto autor? (3) Houve mesmo crime? Caso a resposta seja afirmativa 
nestes três casos, a autoridade mandará o escrivão lavrar o APF e conduzirá o preso ao 
xadrez, assim, o delegado terá 24h para: 
 Encaminhar o APF ao juiz, o qual deverá relaxar a prisão se for ilegal. Em se 
tratando de hipótese lícita de flagrante, o juiz homologará o APF e concederá 
liberdade provisória (com ou sem fiança) ou converterá, se presente os 
requisitos, em prisão preventiva (de modo fundamentado). 
ATENÇÃO! O atraso no envio do APF ao juiz não constitui nulidade, mas apenas 
mera irregularidade (STJ). 
 Encaminhar cópia integral dos autos à defensoria pública se o preso não informar 
o nome do advogado; 
 Entregar a nota de culpa ao preso. Esse documento não é um reconhecimento do 
estado de flagrância, mas um documento resumido dos fatos, o qual indica quem 
o prendeu e os motivos da prisão. A não entrega da nota de culpa ao preso 
constitui nulidade absoluta. 
 
 
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8 
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA 
A lei 13.964/19 (pacote anticrime) alterou o art. 310 do CPP, no que tange à chamada 
audiência de custódia. Após 24 h recebido o APF, o juiz deverá realizar audiência de custódia, 
com todas as prerrogativas processuais ao preso. 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo 
máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da 
prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a 
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da 
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa 
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o 
agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos 
incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, 
FUNDAMENTADAMENTE, conceder ao acusado liberdade 
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos 
os atos processuais, sob pena de revogação. 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra 
organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de 
fogo de uso restrito, deverá DENEGAR a liberdade provisória, com 
ou sem medidas cautelares. 
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não 
realização da audiência de custódia no prazo estabelecido 
no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente 
pela omissão. 
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do 
prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de 
audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a 
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, 
sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão 
preventiva. 
ATENÇÃO! Informativo 663, STJ: não é cabível a realização de audiência de 
custódia por meio de videoconferência. 
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