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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
 Faculdade de Formação de Professores
 Departamento de História
 Disciplina: Sociologia Geral
 Docente: Gustavo Villela Lima da Costa
 Discentes: Franciele Cardoso da Silva e Igor Mendonça	Comment by Autor desconhecido: NOTA 10,0TRABALHO EXCELENTE, BEM ESCRITO E BEM ORGANIZADO.OS CONCEITOS FORAM MUITO BEM TRABALHADOS DE MODO ORIGINAL.
Atividade: Escolham DOIS dos filmes sugeridos nas atividades assíncronas como base para discutir o “espírito do capitalismo”, de acordo com Weber relacionando-o com o conceito do fetichismo da mercadoria em Marx, para compreendermos o fenômeno atual do “capitalismo de vigilância” (Zuboff).
Introdução
	Sabe-se que o debate realizado a respeito do sistema capitalista, suas características e consequências para o âmbito socioeconômico é um tema que vigora há muitas décadas no estudo das ciências sociais, sendo muito abordado por sociólogos renomados no meio, como Karl Marx e Max Weber. Estes foram responsáveis por uma série de pesquisas e pela elaboração de conceitos, cujos ajudaram a compreender melhor o funcionamento e a importância do capital, como o “espírito do capitalismo” e o “fetichismo da mercadoria”, o qual é fruto da invisibilização do trabalho. As definições propostas por tais autores se perpetuaram até a atualidade e são utilizadas como referências para o entendimento de fenômenos recentes, como é o caso do “capitalismo de vigilância”, termos usados para designar o modo em que o fetiche do capital tem se desenvolvido - através da coleta de dados.	Comment by Autor desconhecido: Zuboff – é dela o termo
Sendo assim, este trabalho possui como objetivo expor o significado do “Espírito do capitalismo”, na visão de Max Weber e a conceituação de “O caráter fetichista da mercadoria e seu segredo”, a partir das ideias Karl Marx. Em paralelo a isso, também será abordado o texto da autora Shoshana Zuboff, o “Big Other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização da informação", o qual retrata fatos contemporâneos e provenientes dos assuntos anteriores.	Comment by Autor desconhecido: ano	Comment by Autor desconhecido: ano	Comment by Autor desconhecido: ano
A fim de tornar as teorias mais visíveis, há diversas produções cinematográficas as quais retratam-as direta ou indiretamente, como é o caso do documentário “Privacidade Hackeada”, dos diretores Karim Amer e Jehane Noujaim, lançado em 2019 e “O dilema das redes”, de 2020 e dirigido por Jeff Orlowski. Esses filmes serão mencionados no trabalho para que possam servir como exemplos dos temas centrais.
2. Do espírito do capitalismo ao fetichismo da mercadoria
Na busca por analisar o denominado “espírito do capitalismo”, Weber (2004) precisou se atentar, minuciosamente, aos códigos morais presentes em determinados grupos sociais do mundo ocidental naquele contexto. De uma forma geral, a Europa do século XVI ainda vivia sob forte influência dos dogmas católicos, contrastados pela efervescência das reformas protestantes lideradas por Lutero. Nesse aspecto, o autor identifica que as reformas religiosas culminaram na primeira grande religião moderna: o protestantismo. Este cenário foi imprescindível para fomentar uma série de transformações no conjunto de costumes e valores morais (ethos) que faltavam para o amplo desenvolvimento do capitalismo moderno.	Comment by Autor desconhecido: ótimo
Portanto, ao discordar do luteranismo em alguns pontos, o movimento calvinista foi essencial no esforço de estimular novos valores morais, éticos e comportamentais, que de imediato se chocaram com os valores tradicionais já estabelecidos. A racionalidade e a ética do trabalho, nesta vertente, foram os pilares para uma série de novas interpretações do mundo e da vida que disputariam o campo das ideias na sociedade europeia. Com a preocupação geral em torno da predestinação e o que viria após a morte, o calvinismo - de uma forma bastante superficial - trabalhava com a visão de que o homem deveria abandonar uma vida de crendices e superstições, e, através do racionalismo metódico, focar no trabalho como fonte de prosperidade. Em suma, o ser humano deveria ter uma interpretação racional da existência.
Entretanto, tal processo não ocorreu de forma simples, muito menos dotado de unanimidade. Segundo Weber:
Para que essas modalidades de conduta de vida e concepção de profissão adaptadas à peculiaridade do capitalismo pudessem ter sido “selecionadas”, isto é, tenham podido sobrepujar outras modalidades, primeiro elas tiveram que emergir, evidentemente, e não apenas em indivíduos singulares isolados, mas sim como um modo de ver portado por grupos de pessoas. (2004: 48) 	Comment by Autor desconhecido: Boa escolha da citação direta
Weber (2004) complementa identificando o principal obstáculo enfrentado por esse novo estilo de vida pautado na “ética” no seu processo de reestruturação das práticas e hábitos sociais: o tradicionalismo. Ou seja, “o ser humano em função do ganho como finalidade da vida, não mais o ganho em função do ser humano como meio destinado a satisfazer suas necessidades materiais” (WEBER, 2004: 46)  não fazia sentido na concepção do indivíduo ainda não inserido na lógica racionalista. “O ser humano não quer “por natureza” ganhar dinheiro e sempre mais dinheiro, mas simplesmente viver, viver do modo como está habituado a viver e ganhar o necessário para tanto.” (WEBER, 2004: 53).	Comment by Autor desconhecido: ótimo
[...] a valorização racional do capital no quadro da empresa e a organização capitalista racional do trabalho ainda não haviam se tornado as potências dominantes na orientação da ação econômica. Foi precisamente essa atitude um dos mais fortes obstáculos espirituais com que se defrontou a adaptação dos seres humanos aos pressupostos de uma ordem econômica de cunho capitalista burguês. (WEBER, 2004: 51)
	Logo, o desencantamento do mundo foi fundamental para o desenvolvimento da civilização ocidental, e nisso, o calvinismo foi essencial para a promoção da ideia de modernidade. Desse modo, alguns elementos contidos nessas forças religiosas foram fundamentais para a conformação das bases necessárias para a consolidação, e posteriormente, o avanço do sistema capitalista de produção moderno. Em suma, Weber (2004) destaca que as reformas Luteranas tinham uma orientação estritamente religiosa, objetivando principalmente a salvação da alma. Sendo assim, as consequências econômicas eram imprevistas, e por vezes, malquistas. Por isso, entende-se o Calvinismo, através da sua ética particular, como um dos elementos necessários para entendermos as origens do capitalismo.	Comment by Autor desconhecido: Excelente.
Nota-se, diante do que foi apresentado anteriormente, a resistência do homem tradicional em assimilar, subitamente, esse novo ethos. Contudo, essas transformações ganhavam um caráter inelutável, forçando nos coletivos a adesão dessa nova ética. Weber discorre sobre “o desmoronamento da tradição e a irrupção mais ou menos enérgica  do livre lucro no seio mesmo dos grupamentos sociais” (2004: 51)	Comment by Autor desconhecido: Esse é um ponto central em weber tradicionalismo x racionalismo moderno
Atualmente a ordem econômica capitalista é um imenso cosmos em que o indivíduo já nasce dentro e que para ele, ao menos enquanto indivíduo, se dá como um fato, uma crosta que ele não pode alterar e dentro da qual tem que viver. Esse cosmos impõe ao indivíduo, preso nas redes do mercado, as normas de ação econômica. (WEBER, 2004: 48)
É uma questão habitual do ser humano modificar a forma das matérias para benefício próprio, sempre pensando em como tal alteração lhe será útil e, em tempos remotos, havia a clareza de que todo o trabalho realizado por este era apenas para seu conforto. No entanto, o que antes era visto como trivial e objeto de satisfação humana, com o decorrer das décadas, foi conquistando mais espaço no mundo capitalista e promoveu uma mudança nos objetivos da produção: a mercadoria se tornou mais importante do que a vida e os indivíduos passarama ser dominados por esta, ao passo que até mesmo as relações sociais fizeram-se onipresentes com elas porque assumiram o posto de centralidade de todo o movimento que envolve a criação. Houve um endeusamento dessas produções, chegando a possuírem um caráter místico e religioso, o qual Karl Marx teorizou no seu livro “O Capital” (1985) como uma espécie de fetichismo da mercadoria, porque passaram a ser veneradas assim como imagens e esculturas religiosas. Segundo Marx, “(…) esse caráter fetichista do mundo das mercadorias provém, como a análise precedente já demonstrou, do caráter social peculiar do trabalho que produz mercadorias.” (1985: 199) Sendo assim, entende-se que aconteceu o processo conhecido como “reificação”, onde as interações entre as pessoas foram alteradas para a relação entre coisas, fazendo com que o produto final de todo trabalho exercido por alguém seja a troca a fim adquirir o trabalho de outro indivíduo, trabalho este que se apresenta invisível na narrativa da mercadoria.	Comment by Autor desconhecido: ótimo
Apesar do teor sagrado que a mercadoria contém, é essencial ressaltar que somente ela é vista desta maneira, não a matéria-prima da qual ela foi gerada, distinção que é capaz de ajudar na compreensão das ideias propostas pelo sociólogo. É de consenso que determinado objeto pode ter um significado específico para algumas pessoas, mas tal simbologia não o consagra como importante, ao passo que, enquanto valor de uso, ele é algo real, concreto. O fator que define toda a adoração pelas mercadorias é o seu valor de troca, que foi definido por Marx como “uma maneira social específica de expressar o trabalho empregado numa coisa.” (1985, p.207) A verdadeira valorização é o preço que elas possuem ao serem vendidas e o tempo depositado na produção delas, sendo que são invisibilizados os processos pelos quais elas percorreram até o seu destino final. As formas de produzir, os recursos retirados da natureza, os equipamentos, as dificuldades encontradas pelos trabalhadores, a exploração cuja eles precisaram enfrentar para sobreviverem por meio do salário – tornando-se um trabalho escravo, as relações sociais constituídas ao longo do período de desenvolvimento, todos esses exemplos são ocultados e conquistam um papel fantasmagórico, à proporção que são resumidos unicamente na mercadoria. O feitio das mercadorias domina todas as esferas das relações sociais, inclusive o tempo e o ser humano tornou-se o meio da produção, não o alvo dela, visto que tal produção agora não é mais o capital, mas este evoluiu para produtor.	Comment by Autor desconhecido: Ponto central para além da veneração “divina’ das mercadorias	Comment by Autor desconhecido: ótimo
	O dinheiro é a forma finalizada do fetiche, servindo como um “agente fetichizador”, visto que ele é o propósito de toda a criação dentro do sistema capitalista. O contato entre os produtores é meramente enxergado como trocas de produções individuais e a própria força de trabalho deles tende a ser mercantilizada, fazendo com que os sujeitos produzam uns para os outros. Há um certo cuidado advindo de quem produz em desejar que a sua obra possua uma dualidade no caráter: útil e com considerável valor de troca. Apesar disso, a partir de quando a monetização se tornou uma prática cada vez mais recorrente e rigorosa, o preço dos produtos se estabeleceu como a centralidade de toda a atividade. De acordo com Marx, “somente a análise dos preços das mercadorias levou à determinação da grandeza do valor, somente a expressão monetária comum das mercadorias levou à fixação de seu caráter de valor.” (1985: 201) e complementa:	Comment by Autor desconhecido: Outro ponto fundamental: o dinheiro como fetiche
Se as mercadorias pudessem falar, diriam: É possível que nosso valor de uso interesse ao homem. Ele não nos compete enquanto coisas. Mas o que nos compete enquanto coisas é nosso valor. Nossa própria circulação como coisas mercantis demonstra isso. Nós nos relacionamos umas com as outras somente como valores de troca. (1985: 207)
2.1 Do fetichismo a vigilância
Ao observar toda a conjuntura descrita por Marx, pode-se constatar que a mercadoria é o ponto mais fundamental do processo produtivo, além de ser único realmente valorizado, o que culminou num fetichismo. Ela se estabilizou como a cerne do capitalismo e essa discussão tem sido feita desde o século XIX pelos sociólogos. No entanto, tal debate foi se moldando a partir das mudanças e evoluções na sociedade, principalmente em relação ao avanço tecnológico e as grandes empresas do ramo que dominam atualmente a economia. O fornecimento de informações pessoais através de bancos, planos de saúde, agências rodoviárias, redes sociais, entre outros, são responsáveis pelo big data, cujo analisa e interpreta um grande volume de dados.
A autora Shoshana Zuboff relata tal tema no seu texto Big other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação (2018), no qual enxerga-se o fetichismo da mercadoria ao compreender que as big techs vendem informações dos seus usuários uma para as outras, realizando a troca que está presente na teoria marxista. Segundo ZUBOFF, esse processo de extração de dados é “heterogêneo, não estruturado, transemiótico, descontextualizado, agnóstico” (2018: p.19), ou seja, o objetivo não é focar em um indivíduo específico, apresentando até mesmo uma certa indiferença com este, visto que o propósito é conseguir a maior massa de dados possíveis para construir perfis que se assemelham ao do usuário e assim controlar o seu tempo no mundo virtual, tal qual induzi-lo com propagandas. A empresa Google é a pioneira e a maior na área da big data e capitalismo de vigilância, agindo como interceptora de dados intencionalmente com fins comerciais. Zuboff afirma:	Comment by Autor desconhecido: ótimo
Muitos desses dados, juntamente com os fluxos das transações comerciais, são adquiridos, agregados, analisados, acondicionados e por fim vendidos por data brokers que operam (pelo menos nos Estados Unidos) de forma sigilosa, ao largo dos estatutos de proteção do consumidor e sem seu consentimento e conhecimento, ignorando seus direitos à privacidade e aos devidos procedimentos legais. (2018: p.28)
	Os documentários se mostram como ferramentas úteis para o aprendizado de alguns assuntos, como é o caso do “O dilema das redes” (2020), do diretor Jeff Orlowski e “Privacidade Hackeada” (2019) de Karim Amer, Jehane Noujaim. Eles apontam muitas das questões apresentadas pela Zuboff, enfatizando as propagandas mostradas virtualmente através da captação de informações pelo algoritmo, sendo o capitalismo de vigilância essencial para a obtenção de lucros por interlúdio do rastreamento de usuários, direcionando assim tais propagandas. Durante a produção, pessoas que atuam ou atuaram em altos cargos de empresas como a Google, o Twitter, o Facebook e o Pinterest contam sobre suas diversas experiências, mas todas contêm algo em comum: afirmam que as empresas competem pela atenção da pessoa à tela. Elas possuem serviços de internet que aparentam ser grátis, quando na realidade são pagos pelos anunciantes em troca da exposição de mercadorias. Há a comparação das redes sociais com o vício em drogas e asseguram que elas são o supercérebro global, enquanto os usuários são os neurônios manipuláveis e sem importância, servindo apenas para a sua manutenção.
Esse fator é a comprovação de que a inteligência artificial já domina o mundo - um exemplo é a forma a qual as pesquisas são complementadas automaticamente baseadas nas suas buscas anteriores e nos seus gostos, ao passo que integrantes do Vale do Silício chegaram a fazer cursos sobre como tornar a tecnologia persuasiva para aumentar a dependência. Além disso, “Privacidade Hackeada” ilustra o processo de perfilamento eleitoral feito pela Cambridge Analytica através do “roubo” de dados sem o consentimento dos usuários. As situações citadas, tanto a teórica de Shoshana Zuboff, quanto a cinematográfica de Jeff Orlowski, conectam-se com o fetichismo do capitalproposto por Karl Marx à medida que a mercadoria mais valiosa no sistema atual são os dados e as informações.	Comment by Autor desconhecido: isso
Através das contribuições de Weber (2004) sobre a racionalização que dá origem ao desencantamento do mundo, o autor desenvolve a ideia de burocratização da sociedade, no sentido de conformar as relações sociais baseadas em contratos, leis, documentos que dão previsibilidade, controle e estabilidade nas relações sociais. Segundo Weber	Comment by Autor desconhecido: Excelente debate weber-zuboff
A característica mais essencial do direito substantivo moderno, especialmente o direito privado, é o significado amplamente aumentado das transições legais, em particular dos contratos, como fonte de reivindicações garantidas por coerção legal [...] pode-se [...] designar o tipo de sociedade contemporânea [...] como um sociedade contratual.(1978: 669, apud ZUBOFF, 2018: 43)
Neste ponto, é possível citar Zuboff (2018) quando ela comenta sobre o “descontrato” ocasionado pelas mediatização do computador nas transações, afirmando que “um mundo mediado pelo computador transcende o mundo conformado pelo contrato, eliminando a governança e o Estado de direito” (p.41). Zuboff complementa:
A visão de Varian dos usos de transações mediadas por computador retira a incerteza do contrato, assim como a necessidade e a própria possibilidade de se desenvolver a confiança. Outra maneira de dizer isso é que os contratos são descolados do social e repensados como processos de máquinas. (2018: 42)
3. Considerações finais
	A partir das constatações feitas ao longo do texto, pode-se concluir que as teorias de Max Weber e Karl Marx a respeito do espírito do capitalismo e fetichismo da mercadoria, respectivamente, são diretamente interligadas com o atual debate sobre o capitalismo de vigilância e o Big Data, os quais foram propostos pela autora Shoshana Zuboff. A recorrente busca pelo lucro viabilizada principalmente por órgãos religiosos evoluiu imensamente até o ponto das mercadorias conquistarem o espaço que ocupam na atualidade, como um sujeito mais importante do que a vida e as relações de trabalho. Com a ascensão dos meios tecnológicos, internet e redes sociais, ocorreu uma facilitação para que tais mercadorias se transformassem nos dados nos indivíduos, fazendo com que nossas informações tenham se tornado os bens mais lucrativos do Vale do Silício e em muitos casos, são até mesmo vazados, questões relatadas nos documentários O dilema das redes e Privacidade hackeada.
Portanto, é necessário se atentar à essas discussões e mantê-las sempre presentes no meio acadêmico e no próprio cotidiano, visto que, como é ressaltado no texto e nas produções cinematográficas, é algo que pode ser prejudicial, vicioso e caso tais dados sejam utilizados com um intuito negativo, tende a maleficiar o usuário. Paralelamente a isso, também são indispensáveis as reflexões sobre o poderio do capitalismo desde a antiguidade até o mundo pós-moderno.	Comment by Autor desconhecido: Ótima conclusão
Referências bibliográficas:
MARX, K. O caráter fetichista da mercadoria e seu segredo. In: MARX, K. O capital. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985. v. 1.
O dilema das Redes. Jeff Orlowski. Local: EUA, 2020.
PRIVACIDADE Hackeada. Karim Amer & Jehane Noujaim. Local: EUA Produtora, 2019. 
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, edição de Antônio Flávio Pierucci e tradução de José Marcos Mariani de Macedo, Companhia das Letras, 2004. 
Zuboff, S. (2018). Big other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação. In: Bruno, F., Cardoso, B., Kanashiro, M., Guilhon, L., Melgaço, L. (orgs.) Tecnopolíticas da vigilância: Perspectivas da margem. São Paulo, Brasil: Boitempo.

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