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APOSTILA DE MICROBIOLOGIA B R U NA C A VA L C A N TE - M O NI T O R A D E M I C R O B I O L O G I A - M ED I C I NA V ET ER I NÁ R I A / U D F Introdução à Microbiologia [do grego: mikros (“pequeno”), bios (“vida”) e logos (“ciência”)] ➢ É o estudo dos organismos microscópicos e de suas atividades. Preocupa-se com a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia, o metabolismo e a identificação dos seres microscópicos. Inclui o estudo da sua distribuição natural, suas relações recíprocas e com outros seres vivos, seus efeitos benéficos e prejudiciais. ➢ Inclui a compreensão da resistência antimicrobiana, seus mecanismos e as possíveis alternativas terapêuticas frente ao importante desafio da atualidade. Além do estudo das doenças com potencial zoonótico e daquelas transmitidas a partir de alimentos de origem animal. ➢ Todos os sistemas biológicos têm as seguintes características comuns: o Habilidade de reprodução; o Capacidade de ingestão ou assimilação de substâncias alimentares, metabolizando-as para suas necessidades de energia e de crescimento; o Habilidade de excreção de produtos de escória; 4) capacidade de reagir a alterações do meio ambiente (algumas vezes chamada de "irritabilidade"), o Suscetibilidade à mutação. ➢ Os principais grupos de microrganismos são os protozoários, fungos, algas e bactérias. Os vírus, apesar de não serem considerados vivos, têm algumas características de células vivas e por isso são estudados como microrganismos. Histórico ➢ Egípcios: Protegiam tumbas com esporos de Aspergillus. ➢ Bíblia: Descrição da lepra (1000 a.C.), proibição do consumo de certas carnes (Deuteronômio – 600 a.C.). ➢ Grécia (~400aC): Tucídides verificou que os pacientes que sobreviviam à praga ficavam protegidos e podiam cuidar dos doentes. ➢ China (50 a.C.): uso de sandálias mofadas para o controle de infecções bacterianas nos pés. ➢ Roma (100 d.C.): Marcus Varro alertava que diminutas criaturas de certos ambientes entravam no corpo e causavam doenças. Até o século XVII, o avanço da microbiologia foi prejudicado pela falta de equipamentos apropriados para observar os micróbios. ➢ 1665: Robert Hooke - relatou que as menores unidades vivas eram “pequenas caixas”, ou “células”. o Teoria celular ➢ 1673 -1723: Anton van Leeuwenhoek - foi o primeiro a observar micro- organismos vivos através de lentes de aumento com resolução de 300 a 500 vezes. o Observou e descreveu os microrganismos ("animálculos“) o Fez desenhos detalhados de “animálculos” de água da chuva, de suas próprias fezes e de material raspado de seus dentes – Sociedade Real de Londres ▪ “eu posso julgar por mim mesmo (apesar de limpar a minha boca, como já disse), que todas as pessoas que vivem nesse país não são tantas quanto os animais vivos que eu carrego em minha própria boca hoje” Leeuwenhoek é considerado o fundador da microbiologia A Microbiologia como Ciência começa a ter um verdadeiro avanço a partir de meados do século XIX, com o desenvolvimento de microscópios de alta qualidade juntamente com o aperfeiçoamento de técnicas de esterilização e cultivo de microrganismos. ➢ 1857 a 1914 - Avanços rápidos - Pasteur e Robert Koch ➢ Louis Pasteur (1822-1896)- 1º cientista a atribuir uma função biológica para os microrganismos o Relatou descobertas nas fermentações microbianas, pasteurização de produtos e alimentos e desenvolvimento de vacinas efetivas – carbúnculo e raiva ➢ Robert Kock (1843 – 1910)- Médico alemão - demonstrou o significado etiológico das bactérias com agentes de doença infecciosa; Surgimento de duas teorias: ➢ Teoria da abiogênese (geração espontânea), onde os cientistas que defendiam esta teoria acreditavam que os “animálculos” se originavam da composição de plantas e tecidos de diversos animais. ➢ Teoria da biogênese que era muito defendida pelo cientista francês Louis Pasteur, que através de 2 experimentos conseguiu demonstrar a impossibilidade da geração espontânea. Fermentação e pasteurização ➢ Antigamente, muitos cientistas acreditavam que o ar convertia os açúcares desses fluidos em álcool. Micro-organismos chamados de leveduras convertiam os açúcares em álcool na ausência de ar → fermentação ➢ Grupo de mercadores franceses pediu a Pasteur que descobrisse porque o vinho e a cerveja azedavam. Assim surgiu o desenvolvimento de um método que impedisse a deterioração dessas bebidas. O azedamento e a deterioração eram causados por microorganismos diferentes. Na presença de ar, as bactérias transformam o álcool da bebida em vinagre (ácido acético). A solução de Pasteur para o problema da deterioração foi o aquecimento da cerveja e do vinho o suficiente para matar a maioria das bactérias que causavam o estrago → Pasteurização. ➢ No final da década de 1870, Koch interessou-se pelo carbúnculo. Analisando sangue de vítimas do carbúnculo ao microscópio, observou a presença de uma bactéria de grandes dimensões. Desenvolvendo técnicas microbiológicas, Koch conseguiu isolar a bactéria. Animais sadios inoculados com a bactéria purificada apresentavam os sintomas clássicos do carbúnculo. A partir do sangue destes animais, Koch isolou novamente mesma bactéria. Ele repetiu o experimento, sempre re- isolando a bactéria dos animais experimentalmente infectados até que tivesse certeza que tinha encontrado o agente da doença. Em 1877, Koch formulou um conjunto de postulados os quais afirmava deveriam ser adotados para que se aceitasse uma relação entre um micro-organismo em particular e uma doença. Outros cientistas: ➢ 1860 surgiu, Joseph Lister um médico inglês. Ele voltou à sua atenção para a criação de um método de desinfecção do campo operatório e propôs que durante a realização da cirurgia fosse vaporizado ácido fênico Koch também descobriu os agentes etiológicos da cólera e da tuberculose, as bactérias Vibrio cholerae e Mycobacterium tuberculosis, respectivamente. A bactéria M. tuberculosis é ainda hoje denominada bacilo de Koch. Seus estudos, combinados com os de Pasteur, estabeleceram a Teoria do Germe da Doença. ➢ 1876, um médico alemão chamado Robert Koch, finalmente conseguiu relacionar os micróbios com as doenças. Neste mesmo ano surgiu os quatros postulados de Koch. ➢ Alexander Fleming, médico e bacteriologista escocês, 1928, testando outros antissépticos, plaqueou Estafilococos, e percebeu que uma de suas placas havia crescido um fungo e que em volta deste fungo o micróbio não crescia. Penicillium produzia substância denominada penicilina. Microscopia Óptica ➢ Microscopia de Luz: Também chamada de microscopia óptica, permite a observação de detalhes de até 200 nanômetros. Os microscópios ópticos são, geralmente, utilizados em laboratórios de análises e se dividem em: o Microscópio ultravioleta o Microscópio de fluorescência o Microscópio de contraste de fase o Microscópio de polarização ➢ Microscopia Eletrônica: Utilizam um feixe de elétrons. Sua capacidade de ampliação é superior a dos microscópios de luz, atingindo um nível de resolução de 0,2 nanômetros. Os tipos principais são: o Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) o Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET) Características Gerais dos Microrganismos Árvore filogenética da vida proposta por Carl Woese (1990) baseada na análise comparativa de sequências de RNA ribossomal Procariontes e Eucariontes EUCARIONTE PROCARIONTE Todas as células se compõem de duas regiões internas principais conhecidas como núcleo e citoplasma. O núcleo, que é circundado pelo citoplasma, contém todas as informações genéticas do organismo, sendo responsável pela hereditariedade. O citoplasma é a sede primária dos processos de síntese e o centro das atividades funcionaisem geral. Em algumas células, o núcleo é circundado por uma membrana denominada de membrana nuclear ou carioteca. De acordo com as características da célula de um organismo, é possível classificá-lo em procarionte ou eucarionte. Em geral, os organismos procariontes apresentam células mais simples que as presentes nos eucariontes. ➢ Célula procarionte- a característica mais marcante de uma célula procarionte é a ausência de um núcleo definido. Isso quer dizer que o material genético não está envolto por uma membrana nuclear e, portanto, fica disperso no citoplasma. Nos procariontes, são encontrados ainda o cromossomo bacteriano e os plasmídeos (pequenas moléculas de DNA circular livres no citoplasma). O cromossomo bacteriano possui genes que codificam as proteínas necessárias para o funcionamento da célula. Já nos plasmídeos, os genes que codificam proteínas relacionam- se a algumas funções adaptativas, como a resistência a antibióticos. Vale destacar, que a célula procarionte não se diferencia apenas pela ausência de um núcleo. Nessas células, também não há a presença de organelas membranosas. Isso significa que não são encontradas estruturas como mitocôndrias, retículos endoplasmáticos, complexo golgiense e vacúolos. Além disso, não há a presença de citoesqueleto (conjunto de filamentos proteicos que formam uma espécie de rede na célula). A ausência desses filamentos impede a realização da endocitose e da exocitose pela célula. Como representantes de organismos procariontes, é possível citar as bactérias e algas azuis. ➢ Célula eucarionte- são mais complexas quando comparadas às procariontes. Como principal critério de diferenciação entre elas, há a presença de um núcleo verdadeiro na eucarionte, em que o material https://brasilescola.uol.com.br/biologia/celulas-procariontes.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/celulas-eucariontes.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/nucleo-das-celulas.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/dna.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/mitocondrias.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/reticulo-endoplasmatico.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/complexo-golgi.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/complexo-golgi.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/vacuolos.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/endocitose.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/exocitose.htm genético é envolvido por uma membrana nuclear. Nessas células, não há plasmídeos. Além da presença de núcleo, a célula eucarionte destaca-se por possuir diversos compartimentos distintos separados por membranas. Esses compartimentos são as organelas membranosas, como o retículo endoplasmático, o complexo golgiense, a mitocôndria e os cloroplastos. Essas células também possuem citoesqueleto, portanto, realizam endocitose e exocitose. Como representantes dos organismos eucariontes, é possível citar os protozoários, algas, fungos, plantas e animais. Principais características dos grupos de microrganismos ➢ Bactérias – são procariotos, carecem de membrana nuclear e outras estruturas celulares organizadas observadas em eucariotos. ➢ Fungos – podem ser unicelulares ou multicelulares. São eucariotos e possuem parede celular rígida. Os fungos não ingerem alimentos e obtêm os nutrientes do ambiente através de absorção ➢ Vírus – representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Não são células como as descritas anteriormente, contêm somente um tipo de ácido nucleico, RNA ou DNA que é circundado por um envelope proteico ou capa. Devido à ausência de componentes celulares necessários para o metabolismo ou reprodução independente, o vírus pode multiplicar-se somente dentro de células vivas, por isso não são considerados seres vivos por não possuírem vida própria ➢ Protozoários – são microrganismos eucarióticos unicelulares. Como os animais ingerem partículas alimentares, não apresentam parede celular rígida e não contêm clorofila. Movem-se através de cílios, flagelos ou pseudópode. São amplamente distribuídos na natureza, principalmente, em ambientes aquáticos. Muitos são nocivos aos animais. Os protozoários são estudados na ciência da Parasitologia. ➢ Algas – são semelhantes às plantas por possuírem clorofila que participa do processo de fotossíntese e apresentam uma parede celular rígida. São eucariotos e podem ser unicelulares ou multicelulares com vários metros de comprimento. Podem ser nocivas por produzirem toxinas. Entretanto, https://brasilescola.uol.com.br/biologia/cloroplastos.htm algumas espécies são usadas nas indústrias de alimentos, farmacêuticas, cosméticos e para o uso em laboratório. Classificação de microrganismos no cultivo celular: ➢ Quanto ao pH: o Acidófilos: crescimento ótimo em pH abaixo de 7 o Mesófilos: crescimento ótimo em pH em torno de 7 o Alcalófilos: crescimento ótimo em pH acima de 7 ➢ Quanto à quantidade de oxigênio disponível: o Aeróbios: crescem apenas em presença de oxigênio livre; o Anaeróbios: crescem apenas na ausência de oxigênio livre; o Microaeróbios: crescem sob baixa tensão de oxigênio livre; o Anaeróbios facultativos: são anaeróbios, porém crescem em condições aeróbias. ➢ Quanto à temperatura: o Psicrófilos: ótimo crescimento a 10ºC, porém toleram temperaturas entre -10ºC a 20ºC. Microrganismos típicos de ambientes glaciais; o Psicrotróficos: ótimo crescimento a 20ºC, porém toleram temperaturas entre 0ºC a 30°C. Microrganismos típicos de ambientes refrigerados. o Mesófilos: ótimo crescimento a 35°C, porém toleram temperaturas entre 10ºC a 45ºC. Microrganismos típicos do ambiente e da microbiota humana e de animais. o Termófilos: ótimo crescimento a 60°C, porém toleram temperaturas entre 40ºC a 70ºC. Microrganismos típicos de compostagem ou processos térmicos; o Extremófilos: ótimo crescimento a 90ºC, porém toleram temperaturas entre 65ºC a 110ºC. Microrganismos típicos de ambientes quentes (vulcões, regiões termais, gêiser). Bacteriologia Características gerais das bactérias ➢ São seres unicelulares, aparentemente simples, sem carioteca, ou seja, sem membrana delimitante do núcleo. Ha um único compartimento, o citoplasma. ➢ O material hereditário, uma longa molécula de DNA, esta enovelada na região, aproximadamente central, sem qualquer separação do resto do conteúdo citoplasmático. Suas paredes celulares, quase sempre, contém o polissacarídeo complexo peptideoglicano. ➢ Usualmente se dividem por fissão binaria. Durante este processo, o DNA e duplicado e a célula se divide em duas. Tamanho ➢ Invisíveis a olho nu, só podendo ser visualizada com o auxílio do microscópio, as bactérias são normalmente medidas em micrometros (μm), que são equivalentes a 1/1000mm (10-3mm). As células bacterianas variam de tamanho dependendo da espécie, mas a maioria tem aproximadamente de 0,5 a 1μm de diâmetro ou largura. Morfologia Ha uma grande variedade de tipos de bactérias e suas formas variam, dependendo do gênero da bactéria e das condições em que elas se encontram. Apresentam uma das três formas básicas: cocos, bacilos e espirilos. ➢ Cocos – são células geralmente arredondadas, mas podem ser ovoides ou achatadas em um dos lados quando estão aderidas a outras células. Os cocos quando se dividem para se reproduzir, podem permanecer unidos uns aos outros, o que os classificam em: o Diplococos – são os que permanecem em pares após a divisão. o Estreptococos - são aqueles que se dividem e permanecem ligados em forma de cadeia. o Tetrades – são aqueles que se dividem em dois planos e permanecem em grupos de quatro. o Estafilococos - são aqueles que se dividem em múltiplos planos e formam cachos (forma de arranjo). o Sarcinas - são os que se dividem em três planos, permanecendo unidos em forma de cubo com oito bactérias. ➢ Bacilos – são células cilíndricasou em forma de bastão. Existem diferenças consideráveis em comprimento e largura entre as várias espécies de bacilos. As porções terminais de alguns bacilos são quadradas, outras arredondadas e, ainda, outras são afiladas ou pontiagudas. o Diplobacilos- são bacilos dispostos aos pares; o Estreptobacilos- são bacilos unidos formando uma cadeia. o Cocobacilos- são um tipo de bactéria com uma forma intermédia entre os cocos e os bacilos. Por essa razão, os cocobacilos têm forma de bastonetes muito curtos que podem ser confundidos com cocos. ➢ Espirilos – são células espiraladas ou helicoidais assemelhando-se a um saca-rolha. o Espiroquetas: Bactérias em espiral que são mais flexíveis e locomovem-se por contrações citoplasmáticas; o Vibriões: Bactérias que apresentam corpo semelhante a uma vírgula. Existem modificações dessas três formas básicas (cocos, bacilos e espirilos), chamada de pleomorficas. O pleomorfismo é a alteração da forma básica da bactéria decorrente de contaminação da cultura, envelhecimento da cultura, entre outros fatores. Estruturas bacterianas ➢ Através do microscópio, é possível observar uma diversidade de estruturas, funcionando juntas numa célula bacteriana. Algumas dessas estruturas são encontradas externamente fixadas a parede celular, enquanto outras são internas. A parede celular e a membrana citoplasmática são comuns a todas as células bacterianas. ➢ Parede celular- é uma estrutura rígida que mantem a forma característica de cada célula bacteriana. A estrutura é tão rígida que mesmo altas pressões ou condições físicas adversas raramente mudam a forma das células bacterianas. É essencial para o crescimento e divisão da célula. As paredes celulares das células bacterianas não são estruturas homogêneas, apresentam camadas de diferentes substancias que variam de acordo com o tipo de bactéria. Elas diferem em espessura e em composição. Além de dar forma a bactéria, a parede celular serve como barreira para algumas substancias, previne a saída de certas enzimas, assim como a entrada de certas substancias químicas e enzimas indesejáveis, que poderiam causar danos a célula. Nutrientes liquidos necessários a célula tem passagem permitida. ➢ Membrana citoplasmática- localiza-se imediatamente abaixo da parede celular. A membrana citoplasmática é o local onde ocorre a atividade enzimática e do transporte de moléculas para dentro e para fora da célula. É muito mais seletiva a passagem de substancias externas que a parede celular. Estruturas externas a parede celular: ➢ Glicocálice- significa revestimento de açúcar – é um envoltório externo a membrana plasmática que ajuda a proteger a superfície celular contra lesões mecânicas e químicas. E composto de moléculas de açúcar associadas aos fosfolipídios e as proteínas dessa membrana. O glicocálice bacteriano e um polímero viscoso e gelatinoso que está situado externamente a parede celular. Na maioria dos casos, ele é produzido dentro da célula e excretado para a superfície celular. O glicocálice é descrito como uma capsula. Em certas espécies, as capsulas são importantes no potencial de produção de doenças da bactéria. As capsulas, frequentemente, protegem as bactérias patogênicas da fagocitose pelas células do hospedeiro. ➢ Flagelos e cílios- significa chicote – longo apêndice filamentoso que serve para locomoção. o Se as projeções são poucas e longas em relação ao tamanho da célula, são denominados flagelos. o Se as projeções são numerosas e curtas lembrando pelos, são denominados cílios. Existem quatro tipos de arranjos de flagelos, que são: o Monotríquio (um único flagelo polar). o Anfitríquio (um único flagelo em cada extremidade da célula). o Lofotríquio (dois ou mais flagelos em cada extremidade da célula). o Peritríquio (flagelos distribuídos por toda célula). As bactérias móveis contem receptores em várias localizações, como dentro ou logo abaixo da parede celular. Estes receptores captam os estímulos químicos, como o oxigênio, a ribose e a galactose. Em resposta aos estímulos, a informação é passada para os flagelos. Se um sinal quimiotático (estimulo químico) for positivo, denominado atraente, as bactérias se movem em direção ao estimulo com muitas corridas e poucos desvios. Se um sinal e negativo, denominado repelente, a frequência de desvios aumenta à medida que a bactéria se move para longe do estimulo. As bactérias patogênicas flageladas são consideradas mais virulentas que as não flageladas. ➢ Filamentos axiais- são feixes de fibrilas que se originam nas extremidades das células e fazem uma espiral em torno destas. A rotação dos filamentos produz um movimento que propele as espiroquetas (bactérias que possuem estrutura e motilidade exclusiva), em um movimento espiral. Este movimento e semelhante ao modo como o saca- rolha se move, permitindo que as bactérias se movam efetivamente através dos tecidos corporais. ➢ Fimbrias e pili- são apêndices semelhantes à pelos mais curtos, mais retos e mais finos que os flagelos, são usados para fixação em vez de motilidade. Essas estruturas, que distribuídas de modo helicoidal em torno de um eixo central, são divididas em fimbrias e pili, possuindo funções diversas. o As fimbrias permitem as células aderir as superfícies, incluindo as de outras células. o Os pili (singular pilus), normalmente, são mais longos que as fimbrias, havendo apenas um ou dois por célula. Os pili unem-se as células bacterianas na preparação para transferência de DNA de uma célula para outra. ➢ Área nuclear ou nucleoíde- contém uma única molécula circular longa de DNA de dupla fita, o cromossomo bacteriano. É a formação genética Virulenta- Que tem alta capacidade de se multiplicar num organismo provocando doença. da célula que transporta toda informação necessária para as estruturas e as funções celulares. ➢ Ribossomos- servem como locais de síntese proteica. São compostos de duas subunidades, cada qual consistindo de proteínas e de um tipo de RNA denominado ribossômico (RNAr). Os ribossomos procarióticos diferem dos eucarióticos no número de proteínas e de moléculas de RNA. ➢ Devido a essa diferença, a célula microbiana pode ser morta pelo antibiótico, enquanto a célula do hospedeiro eucariótico permanece intacta. ➢ Esporos- os esporos se formam dentro da célula bacteriana, chamada de endósporos, são exclusivos de bactérias. São células desidratadas altamente duráveis, com paredes espessas e camadas adicionais. Os generos Bacillus e Clostridium podem apresentar esporos, estruturas que constituem formas de defesa e não devem ser confundidas com unidades reprodutivas. Na forma de esporos, essas bactérias tem a capacidade de resistir a ação de agentes químicos diversos, as temperaturas inadequadas, aos meios de radiação, ácidos e outras condições desfavoráveis. ➢ Plasmídeos- são moléculas de DNA de dupla fita pequenas e circulares. Não estão conectados ao cromossomo bacteriano principal e replicam-se, independentemente, do DNA cromossômico. Podem ser ganhos ou perdidos sem lesar a celular e transferidos de uma bactéria para outra. Podem transportar genes para atividades como a resistência aos antibióticos, tolerância aos metais tóxicos, produção de toxinas e síntese de enzimas. Quanto mais alto o peso molecular maior será sua importância. Cada plasmídeo tem uma função própria, os que não tem função são crípticos e apresentam baixo peso molecular. Reprodução Quando os microrganismos estão em um meio apropriado (alimentos, meios de cultura, tecidos de animais ou plantas) e em condições ótimas para o crescimento, um grande aumento no número de células ocorre em um período de tempo relativamente curto. A reprodução das bactérias se dá, principalmente, de forma assexuada, em que novas células iguais aque deu origem são produzidas. As bactérias se reproduzem assexuadamente por fissão binária, na qual uma única célula parental simplesmente se divide em duas células filhas idênticas. Anteriormente a divisão celular, os conteúdos celulares se duplicam e o núcleo é replicado. O tempo de geração, ou seja, o intervalo de tempo requerido para que cada microrganismo se dívida ou para que a população de uma cultura duplique em número é diferente para cada espécie e é fortemente influenciado pela composição nutricional do meio em que o microrganismo se encontra. Alguns procariotos se reproduzem assexuadamente por modelos de divisão celular diferentes da fissão binária, tais como: o Brotamento – a célula-mãe expele, de forma lenta, uma célula-filha que brota de maneira a originar uma nova bactéria. As células-filhas podem se manter agregadas as células-mães, após sucessivos brotamentos forma-se uma colônia. o Fragmentação – formação de filamentos, cada um deles inicia o crescimento de uma nova célula. Ex. Nocardia sp o Formação de esporos – produção de cadeias de esporos externos. ➢ Reprodução Sexuada- As bactérias não apresentam nenhum tipo de reprodução sexuada, e sim recombinação genética que pode ocorrer por transformação, transdução ou conjugação. o Transformação- ocorre com algumas bactérias que conseguem absorver fragmentos de DNA que se encontram dispersos no meio. Esses fragmentos são incorporados ao material genético das bactérias transformando-as. o Transdução- ocorre troca de material genético entre bactérias com a participação de um bacteriófago. o Conjugação- assim como ocorre na transformação e na transdução, é a passagem de DNA de uma célula doadora para uma receptora. No caso da conjugação, é necessário o contato entre as células bacterianas, sendo que a doadora possui um plasmídeo conjugativo, que possui genes que codificam, por exemplo, para o pili F (F= fertilidade). Este se liga a célula bacteriana receptora e recebe uma fita do Plasmídeo. Como as fitas são complementares, a que ficou serve de molde para outra fita e a que foi para outra célula também. A conjugação é uma forma de recombinação genética entre as bactérias. Como não há aumento no número de células bacterianas, não pode ser considerada uma forma de reprodução. Divisão das bactérias ➢ As bactérias são divididas em dois grandes grupos: as eubactérias e as arqueobactérias. o As eubactérias apresentam composição da parede celular diferente das arqueobactérias, geralmente aparecem aos pares, em cadeias, formando tétrades ou agrupadas. Algumas apresentam flagelos, favorecendo seu deslocamento rapidamente em liquidos. São de grande importância na natureza e na indústria, sendo essenciais na reciclagem de lixo orgânico e na produção de antibiótico como a estreptomicina. As infecções causadas pelas eubactérias incluem as estreptocócicas de garganta, tétano, peste, cólera e tuberculose. o As arqueobactérias assemelham-se as eubactérias quando observadas por meio de um microscópio, mas existem diferenças importantes quanto a sua composição química, a atividade e ao meio ambiente em que se desenvolvem tais como em elevada concentração de salina ou acidez elevada e altas temperaturas a exemplo de piscinas térmicas e lagoas salinas. Classificação- Coloração de Gram ➢ A coloração de Gram é um passo muito importante na caracterização e classificação inicial das bactérias. Afinal, esse método de coloração permite que as bactérias sejam visualizadas no microscópio óptico, uma vez que sem a coloração é impossível observá-las ou identificar sua estrutura. O procedimento de coloração de Gram permite que as bactérias retenham a cor com base nas diferenças nas propriedades químicas e físicas da parede celular. De fato, o uso dos corantes permite aumentar o contraste e evidenciar a estrutura bacteriana. A coloração envolve 3 etapas principais: o Coloração com violeta de cristal (um corante solúvel em água, roxo); o A descoloração (utilizando etanol / acetona); o A contra-coloração (utilizando corante Safranina, vermelho). ➢ Gram-positivas retém o cristal violeta devido à presença de uma espessa camada de peptidoglicano (polímero constituído por açúcares e aminoácidos que originam uma espécie de malha na região exterior à membrana celular das bactérias) em suas paredes celulares, apresentando-se na cor roxa. Exemplos de bactérias Gram-positivas BACILLUS, NOCARDIA, CLOSTRIDIUM, PROPIONIBACTERIUM, ACTINOMYCES, ENTEROCOCCUS, CORNYEBACTERIUM, LISTRIA, LACTOBACILLUS, GARDNERELLA, MYCOPLASMA, STAPHYLOCOCCUS, STREPTOMYCES, STREPTOCOCCUS. ➢ Gram-negativas possuem uma parede de peptidoglicano mais fina que não retém o cristal violeta durante o processo de descoloração e recebem a cor vermelha no processo de coloração final. Exemplos de bactérias Gram-negativas ESCHERICHIA, HELICOBCATER, HEMOPHILUS, NEISSERIA, KLEBSIELLA, ENTEROBACTER, CHLAMYDIA, PSEUDOMONAS, SALMONELLA, SHIGELLA. ➢ Coloração de Ziehl-Neelsen- BAAR- O método de coloração de Ziehl- Neelsen é utilizado para a detecção dos BAAR (bacilos álcool-ácido- resistentes). A alta concentração de ácidos micólicos em sua parede celular, faz com que a estrutura dessas bactérias tenha propriedades hidrofóbicas, tornando-as evidentes apenas quando submetidas a técnicas de colorações especiais. Morfotintorialmente, as micobactérias apresentam-se na forma de bacilos, sutilmente curvos ou retos, álcool- ácido-resistentes. Micologia ➢ Os fungos são organismos eucarióticos, heterotróficos e, geralmente, multicelulares. São encontrados na superfície de alimentos, formando colônias algodonosas e coloridas. Os mais conhecidos são os bolores, os cogumelos, as orelhas-de-pau e as leveduras (fermentos). Os fungos, em sua maioria, são constituídos por filamentos microscópicos e ramificados, as hifas. O conjunto de hifas de um fungo constitui o micélio. Os fungos tem nutrição heterotrófica porque necessitam de matéria orgânica, provenientes dos alimentos, para obtenção de seus nutrientes. A maioria vive no solo, alimentando-se de cadáveres de animais, de plantas e de outros seres vivos. Esse modo de vida dos fungos causa o apodrecimento de diversos materiais e por isso são chamados de saprofíticos. Certas espécies de fungos são parasitas e outras vivem em associações harmoniosas com outros organismos, trocando benefícios. Características dos fungos em relação às bactérias Os fungos são geralmente adaptados a ambientes que poderiam ser hostis as bactérias. Todavia, diferem das bactérias em determinadas necessidades ambientais e nas características estruturais e nutricionais apresentadas a seguir: ➢ Apresentam a parede celular com presença de substancias quitinosas e células com organelas membranosas (mitocôndrias, complexo de golgi, vacúolo). ➢ Não possuem células moveis em todos os estágios do ciclo de vida. ➢ Reserva de energia na forma de glicogênio. ➢ Os fungos normalmente crescem melhores em ambientes em que o pH é muito ácido, o qual são desfavoráveis para o crescimento da maioria das bactérias comuns. ➢ Quase todos possuem forma aeróbica. Algumas leveduras são anaeróbicas facultativas. ➢ A maioria dos fungos é mais resistente a pressão osmótica que as bactérias; muitos, consequentemente, podem crescer em altas concentrações de açúcar ou sal. ➢ Podem crescer sobre substancias com baixo grau de umidade, geralmente tão baixo que impede o crescimento de bactérias. ➢ Necessitam de menos nitrogênio para um crescimento equivalente ao das bactérias. ➢ São capazes de metabolizar a carboidratos complexos, tais como lignina (madeira), que as bactérias não podem utilizar como nutriente. As características citadas, anteriormente, nos mostram que os fungos se desenvolvem em substratos diversos como paredes debanheiro, couro de sapatos e jornais velhos. Tipo de alimentação: ➢ Os fungos apresentam grande variedade em relação aos modos de vida, mas sempre obtém alimento por absorção de nutrientes do meio. o Decompositores – os fungos decompositores obtém seus alimentos pela decomposição de matéria orgânica. Eles podem atuar como saprófagos, degradando a matéria orgânica presente no corpo de organismos mortos. o Parasitas – são parasitas os fungos que se alimentam de substancias retiradas do corpo de organismos vivos, nos quais se instalam, prejudicando-os. Esses fungos provocam doenças em plantas e em animais. o Mutualísticos – certas espécies de fungos estabelecem relações mutualísticas com outros organismos, nos quais ambos se beneficiam. o Predadores – entre os fungos mais especializados estão os predadores, que desenvolvem vários mecanismos para capturar pequenos organismos, especialmente nematódeos, utilizando-os como alimento. Tipos de reprodução ➢ Assexuada o Ocorre pela fragmentação do micélio, brotamento, cissiparidade ou produção de esporos assexuais. o Não ocorre fusão de núcleos, apenas mitoses sucessivas. o Mitose - divisão celular na qual os cromossomos das células são duplicados e as células formadas apresentam a mesma constituição genética. o Este tipo de reprodução corresponde a fase imperfeita, também chamada de anamórfica dos fungos. ➢ Sexuada o Aumenta a variabilidade genética, pois os indivíduos formados podem apresentar constituição genética diferente. o Corresponde a fase perfeita ou telemórfica dos fungos. o Envolve a ocorrência de três processos: Plasmogamia Fusão de protoplasmas, resultante da anastomose de duas células Cariogamia Fusão de dois núcleos haploides (n) e compatíveis formando um núcleo diploide (2n) Meiose Núcleo diploide (2n) sofre divisão reducional após a cariogamia para formar dois núcleos haploides (n) Diversidade morfológica dos fungos ➢ Fungos unicelulares (leveduras) o Células ovais ou esféricas – 1 a 10μm. o Reprodução por brotamento ou cissiparidade. o Crescimento geralmente rápido formando colônias cremosas ou membranosas e ausência de hifas aéreas. o Em determinadas condições, células em reprodução permanecem ligadas a célula-mãe, formando pseudo-hifas. ➢ Fungos filamentosos (bolores) o Multicelulares formados por estruturas tubulares (hifas – 2 a 10μm) o conjunto dessas estruturas constitui o micélio. o As hifas podem ser continuas (cenocíticas ou asseptadas) ou apresentar divisões transversais (hifas septadas). ➢ Fungos dimórficos o Apresentam em determinadas condições a fase leveduriforme (37°C, alta tensão de CO2) e em outras a fase filamentosa. o A fase de levedura se reproduz por brotamento, enquanto que a fase filamentosa produz hifas aéreas e vegetativas. o O dimorfismo nos fungos dependente da temperatura de crescimento. Crescido a 37°C, o fungo apresenta forma de levedura. Crescido a 25°C, ele apresenta a forma filamentosa. Doenças fúngicas ➢ Pitiríase versicolor ➢ Tíneas ➢ Esporotricoses ➢ Dermatofitoses ➢ Dermatomicoses ➢ Blastomicoses ➢ Candidose ➢ Criptococcose ➢ Aspergiloses ➢ Micotoxicoses (Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus) Observe em alimentos com colônias de fungos (pães, extrato de tomate, tomates, queijo e outros), as hifas que em conjunto formam o micélio, e as diversas colorações. Antifúngico ➢ Naturais o Polienos: se ligam ao ergosterol das membranas celulares dos fungos levando a abertura de canais e consequente vazamento de íons. Anfotericina B, Nistatina o Equinocandinas: inibem a síntese de β-glucana na parede celular do fungo. Caspofungina, Micafungina, Anidulafungina ➢ Sintéticos o Azóis: age na via biossintética do ergosterol . Azol, imidazol, triazol, tetrazol 1º geração: clotrimazol, miconazol, econazol, 2º geração: cetoconazol 3º geração: Itraconazol e fluconazol (triazólicos) ▪ Voriconazol ▪ Posaconazole Meios de Cultura ➢ São insumos preparados em laboratórios que fornecem os nutrientes para o crescimento e desenvolvimento de microrganismos (como bactérias e fungos) fora do seu habitat natural. ... Além dos nutrientes e condições ambientais favoráveis para esse cultivo, muitos critérios devem ser considerados. ➢ Os meios de cultura podem ser classificados por seu estado físico e aplicação. De acordo com o estado físico, sua classificação baseia-se em: o Líquidos ou caldos: crescimento indiscriminado com turvação do meio; o Sólidos: crescimento de colônias isoladas, muito utilizado para culturas puras; o Semi-sólido: adição de menor quantidade de ágar, mobilidade bacteriana; Com relação a sua aplicação, os meios podem ser divididos em: o Meio de Enriquecimento: são preparações geralmente líquidas, de composição química rica em nutrientes, com a finalidade de permitir que as bactérias contidas em uma amostra clínica aumentem em número. Exemplos: Caldo Brain Heart Infusion e o Caldo Tetrationato; o Meio de Transporte: consiste em um meio isento de nutrientes, contendo um agente redutor (Tioglicolato ou cisteína). Geralmente mantém o pH favorável, previne a desidratação de secreções durante o transporte e evita a oxidação e autodestruição enzimática dos patógenos presentes. Exemplos: Meio de Stuart, Meio de Cary-Blair e Caldo Tioglicolato; o Meio Seletivo: a finalidade deste tipo de meio é selecionar as espécies que se deseja isolar e impedir o desenvolvimento de outros germes. Exemplos: Agar Manitol Salgado e Agar SS; o Meio Diferencial: possibilita a distinção entre vários gêneros e espécies de microrganismos, por possuir substâncias que permitem uma diferenciação presuntiva, evidenciada na mudança de coloração ou na morfologia das colônias. Exemplos: Agar Eosin Methilene Blue (EMB), Agar McConkey e Agar Hektoen; o Meio Indicador: é utilizado no estudo das propriedades bioquímicas das bactérias, auxiliando, assim, sua identificação. O mais simples é aquele usado no estudo das reações de fermentação. Exemplos: Agar Triple Sugar Iron (TSI) e Agar Citrato de Simmons. A escolha dos meios de cultura, para o processamento inicial das amostras é muito importante. Geralmente, utiliza-se mais de um tipo de meio, com o objetivo de fornecer condições de crescimento a todos os patógenos possíveis. Antibiograma: ➢ Também conhecido por Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA), é um exame que tem como objetivo determinar o perfil de sensibilidade e resistência de bactérias e fungos aos antibióticos. Virologia ➢ Os vírus não são considerados organismos vivos porque são inertes fora das células hospedeiras. Diferem dos demais seres vivos pela ausência de organização celular, por não possuírem metabolismo próprio e por necessitarem de uma célula hospedeira. No entanto, quando penetram em uma célula hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se ativo ocorrendo a multiplicação. Características dos vírus ➢ Possuem um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. ➢ Possuem uma cobertura proteica, envolvendo o ácido nucleico. ➢ Multiplicam-se dentro de células vivas, usando a maquinaria de síntese das células. ➢ Induzem a síntese de estruturas especializadas, capazes de transferir o ácido nucleico viral para outras células. ➢ Parasitas obrigatórios apresentando incapacidade de crescer e se dividir autonomamente. ➢ Replicação somente a partir de seu próprio material genético. Mecanismos de entrada: o Fusão da membrana o Endocitose o Injeção direta do genoma Invasão Replicação Estrutura viral ➢ Um virion é uma partícula viral completa, composta por um meio ácido nucleico, envolto por uma cobertura proteicaque protege do meio ambiente e serve como veículo na transmissão de um hospedeiro para o outro. Os vírus são classificados de acordo com as diferenças na estrutura desses envoltórios. ➢ Capsídeo e envelope o O ácido nucleico dos vírus é envolvido por uma cobertura proteica chamada de capsídeo. A estrutura deste e denominada pelo genoma viral e constitui a maior parte da massa viral. O capsídeo é formado por subunidades proteicas chamadas de capsômeros. Em alguns vírus, o capsídeo e coberto por um envelope que, consiste de uma combinação de lipídios, proteínas e carboidratos. Alguns vírus animais saem do hospedeiro por um processo de extrusão, no qual a partícula é envolvida por uma camada de membrana plasmática celular que vai constituir o envelope viral. Os vírus cujos capsídeos não estão cobertos por um envelope são conhecidos como vírus não-envelopados. Classificação morfológica Podem ser classificados com base na arquitetura do capsídeo. ➢ Vírus helicoidais – O genoma viral está no interior de um capsídeo cilíndrico oco com estrutura helicoidal. ➢ Vírus poliédricos – O capsídeo da maioria deles tem a forma de um icosaedro. São exemplos o adenovírus e o polivírus. ➢ Vírus envelopados – O capsídeo e coberto por um envelope. ➢ Vírus complexos – Alguns vírus, especialmente os bacterianos, possuem estruturas complicadas e por isso são denominados complexos. Um bacteriófago ou gagos (vírus que atacam bactérias) é um exemplo de vírus complexo. Um fago é capaz de aderir a parede celular de uma bactéria hospedeira, perfurando-a e nela injetando seu DNA. O capsídeo proteico do fago, formado por uma “cabeça” e uma “cauda”, permanece fora da bactéria. Ciclos de Replicação Viral ➢ Ciclo Lítico- é feita pela produção de milhares de vírus capazes de infectar outras células interrompendo as funções da hospedeira, várias cópias do vírus causando a ruptura da membrana plasmática de célula hospedeira. Ex: H1N1, Varíola, Rinovírus, Norwalk, vírus sincicial respiratório, Adenovírus, Rotavírus, Raiva, Ebola, Hepatite A e E, Dengue. ➢ Ciclo Lisogênico- Insere material genético no genoma do hospedeiro a disseminação é realizada pela reprodução normal da bactéria infectada. Ex: Herpesvírus, HIV, Papiloma, Varicela-Zoster, Hepatite B APOSTILIA DE MICROBIOLOGIA- 2021
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