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OS ESPAÇOS SÓCIO-OCUPACIONAIS DO SERVIÇO SOCIAL

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Curso de Serviço Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS ESPAÇOS SÓCIO-OCUPACIONAIS DO SERVIÇO SOCIAL: 
a relevância da atuação do Serviço Social dentro da realidade atual das 
escolas públicas de Minas Gerais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2015 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 3 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................... 5 
 
2.1 A Contemporaneidade do Serviço Social no Brasil......................................... 5 
 
 
2 
 
 
2.1.1 A Prática Efetivada no Trabalho do Assistente Social................................. 5 
2.1.2 A Atualidade e o seu Reflexo na Questão Social.......................................... 6 
2.1.3 O Assistente Social entre o Estado e a Sociedade....................................... 7 
 
2.2 A História da Educação no Brasil...................................................................... 7 
 
2.2.1 Marcos da História da Educação Brasileira................................................... 8 
 
2.3 A Relação Serviço Social e Educação............................................................. 12 
 
2.4 A Atuação do Assistente Social....................................................................... 14 
 
3 METODOLOGIA................................................................................. 18 
 
4 ANÁLISE DOS DADOS...................................................................... 20 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 22 
 
REFERÊNCIAS..................................................................................... 23 
 
ANEXO.................................................................................................. 24 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Serviço Social surge no seio da Igreja Católica que tinha como visão preparar a 
grande massa operária para o capitalismo industrial. Sendo a sua teoria baseada 
nos conceitos morais e a prática de sua fundamentação teórica partindo do método 
dialético de Karl Marx. 
 
3 
 
 Mudanças contínuas estão sendo vivenciadas atualmente pela sociedade e perante 
este contexto é possível observar diferentes atuações do profissional Assistente 
Social. A Educação é um espaço sócio-ocupacional para o Serviço Social que vem 
ganhando grande destaque em nossa sociedade, porém, o papel desempenhando 
por esse profissional nessa área ainda não é bem definido, uma vez que poucas são 
as escolas públicas que dispõem dele em seu quadro de pessoal, não sendo bem 
divulgado as suas contribuições nesse cenário. Diante deste argumento criou-se a 
pergunta desta pesquisa: Como se efetiva a prática profissional do Assistente Social 
nas escolas públicas de Minas Gerais? 
 
Diante do problema exposto, busca-se identificar os benefícios a serem 
proporcionados pelo profissional Assistente Social na escola pública de Minas 
Gerais, conhecer e estudar os problemas sócios educacionais a serem encontrados 
por eles neste âmbito. 
 
Assim, esta pesquisa tem como foco trazer uma linha de estudo para o ambiente 
acadêmico, onde será abordado o Serviço social nas escolas públicas de Minas 
Gerais, analisando a atuação e as contribuições do profissional Assistente Social na 
educação. 
 
Desta maneira de acordo com o cenário atual, a questão a ser esclarecida neste 
trabalho acadêmico é demonstrar quais os impactos a serem encontrados nas 
escolas públicas de Minas Gerais ante a falta do profissional Assistente Social, 
analisando as vantagens e verificando como seria a inserção deste profissional na 
mesma. 
Desta forma, será possível sensibilizar e buscar maior entendimento no processo 
social e pessoal proporcionando informações e argumentos capazes de conduzir a 
um denominador comum. 
 
O presente trabalho tem como objetivo principal: conhecer os limites e possibilidades 
da atuação do profissional Assistente Social nas escolas públicas de Minas Gerais. 
 
E como objetivos secundários esta pesquisa visa-se analisar o papel do Assistente 
Social dentro das escolas públicas de Minas Gerais, bem como os recursos 
4 
 
materiais, financeiros e humanos, além de discorrer sobre a relação Assistente 
Social – Escola – Família, e como o Assistente Social poderá colaborar na realidade 
atual das escolas públicas de Minas Gerais. 
 
Este trabalho esta estruturado em cinco partes, sendo elas: a introdução, que define 
o problema de pesquisa, como os objetivos delineados nesta proposta. A segunda 
parte apresenta o referencial teórico baseado em livros e artigos relacionados ao 
Serviço Social e Educação, onde procura-se aprofundar os conhecimentos acerca 
do problema de pesquisa acima citado. A terceira parte apresenta a metodologia 
utilizada neste projeto, onde será realizada uma pesquisa bibliográfica através de 
livros e artigos e uma pesquisa qualitativa; onde será feita uma entrevista junto ao 
Assistente Social do Programa Família Escola - Barreiro. Em seguida, a quarta parte 
apresenta a análise e a interpretação da pesquisa bibliográfica e da pesquisa 
qualitativa. Encerra-se com a quinta parte, que são as considerações finais, onde se 
reúne as principais análises e conclusões sintetizando-as e refletindo sobre o 
trabalho realizado. 
 
Diante do exposto espera-se desta pesquisa descobrir a relevância da atuação do 
Serviço Social dentro da realidade das escolas públicas de Minas Gerais, 
possibilitando assim um melhor conhecimento nas áreas em questão. 
 
 
 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 A Contemporaneidade do Serviço Social no Brasil 
 
O Serviço Social no mundo contemporâneo rompeu com várias barreiras que se 
tinham em relação à atuação do profissional, pois de antemão o que se notava era 
uma visão muito arcaica e que não projetava um olhar para se alcançar as várias 
5 
 
esferas da sociedade. Isso ocorre porque a profissão era desconhecida e não 
assumia novas perspectivas. 
Em face disso, Iamamoto (2015) argumenta: 
 
Em primeiro lugar, para garantir uma sintonia do serviço social com 
os tempos atuais, é necessário romper com uma visão endógena, 
focalista, uma visão “de dentro” do Serviço Social, prisioneira em 
seus muros internos. Alargar os Horizontes, olhar para mais longe, 
para o movimento das classes sociais e do Estado em suas relações 
com a sociedade; não para perder ou diluir as particularidades 
profissionais, mas ao contrário, para iluminá-las com maior nitidez. 
Extrapolar o Serviço Social para melhor aprendê-lo na história da 
sociedade da qual ele é parte e expressão. É importante sair da 
redoma de vidro que aprisiona os assistentes sociais numa visão de 
dentro para dentro do Serviço Social, como precondição para que se 
possa captar as novas mediações e requalificar o fazer profissional, 
identificando suas particularidades e descobrir alternativas de ação. 
(Iamamoto, 2015, p. 20) 
 
Verifica-se a importância do movimento de reconceituação do Serviço Social, onde a 
profissão deixou de ser um processo endógeno, onde surge uma nova atuação do 
profissional através de uma analise conjuntural da sociedade e a não utilização de 
métodos importados que pudessem ser apropriados a mesma, porém não era o 
essencial para a cultura sobrevivente. 
 
2.1.1 A Prática Efetivada no Trabalho do Assistente Social 
 
Para se aperfeiçoar a pratica do profissional e seus fundamentos históricos, teóricos 
e metodológicos é essencial saber qual é base de fundação sócio histórica do 
Serviço Social, e também com se da à funcionalidade desse processo de trabalho. 
Percebe-se que a base de fundação é a Questão social, sendo este e o exercício 
profissional inscrito em um processo de trabalho. 
Conforme Iamamoto (2015): 
A compreensão dos fundamentos históricos, teóricos e 
metodológicos do Serviço Social que informa a revisão curricular 
parte da premissa que decifrar a profissãoexige aprendê-la sob um 
duplo ângulo. Em primeiro lugar, abordar o Serviço Social como uma 
profissão socialmente determinada na história da sociedade 
brasileira. Em outros termos, analisar como o serviço social se 
formou e desenvolveu no marco das forças societárias, como uma 
especialização do trabalho na sociedade. Mas pensar a profissão é 
também pensá-la como fruto dos sujeitos que a constroem e a 
vivenciam. Sujeitos que acumulam saberes, efetuam sistematizações 
de sua “prática” e contribuem na criação de uma cultura profissional, 
historicamente circunscrita. Logo, analisar a profissão supõe abordar, 
6 
 
simultaneamente, os modos, de atuar e de pensar que foram por 
seus agentes incorporados, atribuindo visibilidade ás bases teóricas 
assumidas pelo serviço social na leitura da sociedade e na 
construção de respostas á questão social. (Iamamoto, 2015, p. 57) 
 
Ao citar a pratica efetiva do Serviço Social é muito importante saber que a profissão 
tem fundamentada em sua origem os seus genitores, a indústria e cidade, diante 
desta união através do contexto do capitalismo surge a luta de classes, onde o 
principal papel do Assistente Social era fornecer um assistencialismo aos usuários. 
 
Atualmente o profissional continua inserido nesta luta de classes, porém a visão por 
esta luta mudou e seu papel é de lutar por direitos diante de um Código de Ética. 
Assim em sua origem a profissão era vista como controlador de grandes massas 
operárias, e hoje o Assistente Social tem uma visão ampliada do que é o capitalismo 
e melhor intervenção para a defesa e conquista dos direitos humanos e sociais. 
 
2.1.2 A Atualidade e o seu Reflexo na Questão Social 
 
Observa-se que atualmente o Assistente Social, segue um projeto ético político que 
se materializa no Código de Ética da profissão. Desta forma, seguir um Código de 
Ética perante pessoas e situações tão diferentes diante do mundo globalizado e 
capitalista, torna-se um cenário que sofre uma metamorfose dia após dia. A partir 
desse ponto consegue-se ressaltar as dificuldades em trabalhar a “Questão Social”. 
De Acordo com Iamamoto (2015): 
 
Uma questão central, que se coloca para os assistentes sociais hoje, 
pode ser assim formulada: como reforçar e consolidar esse projeto 
político-profissional em um terreno profundamente adverso? Como 
atualizá-lo ante o novo contexto social, sem abrir mão dos princípios 
ético-político que o norteiam? Ora a vitalidade desse projeto 
encontra-se estreitamente relacionada á capacidades de adequá-lo 
aos novos desafios conjunturais, reconhecendo as tendências e 
contra-tendências dos processos sociais, de modo que torne possível 
a qualificação do exercício e da formação profissionais na 
concretização dos rumos perseguidos. (Iamamoto, 2015, p. 112) 
 
Para que o Projeto Ético Político não se torne obsoleto, é de extrema importância o 
acompanhamento, a pesquisa, e a análise de como as Questões Sociais estão 
evoluindo no país. Dessa forma é possível abranger uma formação profissional cada 
7 
 
vez mais qualificada que possui um amplo conhecimento da conjuntura social e não 
utiliza uma visão focalista. 
 
2.1.3 O Assistente Social entre o Estado e a Sociedade 
 
Segundo Iamamoto (2015): 
 
Ora, são as mudanças verificadas no mundo do trabalho que 
alteram, dimensionam e redimensionam a demanda das políticas 
sociais que nós, por meio do exercício profissional, implementamos 
na linha de ponta da prestação dos serviços sociais. (Iamamoto, 
2015, p. 152) 
 
Segundo Iamamoto (2015) a prática do Serviço Social não programava visões por si 
mesmo, mas adquire e extrai ideias a partir da história da sociedade, para isso é 
necessário compreender o jogo das relações entre classes sociais, e esta classe 
social está diretamente ligada às relações de trabalho. 
Estas relações de trabalho com a intervenção do Estado sofre uma mudança que 
também transformam as políticas sociais. 
 
2.2 A História da Educação no Brasil 
 
Segundo Gadotti, a história da educação brasileira se encontra dividida em três 
momentos bem determinados ao longo do espaço de tempo entre o descobrimento 
do Brasil e o final da ditadura brasileira. 
 
Gadotti (*) 2012 pagina 04 “Os historiadores costumam dividir em 
três períodos distintos a história da educação brasileira: 
(º) do descobrimento até 1930: período em que predominou a 
educação tradicional, centrada no. 
adulto e na autoridade do educador, marcadamente religiosa, e o 
ensino privado; 
(º) de 1930 a 1964: depois de uma fase de confronto entre o ensino 
privado e o ensino público, predominam as ideias liberais na 
educação com o surgimento da "escola nova", centrada na criança e 
nos métodos renovados, por oposição à educação tradicional. 
(º) o período pós-64, iniciado por uma longa fase de educação 
autoritária dos governos militares, em que predomina o tecnicismo 
educacional. Depois de 1985, tem início uma transição que dura até 
hoje., revelando o enorme atraso em que o país se encontra em 
matéria de educação para todos.” (Gadotti, 2012, p.04) 
 
Percebe-se que a partir de 1985, inicia-se um novo momento de transição e que 
8 
 
perdura até os dias atuais. Pode-se inferir que estamos no quarto momento da 
história da educação. Porém, é notório salientar que a educação encontra-se num 
estado de transitoriedade lenta onde faltam políticas públicas mais bem 
desenvolvidas para uma evolução dessa educação. 
 
Verifica-se que o Brasil passou por uma por situação política extremamente 
marcante como foi a ditadura militar entre 1964 a 1985. Outros países em momentos 
pós-conflitos aproveitaram esses períodos para estabelecer políticas de educação e 
conseguiram a médios e longos prazos ótimos resultados que refletem positivamente 
em toda estrutura do Estado. Cita-se como exemplo, a Coréia do Sul, que hoje, junto 
de Cingapura, são referências mundiais em ensino. A Coréia do Sul calcou 
praticamente toda política na educação. Enquanto, que a Coréia do Norte, no 
mesmo período pós-guerra, investiu no armamento e educação militares. 
 
No Brasil pós-militarismo, infelizmente, os políticos não aproveitaram essa virada de 
mesa e acreditam, até hoje, que o que recebe visibilidade para a população, merece 
mais atenção, com isso, eles recebem maior numero de votos e credibilidade. Afinal, 
uma rodovia, uma ponte, uma obra grandiosa, tem muito mais valor do que pagar 
melhor salários para professores e oferecer melhor qualidade de ensino para a 
população. Com isso, as políticas brasileiras, engessam seus programas de governo 
e problemas básicos, como educação e saúde que continuam em péssima 
qualidade. 
 
2.2.1 Marcos da História da Educação Brasileira 
 
 Primeira Fase - 1500 a 1930 
 
Desde a época do descobrimento do Brasil, os portugueses enviaram a Ordem 
Religiosa Católica chamada Companhia de Jesus, que constituía-se de padres 
jesuítas e havia sido fundada por Inácio de Loyola. 
Gadotti () cita que: 
 
Entre 1750 a 1759”, o Primeiro-Ministro de Portugal, Marquês de 
Pombal, resolveu criar reformas no campo educacional defendendo 
ideias do despotismo esclarecido, o que gerou uma verdadeira 
guerra entre os jesuítas que foram expulsos do Brasil, sob a 
alegação de obscurantismo cultural e envolvimento político. A partir 
de 1808, com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, 
9 
 
fugindo da invasão napoleônica, a grande preocupação da educação 
durante a monarquia restringiu-se apenas às elites e aos militares. 
Em 1822, o Brasil de tornou um país independente e foram criadas 
as primeiras faculdades: Uma em Recife e outras duas em São 
Paulo. Todas em direito. Em seguida, mais algumas que formavam 
as elites brasileiras param se ocuparem em cargos importantes na 
nação, como administração pública, política e jornalismo. Nesta 
época, o país tinha cerca de 14 milhões de habitantes, dos quais 
85% eram analfabetos (Gadotti, 2012, p.05). 
 
O País tomou conhecimentodo atraso educacional com os pareceres do jurista Rui 
Barbosa quando comparou nosso desempenho em relação aos países da América 
do Norte e da Europa, em 1882. 
A Primeira República (1889-1930) foi o período no qual colocou-se em questão o 
modelo educacional herdado do Império. E foi nesse período que Olavo Bilac 
postulando sobre o combate ao analfabetismo, criou o movimento cívico-patriótico. 
Foi nessa época que foi criada em 1924 a ABE (Associação Brasileira de Educação). 
Essa entidade impulsionou o movimento renovador da educação, que culminou com 
o "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" (1932) em favor do ensino 
fundamental público, laico, gratuito e obrigatório. 
 
Segunda Fase - 1930 a 1964 
 
A Revolução de 1930 produziu importantes transformações no campo educacional, 
destacando-se a criação, no mesmo ano, do Ministério da Educação e a elaboração 
do capítulo da educação na Constituição de 1934. 
 
O primeiro ministro da Educação, Francisco Campos, criou o Estatuto das 
Universidades Brasileiras (Reforma Campos, 1930). Nesta época foi criada a 
Universidade de São Paulo (1934). A Constituição de 1937 introduz o ensino 
profissionalizante. Seguem-se as Leis Orgânicas de Ensino secundário (1942). 
O período de 1930 a 1945 foi marcado pela evolução do ensino oficial e pela 
estagnação do ensino particular no que se refere à instrução primária. 
Contudo, o Doutor em Educação e professor adjunto da PUC-MG, Carlos Roberto 
Jamil Cury, cita em artigo publicado em cedes. Unicamp (**) que: 
 
Há aqui um duplo dualismo: a escola pública é voltada para os que 
não conseguem entrar em escola particular, a qual, por sua vez – 
extensão da família –, deve ser subsidiada pelo Estado, formando as 
10 
 
elites condutoras. E a escola pública, voltada para as classes menos 
favorecidas, tem na educação primário-profissional o seu lugar 
natural de receber uma educação adequada às suas faculdades, 
aptidões e tendências vocacionais, segundo o teor do mesmo artigo 
129 da Constituição de então. A Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), Decreto-Lei n. 5.452/ 43, que prevê o diploma de 
benemerência às empresas que mantiverem creches e instituições 
de proteção aos menores em idade pré-escolar. Quase na mesma 
orientação, o artigo 427 previa aos menores empregados a 
concessão obrigatória do tempo que fosse necessário para a 
frequência às aulas (Gadotti, 2012, p.06). 
 
Getúlio Vargas é deposto da ditadura que durou 15 anos e em 1946 foi criada uma 
nova Constituição na qual retorna ao texto constitucional, inclusive aquele da 
competência da União em estabelecer as diretrizes e bases da educação. 
Época que surge a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que só seria 
sancionado em 1961, depois de longa gestação em que predominaram os debates 
entre duas tendências: a dos defensores do ensino público e a dos defensores do 
ensino privado. A LDB de 1961 acabaria conciliando essas duas posições num texto 
ambíguo. Carlos Roberto Cury ainda completa que: 
 
No período de redemocratização da vida nacional, que vai de 1946 a 
1964, desenvolveram-se vários movimentos populares em defesa da 
educação que motivaram sucessivas campanhas: a Campanha de 
Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário, a de Erradicação 
do Analfabetismo, a de Educação de Adultos, a de Educação Rural, a 
de Educação do Surdo, a de Reabilitação dos Deficientes Visuais, a 
de Merenda Escolar e a de Material de Ensino (Cury, 2006, p.1.188). 
 
No final da década de 50 e início da década de 60 o debate educacional intensificou-
se. O sucesso alcançado pela aplicação do "método Paulo Freire”, segundo artigo 
publicado por Carlos Rodrigues Brandão: 
 
(**) que consiste em alfabetizar adultos e despertou a atenção do 
presidente João Goulart (1963) que tentou expandi-lo para todo o 
território nacional. O golpe militar de 1964 interrompeu esse 
ambicioso projeto e o seu autor foi exilado (Brandão, 1988, p.4). 
 
 Terceira Fase - 1964 a 1985 
 
O regime militar notabilizou-se no campo educacional por duas reformas: a do 
ensino superior (1968) e a do ensino básico (1971) que passaria a chamar-se de 1º. 
e de 2º. graus, consagrando a tendência tecnicista e burocrática na educação, 
principalmente, da educação pública. O regime militar decidiu reintroduzir a 
11 
 
Educação Moral e Cívica como disciplina obrigatória em todos os graus e níveis de 
ensino, inclusive na pós-graduação. 
A UNE (União Nacional dos Estudantes), acusada de atividades "subversivas", foi 
substituída pelo Diretório Nacional dos Estudantes. Em 1969, o Decreto-Lei no. 477 
atingia o direito de organização de professores, alunos e funcionários, considerados 
"movimentos subversivos". 
Foram os anos do "milagre econômico" e do "desânimo educacional". O governo 
criou em 1967 o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), que começou a 
funcionar em 1970, para acabar com o analfabetismo em dez anos. Na época da 
criação do MOBRAL o índice oficial de analfabetos existentes no Brasil era de 
32,05%. Em1980, o censo do IBGE registrava ainda uma alta taxa de analfabetismo: 
25,5% entre pessoas de 14 ou mais anos de idade. 
 
 Quarta Fase - 1985 - atualmente (2015) 
 
Apesar do fim do regime militar, a liberdade pode, finalmente, respirar mais 
aliviadamente, em virtude das atrocidades do militarismo, porém, o País, em 1985 se 
encontra completamente abalado economicamente e isso acaba sendo demonstrado 
diretamente na qualidade da educação. Os anos oitenta são chamados de a Década 
Perdida. Diversos conflitos mundiais ajudam a completar a crise nacional. (como a 
crise do petróleo, as Guerras no Oriente Médio, a inflação) Com o ensino 
deteriorado, os índices de evasão e, sobretudo de repetência, tornaram-se 
alarmantes. Devido à evasão e à repetência, apenas 44% dos alunos, terminam as 
oito séries do ensino fundamental e para isso são necessários 11,4 anos em média 
para concluí-los e apenas 3% concluem a oitava série sem nenhuma repetência; 
65% dos alunos terminam só a quinta série. 
Atualmente, a educação se encontra em situação péssima, em virtude dos baixos 
salários dos professores e de falta de incentivos políticos. 
Assim, o PISA (Programa Internacional de Avaliação dos estudantes) do ano 
passado, o Brasil ficou em 38º lugar entre 44 países pesquisados, segundo o site do 
INEP. 
 
2.3 A Relação Serviço Social e Educação 
 
12 
 
Segundo Amaro (2012) Os processos de trabalho dos Assistentes Sociais estão 
dirigidos á construção de ações que incidem diretamente na cidadania, assim a 
educação está inserida nesta ação como forma de ampliar e realizar a evolução do 
povo, estimulando a formação de valores e hábitos. 
Em face disso Ribeiro (2004) argumenta: 
 
A educação constitui um dos principais e ativos mecanismos de 
transformação de um povo e é papel da escola, de forma 
democrática e comprometida com a promoção do ser humano na sua 
integralidade, estimular a formação de valores, hábitos, e 
comportamentos que respeitem as diferenças e as características 
próprias de grupos e minorias. Assim, a educação é essencial no 
processo de formação de qualquer sociedade e abre caminhos para 
ampliação da cidadania de um povo. (RIBEIRO apud MEC/SEPPIR, 
2004, p.7). 
 
O Assistente Social, enquanto profissional tem a capacidade de planejar, propor, 
elaborar, coordenar e executar ações dentro da ampla realidade social institucional. 
Atualmente vivemos em uma sociedade onde a Questão Social evolui e diante disso 
aumentando a necessidade do trabalho do Serviço Social perante sua inclusão na 
educação. Dentro dos espaços educacionais verifica-se uma grande importância da 
relação Serviço Social e Educação; pelo fato de que o profissional irá trabalhar com 
as Questões Sociais globais e juntamente os enfrentamentos particulares da vida 
social dos sujeitos que neles convivem. 
 
Nessa perspectiva o Serviço Social se caracteriza como uma área quetrabalha 
interdisciplinarmente, como forma de defender a cidadania e os direitos humanos e 
sociais, seja na família, na escola, na comunidade. 
 
Para Amaro (2012) O Assistente Social é inserido na Educação municiado de sua 
capacidade de abordar tanto as diversas situações sociais e excludentes que 
movimentam a escola, como os processos de resgate e fortalecimento da cidadania 
requerida, utilizando sua fundamentação teórica, seu domínio técnico e seu amplo 
conhecimento da teia social em suas multifaces. 
 
Tomando em consideração a relevância da atuação do Serviço Social na Educação, 
pode-se dizer que esta relação esta diretamente ligada a práticas que tendem como 
13 
 
princípios efetivar e defender a cidadania e os direitos humanos diante do ciclo 
escola- assistente social -aluno - assistente social – família – assistente social. 
 
Segundo Amaro (2012) O Serviço Social diante da Educação pode correlacionar os 
seguintes princípios: 
 
 Defesa da humanização e prevenção discriminatórias na escola; 
 Valorização e respeito à diversidade cultural, sexual, étnica e religiosa de 
indivíduos e grupos que “habitam” ou frequentam a escola; 
 Autopromoção dos segmentos individuais e coletivos da escola; 
 Qualificação das relações sociais construídas e vividas no espaço escolar; 
 Protagonismo juvenil, ativo e responsável, de alunos e egressos na escola; 
 Interdisciplinaridade e visão complexa da realidade social e sua interface com 
o mundo da escola. 
Quintão (2007) argumenta: 
 
Nesse contexto, a inserção do Assistente Social na Política Pública de 
Educação impõe à categoria o desafio de construir uma intervenção 
qualificada, que tenha como um dos princípios éticos fundamentais o 
posicionamento em favor da equidade e justiça social, assegurando a 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e 
políticas sociais, bem como sua gestão democrática. (Quintão, 2007, p.9) 
 
Tomando em consideração a relevância da atuação do Assistente Social no âmbito 
escolar; verifica-se em Minas Gerais uma proposta realizada pelo atual Secretário de 
Trabalho e Desenvolvimento Social o Assistente Social André Quintão, onde o 
mesmo protocolou a Lei 16.683/07, que introduz o acompanhamento social nas 
escolas para reduzir a violência e evasão escolar. Assim o objetivo é fortalecer as 
ações da categoria nas políticas que envolvem a Educação, refletir sobre a atuação 
da categoria nesse espaço sócio-ocupacional autorizando o Poder Executivo a 
desenvolver ações de acompanhamento social nas Escolas da Rede Pública de 
Minas Gerais. 
Quintão (2007) ressalta: 
 
A Lei 16.683/07 prevê, justamente, o acompanhamento social nas escolas 
vinculadas a programas governamentais específicos para crianças e 
adolescentes com necessidades especiais e para jovens em comunidades 
que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IHD). O IHD, 
14 
 
índice internacional com crescente utilização, mede situações de pobreza 
associando três indicadores: a expectativa de vida ao nascer, o acesso à 
educação e o nível de renda. Dessa forma, centramos nosso foco nas 
políticas inclusivas em implantação, um passo importante e urgente, que 
pode abrir um vasto caminho. (Quintão, 2007, p. 5) 
 
Diante do exposto a Lei 16.683/07 tem como importância abranger a atuação dos 
profissionais de Serviço Social como forma de desenvolver ações de 
acompanhamento social nas escolas da rede pública de ensino de Minas Gerais, 
concretizando um compromisso dos Assistentes Sociais com as políticas públicas e 
seus usuários, além de intensificar os estudos sobre os desafios encontrados pelo 
profissional diante do cotidiano que envolve a realidade da população no espaço 
educacional. 
 
2.4 A Atuação do Assistente Social 
 
Compreendendo a escola como um dos espaços de atuação do Assistente Social. O 
trabalho deste profissional não deve se restringir a fenômenos que recaiam sobre os 
docentes e os discentes das escolas, e sim contemplar toda comunidade escolar 
que se resume em: professores, servidores, famílias, estudantes e a comunidades 
entorno da escola (FREIRE, 2007). 
 
De acordo com FREIRE (2007), a escola é um ambiente onde se faz amigos, não se 
trata apenas de salas, quadros, horários, programas e conceitos. Sobretudo, a 
escola é gente que trabalha, estuda, se alegra, se conhece e se estima: o 
coordenador, o professor, o aluno, cada funcionário, todos fazem parte deste 
contexto. Por isso fica claro que não se pode reduzir a atuação do profissional de 
serviço social á escola como uma política de assistência estudantil, pois esta é 
apenas uma das dimensões A inserção do profissional na área da educação não 
consiste em uma demanda da categoria para garantir mais espaços de atuação 
profissional, e sim em uma bandeira da mesma para inserir a Educação no campo 
das políticas sociais. 
 
A Escola Pública, no ensino fundamental se vê mergulhada em uma série de 
problemas que, mesmo não sendo novos ou estranhos ao universo da educação, 
hoje se manifestam de forma muito mais intensa e complexa. Alguns desses 
15 
 
problemas são: a gravidez na adolescência, precoce utilização de drogas, a invasão 
da cultura e da força do narcotráfico, a perda do atrativo de ascensão social e 
econômica da escola, e a precarização das condições de trabalho docentes 
(ALMEIDA, 2005). 
 
De forma alguma a função do profissional de serviço social na educação substitui a 
relação ensino - aprendizagem, pois este é o campo do saber que compete aos 
professores e pedagogos desenhando uma instituição do fazer profissional em todos 
os níveis da educação. A lei de diretrizes e bases da educação delimita as ações dos 
professores, assim como a lei de regulamento da profissão de Serviço Social 
estabelece as competências e as atribuições desse profissional (LDB, 1996). 
 Segundo Almeida (2010), nesse contexto destaca-se o reconhecimento das 
dinâmicas que ocorrem dentro das escolas para os quais os professores não foram 
formados. Por isso se faz necessário aproximar as disciplinas, os campos de 
conhecimento e fazer. Essa aproximação exige maior conhecimento entre as 
dinâmicas e particularidades de cada setor. Esforço direcionado a uma prática 
intersetorial, respeitando as fronteiras disciplinares e setoriais, pois o trabalho só se 
torna intersetorial ou interdisciplinar partindo do real, da existência da própria 
disciplina e do próprio setor que precisam ser conhecidos. 
 
A Educação é vista como um espaço de grande importância para o crescimento 
intelectual e pessoal, ou empobrecimento do ser humano. O trabalho do Assistente 
Social vem como uma perspectiva de fortalecer o projeto ético – político da 
educação, esta política pressupõe uma concepção de educação emancipadora, que 
possibilite aos indivíduos sociais o desenvolvimento de suas capacidades e 
potencialidades como pessoa (BARROCO, TERRA, 2012). 
 
De acordo com Mészários (2005), para a construção de uma sociedade justa e 
igualitária, incluindo as disputas sociais e históricas onde se determinam os 
retrocessos e avanços na evolução da humanidade, a Educação se destaca como 
um direito fundamental e universal para alcançar este objetivo. 
 
Entretanto, o avanço das políticas e a significativa ampliação da educação através 
16 
 
da expansão das escolas públicas, a execução dessa política ainda é insuficiente, 
sendo mais prejudicadas as pessoas que necessitam da esfera pública da 
educação. Ao analisar a trajetória da política da educação brasileira, constata-se que 
apesar de existir desde o início do século XX, sua efetivação sempre esteve 
destacada pela exclusão (MARTINS, 2012). 
Por sua vez Gadotti (1979) esclarece que vivemos em uma sociedade de classes e 
não se pode esquecer que a escola também faz parte da sociedade. Ela não é uma 
ilha de pureza dentro da qual as contradições e os antagonismos de classes não 
penetram.Dessa forma a atuação do profissional Assistente Social tem um papel 
fundamental estratégico, para contribuir não somente na questão de direitos, 
violência, etc., mas na articulação do espaço escolar com as demais políticas 
voltadas para as crianças e adolescentes e também ao cotidiano institucional 
enquanto espaço democrático. 
Segundo o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) as Questões Sociais a 
serem trabalhadas pelo assistente social na escola são: 
 
 Evasão escolar; 
 Desinteresse pelo aprendizado; 
 Problema com disciplina; 
 Insubordinação a qualquer limite ou regra escolar; 
 Vulnerabilidade as drogas; 
 Atitudes e comportamentos agressivos e violentos (CFESS, 2001, p.23). 
 
De acordo com Almeida (2011) a dimensão do trabalho profissional relativa à 
inserção dos /as assistentes sociais nos espaços democráticos de controle social e a 
construção de estratégias de fomento à participação dos estudantes, famílias, 
professores e professoras, trabalhadores e trabalhadoras da Educação nas 
conferências e conselhos desta política e de outras adquire uma particularidade 
diante da predominante estruturação verticalizada e muito pouco democrática destes 
espaços na política da Educação. Nesse sentido, a atuação profissional deve 
também estar voltada para os processos de discussão e modificação das formas de 
composição e funcionamento destas instâncias. Além de reconhecer e tecer 
aproximações com os demais conselhos existentes na política de Educação, e que 
são fundamentais para a democratização dos processos de gestão desta política. 
17 
 
 
Assim o /a assistente social inserido /a nesse espaço conflituoso deve ter clareza na 
opção do seu “projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma 
nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero” 
(CFESS, 2012, p.24). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
Para o desenvolvimento deste trabalho realizou-se um levantamento bibliográfico, 
onde foram encontrados conceitos e teorias para seu embasamento. Levando em 
18 
 
consideração um tipo de pesquisa específica que será a base para a o estudo 
proposto utilizou-se a do tipo exploratória. 
Gonsalves (2003) define o tipo de pesquisa utilizado: 
 
A pesquisa exploratória é aquela que se caracteriza pelo desenvolvimento 
esclarecimento de ideias, com objetivo de oferecer uma visão panorâmica, 
uma primeira aproximação a um determinado fenômeno que é pouco 
explorado. (Gonsalves, 2003, p.65) 
 
Para Michel (2005) o estudo exploratório ou a pesquisa bibliográfica é uma fase que 
tem como objetivo levantar informações sobre o assunto objeto de estudo, onde o 
estudo exploratório pode ser considerado uma forma de pesquisa que é assinalada 
pela busca do conhecimento. 
 
Para a coleta dos dados será feita uma pesquisa no enfoque qualitativo, onde será 
realizada uma entrevista junto ao Assistente Social do Programa Família Escola - 
Barreiro. 
 
A pesquisa terá como foco principal os seguintes aspectos: identificar quais seriam 
os benefícios proporcionados pelo profissional Assistente Social nas escolas 
públicas de Minas Gerais, conhecer e estudar os problemas sócios educacionais a 
serem encontrados por eles neste âmbito. Além de analisar como seria o papel do 
Assistente Social dentro das escolas públicas de Minas Gerais, bem como os 
recursos materiais, financeiros e humanos e discorrer sobre a relação Assistente 
Social – Escola – Família. 
 
Através desses dados será analisado como se efetiva a prática profissional do 
Assistente Social nas escolas públicas de Minas Gerais. 
 
Segundo Michel (2005, p. 33) a verdade não se comprova numérica ou 
estatisticamente, mas convence na forma da experimentação empírica, a partir de 
análise feita de forma detalhada, abrangente, consistente e coerente, assim como na 
argumentação lógica das ideias, pois os fatos em ciências sociais são significados 
sociais, e sua interpretação não pode ficar reduzida a quantificações frias e 
descontextualizadas da realidade. 
19 
 
Para Gonsalves (2003), a pesquisa qualitativa: 
 
Preocupa-se com a compreensão, coma interpretação do fenômeno, 
considerando o significado que os outros dão ‘as suas práticas, o que impõe 
ao pesquisador uma abordagem hermenêutica. (Gonsalves, 2003, p.68) 
 
Desta forma a análise dos dados, tomando como referência a metodologia 
qualitativa, leva à apreciação e exame do conteúdo obtido através da interpretação 
das informações coletadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 ANÁLISE DOS DADOS 
 
O Serviço Social está inserido em um espaço privilegiado das políticas sociais e tem 
como objetivo principal realizar modificações e estruturação dessas políticas sociais. 
20 
 
Diante das mudanças ocorridas no mundo atual é possível o reconhecimento do 
profissional Assistente Social no âmbito escolar, pode-se dizer que a Educação 
atualmente é um espaço sócio-ocupacional para o Serviço Social, porém este 
reconhecimento ainda não foi bem definido, assim o presente trabalho tem como 
fundamento buscar como se efetiva a prática do profissional Assistente Social nas 
escolas públicas de Minas Gerais. Diante deste contexto foi realizada uma entrevista 
junto a Assistente Social do Programa Família Escola – Barreiro onde buscou-se 
respostas para o melhor entendimento da atuação do profissional nas escolas 
públicas de Minas Gerais. 
 
Segundo a entrevistada, através do Programa Família Escola – Barreiro é possível 
haver uma pequena colaboração do Assistente Social no ambiente educacional das 
escolas públicas de Minas Gerais, e esta inserção por enquanto é realizada somente 
nas escolas municipais através do Programa Família Escola, pois não existem ainda 
profissionais atuantes dentro de cada escola existente. 
 
De acordo com a entrevista pode-se analisar que o trabalho realizado pelo Programa 
Família Escola- Barreiro tem como função monitorar a frequência de todos os alunos 
da rede municipal de educação da regional do Barreiro, e a efetivação da 
participação da Assistente Social surge no acompanhamento, monitoramento, 
atendimento ao público através de reuniões realizadas na escola com os pais, além 
de um trabalho intersetorial nas discussões de como atribuir um melhor trabalho e a 
uma excelente assistência. 
 
Ainda de acordo com entrevista realizada considera-se que é muito importante o 
trabalho desenvolvido pelo Assistente Social no âmbito escolar. Este propicia uma 
orientação para as escolas como: de que forma agir em determinadas situações, na 
mediação de conflitos, na motivação a família sobre a importância da vivência do 
aluno na escola; além da presença assistida quando a assuntos relacionados a 
proteção, devido a alguns problemas sócios educacionais encontrados neste perfil. 
 
No que se refere aos problemas sócios educacionais conforme entrevista realizada 
afirma-se que o Assistente Social depara-se com problemas como negligência da 
família com relação aluno – escola – aluno – família; a multiplicidade dos riscos, 
21 
 
conflitos intra-escolar, infrequência, incivilidades, indisciplinas, e com tudo isso o 
desinteresse dos alunos para a Educação. Desta forma a relação Assistente Social –
Escola – Família deve existir como uma parceria para busca dos direitos sociais. 
 
 Do ponto de vista do entrevistado a inserção da Assistente Social na escola é de 
muita importância, pois neste ambiente estão muitas crianças e adolescentes em 
situação de risco e vulnerabilidades sociais. Assim na realidade das escolas públicas 
de Minas Gerais diante a falta do profissional Assistente Social vivencia-se diversos 
conflitos como o direcionamento de tarefas para profissionais não capacitados, o 
não encaminhamento correto das diversas situações que ocorrem dentro das 
escolas, entre outras coisas, causando o impacto quepoderia ser solucionado por 
um profissional capacitado. 
 
 O entrevistado foi enfático ao afirmar que a principal dificuldade encontrada a 
respeito da inserção do profissional na área da Educação são as questões políticas, 
que ainda inibem o reconhecimento do mesmo para atuação em todas as escolas 
públicas de Minas Gerais. Ainda de acordo com a entrevistada não existem recursos 
materiais, financeiros e humanos suficientes e disponíveis para a execução do 
trabalho do profissional Assistente Social no âmbito escolar. 
 
Sintetizando os resultados obtidos na pesquisa de campo e de acordo com a 
entrevistada, analisou-se que os espaços sócio-ocupacionais para o profissional 
Assistente Social tomou uma abrangência relevante para o crescimento e atuação 
do mesmo dentro da realidade das escolas públicas de Minas Gerais, porém muitas 
são os desafios e dificuldades apresentados para que esta colaboração possa 
ocorrer integralmente dentro das escolas. 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Atualmente o Serviço Social vem ganhando lugar perante a expansão dos espaços 
sócio- ocupacionais existentes, o profissional Assistente Social esta recebendo 
novas atuações onde é possível assistir a abrangência em diversas áreas. A 
22 
 
Educação segue neste contexto adquirindo grande destaque em nossa sociedade, 
porém este papel da atuação do profissional Assistente Social ainda não é bem 
definido no âmbito escolar. 
 
A cada dia, diante da realidade social em que vivemos, verifica-se a necessidade de 
maiores cuidados junto às estruturas institucionais das escolas públicas de Minas 
Gerais que vivem diante de uma realidade social adversa. Nesta conjuntura o 
Serviço Social surge como forma de efetivar trabalhos de assistência social a fim de 
realizar tarefas; de abrir a escola à comunidade, realizar trabalhos de prevenção à 
evasão, à violência, ao alcoolismo, às drogas, dar o amparo necessário a todos os 
impactos causados pela Questão Social. 
 
Percebeu-se que a ausência do profissional Assistente Social, se dá não somente 
por falta de profissionais atuantes na área, mas também por questões políticas. Com 
base nas pesquisas realizadas verificou-se a existência de um projeto de lei de 
autoria do Deputado Estadual André Quintão que visa regulamentar a atuação do 
profissional Assistente Social dentro das escolas públicas de Minas Gerais. 
 
Sabe-se que não existem recursos materiais, financeiros e humanos disponíveis 
para que este trabalho seja executado de forma satisfatória dentro da realidade atual 
das escolas públicas de Minas Gerais, porém existe o Programa Família Escola que 
atendem as escolas municipais na cidade de Belo Horizonte. 
 
Finalizando, a intervenção do profissional Assistente Social no espaço educacional 
torna-se extremamente importante nas escolas, porém para que esta efetivação 
aconteça é necessária a aprovação da Lei 16.683/07 para que esta prática 
profissional se torne realidade. 
 
REFERÊNCIAS 
 
AMARO, Sarita. Serviço Social na Educação. 1. Ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 
2012. 182 p. 
 
GONSALVES, Elisa Pereira. Iniciação à Pesquisa Científica. 3. ed. Campinas: Ed. 
Alínea, 2003. 79 p. 
23 
 
 
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. 26. Ed. São Paulo: Ed. Cortez, 2015. 326 p. 
 
MICHEL, Maria Helena. Metodologia e Pesquisa Científica em Ciências Sociais: 
um guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos 
monográficos. 1 ed. Ed. Atlas, 2005. 138 p. 
 
SILVA, Marcela Mary José. Serviço Social na Educação: teoria e prática. 1. Ed. 
Campinas: Ed. Papel Social, 2012. 188p. 
 
Este documento faz parte do acervo do Centro de Referência Paulo Freire. 
Disponível em 
<http://acervo.paulofreire.org/xmlui/bitstream/handle/7891/3393/FPF_PTPF_01_041
6.pdf>. Acesso em 05 abr. 2015. 
 
O Que é Método Paulo Freire. Disponível em 
<http://www.sitiodarosadosventos.com.br/livro/images/stories/anexos/oque_metodo_
paulo_freire.pdf>. Acesso em 05 abr. 2015. 
 
Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (SEDESE MINAS 
GERAIS). Disponível em < http://www.social.mg.gov.br/component/gmg/page/2664-
andre-quintao-silva#navigation-start>. Acesso em 04 abr. 2015. 
 
Sistema Nacional de Educação desafio para uma Educação Igualitária e 
Federativa. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/es/v29n105/v29n105a12.pdf>. 
Acesso em 05 abr. 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 
 
ROTEIRO DA ENTREVISTA 
 
1- Qual o trabalho realizado pelo Programa Família Escola Barreiro? 
 
24 
 
2- Como se efetiva a participação do Assistente Social junto ao Programa 
Família Escola Barreiro? 
 
3- Quais os benefícios proporcionados pelo profissional Assistente Social nas 
escolas? 
 
4- Quais os problemas sócios educacionais encontrados no âmbito escolar? 
 
5- Qual o a relação entre o Assistente Social – escola - família? 
 
6- Qual a relevância da atuação (inserção) do profissional Assistente Social 
dentro da realidade atual das escolas públicas de Minas Gerais? 
 
7- Quais os impactos encontrados nas escolas públicas de Minas Gerais ante a 
falta do profissional Assistente Social? 
 
8- Quais são as principais dificuldades encontradas a respeito da inserção do 
profissional na área da Educação? 
 
9- Existem recursos, materiais, financeiros e humanos, suficientes disponíveis 
para a execução do trabalho do profissional?

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