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Julia Silva SEMIOLOGIA – LINFONODOS Introdução O sistema linfático apresenta dois componentes: · Os capilares linfáticos e vasos de maior calibre que fazem retorno do líquido intersticial para a corrente sanguínea; · Os agregados de tecidos linfoides como os linfonodos e as tonsilas (menores e não tem cápsula. Vasos linfáticos: contém a linfa (líq. Pálido, pobre em albumina, rico em CO2 e fibrinogênio). Eles quando identificados são facilmente visualizados, pois as valvas existem a pequenos intervalos, semelhantes a colar de contas. O movimento da linfa ocorre devido a respiração e a locomoção. Linfonodos: ficam ao longo das vias linfáticas e varia de espécie para espécie, são firmes, de superfície lisa, forma ovoide ou de feijão. Podem ser facilmente palpáveis quando estão aumentados. Toda a linfa passa por pelo menos um linfonodo antes de atingir a corrente sanguínea. É uma barreira a disseminação de tumores e infecções. São células da linhagem linfoide que fabricam Ac em resposta à estimulação por substâncias estranhas. Eles destroem quase tudo que retêm. OBS: O sistema linfático não existe nos peixes e é pouco desenvolvido nas aves. Os linfonodos e o baço constituem a principal fonte de células imunológicas e fagocitárias mononucleares no organismo. Alteram suas estruturas linfoides em resposta à estímulos infecciosos e não infecciosos. O baço responde primeiramente aos Ag originários do sangue. Tem a função de hematopoese, filtração e fagocitose, remodelação de hemácias, remoção de inclusões intra-eritrocitárias, reservatório de sangue, metabolismo de ferro e função imunológica. Os linfonodos respondem aos Ag que chegam pelos aferentes linfáticos (local), há resposta humoral e por isso participa de processos imunológicos. Localização em cada espécie Há centenas de linfonodos e agregados linfoides no cão e no gato, mas somente poucos são palpáveis ao exame físico. · Cão: submandibular ou mandibular; cervical superficial ou pré-escapular; poplíteo; inguinal. · Gato: submandibular ou mandibular; cervical superficial ou pré-escapular; poplíteo; inguinal. · Ruminantes: submandibular ou mandibular; cervical superficial ou pré-escapular; pré-femurais ou pré-crural; mamários; ileofemural e linfonodos da bifurcação aórtica (somente por palpação retal). · Equino: submandibular ou mandibular; retrofaríngeo; pré-femurais ou pré-crural; ileofemural e linfonodos da bifurcação aórtica (somente por palpação retal). OBS: Os linfonodos retrofaríngeo, parotídeos e axilares: normalmente não são palpáveis, mas podem ser examinados em equinos, cães, gatos e ruminantes quando aumentados de volume. Avaliação dos linfonodos Técnica exploratória: · Inspeção · Palpação Tamanho: são relativamente maiores em animais jovens; nos animais caquéticos pode ter falsa impressão de adenopatia. Mobilidade: são normalmente móveis. Sensibilidade: são normalmente indolores. Consistência: normalmente são firmes cedendo à pressão e voltando à forma original; duro em inflamações crônicas ou tumores, Temperatura: apresenta temperatura igual à da pele que os recobre; frio e indolor em inflam. crônicas, quente e dolorido em inflam. aguda). Exames complementares · Citologia aspirativa · Biópsia Alterações dos linfonodos · Linfadenopatia: aumento de volume dos linfonodos. · Linfadenite: aumento de volume com predomínio de células polimorfonucleares ou macrófagos inflamatórios. Tipos de alterações: · linfadenopatia isolada ou solitária ou localizada: aumento de um único linfonodo. · linfadenopatia regional: aumento de uma cadeia de linfonodos drenando uma área anatômica. · linfadenopatia generalizada: aumento multicêntrico dos linfonodos de várias áreas anatômicas. OBS: Ainda podem ser deformações simétricas, assimétricas, unilateral ou bilateral. Exemplos de doenças com alterações dos linfonodos: leucose bovina, linfadenite caseosa dos caprinos e ovinos, leishmaniose canina. A linfadenopatia pode comprometer alguns órgãos agravando ainda mais o quadro geral do animal, como: disfagia e timpanismo: casos dos linfonodos mediastínicos (compressão do vago); Tuberculose e actinomicose em Bovinos); Dispneia: linfonodos retrofaríngeos em equinos; Tosse: linfonodos mediastínicos (compressão da traqueia e árvore brônquica). REFERENCIAS BRAZ, M.B. Semiologia Médica Animal. 2.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 1982. v.2, 725p. CALDAS, E.M. Propedêutica Clínica em Medicina Veterinária. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1975. CROW, S.E., WALSHAW, S.O. Manual de Procedimentos Clínicos em Cães, Gatos e Coelhos. ARTMED Editora, 2000. 277p.
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