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1 Aluna concludente do curso de Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade Estácio de Belém. 2 Aluno concludente do curso de Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade Estácio de Belém. 3 Aluna concludente do curso de Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade Estácio de Belém. 4 Professor coorientador do artigo da Faculdade Estácio de Belém. 5 Professora orientadora do artigo da Faculdade Estácio de Belém. HOME OFFICE EM MEIO A PANDEMIA DO COVID 19: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NAS EMPRESAS PRIVADAS QUE ATUAM NO RAMO DE CONTABILIDADE NA CIDADE DE BELÉM/PA Adriele Sousa Branco ¹ Lucas Vidal Corrêa ² Maria Adriely Matos Araujo ³ Silvio Tadeu Teles da Silva 4 Andrea Martins Cavalcante 5 Resumo No cenário atual em que estamos inseridos, a tecnologia vem cada vez mais se tornando presente na vida das pessoas, evoluindo em escala global. Com estas inovações, a diversificação dos modelos de trabalhar também evoluem e se modificam proporcionalmente, e uma destas diversas modalidades é o modelo conhecido como “Home Office”. O objetivo do trabalho tende analisar o desempenho dos colaboradores, durante a necessidade imediata de adotar o teletrabalho e os impactos causados na saúde dos mesmos, buscando obter respostas a partir dos desafios e oportunidades encontradas. Utilizou-se de pesquisas bibliográficas e campo, com a aplicação de questionário eletrônico, visando a melhor forma de obter respostas durante o período da recomendação do isolamento social. Com tudo, identifica-se que este modelo de trabalho, julgaram como uma forma bastante positiva e acreditam na possibilidade de mudar a forma de trabalhar. Palavras-chaves: home office, teletrabalho, corona vírus Abstract In the current scenario in which we are in, technology is increasingly becoming present in people's lives, evolving on a global scale. With these innovations, the diversification of working models also evolve and change proportionally, and one of these various modalities is the model known as "Home Office". The objective of this study intends to analyze how employees evaluated themselves in various aspects during the immediate need to adopt telework and the impacts caused on their health, seeking to obtain answers from the challenges and opportunities encountered. Bibliographic and field research were used, with the application of an electronic questionnaire, aiming at the best way to obtain answers during the period of the recommendation of social isolation. Nevertheless, it is identified that this model of work was judged in a very positive way, and it is believed in its possibility of changing the way of work. Key words: home office, telework, corona virus 2 1 Introdução No atual cenário globalizado e imerso em tecnologia em que estamos inseridos, as modificações sociais, financeiras e econômicas são inevitáveis e acontecem em uma grande velocidade, e isto se reflete na forma como enxergamos o mundo e consequentemente a forma como o ser humano desenvolve suas atividades do dia a dia, tal qual as de sua subsistência, ou seja, sua forma de gerar capital próprio e movimentar sua vida financeira em diversas áreas de trabalho. As discussões sobre Tecnologias e Informação e Comunicação (TIC) vêm sendo cada vez mais presentes. As redes sociais, Marketplaces, E-commerces, entre outros, são formas e ambientes de negócios ainda em exploração, mas as necessidades impostas por uma pandemia transformaram esse cenário e trouxe consigo novas necessidades e demandas para os atores do mercado. Em dezembro de 2019, na cidade Wuhan, aconteceu o que não era previsto para essa década passada: Um novo vírus, o cenário jamais imaginado de pandemia. Uma doença que inicialmente não chamou a atenção da ciência. Todavia, em pouco tempo, atingiu o mundo em escala global, afetando a vida de pessoas, causando inúmeras mortes e pânico. No setor econômico, pois este por sua vez, composto inteiramente por pessoas, pela humanidade, esta que passou por tribulações extremamente desafiadoras de lidar. Em março de 2020, o vírus chega ao Brasil, atingindo todas as classes sociais e econômicas. Visto a situação em que o mundo inteiro se encontra em decorrência da pandemia do Novo Covid-19, o Brasil como um todo sofreu grandes impactos no que diz respeito a sua situação política, social e econômica, logo este estudo busca analisar o comportamento das pessoas em empresas privadas na cidade de Belém no estado do Pará, em relação as medidas que as empresas que atuam no ramo da contabilidade para a adaptação no modelo de trabalho conhecido como “Home Office” (Trabalho em Casa). Atualmente, o termo teletrabalho no Brasil passou a ter mais importância e conhecimento devido à Crise Sanitária do novo Corona vírus, na qual ocorreram diversas mudanças inesperadas em algumas áreas na forma de trabalho, devido a recomendações do isolamento social. O universo da pesquisa diz a respeito de como as pessoas sentiram de forma geral, evidenciando os diversos problemas e benefícios encontrados durante esse período citado, bem como, se eles tinham um local apropriado para o trabalho, a quantidade de pessoas (entre elas, crianças) existentes na casa e quais seriam as possibilidades de trabalhar nessa nova 3 modalidade. O problema que se evidencia no artigo é: Quais foram desafios e oportunidades do trabalho em Home Office encontradas pelos colaboradores que atuam nas empresas do ramo de contabilidade e afins, no Município de Belém do Pará? Visando responder a problemática, o objetivo geral desta pesquisa é o de analisar o desempenho dos funcionários das empresas no ramo de gestão e contabilidade, em atendimento de home office (teletrabalho), durante à crise sanitária do novo Corona Vírus, na cidade de Belém do Pará. Partindo do objetivo geral, temos como objetivos específicos deste trabalho encontrar os desafios e as oportunidades na rotina dos colaboradores durante o teletrabalho no meio da pandemia, demonstrar as medidas adotadas para implantação do home office, analisar as mudanças legislações vigentes: base CLT – Consolidação das Leis de Trabalho, leis federais e municipais sobre o isolamento social, observar as qualidades dos serviços, analisar a autoavaliação dos colaboradores, verificar como os colaboradores avaliaram a sua relação com os clientes e analisar os resultados obtidos pela pesquisa realizada. A pesquisa está estruturada da seguinte forma: Referencial Teórico, com contexto histórico no mundo e no Brasil, diferença entre o home office e teletrabalho, mudanças na lei dos trabalhadores durante a pandemia e os aspectos de saúde e vivência do colaborador durante a pandemia; Metodologia de Pesquisa; Análise dos dados, com apresentação e apuração de Resultados; Considerações finais; e por fim Referências Bibliográficas. 4 2 Referencial teórico 2.1 Contexto histórico no mundo Um dos primeiros trabalhos a distância iniciou a sua prática no ano de 1857, nos Estados Unidos, quando o proprietário da estrada de ferro Penn utilizou o sistema de telégrafo de sua empresa para gerenciar seus empregados que estavam distantes do escritório central em Chicago. (MELLO, 1999 apud THOM, 2017). No entanto, o termo teletrabalho começou a iniciar na década de 70 quando o mundo passava pela crise do petróleo e mudança de inflação. Com essa crise, começou a ter uma grande preocupação com os gastos para o deslocamento ao trabalho. Visando essa preocupação, alguns setores da empresa começaram a ser aplicadas em domicílio. Houve uma crise e transição do Direito do Trabalho no final do século XX, quando nos países ocidentais desenvolvidos iniciava, de um lado, uma crise econômica em 1973/74, com a crise do petróleo; e do outro lado, iniciava a renovação tecnológica, o que trouxe um grande avanço e transição ao campo do Direito Trabalhista. (DELGADO, 2017). Com essa mudança,a evolução no direito trabalhista trouxe impactos sociais, políticos e econômicos ao redor do mundo. O dinamismo das relações de trabalho e as especificidades das funções emergem com as necessidades impostas pelo mercado e oportunizadas pelo avanço tecnológico. Assim como no Brasil, como veremos a seguir. 2.2 Contexto histórico no Brasil No Brasil, o modelo de teletrabalho foi introduzido oficialmente em 20 de agosto de 1997, no Seminário Home Office/Telecommuting- Perspectivas de Negócios e de Trabalho para o 3º Milênio, durante o qual foi lançado o primeiro livro sobre o assunto em português (GOULART, 2009, apud THOM, 2017). No ano de 1999, criou-se o conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP- o Grupo de Excelência denominado “Teletrabalho e Novas Formas de Trabalho”, que hoje é chamado de “Conselho Regional de Administração de São Paulo, com a finalidade de discutir informações relativas ao teletrabalho, realizadas pelos membros do grupo ou outras parceiras, (GOULART, 2009 apud THOM, 2017). 5 Entretanto, não havia regulamento oficial para trabalhar nessa modalidade, apenas termos aproximados, mostrando, a falta de clareza entre empregado e empregador, principalmente nas questões que envolviam jornada de trabalho, subordinação, segurança e saúde no trabalho. A partir da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) definindo as condições de trabalhos, a forma de relação entre empregado e empregador, a forma de utilização, cuidado e o fornecimento de equipamentos necessários para o trabalho à distância, presentes nos artigos de 75-A até 75-E (BRASIL, 2017). Esta modalidade inserida no contexto das novas formas de organização e relações do trabalho, que facilita a realização das atividades laborais fora do ambiente comum organizacional por meio do uso das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs) (Nilles, 1997). Todavia, há diferença entre o Home Office praticado no mundo e o Teletrabalho praticado no Brasil, citado no item a seguir. 2.3 Diferença entre Home Office e Teletrabalho Para LANTYER (2020) O home office se caracteriza quando o trabalho é realizado remotamente de maneira eventual na residência do empregado, podendo ou não configurar a hipótese de teletrabalho, sendo benéfico principalmente em casos de emergências como pandemias, enchentes e greves. Nem todas as atividades em home office se utilizam da tecnologia, que é condição preponderante para caracterização do teletrabalho No Brasil, somente a modalidade de teletrabalho é regulamentada no Brasil, pela Lei 13.467/2017, onde normaliza pelo artigo: “(...)Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)” (CLT, art 75-B) Neste mesmo artigo da referida lei informa que, em qualquer atividade que exija a presença física do seu colaborador na empresa, isso não se caracteriza como teletrabalho. O contrato deverá ser de forma individual e expresso, informando quais atividades serão exercidas, instruindo ao seu colaborador, as devidas precauções para evitar doenças e acidentes 6 de trabalho. O empregador, antes de qualquer trabalho aplicado nessa modalidade à distância, deve entrar em acordo e expressar em contrato de trabalho, quais são as ajudas de custo que a empresa poderá fornecer ao seu empregado. 2.4 Mudanças na lei dos trabalhadores durante a pandemia Com o avanço da pandemia causada pela covid-19 no Brasil, o governo federal, juntamente com o governo municipal atual tiveram que se manifestar a respeito de proteger a população. Na lei nº 13.979/2020, dispõe das medidas necessárias para o enfrentamento de forma emergencial, evitando da doença se espalhar de forma agressiva. Com esta lei, fez-se necessário estar em isolamento – separação das pessoas e/ou objetos tiveram em contato com o corona vírus, evitando a propagação do mesmo; em quarentena – restrição de atividades as pessoas suspeitas de contaminação do vírus; e fazer a realização de exames - para a comprovação da pessoa infectada. O decreto municipal de Belém nº 13.955/2020, vem para reforçar as medidas necessárias para conter a propagação da infecção e transmissão local, preservando a saúde da população em geral no período da pandemia. Com tudo, a lei 14.020/2020 veio a instituir o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, voltado para os trabalhadores e como eles podem enfrentar a calamidade pública. Esta lei veio com o propósito de assegurar os seus trabalhadores a não perderem os seus empregos, mantendo a continuidade dos serviços laborais e empresariais, diminuindo os impactos sociais devido a consequência da doença. No artigo 3, inciso I a III, da referida lei, propõe o pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda; a redução proporcional de jornada de trabalho e de salário; e a suspensão temporária do contrato de trabalho. O programa institui três tipos de reduções de carga horária: 25%, 50% e 70% e o pagamento de salário, parte do salário é da empresa e parte dele, o governo complementa de forma proporcional. Visando a aplicação deste programa, muitas pessoas se viram obrigadas a trabalhar de casa. No entanto, muitos colaboradores não tinham a estrutura o suficiente para prover o trabalho de forma suficiente. Com o serviço em casa, muitas pessoas tinham as suas tarefas do trabalho misturadas com as tarefas do trabalho, em muitos casos, o suporte era dificultoso. 2.5 Aspectos de saúde e vivência do colaborador durante a pandemia 7 Historicamente falando, a maior pandemia que já ocorreu, antes da COVID-19 foi a gripe espanhola, no ano de 1918, com referência de ser a mais devastadora, com a estimativa de até 50 milhões de mortos. Entretanto, nessa era digital, a geração atual não tinha vivido algo tão parecido, impactando toda uma estrutura já formulada na relação de trabalho. Algumas empresas já adotavam a modalidade de teletrabalho, porém, para a grande maioria dos funcionários, a necessidade desse trabalho teve que ser feita de modo urgente, seguindo as orientações da OMS (World Health Organization) reduzindo o contato social e, por consequência, a diminuição do contágio do vírus objetivando reduzir o colapso do sistema de saúde. Durante este isolamento social, tiveram a presença de diversos sentimentos e reações, como citado pela “Guia com cuidados para saúde mental durante pandemia” (OMS, 2020): ● O pânico do avanço do vírus; ● O medo de perder um ente querido; ● Os sentimentos oscilam por estar ausente do convívio com as pessoas; ● As angústias das incertezas que poderiam agravar; e ● O maior fator de preocupação dentro classe trabalhadora: o medo de perder o emprego. Em entrevista ao Programa Ponto a Ponto, da Rádio Som Maior, Leandro Teles, autor do livro “Os desafios do cérebro’’ destacou que a pandemia traz, além da crise sanitária, problemas de saúde mental. O mesmo mencionou que: “Na pandemia obteve -se incidência do consumo de álcool, abusos, as pessoas ficaram mais impulsivas, criaram mania de compra, aumento significativo de ansiedade, medo da infecção, de parentes adoecerem, da crise econômica. O Índice de depressão aumentou de 100% a 200%. Existe atualmente um adoecimento coletivo com relação ao estresse e os índices são alarmantes Grande parte dos colaboradores não tinham estrutura suficiente para trabalho, misturando os deveres do emprego com os deveres de casa, gerando um enorme desafio, tanto para saúde mental quanto física. Para as empresas, houve mudanças na gestão de pessoas, neste regime, pois não havia controle de como estava a saúde dos seus funcionários e o controle de atividades devidos, vistoque este controle era feito de forma presencial, buscando alternativas para rápida mudança na estrutura já formada. 8 O exemplo vivido dentro deste período de fechamento total foi de uma das autoras, Adriele Sousa, estagiária de uma empresa reconhecida em Belém, residente de uma cidade a mais de 60 km da região metropolitana de Belém, não obteve a mesma experiência de trabalhar durante a pandemia em estilo Home Office, a mesma teve que trabalhar horário integral, pois a empresa em que trabalhava não dispensou seus funcionários a realização de trabalho em suas residências. Com isto, a estagiária teve que pedir quebra de contrato do estágio, visto que, o seu descolamento estava se tornando inviável, devido aos altos custos nos preços das passagens e pela redução das frotas, além de contar com a enorme preocupação de transmitir o vírus aos seus familiares, na qual participam do grupo de risco. A mesma passou a ter problemas emocionais durante o período, problemas voltados a questões financeiras por conta de ter aberto mão de sua única fonte de renda para manter a sua faculdade. Outro exemplo dentro deste período de fechamento total, foi o da autora Maria Adriely, ao iniciar o estágio em 10 de março e dia 23 de março, pelo advento da pandemia, começar o trabalho na modalidade de Home Office e desenvolver o estágio que acabara de começar na empresa. Com muitas pessoas na mesma residência, a conexão via internet começou a apresentar dificuldades, a comunicação entre os colaboradores sofreu muitos impactos e apresentou diversos problemas. Do mesmo molde foi do autor Lucas Vidal, que estagiando no departamento Fiscal na mesma empresa que a autora Maria Adriely, sentiu grandes dificuldades no que diz respeito a comunicação com os membros de sua equipe de trabalho, e ainda em processo de treinamento e desenvolvimento de competências e habilidades, encontrou dificuldades para executar suas tarefas com excelência e proatividade. Há de lembrar que o estado emocional e o medo perante o cenário que o mundo todo viveu, também proporcionou grandes impactos no seu crescimento. Logo percebemos um comportamento robótico, apenas exercendo as tarefas, mas não desenvolvendo competências e habilidades, pois ninguém estava preparado para uma interrupção tão abrupta do processo de treinamento e desenvolvimento de conhecimento na experiência em uma empresa contábil. Este quadro como um todo gerou desgaste, cansaço e frustração emocional para todos. Entretanto, convém frisar que houve oportunidades, como por exemplo ter mais tempo para executar outros tipos de atividades da faculdade e otimizar o tempo e o gasto financeiro relativo ao deslocamento entre a residência e trabalho. Outra oportunidade, foi do 9 desafio encontrado para se adaptar a situações adversas, e demonstrar que é possível sobreviver em meio ao caos gerado pela pandemia. Pensando nisso, vimos a oportunidade de questionar outros profissionais que atuam na área contábil e afins, com o intuito de estudarmos o comportamento das mesmas, e quais foram os desafios e oportunidades que sentiram durante esse período de sobrecarga emocional, talvez financeira para alguns, e principalmente de saúde. Uma mudança muito radical na rotina e com novos cuidados, uma nova realidade, e cada colaborador um ser humano que mais do nunca precisa sustentar seu emprego e sobreviver a este processo. A metodologia será exposta a seguir. 10 3 Metodologia Adotou-se do processo de pesquisa descritiva e levantamentos de dados, focado nos colaboradores que atuam no setor contábil e afins, através de questionário eletrônico, respeitando o isolamento social. A coleta de dados em campo iniciou no dia 01 de outubro e encerrou a pesquisa no dia 31 de outubro de 2020. Para melhor análise das respostas do questionário, foram separados em categorias, utilizando o método qualitativo, procurando interpretar os acontecimentos e entender as relações existentes entre os constructos a partir da ótica dos pesquisadores, levando em consideração seus vieses, podem moldar suas interpretações durante o estudo (Creswell, 2010) Bem como foi utilizado o método de pesquisa quantitativo, com perguntas de forma fechada, objetivando analisar os dados coletados, transformando em linguagem estatística, com neutralidade e redução de interferência de variáveis irrelevantes (Gunther, 2006) Apesar do teletrabalho ser uma modalidade que, para muitos, ser novidade, busca- se saber como os colaboradores se sentiram e quais as visões a partir do levantamento de dados em campo, que é a possibilidade adotar o home office. 11 4 Análise dos dados 4.1 Apresentação dos resultados No período do dia 01 até o dia 30 de outubro de 2020, foi compartilhado o questionário eletrônico via redes sociais, visando a melhor forma de obter as respostas neste período de isolamento social, obtendo 86 respostas dos colaboradores. Assim, obtivemos os seguintes resultados: Questão 1: Qual a sua idade? Fonte: Autoria própria (2020) No gráfico 1, pode-se observar que a faixa etária dos entrevistados formam: 45% dos colaboradores possuem idade entre 18 a 25 anos, 36% apresentam idade entre 26 a 33 anos, 8% estão na faixa de 34 a 41 anos, 7% com a faixa etária de 42 a 49 anos e apenas 3% estão acima de 50 anos de idade. Como resultado, foi tomado conhecimento que o alcance da pesquisa atendeu em sua maior parte a colaboradores jovens adultos, tendo as variáveis de 18 a 25 anos, e de 26 a 33 anos como o maior destaque, e como menor destaque as demais variáveis. Questão 2: Quantas pessoas (incluindo você) residem em sua casa? 45% 36% 8% 7% 4% Gráfico 1: Faixa etária 18-25 anos 26-33 anos 34-41 anos 42-49 anos 50+ anos 12 Fonte: Autoria própria (2020) No gráfico 2 é demonstrado a quantidade de pessoas que residem no mesmo lar que os entrevistados, obtendo como resultado que: 36% convivem com 3 pessoas, 26% moram com 2 pessoas, 24% com 4 pessoas, 9% com mais de 5 pessoas e apenas 5% moram sozinhos. Pode-se observar que a maioria dos entrevistados, convivem com mais de duas pessoas em sua residência, podendo ou não, haver dificuldades em concentrado e espaço para desenvolver suas atividades laborativas em suas residências. Questão 3: Você possui filhos? Se sim, quantos? Fonte: Autoria própria (2020) 5% 26% 36% 24% 9% Gráfico 2: Quantidade de residentes na mesma casa 1 2 3 4 5+ 13% 9% 1% 77% Gráfico 3: Quantidade de dependentes 1 2 4+ Não possuo filhos. 13 O gráfico 3 apresenta quantos filhos os entrevistados possuem, ou se não possuem. Na qual, 77% afirmou não possuir filhos, 13% com apenas 1 filho, 9% possuem 2 filhos e 1% com mais de 4 filhos como dependentes. Entende-se que grande parte dos entrevistados não possuem filhos, conforme vide o gráfico 3, variável esta que, neste contexto social e econômico, pode apresentar ser um ponto positivo, tendo menos despesas e dependentes para lidar com as despesas financeira das famílias. Já para os que possuem filhos, isto implica em diversos fatores como a necessidade da atenção e do cuidado que exigem ao ter dependentes, bem como, seguindo a mesma linhagem de raciocínio do gráfico anterior, a necessidade destas pessoas se manterem em um emprego estável e possuir a condição necessária de trazer sustento para seu lar e a sua família. Questão 4: Você possui estrutura (computador, internet, mesa, espaço) adequada para trabalhar em casa? Fonte: Autoria própria (2020) Ao perguntar aos entrevistados se os mesmos possuem estrutura adequada para trabalhar em sua residência, observa-se no gráfico 4 que: 60% de respostas positivas como sim, 36% responderam que possuem parcialmente, apresentando apenas alguns instrumentos de trabalho para realizar suas tarefas e apenas 4% constataram não possuir nenhum item para cumprir suas tarefas.No que tange o gráfico 4, podemos inferir que dentre os entrevistados, a grande maioria possui estrutura para realizar suas atividades via teletrabalho em seus lares, e este é um 4% 60% 36% Gráfico 4: Estrutura adequada para o trabalho Não Sim Sim, parcialmente (apenas alguns dos itens) 14 parcialmente positivo, pois embora uma parte tenha apresentado parcialmente ter estrutura adequada, uma pequena parte não possui nenhuma estrutura, afetando o desenvolvimento adequado de suas atividades. Entretanto, como a maior parte dos entrevistados possuem a estrutura necessária, logo conclui-se que, no que diz respeito a estrutura de trabalho, o resultado da pesquisa foi satisfatório. Questão 5: Qual é o cargo que você exercia na empresa durante o período de Home Office? Fonte: Autoria própria (2020) Ao perguntarmos aos entrevistados os cargos efetuados na empresa na qual trabalham obteve -se como resultado que: 41% exercem a função de Assistente ou Analista, 16% Auxiliar, 14% Gerente ou Coordenador do Setor ou da empresa, 11% sócio da empresa, 9% Estagiário e por fim 9% classificaram como outros cargos. No gráfico 5, a pesquisa obteve um alcance maior em profissionais que atuam no setor operacional das empresas que atuam no ramo de contabilidade e afins, como Assistentes ou Analistas, Auxiliares de escritório, Gerentes e estagiários, tendo apenas uma pequena parte dos entrevistados ocupando cargos de Sócios e outros cargos não citados. Questão 6: Qual foi a sua carga horária durante o período de Home Office? 41% 9% 16% 14% 9% 11% Gráfico 5: Quadro de cargos Assistente ou Analista Auxiliar Estagiário Gerente ou Coordenador Outros Sócio 15 Fonte: Autoria própria (2020) Segundo o gráfico 6, em relação a carga horária realizada durante o período de Home Office, constatou -se que: 70% dos entrevistados permaneceram com o horário integral, 12% tiveram a carga horária reduzida a 50%, 11% passaram pela redução de 25% do horário integral e apenas 6% sofreram redução de 75% da carga horária trabalhada reduzida. Visto isto, inferimos que o resultado obtido no gráfico 6, fora positivo para os profissionais que atuam em empresas de contabilidade e gestão, pois predominou a permanência da carga horária normal para os colaboradores. No entanto, convém frisar que este cenário trouxe para 29% dos entrevistados além da diminuição da carga horária, a redução salarial, sendo este, um ponto negativo a ser destacado. Questão 7: No período da pandemia, como você classificaria o seu bem estar emocional? 71% 11% 12% 6% Gráfico 6: Quadro de horário Horário integral Horário reduzido (25%) Horário reduzido (50%) Horário reduzido (75%) 4% 20% 2% 1% 59% 14% Gráfico 7: Saúde e bem estar emocional Entusiasmado Exausto Feliz Normal, sem alterações Oscilante (momentos bons e momentos ruins) Tenso 16 Fonte: Autoria própria (2020) O gráfico 7 apresenta dados relacionados à saúde e bem estar emocional dos colaboradores que trabalharam durante o período de Home Office. Constatou-se que: 59% dos entrevistados classificaram a sua saúde emocional como oscilante, tendo momentos bons e ruins, 20% responderam viver momentos exaustivos, 14% relacionaram como tenso, 4% relacionaram seu bem estar com entusiasmo, 2% responderam estar felizes e apenas 1% passaram pelo momento com a saúde emocional normal e sem alterações. Observa-se que o resultado fora relativamente previsível, pois tendo em vista o momento delicado que o mundo inteiro passou em virtude das tribulações decorridas pela pandemia do novo Corona Vírus. É natural que as pessoas tenham se identificado oscilantes e exaustas, tendo em vista que o cenário da pandemia impactou a vida de todas as pessoas, alterando sua rotina, seu modo de trabalho, a adaptação a um novo contexto econômico, social e de saúde pública. No entanto, avista que uma pequena parte conseguiu se manter as suas emoções de forma estável. Questão 8: Dentre as opções abaixo, qual foi a mais desafiadora que você encontrou durante o período de Home Office? Fonte: Autoria própria (2020) No gráfico 8, analisou-se quanto a condição mais desafiadora encontrada durante ao período de Home Office dos colaboradores das empresas entrevistadas apurou-se que: 35% encontraram dificuldade em manter foco e concentração no trabalho devido estar executando 35% 15%13% 20% 3% 14% Gráfico 8: O desafio durante o trabalho Concentração e foco durante o trabalho em um ambiente familiar Dificuldade na comunicação entre colaboradores da equipe Falta de estrutura (computador, conexão de Internet, espaço e etc) Não tive problemas durante este período Outros Problemas de saúde (doenças, estado psicológico, etc) 17 suas tarefas em ambiente compartilhado com a família, 20% não tiveram problemas durante este período, 15% informaram maior dificuldade na comunicação com os colaboradores que compõe suas equipes de trabalho, 14% afirmaram apresentar problemas de saúde (abrangendo questões de doenças e de estado psicológico) dificultando ainda mais o desenvolvimento de seu trabalho, 13% com dificuldades no que diz respeito a estrutura necessária para a realização das atividades e 3% classificaram suas dificuldades em outras categorias. Podemos destacar que uma das maiores dificuldades foi a de encontrar foco em suas atividades laborativas, isto se deve ao fato que a adaptação da modalidade de trabalho Home Office acontecera em um momento muito delicado que o mundo como um todo passou, trazendo impactos sociais, econômicos, financeiros e psicológicos na vida das pessoas. Logo, é natural que os colaboradores que representam 35% dos entrevistados, viviam uma rotina fixa de trabalho presencial não estavam preparados para trabalhar neste cenário e encontrarem dificuldades para manter este foco no ambiente familiar. 20% dos entrevistados não sentiram dificuldade neste período, e esta variável indica que pessoas com preparo estrutural, competências e experiências possuem mais facilidade em lidar com este cenário. Todavia, os 15% dos mesmos identificaram sua maior dificuldade em relação a comunicação com os membros de sua equipe neste cenário, isto se deve a vários fatores, como a conexão via Internet como principal meio de comunicação, mas principalmente a mudança repentina da rotina. Outra variável de suma importância para ser destacada é de questões de saúde (física e psicológica), na qual representa 14% dos entrevistados se identificaram com estas dificuldades, pois a pandemia trouxe, além de uma doença sem conhecimento, abalos psicológicos para as pessoas, e a saúde mental do colaborador é de suma importância para as empresas conseguirem, mesmo imersas em um cenário problemático, entregar um serviço de qualidade para seus clientes. Já 13% destes entrevistados, avaliaram como principal dificuldade a sua estrutura operacional para o desenvolvimento de suas tarefas, isto reflete em como os colaboradores e as empresas não estavam preparados para o cenário imprevisível que se instalou e obrigou a esta adaptação. Dentro da pesquisa, onde 3% dos colaboradores destacaram que suas dificuldades em outros, recebemos 3 respostas como: queda acentuada na demanda/escassez de clientes, todas as opções dentro da questão 8 e mais a falta de percepção por meio dos superiores que não respeitavam os limites de horários e dias de expediente e tinha que trabalhar mais do que 18 se estivesse no escritório pois achavam que estar em casa é estar disponível 24h. E esta questão nos mostra uma visão muito preocupante dentro da estrutura organizacional. Questão 9: Dentro das opções abaixo, qual foi o maior benefício que você encontrou durante o período? Fonte: Autoria própria (2020) De acordo com o gráfico 9, verifica-se que: 38% dos entrevistados responderam ter encontrado como benefício no período de Home Office a otimizaçãode tempo gasto em trânsito, 30% em questão de flexibilização do horário se tornando mais proveitoso, 13% afirmaram que o maior benefício foi estar mais próximo de seus familiares, 7% responderam não encontrado nenhum benefício, 5% obtiveram mais tempo para se capacitar profissionalmente, 5% responderam que encontrados benefícios de outras formas não citadas na entrevista e 2% conseguiram se concentrar mais no trabalho. É perceptível ver que a alternativa de trabalho em casa trouxe como maior benefício para os profissionais, que atuam em empresas de contabilidade, gestão e afins, a flexibilização no que diz respeito ao deslocamento de suas residências para o local de trabalho e vice versa. Visto que isto possibilita redução com gastos e tempo em trânsito, sendo um ponto positivo de grande destaque nesta pesquisa. A flexibilização do horário também fora destacada como o segundo maior benefício nestes tempos de pandemia e Home Office, tendo em vista que pela jornada de trabalho ser realizada em seus lares, se torna mais prático, tanto para a empresa quanto para seus funcionários flexibilizar a jornada. 13% 30% 2%7% 38% 5% 5% Gráfico 9: O Benefício de estar trabalhando em casa Estar próximo de meus familiares Flexibilização de horário Maior concentração no trabalho Não senti nenhum benefício durante este período Otimização do tempo gasto em trânsito Outros Ter mais tempo para capacitações profissionais 19 A variável de estar próximo a seus familiares também foi muito significativa para vários colaboradores, e isto é um fator que agrega valor e traz engajamento para o bem estar emocional dos colaboradores, que estes por sua vez, trabalhando apenas presencialmente, muitas vezes não possuem a oportunidade de estar próximos de suas famílias como gostariam. Logo, esta variável indica que o Home Office possui fator positivo. Algumas pessoas classificaram como nenhum benefício, e este é um resultado esperado, visto que o momento da pandemia foi extremamente delicado. E uma pequena parcela dos entrevistados respondeu que seu maior benefício foi encontrar, no meio deste período de dificuldades, a oportunidade de utilizar este tempo para capacitação profissional e melhoria de suas competências. E os entrevistados que marcaram a opção de outros, puderam descrever os benefícios como: fazer coisas para relaxar, otimização do tempo sem trânsito e flexibilização de horário, redução de custos e por conta da otimização do tempo em transporte etc., a proximidade com seus familiares aumentou demais, o que achou ótimo. Questão 10: Como foi a sua relação no que diz respeito com os clientes? Fonte: Autoria própria (2020) Quanto a relação com os clientes durante o período de pandemia, o gráfico 10 retrata que: 39% dos entrevistados mantiveram um bom relacionamento com os clientes, 23% responderam que a situação não se aplica a sua função exercida, 18% obtiveram uma relação ótima, 16% tiveram relação regular, 2% apresentaram uma relação ruim e outros 2% classificaram como péssima. 39% 23% 18% 2% 16% 2% Gráfico 10: Relação com os clientes Bom Não se aplica a minha função Ótimo Péssimo Regular Ruim 20 É possível vislumbrar que a relação com os clientes esteve classificada como boa e ótima predominantemente, e de forma regular, mesmo diante o cenário dificuldades. Porém, 23% dos os entrevistados competem em seus cargos a relação com clientes, e uma pequena parcela informou que a relação com os clientes fora péssima e ruim, ambas na mesma proporção. Questão 11: Em relação a sua produtividade durante este período, como você se avalia? Fonte: Autoria própria (2020) Quanto a condição de produtividade durante o período de Home office o gráfico 11 nos revela que 50% dos entrevistados avaliaram sua produtividade como boa, 24% classificaram como regular, 18% como ótimo e 8% como produtividade ruim. Analisando o resultado nos indica que a população analisada nesta pesquisa conseguiu manter sua produtividade estabilizada como boa e ótima, resultado este, que é positivo e indica que dentro da alternativa do Home Office é possível manter o padrão de qualidade do serviço realizado nas empresas. Todavia é destacável que, devido diversos fatores, quase um terço dos entrevistados avaliou seu grau de produtividade como regular, e outra parcela avaliou como ruim, fatores estes que são totalmente compreensíveis devido ao momento passado e a muitas pessoas não possuírem estrutura boa para o desenvolvimento de suas atividades. Questão 12: Você acredita que após a Pandemia, é possível as empresas de Gestão e Contabilidade, utilizarem o Home Office como uma modalidade alternativa de trabalho? 50% 18% 24% 8% Gráfico 11: Autoavaliação em relação a produtividade Bom Ótimo Regular Ruim 21 Fonte: Autoria própria (2020) O gráfico 12 apresenta a porcentagem da expectativa dos colaboradores entrevistados sobre a modalidade do trabalho Home Office no pós pandemia, como alternativa de trabalho para as empresas de gestão e contabilidade, na qual: 62% responderam acreditar na modalidade, todavia de forma flexibilizada, 36% possuem expectativa da efetivação do teletrabalho e apenas 2% não acreditam nesta modalidade de trabalho. Podemos inferir que o resultado é notoriamente positivo, pois após vivenciarem esta experiência, ainda que, vivendo em um período turbulento no mundo inteiro, muitas pessoas abriram a mente para a possibilidade de adotar este modelo de trabalho como uma alternativa viável. Ainda que pequena parte ainda não sejam a favor, é uma informação que pode beneficiar a relação de empresa e colaborador, pois os mesmos acreditam nesta possibilidade de usufruem dos benefícios que ela proporciona, de forma total ou flexível. Questão 13: De 0 a 10, como você classifica a sua experiencia com a modalidade Home Office? 2% 36% 62% Gráfico 12: Possibilidade de trabalhar na modalidade teletrabalho Não Sim Sim, de forma flexibilizada 22 Fonte: Autoria própria (2020) Por fim, o gráfico 13 nos informa detalhadamente a classificação dos entrevistados em relação a experiência de trabalho Home Office no modo geral, na qual 34% avaliaram com a nota 8 a experiência vivida, 24% com a nota máxima 10, 13% com a nota 6, 12% com a nota 9, e 12% com nota 7, 3% com nota 5 e por fim 2% com nota 4. Sendo que a nota de 0 a 5 se encaixa na classificação de insatisfação e de 6 a 10 com a classificação de satisfação. Analisando as respostas, 95% avaliaram como satisfatória a experiência realizada em Home Office e apenas 5% como insatisfatória. Então, podemos concluir que esta modalidade de teletrabalho veio em um momento de muitas turbulências, das mais diversas experiencias e em um cenário de pandemia, porém, em meio ao desafio de sobreviver a uma mudança repentina de rotina, a maior parte da população entrevistada reconhece esta alternativa de trabalho como algo positivo. 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2% 3% 13% 12% 34% 12% 24% 0 5 10 15 20 25 30 35 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Gráfico 13: Grau de satisfação de modo geral 23 5 Considerações finais A pandemia, ocasionada pela COVID-19, impulsionou a necessidade de flexibilização do trabalho. A fim de estudar as mudanças ocorridas no período para os profissionais da área de contabilidade e afins, tais como as medidas adotadas para a implementação do home office, a legislação vigente, qualidade do serviço, autoavaliação dos trabalhadores e relação com clientes, neste trabalho adotou-se a metodologia de pesquisa em campo, através da aplicação de formulário eletrônico. Dessa forma, o presente trabalho atingiu o objetivo de analisar os desafios e as oportunidades dos funcionários em trabalho Home Office (teletrabalho) na cidade de Belém do Pará. Diante do exposto, concluiu-se que 80% colaboradores entrevistados encontraram diversas dificuldades em meio a pandemia,como a falta de comunicação, problema saúde física e estado emocional e a falta de estrutura para adequada para realização de suas atividades laborativas em seus lares. A pesquisa concluiu também que 99% dos entrevistados tiveram o bem-estar psicológico afetado, em virtude do advento da pandemia, resultado esperado devido ao contexto do isolamento social. No entanto, em meio ao desafio de sobreviver a estas adversidades, este estudo identificou que 98% acreditam que o Home Office é uma ótima alternativa de trabalho e que, se houver um maior preparo por parte dos colaboradores e das empresas, a produtividade mantém sua qualidade, pois este tipo de trabalho apresenta diversos benefícios, tanto para os colaboradores quanto para empresa. Exemplo disto é a redução de custos e otimização do tempo gasto em trajeto casa-trabalho, visto que em determinadas épocas do ano na cidade de Belém as chuvas intensas alagam a cidade e causam congestionamento no trânsito. Outro exemplo é quando um colaborador estiver em situação de enfermidades, mas ainda sim esteja disposto a realizar suas tarefas em casa. Ou seja, se as empresas e seus colaboradores estiverem preparados, podem utilizar do Home Office como uma alternativa estratégica que permita vantagens a entidade e ao profissional. Porém, vale destacar, que este preparo está relacionado a realidade de cada pessoa, seja ela jurídica ou física, visto que nem todos possuem interesse em trabalhar desta forma ou não possuem ainda o preparo ou a estrutura adequada. 24 6 Referências bibliográficas BELÉM, Decreto Municipal N.º 95955, de 18 de março de 2020. Declara situação de emergência no âmbito do Município de Belém para enfrentamento preventivo da pandemia de coronavírus declarada pela Organização Mundial de Saúde – OMS e dá outras providências. Disponível em: http://www.belem.pa.gov.br/semaj/app/Sistema/view_lei.php?lei=95955&ano=2020&tipo=2. Acesso em 11 de out de 2020. BRASIL. Lei Nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em 11 de out de 2020. BRASIL. Lei Nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-13.979-de-6-de-fevereiro-de-2020-242078735. Acesso em 11 de out de 2020. BRASIL. Lei Nº 14.020, de 6 de julho de 2020, de 01 de abril de 2020. Institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda; dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020; altera as Leis n os 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.101, de 19 de dezembro de 2000, 12.546, de 14 de dezembro de 2011, 10.865, de 30 de abril de 2004, e 8.177, de 1º de março de 1991; e dá outras providências. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.020-de-6-de-julho- de-2020-265386938. Acesso em 11 de out de 2020. CRESWELL, J. W. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. 25 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. Revisto e Ampliado. 16 ª ed. São Paulo: LTr, 2017. GOULART, Joselma Oliveira. Artigo: Teletrabalho- alternativa de trabalho flexível. Brasilia: SENAC , 2009. GUNTHER, H. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. 22 n. 2, Brasília, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2. Acesso em 13 de nov de 2020 LABRE, Ana Paula Dias. O regime de teletrabalho no Brasil com o advento da lei 13.467/2017- reforma trabalhista: aspectos históricos e modernos. Palmas/TO, 2018. Disponível em: https://analabre.jusbrasil.com.br/artigos/632366246/o-regime-de-teletrabalho- no-brasil-com-o-advento-da-lei-13467-2017-reforma-trabalhista-aspectos-historicos-e- modernos. Acesso em 08 de out de 2020. LANTYER, Victor Habib. Teletrabalho e home office no contexto do coronavírus (covid- 19). Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 25, n. 6155, 8 maio 2020. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/81903. Acesso em: 10 out de 2020. MELLO, Alvaro. 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Disponível em: https://www.4oito.com.br/noticia/existe-a-pandemia-sanitaria-e-a-pandemia-de-saude-mental- diz-neurologista-37165. Acesso em: 13 de nov 2020. 27 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS PESSOAS ENTREVISTADAS 01. Qual a sua idade? 18-25 anos 26-33 anos 34-41 anos 42-49 anos 50+ anos 02. Quantas pessoas (incluindo você) residem em sua casa? 1 2 3 4 5+ 03. Você possui filhos? Se sim, quantos? Não possuo filhos. 1 2 3 4+ 04. Você possui estrutura (computador, internet, mesa, espaço) adequada para trabalhar em casa? Sim Sim, parcialmente (apenas alguns itens) Não 05. Qual é o cargo que você exercia na empresa durante o período de Home Office? Sócio Gerente ou Coordenador Assistente ou Analista Auxiliar Estagiário Outro 06. Qual foi a sua carga horária durante o período de Home Office? Horário integral Horário reduzido (25%) Horário reduzido (50%) Horário reduzido (75%) 07. No período da pandemia, como você classificaria o seu bem estar emocional? Tenso Exausto Entusiasmado Oscilante (momentos bons e momentos ruins) Feliz 28 Outro 08. Dentre as opções abaixo, qual foi a mais desafiadora que você encontrou durante o período de Home Office? Dificuldade na comunicação entre colaboradores da equipe Concentração e foco durante o trabalho em um ambiente familiar Falta de estrutura (computador, conexão de Internet, espaço e etc) Problemas de saúde (doenças, estado psicológico, etc) Não tive problemas durante este período Outro 09. Dentro das opções abaixo, qual foi o maior benefício que você encontrou durante o período? Otimização do tempo gasto em trânsito Flexibilização de horário Maior concentração no trabalho Ter mais tempo para capacitações profissionais Estar próximo de meus familiares Não senti nenhum benefício durante este período 10. Como foi a sua relação no que diz respeito com os clientes? Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Não se aplica a minha função 11. Em relação a sua produtividade durante este período, como você se avalia? Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo 12. Você acredita que após a Pandemia,é possível as empresas de Gestão e Contabilidade, utilizarem o Home Office como uma modalidade alternativa de trabalho? Sim Sim, de forma flexibilizada Não 13. De 0 a 10, como você classifica a sua experiência com a modalidade Home Office? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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