Buscar

Direito Romano I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Romano I 
Professor Eduardo C. Silveira Vita Marchi 
Anotações do aluno JJMM 
http://www.geocities.com/jjmmasdireito/direito.htm 
۩.1. Introdução 
 
1.1. Utilidade do Estudo do Direito Romano 
 
Direito Romano: instituto jurídico aplicado por suas soluções práticas. 
Dele deriva o Direito Civil: 
 Obrigações 
 Propriedade 
 Família 
 Sucessões 
1.2. Introdução Histórica 
O Direito Romano é a principal e a mais original contribuição de Roma à 
humanidade. 
 
1.2.1. Periodização 
**Período Pré-Clássico 
Fundação (séc. VII a.C.) até o séc. III a.C. 
Período marcado pelo rigor e formalismo. O Direito era baseado nos 
costumes dos povos originais. Pautado na religião e aplicado pelos 
pontífices. Era baseado em dois sistemas que coexistiam: costumes (Iura) 
e leis escritas (Legis). É o momento do surgimento da legislação mais 
importante e a primeira a ser sistematizada: Lei das 12 Tábuas (450 a.C.). 
Os pontífices eram responsáveis pela divulgação dos dias "fastos" e os 
dias "nefastos". No final do período os procedimentos jurídicos já são 
divulgados publicamente (Ius Flavianum). 
 
http://www.geocities.com/jjmmasdireito/direito.htm
**Período Clássico 
Do séc. III a.C. até o séc. II d.C. 
Rigor e formalismo do período anterior são abrandados. Desenvolvimento 
da "Jurisprudentia" (prudência do Direito), surgimento do Direito científico. 
Sistematização e classificação do Direito (influência helênica). 
Transformação do processo jurídico, libertando-se do rigor pré-clássico. O 
magistrado tinha poder de "Imperium", a aplicação do Direito segundo sua 
interpretação individual. Direito aplicado na prática, no concreto. 
 
**Período Pós-Clássico 
Do séc. III d.C. até o séc. VI d.C. 
Decadência e obscurantismo. Textos clássicos passam a ser usados 
como referência; surge um caos na aplicação das normas jurídicas. No 
final desse período surgem as compilações e codificações gerais. 
O Imperador Justiniano irá recuperar o Direito Romano Clássico. Criou 
uma comissão encarregada de compilar os textos do juristas clássicos. 
Foram criados os livros: 
 Codex - Normas Imperiais (530 d.C) 
 Digesto - Copilação da Jurisprudência (533 d.C) 
 Institutas - Manual Didático (533 d.C) 
 Novelas - Novas Normas Imperiais, especialmente as de 
Justiniano (565 d.C) 
Esse conjunto foi batizado de "Corpus Iuris Civilis" ou Código Justiniano 
 
1.2.2. As Fontes do Direito Romano 
* Fontes de Cognição - informações por meio das quais pode-se conhecer 
as normas do Direito. 
* Fontes de Produção - meios pelos quais se criam as normas jurídicas 
(formas de expressão do Direito). 
 
 
* Fontes de Produção do Direito Romano 
* Direito Arcaico 
 Costumes ("Mores Maiorum") - tácito consenso de um povo 
arraigado pela longa reprodução. Opinião geral de que a norma 
deve ser cumprida. Tinha que ser um hábito antigo (inveterado). 
 Leis ("Leges") - norma escrita e promulgada por um órgão 
competente. As leis eram votadas em comícios populares, por 
patrícios e plebeus. As leis também poderiam ser votada em 
comícios apenas por plebeus ("plebiscita"). As leis podiam ser "Lex 
Data" (Outorgada) ou "Lex Rogata" (Promulgada). A Lei das 12 
Tábuas era uma "Lex Rogata". 
* Direito Clássico 
Surge, na transição, a "Iurisprudentia", que eram as respostas dos 
jurisconsultos às consultas formuladas pelos populares. 
 "Edicta" - eram as fórmulas que os magistrados publicavam 
explicitando como ele procederia na aplicação da lei; o poder de 
emiti-las era chamado de "Imperium". 
 Constituições Imperiais - Atos de vontade normativa do 
imperador que passavam a ter força de lei. 
 "Senatusconsulta" - normas e decisões tomadas pelo Senado. 
 ۩.2. Parte Geral 
 
2.1. Conceito de Direito e suas Classificações 
2.1.1. Conceito de ius 
* Sentido Objetivo 
Sinônimo de Norma / Regra jurídica. Normas de conduta impostas pelos 
Estado a fim de assegurar a convivência social. Além disso, também têm 
a disposição de estabelecer as conseqüências para o caso de 
transgressão da norma, aplicando uma sanção 
** "ius Civile"- ou "ius quiritarium", o Direito Antigo, só aplicável aos 
cidadãos romanos. 
** "ius Gentium" - Direito consuetudinário, com normas aplicáveis a todos, 
romanos ou não. Direito natural, baseado na regras da natureza, como as 
relativas ao matrimônio, procriação e educação dos filhos. 
* Sentido Subjetivo 
Faculdade de agir concedida pelo Direito. Faculdade concedida a alguém, 
pelo Direito Objetivo ([1]), de exigir certa conduta alheia. O Direito 
Subjetivo pode ser classificado em: 
** familiares - incluem os direitos relativos ao casamento, ao pátrio poder 
e à tutela e curatela. 
** obrigações 
*** direitos reais - direitos que conferem um poder absoluto sobre as 
coisas do mundo externo (Exemplo: o proprietário de um prédio pode 
exigir o respeito por seu direito sobre ele a todos). 
*** obrigações - direitos que existem tão-somente entre pessoas 
determinadas e vinculam uma (devedor) à outra (credor) (Exemplo: o 
locatário de um prédio só tem direito obrigacional contra a pessoa que o 
alugou a ele). 
 
2.1.2. Classificação Dogmática 
a) "Ius Civile / Ius Honorarium" 
* "Ius Civile" - provinham dos costumes, das leis, dos plebiscitos e, mais 
tarde, também dos senatus consultos e constituições imperiais. 
* "Ius Honorarium" - era o Direito elaborado e introduzido pelos pretores, 
que, com base em seu "Imperium" introduzia novidades, criava novas 
regras e modificava as antigas regras do "ius civile". 
b) "Ius Publicus / Privatum" 
* Direito Público - normas que regulam as relações entre os Estados ou 
entre o Estado e os indivíduos (particulares). 
* Direito Privado - normas que regulam as relações entre os indivíduos 
(particulares). 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn1
Nos casos de normas que afetem apenas indivíduos, mas onde exista 
interesse público (do Estado), classifica-se como Direito Público. 
c) "Ius Cogens / Dispositivum" 
* Direito Cogente - normas de Direito Público que não podem ser 
modificadas por acordos entre particulares (Exemplo: o valor expresso de 
uma mercadoria em um contrato de compra e venda). 
* Direito Dispositivo - normas que podem ser alteradas por particulares 
(Exemplo: a responsabilidade de uma mercadoria defeituosa em um 
contrato de compra e venda). 
Nos casos de normas que afetem apenas indivíduos, mas onde exista 
interesse público (do Estado), classifica-se como Direito Congenere. 
d) "Comune / Singulare" 
* Direito Comum - normas que estão em conformidade com os princípios 
gerais do Direito e, portanto, aplicáveis a todos as pessoas, coisas e 
situações. 
* Direito Singular - normas que se desviam dos princípios gerais do 
Direito, que vão contra a lógica do Direito, e, portanto, aplicáveis penas 
para certas pessoas ou situações (Exemplo: normas sobre o usucapião 
de coisa furtada). 
 
2.2. Aplicação da Norma Jurídica 
Para aplicar uma norma é preciso conhece-la e conhecer o fato concerto. 
Antes da aplicação é preciso uma crítica externa da norma. É preciso 
estabelecer o verdadeiro sentido, a interpretação ("Interpretatio") da 
mesma. Interpretação sintática, lógica, histórica e sistemática que 
reconstitua a real vontade do legislador. Da mesma forma é preciso o 
conhecimento dos fatos em discussão no caso concreto; este 
conhecimento dá-se através das provas permitidas pelo Direito 
(documentos, testemunho, perícias etc.). 
"Scire leges nom hoc est verba earum tenere, sed vim ac 
potestatem". (Saber a lei não é apenas entender suas palavras, mas sim 
conhecer sua força) 
Entretanto, as vezes, o Direito vale-se de outros dois instrumentos para a 
aplicação da norma jurídica: 
Presunção - é a aceitação como verdadeiro de um fato provável 
(Exemplo: o filho nascido entre 180 e 300 dias após a convivência 
conjugal é presumido como legítimo). Caso a presunção nãoseja 
absoluta é aceita a apresentação de prova em contrário, como no 
exemplo citado. 
Ficção - é a consideração de um fato inverídico como verdadeiro 
(Exemplo: considerar como nascido o nascituro, sempre que se tratar de 
seus interesses; ou, considerar o cidadão romano que caia prisioneiro do 
inimigo e em seu poder falecia como tendo morrido antes de ser 
capturado). 
A norma jurídica entra em vigor, normalmente, com sua promulgação, ou 
quando a data de sua entrada em vigor estiver explícita. Ela deixa de 
produzir seus efeitos sempre que termina sua vigência, ou quando outra 
norma, que lhe seja contrária, entra em vigor. 
A regra jurídica é aplicável a todos e a sua ignorância não isenta ninguém 
de suas sanções (no caso do Direito Romano isso não era válido para as 
mulheres, os menores de 25 anos, aos soldados em campanha e aos 
camponeses). 
 
2.3. Sujeitos do Direito 
São sujeitos do Direito Romano as Pessoas Físicas ([2]) e Pessoas 
Jurídicas 
 
2.3.1. Pessoa Física 
Pessoa física é o ser vivente, o ente humano vivo. 
 
2.3.2. Pessoa Jurídica 
As Pessoas Jurídicas, também chamadas de Pessoas Morais, são 
entidades artificiais que também possuem capacidade de ter direitos e 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn2
obrigações. Sua característica fundamental é terem personalidades 
distintas da de seus componentes. Podem ser de caráter privado ou 
público. 
 
2.4. Capacidades no Direito Romano 
Capacidade Jurídica, no Direito moderno, é a aptidão para fazer parte de 
uma relação jurídica, quer do lado ativo ou do lado passivo das 
obrigações. Modernamente, basta o nascimento, a existência, para 
adquirir a Capacidade Jurídica de Gozo (no Código Civil, art. 
4o Personalidade Civil). Essa Capacidade difere da Capacidade de Fato, 
ou Capacidade de Agir, ou Capacidade de Exercício de Direitos. Os 
requisitos para essa Capacidade são a idade e o pleno desenvolvimento 
mental. No caso do Direto Brasileiro essa idade é de 21 anos. Capacidade 
de Fato, no Direito moderno, é a aptidão para praticar atos jurídicos; 
celebrar atos (manifestações da vontade que gerem fatos jurídicos) 
 
2.4.1. Capacidades Jurídica de Fato ou de Direito 
Em Roma não bastava o simples nascimento com vida para adquirir a 
Capacidade Jurídica. Era necessário cumprir certas condições. 
2.4.1.1. Capacidade Jurídica - Condições 
a) ser livre ("Status Libertatis"); 
b) ser cidadão romano ("Status Civitatis"): 
c) ser "sui iuris", que fosse independente de pátrio poder; isto é, não ter 
nenhum ascendente masculino vivo ([3]) ("Status Familiae"). 
Além das anteriores, em Roma, o indivíduo precisaria ter a forma humana 
("contra forman humanus genere" e não ser "monstrum vel prodigium") no 
momento no nascimento. Alguns autores ainda relacionam uma quinta 
exigência: o recém-nascido precisaria ser viável, ter "vitalidade". Caso não 
tivesse, por pressuposição, seria considerado natimorto. 
a) "Status Libertatis" 
* Escravidão 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn3
O escravo não tinha direitos em Roma; era considerado como uma coisa 
("res"), um objeto ou um animal. As causas da escravidão podem ser 
divididas em dois grupos: as causas do "ius gentium" e as causas do "ius 
ciuile". 
** Causas do "ius gentium" 
Eram duas formas de tornar-se escravo, a partir dessa modalidade do 
Direito romano: pela captura e pelo nascimento. Se um cidadão romano 
fosse capturado imediatamente seus direitos em Roma ficavam 
suspensos. Se ele conseguisse libertar-se e voltar ao território romano, 
readquiria-os em decorrência do "postiliminium" ([4]). Caso morresse em 
cativeiro, por problemas com herança, considerava-se a ficção que ele 
tivesse morrido durante a captura, isto é, como cidadão livre. 
Quanto ao nascimento, a condição da mãe determinava a condição do 
filho. O filho de uma escrava no momento do nascimento, ainda que o pai 
fosse um homem livre, seria escravo. Isso foi alterado durante a evolução 
do Direito romano; caso a mãe em algum momento da gravidez tivesse 
sido livre, consideraria o nascido como livre. 
** Causas do "ius ciuile" 
No Direito Romano pré-clássico: 
a) aquele que não prestava declarações ao censo; 
b) o que, convocado, não se apresentava ao Exército; 
c) o desertor; 
d) aquele que fosse entregue a nação estrangeira que ele 
tivesse ofendido; 
e) o ladrão preso em flagrante; 
f) o devedor insolvente, e 
g) o "filius familia" vendido por seu "pater familias". 
Um escravo poderia ser libertado por manumissão ("manumissio") ou por 
disposição de lei. A manumissão é o ato de libertação do escrevo pelo 
seu senhor. As forma de manumissão variaram durante a história de 
Roma; contudo, as mais importantes foram: 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn4
* "manumissio uindicta" - realizada através de um simulacro de um 
processo jurídico, onde o magistrado tocava ritualmente o escravo com 
uma pequena vara, dando-lhe liberdade. 
* 'manumissio censu"- quando o dono autorizava o escravo a se incluído 
nas listas do recenseamento. 
* "manumissio testamento" - quando a libertação do escravo era dada 
quando seu senhor, ao morrer, concedia-lhe a manumissão através de 
seu testamento. 
A manumissão pelas modalidades do "ius ciuile" fazia com que o escravo 
estrangeiro adquirisse a cidadania romana. Por seu lado, a munumissão 
do "ius honorario" mantinha a condição do escravo liberto como a de 
estrangeiro. 
* Liberdade 
No Direito Romano havia duas espécie de pessoas livres: o ingênuo e o 
liberto. Ingênuo era aquele que nunca tinha sido escravo em sua vida, ou 
se fora havia adquirido sua liberdade retroativamente, através da ficção 
do "postiliminium". O liberto, ou nascera escravo e obtivera alforria, ou 
nascera livre, tornara-se escravo e reconquistara a liberdade. 
Normalmente o liberto tinha algumas restrições, que reduziam sua 
capacidade jurídica frente a seu patrono (antigo senhor). 
b) "Status Civitatis" 
* "Civis" - cidadão romano, plena Capacidade Jurídica de Direito. 
Possuía: 
** "ius commerce" - capacidade de realizar atos patrimoniais. 
** "ius conubii" - capacidade de constituir família legalmente. 
** "testamenti factio" - capacidade de fazer testamento e de ser herdeiro. 
** "ius action" - capacidade de ser parte em um processo. 
** "ius suffragii" - capacidade de votar nos comícios. 
** "ius honorium" - capacidade de ser eleito para um cargo da 
magistratura. 
* "Latinus" - habitantes do Lácio, exceto de Roma. 
** "latinus priscus" - habitantes das colonias antigas. 
** "latinus coloniarus" - habitantes de colonias recentes. 
** "latinus juniarus" - escravos libertos pelos modos dos "ius honorarium". 
* "Peregrinus" - estrangeiros propriamente ditos que estavam 
subordinados ao Império Romano. 
** "alicuius civitatis" - regiam-se pelo "ius gentium", direitos comuns aos 
romanos e aos estrangeiros, e por suas regras próprias. Habitantes de 
regiões dominadas que mantinham suas cidades e suas regras jurídicas 
intactas. 
** "dediticio" - estrangeiros, que por resistirem à dominação, tiveram suas 
cidades e suas estruturas jurídicas destruidas. Estavam sujeitos apenas 
ao "ius gentium". 
A Capacidade de Direito vai regredindo conforme a classificação vai 
aumentando. 
c) "Status Familiae" 
* "Sui Iuris" - (de Direito seu) "pater familias" e mulheres não vinculadas 
a um "pater familias"; 
* "Alieni Iuris" - (de Direito dos outros) submetido ao patrio poder de um 
"pater familias"; tinha limitação patrimonial. Não podia ter patrimônio 
próprio, nem fazer testamento. 
 
2.4.1.2. Capitis Deminutio 
Alteração em um dos três status de cidadania. 
* "capitis deminutio maximum" - tornar-se escravo, perdia os três status 
(liberdade, cidadania, família); 
* "capitis deminutio medium" - naturalizar-se ou sofrer o exílio, perdia 
dois status (cidadania, família); 
* "capitis deminutio minimum" - adoção, perdia um status (família).Além disso outras causas podiam restringir a Capacidade Jurídica de 
Gozo. As mulheres não tinham capacidade para direitos públicos e 
sofriam restrições quanto ao direito privado. A mulher não tinha direito ao 
pátrio poder, nem à tutela, e não podia participar de atos solenes na 
qualidade de testemunha. 
 
2.4.2. Capacidade de Fato 
Capacidade para agir em nome próprio em uma relação jurídica. 
Dependia da idade, do sexo, da sanidade mental e da prodigalidade. 
a) Idade 
* Inpúbere - mulheres menores de 12 anos e homens menores de 14 
anos: 
** Infante - menores de sete anos, eram absolutamente incapazes. 
** "Infantia maiores"- entre sete anos e a puberdade, eram parcialmente 
capazes. Podiam praticar atos jurídicos que não lesassem seu patrimônio, 
que não os prejudicassem. Nos atos potencialmente prejudiciais era 
necessária a anuência de um representante ([5]). 
* Púbere - total capacidade de fato. 
No século II a.C., a "Lex Laetoria" estabeleceu que os menores de 25 
anos poderiam requerer a nulidade de atos jurídicos que o tivessem 
lesado, caso não tivesses a assessoria de um representante. No Direito 
pós-clássico havia a exigência que o menor de 25 anos tivesse sempre a 
assistência do representante. 
b) Sexo 
As mulheres eram relativamente incapazes. Eram incapazes para atos 
que provocassem uma redução de seu patrimônio. Seus atos 
necessitavam a representação de um tutor. 
c) Sanidade Mental 
Os loucos de todo o gênero eram totalmente incapazes, necessitando um 
curador. 
d) Prodigalidade 
Aquele que dilapidasse seu patrimônio, ou de sua família, era considerado 
parcialmente incapaz, necessitando de um curador. 
 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn5
 2.5. Objetos de Direito (coisas ou bens) 
Objetos de Direito, coisas, são entidades com valor econômico que 
podem ser objeto de relações jurídicas. Buscam satisfazer as 
necessidades humanas na órbita do Direito. 
a) Coisas comercializáveis e não comercializáveis 
* "Res in commercio" 
São aquelas que podem ser adquiridas por particulares 
* "Res extra commercio" 
Coisas que por sua natureza, ou destinação, não podem fazer parte do 
patrimônio de particulares. 
** "Res divini iuris" 
Coisas assim classificadas por terem funções religiosas 
*** "Res sacrae" 
Coisas destinadas ao culto dos deuses superiores: templos etc. 
*** "Res religiosae" 
Coisas destinadas ao culto dos deuses inferiores (proteção aos mortos 
"manes"): túmulos e objetos enterrados com os mortos. 
*** "Res sanctae" 
Coisas colocadas em favor doas divindades para a proteção das cidades 
e de seus logradouros. 
** "Res humani iuris" 
Coisas colocadas fora de comercialização por necessidades de natureza 
humana. 
*** "Res communes omnius" 
Coisas comuns a todos os homens; coisas que não podem ser 
apropriadas pelos particulares em sua totalidade, em sua massa, por 
pertencerem à natureza: o ar, o mar etc. 
*** "Res publicae" 
Coisas pertencentes ao Estado, por serem destinadas ao uso público: 
ruas, praças etc. 
b) Coisas corpóreas e não corpóreas 
* Coisas corpóreas - aquelas que se apresentam como entidades 
concretas; isto é, coisas que podem ser percebidas pelo sentidos: um 
livro, um animal etc. 
* Coisas incorpóreas - aquelas que não podem ser trocadas e que só 
podem ser tocadas e percebidas pelo intelecto (no Direito moderno: 
direitos autorais, direito sobre patentes etc.). Para os romanos todos os 
direitos, todas as situações jurídicas, estavam nessa categoria. 
c) "Res mancipi" e "Res nec mancipi" 
* "Res mancipi" - coisas para cuja alienação ([6]) era necessário um ato 
solene, formal, de "mancipatio". Estavam nessa categoria os imóveis, os 
escravos, os animais de tiro e carga (cavalos, vacas, burros) e as 
servidões prediais de aqueduto e de passagem; ocorriam nas coisas de 
maior valor econômico-social em uma economia agrícola. 
* "Res nec mancipi" - Coisas que eram alienadas pelo simples ato da 
"traditio, da tradição ([7]). Ocorria nas coisas de menor valor. 
d) Coisas fungíveis e não fungíveis (não-fungível) 
* Coisas fungíveis - são aquelas substituíveis por outras do mesmo 
gênero, qualidade e quantidade; são aquelas que a individualidade de 
cada unidade não tem relevância jurídica (Exemplos: arroz, farinha, metal 
etc.). 
* Coisa infungível - aquelas especificamente consideradas, cujas 
características impedem que sejam substituídas por outras do mesmo 
gênero (Exemplo: um quadro, uma estátua etc.). 
e) Coisas consumível e inconsumível 
* Coisas consumível - são aquelas que podem ser usadas apenas uma 
vez (Exemplos: comida, bebida etc.). 
* Coisa inconsumível - aquelas que permitem um uso repetido sem que 
sejam destruidas, conservando sua utilidade econômica-social (Exemplo: 
um quadro, uma estátua, um vestido etc.). 
e) Coisas divisível e indivisível 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn6
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn7
O conceito de divisível está ligado ao valor econômico da coisa. 
* Coisas divisível - são aquelas que podem ser divididas sem que cada 
uma das partes perca seu valor proporcional ao todo (Exemplos: arroz, 
um terreno etc.). 
* Coisa indivisível - aquelas que cada parte perde seu valor proporcional 
ao todo (Exemplo: um quadro, um animal etc). 
f) Coisas simples, composta e coletiva (ou universal) 
* Coisas simples - são aquelas que representam uma unidade orgânica, 
natural ou artificial (Exemplos: um terreno). 
* Coisa composta - aquelas que são formadas pela união artificial de 
várias partes (Exemplo: um carro, um edifício etc). 
* Coisa coletiva ou universal - abrangem um aglomerado de coisas 
simples, só juridicamente ligadas entre sí (Exemplo: um rebanho, uma 
biblioteca etc). 
g) Coisas principal e acessória 
* Coisas principal - o exemplo é um terreno. 
* Coisa acessória - aquelas que estão ligadas a uma coisa principal; 
seguem sempre a sorte da coisa principal (Exemplo: árvores de um 
terreno, construções, instrumentos de trabalho agrícola etc). 
h) Fruto 
* Frutos são coisas novas produzidas natural e periodicamente por uma 
outra, que, por isso mesmo, se chama de frugífera. As rendas obtidas 
com a locação e arrendamento de coisas também são frutos enquanto 
fizer parte da coisa frugífera não têm individualidade própria, seguindo 
assim a sorte da coisa principal. 
i) Benfeitoria 
* Benfeitorias são gastos com coisas acessórias ou pertenças à coisa 
principal, para melhorar e aumentar a utilidade desta. Podem ser: 
necessárias (um telhado novo), úteis (uma pintura nova) ou voluptuária 
(uma piscina). 
 
2.6. Atos Jurídicos 
Fato Jurídico - eventos involuntários (naturais) ou voluntários, que gerem 
consequências jurídicas. Essas consequências podem ser: 
* Aquisição de direitos, 
* Extinção de direitos ou 
* Modificação de direitos 
Ato Jurídico - é o fato jurídico voluntário lícito ([8]). É uma manifestação 
de vontade que gera consequências jurídicas. 
O Ato Jurídico pode dividir-se em Ato Material e Negócio Jurídico. Nos 
Atos Materiais apesar de ser um ato voluntário, ele é desprovido de uma 
declaração expressa de vontade (Exemplos: construir uma casa em 
terreno alheio, ou descobrir um terreno em propriedade alheia). Já o 
Negócio Jurídico existe uma expressa declaração de vontade, dirigida a 
um fim prático no mundo do Direito (Exemplos: contratos, testamentos 
etc) 
 
2.6.1. Classificação dos Atos Jurídicos 
 
a) Quanto à sua formação 
* unilateral - para o qual basta a vontade expressa de uma só pessoa 
(Exemplo: testamento). 
* bilateral - aquele para cuja formação são necessárias a expressão da 
vontade de duas ou mais pessoas (Exemplo: qualquer contrato). 
b) quanto à forma 
* formais ou solenes - cuja manifestação de vontade deve revestir-se 
necessariamente de solenidade prevista na lei (Exemplo: compra de um 
imóvel e seu registro no Cartório). 
* informais ou não solenes - aqueles cuja manifestaçãode vontade não 
exige uma solenidade jurídica (Exemplo: a compra de um bem de 
pequeno valor que se concretiza com a simples tradição do bem. 
c) quanto à causa 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn8
* causais - aqueles cuja causa, função econômico-social, poder ser 
identificada, qualificando o ato (Exemplo: contratos de compra e venda). 
* abstratos - aqueles cuja causa não pode ser identificada (Exemplo: 
títulos ao portador, que após sua circulação em várias mãos não se 
conhece mais a sua causa inicial). 
d) quanto à produção e cessação dos efeitos jurídicos 
* "inter vivos" - são os atos jurídicos cujos efeitos se produzem, ou 
cessam, entre os vivos (Exemplo: qualquer contrato). 
* "mortis causa" - são os atos jurídicos cujos efeitos só ocorrem após a 
morte daquele que expressa a vontade (Exemplo: testamento). 
e) quanto às vantagens e desvantagens 
* onerosos - atos onde para cada uma das partes implica em vantagens e 
desvantagens (Exemplo: contratos de compra e venda, onde a vantagem 
é obter o dinheiro e a desvantagem é ter que livrar-se do bem). 
* gratuitos - atos nos quais as vantagens não implicam em nenhuma 
desvantagem (Exemplo: doação). 
 
2.6.2. Conteúdo dos Atos Jurídicos 
Os elementos de um ato jurídico podem ser essenciais, naturais ou 
acidentais 
a) Elementos Essenciais 
Eram aqueles sem os quais não existe o ato. Poderia dividir-se em: 
* essenciais quanto à existência - para que um ato exista é preciso ter 
uma parte (ato unilateral, ou partes (ato bilateral), manifestação de 
vontade e objeto. 
* essenciais quanto à validade - para que o ato jurídico produza seus 
efeitos é necessário que exista a capacidade de fato e a de direito e 
legitimidade da parte. ou das partes. É necessário que a manifestação de 
vontade esteja isenta de vícios. O objeto precisa ser lícito, possível, 
determinado ou determinável. 
b) Elementos Naturais 
Aqueles que naturalmente fazem parte do negócio, mas as partes podem 
afastar de comum acordo. 
c) Elementos Acidentais 
Elementos que podem ou não fazer parte do ato jurídico. Podem ser: 
* acidentais quanto à condição - cláusula ou elementos acidental que faz 
depender a produção dos efeitos da verificação de um evento futuro e 
incerto. 
** acidentais de condição suspensiva - faz com que os efeitos fiquem 
suspensos até o momento da verificação do evento. 
** acidentais de condição resolutiva - faz com que os efeitos existam 
desde o princípio, mas verificando-se o evento os efeitos cessem. 
* acidentais de termo - cláusula ou elemento acidentais de um ato que faz 
depender a produção dos efeitos da verificação de um evento futuro e 
certo. Existe a certeza, sem a possibilidade de frustração. A data é que 
pode ser fixada ou não. Também pode ser um termo suspensivo ou um 
termo resolutivo. 
* acidentais de modo ou encargo - cláusula ou elemento acidental de um 
ato pelo qual o autor de uma liberalidade pede ao destinatário da mesma 
uma ação em contrapartida. O Direito pós-clássico criou formas de 
constranger o beneficiário que não realizasse o ato pedido. 
 
2.6.3. Vícios dos Atos Jurídicos 
Vício do ato jurídico existe quando há discrepância entre a vontade 
interna e a sua manifestação. Com relação a isso, o ato jurídico pode ser 
nulo (sem efeito jurídico) ou anulável (pode ser tornado sem efeito, mas 
persistem seus efeitos anteriores).O Direito Romano só conheceu o ato 
nulo; o anulável só foi introduzido no Direito recente. Os vícios podem ser: 
a) Simulação 
Quando ambas as partes simulam uma manifestação de vontade que não 
existe. Torna o ato anulável. 
* absoluta - simulação de um ato que ambas as partes não desejam 
realmente praticar 
* relativa - simulação de um ato e a realização de um ato dissimulado, 
oculto. 
b) Erro 
Divergência entre a vontade interna e sua manifestação; pode ou não 
anular o ato jurídico. Os erros que o anulam são: Era reconhecido 
expressamente pelo "Ius Civile". 
* erro quanto ao negócio - discrepância no que se refere à essência do 
ato (Exemplo: vender uma casa pensado estar alugando-a). 
* erro de pessoa - divergência quanto à identidade de uma das partes 
essenciais ao ato (Exemplo: comprar algo de quem não é realmente seu 
proprietário). 
* erro de objeto - quando a divergência recai na identidade física do objeto 
(Exemplo: comprar o lote 12 de um terreno pensando estar comprado o 
13). 
* erro de substância - quando recai sobre a qualidade essencial do objeto 
(Exemplo: comprar uma peça de cobre pensando estar comprado uma de 
ouro). 
Quando o erro recai sobre uma elemento não essencial do ato ele não era 
anulado. 
c) Dolo 
Quando uma das partes faz a outra incidir em um erro através de um 
comportamento maliciosos. Contra essa parte cabia uma ação penal. 
* "dolus bonus" - não anulava o ato; é a pequena dose de malícia que 
existe em qualquer negócio. 
* "dolus malus"- anulava o ato; é a ação maliciosamente grave para 
enganar a outra parte. 
d) Coação 
Quando uma das partes exerce algum tipo de pressão, física ou psíquica, 
ilegal sobre a outra parte. Reconhecido apenas pelo "Ius Honorarium, pela 
atuação do pretor. 
O ato jurídico também poderia ser nulo por outras causas, por exemplo, ir 
contra a moral e os bons costumes. 
 
2.6.4. Representação nos Atos Jurídicos 
Não existia no Direito Romano. No Direito Moderno pode ser: 
* Imediata - o representante age imediatamente em nome do 
representado. Todas as conseqüências e obrigações recaem sobre o 
representado. 
* Mediata - o representante age em seu próprio nome, com a obrigação 
de prestar contar ao representado (Exemplo: a atuação dos tutores e 
curadores). 
 
 ۩.3. Direitos Reais 
3.1. Conceito 
Direito Real é o Direito das coisas. Era aquele que se exercia diretamente 
sobre elas. Diferia dos Direitos Pessoais, ou Direito das Obrigações, que 
eram exercidos sobre pessoas ([9]). Os Direitos Reais, que eram 
independentes da vontade ([10]), eram exercidos impondo uma obrigação 
passiva universal ("erga omnes"). Eram características dos Direitos 
Reais: 
a) atribuíam ao titular do Direito um poder, "potestas", direito sobre a 
coisa; 
b) eram Direitos absolutos que impunham a todos a obrigação de abster-
se na relação do indivíduo com a coisa; 
c) eram protegidos por ações reais, "actiones in rem" contra quem quer 
que tivesse turbado do Direito do titular, e 
d) outorgavam ao titular o direito de seqüela, que era a capacidade de 
perseguir a coisa contra quem quer que a tivesse tomado injustamente. 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn9
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn10
 
3.1.1. Classificação dos Direitos Reais 
Os Direitos Reais classificavam-se em: 
a) Propriedade - Direito Real pleno, no qual as características 
apresentavam-se claramente. 
b) Direitos sobre coisas alheias - era quando os Direitos Reais eram 
passados do proprietário para outra pessoa. 
* de gozo - podiam ser: servidões, usufruto, uso (todas do Direito 
arcaico), enfiteuse, superfície (Direito clássico). 
* de garantia - penhor, hipoteca. 
 
3.2. Posse 
Posse ("possessio") era o poder de fato sobre uma coisa. Diferia da 
propriedade que era um poder de direito sobre uma coisa. A posse 
relacionava-se com a propriedade na medida em que a primeira poderia 
fazer com que surgisse a segunda, como no caso do usucapião. Segundo 
análises dos trabalhos dos juristas romanos, a posse era adquirida com 
"corpore et anima". Assim, a posse dividia-se entre relações objetivas e 
subjetivas do indivíduo com a coisa. 
No século XIX, Savigny deu uma definição moderna de posse: "corpore" 
não significava necessariamente uma relação de proximidade com a 
coisa, mas sim ter disponibilidade sobre a coisa, ter a possibilidade 
de usa-la. "Animus" seria o "animus domini", ter a intenção de ter a 
coisa para si. Assim: 
 
 
O "animus" era o elemento subjetivo, avaliado objetivamente pelalei; isto 
é, a lei era quem determina que tinha e quem não tinha "animus". 
Poderia-se fazer uma distinção entre posse e detenção: 
Posse seria a união da capacidade de usar a coisa com a intenção de tê-
la para si 
* Posse - presença do "corpus" + "animus", gerando efeitos jurídicos e 
tendo proteção jurídica. 
* Detenção - apenas a presença do "corpus", não gerando efeitos jurídicos 
e sem proteção (Exemplos: a locação, o comodato, o depósito). 
 
3.2.1. Proteção Possesória 
A posse, desde que justa, era protegida por intermédio dos interditos 
("interdictum") frutos da ação do pretor, do "ius honorarium". Os interditos 
referiam-se exclusivamente à posse, ao fato, não tratando da questão da 
propriedade, do direito. Protegiam a posse do Esbulho, quando a posse 
era tomada, e da Turbação, quando a posse não é tomada, mas seu 
exercício era perturbado. Poderiam ser: Proibitórios, proibindo a ação de 
outrem sobre a relação de posse, visando a manutenção da mesma, ou 
Restitutórios, caso a posse fosse perdida, o possuidor retomava-a. 
O "ius honorarium" considerava a posse de duas formas: 
a) justa - , ou não viciosa, e 
b) viciosa - adquirida através de um vício; que poderiam ser: 
* "vi" - obtida através da violência; 
* "clam" - obtida clandestinamente, ou 
* "precário"- quando o proprietário cede a posse, a título precário, a 
outrem. 
A posse viciosa é protegida pelos interditos contra todos, exceto contra o 
verdadeiro proprietário. 
 
3.2.2. Interditos Possessórios 
Os interditos possessórios podiam ser de dois tipos: 
a) Interditos Proibitórios 
A posse tinha dois efeitos práticos concretos: aquisição de propriedade 
por usucapião e a requisição dos interditos possessórios de reintegração 
(contra o esbulho) e a de manutenção (contra a turbação). 
* "uti possidetis" - tinha caráter dúplice, valendo tanto para a turbação 
como contra o esbulho. Cabia para as coisas imóveis e tinha a validade 
de um ano. 
* "utrubi" - válido para as coisas moveis. Valia por um ano e verificava, 
nesse intervalo, quem ficou com mais tempo com a coisa. 
b) Interditos Restitutórios 
* "unde vi" - usado para obter a posse perdida por meios violentos; tinha a 
validade de um ano. 
* "de precario"- usado para obter a posse perdida por meio da 
precariedade; também tinha a validade de um ano. 
 
3.3. Propriedade 
 
3.3.1. Conceito 
O Direito de propriedade era a capacidade dada a alguém de exercer um 
poder absoluto sobre uma coisa. Era o Direito de usar, fruir e dispor ( [11]) 
sobre a coisa ("ius utendi, fruendi et abuteri rem suam"). Era um poder 
absoluto que impõe "erga omnes" seu respeito. Tinha como característica 
a elasticidade da propriedade ([12]). A propriedade também era um 
poder exclusivo, isto é, sobre uma coisa só poderia existir um Direito de 
propriedade. 
3.3.1.1. Evolução do Conceito 
No Direito Romano antigo não havia o conceito de propriedade. 
Representava tudo aquilo que estivesse sob "potestas" de um "pater 
familias". O Conceito autônomo de propriedade surgiu no Direito clássico, 
apresentando várias significações: 
a) propriedade quiritária 
Aquela referente aos cidadãos romanos; a que era fruto de uma ação 
reivindicatória. Era ligada ao princípios do "ius quritarium" na medida que 
sua aquisição se dava através do "mancipatio" ou do usucapião, restritos 
aos cidadãos; 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn11
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn12
b) propriedade pretoriana 
Quando o cidadão romano comprava uma coisa "res mancipi" sem a 
realização do "mancipatio". O Direito do proprietário era garantido pelo 
pretor; 
c) propriedade peregrina 
Garantia aos estrangeiros a posse de coisas "res mancipi", apesar de não 
poderem realizar a cerimônia formal de transição. 
Essas e outras formas faziam com que, na prática, o Direito de 
propriedade fosse realizado efetivamente. Com o Direito Justinianeu 
essas diferentes concepções foram fundidas em uma só. 
Desapareceramm as distinções entre os cidadãos e os estrangeiros, 
assim como todas as outras causas de distinção. 
 
3.3.2. Limitações à Propriedade 
Limitações ao Direito de propriedade eram as restrições impostas por lei a 
um Direito que, em tese, seria absoluto. No Direito Romano arcaico não 
havia limitações à propriedade. Já no período clássico, o desenvolvimento 
social fez com que esse Direito fosse gradativamente limitado, sempre 
que surgisse um interesse social maior. O princípio da função social da 
propriedade surgiu nesse período. Eram limitações legais: 
a) distância legal 
Os proprietários rurais precisavam manter uma distância de no mínimo 
cinco pés ("limines") de seu vizinho para garantir a circulação. Também 
havia a limitação de altura dos imóveis em 70 pés (época de Augusto), ou 
o equivalente a cinco andares; isso garantia melhor iluminação, ventilação 
e segurança nas grandes cidades. 
b) luz e panorama 
Regulamentava a abertura de janelas para as propriedades vizinhas e a 
fixação de distâncias mínimas entre paredes dos vizinhos. 
c) regime das águas 
Referia-se à utilização das águas dos rio e mananciais. Os textos 
romanos determinavam que "as águas deveriam correr naturalmente" 
("naturaliter"). Os proprietários não podiam fazer obras que aumentasse 
ou diminuíssem o volume de água para seus vizinhos. Os problemas 
advindos de questões desse tipo geraram os "atos emulativos" ([13]), que 
eram terminantemente proibidos. 
d) imissões (invasões) 
Era o critério geral nas relações de vizinhança. O proprietário poderia 
servir-se da coisa como lhe aprouvese, desde que não realizasse 
imissões em terrenos dos vizinhos; essas imissões poderiam ser materiais 
ou imateriais (mau cheiro, ruído, fumaça, calor etc). 
e) árvores limítrofes 
O Direito Romano entendia que, por exigências agrícolas, o proprietário 
de um imóvel que em seu vizinho tivesse uma árvore limítrofe teria que 
tolerar os ramos acima de 15 pés; da mesma maneira, teria que aceitar 
que seu vizinho, proprietário da árvore, colhesse os frutos caídos, dia sim, 
dia não. 
f) passagem forçada 
Os proprietários de terrenos encravados, sem acesso a uma via pública, 
podiam exigir dos proprietários dos terrenos encravantes passagem 
forçada por seus imóveis. 
g) mineração 
Segundo uma texto legal dos século IV a.C., a descoberta de minérios 
permitia que um indivíduo explorasse terreno alheio, desde que pagasse 
uma taxa. 
h) terrenos ribeirinhos 
Os terrenos sobre os quais passassem cursos de água navegáveis 
obrigavam que seus proprietários tolerassem a navegação, a pesca e 
todos os trabalhos oriundos dessas atividades. 
 
3.3.3. Aquisição da Propriedade 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn13
Eram os fatos jurídicos aos quais o ordenamento jurídico atribuiam o 
efeito de gerar a transferência da propriedade. Essa aquisição poderia ser 
feita de vários modos, sendo classificados como: 
3.3.3.1 Modos Originários de Aquisição 
Eram aquele que tinham por base uma relação imediata do adquirente 
com a coisa, inexistindo qualquer relação entre ele e o proprietário 
anterior, que pode nem existir. 
a) Aquisição de Frutos 
Aquisição de propriedade de modo originário onde o proprietário de coisa 
frugífera adquiria a propriedade dos frutos. Também alguém que não 
fosse o proprietário da coisa poderia adquirir o fruto, como por exemplo no 
usufruto, na enfiteuse etc. 
b) Especificação 
Aquisição de propriedade de modo originário onde o indivíduo construía 
uma obra de arte, por exemplo, com material do qual não fosse 
proprietário. Ela voltava ao proprietário caso a obra especificada pudesse 
retornar à situação anterior (fusão de uma estátua de bronze); caso 
contrário (uma estátua de um bloco de mármore), a obra especificada 
ficaria com o especificador, que deveria indenizar o proprietário no valor 
da matéria-prima. Caso o especificador tivesse agido de má fé, a obra 
especificadaficaria com o proprietário. 
c) Invenção 
Aquisição de propriedade de modo originário de algo que estava oculto a 
muito tempo, cujo o dono não fosse conhecido. Para o Direito Romano, se 
o inventor não fosse o dono do local onde a coisa foi descoberta ele 
deveria dividir com o proprietário o valor do bem encontrado. O inventor 
perderia o direito ao bem caso tivesse trabalhado para o proprietário 
procurando esse mesmo bem, ou tivesse agido contra a vontade do 
mesmo. 
d) Ocupação 
Aquisição de propriedade de modo originário, que não se aplicava a 
coisas imóveis, baseado na posse das coisas sem dono ("res nullius") 
bastando apenas a posse da coisa (Exemplos: caça e pesca, apropriação 
de bens do inimigo, apropriação de coisas abandonadas etc). 
e) União de coisas (Acessão) 
Aquisição de propriedade de modo originário pela união de coisa dita 
acessória à coisa principal, de maneira que, caso separado o produto da 
união, cada uma das suas partes não poderia retornar a seus estados 
anteriores. Coisa principal era aquela que tenha a mesma finalidade 
econômico-social da coisa final resultante. (Exemplos: aluvião, avulsão, 
leito abandonado, ilha surgida ([14]) ). O proprietário da coisa acessória 
tinha direito a uma indenização. 
3.3.3.2 Modos Derivados de Aquisição 
Era, aquele que tinham por base uma relação jurídica entre o adquirente e 
o proprietário anterior, o alienante. Chamava-se derivada porque o Direito 
do adquirente derivava do Direito do antigo proprietário. Nos modos 
derivados aplicava-se o princípio: ninguém pode transferir a outrem 
mais direitos do que tenha ("Nemo plus iuris ad alium transferre 
potest, quam ipsis haberet"). 
a) "Macipatio" 
Aquisição de propriedade de modo derivado usado para a aquisição de 
"res mancipi". Era um ato jurídico abstrato e formal originado na fase 
arcaica do Direito Romano, perdendo posteriormente o caráter exclusivo 
de compra e venda, passando a ser usada para todas as transações de 
bens de grande importância economico-social. 
b) "In iure cessio" (Cessão em juízo) 
Aquisição de propriedade de modo derivado que era usada quando 
alguém queria vender algo a outrem e o adquirente simulava um ato 
reivindicatório sobre a coisa alienada. O pretor concedia o direito de 
propriedade também simulando um ato jurídico, homologando as 
vontades das partes. Era usada tanto para "res mancipi" quanto para "res 
nec mancipi", não importando para o ato os motivos, as causas, da 
transação. 
c) "Traditio" 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn14
Aquisição de propriedade de modo derivado que era a simples entrega do 
bem ao adquirente, sem qualquer outra formalidade. Era usada tanto para 
"res mancipi" quanto para "res nec mancipi". Era causal, não bastando 
simplesmente a transferência da coisa, era necessária também a causa 
da transferência. Poderia ser: simbólica, quando algo era entregue no 
lugar da coisa; "longa manu", quando o bem estava distante, sendo 
apenas indicado; "brevi manu", quando o bem já estava sob a posse do 
adquirente, e "constitutum possessorium", quando o alienante continua 
a usar a coisa, mesmo após a transferência do direito de propriedade. 
 
3.3.3.3. Modos Especiais de Aquisição da Propriedade 
3.3.4.3.1. Usucapião 
O Usucapião ("Usus capere"- captar pelo uso) era uma forma especial de 
aquisição da propriedade, onde a posse prolongada, sem oposição do 
proprietário, gerava a propriedade quiritária; isto é, aquela restrita aos 
cidadãos romanos. No Direito Romano era a aquisição de propriedade 
para o caso e um vício inerente ao ato jurídico, que "per si" justificaria a 
aquisição da propriedade caso não existisse o vício. 
No Direito Romano Clássico eram requisitos do usucapião: 
a) "res in commercio" - coisa suscetível de aquisição quiritária, não 
cabendo essa classificação para coisas obtidas de maneira ilícita; 
b) posse prolongada; 
c) prazo - dois anos para coisa imóvel e um ano para outros bens. No 
Direito Romano Clássico esse prazo foi alterado para dez e três anos 
respectivamente, no caso das partes residirem na mesma localidade; no 
caso de residirem em localidades diferentes, esse prazo subia para 20 
anos para as coisas imóveis. Em Roma, quando a posse passava de uma 
pessoa para outra esta poderia somar os dois tempos para fins de 
usucapião ("acessio temporis"); 
d) justo título - ato jurídico que era a base da pretensão, que seria válido 
caso não fosse o vício no modo (Exemplo: compra e venda, doação etc), 
e 
e) boa fé - consciência de não estar lesando o direito alheio. 
 
3.3.4. Proteção à Propriedade 
Os meios processuais para a proteção do Direito de Propriedade eram: 
a) Ação Reivindicatória ("Rei Vindicatio") 
Meio processual de defesa contra a perda do direito em sua totalidade. 
Era uma ação requerida pelo proprietário destituído da posse e a ele 
cabia o ônus da prova. Defesa contra a perda do Direito de Propriedade 
em sua totalidade. Sua maior dificuldade era quanto à prova da 
propriedade; não basta provar que era proprietário da coisa, mas também 
que os proprietários anteriores tinham o Direito, uma vez que ninguém 
podia transferir mais direitos que tivesse. 
Quando a propriedade era restituída a seu proprietário, o possuidor, caso 
estivesse movido por boa-fé, não estaria obrigado a restituir os frutos da 
coisa obtidos antes da notificação da ação. As benfeitorias, feitas também 
em boa-fé, deveriam ser restituídas caso fossem necessárias e/ou úteis; 
as voluptuárias não eram reembolsadas. Caso o possuidor de boa-fé não 
fosse reembolsado pelas benfeitorias úteis e necessárias ele teria o direito 
de reter o bem até que houvesse o pagamento. 
b) "Actio Negatoria" 
Meio processual de defesa do Direito de propriedade perdido em um se 
seus atributos (usar, fruir, dispor). 
 
3.3.5. Co-Propriedade ou Condomínio 
A Co-Propriedade ("Communio") era uma espécie de comunhão jurídica 
que se apresenta quando a mesma coisa fosse de propriedade de uma 
pluralidade de pessoas. A Co-Propriedade, quanto à causa que a 
determina, poderia ser voluntária, quando desejada pelas partes, ou 
incidental, quando surgia independentemente da vontade das partes . 
Quanto à estrutura pressupunha que os co-proprietários, ou condôminos 
("socii"), possuissem cada um uma cota ideal, ou quinhão ideal, ou 
porção ideal ([15]). Com relação à cota ideal, cada um dos condôminos 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn15
poderia alienar, hipotecar, dispor livremente de sua parte. Algo que 
afetasse a propriedade como um todo pressupunha a unanimidade da 
vontade das partes. 
A Co-Propriedade possuia dois institutos: 
a) "Ius Adcrescendi" (Direito de Acrescentar) 
Havendo a renúncia de um dos condôminos de sua parte, esta seria 
acrescida, proporcionalmente às outras partes. 
b) "Ius Prohibendi" (Direito de Proibir) 
Cada co-proprietário teria o Direito de proibir qualquer atividade material 
sobre a coisa por parte de outro, pondo em exercício seu direito de veto 
("prohibitio"). No caso de não houvesse acordo, a solução seria extinguir a 
co-propriedade. Essa extinção poderia ser: 
* voluntária - quando as partes decidiam pela divisão ou alienação do bem 
voluntariamente; 
* judicial - quando qualquer co-proprietário pedia, judicialmente, a divisão 
ou alienação do bem. 
 
 3.4 Direitos Reais Sobre Coisa Alheia 
Eram Direitos Reais limitados. Poderiam ser: 
 
3.4.1. Servidões Prediais 
Era um direito que o proprietário de um imóvel (prédio) dominante tinha o 
direito sobre um prédio serviente. Era quando um proprietário adquiria um 
direito sobre um imóvel adjacente. As servidões prediais eram direito 
"erga omnes", que, uma vez estabelecidas assumiam o caráter de um 
Direito Real perpétuo. 
3.4.1.1. Características das Servidões Prediais 
a) Voluntária 
Originária de um acordo de vontade entre as partes, diferia do Direito de 
passagem, que era uma limitaçãolegal ao Direito de Propriedade, uma 
vez que era livremente decidida entre as partes. 
b) Indivisível 
c) "Vicinitas" 
Só poderia ser estabelecida entre prédios vizinhos. 
d) "Utilitas" 
Para ser constituída a servidão precisaria representar uma vantagem 
concreta ao prédio dominante sobre o prédio serviente. 
e) "Perpétua Causa" 
Era um direito permanente, não podendo ser estabelecida como algo 
temporário. 
f) "Passiva" 
A atitude do proprietário do prédio serviente constituía sempre uma 
atitude passiva. 
 
3.4.1.2. Espécies de Servidões Prediais 
As servidões poderiam ser de vários tipos, os mais comuns eram: 
a) Rústicas (prédios com atividades rurais) 
* de passagem ([16]) 
** "Iter" - passagem de pessoas a pé (16). 
** "Actus" - passagem a pé ou com animais (16). 
** "Via" - a pé, com animais ou veículos (16). 
* de água 
** "Aquae dutus" - permissão para a construção de uma aqueduto (16). 
** "Haustus" - permissão para que animais bebessem água. 
* de pasto 
b) Urbanas (prédios de moradia) 
* "Stilicidium" - permissão para que as águas de chuva escoassem para o 
prédio vizinho. 
* "Flumen" - canaleta para escoar águas acumuladas para o vizinho. 
* "Oneris Ferendi" - escorar a construção sobre a do vizinho. 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftn16
* "Tignus immitendi" - encravar uma viga ou coluna no imóvel do vizinho. 
* "Altius non tollendi" - impor uma altura limite ao prédio vizinho. 
 
3.4.1.3. Criação e Extinção das Servidões Prediais 
As servidões constituiam-se voluntariamente entre as partes, através de: 
a) "mancipatio" ou pelo "in iure cessio" - no caso das servidões 
antigas; 
b) "in iure cessio" - no caso das servidões recentes. 
c) "deductio servitutis" - quando um proprietário aliena um prédio 
contíguo ao seu, garantindo para sí uma servidão; 
d) "legatum per vendicationem" - quando alguém, por legado, deixa 
uma servidão para seu vizinho; 
e) "adiudicatio" - a constituição de uma servidão por decisão judicial, 
quando da partilha de bens. 
A "Lex Scibonia"proibia a constituição de servidão por usucapião. 
A extinção das servidões poderiam ser através de: 
a) "in iure cessio" - renúncia do titular do prédio domiante; 
b) "res extra-commercio" - quando acomercialização do prédio serviente 
deixava de ser livre; 
c) "confusio" - quando o proprietário dos dois prédios fosse a mesma 
pessoa; 
d) "utilitas" - quando houvesse a extinção permanente da utilidade do 
prédio serviente; 
e) "usucapio libertatis" - quando o proprietário da servidão deixava de 
utilizá-la por mais de dois anos. 
 
3.4.2. Servidões Pessoais 
Era quando um prédio prestava uma utilidade a uma pessoa, permitindo 
um amplo direito de gozo. Para compensar essa amplitude, as servidões 
pessoais eram limitadas no tempo. 
a) Usufruto 
Uma vez constituído, o Direito de propriedade ficava desprovido das 
capacidades de usar e fruir, restando ao proprietário apenas o direito de 
dispor ("nudus proprietas"). O essencial para o conteúdo era a capacidade 
de fruir (que engloba a capacidade de usar), tanto os frutos naturais 
(repostos pela natureza de tempos em tempos) ou dos frutos civis (juros, 
alugueis etc). Tudo que não fosse juridicamente classificado como fruto, 
na constituição do usufruto, pertenceria ao proprietário. 
Era constituído por: "in iure cessio"; legado de herança; "deductio" no 
"mancipatio" (ressalva para si o direito de usufruto), e por "pactio et 
stipulatio". A defesa do instituto era o mesmo da propriedade: "rei 
vindicatio usufructus". A extinção do usufruto dava-se: pela morte; por 
"capitis diminutio maximo"; pela confusão ("consolidatio") dos dois papeis 
jurídicos na mesma pessoa; pela destruição da propriedade, e pelo "non 
usus". 
Quanto aos escravos, seus filhos eram uma exceção no instituto. Os 
"partus ancilae" não eram considerados frutos, pertencendo ao "nudus 
proprietas". 
O usufruto diferia da locação por ser um direito real, enquanto a locação é 
um direito obrigacional. 
 
3.5 Direitos Reais de Gozo Sobre Coisa Alheia 
3.5.1. Enfiteuse 
Quando uma das partes, o enfiteuta, tinha o direito de usar e fruir de um 
prédio alheio, por tempo indeterminado, deixando a seus herdeiros, 
podendo transformá-lo e aliená-lo. O proprietário tinha o direito de receber 
Era um Direito Real inalienável, limitado no tempo, que atribuía a seu 
titular as faculdades de usar uma coisa alheia inconsumível e de 
perceber-lhe os frutos, deixando inalterada a substância e a destinação 
sócio-econômica da mesma; o usufrutário não poderia, nem mesmo, fazer 
benfeitorias necessárias. Podia constitui-se tanto sobre coisas móveis 
quanto sobre coisas imóveis. 
um valor simbólico, o "canon". Além disso tinha o direito de receber o 
"laudemium", uma taxa de dois por cento do valor da alienação do prédio. 
Originalmente, a enfiteuse foi criada para a ocupação de terras públicas 
em regiões conquistadas. Apesar de não ter o "animus domini", o enfiteuta 
era considerado possuidor do prédio. 
3.5.2. Superfície 
Direito de construir em um terreno alheio. Ao ser concedido, o possuidor 
tinha os mesmos direitos do enfiteuta. 
 
3.6 Direitos Reais de Garantia 
Eram parcelas dos Direito de propriedade que um devedor transferia a um 
credor como garantia do pagamento de uma dívida. Eram figuras 
acessórias a uma obrigação principal. 
3.6.1. Fidúcia 
Consistia na transferência de uma coisa do devedor ao credor com a 
inserção de uma cláusula no ato da transferência da propriedade 
("mancipatio" ou "in iure cessio"), por meio da qual o adquirente/ credor/ 
fiduciário obrigava-se a retransferir a propriedade da coisa ao alienante/ 
devedor/ fiduciante quando houvesse o pagamento da dívida; isto é, 
quando houvesse o cumprimento da obrigação principal. 
3.6.2. Penhor 
O penhor ("pignus") era um tipo de direito real que consistia na 
transferência atual da posse de uma coisa do devedor ao credor, com o 
intuito de garantia. Transferência esta decorrente de um contrato real de 
penhor. Sobre a coisa cedida em penhor dizia-se coisa empenhada. 
As partes eram, de um lado, o devedor, e de outro, o "credor pignoraticio". 
Esse credor tinha a posse mas o devedor continuava proprietário. O 
"credor pignoraticio" tinha o direito de possuir ("ius possidente") sem o 
direito ao uso da coisa. Segundo um acerto entre as parte, o credor 
poderia colher os frutos da coisa, como forma de abatimento da dívida 
("anticrese"). Pela "Lex Comissoria", um cláusula adendada ao contrato, o 
não pagamento da dívida transferia para o credor a propriedade da coisa, 
mas essa "Lex" passou a ser proibida na Época Clássica. 
O "credor pignoraticio" tinha o "ius distrahendi", que era o direito de 
vender a coisa em nome do proprietário, caso a dívida não fosse paga. 
3.6.3. Hipoteca 
Seguia, em linha gerais, os princípios do penhor. No entanto, transferia ao 
credor o direito real em potência , no caso de não ser paga a dívida, de 
tomar a posse da coisa e vendê-la em nome do proprietário/devedor. 
 
۩.Casos Práticos 
 
01. Caio, recém-casado, parte para a guerra na Gália, junto com os 
exércitos de Júlio César. Um ano mais tarde chega a notícia de que fora 
capturado pelos gauleses e, segundo os boatos, estaria morto há muito 
tempo, em razão dos maus tratos do cativeiro. Cláudia, sua esposa, 
apresenta então uma criança de dois meses como única herdeira de seu 
marido. Os parentes de Caio, entretanto, acusam-na de adultério e 
suspeitam que o pai da criança seja Tício. O caso é levado ao pretor. Que 
atitude tomaria o magistrado? 
 
O princípio de que a paternidade só é reconhecida até dez meses após a morte do pai existe des 
de o Direito Romano Arcaico (Lei das 12 Tábuas - Tábua IV, De Jure Patrio, item II, inciso IV). No 
caso concreto, o magistrado, através da presunção simples pode admitir que o filho é de Caio. No 
entanto, a presunção simples admite contra-prova por partedos parentes do "de cujus". 
 
02. Durante a guerra, uma mulher estrangeira é capturada e vendida em 
Roma como escreva. Cinco meses mais tarde, essa escreva dá a luz a 
uma criança, que nasce defeituosa, sem um dos braços. Logo depois 
morre o proprietário da escrava, e em seu testamento verifica-se que ele 
concedia liberdade à mulher, sem, no entanto, fazer referência ao recém-
nascido. A mulher procura então um jurista e lhe pede que lhe explique a 
situação jurídica dela e da criança. 
O que o jurista lhe responderia? 
 
Com relação à mulher: Segundo o princípio do "manumissio testamento" ela seria livre quando o 
herdeiro aceitasse a herança. Assim, ela, liberta, perdia a condição de estrangeira. Dessa forma 
ganhava cidadania romana, adquirindo a capacidade jurídica e tornando-se "pater familias". 
Com relação à criança: São possíveis duas respostas com relação à criança dependendo do 
período histórico a que se esteja referindo. No Direito Clássico: por ter nascido de uma mulher 
que era escrava no momento de seu nascimento, a criança, segundo as causas do "ius gentium" a 
criança seria considerada escrava. Dessa forma, ela comporia a herança deixada pelo proprietário 
a seus herdeiros. No Direito Justinianeu: no Direito pós-clássico, mudou-se a orientação com 
base na ficção de que o nascituro se por nascido quando se tratar de seu interesse. Assim, como a 
mulher teve parte de sua gestação na condição de livre, a criança seria considerada livre. Isso 
explicaria o fato de nem ao menos ter sido citada no testamento do proprietário de sua mãe. 
Observação: Pelo Direito Romano Arcaico (Lei das 12 Tábuas - Tábua IV, De Jure Patrio, item I, 
inciso I).o recém-nascido que tenha qualquer deformidade física (monstruoso) deve ser morto 
imediatamente. Portando, a criança nem ao menos tem o direito de estar viva. Sua existência 
violava uma das leis de Roma, uma sociedade que valorizava a eugenia e a perfeição física. No 
entanto há precedentes, o próprio Imperador Claudius (41 d.C a 54 d.C) era manco, o que lhe 
obrigava a andar de maneira claudicante. 
 
03. Caio é usufrutuário de uma fazenda pertencente a Tício. Findo o prazo 
do usufruto, caio devolve a Tício o imóvel em perfeito estado. Tício 
descobre, porém, que durante este tempo Caio havia retirado verduras da 
horta de seu imóvel, peixes do rio que por ali passava e ouro de uma mina 
nela existente, e havia ainda tomado para si todos os bezerros e escravos 
nascidos na fazenda durante o tempo do usufruto. Sentindo-se lesado, 
Tício exige a devolução de todas essas coisas. Que orientação o 
advogado daria a Caio? 
 
A orientação que poderia ser dada a Caio por seu advogado seria: o princípio do usufruto seria o 
direito de usar e desfrutar a coisa alheia sem alterar a sua substância ("ius alienis rebus utendi 
fruendi alua rerum substantia"). Seu objeto seria constituído apenas pelas coisas inconsumíveis, 
sejam imóveis, animadas ou inanimadas. No entanto, em virtude de um "senatus consulto", do 
início do principado, passou-se a admitir que fossem objeto de usufruto as coisas consumíveis, o 
que obrigava ao usufrutuário a restituir o equivalente à coisas consumível quando da extinção do 
usufruto. Dessa forma, o melhor procedimento para Caio seria o pagamento do valor 
correspondente às verduras da horta, aos peixes do rio e do ouro retirado da mina. Quanto aos 
animais, Caio precisaria devolver a propriedade com o número exato de animais que lá existiam no 
instante de suas posse. No entanto, quanto aos escravos e nascidos na fazenda durante o tempo 
do usufruto, ele deveria devolvê-los ao "dominus proprietatis", uma vez que os filhos das escravas 
não são considerados frutos. 
 
04. O órfão Públio, de dez anos de idade, convence por meio de gestos o 
surdo-mudo Mévio a comprar seu cavalo por um preço substancialmente 
acima do mercado. Ao saber do ocorrido, o "pater familias" de Mévio vai 
se queixar ao Tutor de Públio, o qual no entanto não aceita a reclamação 
e se opõe à anulação da compra e venda. Diante da recusa, o indignado 
pai procura um jurista, pedindo orientação quanto à possibilidade de 
anular o negócio. Que orientação o jurista daria? 
 
A orientação seria de que o ato não é válido. Isso pode ser verificado de duas formas. 
a) Pelo ponto de vista do objeto. Um cavalo e um bem "mancipi", isto é sua comercialização exige 
o "mancipatio", ou o ato solene e formal antes de sua tradição, que pressupõe a declaração de 
fórmulas rituais. Mévio, por ser surdo-mudo, não tem condições físicas de pronuncias essas 
palavras, necessitando dessa forma um representante que as pronuncia. Como não houve esse 
representante, o ato não seria válido. 
b) Pelo ponto de vista dos sujeitos. Públio é um indivíduo impúbere. Como tal necessita o auxílio 
de um representante para a realização de todos os atos jurídicos que onerem seu patrimônio. Todo 
ato de compra e venda é um ato oneroso uma vez que quem vende abre mão de seu direito sobre 
o objeto. Dessa forma, Públio não poderia vender seu cavalo, ou qualquer outro bem seu, sem a 
presença desse representante. 
 
05. A camponesa Semprônia vendeu a Caio duas vacas prenhes. Dias 
depois, uma das vacas pariu; um exame veterinário revelou, no entanto, 
que a prenhez da segunda vaca era apenas aparente. Semprônia 
procurou Caio, acreditando ter direito ao Bezerro que nascera, já que ele 
fora concebido enquanto a vaca lhe pertencia. Para sua surpresa no 
entanto, fica sabendo que, pelo Direito Romano, a cria pertence ao 
comprador da vaca (os frutos pertencem ao proprietário da coisa 
frugífera), fato que ela desconhecia quando fixou o preço da venda, Para 
piorar, Caio se sentiu lesado pelo fato de a segunda vaca não estar 
prenhe, como imaginara, exigindo a anulação da venda dessa vaca. Sem 
saber o que fazer, ela decide consultar um jurisconsulto. 
 
Por ser camponesa e mulher, Semprônia não tinha capacidade de fato, portanto, não poderia 
realizar atos jurídicos "per si". Para que o ato jurídico tivesse validade, ela precisaria da assitência 
de um curador, o que não ocorreu. Dessa forma, a venda das duas vacas era nula. 
Supondo que tivesse sido assistida, e que a transmissão da propriedade tivesse sido realizada 
através do "mancipatio", uma vez que os animais são "res mancipi", o ato seria válido não podendo 
ser anulado por nenhuma das duas partes. 
 
06. Com a morte do famoso professor Karl Zimmerman, a viúva-meeira e 
única herdeira, Bertha Zimmerman, vende a biblioteca de dez mil precisos 
volumes de seu finado marido ao alfarrabista Anselm A. Tempos depois, 
visitando o alfarrábio deste último Christian C. Adquire uma obra do 
século XIX, que fizera parte da biblioteca de Zimmerman. Passado algum 
tempo, Christian contrata os serviços de Dorothéa D., profissional 
especializada em limpeza e desinfecção de bibliotecas. Esta, ao 
manusear aquela obra, encontra entre as páginas do livro uma raríssima 
cédula de dinheiro do século XVIII, avaliada em 75 mil marcos alemães, 
ou seja US$ 50 mil. A quem dever-se-ia atribuir a propriedade de tal 
cédula? 
 
Podem ser previstas duas soluções para o caso. 
Caso a viúva reivindique a propriedade da nota ela deve provar que a tinha antes da venda a 
Anselm A; caso consiga, a propriedade volta para ela, pois não vendera a nota, apenas os livros. 
Outra solução diz respeito ao modo originário de aquisição de propriedade por invenção. A nota, 
cujo proprietário é desconhecido, foi encontrada na propriedade de Christian C., portanto lhe 
pertence. Como Dorothéa D. foi contratada especificamente para a limpeza do livro, e tendo ela 
encontrado a nota, ela tem direito à metade do valor da mesma. 
 
07. Enquanto passeava com seu cavalo recém adquirido, Caio detém-se 
por algum tempo em uma taberna para descansar e beber um vinho. 
Deixou o cavalo amarrado diante do estabelecimento, mas dera um nó 
frouxo e o animal escapou.Perto dali, Tício encontrou o cavalo e, julgado-
o abandonado, toma-o para si. Semanas depois, Tício empresta seu 
cavalo a seu amigo Mévio, que sai pelas ruas de Roma. Caio o avista e 
reconhecendo o animal, obriga Mévio a desmontar à força e se apodera 
violentamente do animal que lhe pertencia. Mévio relata o ocorrido ao 
pretor, pretendendo utilizar-se dos meios judiciais cabíveis contra o que 
considerara um injusto esbulho da posse. O que o advogado de Mévio lhe 
aconselharia? 
 
08. Caio aluga a Tício uma carroça pelo prazo de um ano. Passado esse 
tempo, porém, não se preocupa em pedi-la de volta, e Tício também se 
esquece de devolvê-la. Um ano mais tarde aparece Mévio, alegando e 
provando que a carroça, na verdade, sempre pertencera a ele, e não a 
Caio. Tício pergunta a seu advogado se está obrigado a entregá-la a 
Mévio. O que o advogado de Mévio lhe aconselharia? 
 
 
 
[1] A todo princípio do Direito Objetivo correspondia um princípio do 
Direito Subjetivo. Nos casos de interesse público (homicídio, lesão 
corporal etc) não havia Direito Subjetivo, na medida em que não havia 
opção do exercício ou não do direito de alguém. 
[2] Pessoa era a entidade que possui Capacidade Jurídica (ou 
Capacidade de Direito). 
[3] A sociedade romana era baseada no "pater familia", cidadão masculino 
que possuía a Capacidade de Direito da família. A mulher que se 
enquadrasse nos requisitos poderia possuir essa Capacidade, no entanto 
tinha restrições à sua Capacidade de Fato. 
[4] "Postiliminium" - ficção pela qual o escravo que conseguiu evadir-se do 
cativeiro era considerado como se nunca tivesse sido escravizado; 
portanto era como se seus direitos nunca houvessem deixado de existir. 
[5] Esse representante poderia ser um tutor ou um curador. Tutor era o 
representante dos incapazes que tivessem uma incapacidade natural 
(idade ou sexo). Curador era o representante dos incapazes, ou semi-
incapazes, nos outros casos. 
[6] Alienar - tornar algo alheio, de outrem. Poderia ser por venda, 
comodato etc.. 
[7] Tradição era a transferência material, concreta, de um bem a outrem. 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref1
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref2
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref3
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref4
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref5
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref6
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref7
[8] Para a doutrina brasileira, o ato jurídico ilícito não se classifica como 
ato jurídico. No entanto, alguns autores entendem o ato jurídico como fato 
jurídico voluntário, lícito ou ilícito. 
[9] Os Direitos Reais, diferentemente dos Direitos Obrigacionais, eram 
limitados pelo ordenamento, pois, uma vez que eram válidos "erga 
omnes", todos precisam saber quais eram eles. 
[10] Diz-se que um Direito é independente da vontade quando ele não 
pode ser tipificado pelos indivíduos segundo suas vontades. 
[11] Usar - valer-se das características da coisa. 
 Fruir - obter os frutos proporcionados pela coisa. 
 Dispor - ter total disposição sobre a coisa, para vender, arrendar, dar, 
dar em comodato, etc. 
[12] Elasticidade da Propriedade - era a capacidade que a propriedade 
tinha de, após a cessação de uma limitação ao seu exercício pleno, 
recuperar sua integralidade. 
[13] Atos emulativos - eram atos que podem ou não trazer benefícios 
para o proprietário, mas que prejudicavam os vizinhos. 
[14] Aluvião - depósito de terra nas margens de um rio, acrescentando 
terreno. 
 Avulsão - desgarramento de um bloco de terra junto a um rio, que se 
junta a outras terras. 
 Leito Abandonado - quando, devido às secas, o leito de um rio fica 
exposto. 
 Ilha Surgida - é quando surgem por sedimentação terras no meio de 
leitos de rios. 
[15] Parte abstrata que fundida às outras partes compunham a totalidade 
do Direito de Propriedade. 
[16] Institutos do Direto Romano Arcaico; eram considerados bens 
mancipi, para sua transmissão exigiam o "mancipatio". 
Bibliografia 
 
* Moreira Alves, José Carlos - Direito Romano I 
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref8
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref9
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref10
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref11
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref12
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref13
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref14
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref15
http://www.leonildo.com/curso/roma2.htm#_ftnref16
* Correa, A e Sciacia, Gaetano - Manual de Direito Romano 
* Marky, Thomas - Curso Elementar de Direito Romano

Outros materiais