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Práticas de Ensino em Geografia nos Anos Finais do Ensino Fundamental Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Vivian Fiori Revisão Textual: Profa. Ms. Fátima Furlan Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia • Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia e suas mediações • A Linguagem Cartográfica · Evidenciar alguns procedimentos metodológicos da prática de ensino em Geografia. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro (a) aluno (a)! Nesta Unidade, você irá aprender um pouco mais sobre metodologias e práticas de ensino em Geografia. Leia atentamente o conteúdo disponibilizado e o material complementar e procure relacioná-los a sua futura prática como professor. Para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível é fundamental assistir às videoaulas e realizar a atividade proposta de aprofundamento. Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado e para sua futura prática docente. Bons estudos! ORIENTAÇÕES Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia Contextualização Leia com atenção os objetivos que se espera que aos alunos alcancem mediante a disciplina de Geografia no Ensino Fundamental, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): Espera-se que, ao longo dos oito anos do ensino fundamental, os alunos construam um conjunto de conhecimentos referentes a conceitos, procedimentos e atitudes relacionados à Geografia, que lhes permitam ser capazes de: • Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o papel das sociedades em sua construção e na produção do território, da paisagem e do lugar; • Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas consequências em diferentes espaços e tempos, de modo a construir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e reativa nas questões socioambientais locais; • Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos estudados em suas dinâmicas e interações; • Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos, que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las; • Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para compreender o espaço, a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção, identificando suas relações, problemas e contradições; • Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de informação, de modo a interpretar, analisar e relacionar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisagens; • Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos; • Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sociodiversidade, reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e um elemento de fortalecimento da democracia. (Fonte: Trecho literal extraído de BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997, p. 81. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ livro052.pdf. Acesso em 22/07/2015. Para que tais objetivos sejam alcançados é fundamental que o professor de Geografia tenha uma boa formação e saiba utilizar diferentes metodologias e estratégias para o desenvolvimento de suas aulas. No texto teórico da disciplina, encontrará algumas reflexões sobre as múltiplas linguagens que podem ser desenvolvidas pelo professor de Geografia. 6 7 Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia e suas mediações Nesta unidade, traremos algumas reflexões sobre procedimentos e práticas de ensino em Geografia, dando ênfase a algumas estratégias que podem ser usadas no processo de ensino-aprendizagem. É necessário compreender o papel das atividades de prática de ensino no Ensino Fundamental das Séries Finais, para turmas dos 6˚ ao 9° anos, e levar em conta sempre as mediações das características socioculturais das turmas, a faixa etária, as experiências prévias que os alunos tenham, o método e as metodologias usadas Método e Metodologia de Ensino Convém afirmar que método é a concepção teórica na qual o professor abordará o conhecimento geográfico, pode ser, por exemplo, positivista, dialético, entre outros. Já as metodologias são os procedimentos ou estratégias que serão usadas na sala de aula ou em atividades extraclasse, tais como: aula expositivo-dialogada, estudo do meio, painéis em grupo; debate com a sala toda; leitura e interpretação de textos; dramatização e simulações, entre tantas outras. Na prática docente na escola, é necessário considerar as estratégias no processo de ensino-aprendizagem tanto do ponto de vista teórico quanto de sua prática. É necessário que o professor conheça os fundamentos científicos e pedagógicos da Geografia e das áreas de Educação, adequando-as a sua realidade escolar e ao processo de ensino-aprendizagem. Para isso, cabe ao professor planejar suas aulas, utilizando-se de diferentes linguagens para que sua aula não seja tradicional e buscando uma lógica que não seja a formal. Para isso não basta somente variar as estratégias e metodologias usadas se o raciocínio desenvolvido em aula segue a lógica formal. Sejam quais forem as estratégias a serem desenvolvidas no processo de ensino- aprendizagem é essencial contextualizar os conteúdos a serem tratados nas atividades em aula ou extraclasse. Se o tema é, por exemplo, “as migrações internas no Brasil”, cabe indagar: Em qual contexto ocorrem ou ocorreram tais migrações? Quais os fatores que levaram a tais migrações? Quais os atores envolvidos neste processo? Quais os papéis que cada um dos atores envolvidos tiveram ou têm? Contextualizar do ponto de vista cultural, social, econômico, político, ou seja, considerando-se o espaço geográfico em suas multidimensionalidade. É essencial que o professor de Geografia busque, conforme propõe a lógica dialética, estimular o educando a questionar o que é posto como verdade. A compreender o que vai além da aparência dos fenômenos, além da memorização, buscando a essência das questões geográficas e de suas diversas inter-relações. 7 UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia A lógica dialética opõe-se a lógica formal, no sentido de não considerar que o processo histórico do mundo efetiva-se apenas pela causa-efeito. Para a lógica dialética existe um processo que é sempre um ir e vir, uma luta de forças opostas de diferentes formas e níveis de poder, que redundam em diferentes formas de apropriação do espaço geográfico. Cabe, portanto, criar estratégias que permitam o diálogo, a participação dos alunos. Corroboramos com a afirmação dos pesquisadores (REIGOTA;SANTOS, 2014, p. 960): Com essa proposta pedagógica, ficam excluídas as atividades de transmissão de conhecimentos, da forma como as conhecemos no ensino tradicional. Os momentos de transmissão de conhecimentos de uma tema específico ocorrerão quando os alunos e os professores consideraram o momento conveniente. Para a aplicação da metodologia aqui proposta é necessário um conhecimento aprofundado das tendências pedagógicas contemporâneas, principalmente as relacionadas com a pedagogia dialógica, conforme preconizava o educador Paulo Freire. Dessa maneira, é essencial desenvolver metodologias nas quais os participantes sejam atuantes e haja respeito pelo conhecimento pré-existente, mas, ao mesmo tempo, avancem para problematizações em busca de transformações socioespaciais. Neste sentido, a produção e o uso de diversificados materiais didáticossão fundamentais, observando-se as possibilidades de uso e as mediações existentes em cada contexto escolar. O material didático não deve ter um fim em si mesmo, assim como também os conteúdos possíveis de ser desenvolvidos a partir deles. É importante realçar que a ação em uma atividade educativa engloba e é também mediada por um processo de comunicação entre o professor e o público alvo da atividade. Como afirma Silvio de Oliveira Santos (2014, p. 507): A ação educativa engloba os processos de ensino e de aprendizagem que são mediados pelo processo de comunicação. A passagem de saberes e informações, fundamentados ou não na tarefa de ensinar, na prática só se concretiza quando estes são comunicados. Por sua vez, a comunicação engloba os conceitos de emissão e recepção da informação que está sendo veiculada. A aprendizagem só acontece quando existe recepção da mensagem e seu posterior aproveitamento e incorporação ao universo conceitual e/ou comportamental do indíviduo. Essa recepção é, portanto, parte integrante e fundamental do processo da comunicação educativa. É essencial que exista uma retroalimentação entre quem emite e quem recebe a mensagem. É necessário a percepção por parte do professor se sua mensagem está sendo compreendida, internalizada conforme expressão usada por Vygotsky. Silvio de Oliveira Santos (2014) define algumas mídias educativas, que podem ser utilizadas num ação educativa, são elas: o quadro negro; o álbum seriado (flip chart); a ilustração; o cartaz; o folheto; o jogo educativo; o modelo, o filme 8 9 educativo; os recusos informatizados, entre tantas outras possibilidades de serem usadas como fins educativos. Por isso, a seleção de mídias de comunicação é essencial, considerando-se algumas premissas básicas, a saber: • As condições de infraestrutura e materiais disponíveis no desenvolvimento de uma atividade de educativa; • Os conhecimentos prévios dos alunos; • O conhecimento das diferentes mídias educacionais e linguagens pelo professor, sabendo como usá-las para cada situação; • A diversificação do uso de materiais didáticos e das mídias educacionais, sobretudo quando a proposta de atividade requeira mais tempo; • A adaptação à realidade local. Contudo, cabe lembrar que qualquer resultado dependerá também do método utilizado. Não basta, por exemplo, numa atividade de jogos educativos sobre regionalização no Brasil, fazermos questionamentos no jogo com pergunta e resposta diretas, com vistas apenas a observar a memorização sobre o tema. É necessário a problematização sobre o tema. Existem diferenças espaciais entre as macrorregiões brasileiras? Há alternativas para melhorar tal situação? Quais são? Depende de cada um como indivíduo, do governo, de quais atores sociais? Quais são as decorrências destas disparidades regionais? Logo, não se trata somente de um jogo de certo ou errado, mas estratégias que conduzam à reflexão mais profunda sobre a regiões brasileiras. Cabe à Geografia a leitura do mundo por meio de suas categorias geográfica e esta deve ser feita por diferentes linguagens: textuais, orais, por imagens, por representações gráficas e cartográficas etc. É necessário criar possibilidades de o aluno aprender a ler o mundo a partir de múltiplas linguagens. O uso de múltiplas Linguagens no Ensino de Geografia Para desenvolver uma consciência crítica no ensino de Geografia é importante definir-se um método e metodologias que não sejam tradicionais. Seja por meio de uma abordagem crítica ou humanista, é importante usar múltiplas linguagens, para o desenvolvimento de atividades de Geografia no Ensino Fundamental. Entre as múltiplas linguagens citamos algumas seguir: o uso de vídeo, filmes e imagens que sejam usados de forma significativa; as atividades lúdicas (jogos e brincadeiras), as dramatizações e as simulações; o uso de recursos informatizados, entre outros, sempre considerando as mediações e o contexto no qual as atividades serão desenvolvidas. 9 UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia A seguir, vamos explicitar alguns destes recursos e procedimentos-estratégias no processo de ensino-aprendizagem. a) Algumas Linguagens Visuais e de Comunicação: Música, Filmes e Vídeos: O uso de linguagens visuais e de comunicação vem sendo usadas por professores nos diferentes níveis de ensino, pois são recursos interessantes para o desenvolvimento da aula em Geografia. As mensagens transmitidas por meio das imagens, músicas, textos, entre outras linguagens, propiciam formas variadas de leitura em função das experiências de vida de cada um, já que a experiência e a cultura podem variar conforme cada grupo sociocultural, faixa etária, formação educacional etc. Contudo, há também o papel das estratégias usadas e da forma como são desenvolvidas e conduzidas pelo professor. Para que um vídeo, uma música, filmes e imagens sejam utilizados com fins educativos tais formas de linguagem precisam ser analisadas pelo professor e pelos alunos. Como recurso de comunicação é importante considerar não apenas a linguagem visual e sonora, mas também o que se pretende dizer, para quem e com qual finalidade educativa. O que pretendo que meus alunos alcancem aos assistir este filme? O filme em si é um recurso pedagógico, mas torna-se um procedimento metodológico na medida em que eu defino como professor qual o objetivo que pretendo alcançar com este filme e traço as estratégias a serem usadas a partir do filme. Farei um debate com a sala toda? Os alunos farão um resumo das ideias principais? Haverá uma exposição dialogada com a turma sobre o filme posterior? Os alunos receberão instruções anteriores para que observem alguns aspectos do filme? Por meio de um filme, é possível discutir inúmeros aspectos geográficos, sejam relacionados aos aspectos físico-ambientais e sua paisagens, aos diferentes usos do território, às questões territoriais e culturais, às temáticas vinculadas à geopolítica, ao passado, permitindo evidenciar as formas espaciais e as paisagens do passado, entre outros. Um filme é uma representação da realidade e não a própria realidade. Cabe, portanto, uma leitura crítica dos filmes, dos vídeos e das imagens representadas em tais mídias, levando em conta a ideologia do diretor, sua forma de contar e representar um determinado tema, situação ou espaço geográfico. É fundamental o papel do professor na leitura, da representação da realidade, que ajude o educando e questionando-o sobre uma determinada representação da realidade. 10 11 Corroborando esta ideia, como explica o documento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Geografia para o Ensino Fundamental: Na escola, assim, fotos comuns, fotos aéreas, filmes, gravuras e vídeos também podem ser utilizados como fontes de informação e de leitura do espaço e da paisagem. É preciso que o professor analise as imagens na sua totalidade e procure contextualizá-las em seu processo de produção: por quem foram feitas, quando, com que finalidade etc., e tomar esses dados como referência na leitura de informações mais particularizadas, ensinando aos alunos que as imagens são produtos do trabalho humano, localizáveis no tempo e no espaço, cujas intencionalidades podem ser encontradas de forma explícita ou implícita (BRASIL, 1997, p. 78). No caso do uso de um filme ou vídeo numa atividade em sala de aula, este precisa ser decodificado, analisado, refletido e nisso está o papel do professor em conduzir a reflexão de forma que se torne participativa, com diálogo entre os participantes para a construção do conhecimento. Aquele que não é ocidental é o outro, o não civilizado. Por isso que a visão é normalmente etnocêntrica. Em filmes sobre os árabes, além de sempre terem papéis menores, as atividades que exercem são exóticas, as mulheres são prostitutas ou dançarinas do ventre, e sempre aparecem o minarete, os desertos e os camelos. Apresentar os outros comoexóticos desqualifica as diferenças culturais de outras sociedades. E neste aspecto, cabe observar com cuidado as imagens de Hollywood sobre o Brasil. O que geralmente aparece são florestas ou sol, praias, carnaval, favelas e mulheres sensuais. Inventaram um país cenográfico, onde alguém pode estar em Copacabana e, de repente, estar no Pelourinho e, em seguida, nas cataratas de Iguaçu. A beleza tropical aliada à naturalização de determinados estereótipos, como a malandragem, a permissividade e outras. Não é à toa que o personagem euro/estadunidense que vem para cá é quase sempre um bandido, um traficante, um golpista, fugindo do castigo em seu país de origem e que busca abrigo em um território desprovido de leis. Piora o problema o fato de, muitas vezes, cineastas brasileiros, com o intuito de criar uma linguagem universal para conquistar os mercados da Europa e dos EUA, incorporarem estas imagens em seus filmes. O cinema não é, portanto, um registrador da realidade; é uma construção de códigos, convenções, mitos e ideologias da cultura de quem os realiza. Diversas vezes faz parte de uma estratégia de dominação, de divulgação de estilos de vida e de concepções de mundo, para modificar a identidade cultural de determinada nação. Existe, muitas vezes, para atuar sobre determinada tradição cultural, para modificar corações e mentes, para que pensem e ajam de modo diferente. Além de subjetivo, não é uma construção isolada do sistema sócio-cultural do qual se origina. Há, inclusive, coisas pouco perceptíveis, como o jogo de planos e de enquadramentos (alto/baixo, perto/longe, vertical/ horizontal), cujas sequências são criadas para se constituir em significações nas quais os personagens transmitem sensações de angústia, de solidão. Fonte: Trecho literal extraído de CAMPOS, Rui Ribeiro de. Cinema, Geografia e sala de aula. Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1): 1-22, Junho, 2006, p. 5. Disponível em: http://goo.gl/uOESAs. Acesso em 13/09/2015. 11 UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia Como afirma Barbosa (1999, p. 115): “A realidade do real ou da ficção não é um dado nem é dada de imediato pelo ‘acontecimento’ na tela. A realidade é construída por meio das leituras do sujeito observador”. A imagem é uma representação da realidade, tanto num filme quanto num mapa ou imagem da internet. Outro aspecto a ser considerado é que se o filme for longo o ideal é mostrar um trecho ou optar por um vídeo que retrate o mesmo tema, com um tempo menor. Afinal, do ponto de vista da prática de ensino não é adequado ficar passando um filme por três aulas, por exemplo. Como atualmente muitos destes vídeos são encontrados em sites da internet é possível solicitar aos alunos que assistam por inteiro de outras formas. No artigo “Cinema, Geografia e sala de aula”, de Rui Ribeiro Campos (2006), o autor cita inúmeros filmes que podem servir para serem usados em uma aula de Geografia. Já os vídeos, muito deles encontrados em sites de busca da internet existem em tempos variados e isto facilita de serem desenvolvidos em sala de aula. Há inúmeras temáticas que podem ser discutidas a partir deles, entre eles destacamos: problemas de ocupação e ambientais, geopolítica, questões agrárias e urbanas, os modais de transporte, as fontes de energia, as migrações, a globalização, a regionalização do Brasil, entre tanto outros. Em relação à linguagem musical, esta pode ser desenvolvida em sala de aula, de diferentes modos: desde a criação de paródias musicais sobre uma determinada temática; a produção de novas letras de música feita pelos alunos individualmente ou em grupos; até a leitura crítica de uma determinada letra numa atividade proposta pelo professor. Também podem ser associadas aos tipos de territorialidades musicais existentes, já que a questão cultural e territorial pode ser relacionada aos tipos de música, por exemplo, existem territorialidades do samba, do funk, do axé, do rock, da música indiana etc. Assim como existe a indústria da música que segue cada vez mais uma lógica da globalização. Dessa maneira, é interessante abordar sobre a indústria da música e os novos meios de circulação destas com os meios informatizados e de como foram evoluindo do ponto de vista técnico (gramofones, toca disco, toca internet, por USB, MP 3 etc.) ao longo do tempo. Seja para destacar temáticas ambientais, urbanas, de situações no campo, de desigualdades espaciais, de migrações, entre outras, é importante a leitura crítica da música, podendo ser usado diferentes estilos musicais para isso, desde que possam ser adequadas à realidade escolar e à faixa etária das turmas. 12 13 b) Estudo do Meio Uma atividade usual na Geografia é o estudo do meio, pois permite ao aluno um contato mais próximo da realidade, aliando teoria e prática. O estudo do meio é uma atividade de campo, externa à escola. Pode ser utilizada para desenvolver problemáticas e conteúdos relacionados à urbanização, à questão socioambiental, à agricultura, às formas de transportes, mediante uma leitura da paisagem e do espaço geográfico, relacionando os diversos elementos geográficos e contextualizando-o. Para a realização do estudo do meio é necessário seguir alguns passos, entre os quais destacamos: • O professor, de preferência, deve realizar um reconhecimento do local a ser estudado, para que tenha condições de definir as atividades que poderão ser propostas; • Propor um roteiro de locais a serem visitados; • Definir os conteúdos e conceitos que serão desenvolvidos nesta pesquisa; • Elaborar um formulário ou texto de orientação para os participantes, com pequeno texto, imagens, mapas ou croquis; • Propor que os participantes realizem observações, entrevistas no local da atividade, produzam desenhos, tirem fotografias etc.; • Solicitar relatórios dos participantes conforme roteiro e atividade desenvolvida. Além disso, desenvolver uma atividade em que promova o diálogo entre o professor e os alunos, de modo que o educador não seja o único a falar durante a atividade de estudo do meio. O aluno tem de ser protagonista também! É importante estar atento a algumas questões ao realizar este tipo de atividade educativa. Como explicam os geógrafos Claudivan Lopes e Nídia Pontuschka (2009, p. 180): Os Estudos do Meio podem ser realizados em todos os níveis de ensino e, inclusive, nos processos de formação continuada de professores. Contudo, é preciso lembrar que sua realização, especialmente nos Ensino Fundamental e Médio, requer atenção especial dos organizadores quanto à segurança dos alunos. Além da prévia autorização dos pais ou responsáveis e da contratação, quando necessária, de transporte e de alojamento, a elaboração dos roteiros de observação e pesquisa devem levar em consideração o estágio de desenvolvimento cognitivo e emocional dos estudantes. Deste modo, a definição do espaço a ser estudado não pode prescindir de uma prévia visita ao local e da identificação, considerando as características dos participantes, de um itinerário que não coloque em risco a sua segurança. Logo, é necessário um planejamento prévio do professor para elaboração de um estudo do meio, que, ao mesmo tempo, envolva os alunos como protagonistas e participantes atuantes. 13 UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia c) Oficinas e Atividades de Arte-Educação Outra possibilidade de atividade educativa em Geografia é o uso da arte-educação para o desenvolvimento de atividades educativas em Geografia. As atividades lúdicas são estratégias que requerem a participação de todos e mediante a elaboração de jogos, brincadeiras, dramatizações, entre outras, respeitando-se sempre as características dos participantes (faixa etária, formação e condições socioculturais). Como afirma a educadora Eliane Gein (2014, p. 539): [...] é um meio de trabalhar alegria, o lúdico, a beleza, o agradável e o criativo na abordagem e construçãodos principais conceitos da questão ambiental. [...] Haverá uma prática artística que melhor se adapte à educação ambiental? Sim; a escolha de qualquer ferramenta deve respeitar uma série de fatores. É necessário direcionar o processo levando em consideração a cultura local, as necessidade existentes, os objetivos propostos, o público alvo e suas características fundamentais, além da própria capacidade de quem está intervindo para lidar com esta ferramenta. Dessa maneira, há a possibilidade de realizar oficinas de arte-educação, criação de painéis, jogos com temáticas geográficas, teatro com fantoches etc. Outra estratégia e procedimento metodológico para envolver de forma direta os participantes são as oficinas. As oficinas tornam-se um formato importante para desenvolver ações sobre seleção e reutilização de materiais; sobre hortas escolares; desperdício e práticas sobre uso da água e das fontes de energia; sobre produção de maquetes para discussão de ocupação urbana e rural etc. É preciso evitar que tais atividades tenham apenas caráter informativo, pois é essencial uma educação integral, mediatizada por temas analisados pelo viés geográfico, que sejam significativos e desenvolvidos a partir de uma análise crítica da realidade. Pode-se definir um tema gerador, que parta da realidade local-regional. Esta concepção de tratar das questões por tema gerador baseia-se na abordagem de Paulo Freire, segundo o qual o tema gerador deve partir da realidade local e se tiverem conteúdo social e político significativo para a vida das pessoas. A autora Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis (2006, p. 102-103) explica tal metodologia: A substituição da formação convencional das salas de aula pela formação em círculos e as técnicas de trabalho em grupo como as discussões, o grupo de estudo, o grupo de ação, o fórum, o grupo de debate e a carta temário, todas essas alternativas à exposição didática, foram pensadas para criar o “clima do debate”, elemento central do processo de descoberta do conhecimento. Partir do conhecimento, dos saberes existentes, mesmo que não percebidos como saberes, é o caminho metodológico pretendido. Esse processo é o processo de conscientização, isto é, discutir os conteúdos da “consciência ingênua” do mundo e das coisas em busca da “consciência crítica” é o significado da educação. As técnicas de ensino são possibilidades metodológicas de problematização do mundo, das ideias e das coisas, são formas metodológicas de promover o questionamento, pois o que se pretende é a leitura crítica do mundo 14 15 Desse modo, é importante o uso de metodologias dialógicas, que promovam o clima de diálogo, debate, participação concreta dos participantes numa atividade educativa, bem como que tenham também caráter prático quando possível, caso, por exemplo, da necessidade de práticas que visem à diminuição do desperdício de água e da energia elétrica, assim como uso de equipamentos que levem a um consumo mais sustentável. Esta metodologia da ação-reflexão-ação visa à transformação das práticas usuais em relação ao respeito de vida, pela diversidade cultural, pelo meio ambiente, pelo consumismo. Sabemos que o próprio processo capitalista, mediante seu apelo de marketing e propaganda induz ao consumismo exacerbado, sendo também comuns comportamentos na população brasileira que levam ao desperdício de alimentos, de água e energia. Conscientizar não é o mesmo que apenas informar. São necessários mecanismos e estratégias que promovam uma reflexão sobre os temas geradores que possam ser desenvolvidos numa aula de Geografia, evidenciando a participação e o papel do indivíduo, do coletivo e da política pública sobre o tema. Como propõe, por exemplo, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) no documento sobre consumo sustentável em relação à água, usando uma estratégia que leve ao questionamento: Que mudanças eu posso fazer nos meus hábitos no sentido de dar minha contribuição pessoal para um consumo sustentável de água? Pode ser pedido que os alunos escrevam (ou desenhem, produzam uma peça de teatro, uma música etc.) seu compromisso e apresentem para a classe. Que soluções coletivas podemos encontrar na comunidade que contribuam para o consumo sustentável de água? Faça com que os alunos discutam possíveis soluções a serem propostas para a comunidade. Que mudanças devemos sugerir aos representantes do executivo e do legislativo para que caminhemos no sentido do consumo sustentável de água? Todas as medidas propostas pelos alunos poderão ser colocadas em cartazes para serem fixados na escola e em pontos estratégicos da comunidade (MMA, 2005, p. 40). Assim, por meio de atividades lúdicas (jogos e brincadeiras), painéis temáticos (com cartazes, colagens, desenhos etc.) ou com outras dinâmicas de depoimentos podem-se definir os temas, discuti-los a partir de uma reflexão conjunta e não somente com a exposição do professor/educador sobre a tal temática. É fundamental que exista um processo de construção do conhecimento coletivo. Além disso, é interessante que tais conhecimentos produzidos no grupo possam ser divulgados à sociedade por meio de blogs, sites, panfletos/folhetos, cartilhas, apresentações de teatros e música, entre outras estratégias de forma que se divulguem os produtos destas atividades desenvolvidas em sala de aula. 15 UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia a) Atividades com Recursos Informatizados No atual período da história, existem diversificadas possibilidades de criar e desenvolver materiais didáticos de apoio às atividades propostas em aula. As novas tecnologias informacionais, por exemplo, permitem produção de novos conhecimentos, bem como podem servir para ampliar a possibilidade de tornar os conteúdos geográficos mais significativos. Neste sentido buscar usá-los adequando-os à realidade escolar é importante e torna-se imperativa a discussão e a operacionalização de diversificadas linguagens para o ensino de Geografia usando os recursos informatizados. Se os alunos têm habilidade de usar os meios informacionais e as tecnologias de informação e comunicação (TICs) é importante aproveitar esta pré-condição do aluno. Assim como se há laboratório de informática na escola é interessante usá-lo para desenvolver atividades sobre temáticas de Geografia. Desse modo, o bom professor é aquele que consegue a adequar-se as situações existentes, a realidade do aluno e de sua comunidade, sem subestimá-lo. Tratando os temas a partir do conhecimento existente e ampliando-o. O Ministério da Educação (MEC) tem incentivado a inserção das novas tecnologias de informação no ensino Fundamental-Médio. A incorporação dessas tecnologias nas políticas educacionais é inclusive imposta por órgãos internacionais tais como o Banco Mundial e UNESCO. Embora seja importante o uso das TICS em aula, é necessário que não seja apenas uma mudança superficial caso, por exemplo, do manuseio de equipamentos e suas técnicas, pois a supervalorização das tecnologias muitas vezes ocorre em detrimento da condição e do papel do professor e da atividade educativa. Logo, não é apenas a tecnologia que vai transformar e melhorar uma determinada aula ou atividade educativa. Cabe ao professor definir como serão usadas tais tecnologias para uma atividade de prática em Geografia. Por outro lado, é importante reconhecer que tais tecnologias podem tornar a aula mais atrativa e dinâmica, sobretudo para uma geração acostumada ao uso de tecnologias de informação e comunicação. Por isso, o professor precisa inteirar-se sobre tais formas de usos e suas possibilidades educativas. O uso, por exemplo, do Google Street View, Google Earth, Movie maker (programa que permite produção de pequenos vídeos), entre outros pode ser interessante numa aula de Geografia. 16 17 Veja dois exemplos a seguir da mesma região. Figura 1 – Imagem de Satélite da Região do Distrito de Iguatemi, São Paulo Fonte:Google Maps, 2010 Figura 2 – Imagem da Estrada do Palanque – Distrito de Iguatemi, São Paulo Google Street View, 2010 A primeira a imagem é de satélite (à distância remota) e a segunda é do Google Street View numa seleção de uma estrada (do Palanque) da primeira imagem. Tais recursos servem para estratégias que busquem evidenciar e levantar as características socioambientais do território, tais como: áreas verdes, lixo, ocupações em áreas de risco, os corpos hídricos existentes (rios, córregos, represas e lagos); buscando através das imagens observar as formas de ocupação e os problemas e potencialidades existentes num determinado lugar. 17 UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia O Google Earth é um programa empresa Google que possibilita a observação da Terra em 3 dimensões. Tais imagens são construídas a partir de fotografias de satélite obtida de diferentes fontes. A utilização deste programa como recurso didático permite selecionar um lugar determinado no mundo, observar as características deste lugar, bem como conhecer algumas das principais cidades do mundo e do Brasil, suas paisagens, assim como ter contato com patrimônios culturais religiosos históricos a distância. Já o Google Street View é uma ferramenta importante para fazer comparações entre a imagem satélite produzida por satélites artificiais que fotografam a Terra e a imagem de fotos que são tiradas das ruas, estradas e avenidas dos espaços urbanos e rurais (vide figura 2) . Isso permite um recurso de comparação entre as diferentes características geográficas físico-ambientais, de moradia e formas de ocupação, de transporte etc., ou seja, das formas espaciais e suas diferentes características morfológicas. Tais programas, associados ao uso de imagens produzidas num estudo do meio, permitirá a produção de materiais didáticos de Geografia, como por exemplo, vídeo (produzido pelo movie maker ou pelo celular que atualmente é bastante disseminado), cartilhas, jornalzinho do município, entre outros. Um recurso simples que pode ser usado é copiar e colar imagem, editando-as no programa denonimado “Paint” (vide figura 3). Basta copiar uma imagem, com a tecla print screen (prt-sc) que se encontra no computador e copiar para o Paint. A partir daí você poderá cortar, recortar, copiar, apagar e salvar, entre outras ações, bem como colocar legenda e texto com o ícone A . Tal produção poderá ser usada em apresentações de power point, vídeos, em formato de cartilha, jornal etc. Figura 3 – Recorte da Página do Programa Paint Numa atividade, por exemplo, sobre áreas verdes ou formas de ocupação, o uso de recursos informatizados (imagem do Google Earth, Google Street View, internet) auxilia na identificaçao das coberturas vegetais e dos diferentes usos do território. O estudo do meio pode ser interessante para reconhecimento in loco, bem como o uso de jogos educativos pode compor um rol de estratégias interessantes com os recursos informatizados. Uma imagem, seja produzida a partir do Google ou tirada in loco por um aluno, precisa ser analisada criticamente. 18 19 Observe a imagem, a seguir, de uma área de risco. Figura 4 – Área de risco no Distrito de Iguatemi – São Paulo Fonte: Vivian Fiori, 2011 É necessário observar a imagem e realizar questionamentos: Quais as situações evidenciadas na imagem? Que tipo de risco há? Quais elementos evidenciam estes riscos? Quais situações levaram a existirem moradias deste tipo? Importante! Quais estratégias e metodologias podem ser usadas para a realização de uma atividade que tenha como tema gerador - áreas de riscos? Podem ser várias, mas destacamos uma: usar imagens de diferentes tipos de áreas de riscos, solicitando que a turma divida-se em grupos e cada grupo fique com uma imagem diferente. A partir daí pedir-lhes que expliquem o que pode ser observado na imagem, levantar os tipos de evidências de riscos existentes em cada situação, sobre os tipos de problemas e situações que levam a tal risco, bem como propor possíveis soluções. Por fim, criar painéis para que cada grupo apresente os tipos de áreas de riscos existentes nas imagens. Trocando ideias... O professor deve mediar o debate e as apresentações, anotando em uma lousa as respostas, buscando fazer uma síntese e reconstruindo os depoimentos. Nesta dinâmica de grupo, é importante evidenciar os diferentes tipos de situações em áreas de risco; os indicadores visíveis que podem servir de exemplo para detectá- los, e possíveis soluções. Desse modo, para que as atividades tornem-se significativas para os alunos, e não produzam apenas um aprendizado mecânico, é necessário que se estabeleçam pontes com a construção do conhecimento com a mediação do professor de Geografia e com o protagonismo dos participantes, que não devem ser somente expectadores. 19 UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia A Linguagem Cartográfica A linguagem gráfica num estudo de Geografia é importante, seja o uso de um desenho, um croqui ou um mapa. Ensinar, por exemplo, o aluno a realizar o mapa mental do entorno da escola, ou de seu trajeto da escola até em casa é uma atividade que pode ser feita no Ensino Fundamental. Este desenho inicial pode ser refeito com orientação do professor, que poderá questionar e evidenciar a importância dos elementos espaciais que estão colocados neste trajeto (farmácias, casas, igreja, indústria, áreas verdes, parques etc.), seus usos, bem como orientar o desenho (Norte, Sul, Oeste, Leste). Isto envolve conhecimento de proporção, distância, escala, orientação entre outros. Além disso, é possível colocar uma legenda, definindo os diferentes grupos de usos do território, com o uso de símbolos pictóricos e/ou com outras formas de representação. O símbolo pictórico é aquele cuja representação já está associada ao próprio tema a ser representado. Por exemplo: ao representar um cemitério se coloca uma cruz, um aeroporto um avião, um porto um navio. O processo de aprendizagem em relação à leitura e à confecção do mapa é denominado de alfabetização cartográfica, pois do mesmo modo que os alunos aprendem a ler a partir da escrita é importante também ensinar a linguagem gráfica, em sua modalidade cartográfica. A Linguagem Cartográfica segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): O estudo da linguagem cartográfica, por sua vez, tem cada vez mais reafirmado sua importância, desde o início da escolaridade. Contribui não apenas para que os alunos venham a compreender e utilizar uma ferramenta básica da Geografia, os mapas, como também para desenvolver capacidades relativas à representação do espaço. A cartografia é um conhecimento que vem se desenvolvendo desde a pré-história até os dias de hoje. Por intermédio dessa linguagem é possível sintetizar informações, expressar conhecimentos, estudar situações, entre outras coisas — sempre envolvendo a idéia da produção do espaço: sua organização e distribuição. As formas mais usuais de se trabalhar com a linguagem cartográfica na escola é por meio de situações nas quais os alunos têm de colorir mapas, copiá-los, escrever os nomes de rios ou cidades, memorizar as informações neles representadas. Mas esse tratamento não garante que eles construam os conhecimentos necessários, tanto para ler mapas como para representar o espaço geográfico. Para isso, é preciso partir da ideia de que a linguagem cartográfica é um sistema de símbolos que envolve proporcionalidade, uso de signos ordenados e técnicas de projeção. Também é uma forma de atender a diversas necessidades, das mais cotidianas (chegar a um lugar que não se conhece, entender o trajeto dos mananciais, por exemplo) às mais específicas (como delimitar áreas de plantio, compreender zonas de influência do clima). A escola deve criar oportunidades para que os alunos construam conhecimentos sobre essa linguagem nos dois sentidos: como pessoas que representam e codificam o espaçoe como leitores das informações expressas por ela . Ex pl or Fonte: Texto literal extraído de BRASIL, 1997, p. 79 20 21 Especialmente na Cartografia, pois o mapa é uma linguagem diferente e a partir dela você faz a leitura e representação dos fenômenos geográficos. Por meio da leitura do mapa é importante explicar o significado das cores, da semiologia gráfica, ou seja, dos conjuntos de símbolos usados na Cartografia. Mostrar o mapa como uma representação gráfica da realidade que foi reduzido por meio de uma determinada escala, bem como ensinar a compreender a legenda tem um papel primordial na leitura dos mapas, pois sem elas não é possível fazer uma leitura adequada e entender o que está sendo representado e de que modo. É essencial todo mapa ter título, legenda, escala e orientação de modo que seja possível estabelecer essa leitura, permitindo que o aluno compreenda como são representados os diferentes fenômenos geográficos em um mapa. Fazer comparações entre os mapas e a realidade, bem como entre o mapa e as imagens de satélite são atividades que podem ser empreendida nos diferentes anos do Ensino Fundamental. A elaboração de uma maquete também auxilia na compreensão dos fenômenos geográficos e permitem relação com a Cartografia, pois o mapa é plano e a maquete é tridimensional facilitando o entendimento sobre altitude, características de relevo, hidrografia e formas de ocupação. Logo, finalizando esta unidade, não se esqueça de que é fundamental usar diferentes linguagens nas práticas de ensino de Geografia, com práticas que envolvam os alunos para que se tornem significativas para seu aprendizado. 21 UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia Referências ALMEIDA, Rosangela Doin de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto, 2014. BARBOSA, José Luiz. Geografia e Cinema: Em busca da aproximação e do inesperado. In_ CARLOS, Ana Fani Alessandri (org). A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ livro052.pdf. Acesso em 22/07/2015. CAMPOS, Rui Ribeiro de. Cinema, Geografia e sala de aula. Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1): 1-22, Junho, 2006, p. 5. 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