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UNID - II

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Práticas de Ensino em 
Geografia nos Anos Finais 
do Ensino Fundamental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Vivian Fiori
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia 
• Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia e 
suas mediações
• A Linguagem Cartográfica
 · Evidenciar alguns procedimentos metodológicos da prática de ensino 
em Geografia.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Caro (a) aluno (a)!
Nesta Unidade, você irá aprender um pouco mais sobre metodologias e 
práticas de ensino em Geografia. 
Leia atentamente o conteúdo disponibilizado e o material complementar e 
procure relacioná-los a sua futura prática como professor. 
Para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível 
é fundamental assistir às videoaulas e realizar a atividade proposta de 
aprofundamento. Cada material disponibilizado é mais um elemento para 
seu aprendizado e para sua futura prática docente. 
Bons estudos!
ORIENTAÇÕES
Reflexões sobre procedimentos e práticas 
de Ensino em Geografia 
UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia 
Contextualização
Leia com atenção os objetivos que se espera que aos alunos alcancem mediante 
a disciplina de Geografia no Ensino Fundamental, segundo os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs):
Espera-se que, ao longo dos oito anos do ensino fundamental, os alunos construam 
um conjunto de conhecimentos referentes a conceitos, procedimentos e atitudes 
relacionados à Geografia, que lhes permitam ser capazes de:
• Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da natureza em 
suas múltiplas relações, de modo a compreender o papel das sociedades em sua 
construção e na produção do território, da paisagem e do lugar;
• Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas consequências em 
diferentes espaços e tempos, de modo a construir referenciais que possibilitem uma 
participação propositiva e reativa nas questões socioambientais locais;
• Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos 
estudados em suas dinâmicas e interações;
• Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os 
avanços técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas 
decorrentes de conflitos e acordos, que ainda não são usufruídas por todos os seres 
humanos e, dentro de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las;
• Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para 
compreender o espaço, a paisagem, o território e o lugar, seus processos de 
construção, identificando suas relações, problemas e contradições;
• Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de 
informação, de modo a interpretar, analisar e relacionar informações sobre o espaço 
geográfico e as diferentes paisagens;
• Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar a 
espacialidade dos fenômenos geográficos;
• Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sociodiversidade, 
reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e um elemento de 
fortalecimento da democracia.
(Fonte: Trecho literal extraído de BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia/ Secretaria de 
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997, p. 81. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ livro052.pdf. Acesso em 22/07/2015.
Para que tais objetivos sejam alcançados é fundamental que o professor de 
Geografia tenha uma boa formação e saiba utilizar diferentes metodologias e 
estratégias para o desenvolvimento de suas aulas. 
No texto teórico da disciplina, encontrará algumas reflexões sobre as múltiplas 
linguagens que podem ser desenvolvidas pelo professor de Geografia. 
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7
Reflexões sobre procedimentos e práticas 
de Ensino em Geografia e suas mediações
Nesta unidade, traremos algumas reflexões sobre procedimentos e práticas de 
ensino em Geografia, dando ênfase a algumas estratégias que podem ser usadas no 
processo de ensino-aprendizagem.
É necessário compreender o papel das atividades de prática de ensino no Ensino 
Fundamental das Séries Finais, para turmas dos 6˚ ao 9° anos, e levar em conta 
sempre as mediações das características socioculturais das turmas, a faixa etária, 
as experiências prévias que os alunos tenham, o método e as metodologias usadas
Método e Metodologia de Ensino
Convém afirmar que método é a concepção teórica na qual o professor abordará o 
conhecimento geográfico, pode ser, por exemplo, positivista, dialético, entre outros. 
Já as metodologias são os procedimentos ou estratégias que serão usadas na 
sala de aula ou em atividades extraclasse, tais como: aula expositivo-dialogada, 
estudo do meio, painéis em grupo; debate com a sala toda; leitura e interpretação 
de textos; dramatização e simulações, entre tantas outras. 
Na prática docente na escola, é necessário considerar as estratégias no processo 
de ensino-aprendizagem tanto do ponto de vista teórico quanto de sua prática. É 
necessário que o professor conheça os fundamentos científicos e pedagógicos da 
Geografia e das áreas de Educação, adequando-as a sua realidade escolar e ao 
processo de ensino-aprendizagem. 
Para isso, cabe ao professor planejar suas aulas, utilizando-se de diferentes 
linguagens para que sua aula não seja tradicional e buscando uma lógica que não 
seja a formal. Para isso não basta somente variar as estratégias e metodologias 
usadas se o raciocínio desenvolvido em aula segue a lógica formal. 
Sejam quais forem as estratégias a serem desenvolvidas no processo de ensino-
aprendizagem é essencial contextualizar os conteúdos a serem tratados nas atividades 
em aula ou extraclasse. Se o tema é, por exemplo, “as migrações internas no 
Brasil”, cabe indagar: Em qual contexto ocorrem ou ocorreram tais migrações? 
Quais os fatores que levaram a tais migrações? Quais os atores envolvidos neste 
processo? Quais os papéis que cada um dos atores envolvidos tiveram ou têm? 
Contextualizar do ponto de vista cultural, social, econômico, político, ou seja, 
considerando-se o espaço geográfico em suas multidimensionalidade. 
É essencial que o professor de Geografia busque, conforme propõe a lógica 
dialética, estimular o educando a questionar o que é posto como verdade. A 
compreender o que vai além da aparência dos fenômenos, além da memorização, 
buscando a essência das questões geográficas e de suas diversas inter-relações. 
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UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia 
 A lógica dialética opõe-se a lógica formal, no sentido de não considerar que 
o processo histórico do mundo efetiva-se apenas pela causa-efeito. Para a lógica 
dialética existe um processo que é sempre um ir e vir, uma luta de forças opostas 
de diferentes formas e níveis de poder, que redundam em diferentes formas de 
apropriação do espaço geográfico. 
Cabe, portanto, criar estratégias que permitam o diálogo, a participação dos 
alunos. Corroboramos com a afirmação dos pesquisadores (REIGOTA;SANTOS, 
2014, p. 960):
Com essa proposta pedagógica, ficam excluídas as atividades de 
transmissão de conhecimentos, da forma como as conhecemos no ensino 
tradicional. Os momentos de transmissão de conhecimentos de uma tema 
específico ocorrerão quando os alunos e os professores consideraram o 
momento conveniente. Para a aplicação da metodologia aqui proposta é 
necessário um conhecimento aprofundado das tendências pedagógicas 
contemporâneas, principalmente as relacionadas com a pedagogia 
dialógica, conforme preconizava o educador Paulo Freire.
Dessa maneira, é essencial desenvolver metodologias nas quais os participantes 
sejam atuantes e haja respeito pelo conhecimento pré-existente, mas, ao mesmo 
tempo, avancem para problematizações em busca de transformações socioespaciais.
Neste sentido, a produção e o uso de diversificados materiais didáticossão 
fundamentais, observando-se as possibilidades de uso e as mediações existentes 
em cada contexto escolar. O material didático não deve ter um fim em si mesmo, 
assim como também os conteúdos possíveis de ser desenvolvidos a partir deles. 
É importante realçar que a ação em uma atividade educativa engloba e é 
também mediada por um processo de comunicação entre o professor e o público 
alvo da atividade. 
Como afirma Silvio de Oliveira Santos (2014, p. 507): 
A ação educativa engloba os processos de ensino e de aprendizagem que 
são mediados pelo processo de comunicação. A passagem de saberes e 
informações, fundamentados ou não na tarefa de ensinar, na prática só 
se concretiza quando estes são comunicados. Por sua vez, a comunicação 
engloba os conceitos de emissão e recepção da informação que está 
sendo veiculada. A aprendizagem só acontece quando existe recepção da 
mensagem e seu posterior aproveitamento e incorporação ao universo 
conceitual e/ou comportamental do indíviduo. Essa recepção é, portanto, 
parte integrante e fundamental do processo da comunicação educativa. 
É essencial que exista uma retroalimentação entre quem emite e quem recebe 
a mensagem. É necessário a percepção por parte do professor se sua mensagem 
está sendo compreendida, internalizada conforme expressão usada por Vygotsky. 
Silvio de Oliveira Santos (2014) define algumas mídias educativas, que podem 
ser utilizadas num ação educativa, são elas: o quadro negro; o álbum seriado 
(flip chart); a ilustração; o cartaz; o folheto; o jogo educativo; o modelo, o filme 
8
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educativo; os recusos informatizados, entre tantas outras possibilidades de serem 
usadas como fins educativos. 
Por isso, a seleção de mídias de comunicação é essencial, considerando-se 
algumas premissas básicas, a saber: 
• As condições de infraestrutura e materiais disponíveis no desenvolvimento de 
uma atividade de educativa; 
• Os conhecimentos prévios dos alunos; 
• O conhecimento das diferentes mídias educacionais e linguagens pelo professor, 
sabendo como usá-las para cada situação; 
• A diversificação do uso de materiais didáticos e das mídias educacionais, 
sobretudo quando a proposta de atividade requeira mais tempo; 
• A adaptação à realidade local. 
Contudo, cabe lembrar que qualquer resultado dependerá também do método 
utilizado. Não basta, por exemplo, numa atividade de jogos educativos sobre 
regionalização no Brasil, fazermos questionamentos no jogo com pergunta e 
resposta diretas, com vistas apenas a observar a memorização sobre o tema. 
É necessário a problematização sobre o tema. Existem diferenças espaciais entre 
as macrorregiões brasileiras? Há alternativas para melhorar tal situação? Quais são? 
Depende de cada um como indivíduo, do governo, de quais atores sociais? Quais 
são as decorrências destas disparidades regionais? Logo, não se trata somente 
de um jogo de certo ou errado, mas estratégias que conduzam à reflexão mais 
profunda sobre a regiões brasileiras.
Cabe à Geografia a leitura do mundo por meio de suas categorias geográfica 
e esta deve ser feita por diferentes linguagens: textuais, orais, por imagens, por 
representações gráficas e cartográficas etc. É necessário criar possibilidades de o 
aluno aprender a ler o mundo a partir de múltiplas linguagens.
O uso de múltiplas Linguagens no Ensino de Geografia
Para desenvolver uma consciência crítica no ensino de Geografia é importante 
definir-se um método e metodologias que não sejam tradicionais. Seja por meio 
de uma abordagem crítica ou humanista, é importante usar múltiplas linguagens, 
para o desenvolvimento de atividades de Geografia no Ensino Fundamental. 
Entre as múltiplas linguagens citamos algumas seguir: o uso de vídeo, filmes 
e imagens que sejam usados de forma significativa; as atividades lúdicas (jogos e 
brincadeiras), as dramatizações e as simulações; o uso de recursos informatizados, 
entre outros, sempre considerando as mediações e o contexto no qual as atividades 
serão desenvolvidas. 
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UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia 
A seguir, vamos explicitar alguns destes recursos e procedimentos-estratégias no 
processo de ensino-aprendizagem.
a) Algumas Linguagens Visuais e de Comunicação: Música, Filmes e Vídeos:
O uso de linguagens visuais e de comunicação vem sendo usadas por 
professores nos diferentes níveis de ensino, pois são recursos interessantes para o 
desenvolvimento da aula em Geografia.
As mensagens transmitidas por meio das imagens, músicas, textos, entre outras 
linguagens, propiciam formas variadas de leitura em função das experiências de 
vida de cada um, já que a experiência e a cultura podem variar conforme cada 
grupo sociocultural, faixa etária, formação educacional etc.
Contudo, há também o papel das estratégias usadas e da forma como são 
desenvolvidas e conduzidas pelo professor. 
Para que um vídeo, uma música, filmes e imagens sejam utilizados com fins 
educativos tais formas de linguagem precisam ser analisadas pelo professor e 
pelos alunos.
Como recurso de comunicação é importante considerar não apenas a linguagem 
visual e sonora, mas também o que se pretende dizer, para quem e com qual 
finalidade educativa. 
O que pretendo que meus alunos alcancem aos assistir este filme? O filme em si 
é um recurso pedagógico, mas torna-se um procedimento metodológico na medida 
em que eu defino como professor qual o objetivo que pretendo alcançar com este 
filme e traço as estratégias a serem usadas a partir do filme. Farei um debate com a 
sala toda? Os alunos farão um resumo das ideias principais? Haverá uma exposição 
dialogada com a turma sobre o filme posterior? Os alunos receberão instruções 
anteriores para que observem alguns aspectos do filme? 
Por meio de um filme, é possível discutir inúmeros aspectos geográficos, 
sejam relacionados aos aspectos físico-ambientais e sua paisagens, aos diferentes 
usos do território, às questões territoriais e culturais, às temáticas vinculadas à 
geopolítica, ao passado, permitindo evidenciar as formas espaciais e as paisagens 
do passado, entre outros. 
Um filme é uma representação da realidade e não a própria realidade. Cabe, 
portanto, uma leitura crítica dos filmes, dos vídeos e das imagens representadas 
em tais mídias, levando em conta a ideologia do diretor, sua forma de contar e 
representar um determinado tema, situação ou espaço geográfico. 
É fundamental o papel do professor na leitura, da representação da realidade, 
que ajude o educando e questionando-o sobre uma determinada representação 
da realidade. 
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Corroborando esta ideia, como explica o documento dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs) de Geografia para o Ensino Fundamental:
Na escola, assim, fotos comuns, fotos aéreas, filmes, gravuras e vídeos 
também podem ser utilizados como fontes de informação e de leitura do 
espaço e da paisagem. É preciso que o professor analise as imagens na 
sua totalidade e procure contextualizá-las em seu processo de produção: 
por quem foram feitas, quando, com que finalidade etc., e tomar esses 
dados como referência na leitura de informações mais particularizadas, 
ensinando aos alunos que as imagens são produtos do trabalho humano, 
localizáveis no tempo e no espaço, cujas intencionalidades podem ser 
encontradas de forma explícita ou implícita (BRASIL, 1997, p. 78).
No caso do uso de um filme ou vídeo numa atividade em sala de aula, este 
precisa ser decodificado, analisado, refletido e nisso está o papel do professor 
em conduzir a reflexão de forma que se torne participativa, com diálogo entre os 
participantes para a construção do conhecimento.
Aquele que não é ocidental é o outro, o não civilizado. Por isso que a visão é 
normalmente etnocêntrica. Em filmes sobre os árabes, além de sempre terem 
papéis menores, as atividades que exercem são exóticas, as mulheres são 
prostitutas ou dançarinas do ventre, e sempre aparecem o minarete, os desertos 
e os camelos. Apresentar os outros comoexóticos desqualifica as diferenças 
culturais de outras sociedades. E neste aspecto, cabe observar com cuidado as 
imagens de Hollywood sobre o Brasil. O que geralmente aparece são florestas ou 
sol, praias, carnaval, favelas e mulheres sensuais. Inventaram um país cenográfico, 
onde alguém pode estar em Copacabana e, de repente, estar no Pelourinho e, 
em seguida, nas cataratas de Iguaçu. A beleza tropical aliada à naturalização de 
determinados estereótipos, como a malandragem, a permissividade e outras. Não 
é à toa que o personagem euro/estadunidense que vem para cá é quase sempre 
um bandido, um traficante, um golpista, fugindo do castigo em seu país de 
origem e que busca abrigo em um território desprovido de leis. Piora o problema o 
fato de, muitas vezes, cineastas brasileiros, com o intuito de criar uma linguagem 
universal para conquistar os mercados da Europa e dos EUA, incorporarem estas 
imagens em seus filmes. O cinema não é, portanto, um registrador da realidade; é 
uma construção de códigos, convenções, mitos e ideologias da cultura de quem os 
realiza. Diversas vezes faz parte de uma estratégia de dominação, de divulgação 
de estilos de vida e de concepções de mundo, para modificar a identidade cultural 
de determinada nação. Existe, muitas vezes, para atuar sobre determinada 
tradição cultural, para modificar corações e mentes, para que pensem e ajam 
de modo diferente. Além de subjetivo, não é uma construção isolada do sistema 
sócio-cultural do qual se origina. Há, inclusive, coisas pouco perceptíveis, como 
o jogo de planos e de enquadramentos (alto/baixo, perto/longe, vertical/
horizontal), cujas sequências são criadas para se constituir em significações nas 
quais os personagens transmitem sensações de angústia, de solidão.
Fonte: Trecho literal extraído de CAMPOS, Rui Ribeiro de. Cinema, Geografia e sala de aula. Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1): 1-22, 
Junho, 2006, p. 5. Disponível em: http://goo.gl/uOESAs. Acesso em 13/09/2015.
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UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia 
Como afirma Barbosa (1999, p. 115): 
“A realidade do real ou da ficção não é um dado nem é dada de imediato 
pelo ‘acontecimento’ na tela. A realidade é construída por meio das leituras 
do sujeito observador”. 
A imagem é uma representação da realidade, tanto num filme quanto num 
mapa ou imagem da internet. 
Outro aspecto a ser considerado é que se o filme for longo o ideal é mostrar um 
trecho ou optar por um vídeo que retrate o mesmo tema, com um tempo menor. 
Afinal, do ponto de vista da prática de ensino não é adequado ficar passando um 
filme por três aulas, por exemplo.
Como atualmente muitos destes vídeos são encontrados em sites da internet é 
possível solicitar aos alunos que assistam por inteiro de outras formas. 
No artigo “Cinema, Geografia e sala de aula”, de Rui Ribeiro Campos (2006), 
o autor cita inúmeros filmes que podem servir para serem usados em uma aula 
de Geografia.
Já os vídeos, muito deles encontrados em sites de busca da internet existem em 
tempos variados e isto facilita de serem desenvolvidos em sala de aula. Há inúmeras 
temáticas que podem ser discutidas a partir deles, entre eles destacamos: problemas 
de ocupação e ambientais, geopolítica, questões agrárias e urbanas, os modais de 
transporte, as fontes de energia, as migrações, a globalização, a regionalização do 
Brasil, entre tanto outros. 
Em relação à linguagem musical, esta pode ser desenvolvida em sala de aula, de 
diferentes modos: desde a criação de paródias musicais sobre uma determinada 
temática; a produção de novas letras de música feita pelos alunos individualmente 
ou em grupos; até a leitura crítica de uma determinada letra numa atividade 
proposta pelo professor. 
Também podem ser associadas aos tipos de territorialidades musicais existentes, 
já que a questão cultural e territorial pode ser relacionada aos tipos de música, por 
exemplo, existem territorialidades do samba, do funk, do axé, do rock, da música 
indiana etc. Assim como existe a indústria da música que segue cada vez mais uma 
lógica da globalização. 
Dessa maneira, é interessante abordar sobre a indústria da música e os novos 
meios de circulação destas com os meios informatizados e de como foram evoluindo 
do ponto de vista técnico (gramofones, toca disco, toca internet, por USB, MP 3 
etc.) ao longo do tempo. 
Seja para destacar temáticas ambientais, urbanas, de situações no campo, de 
desigualdades espaciais, de migrações, entre outras, é importante a leitura crítica da 
música, podendo ser usado diferentes estilos musicais para isso, desde que possam 
ser adequadas à realidade escolar e à faixa etária das turmas.
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13
b) Estudo do Meio
Uma atividade usual na Geografia é o estudo do meio, pois permite ao aluno 
um contato mais próximo da realidade, aliando teoria e prática. O estudo do meio 
é uma atividade de campo, externa à escola. 
Pode ser utilizada para desenvolver problemáticas e conteúdos relacionados à 
urbanização, à questão socioambiental, à agricultura, às formas de transportes, 
mediante uma leitura da paisagem e do espaço geográfico, relacionando os diversos 
elementos geográficos e contextualizando-o. 
Para a realização do estudo do meio é necessário seguir alguns passos, entre os 
quais destacamos: 
• O professor, de preferência, deve realizar um reconhecimento do local a ser 
estudado, para que tenha condições de definir as atividades que poderão 
ser propostas; 
• Propor um roteiro de locais a serem visitados;
• Definir os conteúdos e conceitos que serão desenvolvidos nesta pesquisa; 
• Elaborar um formulário ou texto de orientação para os participantes, com 
pequeno texto, imagens, mapas ou croquis; 
• Propor que os participantes realizem observações, entrevistas no local da 
atividade, produzam desenhos, tirem fotografias etc.;
• Solicitar relatórios dos participantes conforme roteiro e atividade desenvolvida.
Além disso, desenvolver uma atividade em que promova o diálogo entre o 
professor e os alunos, de modo que o educador não seja o único a falar durante a 
atividade de estudo do meio. O aluno tem de ser protagonista também!
É importante estar atento a algumas questões ao realizar este tipo de atividade 
educativa. Como explicam os geógrafos Claudivan Lopes e Nídia Pontuschka 
(2009, p. 180):
Os Estudos do Meio podem ser realizados em todos os níveis de ensino e, 
inclusive, nos processos de formação continuada de professores. Contudo, é 
preciso lembrar que sua realização, especialmente nos Ensino Fundamental 
e Médio, requer atenção especial dos organizadores quanto à segurança 
dos alunos. Além da prévia autorização dos pais ou responsáveis e da 
contratação, quando necessária, de transporte e de alojamento, a elaboração 
dos roteiros de observação e pesquisa devem levar em consideração o 
estágio de desenvolvimento cognitivo e emocional dos estudantes. Deste 
modo, a definição do espaço a ser estudado não pode prescindir de uma 
prévia visita ao local e da identificação, considerando as características dos 
participantes, de um itinerário que não coloque em risco a sua segurança.
Logo, é necessário um planejamento prévio do professor para elaboração de 
um estudo do meio, que, ao mesmo tempo, envolva os alunos como protagonistas 
e participantes atuantes.
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UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia 
c) Oficinas e Atividades de Arte-Educação
Outra possibilidade de atividade educativa em Geografia é o uso da arte-educação 
para o desenvolvimento de atividades educativas em Geografia. As atividades lúdicas 
são estratégias que requerem a participação de todos e mediante a elaboração 
de jogos, brincadeiras, dramatizações, entre outras, respeitando-se sempre as 
características dos participantes (faixa etária, formação e condições socioculturais).
Como afirma a educadora Eliane Gein (2014, p. 539):
[...] é um meio de trabalhar alegria, o lúdico, a beleza, o agradável e o 
criativo na abordagem e construçãodos principais conceitos da questão 
ambiental. [...] Haverá uma prática artística que melhor se adapte à educação 
ambiental? Sim; a escolha de qualquer ferramenta deve respeitar uma série 
de fatores. É necessário direcionar o processo levando em consideração a 
cultura local, as necessidade existentes, os objetivos propostos, o público 
alvo e suas características fundamentais, além da própria capacidade de 
quem está intervindo para lidar com esta ferramenta.
Dessa maneira, há a possibilidade de realizar oficinas de arte-educação, criação 
de painéis, jogos com temáticas geográficas, teatro com fantoches etc. 
Outra estratégia e procedimento metodológico para envolver de forma direta os 
participantes são as oficinas. As oficinas tornam-se um formato importante para 
desenvolver ações sobre seleção e reutilização de materiais; sobre hortas escolares; 
desperdício e práticas sobre uso da água e das fontes de energia; sobre produção 
de maquetes para discussão de ocupação urbana e rural etc.
É preciso evitar que tais atividades tenham apenas caráter informativo, pois é 
essencial uma educação integral, mediatizada por temas analisados pelo viés geográfico, 
que sejam significativos e desenvolvidos a partir de uma análise crítica da realidade. 
Pode-se definir um tema gerador, que parta da realidade local-regional. Esta 
concepção de tratar das questões por tema gerador baseia-se na abordagem de 
Paulo Freire, segundo o qual o tema gerador deve partir da realidade local e se 
tiverem conteúdo social e político significativo para a vida das pessoas. 
A autora Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis (2006, p. 102-103) explica tal 
metodologia:
A substituição da formação convencional das salas de aula pela formação 
em círculos e as técnicas de trabalho em grupo como as discussões, o 
grupo de estudo, o grupo de ação, o fórum, o grupo de debate e a carta 
temário, todas essas alternativas à exposição didática, foram pensadas 
para criar o “clima do debate”, elemento central do processo de descoberta 
do conhecimento. Partir do conhecimento, dos saberes existentes, 
mesmo que não percebidos como saberes, é o caminho metodológico 
pretendido. Esse processo é o processo de conscientização, isto é, discutir 
os conteúdos da “consciência ingênua” do mundo e das coisas em busca 
da “consciência crítica” é o significado da educação. As técnicas de ensino 
são possibilidades metodológicas de problematização do mundo, das ideias 
e das coisas, são formas metodológicas de promover o questionamento, 
pois o que se pretende é a leitura crítica do mundo
14
15
Desse modo, é importante o uso de metodologias dialógicas, que promovam o 
clima de diálogo, debate, participação concreta dos participantes numa atividade 
educativa, bem como que tenham também caráter prático quando possível, caso, 
por exemplo, da necessidade de práticas que visem à diminuição do desperdício 
de água e da energia elétrica, assim como uso de equipamentos que levem a um 
consumo mais sustentável. 
Esta metodologia da ação-reflexão-ação visa à transformação das práticas usuais 
em relação ao respeito de vida, pela diversidade cultural, pelo meio ambiente, pelo 
consumismo. 
Sabemos que o próprio processo capitalista, mediante seu apelo de marketing 
e propaganda induz ao consumismo exacerbado, sendo também comuns 
comportamentos na população brasileira que levam ao desperdício de alimentos, 
de água e energia.
Conscientizar não é o mesmo que apenas informar. São necessários mecanismos 
e estratégias que promovam uma reflexão sobre os temas geradores que possam 
ser desenvolvidos numa aula de Geografia, evidenciando a participação e o papel 
do indivíduo, do coletivo e da política pública sobre o tema. 
Como propõe, por exemplo, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) no 
documento sobre consumo sustentável em relação à água, usando uma estratégia 
que leve ao questionamento:
Que mudanças eu posso fazer nos meus hábitos no sentido de dar minha 
contribuição pessoal para um consumo sustentável de água? Pode ser pedido 
que os alunos escrevam (ou desenhem, produzam uma peça de teatro, uma 
música etc.) seu compromisso e apresentem para a classe. Que soluções 
coletivas podemos encontrar na comunidade que contribuam para o consumo 
sustentável de água? Faça com que os alunos discutam possíveis soluções a 
serem propostas para a comunidade. Que mudanças devemos sugerir aos 
representantes do executivo e do legislativo para que caminhemos no sentido 
do consumo sustentável de água? Todas as medidas propostas pelos alunos 
poderão ser colocadas em cartazes para serem fixados na escola e em pontos 
estratégicos da comunidade (MMA, 2005, p. 40).
Assim, por meio de atividades lúdicas (jogos e brincadeiras), painéis temáticos 
(com cartazes, colagens, desenhos etc.) ou com outras dinâmicas de depoimentos 
podem-se definir os temas, discuti-los a partir de uma reflexão conjunta e não 
somente com a exposição do professor/educador sobre a tal temática. 
É fundamental que exista um processo de construção do conhecimento coletivo. 
Além disso, é interessante que tais conhecimentos produzidos no grupo possam 
ser divulgados à sociedade por meio de blogs, sites, panfletos/folhetos, cartilhas, 
apresentações de teatros e música, entre outras estratégias de forma que se 
divulguem os produtos destas atividades desenvolvidas em sala de aula.
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UNIDADE Reflexões sobre procedimentos e práticas de Ensino em Geografia 
a) Atividades com Recursos Informatizados
No atual período da história, existem diversificadas possibilidades de criar 
e desenvolver materiais didáticos de apoio às atividades propostas em aula. As 
novas tecnologias informacionais, por exemplo, permitem produção de novos 
conhecimentos, bem como podem servir para ampliar a possibilidade de tornar os 
conteúdos geográficos mais significativos. 
Neste sentido buscar usá-los adequando-os à realidade escolar é importante e 
torna-se imperativa a discussão e a operacionalização de diversificadas linguagens 
para o ensino de Geografia usando os recursos informatizados. 
Se os alunos têm habilidade de usar os meios informacionais e as tecnologias 
de informação e comunicação (TICs) é importante aproveitar esta pré-condição do 
aluno. Assim como se há laboratório de informática na escola é interessante usá-lo 
para desenvolver atividades sobre temáticas de Geografia. 
Desse modo, o bom professor é aquele que consegue a adequar-se as situações 
existentes, a realidade do aluno e de sua comunidade, sem subestimá-lo. Tratando 
os temas a partir do conhecimento existente e ampliando-o. 
O Ministério da Educação (MEC) tem incentivado a inserção das novas tecnologias 
de informação no ensino Fundamental-Médio. A incorporação dessas tecnologias 
nas políticas educacionais é inclusive imposta por órgãos internacionais tais como 
o Banco Mundial e UNESCO.
 Embora seja importante o uso das TICS em aula, é necessário que não seja 
apenas uma mudança superficial caso, por exemplo, do manuseio de equipamentos 
e suas técnicas, pois a supervalorização das tecnologias muitas vezes ocorre em 
detrimento da condição e do papel do professor e da atividade educativa. 
Logo, não é apenas a tecnologia que vai transformar e melhorar uma determinada 
aula ou atividade educativa. Cabe ao professor definir como serão usadas tais 
tecnologias para uma atividade de prática em Geografia. 
Por outro lado, é importante reconhecer que tais tecnologias podem tornar a 
aula mais atrativa e dinâmica, sobretudo para uma geração acostumada ao uso de 
tecnologias de informação e comunicação. Por isso, o professor precisa inteirar-se 
sobre tais formas de usos e suas possibilidades educativas.
O uso, por exemplo, do Google Street View, Google Earth, Movie maker 
(programa que permite produção de pequenos vídeos), entre outros pode ser 
interessante numa aula de Geografia. 
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Veja dois exemplos a seguir da mesma região. 
Figura 1 – Imagem de Satélite da Região do Distrito de Iguatemi, São Paulo
Fonte:Google Maps, 2010
Figura 2 – Imagem da Estrada do Palanque – Distrito de Iguatemi, São Paulo
Google Street View, 2010
A primeira a imagem é de satélite (à distância remota) e a segunda é do Google 
Street View numa seleção de uma estrada (do Palanque) da primeira imagem. 
Tais recursos servem para estratégias que busquem evidenciar e levantar as 
características socioambientais do território, tais como: áreas verdes, lixo, ocupações 
em áreas de risco, os corpos hídricos existentes (rios, córregos, represas e lagos); 
buscando através das imagens observar as formas de ocupação e os problemas e 
potencialidades existentes num determinado lugar.
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 O Google Earth é um programa empresa Google que possibilita a observação 
da Terra em 3 dimensões. Tais imagens são construídas a partir de fotografias 
de satélite obtida de diferentes fontes. A utilização deste programa como recurso 
didático permite selecionar um lugar determinado no mundo, observar as 
características deste lugar, bem como conhecer algumas das principais cidades 
do mundo e do Brasil, suas paisagens, assim como ter contato com patrimônios 
culturais religiosos históricos a distância. 
 Já o Google Street View é uma ferramenta importante para fazer comparações 
entre a imagem satélite produzida por satélites artificiais que fotografam a Terra e a 
imagem de fotos que são tiradas das ruas, estradas e avenidas dos espaços urbanos 
e rurais (vide figura 2) .
 Isso permite um recurso de comparação entre as diferentes características 
geográficas físico-ambientais, de moradia e formas de ocupação, de transporte 
etc., ou seja, das formas espaciais e suas diferentes características morfológicas.
Tais programas, associados ao uso de imagens produzidas num estudo do meio, 
permitirá a produção de materiais didáticos de Geografia, como por exemplo, 
vídeo (produzido pelo movie maker ou pelo celular que atualmente é bastante 
disseminado), cartilhas, jornalzinho do município, entre outros. 
Um recurso simples que pode ser usado é copiar e colar imagem, editando-as no 
programa denonimado “Paint” (vide figura 3). Basta copiar uma imagem, com a 
tecla print screen (prt-sc) que se encontra no computador e copiar para o Paint. A 
partir daí você poderá cortar, recortar, copiar, apagar e salvar, entre outras ações, 
bem como colocar legenda e texto com o ícone A . Tal produção poderá ser usada 
em apresentações de power point, vídeos, em formato de cartilha, jornal etc. 
Figura 3 – Recorte da Página do Programa Paint
Numa atividade, por exemplo, sobre áreas verdes ou formas de ocupação, o 
uso de recursos informatizados (imagem do Google Earth, Google Street View, 
internet) auxilia na identificaçao das coberturas vegetais e dos diferentes usos 
do território. O estudo do meio pode ser interessante para reconhecimento in 
loco, bem como o uso de jogos educativos pode compor um rol de estratégias 
interessantes com os recursos informatizados.
Uma imagem, seja produzida a partir do Google ou tirada in loco por um aluno, 
precisa ser analisada criticamente. 
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Observe a imagem, a seguir, de uma área de risco.
Figura 4 – Área de risco no Distrito de Iguatemi – São Paulo
Fonte: Vivian Fiori, 2011
É necessário observar a imagem e realizar questionamentos: Quais as situações 
evidenciadas na imagem? Que tipo de risco há? Quais elementos evidenciam estes 
riscos? Quais situações levaram a existirem moradias deste tipo?
Importante!
Quais estratégias e metodologias podem ser usadas para a realização de uma atividade 
que tenha como tema gerador - áreas de riscos? Podem ser várias, mas destacamos uma: 
usar imagens de diferentes tipos de áreas de riscos, solicitando que a turma divida-se 
em grupos e cada grupo fique com uma imagem diferente. A partir daí pedir-lhes que 
expliquem o que pode ser observado na imagem, levantar os tipos de evidências de 
riscos existentes em cada situação, sobre os tipos de problemas e situações que levam a 
tal risco, bem como propor possíveis soluções. Por fim, criar painéis para que cada grupo 
apresente os tipos de áreas de riscos existentes nas imagens. 
Trocando ideias...
O professor deve mediar o debate e as apresentações, anotando em uma lousa 
as respostas, buscando fazer uma síntese e reconstruindo os depoimentos. Nesta 
dinâmica de grupo, é importante evidenciar os diferentes tipos de situações em 
áreas de risco; os indicadores visíveis que podem servir de exemplo para detectá-
los, e possíveis soluções.
Desse modo, para que as atividades tornem-se significativas para os alunos, e não 
produzam apenas um aprendizado mecânico, é necessário que se estabeleçam pontes 
com a construção do conhecimento com a mediação do professor de Geografia e 
com o protagonismo dos participantes, que não devem ser somente expectadores. 
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A Linguagem Cartográfica
A linguagem gráfica num estudo de Geografia é importante, seja o uso de 
um desenho, um croqui ou um mapa. Ensinar, por exemplo, o aluno a realizar o 
mapa mental do entorno da escola, ou de seu trajeto da escola até em casa é uma 
atividade que pode ser feita no Ensino Fundamental. 
Este desenho inicial pode ser refeito com orientação do professor, que poderá 
questionar e evidenciar a importância dos elementos espaciais que estão colocados 
neste trajeto (farmácias, casas, igreja, indústria, áreas verdes, parques etc.), seus 
usos, bem como orientar o desenho (Norte, Sul, Oeste, Leste). Isto envolve 
conhecimento de proporção, distância, escala, orientação entre outros. 
Além disso, é possível colocar uma legenda, definindo os diferentes grupos de usos do 
território, com o uso de símbolos pictóricos e/ou com outras formas de representação. 
O símbolo pictórico é aquele cuja representação já está associada ao próprio 
tema a ser representado. Por exemplo: ao representar um cemitério se coloca uma 
cruz, um aeroporto um avião, um porto um navio. 
O processo de aprendizagem em relação à leitura e à confecção do mapa é 
denominado de alfabetização cartográfica, pois do mesmo modo que os alunos 
aprendem a ler a partir da escrita é importante também ensinar a linguagem gráfica, 
em sua modalidade cartográfica. 
A Linguagem Cartográfica segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs):
O estudo da linguagem cartográfica, por sua vez, tem cada vez mais reafirmado sua 
importância, desde o início da escolaridade. Contribui não apenas para que os alunos 
venham a compreender e utilizar uma ferramenta básica da Geografia, os mapas, como 
também para desenvolver capacidades relativas à representação do espaço.
A cartografia é um conhecimento que vem se desenvolvendo desde a pré-história até os 
dias de hoje. Por intermédio dessa linguagem é possível sintetizar informações, expressar 
conhecimentos, estudar situações, entre outras coisas — sempre envolvendo a idéia da 
produção do espaço: sua organização e distribuição.
As formas mais usuais de se trabalhar com a linguagem cartográfica na escola é por meio 
de situações nas quais os alunos têm de colorir mapas, copiá-los, escrever os nomes de 
rios ou cidades, memorizar as informações neles representadas. Mas esse tratamento não 
garante que eles construam os conhecimentos necessários, tanto para ler mapas como para 
representar o espaço geográfico.
Para isso, é preciso partir da ideia de que a linguagem cartográfica é um sistema de símbolos que 
envolve proporcionalidade, uso de signos ordenados e técnicas de projeção. Também é uma forma 
de atender a diversas necessidades, das mais cotidianas (chegar a um lugar que não se conhece, 
entender o trajeto dos mananciais, por exemplo) às mais específicas (como delimitar áreas de 
plantio, compreender zonas de influência do clima). A escola deve criar oportunidades para que 
os alunos construam conhecimentos sobre essa linguagem nos dois sentidos: como pessoas que 
representam e codificam o espaçoe como leitores das informações expressas por ela .
Ex
pl
or
Fonte: Texto literal extraído de BRASIL, 1997, p. 79
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Especialmente na Cartografia, pois o mapa é uma linguagem diferente e a 
partir dela você faz a leitura e representação dos fenômenos geográficos.
Por meio da leitura do mapa é importante explicar o significado das cores, da 
semiologia gráfica, ou seja, dos conjuntos de símbolos usados na Cartografia. 
Mostrar o mapa como uma representação gráfica da realidade que foi reduzido 
por meio de uma determinada escala, bem como ensinar a compreender a legenda 
tem um papel primordial na leitura dos mapas, pois sem elas não é possível fazer 
uma leitura adequada e entender o que está sendo representado e de que modo. 
É essencial todo mapa ter título, legenda, escala e orientação de modo que seja 
possível estabelecer essa leitura, permitindo que o aluno compreenda como são 
representados os diferentes fenômenos geográficos em um mapa. 
Fazer comparações entre os mapas e a realidade, bem como entre o mapa e as 
imagens de satélite são atividades que podem ser empreendida nos diferentes anos 
do Ensino Fundamental.
A elaboração de uma maquete também auxilia na compreensão dos fenômenos 
geográficos e permitem relação com a Cartografia, pois o mapa é plano e a 
maquete é tridimensional facilitando o entendimento sobre altitude, características 
de relevo, hidrografia e formas de ocupação. 
Logo, finalizando esta unidade, não se esqueça de que é fundamental usar 
diferentes linguagens nas práticas de ensino de Geografia, com práticas que 
envolvam os alunos para que se tornem significativas para seu aprendizado. 
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Referências
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