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Contabilidade como Ciência e Sistema de Informação

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Contabilidade
Créditos
Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância
Diretor Regional 
Luiz Francisco de Assis Salgado
Superintendente Universitário 
e de Desenvolvimento 
Luiz Carlos Dourado
Reitor 
Sidney Zaganin Latorre
Diretor de Graduação 
Eduardo Mazzaferro Ehlers
Gerentes de Desenvolvimento 
Claudio Luiz de Souza Silva 
Luciana Bon Duarte 
Roland Anton Zottele 
Sandra Regina Mattos Abreu de Freitas
Coordenadora de Desenvolvimento 
Tecnologias Aplicadas à Educação 
Regina Helena Ribeiro
Coordenador de Operação 
Educação a Distância 
Alcir Vilela Junior
Professora Autora 
Alexandra Medeiros Escobar
Revisor Técnico 
Valdomiro Benjamin Junior
Técnico de Desenvolvimento 
Priscila dos Santos
Coordenadoras Pedagógicas 
Ariádiny Carolina Brasileiro Silva 
Izabella Saadi Cerutti Leal Reis 
Nivia Pereira Maseri de Moraes
Equipe de Design Educacional 
Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti 
Alexsandra Cristiane Santos da Silva 
Angélica Lúcia Kanô 
Cristina Yurie Takahashi 
Diogo Maxwell Santos Felizardo 
Elisangela Almeida de Souza 
Flaviana Neri 
Francisco Shoiti Tanaka 
João Francisco Correia de Souza 
Juliana Quitério Lopez Salvaia 
Jussara Cristina Cubbo 
Kamila Harumi Sakurai Simões 
Karen Helena Bueno Lanfranchi 
Katya Martinez Almeida 
Lilian Brito Santos 
Luciana Marcheze Miguel 
Mariana Valeria Gulin Melcon 
Mayra Bezerra de Sousa Volpato 
Mônica Maria Penalber de Menezes 
Mônica Rodrigues dos Santos 
Nathália Barros de Souza Santos 
Paula Cristina Bataglia Buratini 
Renata Jessica Galdino 
Sueli Brianezi Carvalho 
Thiago Martins Navarro 
Wallace Roberto Bernardo
Equipe de Qualidade 
Aparecida Daniele Carvalho do Nascimento 
Gabriela Souza da Silva 
Vivian Martins Gonçalves
Coordenador Multimídia e Audiovisual 
Adriano Tanganeli
Equipe de Design Visual 
Adriana Matsuda 
Caio Souza Santos 
Camila Lazaresko Madrid 
Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo 
Christian Ratajczyk Puig 
Danilo Dos Santos Netto 
Hugo Naoto 
Inácio de Assis Bento Nehme 
Karina de Morais Vaz Bonna 
Lucas Monachesi Rodrigues 
Marcela Corrente 
Marcio Rodrigo dos Reis 
Renan Ferreira Alves 
Renata Mendes Ribeiro 
Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti 
Thamires Lopes de Castro 
Vandré Luiz dos Santos 
Victor Giriotas Marçon 
William Mordoch
Equipe de Design Multimídia 
Alexandre Lemes da Silva 
Cláudia Antônia Guimarães Rett 
Cristiane Marinho de Souza 
Eliane Katsumi Gushiken 
Elina Naomi Sakurabu 
Emília Abreu 
Fernando Eduardo Castro da Silva 
Mayra Aniya 
Michel Iuiti Navarro Moreno 
Renan Carlos Nunes De Souza 
Rodrigo Benites Gonçalves da Silva 
Wagner Ferri 
Objetivos Específicos
Temas
• Entender a contabilidade como ciência, suas técnicas e a importância do 
sistema de informação como ferramenta.
Alexandra Medeiros Escobar
Contabilidade
Aula 01
Professora
A Contabilidade: Ciência, Técnica e Sistema de Informação
Introdução
1 A contabilidade: ciência
2 As técnicas contábeis
3 Contabilidade como sistema de informação
Considerações finais
Referências
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Contabilidade
3
Introdução
Nesta aula vamos conhecer a origem da contabilidade, quando foram os primeiros 
registros notadamente contábeis e como se deu a evolução destes até o momento em que a 
contabilidade passou a ser considerada ciência.
Apresentaremos a contabilidade como a ciência que estuda o patrimônio e suas 
mutações, e a importância deste estudo para uma entidade.
Abordaremos, inicialmente de forma superficial, as técnicas contábeis utilizadas para os 
registros, controle e análise dos dados contábeis e, por fim, será apresentada a contabilidade 
como sistema de informação empresarial.
1 A contabilidade: ciência
Neste componente curricular, nosso objetivo é conhecer a contabilidade como ciência 
social aplicada, como técnica e como sistema de informação.
Como conhecimento, a contabilidade é considerada uma ciência social, com plena 
fundamentação epistemológica. A epistemologia – do grego, epistéme, “ciência”; 
“conhecimento”, + logia, “estudo”, – é o conjunto de conhecimentos que tem por objeto o 
conhecimento científico, visando explicar os seus condicionamentos.
O tema de nossa primeira aula foi escolhido para que, desde o início, possamos 
esclarecer um velho “mito”. Muitos de vocês, ao comentarem que fizeram a opção pelo curso 
de Ciências Contábeis, devem ter ouvido de diversas pessoas: “poxa você deve gostar muito 
de matemática” ou qualquer coisa parecida com isto. Existe um grande equívoco da maioria 
das pessoas, e talvez alguns de vocês também pensem desta forma, porém, a contabilidade 
não está estritamente ligada a matemática, nem sequer é uma ciência exata!
A contabilidade é uma ciência social. Isto quer dizer que não lidamos com números? 
Não, de forma alguma. Os números são, sim, fundamentais em nossa profissão, porém, o que 
chamamos de ciência contábil é a análise dos dados gerados por meio de técnicas específicas. 
E como estamos falando de análise de dados, ou melhor, de análise do patrimônio – que sofre 
alterações devido a impactos internos e externos –, vê-se, portanto, que temos uma ligação 
muito maior com a ciência social, pois a mesma estuda de uma forma geral a sociedade humana.
Além de falarmos da contabilidade como ciência, vamos falar de suas técnicas e da grande 
importância dos sistemas de informação atuais. E para entendermos o hoje, vamos começar 
pelo início da história da contabilidade, ou por aquilo que acreditamos ser este início.
Um dos registros mais antigos e acessíveis a todos é a Bíblia. Independentemente de qualquer 
crença, nela podemos encontrar registros considerados contábeis, claro que bem diferentes dos 
registros feitos atualmente. Isto ocorre em vários livros diferentes como, por exemplo:
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Contabilidade
4
Em Gênesis, primeiro livro da Bíblia, capítulo 41, versículo 49, compara-se a riqueza 
acumulada por José com a areia do mar. Outro fato interessante é narrado no livro de Jó, 
capítulo 1, versículo 3, em que todo o seu patrimônio é detalhado, e nos últimos versículos 
é narrada a perda de todo este patrimônio. Embora sofra essa perda, Jó continua temente a 
Deus e deste fato provém a expressão “Paciência de Jó” para se referir a alguém com muita 
paciência. Ainda neste livro, em seu último capítulo, versículo 12, narra-se que Jó recupera 
seu patrimônio e o torna ainda maior que o perdido.
Nos dois exemplos citados, vê-se referência à riqueza das pessoas, ou seja, o seu 
patrimônio. No primeiro livro de Reis, capítulo 4, versículo 21, é mencionado o pagamento 
de tributos, e nos versículos de 22 a 26 são relatadas as “despesas” da casa de Salomão e, 
mais uma vez, o seu patrimônio. Desta forma, podemos verificar a importância dada aos 
relatos patrimoniais desde esta época. Ainda neste mesmo livro, no capítulo 10, novamente 
são narrados os bens anualmente recebidos pelo rei Salomão, que, por sua vez, só vêm a 
aumentar o patrimônio do rei.
No Evangelho de São Mateus, capítulo 18, é mencionada a história do rei que perdoou 
a dívida de um de seus servos; logo, entendemos que esta dívida estava registrada mediante 
algum tipo de relatório.
E, para finalizarmos, no Evangelho de São Lucas, capítulo 14, é mencionada a necessidade 
de planejamento e controle ao gerenciar uma construção; e no capítulo 16, conta-se a 
história do administrador que, denunciado, foi obrigado por seu senhor a prestar contas da 
administração e este o desligou da função.
Como vimos, são diversos os exemplos e todos estão relacionados ao registros de 
patrimônio das pessoas – mesmo quando falamos em despesas ou ganhos, indiretamente 
nos referimos a este patrimônio que, quanto mais despesas houver, menor ficará, e quanto 
mais ganho, maior ficará.
Estas informações deixam claro o quanto a contabilidade é antiga e a sua importância, 
e estas mesmas informações mostram que, no início, a contabilidade era muito diferente 
daquela praticada hoje. Analisando suahistória, pode-se verificar que sua evolução foi 
amplamente impulsionada pela economia. Com o crescimento econômico, as sociedades 
necessitam de um maior controle do fluxo de dinheiro, e este controle é feito pelos registros 
contábeis que se aperfeiçoam a cada motivação econômica no mundo.
Em 1833, a Academia de Ciências da França entendeu que a contabilidade era uma ciência 
social. Apesar de utilizar métodos quantitativos, não se constitui de uma ciência exata ou 
matemática, pois se ocupa de fatos decorrentes da ação humana. Torna-se uma ciência social 
porque possui objeto de estudo próprio: o estudo do patrimônio de uma determinada entidade.
Na contabilidade, o objeto de estudo é sempre o PATRIMÔNIO de uma entidade, este 
definido como o conjunto de recursos à disposição da organização, independentemente de 
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sua finalidade, que pode ou não incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de 
autonomia em relação aos demais recursos patrimoniais existentes, o que significa que a 
entidade pode dispor dele livremente dentro dos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, 
sob certo aspecto, pela racionalidade econômica e administrativa.
Cabe lembrar, ainda, que o patrimônio também é objeto de outras ciências sociais, como 
a Economia, a Administração e o Direito, que o estudam sob outros aspectos. A Contabilidade 
estuda o patrimônio em seus aspectos quantitativos e qualitativos, e busca, primordialmente, 
apreender – no sentido mais amplo possível – e entender as mutações sofridas pelo patrimônio, 
em uma visão prospectiva. As mutações tanto podem decorrer da ação do homem quanto, 
embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o patrimônio.
Conforme citado por diversos autores, entre eles Borinelli e Pimentel (2010), em relação 
ao aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a natureza dos elementos que o compõem 
como os recursos financeiros, os recursos a receber ou a pagar expressos em moeda, 
máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias etc.
Com relação ao atributo quantitativo, refere-se à expressão dos componentes 
patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma uma posição sobre o 
que seja “valor”, visto que os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.
A escola italiana de contabilidade teve várias correntes de pensamentos contábeis, 
todos desenvolvidos após a divulgação do método das partidas dobradas feita pelo Frei Luca 
Pacioli, que não foi o criador do método, mas sim o grande responsável por sua propagação. 
É importante frisarmos que esta é até hoje a principal técnica contábil.
A primeira corrente de pensamento contábil foi o contismo, que tinha como principal foco 
as contas contábeis, sobretudo devido à grande influência do método das partidas dobradas. 
Os estudiosos deste método preocupavam-se em controlar a movimentação da empresa por 
meio dos saldos das contas. Cada conta movimentada possuía um registro próprio e exclusivo, 
e toda movimentação ocorrida na conta durante o período era registrada em um mesmo 
local. Dentro de tal pensamento, baseavam-se nos saldos das contas a pagar e a receber. 
Edmundo Degranges desenvolveu a teoria das cinco contas, que, por sua vez, contempla a 
atividade comercial. Para ele, as contas a ser controladas seriam: 1) Mercadorias; 2) Dinheiro; 
3) Efeitos a receber; 4) Efeitos a pagar e 5) Lucros e Perdas.
Após o pensamento contista, surgiu o personalismo, cujo objetivo é dar personalidade 
às contas e esclarecer a relação de direito e obrigações das atividades empresariais. Os 
principais nomes desta escola foram Francesco Marchi, responsável pelo lançamento do 
personalismo científico, e Giuseppe Cerboni, que a partir da ideia de Marchi, criou o conceito 
jurídico de direitos e obrigações, embora o tratamento “exclusivo” das contas já existisse 
desde o método das partidas dobradas e da escola contista. No personalismo, estas contas 
foram praticamente transformadas em “pessoas”. Cerboni já destacou em seus estudos a 
teoria logismográfica fundamentada na inter-relação entre Economia, Administração e 
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Contabilidade
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Contabilidade, que, de certa forma, é como a vemos até hoje, visto que estas três áreas estão 
estritamente ligadas à gestão das empresas. Outro fato muito importante ainda na escola 
personalista foi a elaboração do balanço, utilizando duas contas em nome do proprietário 
da empresa e em nome de terceiros, além de, mediante o controle financeiro, apresentar a 
sugestão de balanços orçamentários.
O neocontismo descartou a personificação das contas e passou a ter como foco o 
patrimônio. Este novo rumo dado aos estudos contábeis nos trouxe grandes avanços com 
relação aos estudos da administração de empresas e da análise do patrimônio. Também na 
escola neocontista, iniciou-se a divisão das contas em ativo, passivo e situação líquida, ou 
resultado, como tratamos hoje. O grande avanço desta escola está ligado ao controle do 
patrimônio, que continua sendo o objeto da contabilidade atualmente, e a separação entre o 
passivo, ou seja, as dívidas da empresa, e a situação líquida.
A corrente do controlismo, assim como todas as outras, deu sua contribuição para 
a contabilidade: seus estudiosos consideravam como o objeto o controle econômico das 
aziendas (empresas/patrimônio) e o estudo dos fatos que resultavam na variação do 
patrimônio das empresas. Foi muito importante com relação à organização do processo 
contábil, isto por ter o controle como objeto.
As críticas geradas ao controlismo acabaram dando origem ao aziendalismo. Seu início 
foi dado pelos estudiosos Giuseppe Cerboni e Fabio Besta, que já haviam contribuído à 
contabilidade anteriormente por meio do personalismo e do controlismo, respectivamente. 
Reconhecendo falhas nos sistemas defendidos anteriormente, estes estudiosos resolveram 
focar os seus estudos nas aziendas, porém, sem abandonar as teorias já analisadas e 
sim acrescentando a parte científica da contabilidade a todo o processo organizacional, 
administrativo e de controle. O principal defensor desta teoria foi Gino Zappa, que conseguiu 
visualizar que a corrente controlista tinha ideias muito restritas e ampliou esta visão para o 
estudo focado em gestão. Para Zappa, a azienda era um complexo econômico e as operações 
não poderiam ser fenômenos isolados, mas, sim, parte de um conjunto buscando um 
determinado fim. As grandes contribuições de Zappa foram considerar toda a gestão da 
empresa de forma única e introduzir a ideia do resultado, já formado pela comparação entre 
receitas e custos da entidade.
A última teoria europeia que vamos abordar é o patrimonialismo: suas teorias foram 
defendidas por Vicenzo Masi e trazem o patrimônio como objeto da contabilidade. Sob este 
pensamento, o patrimônio se transforma em decorrência das atividades econômicas e todas as 
contribuições devem ser conhecidas, pois, somente desta forma, os motivos das modificações 
poderão ser analisados corretamente. Esta análise será feita sempre considerando um 
determinado período. De certa forma, a teoria patrimonialista já defendia a análise do patrimônio 
da forma que o fazemos atualmente, pois em seus fundamentos dizia que o patrimônio deveria 
ser analisado de forma estática, com relação à situação patrimonial naquele momento – como 
fazemos ao analisar o balanço patrimonial de apenas um período –, e de forma dinâmica, para 
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analisar as variações que provocaram aumento ou redução na situação patrimonial – como 
fazemos ao analisarmos a demonstração do resultado das empresas.
O conhecimento sobre o objeto contábil está em constante desenvolvimento, como, 
aliás, ocorre nas demais ciências em relação a seus respectivos objetos. Por esta razão, deve-
se aceitar como natural o fato da existência de possíveis componentes do patrimônio cuja 
apreensão ou avaliaçãose apresentam difíceis ou inviáveis em determinado momento.
Como já mencionado anteriormente, a evolução da sociedade e da economia são fortes 
aliados à evolução contábil e, por este motivo, a partir do final do século XIX e início do século 
XX, com o desenvolvimento do mercado de capital norte-americano, o foco do desenvolvimento 
contábil voltou-se para este continente e teve início com muita força a Escola Norte-Americana 
de Contabilidade. É claro que isto não significa que todos os estudos e avanços feitos na escola 
europeia tenham sido em vão ou muito menos que esta “nova” escola tenha surgido do zero. 
Porém, o grande desenvolvimento comercial e industrial ocorrido nos Estados Unidos, e que 
contou com a participação de inúmeros acionistas, gerou uma maior necessidade de controle, 
principalmente pensando na proteção daqueles acionistas minoritários, que não possuíam 
influência na administração do negócio. Essas duas forças, o grande desenvolvimento econômico 
e os novos investidores, fizeram pressão e no início do século XX surgiu a primeira discussão 
entre a Bolsa de Valores de Nova Iorque e o Instituto Americano de Contadores Públicos com o 
objetivo de promulgar os Princípios de Contabilidade.
As grandes influências na Escola Norte-Americana, deve-se, basicamente:
I. Ao grande avanço e refinamento das instituições econômicas e sociais;
II. À Revolução Industrial, com sua influência na Contabilidade de Custos;
III. Ao desenvolvimento das Sociedades Anônimas e à fusão de empresas, tornando-
se grandes e complexas corporações;
IV. Ao aumento do número de investidores de médio porte, que desejavam estar 
permanentemente informados, e que, para tanto, pressionavam os elaboradores de 
demonstrações financeiras; e
V. Ao fato de o Instituto Americano de Contadores Públicos ser um órgão atuante 
em matéria de pesquisa contábil.
(FAVERO, 2011, p. 22-23)
Como o grande incentivador do crescimento contábil é o desenvolvimento socioeconômico, 
as pressões norte-americanas continuaram e, no ano de 1930, o Instituto Americano de 
Contadores Públicos nomeou um comitê para cooperar com a Bolsa de Nova Iorque, passando 
a ter destaque no desenvolvimento dos princípios contábeis.
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É importante destacar que a teoria contábil americana apresenta uma grande diferença 
da teoria europeia, pois o seu desenvolvimento está baseado no trabalho em grupo de 
pesquisadores. Além disso, por ter nascido impulsionada pelo grande desenvolvimento das 
empresas formadas por diversos acionistas, esta escola já nasceu com o enfoque em controle 
e auditoria das informações prestadas.
Outro diferença importante a ser mencionada entre estas duas escolas é a forma de 
ensinar a contabilidade. A contabilidade americana parte dos relatórios contábeis e somente 
após da familiarização do aluno com as informações é que será explicado como estas foram 
geradas, pois acredita-se que conhecendo os relatórios, os alunos terão maior facilidade 
para entender o processo. Também não podemos esquecer que no início da contabilidade 
as informações disponíveis eram os inventários e apenas mais tarde é que foram criados os 
processos; logo, seria mais “natural” que conhecêssemos primeiro os relatórios e somente 
depois as técnicas de registros das informações.
Agora que evidenciamos as duas principais origens do ensino da contabilidade, vamos 
falar de como este ensino está sendo aplicado no Brasil. Por ser a linha de pesquisa mais 
antiga, a escola europeia de contabilidade foi utilizada durante muito tempo na grande maioria 
das escolas no Brasil. Porém, com o passar dos anos e com a chegada das multinacionais, 
aos poucos a contabilidade americana começou a fazer parte das escolas de contabilidade 
em nosso país. Com a entrada no território nacional de várias empresas de auditoria que 
buscavam profissionais com conhecimentos voltados à escola americana, aos poucos, esta foi 
ganhando mercado e hoje é predominante.
O objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do patrimônio 
e na apreensão e análise das causas das suas mutações. A aplicação da Contabilidade a 
uma entidade particularizada busca prover os usuários com informações sobre aspectos de 
natureza econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, o que 
compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob 
a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios.
A contabilidade, em particular, procura acompanhar a evolução econômica e financeira de uma 
entidade, neste caso, o adjetivo “econômico” é empregado para designar o processo de formação 
de resultado, isto é, as mutações quantitativas e qualitativas do patrimônio, as que alteram o valor 
do patrimônio líquido, para mais ou para menos, corretamente conhecidas como “receitas” e 
“despesas”. Já os aspectos qualificados como “financeiros” concernem aos fluxos de caixa.
Ou seja, na realização do objetivo central da Contabilidade defrontamo-nos muitas 
vezes com situações nas quais os aspectos jurídico-formais das transações ainda não estão 
completa ou suficientemente dilucidados, então, deve-se considerar o efeito mais provável das 
mutações sobre o patrimônio, quantitativa e qualitativamente, concedendo-se prevalência à 
substância das transações.
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Contabilidade
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Os relatórios contábeis apresentam de forma resumida e ordenada os dados colhidos pela 
contabilidade; têm como objetivo relatar às pessoas que utilizam estes dados os principais 
fatos registrados pela empresa em determinado período. Também conhecidos como informes 
contábeis, distinguem-se em obrigatórios e não obrigatórios ou principais e gerenciais.
Os relatórios principais são os relatórios obrigatórios, aqueles exigidos pela legislação 
comercial, ou seja, a Lei nº 6404/76, conhecida como a Lei das Sociedades por Ações, que 
estabelece que, ao fim de cada exercício social, a contabilidade fará elaborar, com base na 
escrituração mercantil da companhia, as demonstrações financeiras.
Estes relatórios estão expressos no art. 176 da Lei nº 6404/76, descrito abaixo:
SEÇÃO II
Demonstrações Financeiras
Disposições Gerais
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na 
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que 
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações 
ocorridas no exercício:
I. balanço patrimonial;
II. demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III. demonstração do resultado do exercício; e
IV. demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007)
V. se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 
11.638, de 2007).
É importante mencionar que, embora os relatórios obrigatórios pela lei sejam os cinco 
mencionados, as companhias abertas estão subordinadas à Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) e conforme a Instrução CVM Nº 59, de 22 de dezembro de 1986, determina a 
obrigatoriedade de elaboração da demonstração da mutação do patrimônio líquido para 
toda companhia aberta. Neste caso a empresa está liberada da elaboração e publicação da 
demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. As demais empresas, caso optem por 
elaborar a demonstração da mutação do patrimônio líquido, também ficam dispensadas da 
elaboração da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados.
O balanço patrimonial é composto por três grupos: ativo, passivo e patrimônio líquido. 
Nestes grupos estão representadas as aplicações e as origens dos recursos da entidade, sendo 
o grupo “Ativo” composto das aplicações dos recursos, e os grupos “passivo” e “patrimônio 
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líquido”, das origens dos recursos. O balanço é o símbolo do equilíbrio da empresa e deve 
obrigatoriamente sempre apresentar o mesmo valor nosdois lados da demonstração, uma 
vez que não existe aplicação sem origem.
A demonstração dos lucros ou dos prejuízos acumulados deve apresentar a movimentação 
da conta lucros ou prejuízo acumulado. No caso de apuração de lucro, a empresa deve destinar 
os lucros dentro do período apurado, também deverá destinar o lucro apurado no período 
nesta demonstração e caso tenha ocorrido algum ajuste referente ao exercício anterior ou 
reversão de reservas estes devem ser apresentados na demonstração.
A demonstração do resultado do exercício resume as operações de resultado da empresa 
em um determinado período, apresentando todas as receitas geradas pela empresa e todos 
os custos e despesas incorridos por ela. Este confronto entre receitas, custos e despesas 
demonstrará um resultado que pode ser de lucro ou de prejuízo.
A demonstração dos fluxos de caixa demonstrará toda a movimentação da conta caixa 
e equivalente de caixa durante o período. Essa demonstração pode ser feita de forma direta 
(valores totais pagos ou recebidos) ou indireta (pela variação das contas no período) e deve 
ser dividida em três fluxos: operacionais, de investimentos e de financiamento, e a diferença 
de apresentação na forma direta ou indireta contemplará apenas o fluxo de caixa operacional.
A demonstração do valor adicionado deve demonstrar a “riqueza” gerada pela empresa 
no período e como esta foi distribuída entre os grupos que contribuíram para a sua existência: 
funcionários da empresa, sócios, governo e financiadores. Como mencionado, é obrigatória apenas 
para as empresas de capital aberto, porém, todas as demais podem elaborar a demonstração por 
opção, pois tal demonstração expressa a intenção da empresa de ser transparente.
A demonstração da mutação do patrimônio líquido, como já mencionado, é obrigatória 
para empresas ligadas à CVM, ou seja, as empresas de capital aberto devem demonstrar 
a movimentação de todas as contas do grupo patrimônio líquido durante o período. Tal 
demonstração inicia com o saldo das contas no período anterior, mostra toda a movimentação 
no período em questão e ao final demonstra o saldo destas contas na data de sua elaboração.
2 As técnicas contábeis
Para cumprir seu papel social, o processo contábil, a partir das técnicas, deve ser 
desenvolvido para as organizações.
Os procedimentos utilizados para o registro dos fatos e das operações realizadas pela 
organização devem ser reconhecidos como técnica.
A técnica contábil envolve os processos de escrituração, elaboração das demonstrações 
financeiras já mencionadas nesta aula, auditoria e análise das demonstrações.
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2.1 A escrituração
A escrituração contábil, de certa forma, é a continuidade da aplicação do método 
das partidas dobradas divulgado por Luca Pacioli e é por meio dela que registramos toda 
a movimentação da empresa. Lembre-se que estes registros sempre geram lançamentos a 
débito e a crédito no mesmo valor, mesmo que o registro seja, por exemplo, um lançamento a 
débito para vários lançamentos a crédito – o importante é que a soma de todos os lançamentos 
a crédito seja igual ao valor lançado a débito.
Todo acontecimento que modifica o patrimônio da empresa é registrado por meio da 
escrituração contábil. Esses acontecimentos podem ser apenas uma movimentação entre 
contas patrimoniais, uma movimentação com contas de resultado ou uma movimentação 
que afete tanto a conta do patrimônio quanto as contas de resultado. Dividimos estes fatos 
contábeis entre: permutativos, quando a modificação do patrimônio da empresa é de forma 
qualitativa, com alterações apenas nas contas patrimoniais, sem afetar o patrimônio líquido; 
modificativos, quando afeta o patrimônio líquido e as contas de ativo e passivo com valores 
iguais e mistos, que, como o próprio nome já sugere, é a mistura dos fatos permutativos e 
modificativos, ou seja, envolve a movimentação de contas patrimoniais e contas de resultado 
que impacta no patrimônio líquido da empresa – tanto nos fatos modificativos quanto nos 
fatos mistos, o impacto no patrimônio líquido pode ser de aumento ou de redução.
Os lançamentos a débito e a crédito, como já mencionado, nem sempre são compostos 
de um lançamento a débito e um lançamento a crédito – quando isto ocorre, chamamos de 
lançamento de primeira fórmula. Além dele, podemos ter lançamento com uma conta a débito 
e duas ou mais contas a crédito, este fato será chamado de lançamento de segunda fórmula. 
Ainda temos casos de dois ou mais lançamentos a débito e um lançamento a crédito, que 
chamamos de lançamento de terceira fórmula; e, por último, temos casos de dois ou mais 
lançamentos a débito e dois ou mais lançamentos a crédito, chamados de lançamento de 
quarta fórmula. Para facilitar o entendimento, vamos exemplicar cada tipo de fórmula contábil.
Lançamento de primeira fórmula: pagamento de fornecedor com dinheiro do caixa, no valor 
de R$ 300,00. Neste caso, vamos debitar a conta Fornecedores em R$ 300,00 e creditar a conta 
Caixa também em R$ 300,00, ou seja, ao mesmo tempo em que diminuímos nossa obrigação com 
terceiros (fornecedores), também diminuímos nossos bens (caixa) no mesmo valor.
Lançamento de segunda fórmula: aquisição de um veículo no valor de R$ 30.000,00, 
com pagamento de 40% em cheque e o restante dividido em 12 prestações sem juros. O 
lançamento será débito na conta Veículos no valor de R$ 30.000,00, crédito na conta Banco 
no valor de R$ 12.000,00 e crédito em Contas a Pagar no valor de R$ 18.000,00.
Lançamento de terceira fórmula: pagamentos das contas de água e luz, nos valores de 
R$ 150,00 e R$ 230,00 respectivamente, mediante o cheque nº 001.987 do Banco X. Neste 
caso, vamos debitar a conta de Água e Esgoto a pagar em R$ 150,00, debitar a conta Energia 
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Elétrica a pagar em R$ 230,00 e creditar a conta Banco X em R$ 380,00. Notem que o valor 
lançado a crédito na conta Banco X é igual a soma dos valores lançados a débito nas contas 
de água e esgoto a pagar e energia elétrica a pagar.
Lançamento de quarta fórmula: venda de mercadoria por R$ 2.000,00, com ICMS de 18% 
e custo de R$ 1.200,00, recebendo 50% de entrada e o restante para 30 dias. Não podemos 
esquecer que neste caso precisamos registrar a receita de vendas, a baixa no estoque e o tributo 
gerado, sendo débito na conta Caixa R$ 1.000,00; débito na conta Clientes (contas a receber) 
R$ 1.000,00, débito na conta CMV (Custo da Mercadoria Vendida) R$ 1.200,00; débito na conta 
ICMS sobre vendas R$ 360,00; crédito na conta Receita de Vendas R$ 2.000,00; crédito na conta 
Estoque de Mercadorias R$ 1.200,00 e crédito na conta ICMS a recolher R$ 360,00.
Além das contas contábeis devedoras e credoras, a escrituração deve conter o local, a 
data e o histórico do registro. Seus lançamentos devem obrigatoriamente ser feitos em ordem 
cronológica de dia, mês e ano; o histórico deve ser elaborado da forma mais resumida possível, 
porém, deixando claro o fato contábil que está sendo registrado, de forma que qualquer pessoa 
que o leia consiga identificar as informações sem maiores dificuldades. É permitido o uso de 
abreviaturas no histórico, contudo, devem ser utilizadas sempre da mesma form. Por exemplo, 
não podemos identificar a palavra “pagamento” em um histórico como “pag.” e no histórico 
seguinte como “pgto.”. Sempre que a empresa utilizar abreviações nos históricos contábeis deverá 
obrigatoriamente manter no livro diário ou em registro especial o significado de tais siglas.
2.3 Auditoria Contábil
A auditoria é a técnica contábil que desenvolve um exame cuidadoso e sistemático das 
atividades contábeis desenvolvidas em determinada empresa ou setor. O campo de atuação da 
auditoria é amplo e podem-se citar alguns tipos como: a auditoria ambiental, a de circulação 
contábil, a de demonstrações financeiras, a fiscal, a de segurança da informação, a social, a 
de prestação de contas, a deriscos, a de sistemas, a governamental, a de desempenho, a 
operacional, a financeira, a tributária e a trabalhista.
O objetivo da auditoria contábil é verificar se os processos desenvolvidos pela 
contabilidade estão em conformidade com os controles internos e as normas vigentes, 
podendo ser classificadas em auditoria externa e auditoria interna. Esta técnica contábil será 
estudada posteriormente, ao longo do curso de Ciências Contábeis.
2.4 Análise das Demonstrações
A análise das demonstrações é a técnica utilizada para extrair das demonstrações 
financeiras informações para as tomadas de decisão. Para que os benefícios desta técnica 
sejam bem aproveitados deve-se inicialmente estabelecer qual é o objetivo, preparar os 
dados a serem utilizados e fazer uma revisão geral das demonstrações.
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Essa técnica será estudada de forma mais profunda em matéria específica no decorrer 
do curso de Ciências Contábeis.
3 Contabilidade como sistema de informação
Um sistema de informação é a união organizada de diversos dados ou elementos com o 
objetivo de armazenar estas informações, estruturá-las de modo a serem utilizadas, e apoiar 
uma decisão ou uma atividade a ser realizada. Portanto, após termos mencionado as técnicas 
contábeis e a função de controle patrimonial da contabilidade, acreditamos estar claro que 
a contabilidade é um grande e importante sistema de informação para todas as empresas, 
independentemente de seu porte ou de sua localização.
Considerações finais
Após breve relato histórico da contabilidade, pode-se verificar sua evolução e a forte 
ligação deste crescimento com a história da economia mundial.
Podemos notar que esta ciência está intimamente ligada à necessidade de controle do 
ser humano e à sua vontade de evoluir econômica e financeiramente.
Verificamos as formas de registros, controles e verificações feitas por meio das técnicas 
contábeis de forma simplificada. Em nossa próxima aula, veremos o quanto estas informações 
são importantes para gestão empresarial.
Referências
BIBLIA. Bíblia católica on-line. Disponível em: <http://www.bibliacatolica.com.br/>. Acesso em: 
29/08/2013.
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R.C. Curso de contabilidade para gestores, analistas e outros 
profissionais. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Lei Nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Lex: 
coletânea de legislação, Brasília, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l6404consol.htm>. Acesso em: 29/08/2013.
FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2011.
IUDÍCIBUS, de S. et al. Dicionário de termos de contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e intermediária. 
São Paulo: Atlas, 2009.
Objetivos Específicos
Temas
• Entender a importância das informações contábeis na gestão empresarial e 
na tomada de decisão nas empresas.
Alexandra Medeiros Escobar
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Aula 02
Professora
O Processo Contábil e a Gestão Empresarial
Introdução
1 O processo contábil e a gestão empresarial
2 Usuários da contabilidade
3 As informações geradas pela contabilidade
4 A contabilidade como instrumento de gestão empresarial
Considerações finais
Referências
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Introdução
O processo contábil é responsável pelo registro e controle de todos os dados monetários 
da empresa, o que exige a centralização de todas as informações importantes para as tomadas 
de decisão. Nesta aula, vamos aprender como é feito este processo, quais os potenciais 
usuários desta informação e os benefícios que tais informações trazem para o empresário, 
possibilitando uma gestão baseada em informações que o auxiliam em tomadas de decisão 
com maior possibilidade de acertos.
1 O processo contábil e a gestão empresarial
Para falarmos do processo contábil e da gestão empresarial precisamos primeiro definir 
o que é gestão.
Gestão é a administração de todas as operações de uma empresa, considerando tanto 
a parte operacional quanto a administrativa. Como vimos na aula anterior, a contabilidade 
é um sistema de informação responsável pelo registro de todos os atos administrativos 
da empresa. Desta forma, a gestão empresarial para tomar decisões baseadas em dados 
relevantes da empresa deverá obrigatoriamente apoiar-se no processo contábil.
Além dos contadores e gestores da empresa, existem várias pessoas ou grupos de pessoas 
que são potenciais usuários da contabilidade. Nesta aula também vamos aprender quem são 
esses usuários e qual o interesse de alguns deles na informação contábil.
2 Usuários da contabilidade
Os usuários podem ser pessoas que estão dentro da empresa, participando do seu dia a 
dia, ou pessoas externas. Os usuários internos incluem todos os funcionários envolvidos na 
gestão, seja apenas a gestão de um departamento ou o gestor geral da empresa. Estes usuários 
geralmente se utilizam de informações mais aprofundadas e específicas acerca da entidade, 
principalmente aquelas relativas ao seu ciclo operacional. Claro que cada gestor terá maior 
foco nas informações que estão diretamente ligadas às suas responsabilidades, porém, não 
podem se esquecer que, para a empresa, devem buscar sempre o melhor resultado conjunto.
Conforme a Resolução CFC nº 1.374/2011, os usuários externos, de forma geral, 
concentram suas atenções em aspectos mais genéricos, pois têm acesso apenas às informações 
expressas nas demonstrações contábeis. Além disso, como possuem interesses diversificados, 
cada um deles irá analisar as demonstrações contábeis de forma que consiga extrair delas o 
que lhe é importante. Por exemplo, para um fornecedor é importante conhecer a liquidez 
da empresa e desta forma verificar se ela possui condições de arcar com os pagamentos de 
suas obrigações a curto e longo prazo. Por este motivo, as demonstrações devem ser as mais 
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4
amplas possíveis e sempre expressar de forma clara e verdadeira suas informações, contendo 
dados suficientes para a avaliação da sua situação patrimonial e das movimentações ocorridas 
em seu patrimônio, permitindo a realização de deduções sobre o seu futuro.
3 As informações geradas pela contabilidade
O correto desenvolvimento da contabilidade permite aos profissionais contabilistas 
e demais usuários identificar apenas informações com a estrutura convencional – 
demonstrações obrigatórias – e, ainda por meio delas, gerar outras informações não tão 
explícitas nas demonstrações, que serão utilizadas por diversas pessoas, usuárias destas, 
ao tomarem decisões que buscam realizar interesses e objetivos específicos. Um exemplo 
de novas informações que podem ser geradas a partir das demonstrações financeiras são 
encontradas por meio da análise das demonstrações contábeis, que pode ser uma simples 
análise horizontal e vertical, pela qual é possível comparar os valores absolutos no decorrer 
dos anos analisados e avaliar a estrutura do ativo e passivo, além de verificar cada item na 
demonstração do resultado do exercício. Uma outra análise que ainda pode ser feita é utilizar 
os índices de liquidez, de endividamento e estrutura, de rentabilidade e os indicadores de 
atividades, que serão aprofundados em matéria específica.
A exatidão das informações exigidas pelos usuários e o desenvolvimento de aplicações 
práticas da Contabilidade, conforme mencionam as resoluções do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC) nº 750 e nº 774, estão diretamente relacionados à observância dos 
Princípios Contábeis.
A Contabilidade produz informações quantitativas, e estas, quando aplicadas a uma 
empresa, têm por objetivo possibilitar ao usuário avaliar a situação atual e suas tendências, 
da forma mais fácil possível. Devem, porém, permitir ao usuário participar do mundo 
econômico da entidade, possibilitando-o a observar e a avaliaro comportamento, a comparar 
os resultados de diversos períodos da empresa, a avaliar os resultados em comparação 
aos objetivos traçados e a projetar o futuro em todos os âmbitos necessários para o bom 
desenvolvimento da empresa.
Em países com mercado de capitais ativo, é extremamente importante que as informações 
existentes estejam corretas, apresentadas em momentos oportunos, em volume suficiente 
e de forma compreensível em relação ao patrimônio da entidade e suas modificações, de 
modo a possibilitar a avaliação adequada dos riscos e das oportunidades para os investidores, 
sempre preocupados com a segurança dos seus investimentos e em busca de retornos 
satisfatórios, ou seja, superiores às demais aplicações.
As informações devem ser geradas com base no sistema de Normas Brasileiras de 
Contabilidade e nos princípios fundamentais de contabilidade, pois somente assim serão 
consideradas informações de qualidade. Desta forma, a contabilidade se torna um verdadeiro 
selecionador no mercado de capitais.
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O tema é muito importante e, consequentemente, deve-se sempre verificar a atenção 
dada ao alcance dos objetivos gerais da contabilidade aplicada em uma atividade particular. 
A falta de compreensão das informações pelos próprios usuários pode levá-los a perceber a 
necessidade do trabalho de um profissional de contabilidade.
Portanto, a contabilidade integra hoje um setor muito importante do conhecimento, ela 
é necessária para dispor recursos que permitem registrar dados (fatos), levantar posições e 
apresentar demonstrações do resultado da gestão das empresas e as informações necessárias 
para as tomadas de decisão. Desta forma, planos e suposições ficam fora da contabilidade. 
Seu objetivo principal não é presumir e sim regis¬trar fatos já ocorridos, em face da gestão 
da entidade processada.
Lembrando que gestão é a função de administrar, de gerir negócios, de movimentar 
empresas ou qualquer sociedade ou serviço. Abrange, na integridade, as operações que 
compõem o funcionamento da organização e é movida pela finalidade da organização 
empresária ou não. Busca a melhor forma de obter lucro ou superávit financeiro, resultado 
econômico ou social, e de realizar os objetivos da organização.
As organizações empresarias produzem bens e serviços na expectativa de lucro. Para 
tanto, absorvem insumos e exigem a realização de despesas, passando pelos custos para 
obter as receitas necessárias e satisfazer as expectativas dos investidores.
O resultado econômico das organizações é a soma algébrica dos ingressos ou receitas, 
deduzidos os custos e despesas. Se a soma dos custos e das despesas é menor que a dos 
recursos obtidos, ou seja, as receitas, o resultado é positivo, reconhecido como lucro; ao 
contrário, se esta diferença for maior, o resultado é negativo, logo reconhecido como prejuízo.
Para obter os resultados, as organizações consomem recursos para produzir os bens e 
serviços necessários à sua operação, e a boa administração destes levará a organização a 
resultados positivos.
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Figura 1 - Processo de Gestão Empresarial 
 Fonte: Dias (2010).
É necessário que os empresários reconheçam a importância tanto das informações 
geradas pela contabilidade quanto a do profissional contábil para a continuidade e sucesso 
de suas empresas. É fundamental ter consciência que o fato de fechar um grande número 
de contratos ou alcançar ótimos resultados isoladamente não é suficiente, caso não se tenha 
zelado pela eficiência na gestão como um todo, considerando as informações: contábil, 
societária e tributária do negócio.
Devido à alta carga tributária de nosso país, pode ocorrer da empresa realizar grandes 
negócios e receber uma remuneração vantajosa. Porém, se o valor que a empresa paga em 
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tributos for muito alto e existir a opção de uma menor carga tributária para o tipo de negócio 
realizado, com certeza o empresário ficará insatisfeito com o alto custo tributário, mesmo 
que tenha auferido um lucro em valor satisfatório. É neste momento que o contador deve 
se destacar como um bom profissional, identificando soluções legais e possibilitando uma 
redução nos custos tributários da empresa.
Empresários e organizações empresariais precisam utilizar em seu dia a dia diversos 
recursos como pessoas, materiais e equipamentos. Em alguns casos, são recursos que podem 
ser investidos, comprados ou financiados e, para que possam administrá-los adequadamente, 
é necessário que tenham as informações sobre seu desempenho. Tais informações estão 
registradas na contabilidade e podem ser utilizadas para responder questionamentos como:
• Qual o desempenho da organização no período?
• Qual a rentabilidade e a lucratividade?
• Onde e como estão alocados os recursos investidos na organização?
Como estudamos na aula anterior, a contabilidade é reconhecidamente um sistema 
de informação utilizado para medir as atividades do negócio, processar as informações em 
relatórios e estas devem ser utilizadas pelos gestores para o processo de tomada de decisão. 
4 A contabilidade como instrumento de gestão empresarial
As atividades principais da contabilidade são o registro, a organização, a demonstração 
destes registros por meio dos relatórios contábeis, a análise dos relatórios e o acompanhamento 
das modificações do patrimônio em virtude de atividades econômicas ou sociais que a 
empresa exerce no contexto econômico:
• O registro de todos os fatos ocorridos que tenham possibilidade de serem 
representados em valor monetário;
• A organização de um sistema para que a empresa tenha o controle adequado;
• A demonstração elaborada com base nos registros realizados, expondo, 
periodicamente, por meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial, 
social e financeira da empresa;
• A análise dos demonstrativos com a finalidade de verificar os resultados alcançados;
• O acompanhamento da execução dos planos estratégicos da empresa, com a previsão 
dos pagamentos futuros, dos valores a serem recebidos de terceiros, e possibilitando 
verificar eventuais problemas.
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A contabilidade é indispensável para que os empresários e gestores tenham conhecimento da 
lucratividade por segmento de operação e até por produto fabricado ou revendido, da rentabilidade 
do capital investido na organização e a produtividade da mão de obra e dos equipamentos que 
utiliza; possibilita também conhecer o montante de recursos obtidos e aplicados.
Quando a informação contábil, expressa nas demonstrações financeiras, é utilizada para 
análise, podemos verificar por meio do cálculo dos índices: a liquidez, a rentabilidade, a 
estrutura patrimonial, entre outros.
Aliada aos recursos tecnológicos, a informação é elementar para a estratégia das 
organizações hoje e no futuro. Entretanto, para uma boa informação é necessário existir um 
conjunto de características para que esse fundamental instrumento de trabalho realmente 
atenda às necessidades dos gestores, com agilidade e confiabilidade.
Entender como o sistema de informação contábil e sua funcionalidade são fundamentais 
para uma organização e colocar em prática suas estratégias empresariais é de suma importância 
não apenas para o crescimento da empresa no mercado, mas também para que a empresa se 
mantenha nele.
As organizações sem fins lucrativos surgem a cada dia e ganham importância no mercado 
e na economia, elas estão no mercado em geral para suprir as lacunas da ação governamental 
e para concretizar objetivos de solidariedade que não encontram espaço de realização em 
outros lugares. Com o crescimento destas instituições surge a necessidade de profissionalismo 
na gestão e na operação de suas atividades.
Para ser competitiva e se sobressair, uma organização sem fins lucrativos necessita adotaruma postura de busca da informação e do conhecimento para uma gestão eficaz; pois, apesar 
de ter nascido com objetivo social, para se manter ativa e conseguir alcançar seus objetivos, 
deve necessariamente ter as mesmas preocupações que uma empresa com o objetivo de 
lucro. Logo, é de extrema importância que utilize os mesmos tipos de recursos, ou seja, a 
informação contábil, porém, desenvolvida adequadamente e integrada às necessidades das 
organizações, para permitir uma maior flexibilidade, auxiliar na eficiência e na agilidade, além 
de proporcionar segurança aos gestores que passam a avaliar melhor as diversas decisões a 
serem tomadas e o impacto delas decorrentes.
Desta forma, mais uma vez, podemos comprovar que a contabilidade é um instrumento 
essencial e que auxilia a administração a tomar melhores decisões, independentemente do 
ramo de atuação ou do porte da empresa.
Como já mencionamos, não podemos esquecer que a contabilidade geral ou financeira, 
como é conhecida em algumas empresas, é responsável por recolher dados financeiros e 
econômicos, registrá-los em valores monetários e resumi-los em forma de relatórios ou de 
comunicados, que são fundamentais às tomadas de decisão. O poder e a utilização destes 
relatórios não se restringem apenas aos limites da empresa, dos administradores, dos gerentes 
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e dos sócios, como também pode estar disponível a outros segmentos: potenciais investidores, 
fornecedores de bens e serviços de crédito, bancos, governo, sindicatos e outros interessados.
Uma empresa sempre tem a necessidade de aplicar os seus recursos com a máxima 
eficiência e para isso apenas a experiência do administrador não é fator decisivo. Além 
desta experiência, é importante reunir diversas informações reais, que possam nortear as 
decisões de forma a serem as mais acertadas possíveis, aliando a experiência do profissional 
às informações que estão contidas nos relatórios elaborados pela contabilidade, sempre de 
forma clara, precisa e verdadeira.
Em seu aspecto gerencial, a contabilidade torna-se um instrumento para análise e 
tomadas de decisão, para a administração do caixa e a gestão do capital de giro, procurando: 
• Entender o significado da gestão de caixa na empresa e sua importância;
• Elaborar o relatório de fluxo de caixa;
• Entender o significado da gestão do capital de giro e sua importância;
• Influenciar as variáveis do capital de giro de modo a adequá-lo às necessidades da 
empresa; e
• Utilizar os instrumentos de gestão do capital de giro.
Outro ponto extremamente relevante que os gestores necessitam observar é a gestão 
dos custos empresariais. Este gerenciamento propicia que as organizações:
• Compreendam o papel dos custos dos produtos na decisão de formação de preços;
• Conheçam as vantagens e desvantagens dos métodos comuns de custeio, tenham 
melhor condição de estabelecer o ponto de equilíbrio da empresa e como melhor 
administrá-lo para obter vantagem competitiva.
Ainda por meio das informações geradas pela contabilidade gerencial, é possível elaborar 
um plano de investimento de capital utilizando as técnicas de avaliação de investimentos em seus 
aspectos financeiros. A contabilidade gerencial também é responsável por diversas informações 
relacionadas ao controle, planejamento, avaliação de desempenho da empresa, mensuração do 
desempenho alcançado entre outras atividades de grande importância para a empresa.
Tudo o que foi mencionado está novamente confirmando a importância do processo 
contábil, pois o aspecto de controle e a centralização de dados existente na contabilidade 
formam o sistema de informação e avaliação, que tem como objetivo fornecer a seus 
usuários demonstrações que permitam análises de natureza econômica, financeira, física e 
de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.
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Figura 2 - Aspectos qualitativos do contador
Fonte: Dias (2010).
Nos últimos anos, as práticas contábeis vêm sofrendo diversas atualizações. Os impactos 
causados pela adaptação às Normas Internacionais de Contabilidade, a implantação do sistema 
SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), entre outras regulamentações, tornaram a 
informatização dos serviços contábeis inevitável. Além disso, o profissional deve estar apto 
a compreender e a aplicar toda esta legislação. A lei sofre modificações frequentemente e 
ficar à parte das mudanças certamente é desfavorável para qualquer negócio, podendo, em 
muitos casos, causar prejuízos por não cumprir com as novas exigências do governo ou por 
deixar de aproveitar algum benefício direcionado àquele tipo de organização.
Para os casos de terceirização de serviços contábeis, sempre deve ser formalizado 
o contrato de prestação de serviços com o contador ou com a empresa de contabilidade 
responsável pela prestação de serviços – tal documento é exigido pelos conselhos regionais 
de contabilidade. É fundamental que no contrato estejam descritos os direitos e deveres 
tanto do contratante quanto do contratado e que pelo menos uma cláusula preveja a rescisão 
do acordo por qualquer uma das partes envolvidas.
Outro fato de extrema importância é o registro do profissional contábil junto ao Conselho 
Regional de Contabilidade no local onde presta serviços. Este registro deve estar em ordem 
para que o profissional tenha o direito de exercer a profissão. Por ser um registro obrigatório, 
caso a empresa contrate profissionais sem registro, poderá ser multada pelo conselho 
regional. No estado de São Paulo o conselho disponibiliza, por meio de seu site, a consulta 
pública do registro de profissionais e empresas.
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Não podemos deixar de mencionar a necessidade de plena confiança entre cliente e 
contador, caso contrário, as demais recomendações mencionadas podem perder efeito. O 
profissional de contabilidade tem acesso às informações mais preciosas da empresa, não 
existe segredos para ele. As informações confidenciais e estratégicas do empreendimento 
acabam sendo fornecidas, logo, não existe a menor possibilidade da empresa entregar essa 
responsabilidade nas mãos de qualquer pessoa.
Considerações finais
A contabilidade é notavelmente um sistema de informação formado não apenas pela 
contabilidade geral e sim por sua junção com a contabilidade de custos e gerencial.
A reunião de todas estas informações, como vimos, é de vital importância para a gestão 
empresarial, independentemente do ramo ou do porte da empresa.
O profissional contábil deve se manter atualizado e se dispor a ser um orientador para 
os empresários, possibilitando, assim, o crescimento das empresas e, consequentemente, o 
crescimento econômico do país.
Referências
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C. Curso de contabilidade para gestores, analistas e outros 
profissionais. São Paulo: Atlas, 2010
DIAS, A. M. Material utilizado na oficina Processo Contábil e a Gestão Empresarial, realizada no 
Centro Universitário Senac. São Paulo, 2010.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e intermediária. 
São Paulo: Atlas, 2009.
Objetivos Específicos
Temas
• Conhecer a estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório 
contábil, determinada pelo Conselho Federal de Contabilidade mediante a 
Resolução nº 1.374/2011.
Alexandra Medeiros Escobar
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Aula 03
Professora
Apresentação NBC TG Estrutura Conceitual, Resolução CFC nº 
1.374/2011 – Parte I
Introdução
1 Objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral
2 Características qualitativas da informação contábil-financeira útil
Considerações finais
Referências
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Introdução
Nesta aula, temos como objetivo conhecer a estrutura conceitual para elaboração 
e divulgação de relatório contábil, determinada pelo Conselho Federal deContabilidade, 
mediante a Resolução CFC nº 1.374/2011.
A Resolução refere-se a uma nova redação da NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – 
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro –, 
revogando, assim, a anterior Resolução CFC nº 1.121/2008. A nova resolução é necessária 
devido ao processo de reformulação, ainda em andamento, do seu documento de base, o 
The Conceptual Framework for Financial Reporting, documento elaborado e revisado pelo 
International Accounting Standards Board (IASB), órgão internacional responsável pela 
emissão das normas internacionais de contabilidade utilizada em diversos países.
Esta versão da Norma Brasileira de Contabilidade tem inclusos dois capítulos aprovados pelo 
IASB na primeira fase do projeto da Estrutura, abordados nos capítulos 1 e 3 desta resolução, 
sendo referentes ao objetivo da elaboração e à divulgação de relatório contábil-financeiro de 
propósito geral, capítulo 1, e as características qualitativas da informação contábil-financeira 
útil, capítulo 3. Os capítulos 2 e 4 tratam, respectivamente, do conceito de divulgação das 
informações e o texto remanescente da Resolução CFC nº 1.121/2008, porém, o capítulo 2 “A 
Entidade que Reporta a Informação” será acrescentado a esta resolução futuramente.
Abordaremos nesta aula os capítulos 1 e 3 da Resolução CFC nº 1.374/2011.
1 Objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral
1.1 Objetivo dos relatórios contábeis
Como já vimos anteriormente, as demonstrações contábeis são desenvolvidas 
principalmente para os usuários externos, de modo que possam tomar decisões de forma 
mais acertada; portanto, devem ser claras, objetivas e expressas com veracidade. 
A Estrutura Conceitual foi elaborada para fornecer conceitos que fundamentam a correta 
forma de elaboração e apresentação destas demonstrações e tem como finalidade:
• dar suporte ao desenvolvimento de novas normas, interpretações e comunicados 
técnicos e à revisão dos já existentes, quando necessário;
• dar suporte à promoção da harmonização das regulações, das normas contábeis 
e dos procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações contábeis, 
provendo uma base para a redução do número de tratamentos contábeis alternativos 
permitidos pelas normas, interpretações e comunicados técnicos;
• dar suporte aos órgãos reguladores nacionais;
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4
• auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação 
das normas, interpretações e comunicados técnicos e no tratamento de assuntos que 
ainda não tenham sido objeto desses documentos;
• auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das 
demonstrações contábeis com as normas, interpretações e comunicados técnicos;
• auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações 
nelas contidas, elaboradas em conformidade com as normas, interpretações e 
comunicados técnicos; e
• proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na formulação 
das normas, das interpretações e dos comunicados técnicos.
Dentre as finalidades desta resolução, nosso objetivo de aula está centrado principalmente 
no que diz respeito ao apoio aos profissionais de contabilidade, sejam estes responsáveis pela 
elaboração ou pela auditoria das demonstrações, e ao auxílio aos usuários das demonstrações. Enfim, 
nosso foco estará voltado aos conceitos práticos de elaboração e de interpretação das informações 
contábeis e não ao suporte que esta resolução possui para a elaboração de novas normas.
Ainda conforme a Resolução 1.374/2011: “O objetivo da elaboração e divulgação de 
relatório contábil-financeiro de propósito geral constitui o pilar da Estrutura Conceitual”.
Bom, como vocês já sabem, o objetivo dos relatórios contábeis ou relatórios financeiros 
é fornecer informações da empresa que sejam úteis não apenas aos investidores já existentes 
como também a possíveis futuros investidores, ou seja, pessoas ou empressas que tenham 
condições de investir capital na entidade. Também não podemos esquecer dos credores que 
precisam dessas informações para decidirem se irão fornecer recursos ou não para a entidade. 
Todas essas informações, conforme a Resolução CFC nº 1.374/2011, estão relacionadas ao 
processo de “comprar, vender ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em 
instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito”.
Todas as decisões citadas referentes aos investidores estão ligadas ao retorno que o 
investidor espera com o investimento realizado ou a realizar; retorno este que pode ser 
relacionado aos dividendos (parte do lucro que é distribuída aos sócios) e ao acréscimo de 
valor às ações da empresa no mercado. Já as decisões de credores estão ligadas à capacidade 
de pagamento por empréstimo, principal e juros. 
As expectativas de investidores, credores por empréstimos e outros credores em 
termos de retorno dependem da avaliação destes quanto ao montante, tempestividade 
e incertezas (as perspectivas) associados aos fluxos de caixa futuros de entrada para a 
entidade. (Resolução CFC nº 1.374/2011)
Logo, é essencial que as informações expostas nas demonstrações auxiliem a avaliação 
dos fluxos de caixa futuros da empresa.
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Para avaliar as perspectivas da empresa com relação aos fluxos de caixa futuros 
são necessárias informações referentes aos recursos da empresa e à eficiência de seus 
administradores quanto ao cuprimento de suas responsabilidades no que tange à correta 
aplicação dos recursos da entidade, ou seja, a forma de administrar inclui medidas de 
proteção aos recursos da empresa contra possíveis impactos econômicos que possam ser 
gerados por uma alteração na tecnologia utilizada pela empresa, por exemplo; ou ainda, 
a administração é feita de forma responsável, respeitando toda a legislação pertinente, e 
existe um acompanhamento em relação às possíveis mudanças na legislação relacionada à 
atividade da empresa. As informações devem ser suficientemente claras não apenas para 
verificar a situação atual da entidade, mas também para avaliar as perspectivas futuras da 
forma mais segura possível.
Estes relatórios de propósito geral têm como principais usuários aqueles conhecidos 
como usuários primários, pois dependem exclusivamente dessas informações, uma vez que 
não possuem autoridade para solicitar qualquer outro tipo de informação da empresa que 
estão analisando. Esses usuários, além das informações contidas nos relatórios gerais, sempre 
precisarão considerar outras informações importantes que não são fornecidas pela empresa 
proprietária dos relatórios e sim pelo “mercado em geral”. Quando falamos de mercado, 
neste caso, nos referimos à situação política e econômica tanto do país em que tal investidor 
ou credor mantém relações com a entidade, quanto dos países onde estão instaladas a sua 
matriz e suas possíveis filiais – nesta era de mercado globalizado, sabemos que mesmo não 
possuindo filiais em outros países, os problemas políticos e econômicos, principalmente os 
que possam atingir o tipo específico de produto produzido pela empresa, terão reflexo em 
seus negócios influenciando-os de forma positiva ou negativa, e isto também precisa ser 
analisado de forma muito cautelosa.
Figura 1 – Acesso virtual globalizado
Além dos usuários primários, outros grupos também podem se interessar pelos relatórios 
gerais, entre eles os próprios administradores que fornecem os relatórios aos usuários 
internos, porém, estes não precisam se apoiar nos relatórios de uso geral, pois possuem 
acesso às informações contábil-financeiras geradas e disponibilizadas internamente. 
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Outro grupo que também pode utilizar estas informações são os órgãos reguladores e os 
públicos, apesar dos relatórios não se destinarema estes usuários.
De modo geral, os relatórios contábil-financeiros têm como base estimativas, julgamentos 
e modelos, e a Estrutura Conceitual traz as concepções nas quais estes devem ser baseados. 
Contudo, embora os conceitos divulgados por meio da resolução representem o objetivo que 
o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e os responsáveis pela elaboração das informações 
precisam focar, a resolução afirma:
Assim como a maioria dos objetivos, a visão contida na Estrutura Conceitual do que 
seja a elaboração e a divulgação do relatório contábil-financeiro ideal é improvável de 
ser atingida em sua totalidade, pelo menos a curto prazo, visto que se requer tempo 
para a compreensão, a aceitação e a implementação de novas formas de analisar 
transações e outros eventos. Não obstante, o estabelecimento de objetivo a ser 
alcançado com empenho é essencial para que o processo de elaboração e divulgação 
de relatório contábil-financeiro venha a evoluir e tenha sua utilidade aprimorada.
1.2 Informação sobre recursos econômicos nos relatórios contábeis
Os relatórios com propósito geral possuem informações sobre o patrimônio da entidade 
e a sua situação financeira, ou seja, seus recursos econômicos. Estes mesmos relatórios 
também demonstram os efeitos de transações ou de eventos que modificam os recursos 
econômicos da empresa.
As informações referentes aos recursos econômicos da entidade podem ajudar os usuários 
a localizarem os pontos fracos e fortes daquela em relação ao seu desempenho financeiro. 
Pode-se citar, como exemplo de informação importante encontrada nos relatórios, a liquidez da 
empresa e a sua solvência, com isto pode-se prognosticar dentre as reivindicações existentes 
contra a entidade a quais ela dará preferência ao utilizar os seus fluxos de caixa futuros.
Outro fato importante é que existem recursos econômicos diferentes que afetam a 
avaliação dos usuários da informação em relação aos fluxos de caixa futuros, pois alguns 
serão resultados dos valores a receber de clientes, ou seja, de mercadorias, produtos ou 
serviços já vendidos, e, portanto, com uma menor margem de erro com relação ao valor real 
de entrada de caixa; outros estão relacionados com a produção e a venda, ou seja, ainda 
irão passar por todo o processo produtivo, que pode envolver perda de matéria-prima ou do 
tempo estimado na produção, além da possibilidade de, após o produto pronto, permanecer 
durante um período maior que o estimado parado no estoque da empresa.
1.3 Mudanças nos recursos econômicos
As mudanças de recursos econômicos nas empresas são resultado do desempenho financeiro 
e de alguns eventos como a emissão de títulos de dívida ou patrimoniais, por exemplo. A avaliação 
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adequada referente aos fluxos de caixa futuros só será possível se o usuário estiver apto a 
identificar e a diferenciar a natureza dessas mudanças.
Estas informações referentes ao desempenho financeiro da empresa ajudam os usuários 
a entenderem o retorno produzido por ela, e servem como indicativo do desempenho da 
administração, demonstrando se a empresa está conseguindo utilizar os recursos de forma 
eficiente e eficaz. A variação dos componentes que proporcionaram o retorno também são 
de muita importância, principalmente no que diz respeito às dúvidas associadas aos fluxos 
de caixa futuros. Essas mesmas informações também são úteis para a previsão de retornos 
futuros em relação aos recursos econômicos da empresa.
1.4 Desempenho financeiro refletido pelo regime de competência
O registro dos fatos apoiado no regime de competência demonstra claramente os efeitos 
econômicos ocorridos no período. Independentemente dos pagamentos e recebimentos de 
caixa que podem ocorrer em outro período, esta forma permite que a comparação entre 
passado e futuro da entidade seja mais precisa em relação a seu desempenho econômico.
As informações financeiras são demonstradas por meio dos reflexos ocorridos nos 
recursos econômicos e não pela obtenção de outros recursos adicionais. Estas informações, 
tanto quanto as demais, são úteis para a avaliação das capacidades passada e futura da 
empresa na geração de fluxos de caixa líquidos e servem de indicativos da expansão da 
empresa, demonstrando a capacidade de gerar caixas líquidos por meio das operações e não 
pela obtenção de recursos externos.
Conforme a Resolução, estas informações sobre o desempenho financeiro da entidade 
também podem ser indicativas da extensão quando eventos, tais como mudanças nos preços 
de mercado ou nas taxas de juros, tenham provocado aumento ou diminuição nos recursos 
econômicos e nas reivindicações da entidade, afetando, consequentemente, a capacidade da 
entidade de gerar entrada de fluxos de caixa líquidos.
Quando as mudanças dos recursos da entidade forem causadas por diferentes fatores, 
ou seja, não resultantes do desempenho financeiro – como a emissão adicional de ações –, 
esta informação deve ser fornecida aos usuários, pois são importantes e também influenciam 
nas tomadas de decisão.
2 Características qualitativas da informação contábil-
financeira útil
Sempre falamos que as informações contábeis precisam ser úteis, logo, para ser útil 
precisa ter relevância, ou seja, ser importante para a tomada de decisão dos usuários, além 
disso, logicamente, deve ser sem viés e verdadeira.
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Neste tópico, abordaremos as características qualitativas fundamentais e de melhorias, 
conforme a Resolução nº 1.374/2011. São características qualitativas fundamentais a 
relevância e a representação fidedigna, e são características qualitativas de melhoria a 
comparabilidade, a verificabilidade, a tempestividade e a compreensibilidade.
A informação contábil relevante, como já mencionado, é aquela capaz de fazer a diferença 
nas tomadas de decisão de seus usuários. Para ser capaz de fazer a diferença, ela deve ter 
valor preditivo (previsto), confirmatório (verificável) ou ambos.
Para possuir este valor preditivo, a informação deve ser útil para o usuário realizar suas 
predições em relação a resultados futuros e não precisa, por si só, ser uma predição ou 
projeção do futuro para ser considerada preditiva. Já com relação ao valor confirmatório “A 
informação contábil-financeira tem valor confirmatório se retroalimentar – servir de feedback 
– avaliações prévias (confirmá-las ou alterá-las)”. (CFC, nº 1.374/2011).
Outro ponto fundamental a ser observado nas informações contábeis é a materialidade. 
Podemos considerar uma informação material quando sua omissão ou sua divulgação de 
forma equivocada/distorcida impactar nas decisões dos usuários, ou seja, ela (materialidade) 
é um aspecto de relevância.
Com relação à informação ser fidedigna, ou seja, verdadeira, a Resolução resume da 
seguinte forma: “Ela tem de ser completa, neutra e livre de erro”, toda esta perfeição é rara, 
porém, deve ser sempre o objetivo de quem as produz.
Para ser completa, deve conter todas as informações necessárias para a compreensão do 
usuário em relação ao fato retratado, isto inclui todas as descrições e explicações necessárias. 
Podemos ter, como exemplo, o grupo dos passivos que para ter um retrato completo deve 
incluir, no mínimo, a descrição da natureza dos passivos do grupo, os números de todos os 
passivos e a descrição referente ao retrato numérico representado, ou seja, se o custo histórico 
original, ajustado ou valor justo, que, segundo a Resolução CFC nº 1.428/2013 é “o preço que 
seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em 
uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração”.
Para dizermos que a informação é neutra, ela deve estar totalmente sem viés, seja na 
seleção ou na apresentação da informação, que tem de estar livre de distorções, seja para 
dar maior ou menor valor à informação. Somente para reforçar, ser neutra não significa de 
formaalguma não ser relevante, muito pelo contrário. Justamente pelo fato da informação 
ser relevante para as tomadas de decisão é que deve ser neutra, ou seja, expressar apenas a 
verdade sem a influência da opinião do profissional que a elaborou.
Um retrato da realidade econômica da empresa livre de erros é aquele cuja informação 
é relatada sem erros ou omissões. É importante lembrar que a informação livre de erros não 
significa necessariamente ser perfeita em todos os aspectos. Um exemplo de informação livre 
de erros que pode ser considerada fidedigna, porém, sem exatidão, é a estimativa de preço 
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quando o montante está descrito de forma clara e precisa, e for informado que se trata de uma 
estimativa, ou seja, está contido na própria informação que o valor é previsto e não exato.
Para aplicar as características qualitativas fundamentais, precisamos informar nos 
relatórios contábeis apenas as informações que acumulem as duas características ao mesmo 
tempo, ou seja, relevância e fidedignidade, pois, caso contrário, a informação não será útil 
para o usuário. Logo, precisamos identificar o fenômeno econômico potencialmente útil 
para o usuário e, depois, identificar quais informações referentes a este fenômeno seriam 
relevantes e possuem condições de serem representadas de forma fidedigna. A última 
etapa consiste em determinar se a informação realmente está disponível e representada 
fidedignamente; assim, o processo de demonstrar a informação com as características 
qualitativas fundamentais estará completo.
As informações qualitativas de melhoria, como o próprio nome já sugestiona, melhoram 
a informação contábil que continua sendo necessariamente relevante e fidedigna. Elas 
também auxiliam a determinar qual a melhor alternativa para relatar um fenômeno, dentre 
as consideradas equivalentes, com relação à relevância e à fidedignidade.
Todas as características qualitativas da informação contábil têm como foco a utilização 
dos usuários, que são investidores ou pretendem ser, em suas tomadas de decisão. É muito 
importante para este usuário a possibilidade de comparar as informações da entidade com outras 
que ele também tenha a possibilidade de investir. Essa possibilidade de verificar as informações 
similares e as diferentes é característica da comparabilidade. Um detalhe importante é que a 
comparabilidade sempre vai requerer a comparação de pelo menos dois itens.
A consistência está ligada à comparabilidade, porém, com significado diferente, pois 
refere-se à avaliação de um item, por meio de um mesmo método, em diferentes períodos, 
dentro da mesma entidade, ou seja, ela auxilia o alcance da comparabilidade que é o objetivo 
qualitativo da informação.
A comparabilidade não significa que todas as informações sejam uniformes e sim que as 
informações iguais sejam comparáveis e as informações diferentes tenham suas diversidades 
visíveis. Não podemos deixar de mencionar que o cumprimento das características qualitativas 
fundamentais, relevância e fidedignidade, naturalmente apresentará um certo grau de 
comparabilidade.
A terceira característica qualitativa de melhoria mencionada foi a verificabilidade. Ela 
também está ligada à fidedignidade, afinal, com a verificabilidade, observadores diferentes 
e independentes têm a possibilidade de chegar a um consenso, mesmo não estando 
necessariamente de acordo.
Podemos fazer uma verificação de forma direta ou indireta, como por exemplo, o saldo do 
caixa que pode ser verificado contando os valores de forma direta ou o valor do estoque que 
pode ser conferido por meio das notas de entrada e saída de mercadorias, permitindo refazer 
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o cálculo do valor dos estoques de forma indireta. Com relação às informações referentes a 
períodos futuros, sua verificação só é possível, em alguns casos, quando o futuro for alcançado. 
E para que o usuário decida entre utilizar ou não esta informação, é preciso que a empresa 
divulgue “as premissas subjacentes, os métodos de obtenção da informação e outros fatores e 
circunstâncias que suportam a informação”, conforme menciona a Estrutura Conceitual.
Para ser compreensível, uma informação deve ser relatada com clareza e esta é a nossa 
quarta e última característica qualitativa de melhoria. Deve ser utilizada principalmente 
em relação aos fenômenos mais complexos, que não são facilmente compreendidos. Sua 
complexidade não justifica de forma alguma sua exclusão dos relatórios contábil-financeiros, 
porque, como já vimos, toda informação relevante deve ser levada ao conhecimento de seus 
usuários, independentemente do grau de dificuldade que o profissional irá encontrar para 
expressá-la em seus relatórios.
Por fim, não podemos deixar de fazer menção a uma importante observação da Resolução 
nº 1.374/2011: “Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm 
conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e que revisem e analisem a 
informação diligentemente”.
Ou seja, os relatórios devem apresentar todas estas características qualitativas para 
as pessoas com domínio do assunto abordado, porque, por melhor que seja o profissional 
contábil e por mais claras que sejam as informações por ele relatadas, é praticamente 
impossível para um leigo conseguir interpretá-las corretamente.
As características qualitativas de melhorias devem ser utilizadas sempre que possível, 
porém não possuem condições de tornar uma informação útil se tal informação não possuir 
as características qualitativas fundamentais. Sua aplicação não segue uma ordem pré-
estabelecida e pode ocorrer a necessidade de não aplicá-las temporariamente devido à 
existência de uma nova norma contábil que apresente maior vantagem no aprimoramento 
das características qualitativas fundamentais.
2.1 Restrição de custo na elaboração e divulgação de relatório 
contábil-financeiro útil
Atualmente, os gastos empresariais e seu controle estão sempre entre as prioridades das 
empresas. A elaboração e a divulgação dos relatórios contábil-financeiros impõem gastos, 
ditos na Resolução nº 1.374/2011 como custos, e estes devem ser justificados pelo benefício 
gerado na elaboração e na divulgação de relatório contábil-financeiro útil, tendo em vista que 
as informações sejam relevantes e fidedignas para auxiliar os usuários a tomarem decisões 
com maior grau de confiança.
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Considerações finais
Nesta aula podemos verificar diversos conceitos e orientações em relação à elaboração 
das demonstrações contábil-financeiras e sua divulgação por parte das empresas.
Conhecemos as características qualitativas fundamentais e de melhorias que as demonstrações 
devem apresentar para que sejam mais facilmente interpretadas e deem credibilidade para a 
empresa. Para reforçá-las, as relembramos mais uma vez, de forma resumida:
Quadro 1 – Características qualitativas das demonstrações
Características qualitativas das demonstrações contábil-financeiras
Fundamentais
Relevância
Materialidade
Representação Fidedigna
Melhorias
Comparabilidade
Verificabilidade
Tempestividade
Compreensibilidade
Fonte: Elaborado pelo autor
Espero que vocês tenham compreendido os tópicos desta resolução tão importante para 
a compreensão do conteúdo de nosso componente curricular.
Referências
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Lex: 
legislação federal, Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l6404consol.htm>. Acesso em: 29/08/2013.
BRASIL. Resolução CFC nº 1.374, de 08 de dezembro de 2011. Estrutura conceitual para 
elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. Brasília, DF: CFC, 2011. Disponível em: 
<http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/001374>. Acesso em: 
16/09/2013.
BRASI., Resolução CFC nº 1.428, de 30 de janeiro

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