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Meio ambiente e sustentabilidade

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André Henrique Rosa
Leonardo Fernandes Fraceto
Viviane Moschini-Carlos
Organizadores
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] / 
 Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes 
 Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. – 
 Porto Alegre : Bookman, 2012. 
 Editado também como livro impresso em 2012. 
 ISBN 978-85-407-0197-7
 1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André 
 Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini- 
 Carlos, Viviane. 
CDU 502-022.316
Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150
12
Restauração de áreas degradadas
OSMAR CAVASSAN
Objetivos do capítulo
A elevada biodiversidade terrestre brasileira atraiu os europeus desde o descobri-
mento; inicialmente pela extração de madeira e, posteriomente, pela expansão 
agrícola e pecuária. As consequências da degradação dos ecossistemas naturais 
brasileiros não tardaram a surgir, comprometendo a qualidade do solo, recursos hí-
dricos e biodiversidade. A restauração desses ecossistemas exige o seu conheci-
mento estrutural e dinâmico em condições de não perturbação, a capacidade de 
restauração natural e as técnicas mais adequadas, para os casos de degradação 
total. Não existe uma única receita para restauração de áreas degradadas, mas sim 
uma série de métodos que se apresentam a partir da publicação de cada pesquisa 
que deverão ser eleitos como os mais adequados para cada situação. Basicamente, 
a escolha reside em se atingir os objetivos de cada intervenção com o máximo da 
eficiência e o mínimo de custo. As experiências iniciais utilizavam o plantio de 
mudas, nem sempre nativas e em proporções e quantidades geralmente derivadas 
da disponibilidade em viveiro do que àquelas que melhor atendiam a intenção de 
se restaurar o ecossistema degradado. A tentativa de se obedecer às leis da suces-
são natural esbarrou na discussão do conceito de sucessão e na identificação das 
espécies que compunham as comunidades pioneiras e climácicas. De qualquer 
forma, a restauração pelo plantio se revelou difícil e cara e é indicada apenas nas si-
tuações onde não se diagnostica capacidade de regeneração natural. Os processos 
alternativos como nucleação são desejáveis, desde que se tenha uma razoável certeza 
de que atenderá os propósitos do procedimento. Apresenta-se uma chave de toma-
da de decisões para procedimentos de restauração vegetal que poderá nortear a ela-
boração do protocolo para cada situação. A restauração de áreas degradadas é um 
processo em evolução, que deverá agregar procedimentos técnicos, legislação am-
biental e políticas públicas que associem a capacidade de desen volvimento com o 
mínimo de impacto ambiental.
A VEGETAÇÃO BRASILEIRA
Vegetação corresponde ao conjunto de 
plantas que ocorrem em uma determinada 
região. Pode ser caracterizada pela sua com-
posição florística ou pela combinação de 
suas características estruturais e funcionais 
referentes à aparência ou fisionomia (Moore 
284 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
e Chapman, 1986). As características domi-
nantes da vegetação associadas às relações 
que possui com os fatores abióticos do meio 
onde ocorrem são utilizadas na definição 
dos conceitos de ecossistema, bioma e áreas 
de domínio.
Até o início do século XX, o Brasil 
mantinha, em quase todo território, a sua 
vegetação nativa com raros episódios de 
perturbação ou degradação. Atualmente, 
fragmentos com diferentes tamanhos teste-
munham a existência dessa vegetação pre-
térita. Assim, no Domínio Amazônico, lo-
calizado na região equatorial brasileira, 
predomina uma vegetação florestal om-
brófila, com diferentes adaptações ao regi-
me dos rios da bacia amazônica. Em menor 
porção, se verifica a presença de campina-
ranas em solos oligotróficos, com fisiono-
mia variando de campestre à savânica; cer-
rados em solos ácidos e oligotróficos e can-
gas, vegetação semelhante às caatingas, nas 
porções superiores das elevações da Serra 
dos Carajás.
No domínio da caatinga, encontrado 
no interior da região nordeste, encontra-se 
a savana estépica, vegetação adaptada a um 
clima semiárido, com pluviosidade irregu-
lar no tempo e espaço, exibindo, em alguns 
trechos, longos períodos de seca, em um 
solo eutrófico. Fisionomicamente variando 
de campo à floresta seca, apresenta como 
característica dominante a caducifolia no 
período de estiagem, além da presença de 
muitas espécies suculentas da família Cac-
taceae.
Acompanhando a costa leste brasilei-
ra, desde o sul do Rio Grande do Norte até 
o norte do Rio Grande do Sul, predomina a 
vegetação florestal. Nas porções mais úmi-
das – decorrentes da proximidade do Ocea-
no Atlântico, muitas vezes associada ao re-
levo de escarpa da Serra do Mar, principal-
mente nos estados do Rio de Janeiro e São 
Paulo – se observa a mata ombrófila densa, 
vegetação higrófita, perenifólia e rica em es-
pécies e formas de vida. Naquela mata, tem-
-se a maior riqueza e abundância de plantas 
epífitas, principalmente das famílias Orchi-
daceae, Bromeliaceae, Gesneriaceae, Polypo-
diaceae e Piperaceae. Essa vegetação, embo-
ra próxima dos grandes centros urbanos, é 
a que possui a maior área ainda preservada, 
principalmente no Vale do Ribeira, na re-
gião sul do estado de São Paulo
Compartilhando a mesma situação 
climática determinada pela proximidade do 
oceano, têm-se, na planície litorânea, as ve-
getações de restinga e mangue. A primeira, 
com fisionomia predominante florestal, 
ocorre em formações geológicas recentes, 
com solo arenoso sobre um lençol freático 
raso e que, quando aflora, determina am-
bientes brejosos. Os mangues ocorrem em 
estuários onde a vegetação apresenta alta 
especialização que permite a sobrevivência 
em margens de rios inundados duas vezes 
por dia com água salobra, durante os perío-
dos de marés cheias. Esses ambientes ocor-
rem uma elevada produtividade e represen-
ta um ecossistema que interage fortemente 
com os ecossistemas aquáticos litorâneos.
Nos estados de Minas Gerais, Rio de 
Janeiro e São Paulo, em altitudes variando 
de 800 a 1.800 metros e nos planaltos dos 
estados do Paraná, Santa Catarina e Rio 
Grande do Sul, em clima temperado, en-
contramos mata ombrófila mista, onde a 
espécie arbórea dominante na paisagem é o 
pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia 
(Bertol.) Kuntze).
No interior dos estados da Bahia, 
Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e 
parte do Paraná e Mato Grosso do Sul a ve-
getação florestal existente está adaptada a 
uma situação climática caracterizada por 
um verão úmido e temperatura elevada e 
inverno seco e temperatura média menos 
elevada: matas estacionais semidecíduas e 
decíduas. A primeira ocorre em solos oligo-
tróficos e tem como principal estratégia, 
que permite a adaptação ao clima, a queda 
Meio ambiente e sustentabilidade 285
parcial das folhas no período desfavorável, 
fenômeno conhecido como semideciduida-
de ou subcaducifolia. A segunda, geralmen-
te ocorrendo em solos eutróficos, exibe a 
total queda de folhas no período seco, ou 
seja, a deciduidade ou caducifolia. Tais 
matas podem ocorrer às margens de nas-
centes ou rios, sendo conhecidas como 
matas ciliares ou ribeirinha, (Rodrigues e 
Leitão Filho, 2000). Nesse caso, sofrem in-
fluência do encharcamento das margens, 
que pode ser sazonal ou permanente (mata 
de brejo ou paludosa), além da remoção e 
deposição de sementes e/ou sedimentos.
O Planalto Central Brasileiro é reves-
tido em sua maior parte pelo cerrado, nome 
popular das savanas brasileiras que ocupa-
vam no início do século XX, 25% do terri-
tório brasileiro (Cavassan et al., 2006). De 
fisionomia predominantemente savânica, 
ocorre em solos geralmente ácidos, ricos em 
alumínio ou ferro e com pequena disponi-
bilidade de fósforo, potássio, cálcio e nitro-
gênio. Varia, no entanto, fisionomicamente 
de um campo (campo cerrado) até uma flo-
resta (cerradão), embora apresente muitas 
espécies em comum. Tal variação fisionô-
mica estáassociada à variação dos fatores 
edáficos citados além da frequência de in-
cêndios. Essa formação vegetal apresenta 
uma área nuclear no Distrito Federal e nos 
estados de Goiás, Tocantins, em parte de 
Minas Gerais e da Bahia, no leste de Mato 
Grosso e no Mato Grosso do Sul (Rizzini, 
1979). No estado de São Paulo, provavel-
mente, a ocorrência do cerrado se deve à 
sua expansão do Triângulo Mineiro, acom-
panhando a linha de cuestas basálticas, que 
divide a Depressão Periférica Paulista do 
Planalto Ocidental Paulista.
Além desses tipos de vegetação, tem-
-se ainda uma elevada diversidade de for-
mações vegetais no Pantanal Matogrossen-
se, onde cerrado, mata estacional semidecí-
dua e matas ribeirinhas se fazem representar 
além dos ambientes revestidos por vegeta-
ção paludosa ou aquática. Na porção mais 
elevada, principalmente das Serras da Man-
tiqueira e do Mar, se encontram os campos 
de altitude, adaptados a um clima tempera-
do de regiões elevadas a mais de 2 mil me-
tros. No extremo sul do país, outro ambien-
te de clima temperado, mas em função da 
maior latitude, se encontram as estepes 
gaúchas, popularmente conhecidas como 
pampas.
IMPORTÂNCIA DA 
MANUTENÇÃO DA 
VEGETAÇÃO NATIVA
Inúmeras razões justificam os programas 
de preservação e restauração da vegetação. 
A vegetação nativa constitui o hábitat e base 
da cadeia alimentar de todos os demais or-
ganismos de um ecossistema. Mantém a 
biodiversidade do planeta constituída pelo 
conjunto de seres vivos, pelo seu material 
genético e pelos complexos ecológicos dos 
quais eles fazem parte (Lévêque, 1999).
Considerando-se os motivos ecológi-
cos, deve-se atentar para a evolução dos 
processos do mundo vivo que ocorrem em 
ecossistemas naturais. A supressão dessa si-
tuação modificará a direção dessa evolução 
em uma alta velocidade e sentido desconhe-
cido. Acrescente-se a isso a quebra dos gran-
des equilíbrios físico-químicos da biosfera, 
muitas vezes com a participação de uma 
biota de microrganismos incomensurável e 
de ação desconhecida em sua maior parte, 
porém presentes na serapilheira ou estrutu-
ra das plantas superiores. Algumas ações 
são mais conhecidas e fáceis de serem medi-
das quando ocorrem desmatamentos, tais 
como: erosão do solo e consequente perda 
de fertilidade, assoreamento dos rios, alte-
ração do ciclo hidrológico e aumento da 
concentração do gás carbônico atmosférico.
De acordo com Lévêque (1999, p. 16), 
existem também os motivos éticos e patri-
286 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
moniais: considera-se que o homem tem o 
dever moral de não eliminar as outras for-
mas de vida, além de, segundo o princípio 
da igualdade entre as gerações, “nós deve-
mos transmitir aos nossos filhos a herança 
que recebemos”.
Se motivos ecológicos e éticos não 
forem suficientes, apresentam-se os motivos 
econômicos. O número de espécies vegetais 
domesticadas para a alimentação é muito 
pequeno em relação ao número de espécies 
vegetais existentes na vegetação natural.
O homem domesticou, na sua existência, 
somente cerca de cem a duzentas de milha-
res de espécies vegetais. Destas, menos de 
15 atualmente suprem a maior parte da 
dieta humana (Conway e Barbier,1990). 
Essas 15 espécies podem ser agrupadas nas 
seguintes classes: (a) Cereais: arroz, trigo, 
milho, sorgo e cevada; (b) Raízes e caules: 
beterraba, cana-de-açúcar, batata, mandio-
ca e inhame; (c) Legumes: feijão, soja e 
amendoim; e (d) Frutas: citros e banana 
(Borém e Milach, 1999, p. 69).
No entanto, existem aproximadamen-
te 250 mil espécies vegetais compondo os 
ecossistemas naturais no planeta.
Da mesma forma, a vegetação natural 
como fonte de princípios ativos para a in-
dústria farmacêutica ainda não foi suficien-
temente estudada, embora o Brasil possua a 
maior farmacopeia do mundo. Pode-se 
acrescentar a importância dos vegetais na 
estrutura da paisagem, importante compo-
nente na atividade turística, ainda pouco 
explorada no Brasil.
CAUSAS DO DESMATAMENTO
Historicamente, o homem sempre buscou 
na natureza recursos para sua subsistência: 
alimentos, construção de abrigos, armas, 
enfeites, remédios, lenha para combustível. 
Ao caçar, muitos índios usavam a coivara, 
ateando fogo na vegetação onde supunham 
existir algum animal, que, ao fugir por um 
corredor não queimado, era abatido facil-
mente. O homem moderno, ao domesticar 
animais e plantas, substitui a vegetação na-
tural por plantações e pastagens.
A expansão da agricultura avançou e 
avança em áreas antes ocupadas por vegeta-
ção natural. No início do século XX, princi-
palmente no estado de São Paulo, planta-
ções de café e algodão lideravam as causas 
da devastação florestal. A necessidade de es-
coamento daquela produção até o porto de 
Santos justificou a construção das ferrovias 
que, além do uso de dormentes de madeira, 
utilizavam a lenha das matas nativas como 
combustível das locomotivas. Atualmente, 
plantações de soja, cana-de-açúcar, citricul-
tura e silvicultura com pinus (Pinus sp) e 
eucalipto (Eucaliptus sp) ocupam grandes 
áreas em zonas ocupadas por matas nativas.
O cerrado, inicialmente utilizado 
como pastagem natural, hoje é substituído 
por pastagens construídas, principalmente 
por capim braquiária (Urochloa sp), origi-
nária do continente africano e que tem se 
revelado extremamente agressiva quanto à 
sua capacidade de invasão em ambientes 
degradados e/ou perturbados. Mesmo em 
campos cerrados não perturbados, a ilumi-
nação natural no nível do solo favorece a 
instalação desse tipo de gramínea, que, com-
petindo com as espécies do estrato herbá-
ceo do cerrado, instalam-se rapidamente.
Atualmente, a expansão do perímetro 
urbano em cidades em crescimento tem 
ameaçado os remanescentes de matas e cer-
rados. No litoral, a restinga e o mangue são 
frequentemente agredidos pela instalação 
de estruturas destinadas ao turismo.
Diante desse quadro, várias ações que 
envolvem a elaboração de leis que estabele-
cem normas de ocupação, preservação e re-
cuperação foram elaboradas. Da mesma 
forma, pesquisas visando conhecer a me-
lhor forma de manejar tais processos foram 
realizadas.
Meio ambiente e sustentabilidade 287
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
A partir da realização de pesquisas visando 
discutir tais questões e propor processos de 
restauração, muitos conceitos e definições 
foram apresentados, nem sempre coinci-
dentes. Assim, propõem-se apresentar, 
quais serão adotados neste capítulo.
Área degradada: aquela que sofreu impacto 
de forma a impedir ou diminuir drastica-
mente sua capacidade de retornar ao estado 
original, ou ao ponto de equilíbrio, pelos 
meios naturais (Reis et al., 1999). Essa situ-
ação ocorre com frequência em áreas de mi-
neração, construção de caixas de emprésti-
mo, prática agrícola por muito tempo, onde 
ocorreu movimentação de máquinas pesa-
das ou deposição de lixos e entulhos. A in-
tervenção nessas áreas exige, muitas vezes, 
práticas de engenharia civil e recuperação 
do solo (São Paulo, 2004).
Área perturbada: aquela que após distúr-
bio ainda mantém meios de regeneração bi-
ótica (Kageyama et al., 1992). Em geral, re-
sulta de incêndios rápidos, retirada seletiva 
de madeira e ação temporária do pastejo de 
gado bovino. Nesse caso, a regeneração na-
tural ou apenas técnicas silviculturais bas-
tam para a recuperação.
Recuperação: é a restituição de um ecossis-
tema ou de uma população silvestre degra-
dada a uma condição não degradada, que 
pode ser diferente de sua condição original 
(São Paulo, 2004). Nesse caso, a preocupa-
ção é com o retorno das funções que a vege-
tação original desempenhava com o meio e 
quando há interesse da comunidade envol-
vida, tais como, proteção do solo ou mar-
gem de rios e nascentes.
Restauração: é um processo intencional 
para estabelecer um ecossistema, com o ob-
jetivo de se aproximar de sua estrutura, fun-
ção, diversidade e dinâmica originais (Bar-
bosa e Mantovani, 2000). Tal processo é difí-
cil de ser realizado, uma vez que nem sempresão conhecidas as condições originais. Tam-
bém as relações existentes no ecossistema de-
gradado são complexas, principalmente em 
condições tropicais, e exigem um estudo em 
nível interdisciplinar envolvendo principal-
mente botânica, zoologia, ecologia, geologia, 
hidrologia e climatologia.
Reflorestamento: termo bastante utilizado 
principalmente nas primeiras experiências 
sobre o assunto, significa “refazer a floresta”. 
De uso frequente em silvicultura, é aplica-
do, em geral, em processos de plantio de ár-
vores independentemente se a preocupação 
for relativa à produção de madeira ou ma-
nejo ambiental.
Zona tampão: zona adjacente à área restau-
rada e com ações diferenciadas de manejo, 
visando ao amortecimento dos impactos (p. 
ex., culturas perenes, sistemas agroflores-
tais, restrições de uso de fogo e herbicidas).
Sucessão ecológica: é o processo pelo qual 
uma comunidade vegetal se modifica. Ela 
envolve a imigração e extinção de espécies, 
associadas às alterações na abundância rela-
tiva das diferentes populações. Representa a 
dinâmica da comunidade que ocorre em 
uma escala de tempo relativa ao tempo de 
vida das plantas dominantes. A sucessão 
ocorre porque, para cada espécie, a possibi-
lidade de estabelecimento naquela comuni-
dade vegetal se altera através do tempo à 
medida que os fatores abióticos (p. ex., con-
dições do solo e luminosidade) e bióticos (p. 
ex., competição por outras espécies, herbi-
voria) são alterados (Crawley, 1997). Nos 
processos de regeneração natural, espera-se 
que ocorra a sucessão ecológica. Quando é 
necessária a intervenção do homem, há pre-
ocupação em não contrariar tal processo.
Comunidade vegetal: conjunto populacio-
nal com unidade florística de aparência re-
lativamente uniforme, com área espacial 
conhecida (Manual Técnico da Vegetação 
Brasileira, 1991). Em um sentido mais prá-
tico, no entanto, comunidade vegetal pode 
288 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
ser definida como todas as plantas que ocu-
pam uma determinada área, que comparti-
lham de alguma característica comum e que 
algum pesquisador definiu para fins de es-
tudo (Crawley, 1997). Pode-se considerar 
comunidade vegetal também o conjunto de 
plantas de uma vegetação que o ecólogo 
tem interesse em estudar.
Floresta: termo semelhante à mata no sen-
tido popular. Caracteriza-se pela presença 
de um estrato arbóreo contínuo como ele-
mento dominante no dossel. Nas florestas 
tropicais, podem ser encontrados vários es-
tratos arbóreos, além dos estratos arbusti-
vos. O estrato herbáceo é constituído de es-
pécies de sombra no interior da vegetação, 
podendo ter espécies heliófitas nas clareiras 
e bordas.
Savana: vegetação onde o estrato arbóreo 
não é contínuo e as árvores, em média, são 
menores do que na mata. Entre as árvores, 
encontra-se um denso estrato herbáceo-ar-
bustivo. Savana também é utilizada para de-
signar um tipo de bioma onde predomina a 
fisionomia anteriormente descrita. Nesse 
sentido, foi criada por Oviedo e Valdez 
(1851) para designar os lhanos arbolados da 
Venezuela. Foi introduzido na África pelos 
naturalistas espanhóis com Savannah e no 
Brasil por Gonzaga de Campos (1926) (Ma-
nual Técnico da Vegetação Brasileira, 1991) 
referindo-se ao cerrado.
Campo: vegetação onde as árvores não exis-
tem ou são raras. A fisionomia campestre é 
caracterizada por um denso estrato herbá-
ceo e/ou arbustivo.
HISTÓRICO DA 
RECUPERAÇÃO 
E RESTAURAÇÃO 
VEGETACIONAL NO BRASIL
Provavelmente, o Brasil é o primeiro país 
do mundo a desenvolver a recuperação de 
um maciço florestal heterogêneo – a flores-
ta da Tijuca no Rio de Janeiro (Leão, 2000). 
Em 1861, como os mananciais que abaste-
ciam o Rio de Janeiro estavam comprome-
tidos, a falta de água fez com que Dom 
Pedro II determinasse o reflorestamento 
dos morros da Tijuca, naquela época ocu-
pados principalmente por plantações de 
café e cana-de-acúcar.
Atribuiu essa função ao Major Manuel 
Gomes Archer e ao administrador Thomas 
Nogueira da Gama que, em 13 anos, planta-
ram, de acordo com seus registros, 13.616 
árvores, tais como, jacarandás, jataís, ce-
dros, pequiás, além de palmeiras e 308 bam-
bus (Leão, 2000). Apesar do Major Archer 
não ter formação em silvicultura (Conti et 
al., 2008), apresentava experiência de 
campo, e o reflorestamento heterogêneo 
aproximou a mata secundária das caracte-
rísticas da vegetação original que foi supri-
mida. No entanto, atualmente, essa mata 
exibe características de vegetação natural 
apenas onde ocorreu regeneração natural. 
Muitas espécies exóticas, como as jaqueiras 
plantadas naquele processo, hoje consti-
tuem problemas para a evolução das comu-
nidades lá existentes.
Em 1955, no município de Cosmópo-
lis, na bacia do rio Mogi-Guaçu, foi iniciado 
um plantio de árvores visando restaurar a 
floresta outrora destruída para o plantio de 
cana-de-açúcar (Nogueira, 1977). De acor-
do com a informação do autor do relato 
que participou daquele processo, além de 
espécies reconhecidamente nativas daquela 
área, foram introduzidas espécies exóticas 
às margens do rio, plantas produtoras de 
frutas “para proporcionar alimento à fauna 
ictiológica” (Nogueira, 1977, p. 10). O plan-
tio se estendeu até 1960 e, em 1977, quando 
da publicação daquele livro, o autor consi-
derou que os objetivos foram alcançados, 
pois se desenvolveu lá uma pujante floresta, 
muito semelhante à mata original. Tem-se 
que admitir, no entanto, que o processo 
descrito demandou custos elevadíssimos, o 
Meio ambiente e sustentabilidade 289
que inviabiliza, na maioria dos casos, a res-
tauração vegetal de grandes áreas.
Na década de 1980, tem-se que desta-
car os trabalhos liderados pelo Prof. Dr. 
Paulo Yoshio Kageyama nas cabeceiras do 
Rio Corumbataí, visando reconstruir matas 
ciliares com espécies nativas; assim como 
aqueles realizados às margens das represas 
do rio Tietê em convênio entre a Compa-
nhia Energética de São Paulo (CESP) e a 
ESALQ/USP no período de 1988 a 2001 
(Kageyama e Gandara, 2000).
Nas duas últimas décadas, inúmeras 
experiências foram realizadas, e a eficiência 
dos projetos de recomposição vegetal vem 
sendo discutida com maior ênfase. São reali-
zados diagnósticos em áreas reflorestadas 
com diferentes idades, visando mostrar erros 
e acertos (Barbosa e Barbosa, 2006). Hoje a 
discussão extrapola os aspectos técnicos dos 
processos de recomposição e inclui legisla-
ção, educação e políticas públicas.
Este capítulo tem como objetivo dis-
cutir tais aspectos da restauração de áreas 
degradadas, considerando-se que é um as-
sunto em evolução. Assim, deve-se reco-
nhecer que a atualização constante é neces-
sária aos pesquisadores e aos técnicos en-
volvidos e interessados no assunto.
PROCEDIMENTOS PARA 
RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA 
DE ÁREAS DEGRADADAS
Embora possa existir o interesse em se recu-
perar áreas degradadas, o enfoque dado 
neste capítulo será o da restauração o mais 
próximo possível dos ecossistemas antes lá 
existentes. Todos os procedimentos para isso 
são definidos a partir da identificação dos 
agentes de degradação ou perturbação.
Tais informações, associadas ao tipo 
de vegetação que se pretende restaurar, são 
importantes na definição das técnicas a 
serem utilizadas. Desse modo, corte seletivo 
de madeira geralmente permite um alto po-
tencial de regeneração, tanto em matas 
quanto cerrado. Fogo, via de regra, é mais 
agressivo em matas do que em cerrado, uma 
vez que o cerrado apresenta uma estrutura 
vegetal subterrânea muito mais desenvolvi-
da permitindo a brotação, além do que, 
muitas espécies lenhosas exibem folhas es-
cleromórficas e súber bem desenvolvido no 
caule, garantindo maior proteção durante 
os incêndios. Tal situação se repete com 
muita frequência em áreas utilizadas como 
pastoreio. No entanto, em agricultura in-
tensiva e duradoura, terraplanagem e mine-
ração, a chance de regeneração natural é 
quase nula para os dois tipos de vegetação 
(São Paulo, 2004).
Após esse procedimento,torna-se ne-
cessária, portanto, a eliminação desses agen-
tes. Nem sempre a responsabilidade por 
essas ações é dos interessados na restauração, 
envolvendo muitas vezes ações fiscalizadoras 
e jurídicas contra terceiros. Vencidos tais 
obstáculos, faz-se o isolamento da área. No 
caso de incêndios que fogem do controle du-
rante queimadas autorizadas, como em ca-
naviais, a manutenção de aceiros e participa-
ção de brigadas de combate a incêndios são 
imprescindíveis. Quando a construção de 
uma cerca se faz necessária, principalmente 
para impedir o acesso do gado bovino, tem-
-se que respeitar algumas normas para ga-
rantir menor chance de rompimento dos 
arames. Geralmente, em períodos de tempo 
seco, a pastagem se torna menos densa e as 
regiões protegidas com maior volume de 
biomassa verde. Assim, as tentativas de ultra-
passagens desse obstáculo se acentuam. Re-
comenda-se, portanto, espaçamento entre 
moirões de 6 metros, sendo um moirão esti-
cador a cada 12 metros; dois balancins entre 
eles e pelo menos quatro fios de arame. (São 
Paulo, 2004). Evidentemente, esses moirões 
não deverão ser obtidos a partir do corte de 
madeira nativa.
O diagnóstico da potencialidade de 
regeneração deverá considerar a presença 
290 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
de plântulas de espécies nativas, banco de 
sementes, ocorrência e os tipos de fragmen-
tos de vegetação natural no entorno que 
poderão servir como fonte de propágulos 
(Rodrigues e Gandolfi, 2000). Em cerrados 
degradados recentemente, a biomassa sub-
terrânea, mais desenvolvida do que nas 
matas, apresenta grande potencialidade de 
brotamento. Pouco se conhece a respeito da 
colonização natural de plantas de cerrado 
pela chegada de propágulos reprodutivos, 
principalmente a curto prazo. Em todos os 
casos, quando a potencialidade de regene-
ração natural é elevada e o objetivo é a res-
tauração dos ecossistemas dos quais a vege-
tação faz parte, o processo, embora mais de-
morado, é mais barato e implica menos 
chances de erro.
Sempre que possível, é importante o 
conhecimento da vegetação degradada. 
Quando o evento é muito antigo, tem-se 
que recorrer a evidências indiretas, tais 
como entrevistas com antigos moradores 
da região, fotos antigas e topônimos. Neste 
último caso, nomes de cidades de origem 
tupi podem servir de aliados no levanta-
mento das condições pretéritas da vegeta-
ção da região. Pode-se citar, por exemplo, 
cidades como Macatuba, que significa 
muita macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) 
Lodd. ex Mart.), palmeira típica de mata es-
tacional semidecídua ou Catanduva, mato 
fechado, designação dada aos cerradões. O 
tipo de solo na região, além das condições 
climáticas, é um excelente indicador dos 
tipos de vegetação outrora associados.
Se existirem fragmentos de vegetação 
nativa remanescentes na região, torna-se 
imprescindível a sua caracterização florísti-
ca e fitossociológica. Martins (2004) consi-
dera que a Fitossociologia é uma ferramen-
ta poderosa da bioprospecção e conserva-
ção. De acordo com esse autor
O levantamento de dados, especialmente 
os do solo e do relevo (como altitude, por 
exemplo), possibilita estabelecer associa-
ções entre espécies e variáveis ambientais. 
Essa informação é muito importante, 
quando se tem em mente a conservação ex 
situ, a recuperação de áreas degradadas ou 
o paisagismo. Saber as preferências ecoló-
gicas de cada espécie é um pré-requisito 
para eleger quais espécies devem ser plan-
tadas num dado ambiente. A espécie prefe-
re solos arenosos ou argilosos? É sensível 
ao alumínio no solo? Ocorre em altas ou 
baixas altitudes? É resistente à geada? Qual 
seria o consórcio de espécies mais indica-
do? Essas são perguntas respondidas me-
diante a investigação da associação das es-
pécies entre si e com variáveis ambientais 
(Martins, 2004, p.6).
Cuidado especial deve ser tomado 
quando é utilizado um único critério para 
identificação da vegetação pretérita na área 
a ser restaurada. Por exemplo, a margem de 
um rio ou represa frequentemente é consi-
derada ambiente ciliar, e os métodos muitas 
vezes se apoiam em um único procedimen-
to. No entanto, tem-se que considerar uma 
heterogeneidade ambiental às margens de 
rios, associada à diferentes comunidades. 
Mardegan e Cavassan (2009) chamam a 
atenção de que margens de represas não são 
inundadas periodicamente, não havendo, 
portanto, encharcamento sazonal, remoção 
e deposição de sedimentos e sementes. 
Consideram que, muitas vezes, é mais apro-
priada a restauração com técnicas de plan-
tio com espécies do interflúvio do que 
aquelas típicas do ambiente ripário.
Gandolfi (2006) considera importante 
também o conhecimento de aspectos auto-
-ecológicos das espécies, tais como cresci-
mento, cobertura e ciclo de vida, além do 
papel trófico, competitivo que interfere na 
criação, manutenção e modificação de há-
bitat. Argumenta que se devem conhecer 
quais espécies podem favorecer o aumento 
da biodiversidade e o restabelecimento da 
dinâmica do ecossistema local.
Tais procedimentos devem anteceder 
a qualquer tipo de intervenção visando a re-
Meio ambiente e sustentabilidade 291
cuperação da área degradada. A partir desse 
diagnóstico é que deverão ser definidas as 
estratégias mais adequadas.
Tem-se que reconhecer também que o 
conhecimento da florística regional, mesmo 
a de fragmentos menores ou de outro tipo de 
vegetação, é importante. De acordo com a 
hipótese probabilística da sucessão de Glea-
son (1926), a chegada de propágulos, poten-
ciais colonizadores, ocorre totalmente ao 
acaso, de diferentes origens e direções. O que 
se pode afirmar com mais segurança é que, 
se as espécies que chegam possuem limites 
de tolerância que suportam aquelas condi-
ções onde ocorre a colonização, terão mais 
chances as espécies oriundas de fragmentos 
mais próximos do que distantes.
INTERVENÇÕES POSSÍVEIS
No caso de se constatar que a regeneração 
natural não é possível nas condições que se 
apresentam, o plantio pode ser a forma 
mais adequada. Nesse caso, pode ser feito a 
partir de mudas ou direto. Nas duas situa-
ções, tem-se que obter sementes das espé-
cies selecionadas para o plantio provenien-
tes de lotes que garantam a variabilidade 
genética, devendo ser obtidas de vários in-
divíduos. O plantio a partir de propagação 
vegetativa, tal como estaquia, reduz a varia-
bilidade genética e deve ser usada apenas 
naqueles casos em que as espécies apresen-
tam baixa germinação ou frutificação irre-
gular (Santos Júnior e Barbosa, 2006).
Uma descrição técnica mais completa 
dos procedimentos de coleta e produção de 
mudas de essências destinadas à recupera-
ção florestal poderá ser encontrada no livro 
Recuperação Florestal: da semente à muda 
(São Paulo, 2004).
O plantio direto ou semeadura dire-
ta é recomendado para áreas de difícil aces-
so, principalmente em escarpas de monta-
nhas ou planaltos. Geralmente os resulta-
dos são menos satisfatórios do que o plantio 
de mudas, mas o custo é menor, o que pode 
justificar esse método também para áreas 
planas.
É muito comum, sob o dossel de plan-
tações de Eucaliptus sp e Pinus sp, a germi-
nação de sementes oriundas da vegetação 
nativa que outrora cobria aquela área. A co-
leta dessas plântulas e a transposição para 
a área em recuperação, abrevia o tempo de 
coleta de sementes e formação de mudas. 
No entanto, a plântula coletada deve ser en-
vasada e aclimatada em viveiro antes do 
plantio em local definitivo.
Existem inúmeros procedimentos de 
restauração de áreas degradadas. Em co-
mum, todos esses procedimentos devem 
obedecer aos princípios da sucessão ecoló-
gica. Entende-se por sucessão ecológica as 
mudanças que ocorrem na estrutura da co-
munidade ao longo do tempo. Resulta de 
modificações do ambiente pela comunida-
de e de interações de competição e coexis-
tência em nível de população (Reis-Duarte 
e Galvão-Bueno, 2006). A sucessão é con-
trolada pela comunidade, embora o am-
biente físico determine o padrãoe a veloci-
dade das mudanças (Odum, 1997). Cada 
comunidade transitória é denominada es-
tágio de desenvolvimento ou estádio se-
rial. Na prática, as espécies que formam as 
comunidades pioneiras são reconhecidas 
por ocorrerem naturalmente nas clareiras 
ou bordas das matas. São as primeiras a co-
lonizarem ambientes degradados, sombre-
ando-o, produzindo serapilheira e servindo 
de poleiro ou hábitat para muitos animais, 
alguns potenciais dispersores de sementes. 
A existência dessa comunidade pioneira, de 
alguma maneira, modifica o ambiente físi-
co, contribuindo para alterar a temperatura 
do solo, mantendo maior umidade atmos-
férica próximo ao solo, alterando quimica-
mente a sua composição a partir da de-
composição da serapilheira e proporcio-
nando hábitat para outros organismos 
animais e vegetais que não encontravam 
condições favoráveis de sobrevivência no 
292 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
ambiente desprovido de vegetação. Assim, 
a comunidade que adquire condições de 
colonizar o local, resultante das modifica-
ções físicas do meio e competição com as 
espécies pioneiras, constituirá o estágio se-
rial secundário inicial, e assim por diante. 
Para Odum (1997), essa sucessão ocorrerá 
até o clímax, mantendo-se sem alteração, a 
não ser que ocorram novas mudanças am-
bientais. Engel e Parrota (2008) chamam a 
atenção que clímax não significa estagna-
ção, mas sim estabilidade, que deve ser en-
tendida como um grau de ajuste ao regime 
local de distúrbios.
Na prática, no entanto, reconhecer as 
espécies de cada um desses estágios seriais é 
difícil. Algumas espécies medram tanto a 
pleno sol como em ambiente sombreado. 
Cada tipo de vegetação apresenta caracte-
rísticas que resultam de uma interação de 
um grande número de fatores. Assim, neste 
capítulo, serão descritas apenas característi-
cas de duas classes: a pioneira, formada 
pelas espécies pioneiras propriamente ditas, 
e a não pioneira, formada pelas espécies 
consideradas secundárias tardias e climáci-
cas (Tabela 12.1).
A importância na identificação desses 
dois grupos reside na intenção de, obede-
cendo ao que acontece naturalmente nas 
florestas tropicais, se formar um bosque 
inicial que cria condições de sombreamento 
para as espécies dos estágios posteriores da 
sucessão (Kageyama e Gandara, 2000).
Métodos de plantio de mudas
Essa técnica pode ocorrer para se fazer o en-
riquecimento, adensamento ou implanta-
ção florestal. Os dois primeiros casos são in-
dicados em áreas perturbadas e que mantém 
indivíduos remanescentes da vegetação ori-
ginal. O enriquecimento consiste na rein-
trodução de espécies, quando existem indi-
cadores de sua existência pretérita, mas 
foram extintas no local. Visa aumentar a ri-
queza em espécies e, consequentemente, a 
diversidade, condição necessária para maior 
sustentabilidade da floresta.
TABELA 12.1
Algumas características de espécies arbóreas nativas do Brasil, considerando-se os estágios seriais 
pioneiro e não pioneiro (Baseado em Budowsky, 1965; Barbosa et al., 1996; São Paulo, 2004).
CARACTERÍSTICAS PIONEIRAS NÃO PIONEIRAS
Ciclo de vida Curto (1 a 15 anos) Longo (mais que 15 anos)
Sementes e frutos Pequenas e abundantes Grandes e pequena quantidade
Crescimento Rápido Lento
Densidade da madeira Leve Pesada e rígida
Necessidade de luz Muita luz (heliófilas) Pouca luz quando jovem
Forma de regeneração Colonizam áreas abertas Colonizam áreas sombreadas
Viabilidade da semente Longa. Latentes no solo Curta
Altura dos indivíduos Até 20 metros Mais que 20 metros
Presença de epífitas Ausente ou eventuais musgos Presente em grande quantidade 
 e líquens
Disseminação das sementes Pássaros, morcegos, vento Gravidade, mamíferos
Resistência à herbivoria Baixa Alta
 
Meio ambiente e sustentabilidade 293
O adensamento consiste no plantio 
de espécies que, embora representadas na 
vegetação degradada, não apresentam si-
nais de capacidade de produção de semen-
tes e plântulas de modo a aumentar a abun-
dância dos indivíduos daquelas populações 
que, em florestas preservadas e de mesma 
natureza, apresentam alta densidade relati-
va. Nesses dois casos, o plantio deve ser feito 
nos espaços livres sem, no entanto, contra-
riar sua aptidão ecofisiológica. Espécies 
pioneiras devem ser plantadas a pleno sol e 
não pioneiras à sombra das outras, assim 
como observar sua aptidão para ambientes 
encharcados ou secos. Em casos de restau-
ração de áreas totalmente degradadas, faz-se, 
então, a implantação florestal com plan tio 
de mudas heterogêneo.
A primeira preocupação consiste na 
definição da quantidade de espécies, pro-
porção de pioneiras e não pioneiras e modo 
de distribuição das mudas. Considerando-
-se que quanto maior a diversidade maior a 
sustentabilidade da floresta implantada, 
maior deverá ser o número de espécies uti-
lizadas e mais equitativa a distribuição dos 
indivíduos nas diferentes espécies. No en-
tanto, tem-se que respeitar os valores de ri-
queza em espécies arbóreas de cada tipo de 
vegetação observado nos levantamentos 
florísticos dos fragmentos remanescentes. 
Por exemplo, as matas estacionais semidecí-
duas ribeirinhas com encharcamento per-
manente (matas de brejo) do interior do es-
tado de São Paulo raramente apresentam 
mais que 40 espécies arbóreas por hectare e 
H’ inferior a 3 nats/indivíduo. Do mesmo 
modo, apresentam elevada abundância re-
lativa de poucas espécies tais como Calo-
phyllum brasiliensis; Cambess. e Magnolia 
ovata (A.St.–Hil.) Spreng. (Paschoal; Cavas-
san, 1999; Carboni, 2007). Por outro lado, 
em matas ombrófilas densas da encosta da 
Serra do Mar (Guedes-Bruni, 1998), tem-se 
elevada diversidade.
Quanto à proporção de pioneiras e 
não pioneiras, Rodrigues (2002) recomen-
da a introdução em proporções diferentes 
em ordem decrescente: espécies pioneiras, 
secundárias iniciais, secundárias tardias e 
climácicas. De acordo com a SMA 8 de 31 
de 01 de 2008 (p. 3-4)
Artigo 6o – Em áreas de ocorrência das for-
mações de floresta ombrófila, de floresta 
estacional semidecidual e de savana flores-
tada (cerradão), a recuperação florestal de-
verá atingir, no período previsto em proje-
to, o mínimo de 80 (oitenta) espécies flo-
restais nativas de ocorrência regional, 
conforme o Artigo 8o e/ou identificadas em 
levantamentos florísticos regionais.
§ 1º – Em relação ao número de espé-
cies a ser utilizado nas situações de plantio:
a) devem ser utilizadas, no mínimo, 20% 
de espécies zoocóricas nativas da vegetação 
regional; b) devem ser utilizadas, no míni-
mo, 5% de espécies nativas da vegetação 
regional, enquadradas em alguma das cate-
gorias de ameaça (vulnerável, em perigo, 
criticamente em perigo ou presumivel-
mente extinta); c) nos plantios em área 
total, as espécies escolhidas deverão con-
templar os dois grupos ecológicos: pionei-
ras (pioneiras e secundárias iniciais) e não 
pioneiras (secundárias tardias e climáci-
cas), considerando-se o limite mínimo de 
40% para qualquer dos grupos, exceto para 
a savana florestada (cerradão).
§ 2º – Em relação ao número de indiví-
duos a ser utilizado nas situações de plantio:
a. O total dos indivíduos pertencentes a um 
mesmo grupo ecológico (pioneiro e não 
pioneiro) não pode exceder 60% do total 
dos indivíduos do plantio; b. Nenhuma es-
pécie pioneira pode ultrapassar o limite 
máximo de 20% de indivíduos do total do 
plantio; c. Nenhuma espécie não pioneira 
pode ultrapassar o limite máximo de 10% 
de indivíduos do total do plantio; d. Dez 
por cento (10%) das espécies implantadas, 
no máximo, podem ter menos de doze (12) 
indivíduos por projeto.
294 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
Artigo 7o – Para outras formações ou situa-
ções de baixa diversidade de espécies flores-
tais (áreas rochosas, florestas paludosas, flo-
restas estacionais deciduais, floresta de res-
tinga e manguezal), o número de espécies a 
ser utilizado será definido por projeto técni-
co circunstanciado, a ser aprovado no âmbi-
to da Coordenadoriade Licenciamento 
Ambiental e de Proteção de Recursos Natu-
rais – CPRN, considerando-se a maior di-
versidade possível. (São Paulo, 2008, p. 3-4).
Quanto à distribuição, tem-se que es-
colher o mais adequado, considerando-se 
tipo de vegetação, solo, relevo e espécies dis-
poníveis. Assim, pode-se misturar as espé-
cies não obedecendo a um alinhamento 
predefinido.
O outro procedimento consiste no es-
tabelecimento de linhas de pioneiras e não 
pioneiras alternadas. Embora possa ser uti-
lizado em qualquer situação, é bastante 
comum nas encostas de vales, onde as li-
nhas obedecem às curvas de nível.
O plantio em módulos é realizado a 
partir de desenhos preestabelecidos que se 
repetem no campo, formados por espécies 
pioneiras e não pioneiras, obedecendo à 
proporção já descrita. Geralmente, tem-se 
um indivíduo de uma espécie não pioneira 
no centro e as demais espécies pioneiras ao 
redor.
As linhas de preenchimento e linhas 
de diversidade correspondem ao plantio de 
linhas alternadas de espécies que possuem 
crescimento vigoroso e desenvolvem copas 
frondosas e de espécies nativas que visam 
aumentar a riqueza, podendo ou não apre-
sentar características das linhas de preen-
chimento. Geralmente utilizam o espaça-
mento de três metros entre linhas e dois 
metros entre plantas; tal disposição permite 
a mecanização e é suficiente para manter a 
densidade arbórea observada em matas na-
turais. Atualmente, é o método que apre-
senta melhores resultados, principalmente 
no desenvolvimento de um estrato regene-
rativo (Figura 12.1).
Técnicas de plantio
Essa etapa depende das condições do solo e 
das atividades que precederam a recupera-
ção daquela área. O solo deve apresentar 
condições físicas, químicas e de retenção de 
água que viabilizem o desenvolvimento das 
plantas introduzidas. Tem-se também que 
executar obras de engenharia visando con-
ter os processos erosivos. Em caixas de em-
préstimo ou áreas de mineração, onde os 
horizontes superficiais foram removidos, 
muitas vezes se faz necessária a transposi-
ção de solos superficiais de outra região, 
assim como o uso de implementos agríco-
las. Fertilizantes e calcário deverão ser adi-
cionados quando necessário, a partir da 
análise prévia das características do solo. 
No entanto, a vegetação adaptada a solos 
ácidos, como o cerrado, dispensa o uso do 
calcário.
As covas, abertas manual ou mecani-
camente, devem ter no mínimo 30 cm x 30 
cm x 30 cm. Metade do volume de terra, 
após destorroadas e retiradas as touceiras 
de gramíneas, deve ser misturado com ferti-
lizantes e recolocado no fundo da cova. A 
outra metade deverá ser misturada com cal-
cário e completar o aterro da cova.
Figura 12.1
Plantio em Área de Preservação Permanente 
em Guaiçara, SP, CATI, EDR de Lins.
Foto: C. M. Mardegan.
Meio ambiente e sustentabilidade 295
Os cuidados pós-plantio envolvem o 
coroamento das mudas, impedindo a re-
brota de plantas invasoras, combate a for-
migas cortadeiras e adubação de cobertu-
ra. Periodicamente, deve-se avaliar o índice 
de mortalidade de mudas e realizar o re-
plantio, se possível com a mesma espécie 
daquela que morreu. Na Figura 12.2 tem-se 
a vegetação plantada em área de preserva-
ção permanente após um ano.
Técnicas de nucleação
A nucleação consiste em incorporar os prin-
cípios-chave da metáfora do “fluxo da natu-
reza” à prática da restauração ecológica. Visa 
formar micro-hábitats em núcleos favoráveis 
à ocorrência de vários eventos que favore-
cem a regeneração natural, tais como a che-
gada de plantas de várias formas de vida, 
proporcionando a formação de uma teia 
ecológica complexa na área. É implantada 
através de várias técnicas, sempre em núcleos 
nunca ultrapassando 5% da área, deixando 
espaços abertos para o eventual se expressar 
(Reis et al., 2006).
A transposição de galharia consiste 
no transporte de toda biomassa removida 
de um ecossistema natural onde foi autori-
zado o desmatamento, para a área onde se 
pretende recompor. Assim, parte de caules, 
raízes, folhas, além de eventuais flores, fru-
tos e sementes, são enleirados, compondo a 
técnica nucleadora inicial. Admite-se que, 
nesse transporte, toda a biota associada, tais 
como insetos, fungos, líquens, etc., que 
junto com animais buscam naquela galha-
ria abrigo ou alimento, iniciam um ecossis-
tema pioneiro. Tem-se também na decom-
posição da biomassa morta a formação de 
uma camada de húmus, que contribuirá 
para a fertilidade do solo (Reis, et al., 2006). 
Essa técnica tem apresentado resultado sa-
tisfatório em ambiente de mata ombrófila 
densa. Experiência em cerrado no municí-
pio de Bauru, desenvolvida pelo autor deste 
capítulo, apresenta resultados parciais se-
melhantes àqueles obtidos para matas.
A transposição de solo de ecossiste-
mas naturais para as áreas em recuperação 
visa transportar o banco de sementes e a 
biota edáfica lá existentes, além de incre-
mentar matéria orgânica aumentando a 
fertilidade. A rápida germinação das se-
mentes transportadas e o desenvolvimento 
das plântulas que conseguiram adaptação 
às novas condições, funcionarão como po-
leiros de aves, potenciais dispersores de se-
mentes de vegetais do entorno. Esse proces-
so, no entanto, é questionado, pois causará 
uma perturbação no ambiente de origem. A 
coletada em pequenas porções distantes 
umas das outras poderá atenuar tal proble-
ma, prevendo-se uma rápida cicatrização 
do local que cedeu esse solo. No entanto, a 
retirada de solo de áreas onde o desmata-
mento foi autorizado é recomendável.
Reis e colaboradores (2006) descre-
vem experiências com poleiros artificiais 
como estratégia para facilitar a dispersão de 
sementes por aves em florestas tropicais. 
Consistem de árvores exóticas em pé, torres 
de bambus servindo de suporte de plantas 
trepadeiras ou simplesmente um poleiro 
formado por uma vara ou tronco suportan-
FIGURA 12.2 
Vegetação plantada no município de Guaimbê, 
SP, CATI, EDR de Lins.
Foto: C. M. Mardegan.
296 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
do um travessão na porção terminal. Tal 
processo é considerado facilitador do incre-
mento de espécies nas áreas, principalmen-
te nas ornitocóricas.
Tais procedimentos podem muitas 
vezes ser associados a outros já descritos, 
como estratégias que visam aumentar a ri-
queza em espécies e, consequentemente, à 
diversidade, garantindo maior estabilidade 
dos ecossistemas em recuperação.
CHAVE PARA TOMADA DE 
DECISÃO NA RECUPERAÇÃO 
DE ÁREAS DEGRADADAS
Os procedimentos para recuperação de 
áreas degradadas devem visar sempre bus-
car maior eficiência com o mínimo de cus-
tos. A escolha dos métodos é a parte mais 
difícil e também a mais importante. Visan-
do discutir modelos para recuperação de 
áreas degradadas no ambiente ribeirinho, 
foi realizado, em 2006, no Instituto de Botâ-
nica de São Paulo, o “Workshop Sobre Re-
cuperação de Áreas Degradadas: Modelos 
Alternativos para Recuperação de Áreas 
Degradadas em Meios Ciliares no estado de 
São Paulo”. Em um dos grupos temáticos foi 
proposta uma “Chave para tomada de deci-
são na recuperação de áreas degradadas”, 
após discussão em plenária, ficou disponí-
vel no site http://www.ibot.sp.gov.br. Apre-
sentamos a seguir uma cópia dessa chave, 
extraída do site mencionado no dia 13 de 
outubro de 2009.
CHAVE PARA TOMADA DE DECISÃO NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 1
Buscando contemplar as diversas situações que possam ser encontradas diante do processo de 
recupe ração, principalmente de mata ciliar, apresenta-se uma chave que considera inúmeras 
possibilidades de aplicação dos modelos e recomendações anteriormente citadas.
Instruções para uso da chave
Para o uso desta chave, as características da área em questão devem ser consideradas. O primeiro 
item (o de número 1) apresenta duas possibilidades mutuamente exclusivas (no caso, com ou sem 
remanescentes florestais), marcados com “a” e “b”, e em cada um a chave conduz ou a uma série 
de ações possíveis ou ao envio a um novo item. Nessecaso, se a área apresenta remanescentes 
florestais isolados, são possíveis as seguintes ações: enriquecimento florístico com diversidade 
genética e/ou manejo de espécies-problema (invasoras ou superabundantes) e/ou implantação de 
zona tampão. Se, entretanto, não existe na área remanescentes florestais, a chave indica uma nova 
bifurcação (agora com o número 2) em área abandonada ou em área utilizada.
1 a. com remanescente florestal isolado (pouco/muito degradada):
1 O grau de degradação é avaliado de acordo com a fisionomia, composição e estrutura 
florestal.
 Pontos positivos: riqueza, número de estratos (inclui regenerantes), presença de epífitas.
 Pontos negativos: lianas em desequilíbrio (borda e interior) e gramíneas invasoras (borda e 
interior).
Ações possíveis
n enriquecimento florístico com diversidade genética
n manejo de espécies-problema (invasoras ou superabundantes)
n implantação de zona tampão
1 b. sem remanescente florestal ................................................................................vai para o item 2
2 a. em área abandonada ..........................................................................................vai para o item 3
Meio ambiente e sustentabilidade 297
2 b. em área utilizada .................................................................................................vai para o item 7
3 a. em solo não degradado .....................................................................................vai para o item 4
3 b. em solo degradado ............................................................................................vai para o item 6
4 a. não inundado ......................................................................................................vai para o item 5
4 b. inundado ou naturalmente mal drenado (com/sem regenerantes naturais):
Ações possíveis
n adensamento e enriquecimento florístico com diversidade genética
n plantio em área total (mudas ou semeadura)
n manejo de espécies-problema (invasoras ou superabundantes)
n implantação de zona tampão
5 a. com regenerantes naturais:
Ações possíveis
n indução e condução da regeneração
n adensamento e enriquecimento florístico com diversidade genética
n nucleação (ilhas de diversidade)
n implantação de zona tampão
5 b. sem regenerantes naturais:
Ações possíveis
n plantio em área total (mudas ou semeadura)
n nucleação (ilhas de diversidade)
n implantação de zona tampão
6 a. sem exposição de rocha: problemas físicos e/ou químicos (incl. várzeas drenadas):
Ações possíveis
n aração e/ou dragagem e/ou subsolagem
n adubação verde
n transferência de serapilheira, camada superficial do solo e banco de sementes
n plantio em área total (mudas ou semeadura)
n implantação de zona tampão
6 b. com exposição de rocha (material de origem):
Ações possíveis
n transferência de subsolo
n transferência de serapilheira, camada superficial do solo e banco de sementes
n adubação verde
n plantio em área total (mudas ou semeadura)
n implantação de zona tampão
7 a. em área de pecuária ............................................................................................vai para o item 8
7 b. em área não de pecuária ....................................................................................vai para o item 9
8 a. pastagem com regenerantes naturais:
Ações possíveis
n conservação e descompactação do solo
n indução e condução da regeneração
n adensamento e enriquecimento florístico com diversidade genética
n nucleação (ilhas de diversidade)
n implantação de zona tampão
8 b. pastagem sem regenerantes naturais:
298 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento dos processos de restaura-
ção de áreas degradadas é um processo em 
evolução. Apesar do grande avanço nas últi-
mas décadas, a complexidade ambiental e 
vegetacional do Brasil exige uma constante 
realização de experiências visando definir 
melhores estratégias de intervenção nos 
ecossistemas naturais, quer visando seu 
manejo ou restauração. No estado de São 
Paulo, o maior conhecimento ainda se con-
Ações possíveis
n conservação e descompactação do solo
n plantio em área total (mudas ou semeadura)
n nucleação (ilhas de diversidade)
n implantação de zona tampão
9 a. área de reflorestamento econômico (pinus, eucalipto, seringueira, etc.) ........vai para o item 10
9 b. área agrícola .....................................................................................................vai para o item 11
10 a. com regenerantes naturais:
Ações possíveis
n desbaste
n morte em pé da espécie econômica
n corte total
n indução e condução da regeneração
n adensamento e enriquecimento florístico com diversidade genética
n implantação de zona tampão
10 b. sem regenerantes naturais:
Ações possíveis
n corte total
n plantio em área total (mudas ou semeadura)
n nucleação (ilhas de diversidade)
n implantação de zona tampão
11 a. pouco tecnificada:
Ações possíveis
n pousio para avaliação da expressão da regeneração natural
n indução e condução da regeneração
n adensamento e enriquecimento florístico com diversidade genética
n plantio em área total (mudas ou semeadura)
n nucleação (ilhas de diversidade)
n implantação e zona tampão
11 b. altamente tecnificada:
Ações possíveis
n plantio em área total (mudas ou semeadura)
n nucleação (ilhas de diversidade)
n implantação e zona tampão
n adubação verde
Extraído de http://www.ibot.sp.gov.br/areasdegradadas (São Paulo, 2009).
Meio ambiente e sustentabilidade 299
centra na restauração de matas ombrófilas e 
estacionais. Pouco é conhecido a respeito 
dos cerrados, de modo que a recomendação 
mais segura no momento é acompanhar a 
sua regeneração natural, quando demons-
trar potencialidade para isso.
O cumprimento da legislação am-
biental, no que se refere à autorização ou 
multa pelo desmatamento, esbarra na real 
caracterização do tipo de vegetação pertur-
bada ou degradada, assim como na orienta-
ção sobre a melhor maneira de restauração.
Se os processos de manejo e restaura-
ção de áreas degradadas evoluem tecnica-
mente, espera-se que igual evolução aconte-
ça na divulgação desse conhecimento, não 
só entre os pesquisadores, mas na comuni-
dade. Nesse sentido, propostas de educação 
ambiental deverão estar associadas aos pro-
cedimentos técnicos. A participação dos pro-
prietários e de toda comunidade envolvida é 
fundamental para o sucesso dos processos de 
restauração. Tê-los como parceiros é garan-
tia de continuidade dos programas. Para 
isso, é importante também propostas de sis-
temas agroflorestais, onde se associa a pre-
servação ambiental com o mínimo de per-
das na produção agrícola ou, se possível, 
que permita um retorno econômico supe-
rior às atividades convencionais.
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