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Tecido Ósseo

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Beatriz Tavares – MD2 
 
Introdução 
O tecido ósseo é um tecido conjuntivo com 
matriz extracelular mineralizada, devido a 
deposição de cristais de hidroxiapatita que 
vai formar um tecido rígido. 
Funções 
Tem função de suporte para os tecidos moles 
e também apoio para os músculos 
esqueléticos 
Função de proteção de órgãos vitais, como 
acontece na caixa torácica e na caixa 
craniana 
E é um tecido de depósito de cálcio e fosfato 
que é armazenado e pode ser liberado de 
forma controla de acordo com as 
necessidades do organismo. 
Componentes 
O tecido ósseo é constituído de células e 
matriz extracelular calcificada (matriz óssea) 
e também tem um revestimento de tecido 
conjuntivo chamado de periósteo e um 
revestimento interno chamado de endósteo. 
Células 
 Osteoprogenitoras 
São células derivadas das células tronco 
mesenquimatosas. 
Tem o potencial de se diferenciar em vários 
tipos de células, como fibroblastos, 
adipócitos, condrócitos etc. 
Mas em geral elas são origem aos 
osteoblastos, isso acontece por estimulo de 
IGF-1 e IGF-2 que vão levar à proliferação 
dessas células osteoprogenitoras e à 
diferenciação em osteoblastos. 
Geralmente são células planas com núcleo 
alongado e que aparecem nas superfícies 
externa e interna dos ossos. 
São células de repouso, elas basicamente 
ficam aguardando algum estímulo que leve a 
diferenciação. 
 Osteoblastos 
Eles sintetizam a parte orgânica da matriz 
óssea, basicamente o colágeno tipo I e as 
proteínas não colágenas. Dentro dessas 
proteínas não colágenas tem duas que são 
mais importantes: 
- Osteonectina: é uma proteína multi adesiva 
e tem a função de ligar o colágeno com o 
cálcio. 
- Osteocalcina: é uma proteína dependente 
de proteína K e tem a função de pegar o 
cálcio que está na circulação e estimular os 
osteoblastos. 
Os osteoblastos têm uma atividade sintética 
que pode estar em dois momentos: 
1. Atividade sintética intensa: nesse 
momento ele se manifesta como uma 
célula cuboide com citoplasma 
basófilo. 
2. Atividade sintética reduzida: se 
manifesta como uma célula achatada 
com menor basofilia 
 Osteócitos 
São células achatadas com pouco retículo 
endoplasmático rugoso, possuem um 
Complexo de Golgi pouco desenvolvido e 
tem um núcleo com cromatina condensada 
São células responsáveis por manter a matriz 
óssea 
Respondem às forças mecânicas que são 
aplicadas no osso. Quando se tem uma força 
que leva essa célula começar a produção 
elas começam a ter um pouco mais de RER 
e etc. 
Eles estão localizados dentro das lacunas da 
matriz óssea ou seja, eles estão 
completamente circundados por matriz 
óssea. 
E conectando uma lacuna com a outra 
existem pequenos túneis que são 
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denominados canalículos, dentro deles vão 
ser permitidos a nutrição dos osteócitos. 
 Osteoclastos 
São células gigantes multinucleadas e 
móveis. 
O citoplasma dessa célula é granuloso com 
vacúolos. 
 Jovem: citoplasma basófilo (roxo) 
 Maduro: citoplasma acidófilo (rosa) 
Eles derivam de precursores 
mononucleados, então eles se originam da 
fusão de células hematopoiéticas 
mononucleares logo eles pertencem ao 
sistema fagocitário mononuclear. 
 
 
Matriz Óssea 
A matriz óssea é dividida em duas partes: 
parte orgânica e parte inorgânica 
Matriz orgânica 
É composta proncipalmente por colágeno 
tipo I, cerca de 90% do peso total das 
proteínas da matriz é colágeno tipo I. 
Além dos colágenos que se tem também 
proteínas não colágenas. Essas proteínas 
não colágenas vão constituir a substancia 
fundamental do osso. 
Como proteínas não colágenas se tem: 
Proteoglicanos e glicosaminoglicanos 
Gliproteínas multiadesivas (osteonectina) 
Proteínas dependentes de vitamina K específicas 
do osso 
Fatores de crescimento e citocinas. 
 
Matriz Inorgânica 
É composta basicamente por íons fosfato e 
cálcio, que vão formar cristais de 
hidroxiapatita. 
Na superfície desses cristais se tem íons que 
são hidratados, ou seja, ao redor dos cristais 
de hidroxiapatita tem uma capa de 
hidratação. Essa capa facilita a troca de íons 
entre o cristal e o líquido intersticial. 
A associação de cálcio com o colágeno é o 
que torna os ossos rígidos e resistentes. 
Revestimento de Tecido Conjuntivo 
As células de revestimento geralmente são 
achatadas com pouco citoplasma, elas são 
derivadas dos osteoblastos 
Elas são chamadas de Endosteais (quando 
revestem a superfície interna do osso) X 
Periosteais (revestem a superfície externa do 
osso) 
Endósteo: superfície interna 
Se encontram células osteoprogenitoras 
Periósteo: superfície externa 
Se tem células osteoprogenitoras, tecido 
conjuntivo denso fibroso, que são fibras 
colágenas que estão dispostas de forma 
paralela à superfície do osso, formando uma 
cápsula. 
E onde se tem a região de inserção de 
ligamentos e tendões no osso essas fibras 
colágenas vão se inserir de forma obliqua ou 
em ângulo reto com o osso de forma a serem 
contínuas com as fibras colágenas da matriz 
óssea, isso são das fibras de Sharpey. 
Funções 
Nutrição do tecido ósseo, permite a entrada 
de nutrientes. 
Fornecimento de novos osteoblastos. 
 
 
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Tipos de Tecido Ósseo 
Classificação 
- Aspecto Estrutural (macroscópico) 
 Osso compacto 
Fica mais na periferia, é chamado também 
de osso cortical. 
Ele não tem cavidade visíveis e basicamente 
recobre toda os ossos do corpo. 
 Osso esponjoso 
É chamado também de osso trabecular, por 
possui trabéculas (formadas de matriz óssea) 
Essas trabéculas são cavidade que se 
intercomunicam. Dentro dessas cavidades 
está a medula óssea. 
 
- Formato 
 Ossos longos 
São divididos em diáfise, que contém uma 
cavidade onde se encontra a medula óssea e 
essa cavidade e sempre recoberta por um 
osso compacto 
Eles possuem também duas epífises, estão 
nas periferias e são as regiões que fazem a 
articulação com outros ósseos. Tem nas 
suas pontas a superfície articular que 
geralmente é recoberta por uma cartilagem 
hialina. 
 
 Ossos curtos 
São ossos que possuem comprimento e 
diâmetro iguais, como por exemplo os ossos 
do carpo 
 Ossos planos 
São ossos finos, semelhantes a uma placa, 
como por exemplo o esterno e ossos do 
crânio. Geralmente os ossos planos são 
compostos por duas camadas de osso 
compacto e no meio tem uma camada bem 
fina de osso esponjoso 
 Ossos irregulares 
São ossos com formato complexo, como por 
exemplo as vertebras. Ou são ossos que tem 
espaço aéreo no interior, como os ossos do 
seio da face. 
Constituição Histológica 
 Tecido ósseo primário 
É o tipo de tecido ósseo que aprece no 
começo do desenvolvimento fetal ou em uma 
reparação de uma fratura. 
Ele possui uma maior proporção de 
osteócitos 
Possui uma menor quantidade de minerais, 
então ele possui uma maior quantidade 
substância fundamental por isso ele se cora 
mais facilmente pela hematoxilina. 
Possui fibras colágenas dispostas sem 
organização definida. 
Em adultos, também se encontra esse tipo 
de tecido na sutura dos ossos do crânio, nos 
alvéolos dentários (é isso que permite que se 
use aparelho ortodôntico), e nos pontos de 
inserção dos tendões. 
 Tecido ósseo secundário 
Se tem uma maior deposição mineral, e 
fibras colágenas organizadas no Sistema de 
Havers ou pode ser chamado de ósteo 
Ósteo é um cilindro que contém de 4 a 20 
lamelas concêntricas de matriz óssea e que 
circundam um canal central chamado de 
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canal de Havers, que e revestido por 
endosteo. 
Nesse canal central se encontram também 
vasos e nervo. 
Cada lamela tem fibras colágenas que estão 
orientas de forma perpendicular às fibras da 
lamela seguinte, por isso e tao fácil de 
identificar as lamelas. 
Os osteócitos estão presos dentro da matriz, 
estão localizados em lacunas entre as 
lamelas.Essa organização se vê principalmente em 
ossos compactos. 
Os canais de Havers se comunicam entre si 
e se comunicam com a cavidade medular por 
meio dos canais de Volkmann (canais 
transversais). 
Inervação e Vascularização Óssea 
Os ossos são ricamente supridos por sangue 
e os vasos sanguíneos chegam aos ossos a 
partir do periósteo. 
As artérias periosteais, que são pequenas 
artérias acompanhadas por nervos, penetram 
na diáfise através de muitos canais 
perfurantes (Volkmann) e suprem o periósteo 
e a parte externa do osso compacto 
Próximo ao centro da diáfise, uma grande 
artéria nutrícia passa através de um orifício 
no osso compacto chamado forame 
nutrício. Ao entrar na cavidade medular, a 
artéria nutrícia se divide em ramo distal e 
ramo proximal, os quais vão cursar no 
sentido de cada extremidade do osso. Esses 
ramos suprem tanto a parte interna do tecido 
ósseo compacto da diáfise quanto o tecido 
ósseo esponjoso e a medula óssea vermelha 
As extremidades dos ossos longos são 
supridas pelas artérias metafisárias e 
epifisiais. As artérias metafisiais entram na 
metáfise de um osso longo e, junto com a 
artéria nutrícia, suprem a medula óssea 
vermelha e o tecido ósseo da metáfise. As 
artérias epifisiais penetram nas epífises do 
osso longo e suprem a medula óssea 
vermelha e o tecido ósseo da epífise 
As veias que recolhem o sangue dos ossos 
longos são: veias nutrícias, veias epifisiais, 
veias metafisiais e pequenas veias 
periosteais. 
Os nervos acompanham os vasos 
sanguíneos que suprem os ossos. 
O periósteo é rico em nervos sensitivos, 
alguns deles transmitindo sensações de dor. 
Esses nervos são especialmente sensíveis a 
laceração ou tensão, o que explica a forte dor 
resultante de uma fratura ou tumor ósseo. 
Pela mesma razão, existe um pouco de dor 
associada à biopsia de medula óssea. Nesse 
procedimento, uma agulha é introduzida no 
osso com objetivo de retirar uma amostra de 
medula óssea vermelha para examinar 
condições como leucemias por exemplo. 
Conforme a agulha vai penetrando no 
periósteo, a dor é referida. Ao se ultrapassar 
o periósteo, a dor se torna mais branda. 
 
 
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Remodelação Óssea 
Assim como a pele, os ossos se formam 
antes do nascimento, porém se renovam de 
maneira contínua depois disso. Remodelação 
óssea é a substituição contínua do tecido 
ósseo antigo por tecido ósseo novo. 
Esse processo envolve reabsorção óssea, 
que consiste na remoção de minerais e fibras 
de colágeno do osso pelos osteoclastos, e 
deposição óssea, que é a adição de 
minerais e fibras de colágeno ao osso pelos 
osteoblastos. Dessa maneira, a reabsorção 
óssea resulta em destruição de matriz 
extracelular óssea, enquanto a deposição 
óssea ocasiona formação de matriz 
extracelular óssea. 
A remodelação também ocorre em 
velocidades distintas nas diferentes regiões 
do corpo. A porção distal do fêmur é 
substituída a cada 4 meses 
aproximadamente. Em contraste, o osso em 
determinadas áreas da diáfise do fêmur não 
é substituído por completo durante toda a 
vida do indivíduo. 
A remodelação também remove osso 
lesionado, substituindo-o por tecido ósseo 
novo. 
A remodelação pode ser influenciada por 
fatores como exercício, estilo de vida 
sedentário e alterações na dieta. Uma vez 
que a resistência do osso está relacionada 
ao grau de tensão a que é submetido, se o 
osso recém formado for submetido a cargas 
intensas, ele cresce mais espesso e, 
portanto, mais resistente que o osso antigo. 
Durante o processo de reabsorção óssea, um 
osteoclasto se fixa à superfície óssea no 
endósteo ou periósteo e forma uma vedação 
impermeável nas margens da sua borda 
pregueada. 
Em seguida, libera enzimas lisossômicas que 
digerem proteína e vários ácidos na bolsa 
selada. As enzimas digerem fibras de 
colágeno e outras substâncias orgânicas 
enquanto os ácidos dissolvem os minerais 
ósseos. 
Trabalhando juntos, diversos osteoclastos 
cavam um pequeno túnel no osso antigo, que 
é a cavidade de reabsorção. E ocupam esse 
túnel vasos sanguíneos e tecido conjuntivo. 
Uma vez que uma pequena área de osso foi 
reabsorvida, os osteoclastos saem de cena e 
os osteoblastos chegam para reconstruir o 
osso naquela área com a deposição de 
matriz osteóide e progressiva mineralização 
dessa matriz dando origem a matriz óssea. 
Mineralização: é um evento extracelular 
porem é regulado por células. Para que ele 
aconteça precisa primeiro da ligação do 
cálcio extracelular pela osteocalcina. 
Com isso vai ter uma concentração elevada 
desse íon que vai estimular a secreção de 
fosfatase alcalina pelos osteoblastos. Isso vai 
fazer com que se tenha elevadas 
concentrações de cálcio e fosfato. 
Em seguida nos osteoblastos se tem 
exocitose de vesículas levando a deposição 
de cristais de hidroxiapatita nessa matriz que 
inicialmente era orgânica. 
Ossificação 
O processo pelo qual o osso se forma é 
chamado ossificação ou osteogênese. A 
formação óssea ocorre em quatro situações 
principais: (1) na formação inicial dos ossos 
no embrião e feto, (2) no crescimento dos 
ossos durante a infância e adolescência até 
chegar ao tamanho adulto, (3) na 
remodelação do osso (substituição de tecido 
ósseo velho por novo ao longo da vida) e (4) 
no reparo de fraturas que acontecem ao 
longo da vida. 
Formação óssea inicial no embrião e no feto 
A formação óssea segue um de dois 
padrões. Os dois padrões de formação 
óssea, que envolvem a substituição de um 
tecido conjuntivo preexistente por osso, não 
produzem diferenças na estrutura dos ossos 
maduros, e são simplesmente métodos 
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diferentes de desenvolvimento ósseo. No 
primeiro tipo de ossificação, chamado 
ossificação intramembranosa, o osso se 
forma diretamente dentro do mesênquima. 
No segundo tipo, ossificação endocondral, 
o osso se forma dentro da cartilagem hialina 
que se desenvolve a partir do mesênquima. 
 Ossificação intramembranosa 
A ossificação intramembranosa é o mais 
simples dos dois métodos de formação 
óssea. Os ossos planos do crânio, a maioria 
dos ossos faciais, a mandíbula etc são 
formados dessa maneira. Além disso, as 
moleiras que ajudam o crânio fetal a passar 
pelo canal vaginal endurecem posteriormente 
à medida que vão sofrendo ossificação 
intramembranosa, que ocorre da seguinte 
maneira: 
1. Desenvolvimento do centro de 
ossificação: No local em que o osso 
vai se desenvolver, mensagens 
químicas específicas fazem com que 
as células do mesênquima se 
agrupem e se diferenciem, 
primeiramente em células 
osteogênicas e, depois, em 
osteoblastos. O local dessa 
aglomeração é chamado centro de 
ossificação. Os osteoblastos secretam 
a matriz extracelular orgânica do osso 
até ficarem circundados por ela. 
2. Calcificação: Em seguida, a secreção 
de matriz extracelular cessa e as 
células, agora chamadas osteócitos, 
se encontram nas lacunas e estendem 
seus processos citoplasmáticos 
estreitos pelos canalículos que 
irradiam para todas as direções. Em 
poucos dias, cálcio e outros sais 
minerais são depositados e a matriz 
extracelular endurece ou calcifica 
(calcificação). 
3. Formação das trabéculas: conforme a 
matriz extracelular óssea vai se 
formando, ela se desenvolve em 
trabéculas que se fundem umas com 
as outras para formar osso esponjoso 
ao redor da rede de vasos sanguíneos 
no tecido. 
4. Desenvolvimento do periósteo: Junto 
com a formação das trabéculas, o 
mesênquima se condensa na periferia 
do osso e se transforma em periósteo. 
Por fim, uma fina camada de osso 
compacto substitui as camadas 
superficiais do osso esponjoso, porém 
o osso esponjoso permanece no 
centro. 
 
 Ossificação endocondral 
A substituição da cartilagem por osso é 
chamada ossificação endocondral. Embora a 
maioria dos ossos do corpo seja formada 
dessa maneira, oprocesso é observado 
melhor no osso longo, ocorrendo da seguinte 
maneira: 
1. Desenvolvimento do modelo de 
cartilagem: No local onde o osso será 
formado, mensagens químicas 
específicas fazem com que células no 
mesênquima se aglomerem no 
formato do futuro osso e, em seguida, 
se desenvolvam em condroblastos. Os 
condroblastos secretam matriz 
extracelular cartilaginosa, produzindo 
um modelo de cartilagem que consiste 
em cartilagem hialina. Uma cobertura 
chamada pericôndrio se desenvolve 
em torno do modelo de cartilagem. 
2. Crescimento do modelo de cartilagem: 
Quando os condroblastos se 
encontram profundamente imersos na 
matriz extracelular cartilaginosa, eles 
passam a ser chamados condrócitos. 
Com o crescimento do modelo de 
cartilagem, os condrócitos na sua 
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região média hipertrofiam e a matriz 
extracelular cartilaginosa circundante 
começa a calcificar. 
3. Desenvolvimento do centro de 
ossificação primário: a ossificação 
primária ocorre para dentro, a partir da 
superfície externa do osso. Uma 
artéria nutrícia penetra no pericôndrio 
e no modelo de cartilagem em 
calcificação por um forame nutrício, 
estimulando as células 
osteoprogenitoras no pericôndrio a se 
diferenciarem em osteoblastos. Uma 
vez que o pericôndrio começa a 
formar osso, passa a ser chamado 
periósteo. Em seguida, os 
osteoblastos começam a depositar 
matriz extracelular óssea sobre os 
remanescentes da cartilagem 
calcificada, formando trabéculas de 
osso esponjoso. 
4. Desenvolvimento da cavidade 
medular: Enquanto o centro de 
ossificação primário cresce em sentido 
às extremidades ósseas, os 
osteoclastos degradam parte das 
recémformadas trabéculas de osso 
esponjoso. Essa atividade deixa na 
diáfise uma cavidade, a cavidade 
medular. 
5. Desenvolvimento dos centros de 
ossificação secundários. Quando 
ramos da artéria epifisial penetram na 
epífise, são desenvolvidos centros de 
ossificação secundários, em geral 
próximo ao momento do nascimento. 
A formação óssea é similar àquela que 
ocorre nos centros de ossificação 
primários. Entretanto, nos centros de 
ossificação secundários, o osso 
esponjoso permanece no interior das 
epífises (não ocorre formação de 
cavidades medulares). 
6. Formação da cartilagem articular e da 
lâmina epifisial (de crescimento): A 
cartilagem hialina que reveste as 
epífises se torna a cartilagem articular. 
Antes da idade adulta, a cartilagem 
hialina permanece entre a diáfise e as 
epífises como lâmina epifisial (de 
crescimento), região responsável pelo 
crescimento em comprimento dos 
ossos longos. 
 
Crescimento Ósseo durante a infância e 
adolescência 
Durante a infância e a adolescência, a 
espessura dos ossos por todo o corpo 
aumenta por crescimento por aposição e o 
comprimento dos ossos longos por meio da 
adição de material ósseo no lado diafisário 
da lâmina epifisial por crescimento 
intersticial. 
 Crescimento em comprimento 
Para entender como o comprimento de um 
osso cresce, é preciso conhecer alguns 
detalhes da estrutura da lâmina epifisial. A 
lâmina epifisial (de crescimento) é uma 
camada de cartilagem hialina na metáfise de 
um osso em crescimento que consiste em 
quatro zonas: 
1. Zona de cartilagem em repouso: é a 
camada mais próxima da epífise que 
consiste em pequenos condrócitos 
espalhados. O termo “repouso” é 
usado porque as células não atuam no 
crescimento ósseo. Em lugar disso, 
elas prendem a lâmina epifisial à 
epífise do osso. 
2. Zona de cartilagem em proliferação: 
Os condrócitos discretamente maiores 
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nessa zona estão distribuídos como 
pilhas de moedas. 
3. Zona de cartilagem hipertrófica: Essa 
camada consiste em condrócitos 
grandes em amadurecimento 
distribuídos em colunas. 
4. Zona de cartilagem calcificada: A zona 
final da lâmina epifisial tem a 
espessura de algumas células apenas 
e consiste, principalmente, em 
condrócitos mortos, pois a matriz 
extracelular circunjacente calcificou. 
 
A atividade da lâmina epifisial é a única 
maneira pela qual a diáfise consegue crescer 
em comprimento. Conforme o osso cresce, 
condrócitos proliferam no lado epifisário da 
lâmina. Novos condrócitos substituem os 
antigos, os quais são destruídos por 
calcificação. Assim, a cartilagem é 
substituída por osso no lado diafisário da 
lâmina. Dessa maneira, a espessura da 
lâmina epifisial permanece relativamente 
constante, porém o osso no lado diafisário 
cresce em comprimento. 
Se uma fratura óssea danifica a lâmina 
epifisial, o osso fraturado pode ficar mais 
curto que o normal ao chegar à estatura 
adulta. Isso porque o dano à cartilagem, que 
é avascular, acelera a ossificação da lâmina 
epifisial devido à interrupção da divisão das 
células de cartilagem, inibindo, desse modo, 
o crescimento em comprimento do osso. 
Quando a adolescência chega ao fim (por 
volta dos 18 anos nas meninas e 21 nos 
meninos), as lâminas epifisiais se ossificam; 
isto é, as células da cartilagem epifisial 
param de se dividir e osso substitui toda a 
cartilagem restante. A lâmina epifisial 
desaparece, deixando uma estrutura óssea 
chamada linha epifisial. Com o surgimento da 
linha epifisial, o crescimento ósseo em 
comprimento cessa por completo. 
 Crescimento em espessura 
Assim como a cartilagem, a espessura 
(diâmetro) do osso pode aumentar apenas por 
crescimento por aposição. 
1. Na superfície óssea, células 
periosteais se diferenciam em 
osteoblastos, que secretam fibras 
colágenas e outras moléculas 
orgânicas que formam matriz 
extracelular óssea. Os osteoblastos 
ficam rodeados por matriz extracelular 
e passam a ser osteócitos. Esse 
processo forma elevações ósseas nos 
dois lados de um vaso sanguíneo 
periosteal. As elevações lentamente 
crescem e criam um sulco para o vaso 
sanguíneo periosteal. 
2. Por fim, as elevações se dobram e se 
fundem, e o sulco se torna um túnel 
que encerra o vaso sanguíneo. Agora, 
o periósteo anterior é o endósteo que 
reveste o túnel. 
3. Os osteoblastos no endósteo 
depositam matriz extracelular óssea, 
formando novas lamelas concêntricas. 
Dessa maneira, o túnel se completa e 
um novo ósteon é criado. 
4. Ao mesmo tempo que o ósteon está 
sendo formado, os osteoblastos 
debaixo do periósteo depositam novas 
lamelas circunferenciais, aumentando 
ainda mais a espessura do osso. Com 
mais vasos sanguíneos periosteais 
sendo encerrados como na etapa 1, o 
processo de crescimento continua. 
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Fatores que afetam o crescimento e a 
remodelação óssea 
O metabolismo ósseo normal – 
crescimento no jovem e remodelação 
óssea no adulto – depende de vários 
fatores, como a ingestão por meio de 
dieta adequada de minerais e vitaminas, 
além de níveis suficientes de vários 
hormônios. 
1. Minerais: grandes quantidades de 
cálcio e fósforo são necessárias 
durante o crescimento dos ossos, 
assim como quantidades menores de 
magnésio, fluoreto e manganês. Esses 
minerais também são necessários 
durante a remodelação óssea. 
2. Vitaminas: a vitamina A estimula a 
atividade dos osteoblastos. A vitamina 
C é necessária para a síntese de 
colágeno que é a principal proteína 
óssea. A vitamina D ajuda a 
construir osso aumentando a 
absorção do cálcio proveniente dos 
alimentos do trato gastrintestinal 
para o sangue. As vitaminas K e 
B12 também são necessárias para a 
síntese de proteínas ósseas. 
3. Hormônios: durante a infância, os 
hormônios mais importantes para o 
crescimento ósseo são os fatores de 
crescimento insulinasímiles (IGFs), 
produzidos pelo fígado e tecido ósseo. 
Os IGFs estimulam os osteoblastos, 
promovem a divisão celular na lâmina 
epifisial e no periósteo e intensificam a 
síntese das proteínas necessárias 
para construir osso novo. 
Os hormônios da tireoide (T3 e T4) 
secretados pela glândula tireoidetambém provocam o crescimento 
ósseo por estimulação dos 
osteoblastos. Além disso, o hormônio 
insulina do pâncreas promove o 
crescimento ósseo pelo aumento da 
síntese de proteínas ósseas. 
Na puberdade, a secreção de hormônios 
conhecidos como hormônios sexuais 
causa um efeito profundo sobre o 
crescimento ósseo. Os hormônios sexuais 
englobam os estrogênios (produzidos 
pelos ovários) e androgênios como a 
testosterona (produzido pelos testículos). 
Esses hormônios são responsáveis pela 
intensificação da atividade dos 
osteoblastos, pela síntese de matriz 
extracelular óssea e pelo “estirão de 
crescimento” que ocorre durante a 
adolescência. 
Por fim, os hormônios sexuais, sobretudo 
os estrogênios nos dois sexos, cessam o 
crescimento nas lâminas epifisiais (de 
crescimento), interrompendo o 
alongamento dos ossos. Em geral, o 
crescimento em comprimento dos ossos 
termina mais cedo nas mulheres do que 
nos homes devido aos níveis mais 
elevados de estrogênios. 
Durante a idade adulta, os hormônios 
sexuais contribuem para a remodelação 
óssea retardando a reabsorção de osso 
antigo e promovendo o depósito de osso 
novo. A apoptose (morte programada) 
dos osteoclastos é uma maneira pela qual 
os estrogênios retardam a reabsorção. 
Exercício e tecido ósseo 
Dentro de um certo limite, o tecido ósseo 
possui a capacidade de alterar sua 
resistência em resposta a alterações de 
estresse mecânico. 
Quando submetido à tensão, o tecido 
ósseo se torna mais forte pelo aumento 
da deposição de sais minerais e da 
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produção de fibras de colágeno pelos 
osteoblastos. 
Os principais estresses mecânicos 
aplicados ao osso são aqueles que 
resultam da contração dos músculos 
esqueléticos e da gravidade. Se uma 
pessoa se encontra acamada ou 
engessada em decorrência de uma 
fratura óssea, a resistência do osso não 
submetido à tensão diminui devido à 
perda de minerais ósseos e à redução da 
quantidade de fibras de colágeno. 
Em contraste, os ossos de atletas, que 
são altamente e repetidamente 
submetidos à tensão, se tornam bem 
mais espessos e mais fortes do que 
aqueles de não atletas. 
Atividades de sustentação de peso, como 
caminhadas ou levantamento de peso 
moderado, ajudam a formar e reter massa 
óssea. Adolescentes e adultos jovens 
devem praticar exercícios regulares de 
sustentação do peso antes do 
fechamento das lâminas epifisiais para 
ajudar na formação da massa total antes 
da redução inevitável com o 
envelhecimento.

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