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Espírito e sentido do art 27 LINDB

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Espírito e sentido do art 27 LINDB
Foi além do princípio geral do 927, pú. Com o direito material concretizado podem ser reexaminados os atos e fatos processuais para se identificar a eventual ocorrência de efeitos negativos ou positivos gerados e que sejam injustos ou dissociados do direito material concretizado. Ou seja, a própria decisão do processo resolve sobre as compensações devidas em função dos atos e fatos do processo.
Paragrafo 1º - traz requisitos da decisão de compensação:
· Motivação – Já natural em qualquer decisão processual.
· Oitiva prévia das partes sobre cabimento, forma e valor (Assegura o contraditório)
Note-se que não há obrigatoriedade da forma que a compensação será realizada (em dinheiro ou obrigação)
Outra questão importante é que não há como se exigir que os pedidos de compensação sejam elaborados previamente, uma vez que são fatos supervenientes (como por exemplo a persistência no tempo de medida cautelar que sequer deveria ter sido concedida)
Parágrafo 2º Inspirado na ideia de negócio jurídico processual (190 CPC que fala da autocomposição das partes) e autoriza de forma expressa o neg ju na seara não judicial – isto é= administrativa e controladora (para fins de prevenir ou regular a compensação por prejuízos ou benefícios do processo)
Em resumo, o artigo 27 respeita o direito subjetivo ao processo garantido inclusive na CF, mas desestimula que os sujeitos se aproveitem de oportunidades processuais para tirar vantagens não reconhecidas pelo direito material, ou para prejudicar terceiros por ele protegidos. Isso inclui as autoridades administrativas e de controle que devem incentivar a instauração responsável de processos.
	Note-se que embora a redação diga que a decisão poderá impor, não se trata de mera competência discricionária pois estão em jogo direitos *sejam individuais ou coletivos) à reparação de danos. Então, mais do que um poder é um dever de determinar a compensação. A palavra poderá foi usada apenas por conta da incerteza quanto à constatação dos pressupostos em que eles estiverem configurados. Então obter a compensação será um direito e impô-la será um dever da autoridade.
Âmbitos objetivo e subjetivo de incidenica da lindb e seus refletos na app do art 27
Os artigos 20 a 30 da LINDB têm como âmbito de incidência situações envolvendo normas dos ramos do direito público sob a tutela primária da Administração Pública como um todo e não normas de direito administrativo em sentido estrito. A ementa da Lei nº 13.655/18 fala expressamente que se trata de disposições sobre segurança jurídica e eficiência na criação e aplicação do direito público”. 
	Ou seja, os preceitos abarcam situações de criação e aplicação do direito público cuja tutela tenha como centro as autoridades administrativas, embora sob a fiscalização e com a participação de controladores externos e juízes. Isso exclui o direito penal, cuja aplicação primária é judicial, e não administrativa, ainda que existam autoridades policiais e penitenciárias que são vinculadas à Administração Pública.
São igualmente vinculados:
· órgãos autônomos de controle (Ministério Público, tribunais de contas, ...)
· Poder Legislativo ao atua como controlador (art.71 parágrafo 1º CF/88; condução de comissões parlamentares de inquérito, ...)
· Poder Judiciário quando a lide envolver questões de direito público sob a tutela primária da Administração. Aqui também se incluem os tribunais arbitrais, disciplinados pela Lei nº 9.307/96.
Ou seja, o artigo 27 não traz uma novidade ao fixar hipóteses de compensação no âmbito dos processos civis, mas expande essas possibilidades por conta da sua incidência nos diversos tipos de processos.
VI. PROCESSOS JUDICIAIS
 Nesse ponto, o artigo 27 não se aplica quanto à responsabilidade civil do Estado-juiz, nem quanto à responsabilidade pessoal dos juízes e demais agentes do judiciário. Para esses casos já há regulação dos artigos 143, 155, 158, 161 e 164 do CPC e na LC nº 35/1979. O dispositivo não tem a intenção de revogar essas normas.
	No entanto, as externalidades, diferentemente da compensação do vencedor, não estavam cobertas pela legislação mencionada. O novo artigo regula a correção dessas externalidades viabilizando sua compensação a partir de provas da ocorrência de prejuízos anormais ou injustos ou de benefícios indevidos. Ele se soma à legislação processual civil sobre a sucumbência, responsabilidade por danos processuais e por prejuízos, ampliando a proteção existente.
P.14 
” Processos estatais de todas as esferas envolvem atividade de risco para os direitos dos envolvidos e não devem servir como instrumento anômalo para obtenção de vantagens indevidas, nem para imposição de prejuízos anormais ou injustos.”
Questionamentos: Sham litigation – Vantagens concorrenciais indevidas por conta do manejo estratégico de processos – A parte se vale de seu direito de ação/petição não com objetivo de satisfazer um direito material, mas de criar custos para que empresas concorrentes acessem ou se mantenham no mercado. (Abuso de direito)

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