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Resenha Crítica Processo do Trabalho

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE DIREITO
Resenha Crítica de Caso 
Direito Processual do Trabalho I
 		 	
xx
2020
A COMPROVAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS
REFERÊNCIA: ÉLLISON MIESSA DIDIER JR., FREDIE; OLIVEIRA, RAFAEL ALEXANDRIA DE.BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA.6. ED. SALVADOR: EDITORA JUSPODIVM, 2016. P. 68.[2]POR COERÊNCIA LÓGICA TAMBÉM APLICÁVEL AO EMPREGADOR PESSOA FÍSICA, JÁ QUE A HIPERSUFICIÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO É ENCONTRADA, COMO REGRA, NO ENTE COLETIVO, OU SEJA, SOB O ÂNGULO DO EMPREGADOR NO SINDICATO PATRONALE NAS EMPRESAS.[3]MIESSA, ÉLISSON; CORREIA, HENRIQUE.SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TST COMENTADAS E ORGANIZADASPOR ASSUNTO.7. ED. SALVADOR: EDITORA JUSPODIVM, 2016. P. 978.[4].TST-E-ED-RR-175900-14.2009.5.09.0678, SBDI-I, REL. MIN. DELAÍDE MIRANDA ARANTES, RED. P/ ACÓRDÃO MIN. RENATO DE LACERDA PAIVA, 14.11.2013 (INFORMATIVO Nº 66 DO TST).
GRATUIDADE É DIREITO DE TODOS, DESDE QUE HAJA COMPROVAÇÃO.
A resenha irá questionar sobre a necessidade da comprovação da insuficiência de recursos pelo beneficiário da justiça gratuita.
Toma-se conhecimento que desde 1950, com a criação da Lei nº 1.060, que regulamentou o benefício da justiça gratuita houve uma certa preocupação em conceder o benefício e a necessidade de estabelecer critérios para a comprovação da parte que almeja tal gratuidade.
Verifica-se que antigamente era um pouco mais burocrático, tendo em vista que, deveria vir na petição inicial seus rendimentos e de sua família, além de um atestado de que a pessoa não tenha condições financeiras de arcar com as custas do processo, atestado este que gerava outro transtorno para sua emissão, ou seja, mais burocracia, porque ou ‘’Era expedido ou pela autoridade policial ou pelo prefeito municipal’’.
Observa-se que com o passar dos anos, novos dispositivos de leis foram criados, e as coisas foram melhorando em favor do hipossuficiente, com relação a esse tipo de comprovação. Onde no ano de 1986, com a chegada da lei nº 7.510, bastava uma simples declaração para que tal gratuidade lhe fora concedida, pois existia a presunção da veracidade.
Contudo, em 1988 tivemos um retrocesso com a promulgação da Constituição Federal, que de qualquer forma foram dado duas opções de comprovação: a ‘’simples declaração de insuficiência de recursos ou recebimento de salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal’’. Com a chegada da nova Constituição Federal e especificamente nos termos do Art 5º inciso XXXV e LXXIV, acaba abrindo um leque maior, dando um entendimento tanto na doutrina quanto na jurisprudência de que agora pessoas jurídicas também, teriam acesso à justiça de forma gratuita, claro que preenchendo alguns requisitos e comprovando com toda documentação exigida nos termos da lei. 
Nos dias atuais, com a reforma trabalhista lei 13.467/17, essa abrangência, na concessão da gratuidade de justiça nos leva a um entendimento simples que diz no ‘’§4º do Art 790 da CLT, o benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo’’, ou seja, a Justiça continuará acessível sem custos.
Porém um fator negativo com a reforma trabalhista lei 13.467/17, é que se o autor beneficiário da justiça gratuita, faltar a audiência inicial, e o processo arquivado der perda a ação ele será condenado a pagar as custas processuais, caso não pague, ficará impedido de entrar com uma nova ação; outra situação é condenação em honorários de sucumbência, mesmo que para beneficiários da justiça gratuita, caso o autor perca uma ação de qualquer natureza.
Cabe ressaltar que o Juiz poderá indeferir a gratuidade de justiça se não constarem nos autos, requisitos ou pressupostos legais para tal concessão, porém, caso isso ocorra ele irá informar a parte que comprove a referida documentação. Segundo entendimento do STJ, o juiz nunca poderá indeferir a justiça gratuita, sem antes dar a oportunidade da parte comprovar sua necessidade.
Em virtude dos fatos mencionados, entende-se que o Legislador sempre mostrou preocupação com relação a gratuidade de justiça, para as pessoas de menor poder aquisitivo, chamados hipossuficientes, sendo estas, a parte mais fraca da relação de trabalho, por exemplo. Após a Constituição Federal de 1988, foi possível que pessoas jurídicas, desde que preenchendo todos os dispositivos legais, também tivessem o acesso à justiça gratuita, onde tiveram avanços e retrocessos relacionados a esta gratuidade. Porém, foi possível perceber que com a chegada da reforma trabalhista lei 13.467/17, as coisas estreitaram um pouco mais, para os hipossuficientes. Isso porque essa condenação em honorários de sucumbência acaba afastando os hipossuficientes da justiça, pois muitos têm receio de perder uma ação e serem condenados a pagar um determinado valor, que irá fazer falta para o próprio sustento e de sua família, a insuficiência de recursos, vai muito além do que o legislador imagina, por isso, o mesmo deveria repensar com mais humanidade cada caso.

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