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TRABALHO 14B4 ECONOMIA

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THIAGO MARTINHÃO
R.A: B71EHC- 5
“TRABALHO” 14B4 A relação entre o direito e a
economia
A relação entre o direito e a economia
A Economia centra-se na análise da alocação de recursos e no emprego destes de modo
mais eficiente para os indivíduos, para as empresas e à sociedade(STIGLITZ; WALSH, 2003,
p. 08).
Alguns economistas acreditam que as decisões acerca da alocação de recursos podem ser
mais eficientes conforme a quantidade e amplitude das regulamentações do mercado, pois
estas normalmente ensejam restrições.
Além disso, entendem que tais regulamentações quando existentes devem deter a maior
estabilidade e o menor grau de interferências possíveis, sob o argumento de que a
instabilidade e a insegurança provenientes de diferentes decisões judiciais reduzem a oferta
de crédito e aumentam a taxa de juros.
Desta forma, a análise de aspectos legais dissociados dos aspectos dos sistemas
econômicos pode não ser suficiente e, em determinados casos, tende a prejudicar a
sociedade.
Todavia, não se pretende submeter às normas jurídicas à Economia, pois o Direito não
existe para atender exclusivamente aos anseios econômicos. Importante destacar que o
estudo da Economia e do Direito são complementares e não excludentes.
O conhecimento de institutos econômicos e do funcionamento dos mercados contribui para
a aproximação das normas jurídicas à realidade econômica. Tal assume relevância quando
considerado que o ordenamento jurídico exerce influência sobre o comportamento dos
agentes econômicos.
1. A integração entre Direito e Economia
O movimento Direito e Economia surgiu na América do Norte e atinge de forma crescente
todo o mundo. A correlação entre o Direito e a Economia tornou-se notória nos Estados
Unidos e a disciplina passou a incluir a grade curricular do curso de Direito das mais
destacadas Universidades (COOTER; ULEN, 2010).
Decio Zylberstajn e Rachel Sztajn (2005) expõem que o estudo conjunto do Direito e da
Economia, embora tenha surgido por volta de cinqüenta anos, com o objetivo de uma
apreciação mais profunda e completa das instituições e organizações nacionais é recente
no Brasil em vista de outros países, existindo farta literatura internacional a respeito da
análise econômica do Direito.
Na sua essência o Direito é verbal, hermenêutico, almeja a justiça e analisa questões sob o
enfoque da legalidade. A Economia, por sua vez, embora também verbal, é primordialmente
matemática, almeja ser científica e examina questões tendo em vista o custo (SALAMA,
2008, p. 49).
Ademais, o Direito muitas vezes preocupa-se com o retorno ao status quo ante, ao passo
que a Economia focaliza o futuro para se antecipar.
“[…] a justiça olha mais para trás na tentativa de reconstituir um estado anterior das artes,
enquanto a economia olha essencialmente para frente, tentando prever e ‘precificar’, para
usar um anglicismo hoje parte do economês nacional, o futuro” (PINHEIRO, 2008, p. 21).
Referidas diferenças normalmente acarretam dificuldades no diálogo entre operadores do
Direito e economistas.
Todavia, consoante Bruno Meyerhof Salama, o Direito e a Economia apresentam pontos
comuns, pois ambos procuram solucionar problemas de coordenação, estabilidade e
eficiência na sociedade (2008, p. 49).
Preceitos jurídicos relativos aos custos do processo litigioso, normas legais e
constitucionais acerca da responsabilidade civil, direitos de propriedade e direitos
contratuais, influenciam o crescimento econômico e constituem apenas alguns exemplos
da relação entre o Direito e a Economia.
A globalização, também caracterizada pelo processo de integração econômica internacional
que envolve contratos e regulamentações, ressalta a necessidade de integração entre as
disciplinas.
Em razão da concorrência no mercado internacional desencadeada pela globalização, o
Direito, ao regulamentar a produção de bens e a prestação de serviços, e a Economia, ao
buscar formas ou modelos econômicos adequados a um melhor desempenho diante da
competição, encontram-se em progressivo intercâmbio.
2. As tradições do common law e do civil law
A aproximação entre o Direito e a Economia pode ainda ser verificada a partir dos debates
acerca das tradições de direito e da eficiência econômica, considerando que as normas
jurídicas são formuladas de acordo com a tradição jurídica de cada país, as quais são
classificadas em common law e civil law.
Numa análise microeconômica, Armando Castelar Pinheiro (2008, p. 20) expõe que
demandas judiciais como o despejo de um inquilino e a cobrança de um cheque, embora
sobremodo semelhantes, são tratadas de maneira consideravelmente destoante em
diversos países tanto quanto à regulamentação quanto ao trâmite no Judiciário.
O autor relata que estudos demonstram a diferente relação entre o Direito e a Economia nos
sistemas de civil e common law, bem como as repercussões de cada sistema para o
crescimento econômico (PINHEIRO, 2008, p. 20).
Cita como exemplo a medição do risco país pelas agências de rating, as quais avaliam
instituições jurídicas e a proteção destas aos direitos de propriedade privados. Essa medida
do risco influencia o custo de captação externa e as taxas de juros dos países.
“Mesmo quando o risco introduzido pela incerteza na interpretação de contratos não fora
alto suficiente para inviabilizar um determinado mercado, ele será repassado para os
preços. O banco cobrará um spread mais alto pelo maior risco de inadimplência, o investidor
exigirá um retorno mais alto para compensar o risco de expropriação, o empregador exigirá
pagar um salário mais baixo para cobrir o risco de ser acionado na Justiça do Trabalho”
(PINHEIRO, 2008, p. 44).
Os sistemas jurídicos repercutem nos fatores que determinam o desempenho econômico.
Ocorre a diminuição da eficiência alocativa da economia, quando os preços, no mercado de
bens e serviços, sofrem distorção diante da existência de risco jurídico (PINHEIRO, 2008, p.
29).
Pesquisas já assinalaram que os países com sistemas jurídicos decorrentes da civil law
(tradição de direito romano-germânico) possuem baixo desempenho econômico, pois são
países que oferecem menor proteção jurídica aos investidores em razão do conteúdo das
normas jurídicas (direito material) e da forma de cumprimento destas (direito processual), o
que resulta em mercados de crédito e de capitais com menor desenvolvimento (SZTAJN;
GORGA, 2005, p. 145).
Desta forma, conforme referidos estudos, as regras jurídicas das nações de tradição da
common law, também denominado direito consuetudinário, concedem maior proteção a
acionistas e credores, pois “o resultado apontou que as normas jurídicas dos países de direito
consuetudinário são mais apropriadas para a maximização de riqueza total da economia, isto
é, são regras mais eficientes” (SZTAJN; GORGA, 2005, p. 146).
Porém, não obstante a conseqüência acima apontada decorrente da adoção da tradição da
civil law ou da common law, observa-se uma crescente posição doutrinária a qual defende a
ineficiência da tradição da common law, de modo que o direito consuetudinário inclusive
encontra-se em processo de progressiva codificação e de elaboração de leis (SZTAJN;
GORGA, 2005, p. 146).
“[…] sugerem alguns que a criação de legislação via processo legislativo pode ser a solução
para os casos de ineficiência da evolução do direito consuetudinário, o que
automaticamente nos remete ao tema da eficiência da tradição de direito
romano-germânica” (SZTAJN; GORGA, 2005, p. 168).
Por outro lado, nos países de tradição de direito romano-germânico ou civil law,
paulatinamente confere-se força vinculante a decisões judiciais nos ordenamentos jurídicos,
como ocorreu em 2004 no Brasil com a reforma do Judiciário.
Assim, na prática verifica-se um aumento da convergência entre as tradições da civil e da
common law, o que possibilita a adaptação de preceitos econômicos e jurídicos entre
diferentes países.
Isto porque mediante análise das diferenças e semelhanças entre institutos, conceitos e
regras, é possível auferir que em determinados casos os ordenamentosjurídicos possuem
elementos comuns e constantes embora provenientes de sistemas diversos, mormente em
relação aos direitos fundamentais.
No contexto atual, caracterizado pela globalização e pela evolução tecnológica, os países
exercem influências recíprocas nas suas relações econômicas e também nos seus
ordenamentos jurídicos, aproximando a civil law e a common law.
Nesse aspecto, as eficiências e as ineficiências econômicas decorrentes de cada sistema
jurídico podem ser compartilhadas e adaptadas, com a expansão do entendimento do
Direito mediante a adoção de um ponto de vista externo e a utilização de um raciocínio
econômico (SZTAJN; GORGA, 2005).
Relevante, assim, a pesquisa acerca da literatura internacional decorrente do movimento
Direito e Economia, a respeito da análise econômica do Direito.
3. A origem do estudo conjunto das disciplinas
Ainda no que se refere à interação entre o Direito e a Economia, afirma-se que a análise
conjunta destas especialidades detém como importante marco a obra de Roland Coase. O
advogado norte-americano ganhou o Prêmio Nobel de Economia no ano de 1991
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2012, p. 41).
Propiciou relevante crítica em relação à ortodoxa análise econômica ao evidenciar que, “ao
contrário do que inferem os neoclássicos tradicionais, as instituições legais impactam
significativamente o comportamento dos agentes econômicos” (ZYLBERSZTAJN; SZTAJN,
2005, p. 2).
Roland Coase tratou das externalidades – impactos econômicos – positivas e negativas
acerca do consumo e produção, indagando se determinado indivíduo teria o direito de
prejudicar outro e como refrear sua ação quando prejudicial. Assim, para evitar o dano,
poderia ser infligido um custo, isto é, poderia ser atribuída uma responsabilidade (apud
PINHEIRO; SADDI, 2005, p. 102).
Como exemplo, o autor examina o caso de uma fábrica que polui um rio. Primeiramente
perquire se o bem produzido pelo empreendimento, apesar da poluição ocasionada, é mais
eficiente para a comunidade na medida em que gera empregos e impostos do que a
cessação das atividades da fábrica.
Através da aplicação do Teorema de Coase buscam-se quais medidas podem ser adotadas
para impedir que a existência dos danos e seus custos prejudiquem a eficiência econômica
com o encerramento da empresa (apud PINHEIRO; SADDI, 2005, p. 106).
Assim, a lei pode conceder o direito de poluir e permitir o dano causado, todavia, impondo
condições como a instalação de filtros para atenuar os efeitos da poluição. Observa-se
desse modo uma conexão entre o Direito com os fundamentos da Economia dos custos de
transação.
As obras de Guido Calabresi e Trimarcchi também fomentaram importantes discussões
acerca da relação entre Direito e Economia. O primeiro examinou a relação entre as
repercussões econômicas da alocação de recursos e a responsabilidade civil, inserindo
pontos de vista econômicos em matéria jurídica. O segundo, ao adequar ao direito
continental europeu as normas estabelecidas para o sistema do direito consuetudinário,
demonstrou a possibilidade da adoção de critérios que provoquem nos indivíduos a procura
por eficiências alocativas (apud ZYLBERSZTAJN; SZTAJN, 2005, p. 1).
Referidos estudos demonstram que um apropriado tratamento jurídico também pode derivar
da análise de questões econômicas.
Por outro lado, um tratamento econômico adequado do mesmo modo requer sejam
ponderadas as questões jurídicas, “para não correr o risco de chegar a conclusões
equivocadas ou imprecisas, por desconsiderar os constrangimentos impostos pelo Direito ao
comportamento dos agentes econômicos” (ZYLBERSZTAJN; SZTAJN, 2005, p. 3).
4. Conceito de Economia
A economia centraliza-se na alocação de recursos produtivos limitados para satisfazer as
necessidades ilimitadas da sociedade. É conceituada como a ciência social que observa de
que forma a sociedade decide aplicar recursos produtivos escassos na produção de bens e
serviços, para distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com o objetivo de
atender as necessidades humanas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012, p. 2).
De um modo mais claro, pode-se asseverar que esta disciplina estuda “como pessoas,
empresas, governos e outras organizações de nossa sociedade fazem escolhas e como essas
escolhas determinam a forma como a sociedade utiliza seus recursos” (STIGLITZ; WALSH,
2003, p. 8).
Desta forma, considerando que a economia fundamenta-se na alocação de recursos, como
problemas econômicos principais são formuladas as seguintes questões: o que e quanto
produzir, como produzir e para quem produzir (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012, p. 2).
A primeira questão decorre da escassez de recursos, já que estes são limitados. Cabe à
sociedade escolher quais produtos e em que quantidade serão produzidos dentro das
possibilidades existentes.
O segundo problema econômico refere-se à utilização dos recursos de produção. A
concorrência entre as empresas normalmente estimula a escolha por modos eficientes que
detenham o menor custo possível. Aqui se encontra a decisão quanto ao grau de uso da
tecnologia e da força de trabalho humano.
O terceiro diz respeito à distribuição dos resultados da produção. Trata-se da distribuição de
renda que depende não apenas da oferta e da demanda no mercado, mas também dos
salários, dos juros, dos benefícios do capital e da repartição e transmissão da propriedade.
A busca pela solução dos problemas econômicos fundamentais ocorre conforme o sistema
econômico adotado por cada país. Sistema econômico corresponde a forma de
organização econômica para a produção, distribuição e consumo, podendo ser classificado
em: sistema capitalista, também chamado de economia de mercado, ou sistema socialista,
por vezes denominado de economia centralizada. Algumas nações se organizaram
adotando uma forma intermediária entre estes dois sistemas (VASCONCELLOS; GARCIA,
2012, p. 4).
A partir das questões concernentes aos problemas econômicos fundamentais, observa-se
que as decisões econômicas se relacionam a um juízo de valor, pois decorrem de decisões
humanas admitindo diversos modos de interpretação e diferentes correntes de
entendimentos econômicos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2012, p. 3).
Sob este prisma destaca-se também a congruência entre o Direito e a Economia,
competindo ao ordenamento jurídico nortear a aplicação das ferramentas da política
econômica, pois constitui dever do Estado a promoção do bem-estar e da justiça sociais
tanto sob o aspecto econômico como sob o aspecto jurídico.
5. Análise econômica do Direito
Consoante exposto por Robert Cooter e Thomas Ulen, “a análise econômica do direito é um
assunto interdisciplinar que reúne dois grandes campos de estudo e facilita uma maior
compreensão de ambos” (COOTER; ULEN, 2010, p. 33).
A convergência dos fundamentos da Economia e dos fundamentos do Direito oportuniza a
compreensão do real sentido e da razão de ser da norma jurídica, pois a empresa, como
agente econômico e como sujeito de relações jurídicas, assume importante papel social. A
regulamentação jurídica pode influenciar empreendimentos econômicos ao fim de promover
o desenvolvimento e a mudança social.
A almejada justiça social, cuja busca encontra-se constitucionalmente traçada, insere-se na
ordem econômica e na ordem social, de modo que sua realização necessariamente detém
implicações econômicas e sociais.
É o que dispõe a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 170 ao estatuir que a ordem
econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e no artigo 193 ao
estabelecer que a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o
bem-estar e a justiça sociais.
Desta forma, o Direito e a Economia detêm importantes papéis a serem cumpridos e
constituem partes integrantes do processo de desenvolvimento nacional.
Segundo Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos e Manoel Enriquez Garcia (2012, p. 42),
“[…] as normas jurídicas buscam, em última análise, regular as atividadeseconômicas, no
sentido de tornar os mercados eficientes (função alocativa) e buscar melhor qualidade de
vida para a população como um todo (função distributiva)”.
Assim, importantes concepções da teoria econômica podem ser relacionadas ou
molduradas em conformidade com as normas jurídicas, sendo ainda possível que para a
solução de relevantes e determinados problemas econômicos ocorram alterações no
ordenamento jurídico.
Portanto, a busca pela justiça social necessariamente perpassa pelas perspectivas da
Economia e do Direito para tratar de modo adequado diversos problemas sociais, pois a
divisão entre estas antigas disciplinas pode não ser benéfica à sociedade.
Para tanto, a análise econômica do Direito, a qual oportuniza a abordagem multidisciplinar
destas específicas disciplinas, a princípio antagônicas, deve expressar uma contínua
evolução apta a propiciar o desenvolvimento social e a eficiência econômica. “Ainda que não
seja unanimidade, a Análise Econômica do Direito é largamente reconhecida como um caso
de sucesso” (WILLIAMSON, 2005, p. 16).
O interesse no estudo conjugado decorre do tradicional isolamento entre as áreas de
conhecimento da Economia e do Direito e das respectivas instituições acadêmicas
brasileiras. Normalmente, aqueles que atuam em cada um destes campos desconhecem as
contribuições que poderiam advir da área diversa, o que conduz as inevitáveis alterações
para repensar a abordagem separada, promovendo o estabelecimento de liames conceituais
e originando modos de comunicação entre as disciplinas (ZYLBERSZTAJN; SZTAJN, 2005).
Marcos Nobre expôs que o Direito, como disciplina acadêmica, não acompanhou o
qualitativo crescimento da pesquisa científica das outras disciplinas das ciências humanas.
Ainda em relação ao Direito, destacou a desconformidade da situação existente entre a
prática, a teoria e o ensino nacional (apud ARIDA, 2005, p. 60).
Ao tratar a respeito das organizações sob os aspectos econômicos e jurídicos, Oliver
Williamson sugere a interação entre as disciplinas no ensino do Direito (2005, p. 53):
“[…] recomendo que o enfoque dominante da Análise Econômica do Direito possa
beneficiar-se com a incorporação das lições e de alguns métodos da Análise Econômica do
Direito e das organizações – naquilo que tem a oferecer para a formulação de políticas
públicas e para o currículo das faculdades de Direito”.
Desta forma, relativamente a diversos temas que geram efeitos socioeconômicos mostra-se
oportuno estimular uma análise crítica à luz dos fundamentos doutrinários que permeiam a
Economia e o Direito, o que pode melhor adequar a robusta literatura existente em cada área
à realidade nacional, pois configuram disciplinas congruentes.

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