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PIMENTA, João Paulo G. & SLEMIAN, Andréa. A CORTE E OS OUTROS BRASIS. In: A Corte e o Mundo Uma História do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. pp. 89-127. Fichamento - 1808

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL
Curso - História – Licenciatura		 
Disciplina: - História do Brasil 2
Aluna: Rayssa Danielle Lins de Aquino
Fichamentos - 1808
SCHWARCZ, Lilia & STARLING, Heloisa. HOMENS A VISTA: UMA CORTE AO MAR; D. JOÃO E SEU REINO AMERICANO. In: SCHWARCZ, Lilia & STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das letras, 2015. pp. 151-171; 172-199.
	Lilia Katri Moritz Schwarcz, é uma historiadora e antropóloga brasileira. É doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo e, atualmente, professora titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na mesma universidade
	Heloisa Murgel Starling, é uma historiadora e cientista política, é professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
HOMEN S À VISTA: UMA CORTE AO MAR
“No final do século XIII, palavras como “revolução, “motim”, “rebelião”, “sedição” começavam a fazer parte do vocabulário cotidiano, anunciando muita comoção e grandes doses de mudança. Talvez uma boa metáfora desses tempos velozes seja a invenção da locomotiva, em 1804. ” p.151
“E a agenda de fatos bem lembravam a frase que viajava junto com aquela locomotiva. Em 1776, as treze colônias inglesas na América fizeram sua independência da Grã-Bretanha durante o processo revolucionário que, (...) integrou a ideia de República à modernidade política e provou que a condição colonial não era um estatuto perene. (...) por volta de 1780, uma ampla revolução industrial eclodiu na Inglaterra, gerando um movimento contínuo, que envolveu largos investimentos econômicos novas tecnologias e uso indisciplinados da mão de obra. (...) em 1789 se deu mais um evento que assumiria notáveis proporções: na França, a Revolução derrubou o que parecia estável como como a ordem da natureza. (...) isso sem esquecer a Revolução Haitiana (1791-1804), que revolveu a ilha de São Domingos: aboliu-se a escravidão por lá, e a primeira republica africana – fora de seu continente – foi decretada. (...) o evento mostrou ao mundo que o sistema escravista era apenas uma perversa circunstância histórica, e por isso mutável. ” p.151
““Revolução” é um vocábulo típico da modernidade (...) a palavra designa derrubada do que é considerado velho, concentração de uma experiência de aceleração do tempo e inauguração de um futuro, o qual, por suposto, seria não só melhor como até então desconhecido. ” p.152
“Enquanto Inglaterra e França vinham disputando o posto de grande potência europeia e mundial, a Espanha lutava para guardar qualquer rudimento de autonomia, e o antes vasto e poderoso Império lusitano não escondia mais suas inúmeras fragilidades. Dependia largamente de sua colônia americana, e a riqueza fora em boa parte consumida por sua administração metropolitana pouco rigorosa e dada a ostentações, expressas na construção de monumentos, sobretudo igrejas. E diante do contexto desvantajoso, para Portugal a saída era tentar manter a imagem de neutralidade, manifesta em atitudes contraditórias que visavam agradar a todos sem no fundo contentar a ninguém. ” p.152
“(...) Bonaparte – imperador dos franceses desde 1804 -, que almejava redefinir o mapa da Europa, ele tinha agora que tirar as últimas pedras do seu sapato: a Inglaterra. Assim em 1806 era declarado o Bloqueio Continental, proibindo todas as nações europeias de comprar qualquer produto vindo da Grã-Bretanha. (...) Em julho do ano seguinte, foi a vez da Rússia e Prússia, derrotadas em batalha, assinarem a paz com Napoleão. ” p.156
“O governo inglês, por seu turno, insistia no translado com urgência da família real. Em 1806, uma missão britânica foi ao gabinete de Lisboa para alertar sobre o iminente perigo francês e sugerir que, caso Portugal não se decidisse por um “vigoroso e eficiente” enfrentamento, a mudança para o Brasil seria a melhor alternativa, contando com o apoio de seu país. Entretanto, em julho de 1807 Napoleão deu um basta, e o cerco se fechou. (...) era chegada a hora de os portugueses declararem guerra à Inglaterra. Seu embaixador deveria deixar Londres, e Portugal precisava exigir a saída de Lisboa do representante inglês; os portos teriam de ser fechados aos navios britânicos, e os ingleses residentes de Portugal seriam presos, além de terem suas propriedades confiscadas. (...) estabelecia-se o prazo de um mês, até o dia 1º de setembro. Depois disso, o não cumprimento seria considerado declaração de guerra contra França e Espanha, que também assinava nota. ” p.156-157
“Entre o recebimento do ultimato de Napoleão e o embarque da corte, os dias passaram ligeiros e decisões importante foram tomadas secretamente (...) De toda forma, começava nesse contexto um momento definidor para a história de Portugal e do Brasil. Monarquias se movem pouco e, quando o fazem, levam malas pesadas. (...) no fundo o príncipe [d. João] sabia o tamanho da tarefa: não só transportar a família real, como transladar instituições e a própria corte imperial. ” p.157
“(...) a situação requereu a convocação urgente do conselho, (...) A primeira sessão deu-se lá mesmo, em Mafra, em 19 de agosto, quando se redigiu uma minuta, bem no calor da hora: Portugal concordava fechar os portos aos ingleses, aderindo ao Bloqueio Continental; mas prende-los, expulsa-los e confiscar seus bens, nem pensar. ” p.157-158
“Nova reunião ocorreu dia 26 de agosto. A tentativa de adiar a decisão final foi, porém, percebida por todos, incluindo o inglês Percy Clinton Sidney Smythe, visconde de Strangford, enviado de seu governo em Lisboa. Escreveu ele que a intenção dos portugueses era ganhar tempo e montar um aparente sistema de hostilidade” contra a Inglaterra. Como Portugal não tinha jeito de se esquivar de Bonaparte, essa guerra seria mera simulação: “para francês ver”. p.158 
“(...) no mesmo dia 22 [decreto de 22 de outubro, dia de fechamento dos portos para qualquer navio britânico], em Londres foi assinado um tratado secreto: Portugal fecharia seus portos, mas garantiria o direito da monarquia insular de ocupar a ilha da Madeira, assim como abriria algum ponto do Brasil onde mercadorias inglesas poderiam ser importadas, com impostos reduzidos. Em contrapartida, a Inglaterra escoltaria a família real em caso de viagem para a colônia e somente reconheceria como rei de Portugal o legitimo herdeiro da Casa de Bragança. O governo lusitano se envolvia de modo simultâneo em duas graves decisões, contraditórias entre si, favorecendo publicamente a França e secretamente a Inglaterra. ” p.159
“Apesar de Portugal haver declarado apoio à França em 22 de outubro, só o dia 1º de novembro tomou conhecimento das exigências que tinham sido transmitidas por Napoleão em 15 de outubro: “Se Portugal não fizer o que eu quero, a Casa de Bragança não reinará na Europa”. E mais: para acabar com o jogo duplo, a França enviou um exército chefiado por Junot, o qual, já estava em marcha pelo Pirineus. ” p.160
“Até que a Inglaterra cansou de esperar. O ministro Canning mandou avisar que aceitava o fechamento dos portos, mas que qualquer outra medida contra os ingleses seria considerada declaração de guerra. E mais: caso o príncipe regente não fosse para o Brasil, Londres iniciaria o bombardeio de Lisboa. ” p.160
“O governo começou então os preparativos para o embarque. Uma Junta de Governo do reino foi nomeada para reger Portugal na ausência do soberano, e redigiu-se uma declaração sobre a viagem ao Brasil a ser divulgada por d. João. No dia 27 o príncipe embarcou, de madrugada, seguido de toda família real. (...) Na manhã do domingo 29 de novembro levantaram âncoras. No mesmo dia que, os soldados de Napoleão entravam em Lisboa. ” p.162
“(...) o governo D. João deliberou que os ministros de Estado e empregados do Paço viajassem com a família real; também deixou claro que todos os súditos que o quisessem acompanhar estavam livres para fazê-lo, e, não havendo lugar nas embarcações, poderiam preparar navios particulares e seguir a real esquadra” p.163
“O secretário do bispo Caleppi, que tudo assistiu, avaliou que 10 mil pessoas embarcaram na esquadrareal. Já o funcionário Pereira da Silva (...) avaliou “cerca de 15 mil pessoas de todos os sexos e idades abandonaram neste dia a terra de Portugal. ” p.166
D. JOÃO E SEU REINO AMERICANO 
“No dia 22 de janeiro de 1808, uma sexta-feira, d. João e parte da corte chegaram à sua colônia d’além-mar. Coincidência ou não, o príncipe regente foi obrigado a fazer parada transitória na primeira cidade que os portugueses fundaram no Novo Mundo e que fora, até 1763, a sede do governo do Brasil e a maior do vice-reino: Salvador, na baía de Todos os Santos. ” p.172
 “Foi por lá mesmo, em 28 de janeiro, sem a presença de seus mais destacados ministros e conselheiros, que d. João assinou a primeira medida régia na nova sede do Império lusitano: a carta de abertura dos portos brasileiros às nações amigas. A partir de então fica permitida a importação “de todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias transportadas ou em navios estrangeiros das potencias que se conservavam a paz e harmonia com a minha Real Coroa”, ou em navio da metrópole” p.173
“O governo do príncipe regente procuraria, ainda em Salvador, organizar internamente a colônia americana como sua sede. Entre condecorações e medidas administrativas de rotina, d. João tomou atitudes até então inéditas, ao menos para a colônia portuguesa. Concedeu licença, (...) para que fosse criada (...) nossas primeiras escolas de medicinas. A colônia carecia de especialistas na área, porque a política da Coroa era concentrar o ensino superior no reino. ” p.175
“As promessas eram muitas (...) e apesar dos esforços dos baianos para que a família real permanecesse por lá, (...) em 26 de fevereiro a esquadra levantou âncoras e deixou a baía de Todos os Santos. ” p.175.
PIMENTA, João Paulo G. & SLEMIAN, Andréa. A CORTE E OS OUTROS BRASIS. In: A Corte e o Mundo – Uma História do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. pp. 89-127.
	João Paulo Garrido Pimenta é bacharel (1993), Licenciado (1996), Mestre (1999) e Doutor (2004) em História. Livre-Docente (2012) em História do Brasil Colonial. Professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo desde 2004. 
A CORTE E OS OUTROS BRASIS
	“São Salvador da Bahia de Todos os Santos foi a primeira cidade da América em que o príncipe regente D. João colocou seus pés. ” p.89
“(...) “apesar dos esforços e sacrifícios” para conservar uma perfeita neutralidade entre as potencias beligerantes, as circunstancias politicas faziam recear que “Portugal se ach[asse] muito brevemente obrigada a fechar seus portos aos Ingleses”, “para evitar uma invasão das tropas francesas superiores nesse Reino. ” (...) pedia ao Conde que impedisse (...) a partida dos navios portugueses que se acham nos portos dessa capitania”, e se colocasse em estado de defesa mais respeitável para poder com vantagem, e confiança de sucesso, repelir(...) qualquer ataque o hostil contra o território da Capitania (...)”p.89-90
“(...)D. João (...) assinou a famosa carta régia de 28 de janeiro de 1808 que abriu os portos da América portuguesa às nações amigas, mesmo sem contar com a presença de seus secretários de Estado, (...)” p.90
“(...)Enquanto lá esteve, concedeu títulos honoríficos a desembargadores, vereadores e pessoas da “nobreza” da cidade;(...) concedeu licença para fábricas e indústrias; minorou penas de presos e perdoou a criminosos. (...) autorizou a criação de uma Companhia de Seguros e Comércio Marítimo, destinado a cobrir todas as perdas dos navios que faziam a travessia de africanos, o aumento dos regimentos de infantaria e a abertura de estradas (...) E também criou uma Escola Médico-Cirúrgica na cidade. (...) a aproximação com o príncipe representava o acesso a uma serie de títulos e privilégios. ”p.91 
Por uma nova prosperidade: Bahia e Minas Gerais
“ Em 1808, as partes que compunham a américa portuguesa eram bastante diversas, com perfis sociais e econômicos variados, e com distintas vinculações políticas entre si e com o restante do mundo ocidental. ” p.94
“(...). Em fim do século XVIII tais reações poderiam conjugar com a transformação de paradigmas políticos vivida no mundo ocidental, e que começaria a implicar contestações a estruturas políticas e sociais existente. (...) como a onda de revoluções iniciada pela independência da Treze Colônias britânicas e ocorridas no mundo atlântico (...), na américa portuguesa tais ocasiões denunciavam uma intensa politização de ambientes coloniais, uma crescente abertura da crítica política contra práticas e regimes monárquicos, e também a sensação, da parte de envolvidos nessas ocasiões, de que os tempos mudavam. ” p.94-95
(...) na Bahia, (...) A capitania, juntamente com Pernambuco, for o esteio da colonização portuguesa na América como fornecedora do principal produto de exportação, o açúcar. Na segunda metade do século XVIII, o aumento pela procura de seus produtos – (....) – Fez com que sua economia conhecesse uma prosperidade que mantinha no momento da Real visita. (...). Na época, o balanço de seu porto só perdia em volume para o carioca, e três eram os principais destinos de seu comercio: as cidades de Lisboa e de Porto, no Reino; a África, onde inclusive se reexportavam manufaturas inglesas; ” p.95
“(...) a Bahia contava em 1808 com cerca de 410 mil habitantes a segunda capitania mais populosa da América (depois de Minas Gerais) ” p.96
“(...) uma das medidas tomadas por D, João no Rio de Janeiro fora a instalação da Imprensa Régia que passaria a publicar, entre outros, a Gazeta do Rio de Janeiro. ”p.97
“Quanto à abertura dos portos, primeiramente saudada na Bahia, as reações ao seu estabelecimento já traziam em si alguns dos impasses subjacentes à abolição da condição colonial. (...) “Beijavam a mão” do monarca pela seguinte súplica: (...) Nada mais, nada menos que pedir que os britânicos fossem tratados como os outros estrangeiros, sem privilégios especiais. ” p.97-98
“Em se tratando de benefícios acarretados pela mudança da sede do Império, (...) talvez tenha sido a capitania de Minas Gerais a quem ais tenha lucrado em termos de desenvolvimento econômico interno. (...) ela conhecia profunda transformação, com a diminuição da produção aurífera. Esse foi segundo os especialistas, um momento de “ inflexão agrícola”. (...) Formou0se então uma malha comercial ramificada que, devido à abertura de novas estradas e rotas, foi fundamental para a drenagem de seus produtos e manutenção de um nível populacional ascendente. ” P.99
“(...) a maior proporção de mestiços e homens de cor livres (crioulos e africanos) revelou-se uma tendência das áreas mineradores tradicionais (com o deslocamento de fluxo populacional para as áreas do Triangulo e do Sertão).” P.100
Novas articulações em vista: São Paulo, o Rio Grande e o Centro-Oeste
“(...) A economia da capitania (de São Paulo) conhecera um primeiro momento muito favorável com o advento da mineração, que ativara o fornecimento de gêneros de abastecimento; depois, com a transferência da capital do Vice-Reino do brasil para o Rio de Janeiro, em 1963 (...) São Paulo se inseriu no sistema mercantil luso-americano e, por ele, conectou-se aos mercados mundiais. ” p.105
“ (...). Ainda em 1808, o príncipe regente expediu ordens para que se organizasse uma expedição para imediata ocupação dos campos do Guarapuava. Nas ordens enviadas a capitão geral da capitania de São Paulo, Antônio José de Franca e Horta, seguia a carta régia de 5 de novembro, que decretava “guerra justa” contra os índios (...)” p.107
“Os indígenas aprisionados deveriam permanecer, ainda que por tempo determinado, em cativeiro, podendo ser utilizados como mão-de-obra. ” p.108 
“(...) ao incentivar a conquista dos territórios a sudoeste de São Paulo e consequente extermínios dos indígenas, foi estabelecer novas rotas de contato com a capitania do Rio Grande (...), a questão da consolidação de uma área de hegemonia portuguesa face à fronteira aberta com territórios espanhóis era especialmente cara à Coroa desde há muito. ” p.108
“(...) na passagem para o século XIX (..) O Rio Grande atingiuuma população de 50 mil habitantes, e passou a fazer comercio marítimo com todos os principais portos da América Portuguesa (...) O livre comércio autorizado pelo príncipe regente em 1808, marcou o início do contato direto do Rio Grande com Londres, Boa Esperança. Filadélfia e, principalmente, cuba, cujos portos tornaram-se destinos de cargas rio-grandenses. ” P.110
“No contexto de recriação do Império Português na América, situação menos privilegiada teriam Goiás e Mato grosso. Como regiões de colonização mais recente, ainda pouco explorada por atividades além da mineração, ambas teriam dificuldades de integrar-se com os centros economicamente mais dinâmicos do continente. ” P.111
“Semelhante atenção, em escala menor, receberia também Mato Grosso, mas com um componente especial: seu caráter estratégico e geopolítico pelo fato de ser uma região de grande fronteira com áreas espanholas. Do ponto de vista aurífera e da movimentação populacional, ela também seguiu os ritmos parecidos aos de Goiás. ” p.114
“O recuo da exploração de ouro em Mato Grosso coincidiu com o de Goiás, (...) aquela capitania concentrar-se ia mais fortemente na produção pecuária. ” p. 114
O “Norte”, o Maranhão e o Grão-Pará: onde a Corte é mais longínqua
“Talvez tenha sido nas capitanias do que hoje corresponde ao Norte e Nordeste do Brasil que o impacto da instalação da Corte no Rio de Janeiro tenha sido mais difuso e, ao mesmo tempo, mas controverso. ” p.116
“(...) Recife era um centro comercial e escoadouro de grande parte da produção agrícola do Ceara, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte, com seu porto ocupando o terceiro lugar em escala de negócios nos territórios portugueses da América. ” p. 116
“As capitanias do Maranhão e do Grão-Pará eram ainda mais longínquas em relação a nova sede da Corte (...) Além de não possuírem rotas terrestres e fluviais diretas como o centro-sul da América portuguesa havia grande dificuldade de realizar tais trajetos também pelo mar (...)” p.121
“A revolução industrial inglesa e as guerras na América do Norte aumentaram a demanda pelo algodão do Maranhão, garantindo-lhe mais de meio século de prosperidade. No final do século XVII, o porto de São Luís era o quarto maior da América portuguesa em volume de exportação. ”p.122
“(...) O aumento da importação de escravos africanos propiciado pelo governo de D. João em sua nova sede teve forte impacto no Maranhão, diminuído ainda mais o isolamento econômico-geográfico da região. ” p.123
“Como região fronteiriça, vinculada à exploração das drogas do sertão e que dispunha de uma incalculável reserva de tribos indígenas, a tentativa de racionalização da exploração do Pará, empreendida no século VXIII por Pombal, veio junto com a premente necessidade de defende-la da cobiça estrangeira. ” p.124
	Os dois primeiros capítulos, encabeçados por Lilia Schwarcz, tratam da vinda da coroa portuguesa para o Brasil, apontando o contexto que contribuiu para essa vinda, expõe a tentativa de Portugal se manter neutro durante o conflito existente na Europa entre França e Inglaterra, com quem mantinha estreito laço econômico, e se vê obrigada a ceder às exigências realizados pelo Império Napoleônico, e como medida protetiva traça a sua “fuga” para a colônia, sob a escolta da Inglaterra, atracando na Bahia de Todos os Santos.
	O texto seguinte vai ser explanada as consequências econômicas e políticas em todo território brasileiro após a chegada, especificando acontecimentos importantes em todas as regiões e capitanias existente do pais.

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