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DOCUMENTÁRIO - ENRON: OS MAIS ESPERTOS DA SALA. Link: https://www.youtube.com/watch?v=5jORoEE-CEk Aluna: Rayenne Francielle Soares Costa Professor: Naim Kansaon Tarabai Observações: O objetivo da Enron era expandir o mercado de energia elétrica. A empresa lucrava através da desregulamentação da eletricidade e de operações financeiras fraudulentas. A Enron apresentava lucros imaginários, exagerados e anormais, não havia provas e os registros contábeis eram manipulados. Era considerada a empresa mais inovadora dos EUA, com líderes inspiradores e visionários. Arthur Andersen era a maior firma de auditoria na época, recebeu cerca de 1 milhão de dólares por semana da Enron, através de operações fraudulentas, motivada por conflito de interesses. Arthur Andersen faliu junto com a Enron. era a mais antiga firma de contabilidade no setor de auditoria. Conclui-se que não houve independência, mas sim cumplicidade. Este documentário apresenta claramente a queda de uma grande empresa, motivada e causada por orgulho, arrogância, intolerância, ganância, desonestidade e falta de ética profissional. Os principais pontos para análise surgem do questionamento: O que aconteceu? Quem foram os principais responsáveis? Como isso poderia ser evitado? Qual foi o papel da auditoria? O caso Enron pode ser considerado uma verdadeira tragédia humana. ANÁLISE DETALHADA – O PAPEL DA AUDITORIA NO CASO ENRON Essa análise tem como objetivo apresentar as fraudes e erros cometidos na corporativa americana Enron, evidenciados através da uma auditoria externa das demonstrações financeiras, e a forma que o auditor deve proceder, assim como, evidenciar os efeitos de uma má administração do controle interno e das normas contábeis. Assim como refletir sobre o papel do auditor independente em todo o processo. Este documentário apresente a queda e falência da empresa que viu seu patrimônio conquistado ao longo de muitos anos, ser destruído em apenas um dia, devido às fraudes contábeis, aos resultados que foram maquiados em cumplicidade com a empresa de auditoria Arthur Andersen, que aprovou a contabilidade e as táticas ilegais aplicadas para esconder os prejuízos. No caso Enron, uma empresa que estava em um alto nível de crescimento, e que teve seus relatórios maquiados expressando um alto valor de lucro, indicando que suas ações na bolsa valiam milhões. O excesso de fraude, desencadeou altas perdas financeiras e fraudes que levaram à falência da empresa. A Enron arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia além da auditoria externa também realizava sua auditoria interna. Cabia a Andersen auditar as contas da Enron. Na época, as investigações revelaram que a Enron havia manipulado seus balanços com a ajuda de empresas e bancos, e escondera dívidas de 25 bilhões de dólares por dois anos consecutivos, tendo inflado artificialmente os seus lucros. O documentário relata o maior caso de falência corporativa dos Estados Unidos. A Enron era a sétima maior corporação do país, com quase 70 bilhões de dólares e uma visão inspiradora de novo modelo empresarial. Considerada uma das maiores companhias do setor de energia do mundo, com negócios em mais de 40 países, traçava o futuro da energia e eletricidade. Contribuiu financeiramente de forma significativa para a política, na presidência de George Bush, doando cerca de 300 milhões de dólares de remuneração e bônus da Enron para comitês partidários. Em 1984, o Economista Kenneth Lay fundou a Enron, em Houston, no Texas; foi uma das maiores empresas beneficiadas pela desregulamentação do mercado de energia dos Estados Unidos. Sempre houve falta de divulgação das informações financeiras sobre a companhia; essa prática era difundida pelo próprio Lay, presidente da Enron, junto aos funcionários. O caso Enron evidencia uma das maiores fraudes que já ocorreu no mundo corporativo, sendo considerado o crime corporativo do século e o maior escândalo financeiro na história dos Estados Unidos, que teve repercussão mundial. Representa um dos maiores fracassos empresariais da atualidade e demonstra a crise do sistema econômico global. Em 2000, a Enron faturou cerca de 100 bilhões de dólares e empregava aproximadamente 21 mil pessoas. Até que, em outubro de 2001, a empresa divulgou um prejuízo líquido de mais de 600 milhões de dólares, o que teria sido reflexo de uma despesa excepcional de 1 bilhão. O prejuízo motivou autoridades do mercado financeiro dos Estados Unidos a investigarem a empresa. Logo, descobriu-se que a Enron maquiava os balanços, inflando os lucros e escondendo prejuízos. Além disso, a empresa havia escondido débitos que chegavam a bilhões de dólares que deveriam aparecer no balancete, numa série de parcerias com empresas de fachada que eram comandadas por executivos do alto escalão da Enron. Uma das maiores companhias de auditoria e consultoria do mundo, a Arthur Andersen, era a responsável por conferir a contabilidade da Enron. Durante o processo de falência da Enron, a Arthur Andersen foi arrolada pelo Departamento de Justiça norte-americano depois de ficar provado que havia autorizado a destruição de mais de uma tonelada de papéis referentes aos contratos de parcerias em prestações de serviço, usados pelo grupo para esconder as dívidas e inflar os lucros. A empresa admitiu ter inflado os lucros em aproximadamente 600 milhões de dólares em quatro anos. Além da Arthur Andersen, auditoria responsável pelos balanços da Enron por quase 10 anos, a empresa também prestava consultoria à Enron, sendo que a concomitância dessas duas atividades pela mesma empresa são práticas totalmente incompatíveis, devendo-se ressaltar que, no Brasil, a incompatibilidade de tais atividades é disciplinada pela instrução normativa nº 308 da CVM, de 1999, que dispõe: Art. 23. É vedado ao Auditor Independente e às pessoas físicas e jurídicas a ele ligadas, conforme definido nas normas de independência do CFC, em relação às entidades cujo serviço de auditoria contábil esteja a seu cargo: I - adquirir ou manter títulos ou valores mobiliários de emissão da entidade, suas controladas, controladoras ou integrantes de um mesmo grupo econômico ou II - prestar serviços de consultoria que possam caracterizar a perda da sua objetividade e independência. Pode-se afirmar que a incompatibilidade das duas atividades exercidas pela Arthur Andersen na "Enron" era conflitante porque, se, por um lado, a auditoria tinha como função verificar as demonstrações financeiras da corporação de forma isenta e transparente, por outro, a atividade de consultoria está diretamente relacionada à otimização de lucros e processos internos que muitas vezes se distanciam do dever de transparência da auditoria. Estes interesses conflitantes entre auditoria e consultoria teriam sido um dos motivos da manipulação de resultados, principalmente pelo fato da atividade de consultoria ser mais rentável, a Arthur Andersen teria forjado os números para fazer jus às quantias recebidas pela auditoria. Apesar da empresa de auditoria ter sido acusada de conivência com o esquema ao aprovar os balanços apresentados pela companhia por admitido ter destruído documentos que serviriam como prova do crime. Em 2005, a Andersen foi inocentada pela Suprema Corte. É válido ressaltar que uma das regras de ouro do mercado de ações americano diz respeito à equidade de informações: todos os investidores devem ter acesso aos mesmos dados; e as empresas precisam ser transparentes quanto às suas ações. De modo geral, pode-se considerar que no caso Enron, por falta de governança e gestão organizacional não foi priorizado a rentabilidade das empresas. Com um controle interno completo se verificaria a conformidade dos dados contábeis, a eficiência operacional prevenindo assim possíveis fraudes e erros contábeis. Para que os controles internos apresentassem eficácia, seus administradores e gerentes deveriam ter atitudes éticas, cumprindo com a função e atribuiçõesque lhes foram depositadas. Os erros e fraudes cometidos no sistema contábil envolve toda a atividade da empresa, comprometendo a todos. De modo que, ocasiona a decadência da organização rumo a sua falência. É essencial analisar a conduta das pessoas que fazem parte do gerenciamento da organização e as que possuem acesso aos documentos contábeis, de maneira que, ajam eticamente para que não ocorra o que aconteceu com a Enron. Com um controle interno eficaz esses erros e fraudes seriam mais difíceis de ocorrer. Ao citar falta de transparência, não podemos deixar de abordar a responsabilidade dos auditores. A Enron, como a maioria absoluta das grandes empresas do mundo, era auditada por uma das Big Five, um seleto grupo das cinco maiores empresas de auditoria do planeta. A Arthur Andersen, então auditora da empresa, também responsável por sua queda, tem parte de sua culpa relacionada ao fato de que maculava sua independência ao prestar serviços de consultoria e planejamento tributário para a Enron e por sua negligência em alertar a sociedade sobre os possíveis riscos dos ativos não auditados. Durante as revisões das demonstrações contábeis, os auditores costumam dar muita atenção a transações entre partes relacionadas (controladas e coligadas) no intuito de detectar práticas de transferência de resultado, mas não foi o que ocorreu. A Enron pagou 52 milhões de dólares para a Andersen, pelos serviços prestados de auditoria, consultoria e planejamento tributário em 2000, o que resultou em uma investigação do congresso americano. Muitas mudanças ocorreram após este caso. A primeira delas é a proibição de empresas de serviços corporativos prestarem consultoria a uma empresa por elas auditada. No Brasil a CVM criou o sistema de rodízios, através da norma 308, que obriga a empresa a trocar de auditoria a cada intervalo de 4 anos. Outras regras surgiram, exigindo mais rigor nos processos de contabilidade e uma participação mais ativa das auditorias nos pareceres contábeis. Para evitar que fatos como o da Enron voltem a ocorrer, muitas medidas devem ser tomadas. Acredita-se que uma das mais importantes é proibir que consultoria e auditoria sejam realizadas pela mesma empresa, já que os interesses, muitas vezes, são contrários. Porém, proibir, pura e simplesmente, a fusão consultoria-auditoria, por si só não resolve. É necessário que haja uma forte fiscalização por parte das autoridades. Podem, por exemplo, existir empresas de consultoria e auditoria distintas, porém pertencentes a um mesmo grupo. É difícil indicar um culpado no caso Enron. Muitos erraram, outros agiram de má fé. E o maior prejudicado é o mercado de capitais, que vive de expectativas quanto ao desempenho das empresas. Nenhum país ou empresa está livre de passar pelo mesmo problema. As empresas manipulam os balanços, os auditores aprovam, obedecendo os princípios gerais de contabilidade, e o mercado não fica sabendo. A pressão crescente do mercado por bons resultados, os interesses de acionistas e diretores, a relação das empresas com o governo e as autoridades, é um grande jogo de interesses. E nesse jogo, as empresas fazem o que podem para sair vencedoras, nem que seja somente na aparência. É preciso mais seriedade e, principalmente, responsabilidade nas demonstrações de resultados, que parte do principal objetivo da auditoria independente, sendo aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários, de acordo com as principais Normas de Auditoria - NBCs.
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