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1 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ANTI PROTOZOÁRIOS Os protozoários são muito dependentes da defesa antioxidante deles. DOENÇA DE CHAGAS: A tripanossomíase ou doença de chagas é causada pelo tripanossoma, sendo que para nós a relevância clínica está na infecção pelo trypanossoma cruzi, que é chamada de “americana” e que acomete o coração e em casos mais graves pode ocasionar um quadro de ICC. CICLO BIOLÓGICO O mosquito, no momento da picada secreta um fluído presente em sua saliva que contêm anticoagulantes para facilitar a inoculação do veneno, a puxada de sangue e essa mesma secreção é quem libera os esporozoítos, os quais são a forma infectante, no primeiro estágio esses esporozoítos invadem o fígado, se dividem em merozoítos e invadem as hemácias, nas hemácias esses merozoítos se rompem e desencadeiam a febre característica da fase aguda da doença de chagas, nesse sentido, ocorre a diferenciação dos merozoítos em gametócitos femininos e masculinos e quando um outro mosquito não infectado puxa o sangue desse indivíduo infectado ele leva os gametófitos sexuados que vão se diferenciar, fecundar dentro do mosquito e após isso já se tem um novo esporozoíto pronto para infectar um novo indivíduo. AGENTES ANTITR IPANOSSÔMICOS: ➔ Eflornitina ou DFMO: É um inibidor catalítico irreversível. Interfere na via de produção de poliaminas dos tripanossomas. Nos tripanossomas a tripanotiona (molécula final ativa contra as ROS) substitui as funções da glutationa no parasita. Tripanotiona → Análogo da nossa glutationa. A síntese para a tripanotiona se dá a partir da L-arginina. A L-Ornitina é um dos intermediários entre L-arginina e a tripanotiona. Essa L-ornitina precisa de uma enzima chamada de ornitina desacarboxilase (alvo farmacológico da eflornitina) que acaba convertendo a L- ornitina em putrescina → espermidina → espermina → tripanotiona. Desse modo, ao falar da eflornitina, que é uma molécula capaz de bloquear de forma irreversível a ação da ornitina descarboxilase tem-se uma diminuição da formação de putrescina, espermidina, espemina e da tripanotiona. Isso por si só já interfere na via de produção das poliaminas. Logo, interferem no potencial redox do T. Cruzi. Nessa imagem abaixo tem-se um ponto muito importante a ser mencionado que é o final da via de produção da tripanotiona. É importante entender que a tripanotiona produzida é reduzida, assim, está apta a reduzir espécies reativas de oxigênio, tendo o papel de neutralizá-las. É importante entender que ao reduzir as ROS ela se oxida, visto que o processo de oxidação e redução consiste em uma troca de elétrons. A tripanotiona oxidada consegue ser reciclada por meio da tripanotiona redutase, a qual 2 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA devolve o seu potencial redox, de modo que ela volta a estar reduzida, estando novamente apta a reduzir uma nova molécula. No processo de síntese das poliaminas que possuem potencial redox, as eflornitinas atuam bloqueando a ODC, com isso, essa cascata para de acontecer. Outro ponto é a glutationa, a qual é produzida pelos parasitas, mas sofre uma reação final de ativação, desse modo, no fim das contas a resposta é muito mais dependente da tripanotiona do que de glutationa nos microrganismos, diferentemente do que acontece em nós, mamíferos. A enzima alvo, a ornitina descarboxilase no trypanossoma cruzi é idêntica à que se faz presente nos mamíferos. De acordo com isso, o que faz a eflornitina ser seletiva com a ornitina descarboxilase dos parasitas e não provocar um efeito oxidativo nas células dos mamíferos? R: A seletividade nesse caso consiste no fato da ornitina descarboxilase nos mamíferos ser reciclada em uma velocidade muito alta, então, a eflornitina se liga também a ornitina descarboxilase presente nos mamíferos, a diferença é que os mamíferos conseguem produzir essa proteína em velocidade superior à que a eflornitina consegue se ligar inibindo seu efeito, desse modo, o efeito oxidante provocado pela eflornitina não é percebido nas células dos mamíferos. Administração e meia vida: ▪ A eflornitina é administrada por infusão intravenosa ▪ Possui meia vida de 3 a 4 horas. Reações adversas: ▪ Dor abdominal. ▪ Cefaleia. ▪ Reações no local da administração. ▪ Reações consideradas mais graves como picos de febre e convulsões. ➔ Nifurtimox e benzonidazol: Pertencem a mesma família, possuem um grupamento nitrogenado de carga positiva em sua estrutura química que lembram as mostardas nitrogenadas, com base nisso, é possível cogitar que eles se ligam a proteínas e DNA, provocando danos às estruturas do T. Cruzi. Atuam nas formas tripomastigotas e amastigotas. Vale considerar que o efeito tripanocidas desses dois fármacos depende da ativação enzimática pela nitrorredutase mitocondrial, logo, são pró fármacos. Os pró-fármacos sofrem a ação da enzima nitrorredutase CYP450 parasitário e essa reação de ativação leva a formação dos radicais nitrogenados, desse modo, assim como as mostardas nitrogenadas precisam reagir intramolecularmente para estarem ativas esses fármacos precisam sofrer a ação da nitrorredutase para formar os radicais livres, a partir de então, possuem o potencial de se ligar covalentemente a macromoléculas como p.ex. se ligar a lipídios, provocar lesões na membrana, inativar enzimas e lesionar o DNA. T. cruzi K.O. para nitrorredutase → Resistência. O T. cruzi não possui nitrorredutase, isso devido à uma técnica de deleção genética, na qual os pesquisadores conseguiram deletar uma parte do DNA do t. cruzi que era responsável por codificar a nitrorredutase. Desse modo, os t. cruzi produzidos a partir daquela linhagem não tinham capacidade de produzir nitrorredutase, diante desse experimento ficou evidente que os animais que não produzem nitrorredutase não são sensíveis ao nifurtimox, logo, essa ativação é essencial para que ocorra a formação dos metabólitos que são causadores de danos ao t. cruzi, pois, sem nitro redutase não vai existir ação do nifurtimox e benzonidazol. - Ambos os fármacos reduzem a parasitemia, a morbidade e a mortalidade pela doença aguda de Chagas. - Consegue fornecer um percentual maior que 80% de cura. - Após a exposição ao risco de infecção por T. cruzi deve-se iniciar o tratamento imediatamente. Efeitos adversos: ▪ Reações de hipersensibilidade. ▪ Náuseas e vômitos. ▪ Mialgia e fraqueza são comuns. ▪ BZD → 30% dos usuários apresentam dermatite urticária na primeira semana. NIFURTIMOX BENZNIDAZOL - Bem absorvido VO. - Meia vida de 3hrs. - Atravessa a BHE. - O,5% excretado na urina. - Absorvido rapidamente VO. - Meia vida de 12hrs. 3 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA ▪ BZD após uso prolongado pode ocasionar a perda de peso. ▪ Sua administração deve ser feita com alimentopara minimizar danos ao TGI. AMEBÍASE A contaminação não ocorre através de vetores, mas sim pela ingesta de cistos presentes em alimentos mal lavados ou águas mal tratadas. CICLO BIOLÓGICO E. HISTOLYTICA A ingesta desses cistos chega até o TGI, principalmente na região do cólon e se rompem, liberando trofozoítos que podem permanecer no TGI, penetrar a parede intestinal e colonizar a parede do cólon ou podem chegar até o fígado causando as infecções extraintestinais. Essa variedade de possibilidades faz com que a infecção seja variada, de forma que se pode ter vários quadros como: ▪ Ser assintomático e atuar como um propagador. ▪ Colite amebiana não disentérica: Diarreia. ▪ Colite amebiana disentérica: Febre, fezes muco- sanguinolenta, cólica, tenesmo, perda de peso. ▪ Infecções extra-intestinais → Abscesso hepático. Existem estratégias nos antiamebicidas para infecções luminais, teciduais ou sistêmicas. Desse modo, os fármacos que são amebicidas intestinais ou luminais não devem ser absorvidos pois é desejado que ele fique no intestino e não na corrente sanguínea ou nos tecidos para matar os trofozoítos presentes no TGI. Já o tratamento tecidual ou sistêmico, requer uma absorção para que ele exerça sua atividade. AGENTES ANTIAMEBÍASE ➔ Metronidazol e tinidazol: São da mesma família dos fungicidas. São ativos contra uma série de microrganismos anaeróbicos como tricomoníase, amebíase e giardíase. Isso porque são pró-fármacos e precisam de uma ativação redutora que depende da ação da tiradoxina redutase ou da ferrodoxina, as quais são duas enzimas que vão reduzir os azólicos, transformando essas moléculas ou parte delas em espécies reativas nitrogenadas, pois é o nitrogênio que vai ser o causador da interação com as moléculas. Formam um radical aniônico nitrogenado que é o mesmo radical potencialmente falando da mostarda nitrogenada e do benzonidazol, podendo se ligar ao DNA, lipídios, proteínas e provocar danos em microrganismos anaeróbicos. Acontece que a presença de oxigênio acaba provocando o caminho oposto da reação de forma que o oxigênio interage com a fração nitrogenada da molécula e o transforma novamente em um pró-fármaco, perdendo o potencial farmacológico do metronidazol e tinidazol em um ambiente com o oxigênio, pois ele restaura o fármaco em pró-fármaco, por isso, há um maior efeito desses fármacos em microrganismos anaeróbicos. O oxigênio diminui a ativação do fármaco e estimula a regeneração. O radical iônico de nitrogênio estimula a formação de espécies reativas de oxigênio, além disso, complexa com tióis (grupamento SH) e causa danos nocivos ao DNA do microorganismo, causando a morte deles. - São totalmente absorvidos após administração oral. - Para tratar amebíase geralmente faz-se o uso combinado com um amebicida da luz intestinal p.ex. furoato de diloxanida. - Pode ser encontrado em níveis terapêuticos nos fluídos vaginais, seminal, saliva, leite e líquido cefalo-raquidiano. - É metabolizado pelo fígado. Efeitos adversos: ▪ Associados ao TGI como náuseas, vômitos, desconforto epigástrico. ▪ Sensação de gosto metálico na boca. ▪ Candidíase bucal. ▪ Sintomas neurotóxicos como tontura, vertigem e parestesias. ➔ Paramomicina: É um aminoglicosídeo que se liga à subunidade 30s ribossomal da entomoeba histolytica e, assim como os antibióticos a paramomicina interfere na formação proteica, inibindo a sua produção por afetar a subunidade 30s ribossomal. 4 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Consequências da interação da paramomicina + subunidade 30s: ▪ A formação de proteínas nem se inicia. ▪ Interrupção prematura da síntese proteica. ▪ Pode levar a incorporação de aminoácidos incorretos e a consequência disso é uma proteína não funcional. 0% da paramomicina administrada é absorvida no TGI, isso nos diz que esse fármaco é útil para a colonização intestinal da E. histolytica, sendo uma estratégia específica para diminuir a contaminação intestinal. Efeitos adversos: São raros principalmente devido ao fato da sua absorção não ser feita de forma sistêmica. ▪ Cólicas abdominais. ▪ Náuseas. ▪ Diarreia. Opções terapêuticas para amebíase: LEISHMANIOSE É transmitida pela picada de mosquito e pode se manifestar de três formas: cutânea, mucocutânea ou visceral (fígado e baço), também conhecida como calazar. CICLO BIOLÓGICO DA LEISHAMINOSE A forma infectante é a promastigota, assim, o mosquito pica o indivíduo, se o indivíduo estiver infectado a sua secreção salivar vai conter promastigotas e essas possuem preferência para as células do nosso sistema imune, principalmente os macrófagos, lá esses promastigota se diferenciam em amastigota e se multiplicam, rompendo essa célula e retornam para o ciclo interno, ou então, um novo mosquito pega esse sangue contendo células de defesa, especialmente macrófagos, e o ciclo de fissão dos promastigotas ocorrem no mosquito, assim, os amastigotas se dividem no hospedeiro e o promastigota no vetor. AGENTES LEISHMANICIDA ➔ Pentamidina: É uma diamina aromática. É um fármaco com amplo espectro de ação, contudo, seu mecanismo não é muito compreendido. Sabe-se que esse fármaco afeta a leishmania via um transportador chamado de aquagliceroporina, lá dentro faz-se necessário um outro transportador para ter acesso ao DNA. Sabe-se ainda que esse fármaco atua a nível genético inibindo a síntese de DNA, RNA, fosfolipídeo e proteína, reduzindo o metabolismo da leshimania e sua produção basal. É administrado via parenteral por ser fracamente absorvido e também por não atravessar a barreira hemato encefálica. Efeitos adversos: ▪ 50% dos indivíduos apresentam efeitos adversos. ▪ Hipotensão. ▪ Taquicardia. ▪ Cefaleia. ▪ Monitorar glicemia é importante → desenvolvimento de diabetes. ▪ 25% dos pacientes apresentam disfunção renal. Esse é um exemplo de fármaco que não se utiliza do potencial redox para matar os microrganismos. ➔ Estibogluconato de sódio: É de uma família de fármacos que são usados desde 1945 e possuem dois antimônios (Sb) em sua estrutura. Crescente resistência devido ao uso desde muito tempo. Esse fármaco é específico para as formas amastigotas e é um pró-fármaco, de modo que precisa ser ativado para exercer seu efeito farmacológico. O estibugluconato de potencial V precisa sofrer a reação que acontece dentro ou fora do parasito, quando ativado passa a ser chamado de estibugluvonato III, e a partir disso passa a exercer suas funções, funções essas que interferem no sistema redox, como: ▪ Formar um complexo com tripanotiona e glutationa, desse modo, se liga a essas duas moléculas e faz com que elas sejam jogadas para fora do parasita por meio de bombas de efluxo. ▪ Inibe a tripanotiona redutase, a qual recicla a tripanotiona que já foi usada. 5 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Tem-se uma perda de potencial redox enorme que leva a morte do amastigota. É administrado via intramuscular ou intravenosa, é relativamente bem tolerado e possui efeitos adversos reversíveis. Efeitos adversos: ▪ Pancreatite química em quase todos os pacientes. ▪ Elevação de transaminases. ▪ Cefaleia.▪ Dor abdominal. ➔ Anfotericina B: Seu mecanismo de ação consiste na ligação da anfotericina B aos esteroides de membrana, tanto nos fúngicos e quanto na leishmania. Sua eficácia é maior que 90% em casos de leishmaniose. É importante em casos de leshimania resistência no antimônio ou estibogluconato de sódio. O grande problema desse fármaco é que ele possui uma grande nefrotoxicidade. Lado B → Característica hidrofílica. Lado A → Característica hidrofóbica. (moléculas apolares) A formação de um poro hidrofílico promove o desequilíbrio hidroeletrolítico nos fungos e leshimania, causando sua morte. Efeitos adversos: ▪ Toxicidade renal: É o mais sério efeito adverso desse fármaco, esse efeito se faz presente em mais de 80% dos usuários. ▪ Hipocalemia: Requer suplementação com KCl em alguns casos. Cerca de 25% dos casos. MALÁRIA Ao falar de malária fala-se de plasmodium, o qual é o seu ag. Etiológico, existem vários tipos de plasmodium, sendo o p. vivax e p. falciparum os que possuem maior relevância clínica. Os casos mais graves são causados por p. falciparum. Quadro clínico: ▪ Febre alta persistente. ▪ Hipotensão ortostática. ▪ Eritrocitose maciça (vermelhidão nos membros inferiores). ▪ Obstrução capilar e morte. CICLO BIOLÓGICO AGENTES ANTIMALÁRICOS Classificação segundo o modo de ação: - Esquizonticida sanguíneo ou agente supressor: Fármaco que atua sobre as formas assexuadas sanguíneas (esporozoíto, trofozoíto, eritrócito, esquizonte) do parasita. P.ex. cloroquina, quinina, amodiaquina, artemisinina, antifolatos. ➔ Cloroquina: CONTEXTUALIZANDO O plasmodium encontra na hemácia um ambiente perfeito para ele que é rico em proteínas, nesse caso a hemoglobina, de forma que ele consegue degradar a hemoglobina das hemácias e utilizar os aminoácidos essenciais que ele precisa, acontece que a hemoglobina não tem só a proteína, tem também os grupamentos “heme”, os quais ajudam na forma da hemoglobina, transporte de oxigênio, entre outras coisas, então quando o plasmodium degrada a hemoglobina, 6 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA sobra o lixo para ele que é o grupamento heme, o grande problema é que a medida em que esse grupamento vai se acumulando ele vai se tornando tóxico para o plasmodium, com base nisso o plasmodium desenvolveu uma estratégia para neutralizar os grupamentos heme que sobraram, formando cristais de hemozoína, os quais são insolúveis e acabam removendo o efeito tóxico do grupamento heme por formar cristais insolúveis de hemozoína, esses cristais conseguem ser capturados pelos vacúolos parasitários, tirando o heme de circulação de fato. Nesse sentido, a cloroquina impede a formação dos cristais de hemozoína, ou seja, conforme o parasita vai vivendo ele vai consumindo as hemácias e gerando o grupamento heme, os quais vão ser tóxicos para si e para as hemácias, ocasionando posteriormente um rompimento parasitário e eritrocítico. Efeitos adversos: ▪ Distútbios no TGI. ▪ Urticária cutânea. ▪ Cefaleia. ▪ Visão borrada. - Esquizonticida tecidual ou agente profilático causal: Fármaco que atua sobre as formas assexuadas do parasita nos tecidos (fígado). Primário: Atua sobre as formas pré-eritrocíticas evitando a invasão dos eritrócitos (primaquina). Secundário: Atua sobre as formas exo-eritrocíticas secundárias ou latentes evitando as recaídas (primaquina). ➔ Primaquina: - Consegue eliminar as formas exoeritrocitárias de P. falciparum e P. vivax. - Elimina a forma sexuada circulante (gametocíticas). - Seu mecanismo de ação não é completamento conhecido, mas acredita-se que os intermediários atuem como oxidantes responsáveis pela ação esquizonticida, é como se a primaquina fornecessem espécies reativas que vão ocasionar estresse oxidativo no plasmodium. Efeitos adversos: A primaquina foi importante para o nascimento da farmacogenética, pois, alguns pacientes que utilizavam primaquina passaram a apresentar anemia hemolítica, até que foi descoberto que os pacientes que usaram primaquina e apresentaram anemia hemolítica eram pacientes com baixos níveis de G6PD, a qual nos ajuda, por meio da glicose, a produzir NADPH, glutationa, sendo essa uma condição genética. A primaquina gera o estresse no nosso organismo e no microrganismo, assim, a presença de primaquina em nosso organismo significa o aumento de substâncias oxidativas, com a maior presença de espécies reativas, tem-se um gasto maior de glutationa, o qual é a nossa principal resposta antioxidativa. Acontece que o indivíduo que tem baixa quantidade de G6PD vai ter uma baixa quantidade de GSH, de forma que haverá uma menor quantidade de GSH para neutralizar compostos tóxicos. Resistência farmacológica: Opções terapêuticas para malária: ANTI HELMÍNTICOS Tem-se três grandes divisões ao falar dos anti helmínticos como: ➔ Contra nematodeos ▪ Dietilcarbamazina ▪ Ivermectina ▪ Mebendazol ▪ Pamoato de pirantel ▪ Tiabendazol ➔ Contra trematódeos ▪ Praziquantel ➔ Contra cestódeos ▪ Albendazol ▪ Niclosamida 7 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA JULIANA OLIVEIRA FARMACOLOGIA DOS NEMÁTODOS São conhecidos como vermes cilíndricos. A principal família utilizada para tratar esse tipo de infecção é a família dos benzimidazóis, os quais são compostos que possuem um anel composto por um anel azólico e um anel benzênico em sua estrutura, sendo os principais fármacos dessa classe o albendazol, mebendazol e triclabendazol. ➔ Albendazol: É a droga de escolha para nematodos intestinais visto que possui o melhor espectro de ação e as melhores características farmacocinética. Faz o tratamento de áscaris lumbricoides, trichurius trichiuria, larva migrans cutânea, cisticercose e filariose. Mecanismo de ação: O albendazol tem a capacidade de se ligar a beta- tubulina, a qual junto com a alfa ajuda a formar os microtúbulos, os quais são importantes para a proliferação celular e a formação do nosso verme, contudo, o albendazol também impede a formação desse microtúbulo, diminuindo o crescimento desse ser. Além disso, esse fármaco reduz a entrada de glicose, reduzindo o metabolismo do parasita, contribuindo para que ele morra e bloqueia a produção dos ovos. Outros potenciais mecanismos: - Acredita-se que inibe a fumarato redutase (específica do parasita) → Reduz os níveis de NADH. - Degradação do retículo endoplasmático e da mitocôndria → Redução da produção de ATP. ATENÇÃO! Os benzimidazóis (albendazol, ivermectina e mebendazol) são contraindicados na gestação, visto que pode desencadear mau formação fetal ou a interrupção da gestação. FARMACOLOGIA DOS TREMATÓDIOS ➔ Praziquantel: É utilizado para tratar cestodos (p.ex. taenia, diphyllobothrium latum e echinococcus) e trematódeos (p.ex. schistosoma, chlonorchis sinensis, paragonimus westeramani com exceção da fascíola hepática e a cisticercose segunda linha). Atua de duas maneiras na schistosoma: ▪ Provoca dano ao tegumento do parasita levando a formação de vacúolos e o aumento da permeabilidade do Ca, de modo que o cálcio nesses organismos, em pequenas quantidades ele ocasiona paralisia, inviabilizandoque os parasitas se movimentem. ▪ Exposição de antígenos da superfície do parasita permite reconhecimento pelo sistema imune. FARMACOLOGIA DOS CESTÓDIOS ➔ Praziquantel: Nas tênias esse fármaco se relaciona com o cálcio, estimulando as reservas intracelulares da tênia a liberarem o cálcio, aumentando a sua concentração e causando paralisia, chamada de paralisia espástica a qual leva à expulsão do verme. booksmedicos.org
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