Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistema Reprodutor Masculino Fisiologia O sistema reprodutor masculino é responsável pela produção de gametas, síntese e secreção de hormônios e desempenho do ato sexual. Tratado de Fisiologia Médica - Guyton Heloá Kapor HKB Quando o embrião masculino está em formação, as células germinativas migram para os testículos, ganhando a denominação de espermatogônias, e fica em três canadas internas dos túbulos seminíferos. Durante a puberdade, as espermatogônias se proliferam e se diferenciam, no processo de espermatogênese, para formar o esperma. Este processo ocorre nos túbulos seminíferos por estímulos dos hormônios gonadotrópicos. Espermatogônias São as células-tronco para os espermatozoides, e se diferenciam nos tipos A escuro, A pálido e B. Elas se dividem mitoticamente para manter a a quantidade de células. As células A são as precursoras da célula B, que sai da lâmina basal e a barreira hematotesticular, onde entra em prófase meiótica, como espermatócitos primários 1.Migração As espermatogônias migram entra as células de Sertoli, para o lúmen dos túbulos. As células de Sertoli envolvem as espermatogônias em desenvolvimento até cruzarem a barreira, formando os espermatócitos primários. Espermatócitos primários Células com um número diploide de cromossomos, mas com cromátides irmãs duplicadas, estando em prófase, possuem grandes núcleos com cromatina condensada. 2.Meiose Os espermatócitos primários passam pelo primeira divisão meiótica e dão origem aos espermatócitos secundários. Espermatogênese Espermatócitos secundários Células com um conjunto haploide de cromossomos. Os espermatócitos secundários passam pela segunda divisão meiótica e dão origem à espermátides haploides. 3.Diferenciação As espermátides passam pela espermiogênese, processo de modificações nucleares e citoplasmáticas, enquanto estão ligadas as células de Sertoli. *Fase de Golgi: acúmulo de enzimas hidrolíticas em uma vesícula acrossômica próxima ao núcleo e geração de um axonema. *Fase de capuz: o núcleo é envolvido pela vesícula acrossômica. *Fase acrossômica: a cromatina se condensa e o núcleo se alonga, o volume citoplásmatico se reduz e o axonema forma a cauda. :G ra y' s A na to m ia C lín ic a pa ra E st ud an te s. Heloá Kapor HKB Espermatozoide A cabeça contém o núcleo condensado da célula, com membrana plasmática e citoplasma delgada. Conta também com o acrossomo, composto por enzimas lisossomáticas e proteolíticas. A cauda é composta por esqueleto central, membrana celular que recobre o axonema e um conjunto de mitocôndrias. Células de Sertoli Fornecem suporte estrutural aos microtúbulos, suporte metabólico, regulação do meio interno dos túbulos seminíferos, realizam a secreção de proteínas transportadoras de nutrientes (Fe, Cu e Vit A) e ligante de andrógenos (ABP). E possuem receptores de testosterona. Hormônios A espermatogênese depende de 5 hormônios principais: testosterona (crescimento e divisão das células germinativas e testiculares), hormônio luteinizante (estimula a secreção da testosterona), hormônio folículo-estimulante (estimula as células de Sertoli), estrogênio e hormônio de crescimento ( controle de funções metabólicas). Maturação O processo ocorre no epidídimo, em mais ou menos de 24h, e o espermatozoide desenvolve a capacidade de mobilidade. Estocagem Os espermatozoides são armazenados no epidídimo, mantendo a fertilidade por pelo menos um mês. As célula de Sertoli e o epitélio de epidídimo secretam líquido nutriente especial, com hormônios, enzimas e nutrientes. Fisiologia A atividade do espermatozoide muda de acordo com o pH e temperatura do meio. Glândulas Acessórias As glândulas acessórias são vesícula seminal, próstata e bulboretrais que formam o plasma seminal, possui um pH próximos à neutralidade ou ligeiramente mais elevado e formado por: -Frutose: age como substrato energético para o espermatozoide -Enzima coagulante: transforma o sêmen em uma secreção agregada para ajudar na sua propulsão pela vagina -Prostaglandinas: diminuem a viscosidade do muco cervical e estimulam a peristase reversa do útero. -Ca 2+, Zn2+, fosfatase ácida e hialutonidase Heloá Kapor HKB Eixo Hipotálamo-Hipófise-Testículo A secreção do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo, estimula a hipófise anterior a secretar os hormônios luteizinante (LH) e foliculoestimulante (FSH). ) LH estimula a secreção de testosterona pelos testículos e o FSH estimula a espermatogênese. Eles exercem os efeitos no tecidos-alvo, por ativar o sistema de mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico que ativa os sistemas enzimáticos. GnRH Hormônio peptídico, secretado de maneira intermitente com a intensidade determinada pela frequência dos ciclos de secreção e pela quantidade liberada a cada ciclo. LH Glicoproteínas, secretada pelas células gonadotropos, de forma cíclica, seguindo o padrão pulsátil de liberação do GnRH. FSH Glicoproteína, secretada pela células gonadotropos, de forma que aumenta e diminui com a flutuação da secreção do GnRH. Regulação da produção de Testosterona O LH estimula a secreção da testosterona pelas Endocrinologia das gônadas masculinas Tratado de Fisiologia M édica - G uyton célula de Leydig no testículo. Sendo que a quantidade de secreção é diretamente proporcional ao LH. *Feedback Negativo: a testosterona inibe a secreção de LH pela hipófise anterior, e consequentemente, a secreção de GnHR pelo hipotálamo. Regulação da espermatogênese O FSH estimula às células de Sertoli, a partir de receptores específicos, fazendo com que elas cresçam e secretem substâncias espermatogênicas. Enquanto a testosterona se difunde da células de Leydig e tem efeito trófico na espermatogênese. *Feedback negativo: A secreção da inibina pelas células de Sertoli, inibe a secreção de LH e FSH pela hipófise anterior, Heloá Kapor HKB A produção se mantém até os 50 anos e vai caindo, alcançando 50% da produção aos 80 anos. Período Fetal A proteína SRY, codificada pelo gene Y, estimula a produção da testosterona que influência na geração dos testículos, pênis, saco escrotal, próstata, vesículas seminais e dos ductos genitais. *Descida dos testículos: normalmente, por secreção de quantidades mais altas de testosterona, ocorre a descida dos testículos para o saco escrotal, durante os últimos meses da gestação. Quando o bebê nasce e a descida não ocorreu, é necessário avaliar se os canais inguinais tem o tamanho ideal para permitir a passagem do testículo, e se sim, administrar testosterona. Puberdade e Desenvolvimento das Características Sexuais -Aumento do tamanho do pênis, saco escrotal e testículos -Crescimento dos pelos corporais no púbis, linha alba do abdome, face e tórax. -Redução do crescimento de cabelo (padrão de calvície masculina) -Efeito na voz -Aumenta a espessura da pele e contribui para o desenvolvimento de acne -Aumento da formação de proteínas e desenvolvimento muscular -Aumento da matriz óssea e retenção de cálcio -Alterações na pelve: estreita a passagem, alonga, afunila e aumenta a força desta. -Aumento da taxa metabólica basal -Aumento da quantidade de hemácias -Alterações no equilíbrio hídrico e eletrolítico Testosterona É o hormônio responsável pelas características que diferenciam o corpo masculino. Durante a vida fetal, a placenta libera a gonadotropina coriônica que estimula os testículos a produzir testosterona, o que perdura durante o período neonatal. Durante a infância, esta produção cessa. Na puberdade, por volta dos 10 aos 13 anos, a produção de testosterona aumenta por estimulo do LH e FSH.Tr at ad o de F is io lo gi a M éd ic a - G uy to n Anormalidades Mecanismo Intracelular da Testosterona Estimula a produção de proteínas em todo o corpo, mas principalmente as presentes nos órgãos alvos. Após a secreção, a testosterona é convertida di-hidrostestosterona por meio da enzima intracelular 5ª-Redutase. A di-hidrotestosterona liga-se a uma proteína receptora e no núcleo, induz a transcrição do DNA em RNA, aumentandoa concentração deste nas células prostáticas e, consequentemente, o aumento das proteínas celulares. Heloá Kapor HKB Hipogonadismo O hipogonadismo é uma redução na capacidade de produção dos hormônios sexuais . Primário ou hipergonadotrófico Falta de feedback negativo, com consequente aumento de LH e FS. -Síndrome de Klinefelter -Quimio ou radio terapia -Disgenesia gonadal (gônadas em fita ou parcialmente funcionantes) -Hemocromatose -Anorquia Secundário ou hipogonadotrófico Comprometimento hipofisário ou hipotalâmico, com consequente LH e FSH baixos ou inapropriadamente normais -Tumores envolvendo hipotálamo ou hipófise (craniofaringioma, germinomas, gliomas) -Doenças ganulomatosas, lesões vasculares ou trauma -Defeitos de desenvolvimento do SNC: isolado (anosmia-síndrome de Kallmann) ou associado ao acometimento de outros eixos (hipopituarismo) -Radioterapia, doenças crônicas ou desnutrição -Anorexia nervosa, perda de peso importante ou atividade física intensa -Hipotireoidismo ou Síndromes de Prader Willi e Bardet Biedl -Hiperprolactinemia -Hemocromatose Adquirido -Perda do testículo ou castração O comportamento sexual é influenciado pelos esteroides, constituição genética, contatos sociais e a idade em que os hormônios exercem seus efeitos. Os testículos, epidídimo, glândulas acessórias e tecidos eréteis do pênis são inervados por uma dupla de ramos simpáticos e parassimpático do SNA sendo que o pênis também recebe inervações somáticas eferentes e aferentes do pudendo. A ereção causada nos corpos cavernosos e esponjoso, é controlada pelo sistema parassimpático, e nesse processo, ocorre o relaxamento dos músculos lisos dos Ato Sexual corpos com aumento do influxo de sangue, para preencher os interstícios. As três principais vias eferentes para a regulação da ereção peniana são a parassimpática (nervo pélvico), a simpática (nervo hipogástrico) e somática (nervo pudendo). A movimentação do ejaculado para a parte prostática da uretra, emissão seminal, é resultado de contrações peristáltica da porção ampular das vas deferens, das vesículas e dos músculos lisos. A ejaculação é a expulsão do sêmen pela uretra, por uma reação reflexa desencadeada pela entrada do sêmen na uretra bulbosa, sendo um reflexo da medula espinhal, sendo acompanhado por contrações espamódicas dos músculos dos quadris e do esfincter anal. O orgasmo , ainda não é bem compreendido, mas se trata de um fenômeno tanto central quanto periférico. Heloá Kapor HKB Referências Bibliográficas BORON, Walter; BOULPAEP, Emilie. Fisiologia Médica: Boron. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. HALL, John. Tratado de Fisiologia Médica: Guyton & Hall. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. STANDRING, Susan. Grays's Anatomia: A base anatômica da prática clínica. 40. ed. São Paulo: Elsevier , 2011. Heloá Kapor HKB
Compartilhar