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1 GINECOLOGIA 13 Marina Prietto PATOLOGIAS DO OVÁRIO CISTOS ANEXIAIS: ▪ São bem comuns na ginecologia ▪ A maioria deles é benigno (80%); ▪ Possui alguns diagnósticos diferenciais, como: − Cistos foliculares (normais do ciclo menstrual); − Corpo lúteo (corpo luteo residual de uma menstruação) − Teratoma maduro (são lesões germinativas que podem possuir internamente cabelo, pelos, dente etc.) − Endometrioma (lesões da endometriose no ovátrio) − Hidrossalpinge (a tuba fica congesta e acaba pode confundir) SINTOMAS: A grande maioria das pacientes portadoras de cistos ovarianos é assintomática. ▪ Dor pélvica crônica (cistos grandes – que podem comprimir a pelve da paciente – ou por conta da endometriose); ▪ Dor pélvica aguda (torção de algum desses cistos, gerando uma isquemia do pedículo) - ▪ Disfunção menstrual INVESTIGAÇÃO: Via ultrassonografia transvaginal ou pélvico; É um cisto complexo? − Possui vegetações, septações, consteudo espesso ou área sólidas internas; − Se apresentar algum dessas características, deve-se solicitar os marcadores tumorais Marcadores: CA125 | CEA | CA199 CONDUTA: A maioria dos cistos funcionais (cistos foliculares ou de corpo lúteo) regride espontaneamente, não necessitando, de tratamento específico quase sempre); Acompanhamento (controle ultrassonográfico) − Em casos de cistos funcionais SIMPLES, benignos, sem achados complexos ao exame de imagem ( de 3 até 8cm); − Grande possibilidade regressão dos cistos com 4 a 8 semanas, com conduta expectante; Uso de anticoncepcionais: − Os ACO previnem a formação de novos cistos, mas não induzem a regressão de cistos preexistentes. (deixa o ovário em repouso); Indicação cirúrgica: − Em casos de risco de torção (>6cm) ou cistos complexos; o Ooforoplastia: pacientes na menacme; o Ooforectomia: pacientes mais idosas (menopausadas); IMPORTANTE! − Opta-se por preservar o anexo da paciente por ser uma paciente jovem com desejo reprodutivo; − Em casos de cistos grandes, a terapêutica deve ser conservadora e o mais indicado seria apenas a retirada do cisto através de cistectomia laparoscópica, preservando o anexo dessa paciente. 2 GINECOLOGIA 13 Marina Prietto Considerando os tumores patológicos, os teratomas císticos maduros são sim os mais comuns no menacme e apresentam como principal complicação a torção ovariana TUMORES MALIGNOS DE CÉLULAS GERMINATIVAS São raros porém de crescimento rápido que podem apresentar até sintomas compressivos; Os principais tipos: Disgerminoma Tumor de seio endodérmico; Teratoma imaturo Teratoma maduro ≠ Teratoma imaturo O maduro é uma lesão benigna, com achados de dente, cabelo etc; O maligno é o imaturo e corresponde a 1% do total de teratomas. Quando falar em tumor de células germinativas, é necessário lembrar de: Pacientes jovens; Diagnóstico em estágios iniciais e unilaterais; Pacientes quimiossensiveis Marcadores para auxiliar no diagnóstico: ▪ Alfa feto proteína ▪ HCG (Gonadotrofina coriônica); ▪ DHL (Desidrogenase láctica) TRATAMENTO: Quase sempre será cirúrgico; 1. Salpingo ooforectomia unilateral – preserva a fertilidade (retira apenas o anexo e lado acometido) + 2. Quimioterapia (por ser muito quimiossensível, essa conduta terapêutica em sua maioria é bastante eficaz); OBS: Digerminosa – responde melhor ao tratamento de radioterapia (bastante radiossensível); CARCINOMA MUCINOSO DE OVÁRIO: ▪ Esse tipo de carcinoma apresenta células semelhantes ao TGI que confere essa característica de produção de muco (mucina). ▪ Normalmente são lesões muito volumosas, devido ao muco interno. ▪ São aquelas lesões ovarianas que medem 20, 30 cm e chegam pesar até 10, 12kg, acometendo unilateralmente; Marcadores para auxiliar no diagnóstico: − CEA – É o principal marcador. É um marcador tumoral que altera bastante em lesões intestinais. Nesse caso de carcinoma com células semelhantes ao TGI, esse marcador encontra-se bastante alterado. − CA 19.9 – Também tem correlação com lesões intestinais e por conta disso, altera-se (menos que o CEA) no carcinoma mucinoso de ovário; 3 GINECOLOGIA 13 Marina Prietto EXAMES RELEVANTES: − Além da avaliação da imagem ovariana; − É necessário avaliar o TGI do paciente, pois algumas vezes essas lesões podem ser decorrentes de metástases de carcinomas ocultos: ▪ EDA ▪ Colonoscopia SITUAÇÃO ESPECIAL: Essa situação pode ocasionar achados como Pseudomixoma – são lesões mucinosas peritoneais, normalmente secundarias a carcinomas mucinosos de ovários ou de apêndices; Precisam ser abordados pois podem ocasionar algumas situações compressivas ESTADIAMENTO/TRATAMENTO: O estadiamento e tratamento dessa lesão é feito de forma CIRÚRGICA. (Necessidade de realizar uma CITOREDUÇÃO) Realiza: 1. Lavado peritoneal 2. Pan histerectomia 3. Linfadenectomia pélvica e para aórtica (retirando os linfonodos da região) 4. Omentectomia 5. Biópsia aleatória de peritônio OBS: Esse tratamento sem sendo debatido, pois alguns estudos dizem que a linfadenectomia em algumas patologias de ovário não tem muito papel; CARCINOMA SEROSO OVARIANO: ▪ O câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de maior chance de cura. ▪ Cerca de 3/4 dos cânceres deste órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico; ▪ Rastreamento: não existe (Apesar do CA125 ser bastante útil no diagnóstico, ele não é utilizado como método de rastreio; ▪ A maioria dos cânceres ovarianos é de origem epitelial (65 a 70%); O câncer de ovário é a única neoplasia maligna ginecológica com principal via de disseminação a TRANSCELÔMICA, o restante é linfática. O modo mais comum e precoce de disseminação é por esfoliação das células do ovário que se implantam na cavidade peritoneal. As células malignas esfoliativas propagam-se pela cavidade peritoneal através do fluxo de líquido peritoneal desencadeado por movimentos respiratórios, peristálticos e pela própria movimentação do paciente, formando implantes periotenais. FATORES DE RISCO: Tudo aquilo que estimula os ciclos ovulatórios: − História familiar (é o fator de risco mais importante); − Fatores genéticos (síndrome de câncer mama-ovário, câncer ovariano isolado, síndrome de câncer ovário-cólon); − Idade (incidência aumenta com a idade – incidência máxima aos 60 anos); − Menarca precoce e menopausa tardia; − Nulíparas; − Mutações do BRCA 1 e 2; − Síndrome de Lynch − Raça branca; − Uso de indutores de ovulação, − Países industrializados, dieta rica em gordura saturada, − Endometriose, − Tabagismo e obesidade. 4 GINECOLOGIA 13 Marina Prietto FATORES DE PROTEÇÃO: Amamentação, Uso de anovulatórios (ACO), Laqueadura tubária Ooferectomia. QUADRO CLÍNICO: Nas fases iniciais são vagos e inespecíficos, MUITAS VEZES ASSINTOMÁTICO; Pode apresentar manifestações atribuíveis ao tubo digestivo (dispepsia, saciedade precoce, constipação intestinal) em 70% dos casos. Nos casos mais avançados o quadro clínico é ilustrado por: − Caquexia, − Ascite e abdome volumoso, − Podendo ocorrer sangramento vaginal por roturas ou torções tumorais (mais raros). − É uma lesão que se inicia no ovário e invade peritônio (carcinomatose); A síndrome de Meigs corresponde a um tumor de ovário associado à ascite e derrame pleural. Qual o câncer ovariano mais comum? CISTOADENOCARCINOMA SEROSO. MARCADORES − CA-125, − CEA, − CA 19-9, − hCG, − Alfafetoproteina, − LDH, − Estradiol, − Progesterona, − Testosterona. O CA-125 é um marcador comum de tumores de células epiteliais. O CEA e CA 19-9 são comuns do cistoadenocarcinoma mucinoso. Já os marcadores alfafetoproteinae hCG são comuns para tumores de origem embriológica. O CA 125 é marcador de tumor epitelial e o cistoadenocarcinoma seroso é um tumor epitelial. considera-se elevado o CA 125 acima de 35UI/ml, apresentando valor preditivo positivo para neoplasia maligna de 98% AO EXAME DE IMAGEM: Sinais suspeitos na USG para malignidade: − Nódulo sólido, − Índice de resistência < 0,4 ao USG doppler, − Septações espessas, − Papilas projetadas para dentro do nódulo, − Espessamento de parede, − Nódulo irregular, − Tamanho > 8cm, − Presente antes ou após o menacme, − Bilaterais 5 GINECOLOGIA 13 Marina Prietto TRATAMENTO/ ESTADIAMENTO: Indica-se a cirurgia de citorredução, ou seja, retirada de qualquer possibilidade de achado neoplásico que encontrar no abdome: Tem como objetivo deixar a menor “quantidade de tumor” possível, possibilitando uma melhor ação da quimioterapia, além de diminuir os sintomas de massa que possam estar ocorrendo Realiza: 1. Lavado peritoneal 2. Pan histerectomia 3. Linfadenectomia pélvica e para aórtica (retirando os linfonodos da região) 4. Omentectomia 5. Biópsia aleatória de peritônio E após isso, indica-se a quimioterapia (em média 6 ciclos);
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