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Trabalho de Literatura Brasileira II

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO: Licenciatura em Letras/ Libras Português
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DISCIPLINA: Literatura Brasileira II
PROFESSOR: (A) Marcia Pereira da Veiga Bucheb
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TÍTULO: Proposta de Prática Curricular
ASSUNTO: Apontar as leituras possíveis que o olhar contemporâneo produz sobre a mulher, a partir da leitura dos contos: “Pai contra Mãe” e a “Cartomante” de Machado de Assis
CONTR A M Ã E” E “ A CAR TOM AN TE” D E M ACH AD O D E ASSIS.
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ALUNO (A): Enedina França Pereira Carneiro
MATRÍCULA: 201902007141
	 
Maio de 2021
INTRODUÇÃO
Pai contra mãe apresenta o lado sinistro da capital carioca durante o século XIX, em fins do Segundo Império. Enfrentando graves dificuldades financeiras, Cândido, o protagonista do conto, é um caçador de escravos fugidos que tem sofrido cada vez mais com a escassez de serviços. Quando está prestes a abandonar seu filho recém-nascido na Roda dos Enjeitados para que ele não morresse de fome, o caçador encontra uma escrava grávida que fugiu para que sua criança nascesse em liberdade. Desenvolvendo esta premissa, Machado de Assis mostra o drama da miséria humana, analisando conflitos éticos e morais através dos perfis psicológicos de seus personagens e de uma forte crítica social.
O conto A cartomante, do gênio da literatura brasileira Machado de Assis, conta a história do triângulo amoroso composto por Vilela, Rita e Camilo. Originalmente publicado no jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro em 28 de novembro de 1884, o conto acabou sendo recolhido mais tarde na coletânea do autor Várias Histórias (1896).
 “Pai contra Mãe”
 
O conto “Pai contra Mãe”, de Machado de Assis, foi publicado em 1906, no livro Relíquias da Casa Velha. A história passa-se no Rio de Janeiro do século XIX antes da abolição da escravatura. Os aspectos sócio e econômicos das personagens beiram a miséria, com dificuldades grandes, dependência e escassez.
O conto, narrado em terceira pessoa, traz a história de Cândido Neves, um homem que por não consegue se fixar em nem um emprego, torna-se um caçador de escravos 
fugitivos, uma atividade comum para a época. 
 
A paixão pela moça Clara trouxe o desejo de constituir família e, a ansiedade por uma ocupação mais estável e nobre. Clara, vivia com uma tia, Mônica, a quem auxiliava na 
profissão de costureira, e que era contrária à união, pela fata de recursos do casal. 
 
Quando Cândido e Clara decidiram ter um filho, ela externou seu temor quanto aos problemas que a existência de mais uma boca para alimentar traria para a casa. Cândido 
e Clara, no entanto, insistiram. Os escravos fugidos já conheciam a fama da eficiência de Cândido; além disso, havia mais caçadores na praça, razão suficiente para diminuírem os vencimentos do rapaz. 
 	A gravidez de Clara avançava e Mônica sugeriu que eles entregassem a criança à Roda dos Enjeitados, local existente em instituições de caridade e que recebia filhos indesejados. O casal, se puseram prontamente contrário a essa decisão. No entanto, as dificuldades, que já eram muitas, aumentaram com a pressão exercida pelo proprietário da casa onde moravam, que exigia receber poucos dias o aluguel atrasado de três meses. Para remediar a situação, Mônica conseguiu alguns cômodos, de favor, na parte baixa da casa de uma conhecida. E conseguiu, por fim, convencer o jovem m casal a aceitar a ideia de se desfazer do filho.
 
A criança nasceu, era um menino, Cândido se dirigiu ao local onde ficava a Roda dos enjeitados. No caminho, deparou-se com Arminda, uma mulata que ele procurava há tempos, a devolução lhe traria a recompensa de cem mil-réis, dinheiro suficiente para suprir-lhe todas as necessidades. Apressadamente, deixou a criança em uma farmácia cujo proprietário conhecera na véspera e, partiu na perseguição da escrava. Alcançou-a e a amarrou, levando-a consigo. A escrava revelou que estava grávida e que temia os castigos corporais. No transe da luta para livrar-se, a mulher acabou abortando, Cândido, recebeu o dinheiro da recompensa, apanhou o filho com o farmacêutico e voltou para casa com o menino. 
 
REFLEXÃO
Pai contra mãe é um conto escrito por Machado de Assis, publicado em 1906, com fortes tendências realistas e que aborda o tema da escravidão no Brasil.
Narrado em terceira pessoa, a obra expõe a pobreza e a miséria do Rio de Janeiro durante o Império, contando o drama da história de Cândido Neves, um caçador de escravos fugidos. Com este cenário macabro e seu protagonista sombrio, o autor consegue mostrar todas suas genialidades fazendo uma profunda crítica social e moral do país. Curto, mas extremamente interessante e perspicaz, este conto é um ótimo exemplo do porquê Machado de Assis precisa ser lido pelos que o desconhecem e relido pelos seus fãs.
 A cartomante
A história começa numa sexta-feira de novembro de 1869 com um diálogo entre Camilo e Rita. Camilo nega-se a acreditar na cartomante e sempre desaconselha Rita de maneira irônica. A cartomante está caracterizada neste conto como uma impostora, destas que falam tudo o que serve para todo mundo. É uma personagem sinistra, que não tem o seu nome revelado; destaca-se como uma personagem que ilude as personagens principais. Rita crê que a cartomante pode resolver todos os seus problemas e angústias. Rita, no fim do conto, quando está prestes a ser desmascarado seu caso com Camilo, no ápice de seu desespero, recorre a esta mesma cartomante, que por sua vez a ilude da mesma forma como ilude a todos os seus clientes, inclusive Camilo. A mulher usa frases de efeito e metáforas a fim de parecer sábia e dona do destino de Camilo, que sai de lá confiante em suas palavras. Ao chegar no apartamento de Vilela, Camilo encontra Rita morta e é morto à queima-roupa pelo amigo de infância, que já estava sabendo da traição da esposa e o esperava de arma em punho.
Misteriosamente, alguém começa a enviar cartas sem identificação para Camilo. Nos bilhetes, alguém o chama de adúltero, o que faz com que Camilo comece a ficar mais cauteloso em relação à Rita. Esta, por sua vez, em dúvidas sobre o amor de Camilo, começa a visitar uma cartomante. Após algum tempo, Vilela envia uma carta para Camilo, em que chama o amigo para ir com urgência até a sua casa, mas não explica o motivo do convite. Preocupado, Camilo indaga a cartomante, que lhe faz uma revelação que pode mudar sua vida.	
REFLEXÃO
O tempo em que o conto ocorre é o ano de 1869 e o local é o Rio de Janeiro. O escritor ainda cita locais como a Rua da Guarda Velha e a Rua dos Barbonos.
Neste trecho do conto, o escritor mostra como era o relacionamento entre Rita e Camilo:
“Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser amada; Camilo não só estava, mas via-a estremecer e arriscar-se por ele correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado. A casa do encontro era na antiga rua dos Barbonos, onde morava uma comprovinciana de Rita.
Narrado em terceira pessoa, neste conto, Machado de Assis caracteriza os personagens da seguinte forma: Camilo, rapaz de 26 anos, é descrito como inexperiente e sem intuição. Ele trabalha como funcionário público. Já Rita, é apresentada como uma mulher de 30 anos, curiosa, graciosa, tonta e de gestos vivos. Vilela, o marido, é um homem de 29 anos, advogado, que, apesar da idade, aparenta ser mais velho do que Rita. A cartomante é a mulher de grandes olhos, na casa dos 40 anos, italiana e magra.
O desfecho do conto é bastante pessimista. Em seus primeiros encontros com Rita e, até mesmo, depois da carta que recebe de Vilela, Camilo crê piamente que o marido não desconfia do romance dos dois. Então, vai até a casa de Vilela. Quando chega, encontra Rita morta e é eliminado por um tiro dado por seu amigo de infância.CONCLUSÃO	
O conto “Pai contra mãe” apresenta duas temporalidades distintas. Uma delas é aquela em que se coloca o próprio narrador, que fala de um momento posterior à abolição da escravatura no Brasil. A outra é a que diz respeito ao tempo da ação em si, que é anterior a esse fato. A estrutura do conto demarca essas duas temporalidades de forma explícita: o texto pode ser dividido em duas partes – a primeira, contendo uma explanação de caráter histórico informativo; e a segunda, que traz a narrativa. Assim, esta última assume a condição de ilustração do ponto de vista desenvolvido na primeira. Na parte introdutória, o narrador trata de algumas práticas associadas ao período da escravidão, entre as quais aquela que será exercida pelo protagonista do conto – caçador de escravos. Na parte narrativa, desenvolve o tema, mostrando as angústias do protagonista no exercício de sua profissão.
 O Conto A cartomante, de Machado de Assis Narrado em terceira pessoa, caracteriza os personagens da seguinte forma: Camilo, rapaz de 26 anos, é descrito como inexperiente e sem intuição. Ele trabalha como funcionário público. Já Rita, é apresentada como uma mulher de 30 anos, curiosa, graciosa, tonta e de gestos vivos. Vilela, o marido, é um homem de 29 anos, advogado, que, apesar da idade, aparenta ser mais velho do que Rita. A cartomante é a mulher de grandes olhos, na casa dos 40 anos, italiana e magra. 
O desfecho do conto é bastante pessimista. Em seus primeiros encontros com Rita e, até mesmo, depois da carta que recebe de Vilela, Camilo crê piamente que o marido não desconfia do romance dos dois. Então, vai até a casa de Vilela. Quando chega, encontra Rita morta e é eliminado por um tiro dado por seu amigo de infância. Um traço comum na literatura machadiana é a forte presença da cartografia da cidade no texto literário. Em A cartomante não é diferente, vemos ao longo das páginas uma série de referências às ruas da cidade e aos caminhos que os personagens percorriam habitualmente.
Fontes:
htt://www.slideshare.net/analumiar/anlise-a-cartomante
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/pai-contra-mae.html
https://www.culturagenial.com/a-cartomante-de-machado-de-assis/

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