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Disciplina: Ciências da Religião
Aula 10: Linguagens da religião: estética, política, literatura
Apresentação
As reflexões acadêmicas sobre as linguagens da religião são desafiadas por uma
pauta de fenômenos que não cessa de ampliar-se, exigindo novas competências dos
pesquisadores dos fenômenos religiosos, inclusive os teólogos: abertura de mente,
disposição para aprender novas linguagens, sensibilidade ampla, inclusive artísticas,
controle consciente dos preconceitos religiosos, políticos e artísticos.
A pauta das linguagens da religião, no mundo pós-moderno, hermenêutico-
metodológica do pesquisador em Teologia, Ciências da Religião, inclui: corporeidade;
mulher; masculinidade; feminismo; transexualidade; negritude; identidades
universais e regionais; movimentos sociais; consumismo e mídia; saúde e terapia;
conservadorismo, sincretismo e hibridismo cultural e religioso; violência múltipla e
transversal; racismo disseminado; etnias reinventadas; novas classes/segmentos
socioeconômicos; ativismo antigo e cibernético; juventude velha e nova; antigo e
novo fundamentalismo; esquerda e direita; rede eletrônica; novos circuitos de
consumo, bens e serviços (mercado/produto orgânico, mercado solidário);
biotecnologia e Engenharia genética; apropriação tecnológica (software livre, cultura
digital); conflito global e local; monopólio; novas ecologias; populismo de direita e de
esquerda; velho e novo culto à personalidade de líderes etc.
Objetivos
Compreender a religião como linguagem das Ciências da Religião.
Identificar a linguagem estética e política da religião.
Apontar fatos e contextos básicos das linguagens da religião.
Introdução
Você é convidado a refletir sobre a religião e suas múltiplas linguagens e
sobre a religião como linguagem múltipla. A religião e suas linguagem
atravessam os tempos e sociedades, e veja que a reflexão deve ser ampla,
sem preconceito contra qualquer expressão religiosa, uma atitude
fundamental do pesquisador que deseja entender religião e religiões.
 Conjunto de símbolos de religiões do mundo.
(Fonte: martin951 / Shutterstock)
Quanto à religião, considerando o ontem e o hoje, temos:
História da humanidade
Na longa história humana, a religião revestiu-se de uma poderosa linguagem
espacial, artística e literária, com muitos tipos e diversidade.
Modernidade
Na modernidade, a religião revestiu-se de uma linguagem política,
mercadológica, consumerista (para diferenciar de consumista, de conotação
negativa), política e cibernética (ligada às novas tecnologias de comunicação).

Comentário
Um bom teólogo abre-se à compreensão dessas muitas linguagens, de
ontem e de hoje.
A religião e a linguagem
Você viu o quanto a religião está ligada ao espaço, o quanto o sagrado se fez
no espaço e é no espaço que a religião desenvolveu formas específicas de
experiência, individual e coletiva, do religioso.
As hierofanias podem ser celestes, relativas ao céu e aos simbolismos, por
exemplo, o Sol é frequentemente retratado em muitas cosmologias de povos
étnicos ou em muitas religiões, inclusive o Cristianismo.
 Fundo celestial pacífico. (Fonte: IgorZh/ Shutterstock)
A figura do Céu é fundamental, está em orações, pinturas, ritos e mitos. É
comum, nas religiões populares, no Brasil, por exemplo, o Cristianismo
católico e evangélico popular, ou as expressões afro-religiosas (Umbanda e
Candomblé) usar expressões como “O castigo veio dos céus”, “Deus está nos
céus”, “Ogum triscou o céu com a espada” etc.
Na fala de Eliade (1992, p. 59):

Para o homem religioso, a Natureza nunca é
exclusivamente ‘natural’: está sempre carregada de um
valor religioso. Isto é facilmente compreensível, pois o
Cosmos é uma criação divina: saindo das mãos dos
deuses, o Mundo fica impregnado de sacralidade. Não
se trata somente de uma sacralidade comunicada pelos
deuses [...] O Céu revela diretamente, “naturalmente”,
a distância infinita, a transcendência do deus. A Terra
também é ‘transparente’: mostra-se como mãe e
nutridora universal. Os ritmos cósmicos manifestam a
ordem, a harmonia, a permanência, a fecundidade. No
conjunto, o Cosmos é ao mesmo tempo um organismo
real, vivo e sagrado: revela as modalidades do Ser e da
sacralidade.
ELIADE, 1992, p. 59. (Grifos do professor).
Veja o caso das procissões, peregrinações e romarias. Em geral, são
constituídas de deslocamentos no espaço para a ida a lugares sagrados,
santificados, vistos como hierofanias, para usar o termo de Mircea Eliade
(1907-1986). Mas não é apenas na religião cristã-católica que se manifestam
esses grandes deslocamentos de pessoas, afetos, corpos.
Os lugares onde ocorreram fortes manifestações do sagrado recebem milhões
de visitantes, entre turistas, peregrinos, romeiros e outros. Exemplos:
Um dos maiores centros de peregrinação do Catolicismo está em Roma
(Itália). É simples entender o porquê: a capital do mundo antigo foi o
lugar onde o Cristianismo perseguido (mártires, o Coliseu, em que Pedro
foi crucificado etc.), lugar onde nasceu a primeira igreja ocidental (Igreja
Católica).
No Islamismo, o lugar de maior visitação é Meca, cidade-chave na
história religiosa de todas as correntes islâmicas, xiitas e sunitas. São
dezenas de milhões de mulheres e homens que vão a esta cidade render
homenagens ao fundador, Mohammed, conhecido como Maomé (uma
corruptela do nome original).
No Hinduísmo, um grande complexo de sistemas de valores, crenças e
divindades, uma das religiões mais antigas da humanidade, Benares
(Varanasi), é a cidade sagrada mais importante, com uma arquitetura
religiosa rica e um enorme afluxo de homens e mulheres, inclusive
ocidentais, adeptos de variadas correntes hinduístas ou que
simplesmente admiram a espiritualidade hinduísta.
No Budismo, religião que possui distintas correntes, o lugar mais
importante é Lumbini, no Nepal, palco de centenas de romarias e
peregrinações.
No caso do Lamaísmo (variante do budismo tibetano concentrada nas
figuras religiosas dos lamas, monges líderes), a cidade de Lhasa, no
Tibet, ocupado pela China, é centro de uma grande peregrinação.
No Xintoísmo, religião nativa do Japão, Kyoto é a cidade sagrada.
No Brasil, à cidade de Aparecida (SP), acorrem 6 milhões de pessoas por
ano aos dois santuários, um do século XVII e outro dos anos 1960,
recém-acabado, um dos maiores do mundo.
Todos esses não são apenas centros em que se manifesta a linguagem
religiosa. No decorrer do tempo, os lugares e as festas religiosas adquiriram
novos significados nas sociedades ocidentais modernas de mercado e
democracia. Nasceu uma nova linguagem pela qual a religião se expressa: o
turismo religioso.
No turismo religioso, de variados modos e tipos, a religião se relaciona com
estruturas de sustentação mercadológicas. Ainda em relação aos espaços
sagrados, as visitações a Terra Santa/Jerusalém fizeram parte do imaginário
cristão, mas foi na modernidade que elas adquiriram o elemento turístico-
comercial dos tempos capitalistas.
Atividade
1. A religião possui muitas linguagens e é, ela mesma, uma poderosa
linguagem. Em relação à linguagem espacial da religião, assinale a
alternativa correta:
 a) Na linguagem espacial da religião, as hierofanias são fundamentais.
 b) Na linguagem espacial da religião, as hierofanias não são
fundamentais.
 c) Na linguagem espacial da religião, o turismo religioso é
fundamental.
 d) Na linguagem espacial da religião, apenas as romarias são
fundamentais.
 e) Na linguagem espacial da religião, somente as hierofanias celestes
são fundamentais.
Outro aspecto fundamental da linguagem religiosa é a literatura, que pode ser
oral ou escrita. A religião se expressa e é a expressão de mitos, encarnados
em canções, poemas, contos, romances e no texto sagrado propriamente dito.
Aqui, há uma vastidão de dados e informações, uma riqueza de detalhes
impressiona e não será possível abordar tudo em uma aula, mas se espera
que você abra sua sensibilidade e mente, para as riquezas de todas as
religiões.
As tradições orais são mais antigas,passadas de geração em geração,
preservadas sob a formas de cânticos, poemas recitados etc. As religiões de
Norte a Sul do Planeta Terra, desde tempos muito antigos — acredita-se que
uns 20 mil a 40 mil anos — desenvolveram muitas expressões ligadas à
linguagem falada e cantada.
Observe que muito tempo depois essas tradições foram registradas, por
exemplo, nas grandes civilizações mundiais (egípcia, babilônica, assíria, as
hindus, inca, maia, astecas, etrusca, grega, romana etc.).
Cada uma dessas civilizações é um mundo, com muita riqueza, com milhares
de anos. É preciso falar das centenas de pequenas sociedades existentes e
que existiram em todos os lugares do mundo, com seus ritos, cultos, suas
divindades etc.

Saiba mais
Muito desse rico material foi perdido, mas uma parte foi registrada por
etnólogos, antropólogos, missionários, viajantes de grandes centros e
cidades mundo afora. As transformações, ao longo da história, foram
muitas, mas é possível agrupar em torno de alguns momentos
(nomadismo, invenção da agricultura, invenção do alfabeto, era do
bronze e do ferro, era das grandes civilizações). No Mesolítico e Neolítico,
mais ou menos entre 10 e 8.000 a.C., ocorreu o fim da glaciação (longos
invernos) e a invenção da agricultura.
Durante milhares de anos essas sociedades caçadoras/coletoras
desenvolveram uma mitologia do sagrado e das expressões artísticas e
literárias, bem diversa das sociedades agrícolas, por exemplo. Muitas dessas
sociedades deixaram a arte rupestre em muitos lugares. Entre as mais
famosas, estão Altamira e Lascaux (Espanha e França). Uma das mais antigas
pinturas rupestres está na Caverna de Chauvet, centenas de desenhos de
leões, cavalos, bisões etc. no Sul da França e há 30 mil anos de antiguidade.
Abaixo, réplica de parte dos desenhos (cavalos selvagens):
 Cavalos selvagens em pintura rupestre (Fonte:
Commons Wikimedia)
Algumas dessas sociedades caçadoras e coletoras davam destaque à figura
feminina e a transformaram em arte. Um exemplo de arte sagrada, veja que
interessante, é a famosa estatueta Vênus de Willendorf, com cerca de 11
centímetros, descoberta em 1908, dentro de um sítio paleolítico em um
vilarejo da atual Áustria.
1
file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula10_temp.html

Saiba mais
Muito desse rico material foi perdido, mas uma parte foi registrada por
etnólogos, antropólogos, missionários, viajantes de grandes centros e
cidades mundo afora. As transformações, ao longo da história, foram
muitas, mas é possível agrupar em torno de alguns momentos
(nomadismo, invenção da agricultura, invenção do alfabeto, era do
bronze e do ferro, era das grandes civilizações). No Mesolítico e Neolítico,
mais ou menos entre 10 e 8.000 a.C., ocorreu o fim da glaciação (longos
invernos) e a invenção da agricultura.
Observe a estatueta Vênus de Willendorf:
Estatueta Vênus de Willendorf. (Fonte: Lefteris
Tsouris / Shutterstock)
1
A idealização da figura feminina, apresentando a vulva, os seios e a barriga
volumosos, características atribuídas à fertilidade.
2
Os braços frágeis, a cabeça coberta por um tipo de penteado que poderia
representar, além da relação com a fertilidade, um sentido estético feminino
para a sociedade primitiva ou um elevado status social em uma sociedade
caçadora-coletora.
A partir da revolução da agricultura, fortaleceu-se o culto
aos antepassados, que já vinha antes e a ideia do
ancestral mítico em muitas sociedades espalhadas pelo
mundo.
A domesticação dos animais avança e com ela, as expressões do sagrado.
Uma das regiões em que a agricultura foi inventada é o Oriente Médio, em
uma vasta faixa que cobre os atuais Irã, Iraque, Síria, Israel, Líbano,
Palestina, Jordânia e na região do Rio Nilo. Nesses lugares, surgiram grandes
Estados e civilizações.
Mapa 3d do Oriente Médio com bandeiras do
Estado. (Fonte: cheda / Shutterstock)
Em muitas sociedades agrícolas, há um importante papel da domesticação e
ambientação das plantas exercido pelas mulheres. A fertilidade da terra foi
relacionada à feminina. As técnicas mudaram profundamente o quadro das
expressões sagradas, por exemplo, a invenção do arado, remetido ao ato
sexual, com os valores religiosos resultantes (nascimento, morte e
renascimento do ritmo da vegetação).
O calendário religioso segue o da natureza e do cultivo. O mundo e a
existência humana são valorizados em termos da vida vegetal. Os
monumentos mais vigorosos, construídos há milhares de anos, e que os
especialistas remetem a uma cosmologia sagrada, a hierofanias, são as
construções em rocha, divididas em três categorias:
Menir
Pedra enorme enterrada verticalmente no solo.
Comlech
Conjunto de menires dispostos em círculo ou semicírculo.
Dólmen
Imensa laje sustentada por diversas pedras levantadas.
Um dos mais famosos monumentos desse tipo é Stonehenge, na Inglaterra, o
monumento pré-histórico constituído por um grande círculo concêntrico de
pedras, com mais ou menos 4,5 mil anos e um longo período de construção e
uso para finalidades religiosas ou não. (ELIADE, 2010)
 Paisagem de stonehenge, Inglaterra. (Fonte: aroundworld / Shutterstock)
Um exemplo de relação entre religião, sociedade
e arte, pode ser vista no nascimento da
mitologia de Cnum/Khnum o deus com cabeça
de carneiro, um dos mais antigos do Egito, há
mais ou menos 4 mil anos. Representava a
criatividade e o vigor do Rio Nilo que, em suas
cheias anuais, depositava argila e lodo nas
margens, criando as condições de fertilidade
para a agricultura.
Por isso, acreditava-se que Cnum criava os corpos das crianças nas margens
dos rios, como o oleiro amassa e elabora o barro, colocando-as no ventre das
suas mães sendo que a alma (ka) seria soprada por Heqet, a deusa da
fertilidade com cabeça de sapo, no momento do nascimento.
O fenômeno de divindades meio humanas, meio animais é chamado de
antropomorfismo. Cnum tinha a atribuição de “Oleiro divino”, que se
estenderia aos outros deuses que teria moldado. (ELIADE, 2010)
 Khnum, deus da criação – Egito. (Fonte:
Vladimir Zadvinskii / Shutterstock)
Quando, enfim, os povos e a sociedade inventaram a escrita como forma de
comunicação, o sagrado passou a ser expresso sob outras formas, emergiram
novas linguagens, sensações, experiências, valores. Surgiram os textos
sagrados, marcantes em muitas religiões: Islamismo, Budismo, Cristianismo,
Judaísmo, entre as mais importantes.
 Parede com escrita antiga. (Fonte: cagi / Shutterstock)
Algumas sociedades nasceram de longos processos de correntes migratórias,
por necessidades socioeconômicas ou por guerras de conquista — inclusive na
região em que nasceu o povo hebreu e sua religião monoteísta, com claras
influências dos povos da região. Se você aprofundar as pesquisas sobre a
religião como linguagem literária, será necessária uma vasta biblioteca.
Pense, abaixo, com os exemplos de literatura oral sagrada:
A) Alcorão (livro sagrado do Islamismo) - Surata 19, 1-
15 – O Altíssimo
1. Glorifica o nome do teu Senhor, o Altíssimo; 2. Que criou e aperfeiçoou
tudo; 3. Que tudo predestinou e encaminhou; 4. E que faz brotar o
pasto; 5. Que se converte em feno; 6. Ensinar-te-emos a recitar (a
Mensagem), para que não esqueças; 7. Senão o que Deus permitir,
porque Ele bem conhece o que está manifesto e o que é secreto; 8. E te
encaminharemos pela (senda) mais simples; 9. Admoesta, pois, porque a
admoestação é proveitosa (para o atento)! 10. Ela guiará aquele que é
temente; 11. Porém, o desventurado a evitará; 12. Entrará no fogo
maior (o infernal); 13. Onde não morrerá, nem viverá; 14. Bem-
aventurado aquele que se purificar; 15. E mencionar o nome do seu
Senhor e orar!
(Fonte: http://www.islambrasil.com/kuran_txt/87.htm
<http://www.islambrasil.com/kuran_txt/87.htm> )
* Surata 
B) Salmo 93 – Bíblia – Tradução Almeida
1. O SENHOR reina; está vestido de majestade. O SENHOR se revestiu e
cingiu de poder; o mundo também está firmado, e não poderá vacilar; 2.
O teu trono está firme desde então; tu és desde a eternidade; 3. Os rios
levantam,ó Senhor, os rios levantam o seu ruído, os rios levantam as
suas ondas; 4. Mas o Senhor nas alturas é mais poderoso do que o ruído
das grandes águas e do que as grandes ondas do mar; 5 Mui fiéis são os
teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre.
(Fonte: https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/93
<https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/93> )
C) Salmo 93 – Bíblia – Versão Católica
1. O Senhor é rei e se revestiu de majestade, ele se cingiu com um cinto
de poder. A terra, que com firmeza ele estabeleceu, não será abalada; 2.
Desde toda a eternidade vosso trono é firme e vós, vós desde sempre
existis; 3. Elevam os rios, Senhor, elevam os rios a sua voz, e fazem
eclodir o fragor de suas ondas; 4. Porém, mais poderoso que a voz das
grandes águas, mais poderoso que os vagalhões do mar, mais poderoso é
o Senhor nas alturas do céu; 5. Vossas promessas são sempre dignas de
fé, e a vossa casa, Senhor, é santa na duração dos séculos.
(Fonte: https://www.bibliaonline.com.br/vc/sl/93
<https://www.bibliaonline.com.br/vc/sl/93>
2
http://www.islambrasil.com/kuran_txt/87.htm
file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula10_temp.html
https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/93
https://www.bibliaonline.com.br/vc/sl/93

Saiba mais
Leia alguns techos de Mitos de criação
<galeria/aula10/anexo/mitos_da_criacao.pdf> coletados por
Eliade no livro O conhecimento sagrado de todas as eras (de 1963)
e aprecie um pouco a beleza da literatura sagrada dos mitos de criação.
Há traduções acessíveis para o português.
Além dos livros sagrados monoteístas, há coletâneas imensas, em geral sob a
forma de versos poéticos, como a mais famosa do Oriente Médio, os livros
sagrados do Hinduísmo:

Upanishads

Rig-veda

Sama-veda
3
file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/galeria/aula10/anexo/mitos_da_criacao.pdf
file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula10_temp.html

Yajur-veda

Atharva-veda
Em geral, esses livros levaram muito tempo entre seu surgimento e a
formação do cânone oficial, definido pela hierarquia de cada civilização, grupo,
movimento ou Igreja.

Leitura
Reflita um pouco sobre a Epopeia de Gilgamesh
<https://goo.gl/c6tKV> (da região mesopotâmica), poema de 2.700
anos atrás que alguns especialistas acreditam ter influenciado o pano de
fundo dos primeiros livros da Bíblia. Acesso em 27 fev. 2018.
Sobre a religião dos orixás, que vieram da África e aqui foram
reinventados e ressignificados na Umbanda e no Candomblé, veja o livro:
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo, Companhia das
Letras, 2001.

Dica
https://goo.gl/c6tKV
Assista a este raro documentário raro, Lendas dos Orixás - Minissérie
Mãe de Santo <https://www.youtube.com/watch?
v=aJ2o5shbfYM> , da extinta TV Manchete, com narração da atriz Zezé
Motta. Acesso em 27 fev. 2018.
As outras linguagens artísticas, como a dança, a pintura, a escultura, o
cinema, a fotografia, também podem expressar o religioso, o sagrado, o
terrível, o poderoso, como escreve Rudolf Otto.
O sagrado se expressa por meio de diversas linguagens, como a arte, o
cinema e a dança, mas, no Mundo Ocidental, essas linguagens adquiriram
sentidos próprios, lógicas específicas, a liberdade artística que, muitas vezes,
entrou e entra em conflito com as ortodoxias religiosas .
Portanto, um filme, um romance ou uma pintura sobre
qualquer tema religioso ligada a qualquer religião é uma
perspectiva (um ponto de vista) e uma interpretação
sobre esse tema. Evidentemente que esse ponto de vista
não é o próprio sagrado, fonte inesgotável de inspiração
para homens e mulheres religiosos.
Qualquer artista (pintor, romancista, cineasta, escultor etc.) expressará sua
visão do sagrado, muitas vezes, dentro das regras do mundo da arte [que é
vasto e diversificado], o que motivará diferenças com as visões das próprias
religiões. Em geral, a linguagem artística é figurada, metafórica, crítica,
irreverente, inversora e livre, o que contrasta com a religião que possui uma
linguagem mais ontológica e moral.
Pense também que quando se fala religião, é preciso levar em conta muitas
diferenças, estruturas e grupos internos. Na história do Mundo Ocidental
houve muitos conflitos entre religião e arte, muitas vezes devido a
4
https://www.youtube.com/watch?v=aJ2o5shbfYM
file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula10_temp.html
incompreensões de homens e mulheres que desconhecem as linguagens da
religião e da arte. Mas, por outro lado, houve muito enriquecimento mútuo
entre religião e arte.
 Jesus Cristo com seis pares de braço preso à
cruz.
Observe que talvez sejam a Renascença e o Barroco, em especial na Itália,
Alemanha e França, os períodos que mais trouxeram riqueza artística
religiosa, por exemplo, pinturas, esculturas, arquiteturas e
músicas/composições, tanto na tradição católica, quanto na tradição
reformada/protestante.
Michelangelo Buonarroti (1475-1564)
Foi um pintor, escultor e arquiteto italiano, considerado um dos maiores
representantes do Renascimento cultural, tem muitas obras com
temática religiosa que se tornaram o emblema da cultura ocidental, entre
elas: 
afrescos do teto da Capela Sistina (Criação de Adão, Julgamento Final,
Martírio de São Pedro, Conversão de São Paulo); 
a Cúpula da Basílica de São Pedro e 
as esculturas de Davi, Leda, Moisés e Pietá, que estão entre as mais
admiradas do mundo.
Você não poderia deixar de, pelo menos, ver outros nomes como: 
Giotto di Bondone (1276-1337); 
Leonardo da Vinci (1452-1519); 
Rafael Sanzio (1483-1520); 
Michelangelo Merisi de Caravaggio (1571-1610); 
Rembrandt Harmensz van Rijn (1606-1669); 
Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), autor da famosa escultura O êxtase
de Santa Tereza; 
tantos outros artistas, pintores, músicos etc.
Não podemos nos esquecer das composições musicais de Johann
Sebastian Bach (1685-1750). Muitas dessas riquezas nasceram da
competição entre católicos e protestantes, apoiados por hierarcas,
príncipes e, mais tarde, burgueses. E veja que interessante, houve, não
apenas no Renascimento e no Barroco, mas em outros períodos
históricos diversos artistas, compositores, pintores, escritores etc. muitos
anônimos, que fizeram os mais imponentes templos católicos de todos os
tempos (por exemplo, a Notre-Dame, em Paris).
Além da religião cristã, a arquitetura muçulmana é uma das mais belas e
deixou influências inapagáveis na Europa, por exemplo, nas cidades
espanholas de Sevilha e Granada (palácios e templos). Mas, observe, não
é apenas isso, temos ainda a tapeçaria, a literatura, os objetos etc. Você
precisa considerar também fatores como dinastias, períodos históricos,
correntes religiosas internas, interação com outras culturas etc. Da
mesma forma você pode apreciar as belezas artísticas dos templos, das
esculturas e pinturas do Budismo e do Hinduísmo (e suas variantes), do
Xintoísmo, das religiões africanas, das religiões afro-brasileiras, das
religiões autóctones ou aborígenes, religiões étnicas etc.
Observe que, no espaço de uma aula apenas, não é possível abordar
tanta riqueza e, por isso, sugerimos a você alguns artigos para
aprofundamento: 
BOAS, Alex Villas. Religião, arte e literatura: interfaces do Sagrado.
Disponível em: https://goo.gl/n6rQa5 <https://goo.gl/n6rQa5> .
Acesso em 27 fev. 2018. Um dossiê com diversos artigos, da Revista
TeoLiterária, organizado pelo teólogo; 
SANTOS, Alexandre. Tensionamentos entre religião, erotismo e arte:
o martírio de São Sebastião. Disponível em: https://goo.gl/Wf64oY
<https://goo.gl/Wf64oY> . Acesso em 27 fev. 2018
Antônio Francisco Lisboa, “o Aleijadinho” (1730/38?
-1814)
https://goo.gl/n6rQa5
https://goo.gl/Wf64oY
No Brasil, colonizado a partir do século XVI, a arte religiosa nasceu no
período barroco e dele herdou muitas características em termos
artísticos. As igrejas, entre os séculos XVI e XVIII, estão entre as mais
belas e trabalhadas. Pense, por exemplo, na grandiosidade da obra de
Aleijadinho, em Minas Gerais, particularmente na cidade de Congonhas,
com os Doze profetas e as cenasda Paixão de Cristo.
No caso da linguagem imagética há uma divergência, com raízes no
Judaísmo, que tendeu a ver com maus olhos a reprodução de divindades.
A proibição da imagem, dizem alguns especialistas, serviu para a
construção da identidade do povo hebreu que vivia espremido entre
grandes potências e civilizações sob o risco constante de ser dissolvido.
A relação mais negativa com a imagem foi herdada por algumas
correntes cristãs ao longo da história, mas essa iconoclastia ficou mais
evidente com a Reforma Protestante em graus variados. Todos os
movimentos posteriores, inclusive os pentecostais e neopentecostais,
herdaram esse ceticismo com a imagem. O Islamismo também
desenvolveu certas restrições.
Cecil B. de Mille (1881-1959)
O cinema e o sagrado são um assunto muito rico. Há centenas de filmes
e cineastas, mas, veja pelo menos dois exemplos para ilustrar. De fato, a
“sétima arte” traz para você muitos exemplos da presença do sagrado,
muitos deles ligados ao Cristianismo, como o filme Os dez mandamentos
(mais de 3 horas de duração), de de Mille, lançado nos EUA, em 1956, e
um grande sucesso, considerado um dos maiores filmes bíblicos já
realizados.
Pelo título, você já deve imaginar que se trata da saga do povo hebreu
que viveu cativo no Egito esperando pelo libertador Moisés, que os
conduziria até Canaã, a Terra Prometida por Deus. O diretor procurou
recriar as culturas egípcia e hebreia (parte do filme foi rodada no Monte
Sinai e no Egito), os dilemas enfrentados por Moisés etc.
O livro de Êxodos, na tradição judaico-cristã e o filme Os dez
mandamentos contam que ele teria sido adotado pela irmã do Faraó,
após sua mãe criar uma estratégia para burlar o edito de morte baixado
contra os hebreus (colocar o recém-nascido em uma cesta próximo ao
lugar onde a família real se banhava), e se tornado um príncipe,
aprendendo, portanto, a cultura egípcia.
Observe que provavelmente esse, e outros elementos, levaram Freud,
filho de judeus, a propor, no livro O homem Moisés e o Monoteísmo, a
ideia de que o homem que teria aberto o Mar Vermelho era um egípcio.
Glauber Rocha (1939-1981)
De diretores e cineastas brasileiras, procure assistir e refletir um pouco
sobre o filme Barravento, uma das primeiras obras do Cinema Novo, um
forte movimento artístico liderado pelo baiano Glauber Rocha, que
renovou o modo de fazer cinema, com uma linguagem mais ágil, o
enredo e as cenas com enfoques específicos.
Lançado em 1962, conta a história de uma aldeia de pescadores da praia
da Ponta do Xaréu (Itacaré-BA), cujos antepassados vieram da África
como escravos, que permanece ligada aos antigos cultos místicos dos
orixás, seus rituais de iniciação etc.
Nessa vila de pescadores, quase todos negros, há uma forte exploração
injusta pelo dono da rede que usa em seu ofício, empobrecendo-os. Um
antigo membro da aldeia, que tinha ido morar na cidade, retorna,
começa a questionar a exploração e conclama para a luta.
Nascem, assim, tensões nessa comunidade entre os distintos grupos e o
antigo morador que retornou. A religião dos orixás tem papel importante.
Atividade
2. A religião se expressa por meio das linguagens artísticas, como a
literatura e a pintura. São muitos os aspectos dessa expressão, inclusive
históricos e sociais. Assinale, em relação à religião e sua linguagem como
arte, a alternativa correta.
 a) As sociedades caçadoras e coletoras, em geral, construíram grandes
monumentos em rocha.
 b) As sociedades agrícolas não destacaram o papel do feminino
associado a ideia de fecundidade.
 c) As sociedades mais complexas só entaleceram a literatura sagrada
de fonte oral.
 d) Nas sociedades complexas, a religião se expressa por meio de
múltiplas linguagens artísticas.
 e) Nas sociedades complexas, a religião só expressa por meio de um
tipo de linguagem artística.
3. EA relação entre religião e cada linguagem artística é, pelo menos no
Mundo Ocidental, muito rica, ampla e complexa, com aspectos
conflitivos. Sobre a relação entre arte e religião, assinale a alternativa
correta.
 a) As linguagens artísticas, como a dança, a pintura, a escultura, o
cinema, a fotografia, não conseguem expressar o religioso, o sagrado, o
terrível, o poderoso.
 b) Alguns conflitos entre religião e arte podem ocorrer devido ao
desconhecimento das linguagens religiosas e artísticas.
 c) Qualquer artista expressará, em geral, sua visão do sagrado dentro
das regras do mundo da arte.
 d) A linguagem artística tende a ser ontológica e moral, enquanto a
linguagem religiosa tende a ser figurada, metafórica, crítica, irreverente,
inversora e livre.
 e) As belezas artísticas de templos, esculturas, e pinturas, músicas e
literatura relativas ao sagrado só existem no Cristianismo.
A religião e as linguagens
mercadológica, da mídia, do
consumo e da política
A Reflita um pouco sobre como o mercado, o consumo e as mídias imperam
no mundo moderno. É preciso assinalar a diversidade e a polissemia
presentes no ciberespaço: redes sociais eletrônicas, chats, portais,
hipertextos, blogs e vlogs, todos eles portadores de especificidades técnicas e
comunicacionais, todos eles são campo de atuação das ortodoxias ou das
heterodoxias .
As religiões, umas mais outras menos, interagem de forma complexa com
essas novas linguagens midiáticas, misturam-se a elas a ponto de,
atualmente, muitos templos, Igrejas, grupos e associações religiosas
5
file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula10_temp.html
expressarem-se permanentemente. Bispos, padres, pastores, monges
budistas, cantores gospel etc., mantêm perfis/contas no Facebook, Instagram,
Twitter ou usam o YouTube como plataforma para discursos religiosos, que
muitas vezes derivam para o campo político, da saúde, estética etc.
Por exemplo, os religiosos conservadores/reacionários usam essas
plataformas midiáticas para militar contra o que consideram erros
(descriminalização do aborto ou uma política de drogas mais repressiva).
O ciberespaço torna nítido o processo de reinvenção de convenções religiosas
e o faz por diversos motivos, por exemplo, é um campo de expressão (no
sentido de existir diante do olhar do outro), de convencimento e de luta
político-religiosa.
 Ilustração de um indivíduo falando em um
megafone com as logos das principais redes sociais
atuais.

As páginas eletrônicas das grandes e pequenas tradições religiosas contam-se
aos milhares, algumas ligadas a grupos atuantes de clérigos, leigos,
movimentos e associações que investem dinheiro e tempo na organização e
manutenção dessa complexa engenharia da memória. O que emerge é uma
imagem dinâmica, múltipla e polissêmica, afinal, qualquer tradição religiosa
submetida a um “microscópio”, fará saltar aos olhos muitas diversidades
internas, algumas vezes sutis.
Nas redes sociais, a memória da tradição religiosa é apropriada de forma
polissêmica e fragmentada e é a partir desse acesso seletivo que a mesma é
apresentada, publicizada e defendida como verdade legítima. Assim, a religião
tornou-se uma linguagem política de reação conservadora ou de busca pela
igualdade e justiça social. Tornou-se elemento de identidade em muitos
sentidos, resumidos em duas direções:
1
Com luta reacionária
Isto é, para restaurar antigos padrões de moral, costume, social e/ou
economia e valores que sofreram mudanças com o tempo e com as
sociedades.
2
Com luta de reforma/mudança
Para avançar pautas de modernização e mudança de costumes, moral, social,
política e/ou economia.
Atividade
4. No mundo moderno e pós-moderno, a religião se expressa também
por meio de linguagens como o consumo e a mídia. A respeito da relação
entre as linguagens cibernéticas e religião, assinale a alternativa correta:
 a) Os religiosos reacionários não usam as plataformas midiáticas para
militar contra aspectos que consideram moralmente errados.
 b) Os religiosos progressistas não usam as plataformas midiáticas para
militar a favor de aspectos que consideram passíveis de mudança.
 c) As religiões, umas mais, outras menos, interagem de forma
complexacom as novas linguagens midiáticas e cibernéticas.
 d) Muitos religiosos (leigos, padres, bispos, sacerdotes, pastores) não
usam as redes sociais eletrônicas como plataforma para discursos
religiosos.
 e) Muitos religiosos (leigos, padres, bispos, sacerdotes, pastores)
usam as redes sociais eletrônicas como plataforma apenas para discursos
políticos.
Espiritualidade e pós-modernidade
Uma das questões mais polêmicas nas pesquisas das Ciências da Religião tem
sido a relação entre pós-modernidade e espiritualidade.

Leitura
Leia o artigo Mais espiritualidade e menos religião (característica
da nossa época? <https://goo.gl/y65aYX> . Acesso em 27 fev.
2018.
https://goo.gl/y65aYX
A teóloga Bingemer distingue religião e espiritualidade: a primeira no sentido
institucional e a segunda no sentido de uma vivência humana fundamental,
podendo se exprimir de várias maneiras, uma experiência de Deus. Medite um
pouco sobre o que escreve a teóloga Bingemer (2016):

Na espiritualidade predominam a disposição de serviço,
a tolerância para com a crença (ou a descrença) alheia,
a sabedoria de não transformar o diferente em
divergente.
BINGEMER, 2016
A religião seria uma institucionalização com engessamento, burocratização e
hierarquização da espiritualidade.
A religião seria uma institucionalização com engessamento, burocratização e
hierarquização da espiritualidade.
A pós-modernidade pode ser entendida, segundo alguns teóricos, como o
ocaso da ideia de razão absoluta e única, a celebração da pluralidade de
valores, modos de vida e existência. A secularização e a laicidade
contribuíram para isso.
Ainda em Bingemer (2016), medite um pouco sobre o que essa teóloga fala:

O fato é que o processo de secularização apresenta
uma face positiva e não apenas negativa
Bingemer, 2016

Saiba mais
Caberia também citar uma perspectiva mais antropológica, que você
pode ver em Estilos de espiritualidade como critério para
tipologias e interpretações do campo religioso na
contemporaneidade <https://goo.gl/RpY6VM> . Acesso em 27 fev.
2018.
https://goo.gl/RpY6VM
Atividade
5. A religião e a espiritualidade serão vistas de forma diferente, até
mesmo oposta. Sobre a religião, como linguagem política e sobre a
relação entre espiritualidade e pós-modernidade, assinale a
alternativa correta:
 a) A religião, como linguagem política, não pode significar reação
conservadora, protesto social ou violência.
 b) As religiões retraíram-se do espaço público e não advogam luta para
restaurar antigos padrões de moral, costume.
 c) As religiões retraíram-se do espaço público e não advogam luta para
avançar pautas de modernização e mudança de costumes, moral.
 d) Na espiritualidade, não predominam a disposição de serviço, a
tolerância para com a crença (ou a descrença) alheia, a sabedoria de não
transformar o diferente em divergente.
 e) A religião, como expressão de uma linguagem política, pode
significar reação conservadora, protesto e busca pela igualdade e justiça
social ou violência.
6. A atividade consiste em visitar os links recomendados desta aula e
responder: Como se relacionam a religião e as linguagens?
Notas
Arte rupestre1
Refere-se às eras pré-históricas (anteriores à escrita), encontradas em paredes e
tetos de cavernas, rochas etc. Temos a pintura rupestre, feita com pigmentos, e a
gravura rupestre, imagens gravadas em incisões em rocha, madeira ou ossos. Há
variados estilos, técnicas e materiais. Geralmente, representam animais, natureza e
pessoas.
Surata
Nome dado a cada capitulo do Alcorão, o livro sagrado do Islamismo. O Alcorão é
divido em 114 suratas subdividas em versículos (ayat).
O conhecimento de todas as eras
Observe que esse livro foi criado como apoio aos cursos de História da Religião que o
filósofo, historiador e cientista da religião romeno lecionava na Universidade de
Chicago, EUA.
Ortodoxias religiosas
Tudo que é relativo a dogmas e versões oficiais de discursos, ideias e valores de
Igrejas, religiões, templos etc.
Heterodoxias
tudo que é relativo a dogmas e versões não oficiais ou divergentes (não
hegemônicos) de discursos, ideias e valores de Igrejas, religiões, templos etc. 
Ortodoxia religiosa: tudo que é relativo a dogmas e versões oficiais de discursos,
ideias e valores de Igrejas, religiões, templos etc.
Referências
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes. 1992, p. 59.
_____________. O conhecimento sagrado de todas as eras. São Paulo:
Mercuryo, 1995, p. 68 a 70.
_____________. História das crenças e das ideias religiosas. Volume I: Da
Idade da Pedra aos mistérios de Eleusis. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
FIROLAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo (orgs.). As Ciências das Religiões. 8. ed. São
Paulo: Paulinas, 2016.
2
3
4
5
PASSOS, João D.; USARSKI, Frank (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião.
São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013.
TEIXEIRA, Faustino (org.). A(s) Ciência(s) da Religião no Brasil. Afirmação de
uma área acadêmica. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 2008.
Explore mais
Veja os seguintes textos acadêmicos e livres!
A sensibilidade secular da política brasileira <https://goo.gl/QeQCqQ> .
Acesso em 26 fev. 2018.
Cristianismo e pós-modernidade segundo Vattimo
<https://goo.gl/KLfuFi> .Acesso em 26 fev. 2018.
Scorsese à beira do último homem – o filme “Silêncio”
<https://goo.gl/V3gn6h> . Acesso em 26 fev. 2018.
Nossa boa religiosidade atual: entre William James e Peter Sloterdijk
<https://goo.gl/DovUAW> . Acesso em 26 fev. 2018.
https://goo.gl/QeQCqQ
https://goo.gl/KLfuFi
https://goo.gl/V3gn6h
https://goo.gl/DovUAW

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