Buscar

Resumo_de_Hermeneutica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2
Resumo de Hermenêutica
Alcance da Norma Jurídica
Sobre os métodos de interpretação que determinam o alcance da norma, chamados por Tercio Ferraz Jr. de “tipos de interpretação”, podemos ter: a interpretação especificadora (declarativa), a interpretação restritiva e a interpretação extensiva. Vejamos cada uma delas.
Quanto aos efeitos:
1. Interpretação declarativa ou especificadora
Uma interpretação declarativa especificadora parte do “pressuposto de que o sentido da norma cabe na letra de seu enunciado”, ou seja, segundo a teoria dogmática “na interpretação especificadora, a letra da lei está em harmonia com a mens legis ou o espírito da lei, cabendo ao intérprete apenas constatar a coincidência” (FERRAZ JR., 2001, p. 290).
Para se chegar a uma interpretação declarativa, o intérprete deve buscar a vontade do legislador (mens legislatoris), o que faz com que seus efeitos coincidam com o sentido aparente que as suas expressões denotam (COELHO, 1981).
Há compatibilidade do texto da norma com o seu sentido. (in claris cessat interpretativo – No que é claro, não existe interpretação).
2. Interpretação restritiva
Já a interpretação restritiva ocorre toda vez que se limita o sentido da norma, mesmo havendo amplitude da sua expressão literal, através do uso de considerações teleológicas e axiológicas. A interpretação restritiva, portanto, leva em consideração o critério da mens legis (vontade da lei), levando em consideração a norma jurídica como algo independente da vontade do legislador, assumindo significado próprio, uma vez expressado (COELHO, 1981).
O direito penal, em razão do princípio nullum crimen sine lege (não há crime sem lei anterior que o preveja), deve ser interpretado de forma restritiva, não admitindo também analogia in mala parte. Da mesma forma, o direito tributário não permite interpretação extensiva de seus preceitos, devendo ser interpretado restritivamente.
Em síntese, recomenda-se que toda norma que restrinja os direitos e garantias fundamentais reconhecidos e estabelecidos constitucionalmente deva ser interpretada restritivamente. Também uma exceção deve sofrer uma interpretação restritiva (FERRAZ JR., 2001, p. 291).
O texto da Lei (verba legis – as palavras da lei) se restringe a disposição legal.
3. Interpretação extensiva ou ampliativa
A interpretação extensiva, por sua vez, também leva em consideração a mens legis, ampliando o sentido da norma para além do contido em sua letra, demonstrando que a extensão do sentido está contida no espírito da lei, considerando que a norma diz menos do que queria dizer (FERRAZ JR., 2001, p. 290-292).
Determinados ramos do direito têm como regra geral a interpretação extensiva, como as normas dispositivas do direito civil, que por razões históricas funciona como norma supletiva no contexto do direito privado. Da mesma forma, o direito trabalhista pode ser utilizado de forma supletiva às lacunas do direito administrativo no tocante ao funcionalismo público.
O texto da Lei é menos conclusivo que a sua intenção. Amplia-se o significado literal para a obtenção do efeito prático. (p. ex.: "os pais" devem ser entendidos como o pai e a mãe).
4. Interpretação ab-rogante
“que nega sentido e valor a disposições de lei, por verificar que a mesma é contrária e incompatível com outra norma principal” (LIMA, 2002, p. 155-156).
O texto da Lei não pode ser aplicado, pois é inconstitucional ou foi revogado tacitamente por Lei posterior com ela incompatível.
Hermenêutica Constitucional
A norma jurídica é a célula do ordenamento jurídico (corpo sistematizado de regras de conduta, caracterizadas pela coercitividade e imperatividade). É um imperativo de conduta, que coage os sujeitos a se comportarem da forma por ela esperada e desejada.
A compreensão da norma jurídica somente é possível a partir da noção de ordenamento jurídico, isto porque a eficácia da norma e a institucionalização da sanção dependem da pré-existência de um ordenamento jurídico.
Não existe nenhuma norma juridicamente válida sem a existência de um ordenamento jurídico correspondente, apesar de ser possível a discussão acerca da possibilidade de a norma jurídica ser ou não ser justa ou eficaz independente da sua validade.
Normatividade constitucional
· Consequências:
· Incidem sobre a realidade social;
· Pode ser aplicada diretamente a casos concretos;
· Superioridade hierárquica (formal e material);
· Orientam os operadores do direito na interpretação e aplicação do Direito;
· Parâmetros de validade de todas as normas;
· Fonte de inspiração para órgãos políticos e sociedade em geral.
Texto Normativo versus Norma Constitucional
Texto normativo é o texto da constituição que vai determinar as regras e procedimentos, ex.: as leis, deveres, direitos...
E a norma jurídica é a interpretação do texto normativo que é feita por um intérprete, pelo poder judiciário.
O texto normativo é, simplesmente, o direito positivado pelo Estado, que traça, a partir da opção político-legislativa adotada, um horizonte de possibilidades para fins de futura interpretação. Pode-se indicar, à guisa de ilustração, algumas expressões sinônimas de texto normativo, como segue: texto legal, dispositivo, enunciado, diploma normativo, preceito normativo, arcabouço normativo, quadra normativa, cenário normativo. Eis que surge, nessa esteira, a noção de positivação do Direito, como arte de construção do texto normativo.
A norma jurídica consiste numa atividade de produção interpretativa.
Características das normas constitucionais
· Características das normas constitucionais:
- Supremacia constitucional/ superioridade hierárquica;
- Elevado grau de abstração dos textos versus Constituição regulatória;
- Forte dimensão política;
- Limitadora do poder político.
Classificação das normas constitucionais:
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUANTO AO GRAU DE APLICABILIDADE
• Normas autoaplicáveis vs. Normas não autoaplicáveis (Rui Barbosa);
Autoaplicáveis seriam aquelas normas constitucionais completas, capazes de irradiar todos os seus efeitos desde a entrada em vigor da Constituição.
Não autoaplicáveis, por sua vez, seriam as normas indicadoras de princípios, aquelas que necessitariam de alguma atuação legislativa para a plena produção dos seus efeitos.
Normas Constitucionais de eficácia plena, contida e limitada (José Afonso da Silva).
Normas constitucionais de eficácia plena
Normas de eficácia plena são aquelas que desde o seu nascimento, ou seja, desde a sua entrada em vigor, produz os seus efeitos, sem que para isso seja necessária a intervenção do legislador ordinário. Exatamente por essa sua “autossuficiência” elas são normas de aplicabilidade direta, imediata e integral.
Exemplos:
Art. 1º “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”.
Art. 15 “É vedada a cassação de direitos políticos”
Art.17 § 4º - “É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar”
Art. 46 § 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
Normas de eficácia contida são normas que possuem, inicialmente, as mesmas características das normas de eficácia plena, mas que guardam a peculiaridade de poderem ter sua eficácia restringida. Daí serem normas de aplicabilidade direta, imediata e não integral (porque podem ser restringidas).
A restrição das normas de eficácia contida pode acontecer de três formas:
1) por meio do legislador infraconstitucional (art. 5º, XIII e art. 95, parágrafo único, IV);
2) por outras normas constitucionais (arts. 136 a 141: vigência de estado de sítio e estado de defesa);
3) através de conceitos jurídicos indeterminados, como bons costumes, utilidade pública etc. (art. 5º, XXIV e XXV).
Exemplo:
Art. 5º, XIII É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Neste artigo percebe-se que o legislador constitucional estabeleceu, em regra, a liberdade para o exercíciode qualquer trabalho, ofício ou profissão. No entanto, deixou o legislador infraconstitucional livre para estabelecer restrições quanto à matéria.
Normas constitucionais de eficácia limitada
Por seu turno, não conseguem produzir de imediato todos os seus efeitos. Será necessária uma força integrativa a ser exercida ou pelo legislador infraconstitucional ou por outro órgão a quem a norma atribua tal incumbência. Possuem, assim, aplicabilidade indireta, mediata e reduzida.
De acordo com o Professor da USP, as normas de eficácia limitada se subdividem, ainda, em duas subespécies: 
(a) as normas definidoras de princípio institutivo ou organizativo; e 
(b) as definidoras de princípio programático.
a) Normas definidoras de princípio institutivo ou organizativo: são normas por meio das quais o constituinte originário traça as linhas mestras de uma determinada instituição, delimitando sua estrutura e atribuições, as quais, contudo, só serão detalhadas por meio de lei. Ex.: “a lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho” (art. 113), “Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais” (art. 134, § 1º).
Essas normas podem ser impositivas ou facultativas.
Impositivas: são aquelas normas que determinam que o legislador crie a mencionada norma integrativa. Ex.: art. 20, § 2º, art. 32, § 4º (“Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.”), art. 33 (“A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.”), art. 88 (“A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.”) e art. 91, § 2º (“A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.”).
Facultativas ou permissivas: são normas que não impõem ao legislador o dever de editar normas integrativas, mas apenas criam a possibilidade de elas serem elaboradas. Ex.: art. 22, parágrafo único (“Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.”), art. 125, § 3º (“A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.”), art. 195, § 4º (“A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.”), art. 154, I (“A União poderá instituir: I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;”) e art. 25, § 3º (“Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.”).
b) Normas definidoras de princípio programático: são normas nas quais o constituinte não regulou diretamente as matérias nelas traçadas, limitando-se a estabelecer diretrizes (programas) a serem implementados pelos poderes instituídos, visando à realização dos fins do Estado. Disciplinam interesses econômico-sociais de que são exemplos a realização da justiça social, a valorização do trabalho, o combate ao analfabetismo etc.
As normas programáticas não têm como destinatários os indivíduos, mas sim os órgãos estatais, no sentido de que eles devem concretizar os programas nelas traçados. São normas que caracterizam uma constituição como sendo dirigente.
Elas não produzem todos os seus efeitos no momento da promulgação da Constituição. Contudo, isso não significa que tais normas sejam desprovidas de eficácia jurídica até o momento em que os programas nelas definidos sejam implementados.
Embora não produzam seus plenos efeitos de imediato, elas possuem o que se chama de eficácia negativa, que se desdobra em eficácia paralisante e eficácia impeditiva.
Eficácia paralisante: é a propriedade jurídica que as normas programáticas têm de revogar as disposições legais contrárias aos seus comandos, ou seja, as normas infraconstitucionais anteriores não serão recepcionadas se com ela incompatíveis.
Eficácia impeditiva: a norma programática tem o condão de impedir que sejam editadas normas contrárias ao seu espírito, é dizer: as normas programáticas servem de parâmetro para o controle de constitucionalidade.
A norma programática, além do já mencionado efeito negativo, serve, ainda, como diretriz interpretativa da Constituição, vez que o intérprete não pode desprezar seu comando quando da interpretação do texto constitucional.
Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais programáticas
O professor Luís Roberto Barroso faz a seguinte divisão:
Normas constitucionais de organização: disciplinam a estrutura básica do Estado, determinando a forma de Estado, forma de governo, regime político, divisão de competências, separação de poderes. Estas normas tem na sua maioria efetividade plena e imediata, pois apenas definem o arcabouço do Estado em seu aspecto burocrático e estático.
Exemplos:
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. (...)
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
Normas definidoras de direitos: estabelecem aqueles direitos fundamentais no aspecto civil, político e socioeconômico que a Constituição defere à população. Os direitos civis e políticos como o direito de liberdade, igualdade e o de votar e ser votado correspondem a um não-fazer do Estado. Isto é, o Estado ao permitir a participação popular na vida política e ao não invadir a sua intimidade e liberdade estará dando cumprimento aos direitos individuais de 1ª geração. A obrigação do Estado em relação a estes direitos implica em um non facere, sendo estes preceitos atualmente de aplicação direita e imediata.
O problema reside nas normas constitucionais definidoras dos direitos sociais, direitos individuais de 2ª e 3ª geração. Estes necessitam para a concretização de seus valores e sua efetividade, tanto semântica como pragmaticamente, de uma atuação positiva do ente governamental.
Assim, o direito à educação para todos implica num atuar positivo do Estado na criação de específicas políticas públicas de cunho social para a concretização do direito constitucionalmente assegurado.
Exemplos:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...).
Normas constitucionais programáticas: são as disposições que indicam os fins sociais a serem atingidos pelo Estado com a melhoria das condições econômicas, socais e políticas da população, tendo em vista a concretização e cumprimento dos objetivos fundamentais previstos na Constituição. São normas vagas, de grande densidade semântica, mas com baixa efetividade social e jurídica, não gerando em sentido estrito direitos subjetivos públicos para a população.
Estasnormas programáticas acabam tendo baixo grau de densificação normativa, dizendo respeito a planos e diretrizes futuras a serem implementados pelos governantes.
Exemplos:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.
Princípios de Interpretação Constitucional
- Elementos tradicionais de interpretação
Método jurídico (hermenêutico clássico - Savigny):
Este método considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos: 
• literal (textual), busca analisar o texto da norma em sua literalidade;
• lógico (sistemático), busca avaliar a relação de cada norma com o restante da Constituição;
• histórico, avalia o momento de elaboração da norma (ideologia então vigente);
• teleológico, busca a sua finalidade; e 
• genético, investiga a origem dos conceitos empregados na Constituição.
O método jurídico valoriza o texto constitucional. Cabe ao intérprete descobrir o sentido deste texto, sem extrapolar a literalidade da lei.
- Novos elementos de interpretação constitucional
• Método tópico‐problemático:
Criado por Theodor Viehweg, neste método, há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca‐se solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma constitucional. Este método parte das premissas seguintes: a interpretação constitucional tem caráter prático, pois busca resolver problemas concretos e a norma constitucional é aberta, de significado indeterminado (por isso, deve‐se dar preferência à discussão do problema).
• Método hermenêutico‐concretizador:
Este método foi criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição inicia‐se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete, a quem cabe aplicar a norma para a resolução de uma situação concreta. Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas quais esta se desenvolve, promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando a interpretação em “movimento de ir e vir” (círculo hermenêutico).
OBS.: O método hermenêutico‐concretizador diferencia‐se do método tópico‐problemático, porque enquanto este pressupõe a primazia do problema sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do texto constitucional sobre o problema.
- Princípios específicos de interpretação constitucional.
Para auxiliar a entender o significado das normas constitucionais, a doutrina criou vários enunciados, os chamados princípios de interpretação constitucional. Esses princípios são aplicados facultativamente pelo intérprete, não tendo qualquer valor normativo. São eles:
1. Princípio da Supremacia da Constituição:
Profundamente ligado à chamada teoria da construção escalonada das normas jurídicas, segundo a qual “a estrutura da ordem jurídica é uma construção escalonada de normas supra e infra ordenadas umas às outras, em que uma norma do escalão superior determina a criação da norma do escalão inferior” (KELSEN, 1998, p. 144), em que a Constituição estaria no vértice da pirâmide normativa, o princípio da supremacia da Constituição é base para diversos outros pressupostos da interpretação constitucional, senão todos os outros.
Por força do pós-positivismo, a Constituição foi translocada para o centro do ordenamento jurídico, passando a orientar a conformação de todas as demais normas infraconstitucionais (BARROSO, 2006). Emerge daí a noção de controle de constitucionalidade, vez que a norma suprema não pode ser ferida por outra de hierarquia inferior, caso de uma lei ordinária ou complementar, decretos ou outras espécies normativas infraconstitucionais.
O Poder Judiciário, quando intervém para assegurar as franquias constitucionais e para garantir a integridade e a supremacia da Constituição, desempenha, de maneira plenamente legítima, as atribuições que lhe conferiu a própria Carta da República. O regular exercício da função jurisdicional, por isso mesmo, desde que pautado pelo respeito à Constituição, não transgride o princípio da separação de poderes. (MS 23.452, Rel. Min. Celso de Mello, j. 16.9.1999, Plenário, DJ 12.5.2000.)
Partindo do ponto que as normas constitucionais se sobrepõem às infraconstitucionais, o Supremo já decidiu, em vários momentos, em favor dessa posição, ao declarar incompatíveis ou não recepcionadas diversas leis. Exemplificando, cite-se que a Constituição da República apenas autoriza a prisão em caso de flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, ressalvados os casos de transgressão militar ou de crime propriamente militar, assim definidos em lei (art. 5°, LXI). Portanto, se uma lei viesse a destoar dessa disposição constitucional, seria prontamente afastada, em decorrência do princípio da supremacia da Constituição. Assim se deu no caso do art. 319 do Código de Processo Penal (antes da redação pela Lei 12.403, de 2011), que definia os casos de prisão administrativa, a qual se dava sem ordem judicial. O art. 319 foi alterado, após a Lei 12.403/2011, passando a prever “medidas cautelares diversas da prisão”, o que encontra-se mais afinado com o dispositivo constitucional que resguarda a cláusula de reserva de jurisdição.
Do mesmo modo, compreendia-se que, sob a égide da Constituição de 1988, não poderia mais o Ministro da Justiça (que não é autoridade judiciária) deter da legitimidade para determinar prisão, no caso do art. 69 do Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/1980, revogada pela Lei de Migração – Lei 13.445/2017). 
Interessante citar, também, que o princípio da supremacia da Constituição vem sendo invocado no sentido de conferir máxima efetividade a direitos sociais, resguardados pelo artigo 6° da Carta Magna de 1988., 
Em decorrência do princípio da supremacia, surge outro cânone: o da interpretação conforme a Constituição. Ora, uma norma apenas tem capacidade de interferir na esfera de outra se a primeira estiver em hierarquia superior à segunda. A interpretação de acordo com a Carta Magna ganha relevância quando uma norma infraconstitucional se identifica “com mais de um sentido ou significado” (CUNHA JÚNIOR, 2012, p. 236), devendo-se conceder preferência àquele que esteja em conformidade com a Constituição, ou esteja mais próximo da orientação constitucional, em caso de interpretações diversas e todas conforme o texto magno (CUNHA JÚNIOR, 2012).
Esse processo revela-se “de fundamental importância para a constitucionalização dos textos normativos infraconstitucionais” (STRECK, 2002, p. 443), ao mesmo tempo que impede que uma lei seja declarada nula, quando passível de ser interpretada conforme o texto magno.
2. Princípio da Presunção de Constitucionalidade das leis e Atos Normativos
Consoante assevera esse princípio, as leis e os atos normativos em geral existentes no ordenamento jurídico devem ser presumidos constitucionais, salvo se houver declaração judicial de inconstitucionalidade, a qual importará, conforme entendimento da doutrina majoritária e do próprio STF, em nulidade da norma, a qual não terá aptidão para produzir efeitos jurídicos, já que possui nulidade congênita. Assim, como regra, a declaração de nulidade, se não houver modulação de efeitos, importará em efeito ex tunc (retroativo), com eficácia retroativa, sendo a norma desprovida de qualquer eficácia.
3. Princípio da Unidade da Constituição (Interpretação Sistêmica)
Esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais. Assim, não há contradição verdadeira entre as normas constitucionais: o conflito entre estas é apenas aparente. Ou, em outras palavras, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são apenasaparentes.
Segundo esse princípio, na interpretação deve‐se considerar a Constituição como um todo, e não se interpretarem as normas de maneira isolada. Um exemplo de sua aplicação é a interpretação do aparente conflito entre o art. 61, §1º, II, “d” e o art. 128, §5º, da Constituição. Utilizando‐se o princípio da unidade da Constituição, percebe‐se que não se trata de um conflito real (antinomia) entre as normas, mas de uma iniciativa legislativa concorrente do Procurador Geral da República e do Presidente da República para dispor sobre a organização do Ministério Público da União, do Distrito Federal e dos Territórios.
O STF aplica, em vários de seus julgados, o princípio da unidade da Constituição. Segundo a Corte, “os postulados que informam a teoria do ordenamento jurídico e lhe dão o substrato doutrinário assentam‐se na premissa fundamental de que o sistema de direito positivo, além de caracterizar uma unidade institucional, constitui um complexo de normas que devem manter entre si um vínculo de essencial coerência” (STF, RE 159.103‐0/SP, DJU de 4.8.1995).
Do princípio da unidade da Constituição, deriva um entendimento doutrinário importante: o de que não existem normas constitucionais originárias inconstitucionais.
4. Princípio da Máxima Efetividade das Normas Constitucionais 
Esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades. Sua utilização se dá principalmente na aplicação dos direitos fundamentais, embora possa ser usado na interpretação de todas as normas constitucionais.
5. Princípio da justeza ou da conformidade funcional ou, ainda, da correção funcional:
Esse princípio determina que o órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a uma conclusão que subverta o esquema organizatório‐funcional estabelecido pelo constituinte. Assim, este órgão não poderia alterar, pela interpretação, as competências estabelecidas pela Constituição para a União.
6. Princípio da concordância prática ou da harmonização:
Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais. Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele
encontra limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro direito protegido constitucionalmente.
7. Princípio do efeito integrador ou eficácia integradora:
Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. É, muitas vezes, associado ao princípio da unidade da constituição, justamente por ter como objetivo reforçar a unidade política.
8. Princípio da Força Normativa da Constituição:
Esse princípio determina que toda norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia, sob pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto, que, na interpretação constitucional, deve‐se dar preferência às soluções que possibilitem a atualização de suas normas, garantindo‐lhes eficácia e permanência.
Para Konrad Hesse, seu idealizador, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Desse modo, a Constituição, para ser aplicável, deve ser conexa à realidade jurídica, social e política.
Aprofundando ainda mais no estudo do tema, trazemos a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a manutenção de decisões divergentes da interpretação constitucional revela‐se afrontosa à força normativa da Constituição e ao princípio da máxima efetividade da norma constitucional. Isso porque a postura atual do Supremo é a de valorizar cada vez mais suas decisões, com vistas a criar um ambiente de maior segurança jurídica. Visa‐se, enfim, conferir maior uniformidade as decisões do Judiciário brasileiro. 
9. Princípio da Interpretação conforme a Constituição:
Esse princípio, criado pela jurisprudência alemã, se aplica à interpretação das normas infraconstitucionais (e não da Constituição propriamente dita!). Trata‐se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar a validade das normas, evitando que sejam declaradas inconstitucionais. Ao invés de se declarar a norma inconstitucional, o Tribunal busca dar‐lhe uma interpretação que a conduza à constitucionalidade.
É relevante destacar que a interpretação conforme a Constituição não é aplicável às normas que tenham sentido unívoco (apenas um significado possível). Essa técnica somente deverá ser usada diante de normas polissêmicas, plurissignificativas (normas com várias interpretações possíveis). Assim, no caso de normas com várias interpretações possíveis, deve‐se priorizar aquela que lhes compatibilize o sentido com o conteúdo constitucional. A partir deste princípio, tem‐se que a regra é a manutenção da validade da lei, e não a declaração de sua inconstitucionalidade. Isso, desde que,
obviamente, a interpretação dada à norma não contrarie sua literalidade ou sentido, a fim de harmoniza‐la com a Constituição.
Por seu caráter extremamente didático, reproduzimos julgado do STF em que se discorre sobre a técnica de interpretação conforme a Constituição:
“A interpretação conforme é uma técnica de eliminação de uma interpretação desconforme. O saque desse modo especial da interpretação não é feito para conformar um dispositivo subconstitucional aos termos da Constituição Positiva. Absolutamente! Ele é feito para descartar aquela particularizada interpretação que, incidindo sobre um dado texto normativo de menor hierarquia impositiva, torna esse texto desconforme à Constituição. Logo, trata‐se de uma técnica de controle de constitucionalidade que só pode começar ali onde a interpretação do texto normativo inferior termina.” (STF, ADPF 54‐QO, 27.04.2005).
Destaque‐se, mais uma vez, que quando a norma só tem um sentido possível (sentido unívoco), não é possível a aplicação da interpretação conforme. Nesse caso, ou a norma será declarada totalmente constitucional ou totalmente inconstitucional (STF, ADI 1.344‐1/ES, DJ de 19.04.1996).
Outro ponto importante é que a interpretação conforme não pode deturpar o sentido originário das leis ou atos normativos. Não é possível ao intérprete “salvar” uma lei inconstitucional, dando-lhe uma significação “contra legem” (contra lei). A interpretação conforme a Constituição tem como limite a razoabilidade, não podendo ser usada como ferramenta para tornar o juiz um legislador, ferindo o princípio da separação dos Poderes. Veja o que o Supremo decidiu a respeito:
“Por isso, se a única interpretação possível contrariar o sentido inequívoco que o Poder Legislativo lhe pretendeu dar, não se pode aplicar o princípio da interpretação conforme a Constituição, que implicaria, em verdade, criação de norma jurídica, o que é privativo do legislador positivo” (STF, Repr. 1.417‐7, em 09.12.1987).
A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do texto.
a) Interpretação conforme com redução do texto:
Nesse caso, a parte viciada é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa. Como exemplo, tem‐se que na ADI 1.127‐8, o STF suspendeu liminarmente a expressão “ou desacato”, presente no art. 7º, § 2º, do Estatuto da OAB.
b) Interpretação conforme sem redução do texto:
Nesse caso, exclui‐se ou se atribui à norma um sentido, de modo a torna‐la compatível com a Constituição. Pode ser concessiva (quando se concede à norma uma interpretação que lhe preserve a constitucionalidade) ou excludente (quando se exclua uma interpretação que poderia torna‐la inconstitucional).
10. Princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade:
Podemos considerar três acepções da razoabilidade:
• A primeira é usadacomo diretriz que exige a relação das normas gerais com as individualidades do caso concreto, quer mostrando sob qual perspectiva a norma deve ser aplicada, quer indicando em quais hipóteses o caso individual, em virtude de suas especificidades, deixa de se enquadrar na norma geral; 
• A segunda acepção diz respeito ao emprego da razoabilidade como diretriz que exige uma vinculação das normas jurídicas com o mundo ao qual elas fazem referência, seja reclamando a existência de um suporte empírico e adequado a qualquer ato jurídico, seja demandando uma relação congruente entre a medida adotada e o fim que ela pretende atingir; e
• A terceira, a razoabilidade são utilizadas como diretriz que exige a relação de equivalência entre duas grandezas.
Passaremos a tratar destas acepções a seguir.
A Razoabilidade como Equidade.
Na primeira acepção a razoabilidade exige a harmonização da norma geral com o caso individual. A razoabilidade impõe, na aplicação das normas jurídicas, a consideração daquilo que normalmente acontece.
Na aplicação do direito, é razoável presumir que as pessoas dizem a verdade e agem de boa-fé, ao invés de mentir e agir de má-fé.
Na interpretação das normas legais deve-se presumir o que normalmente acontece, e não o extraordinário.
A razoabilidade atua como instrumento para determinar que as circunstâncias de fato devam ser consideradas com a presunção de estarem dentro da normalidade. A razoabilidade atua na interpretação dos fatos descritos em regras jurídicas. Desta forma, exige determinada interpretação como meio de preservar a eficácia de princípios axiologicamente sobrejacentes. Interpretação diversa das circunstâncias de fato levaria à restrição de algum princípio constitucional, como o princípio do devido processo legal.
A razoabilidade exige, ainda, a consideração do aspecto individual do caso nas hipóteses em que ele é desconsiderado pela generalização legal. Em alguns casos, em razão das especificidades, a norma geral não pode ser aplicável por se tratar de caso anormal.
É preciso diferenciar a aplicabilidade de uma regra da satisfação das condições previstas em sua hipótese. Uma regra não é aplicável somente porque as condições previstas em sua hipótese são satisfeitas. Uma regra é aplicável, a um determinado caso se, e somente se, suas condições são satisfeitas e sua aplicação não é excluída pela razão motivadora da própria regra ou pela existência de um princípio que institua uma razão contrária.
A razoabilidade atua na interpretação das regras gerais como decorrência do princípio da justiça. 
Assim, analisando essas considerações, podemos concluir que a razoabilidade serve de instrumento metodológico para demonstrar que a incidência da norma é condição necessária, mas não suficiente para sua aplicação. Para que seja aplicável, o caso concreto deve adequar-se à generalização da norma geral.
Razoabilidade como Congruência
Na segunda acepção a ser considerada a razoabilidade exige a harmonização das normas com suas condições externas de aplicação.
Os princípios constitucionais do Estado de Direito e o devido processo legal impedem a utilização de razões arbitrárias e a subversão dos procedimentos institucionais utilizados. Para a aplicação da razoabilidade não se pode desvincular-se da realidade.
Essa forma de aplicação também deve ser utilizada em casos em que a norma, concebida para ser aplicada em determinado contexto socioeconômico, não mais possui razão para ser aplicada.
Não se trata de analisar a relação entre meio e fim, mas entre critério e medida. A eficácia dos princípios constitucionais do Estado de Direito e do devido processo legal soma-se a eficácia do princípio da igualdade, que impede a utilização de critérios distintivos inadequados. Diferenciar sem razão é violar o princípio da igualdade.
Razoabilidade como Equivalência
A razoabilidade também exige uma relação de equivalência entre a medida adotada e o critério que a dimensiona.
Não pode haver desproporção entre o direito e o custo a ser pago pelo cidadão, um exemplo que pode ser considerado dentro desta acepção é de que a culpa serve de critério para a fixação da pena a ser cumprida, devendo esta pena ser equivalente à culpa.
Distinção entre Razoabilidade e Proporcionalidade
A razoabilidade exige uma relação de equivalência entre a medida adotada e o critério que a dimensiona.
O postulado da proporcionalidade exige que o Poder Legislativo e o Poder Executivo escolham, para a realização de seus fins, meios adequados, necessários e proporcionais. Um meio é adequado quando promove o fim a que se propõe. Um meio é dito necessário se, dentre todos aqueles meios igualmente adequados para promover o fim, for o menos restritivo relativamente aos direitos fundamentais e um meio é proporcional, em sentido estrito, se as vantagens que promove superam as desvantagens que provoca. 
A aplicação da proporcionalidade exige a relação de causalidade entre meio e fim, de forma que, adotando-se o meio, chega-se ao fim.
A razoabilidade como dever de harmonização do geral com o individual (dever de equidade) atua como um instrumento para determinar que as circunstâncias de fato devam ser consideradas com a presunção de estarem dentro da normalidade, ou para expressar que a aplicabilidade de regra geral depende do enquadramento do caso concreto. Nessas hipóteses, princípios constitucionais sobrejacentes impõem verticalmente determinada interpretação. Não há, no entanto, nem entrecruzamento horizontal de princípios, nem relação de causalidade entre um meio e um fim.
A razoabilidade como dever de harmonização do Direito com suas condições externas exige a relação das normas com as condições de aplicação, quer demandando um suporte empírico existente para a adoção de alguma medida quer exigindo uma relação congruente entre o critério de diferenciação escolhido e a medida adotada.
Princípios e regras constitucionais
A Constituição pode ser compreendida como um sistema jurídico aberto de regras e princípios de diferentes graus de densidade normativa.
Entende-se por normas constitucionais todas as disposições inseridas numa Constituição, ou reconhecidas por ela, independentemente de seu conteúdo.
Todas as normas constitucionais têm estrutura e natureza de norma jurídica, ou seja, são normas providas de juridicidade.
Para Robert Alexy, tanto as regras quanto os princípios são normas, porque ambos encerram um dever ser e podem ser formulados por meio de expressões deônticas do dever, da permissão e da proibição.
“A Constituição é um sistema escalonado de regras e de princípios” - Canotilho.
Histórico de evolução da normatividade dos princípios: 
I) Jusnaturalismo – postulados de justiça, mas sem força normativa;
II) Positivismo jurídico – princípio como meio de integração do direito;
III) Pós-positivismo – valorização dos princípios, atribuição de normatividade.
Normas: regras e princípios
	Critério
	Regras
	Princípios
	Indeterminação semântica
	Determinadas
	Indeterminados, vagos
	Aplicação normativa
	Menor espaço para valorações subjetivas
	Função do intérprete envolve maior criatividade
	Importância na ordem jurídica
	Menor relevância sistêmica
	Alicerces básicos
	
Conteúdo moral
	Menor conteúdo moral
	Dimensão moral mais pronunciada, em razão da incorporação de valores
	Distinção qualitativa (Dworkin)
	Comandos disjuntivos, aplicados na lógica do tudo ou nada
	
Dimensão de peso
	
Distinção qualitativa (Alexy)
	Devem ser cumpridas integralmente ou descumpridas.
Obs.: invalidade ou cláusula de exceção.
	
Mandamentos de otimização
Formas de solução de conflitos:
- Entre regras jurídicas: critérios da hierarquia, especialidade e cronologia;
A antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto (lacunas de colisão).
a) critério cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior;
b) critério da especialidade: norma especial prevalece sobre normageral;
c) critério hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior.
Dos três critérios acima, o cronológico, constante do art. 2º da LINDB, é o mais fraco de todos, sucumbindo frente aos demais. O critério da especialidade é o intermediário e o da hierarquia o mais forte de todos, tendo em vista a importância do Texto Constitucional, em ambos os casos.
Classificação das antinomias, quanto aos critérios que envolvem:
- Antinomia de 1º grau: conflito de normas que envolve apenas um dos critérios acima expostos.
- Antinomia de 2º grau: choque de normas válidas que envolve dois dos critérios antes analisados.
- Entre princípios: ponderação
Ronald Dworkin, filósofo do Direito Americano, classificou as normas jurídicas em duas espécies, a saber: regras e princípios. As regras orientam-se pelo critério da aplicabilidade à moda tudo-ou-nada (all-or-nothing-fashion). Os princípios, a seu turno, situam-se na dimensão do peso (dimension of weight), isto é, são avaliados para se definir qual deles merece prevalência sobre outro.
Como exemplo de regra tem-se a do artigo 87 da Constituição, que determina a escolha de Ministros de Estado dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. Essa regra não demanda nenhuma avaliação quanto a seu peso, visto se impor por si mesma (tudo ou nada). Já o princípio precisa ser valorado (pesado), porque sobre ele incidem outros que podem comprometer sua aplicação em um caso concreto.
Robert Alexy, um dos mais influentes filósofos do Direito Alemão, conceitua os princípios como “comandos de otimização”, isto é, mandamentos que anunciam os valores nucleares de um sistema normativo. Os princípios imprimem, portanto, sentido lógico-racional ao sistema.
Num esforço de conferir maior precisão ao estudo do tema, o citado jusfilósofo postula que as regras podem conflitar entre si, ao passo que os princípios podem colidir. Estabelece, pois, uma diferença terminológica, postulando que o termo “conflito” seja aplicável exclusivamente às regras, enquanto que o termo “colisão” exclusivamente aos princípios.
Nesse passo, se duas regras apresentam incompatibilidade de convivência no ordenamento jurídico, este se vale de outras regras para superá-la. São as conhecidas normas de sobredireito. Assim, por exemplo, a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior (LINDB, art. 2º, § 1º).
Na colisão, ocorre um fenômeno diverso, visto inexistir hierarquia entre normas constitucionais (posição do STF no julgamento da ADI 815/DF). Impõe-se, pois, no seu trato, optar por uma delas quando, numa situação objetiva, dois ou mais normas condutoras de princípios se mostrem colidentes.
Destarte, a colisão de princípios é superada por meio de um esquema de ponderação, isto é, atribui-se, em face de uma situação objetiva, peso maior a determinado princípio em relação a outro.
Isto se explica porque em um Estado Democrático de Direito as normas previstas na constituição podem se mostrar contraditórias, dada a diversidade ideológica própria das democracias, a qual se reflete no texto constitucional.
Instrumento: princípio da proporcionalidade
Fases sucessivas e prejudiciais: 
O princípio da proporcionalidade, que se identifica com a razoabilidade, tem três elementos ou subprincípios:
a) adequação: o ato administrativo deve ser efetivamente capaz de atingir os objetivos pretendidos;
b) necessidade: o ato administrativo utilizado deve ser, de todos os meios existentes, o menos restritivo aos direitos individuais;
c) proporcionalidade em sentido estrito: deve haver uma proporção adequada entre os meios utilizados e os fins desejados. Proíbe não só o excesso (exagerada utilização de meios em relação ao objetivo almejado), mas também a insuficiência de proteção (os meios utilizados estão aquém do necessário para alcançar a finalidade do ato).
• Importância dos princípios e das regras no sistema constitucional:
- Regras: previsibilidade, segurança jurídica;
- Princípios: maleabilidade, adaptação do sistema às novas realidades.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
I) Formalista legalista: método tradicional, subsunção. 
Escola da Exegese (França, séc. XIX): 
A Escola da Exegese, também conhecida como Escola filológica, perdurou
durante o século XlX, e foi identificada como sendo a expressão máxima do
positivismo legal, desenvolvido na França com a promulgação do Código
Civil francês (Código Napoleônico - 1804), e constituída pelos intérpretes deste
mesmo Código. Esta Escola afirmava que o Código de Napoleão resolveria
qualquer problema referente ao cotidiano da época. Portanto, para a Escola
da Exegese, a lei seria como uma expressão da razão aplicada em quaisquer
circunstâncias. Além da literalidade dos textos, uma característica forte dessa
escola era a estatalidade, ou seja, todo o poder na mão do legislador deixa o Direito em absoluto na mão do Estado. O direito estava interligado ao Estado.
Os juízes na França teriam suas decisões exclusivas às leis da época, no
antigo regime. Essa lei, feita pelo povo. As decisões deveriam ser baseadas
exatamente no que a lei diz, segundo cada palavra e pontuação, uma
interpretação gramatical perfeita. Por meio dessa exatidão gramatical poder-
se-ia alcançar a “vontade geral”. A partir disso o juiz passa a ser um mero
funcionário do Estado, que aplica o que está no código, um código sem
lacunas. Acredita-se que a Escola da Exegese restabeleceu a Ciência do
Direito (Civil), uma vez que não era cabível ao juiz interpretar a lei de acordo
com o seu entendimento. A atividade do jurista deveria ser a mais objetiva e
neutra possível. Esta Escola negou o valor ao costume como uma fonte do
Direito, negando assim uma criatividade referida às jurisprudências. A lei era
considerada a única fonte do Direito e exigia uma interpretação minuciosa. No
papel de interpretação do novo Código, o método sistemático fez-se adequado,
pois a harmonia e a integração do conjunto de normas revela um sentindo
comum em si, fora o significado isolado de seus artigos, ficando encarregado
ao intérprete considerar a lei em conformidade com a totalidade do Código.
Identifica-se o Direito com a lei por meio do dogma da razão, que exalta a
capacidade do Código.
Três períodos dividiram a escola da Exegese: o período de formação, que
data de 1804 a 1830; em seguida, o seu apogeu - 1830 a 1880; e o declínio,
verificado por volta de 1880. Seu declínio ocorreu pela ineficiência da
interpretação de seu processo, ou seja, a letra da lei, somente, não era mais
suficiente, havia a necessidade de se recorrer a outras fontes. Com o passar
do tempo, o método de interpretação literal-gramatical da lei foi se tornando
indesejável, evoluindo então para o método lógico-sistemático.
A doutrina da Escola da Exegese se reduziu a proclamar a onipotência jurídica
do legislador, ou seja, do Estado. Pois independente da vontade do povo, o
culto do texto da lei levado ao extremo coloca o direito de uma maneira integral
nas mãos do Estado. Firmou ainda a base teórica do racionalismo jurídico
ocidental, tendo como grande obra o Código de Napoleão.
As influências do positivismo legal (decorrentes desta própria Escola)
contribuíram para a formação da nossa cultura jurídica ocidental.
Norberto Bobbio, partindo das lições de Bonnecase, sintetizou as principais características da escola da exegese nos seguintes termos: 
(a) inversão das relações tradicionais entre direito natural e direito positivo, reconhecendo-se a existência de princípios prepositivos, mas sustentando-se que os mesmos são irrelevantes para o jurista enquanto não positivados;
(b) defesa de uma concepção estatal do direito, de modo que somente seriam jurídicas as regras postas pela organização do Estado; 
(c) defesa de uma teoria subjetivista da interpretação, no sentido de que se deveria buscar a revelação da vontade do legislador contida no texto legal; 
(d) apego à literalidade dotexto legal; e 
(e) apego ao princípio da autoridade, com o que se atribuía relevância não só ao texto do código, mas também às lições de seus primeiros comentadores.
- Todo o Direito estaria compreendido no sistema composto pelas normas ditadas pelo legislador;
- O papel do intérprete se resumiria a fazer com que a vontade legislativa, gravada nos textos legais, incidisse nos casos concretos. 
Fundamentos: 
1) Teoria rígida da separação de poderes;
2) Princípio da legalidade estrita (lei geral e abstrata como expressão da vontade do povo, Rousseau);
3) Segurança jurídica. 
Jurisprudência de Conceitos (Alemanha, séc. XIX):
Jurisprudência dos Conceitos tem origem com os juristas da Escola Histórica, os pandectistas. Essa corrente tinha como objetivo extrair, das antigas instituições do Direito, conceitos capazes de serem utilizados em diferentes épocas e lugares, tornando assim o Direito universal. Para isso é utilizado o método lógico-sistemático (interpretação realizada com base em todo o sistema jurídico conforme o contexto), que tentava construir uma unidade no meio da diversidade normativa. Seus principais representantes foram Ihering, Savigny e Puchta, considerado por muitos como seu fundador.
É Puchta, discípulo de Savigny, que desenvolve a genealogia dos conceitos, a genealogia tem como base a busca de conceitos em princípios gerais, a aplicação de normas conforme os conceitos da ciência jurídica sem nenhuma influência externa.
Formulou também a pirâmide de conceitos, onde deu ênfase ao caráter lógico-dedutivo do sistema jurídico, que era capaz de “por si só gerar uma conclusão que servisse de juízo concreto para cada decisão”. Esse caráter dava ao Direito um maior grau de objetividade. A escola da jurisprudência dos conceitos mais tarde deu origem ao positivismo jurídico.
Entre as principais características da jurisprudência dos conceitos estão: o formalismo, com a busca do direito na lei escrita; a sistematização; a busca de justificação da norma específica com base na mais geral.
Ou seja, segundo esta escola, o direito deveria, prevalentemente, ter base no processo legislativo, embora devesse ser justificado por uma ideia mais abrangente relativa a um sentido social.
- Buscava construir um ordenamento sistemático e unitário, sem deixar espaço para a criação judicial do Direito; 
- Construção do sistema caberia à Ciência do Direito, por meio da formulação de conceitos jurídicos altamente abstratos;
- Desenvolvimento da doutrina pandectista, que buscava a elaboração de conceitos muito sofisticados, por meio da depuração do Direito Romano.
>> No cenário do formalismo positivista, o Direito se inspirava na epistemologia das Ciências Exatas, que então viviam um momento de prestígio. Alentava-se a pretensão de que o conhecimento jurídico pudesse ser também exato, sem espaço para subjetivismos. Intérpretes não participariam da criação do Direito. 
Os atos de interpretação seriam atos de conhecimento, mas não atos de vontade.
Crise do Formalismo Jurídico: início do século XX
Motivos: 
1) Inflação legislativa; 
2) Superação da teoria rígida da separação de poderes;
3) Surgimento de teorias críticas do liberalismo; 
4) Desenvolvimento das ciências sociais. 
II) Teorias não legalistas 
Jurisprudência de interesses: que sustentava a necessidade de proteção dos interesses materiais subjacentes às normas, com maior atenção para o mundo real, dedicando atenção a temas como as lacunas do ordenamento e a sua integração.
Contrária à Jurisprudência dos Conceitos, a Jurisprudência dos
Interesses sai do campo da abstração e formula uma metodologia que une a
lógica com as experiências de vida. Seu representante foi o professor Philip
Heck, que incorporou as ideias de Ihering sobre Direito como prática e
finalidade. A partir desse momento, o Direito passa a ser uma garantia de que
os interesses da sociedade sejam postos em forma de lei e o papel do Juiz
deixa de ser o de meramente interpretar e aplicar a lei. Com caráter criativo,
ele passa a avaliar os interesses de ambas as partes com a ocasião a ser
colocada em prática podendo, até mesmo, usar de sua experiência de vida e
seu sentimento de justiça. A teoria “histórico-objetiva” de Heck procura não um
caráter psicológico, mas um caráter normativo que corresponda ao interesse
demonstrado na lei. É dever do legislador colocar os valores sociais dentro do
Direito para que o principal objetivo deste seja sempre proteger os interesses
da sociedade a qual se aplica. Porém, para atingir esse objetivo, deve-se
conhecer os interesses que já se tornaram lei.
Além disso, Heck utiliza-se, também, da sociologia para afirmar que o
método jurídico está ligado à ação que o direito exerce sobre a vida. Existem
duas direções possíveis a serem seguidas: uma verifica os interesses
protegidos por lei que entram, algumas vezes, em contradição com a vida, com
a realidade. A outra se contém aos interesses do caso. Para ele, o direito é a
defesa dos interesses, ou de ordem geral, protegidos por lei, ou individuais,
protegidos pela sentença.
A Jurisprudência dos Interesses teve muitos seguidores, mas também
recebeu algumas críticas. Ela foi criticada pelos neo – hegelianos porque
apenas analisava a verificação dos interesses em pauta. Assim, a partir de
Heck, seus seguidores reconheceram o valor do fundamento dos interesses.
Ele diz que antes do juiz aplicar uma lei, deve medir suas consequências, uma
vez que ele é subordinado a ela. Essa subordinação é resultado de um
princípio constitucional que declara a prevalência da vontade do povo acima da
vontade individual.
No que diz respeito a essas atividades do juiz, e também do legislador, a
Jurisprudência dos Interesses parte de duas ideias fundamentais: a primeira é
que o juiz tem que, obrigatoriamente, obedecer ao Direito positivo. Assim como
o legislador, o juiz têm que fazer o possível para resolver os conflitos de
interesses, fazendo prevalecer a valoração dos interesses concluída pelo
legislador à sua valoração individual, ou seja, o que prevalece é a lei ao invés
de seus critérios pessoais. A segunda é que às vezes as leis aparecem um
pouco incompletas, inadequadas e muitas vezes entram em conflito com outras
normas. Isso se deve ao fato de que a cada dia que passa, novas situações
vão surgindo e com isso surgem também novas leis. Assim, o legislador espera
que o juiz faça uso do bom senso e utilize critérios adequados para dar a
melhor aplicação para a lei, de acordo com os interesses em pauta.
Dessa forma, a função do juiz não deve ser limitada a apenas aplicar os
fatos e as normas, mas sim construir novas regras para as situações que a lei
não regulou e ainda corrigir as normas que contêm deficiências. Em resumo, o
juiz deve proteger todos os interesses que o legislador considerou dignas de
proteção, e protegê-los seguindo uma hierarquia segundo determina o
legislador.
Escola da Livre Pesquisa do Direito (François Geny, na França) e Movimento do Direito Livre (Eugen Ehrlich e Herman Kantorowicz): negavam a existência de qualquer vinculação do intérprete ou do juiz ao Direito posto, legitimando- se plenamente a busca da solução tida pelo julgador como a mais correta para cada caso.
O Movimento Para o Direito Livre, surgiu na Alemanha, sob inúmeras críticas que estavam sendo feitas a respeito da concepção metodológica insuficiente advinda do formalismo que estavam sendo realizadas. No geral, esse movimento não possuía um grupo específico de pensadores, nem mesmo uma teoria em si bem elaborada, entretanto era um grupo voltado contra o apego a tradição e ao conformismo manifestado em vários domínios, como as artes ou até mesmo a religião.
O que marca o Movimento para o Direito Livre, é a conferência sobre "A luta pela ciência do direito" apresentada por Eugen Ehrlich, onde ele faz uma defesa, sobre ao invés de o legislador fazer uma aplicação mecânica, a qual está prevista em lei, ser possível a busca do direito. A ideia de Ehrlich, seria que ao decidir um caso, o juiz considere os fatos sociaisque deram origem e condicionaram o litígio, a ordem interna das associações humanas, assim como os valores que orientavam a moral e os costumes, pois o direito não consiste nas disposições jurídicas e sim nas suas instituições. Afinal, quem deseja explicar o direito, deve saber por exemplo como surgiu o Estado, famílias, Igreja, etc. e ao mesmo tempo como estes se modificam e evoluem no decorrer do tempo. Por isso, Ehrlich veio a ser considerado um dos precursores da sociologia do direito, pois ele fala sobre a existência de um direito vivo em contraposição ao apenas vigente diante da sociedade.
No mesmo ano em que a conferência de Ehrlich foi publicada, surge o manifesto de Herman Kantorowicz pelo movimento do direito livre, onde defende a ideia de que nem todo direito acaba no Estado, mas ao contrário, muito mais rico e legítimo é aquele Direito brotado espontaneamente dos movimentos sociais, que ele chama de direito que deveria ser resumido pela doutrina e reconhecido pelo Estado, por meio de atividade jurisdicional. E ele é chamado de direito natural e positivo por Kantorowicz, pelo fato dele conter dentro de si, ao mesmo tempo a vontade e o poder da sociedade. Além disso, diz que o direito livre está do lado ou é até mesmo anterior ao direito estatal.
O direito livre então é produzido pela opinião jurídica dos membros da sociedade pelas sentenças jurídicas e pela ciência jurídica, além disso, o autor cita o fato de que o povo conhece esse direito, mas só consegue reconhecer o direito estatal se esse coincidir com o direito livre. Então é daí que surge a ideia de que a atividade jurisdicional do Estado deve prescindir da lei, sempre que nela não seja possível encontrar uma solução justa do caso. O juiz, então deve agir conforme sua exclusiva convicção, ainda que para isso lhe seja exigido uma formação especial, pois ele tem compromisso apenas com a justiça. Nesse sentido a ideia é de que o juiz seja tanto um especialista em leis, quanto um avaliador dos fatos com um olhar voltado a sociedade. 
A partir disso, é verificado uma recusa ao dogma legalista que vê o direito como uma norma constituída em lei, onde ao intérprete não é permitido recorrer a argumentos de natureza extralegal. Ou seja, Movimento para o Direito Livre, procurou resolver a lacuna provocada pelo distanciamento entre o Direito e a sociedade em movimento. Quando a lei fica ultrapassada por não acompanhar as mudanças vividas pela sociedade, acabou gerando instabilidade ao invés de dar segurança, isso acaba fazendo com que ressurja o direito natural (social) de molde histórico-jusnaturalista. Mesmo assim, a partir daí vemos uma forte reação contra o sociologismo jurídico.
Realismo (EUA, século XX): o Direito não é o que está nas leis ou nos precedentes, nem se baseia na lógica e na razão abstrata; o Direito consiste naquilo que dizem os juízes (Oliver Wendell Holmes, juiz da Suprema Corte).
Nos Estados Unidos, o realismo jurídico começou a ser bastante discutido na primeira metade do século XX, passando a centralizar o estudo do direito na atuação do juiz, considerando o direito aplicado concretamente – e não a moral, a justiça ou as normas jurídicas – o objeto central de pesquisa do jurista. Dessa forma, para poder compreender o direito, bastaria compreender como o juiz pensa e decide: "direito é o que o juiz diz que é".
Principais autores
Os autores mais destacados na teoria realista são Karl N. Llewellyn, Jerome Frank e Felix S. Cohen, tendo Oliver Wendell Holmes como um de seus mais importantes precursores. Outros autores que também podem ser mencionados são Joseph W. Bingham, William Orville Douglas, Thurmond W. Arnold, William Fisher, Lon Fuller, Anthony Sebok, dentre outros.
Principais argumentos
O realismo jurídico norte-americano entende que a ciência do direito deve se ocupar de duas grandes questões: o que o juiz decide em determinado caso, e o que ele irá decidir em uma situação sobre a qual ele ainda não se pronunciou?
Como definiu o realista Jerome Frank, “o direito, então, relacionado a qualquer situação fática, ou é (a) direito presente, i.e., uma decisão específica do passado, observada em relação àquela situação, ou é (b) direito provável, i.e., uma adivinhação em relação a uma decisão futura específica”.
Em outras palavras, os realistas entendem que o direito é fruto de decisões judiciais, e a ciência do direito deve se ocupar tanto em analisar decisões judiciais anteriores quanto em prever como certas questões serão decididas – tanto quanto possível, já que para o realismo o direito é fruto exclusivo da mente de juízes, e por isso, é dotado de elevado grau de incerteza.
Desta breve descrição do realismo, percebe-se que esta corrente não se preocupa com a norma jurídica como base para a definição de direito. Para o realismo, a regra jurídica assume seu sentido apenas e tão somente no momento em que ela é interpretada pelo juiz, sendo este, então, o agente criador do direito. A norma é apenas uma referência a partir da qual o juiz, em face de um caso concreto, irá dizer o que é o direito. Resta ao jurista apenas analisar seu comportamento, e da melhor maneira possível tentar prever sua decisão.
O dever ser, para os realistas, é indiferente. O direito é feito de ser, de fatos concretos e de decisões, e especulações a respeito de como determinado caso deveria ser julgado são inúteis. A hierarquia normativa e a lógica jurídica, desta forma, são insignificantes para o jurista, face ao necessário estudo das decisões judiciais.
Vale lembrar que esta teoria foi desenvolvida nos Estados Unidos, onde o sistema jurídico é de common law, a constituição é rígida e principiológica e o juízes são eleitos. Tal sistema de common law dá ênfase, portanto, às decisões judiciais como formadoras de leading cases (precedentes), em vez de leis codificadas (civil law). Logo, pela tradição americana, portanto, é de se entender o surgimento de um realismo jurídico moldado àquelas condições, um realismo norte-americano, como uma corrente doutrinária que preza as decisões judiciais acima de quaisquer fatores que possam definir o direito.
Se, por um lado, o realismo jurídico rejeita a definição de direito pela norma jurídica (positivismo jurídico), também a rejeita pela moral (moralismo jurídico). Com efeito, o realismo jurídico não nega que decisões judiciais podem possuir uma carga de idealismo e moral por parte dos juízes; porém, esta corrente entende que a justiça e a moral não são fatores determinantes da definição do direito. Em outras palavras: para o realismo, o fato de determinada decisão estar carregada ou não de elementos morais é indiferente, e o jurista que realiza uma crítica moral a uma decisão está fugindo do estudo jurídico, que deve se ater apenas a uma análise empírica das decisões jurídicas.
O realismo jurídico pode ser sintetizado pela frase de Karl N. Llewellyn, de 1930: “Aquilo que os operadores do direito fazem em relação aos conflitos é, na minha opinião, o próprio direito”.
III) Teorias intermediárias 
Teoria Dinâmica do Ordenamento Jurídico (Hans Kelsen): 
- Leva em consideração o processo de produção das normas e atos jurídicos. Ordenamento jurídico como sistema escalonado de normas, pirâmide.
- O ato de decisão judicial não é apenas de aplicação do Direito, mas também de criação. 
- Norma jurídica constitui uma espécie de moldura, onde são possíveis diversos conteúdos, de acordo com a diversidade das interpretações possíveis. Cabe ao juiz preencher essa moldura com um ato que é ao mesmo tempo de aplicação, porque balizado pelos limites estabelecidos pela norma jurídica, e de criação, porque é do magistrado a opção por uma dentre as diversas interpretações que o texto legal franqueia.
Teoria de Herbert Hart:
Reconhecimento do caráter simultaneamente cognitivo e volitivo da aplicação do Direito. As normas jurídicas possuem textura aberta (que pode ser mais ou menos acentuada), tendo zonas de certeza e zona de penumbra. 
Nas zonas de penumbra, se localizam os casos difíceis de interpretação,onde há discricionariedade judicial (o Direito não fornece uma resposta ao problema, cabendo ao juiz fazer uma verdadeira escolha).
A textura aberta do direito pode ser entendida como uma indeterminação linguística presente nos sistemas jurídicos, mais especificamente nas normas jurídicas, ou seja, existe textura aberta no direito quando a linguagem jurídica não se apresenta clara, lançando dúvida sobre a sua aplicação no caso concreto. É importante esclarecer que a textura aberta é uma característica inerente da linguagem e não apenas das normas.
Para Hart, existem casos em que as regras jurídicas não são claras e revelam-se indeterminadas em certo ponto que surge uma dúvida quanto à sua aplicação. 
Ou seja, o conteúdo das normas se esforça para ser bem amplo com a finalidade de abarcar o maior número de ações humanas possíveis, porém, existem casos, em que a linguagem demonstra uma falha que faz com que o aplicador tenha dificuldade em aplicar as normas.
Um exemplo bem interessante que Hart utiliza para explicar a questão da textura aberta é a placa de proibida a entrada de veículos no parque.
A primeira questão que nos vem à cabeça é: porque será que é proibida a entrada de veículos no parque? Que fato aconteceu para que não fosse mais permitida a entrada de veículos no parque?
A segunda questão é: o que a Administração do parque entende por veículo? Um patins é um veículo? Uma bicicleta é um veículo? Um carrinho de brinquedo é um veículo?
Neste caso a textura aberta se dá pela indeterminação da regra: o que a Administração do parque entende por veículo? Mesmo sendo uma regra simples (É proibida a entrada de veículos no parque), o poder discricionário que foi deixado pela linguagem pode ser muito amplo, de qualquer forma que, a aplicação da regra pode, na verdade, constituir uma escolha, ainda que possa não ser arbitrária ou irracional.
Ou seja, a Administração do parque pode, de acordo com a sua escolha entender que é veículo apenas aqueles que dotados de motor, com placa e que são utilizados como meio de transporte.
Para Dworkin, constata-se a existência da textura aberta do direito quando em um texto da Lei são observados: ambiguidade, obscuridade e termos abstratos. 
Implicações importantes da textura aberta no direito
De acordo com a Teoria de Hart, diante desta margem de dúvida, caberá ao juiz interpretar a regra da forma que julgar mais apropriada ao caso concreto com o qual estiver lidando. 
E como cabe ao juiz, muitas vezes, direcionar o sentido da regra para os casos concretos, pode-se dizer que nestas ocasiões o Juiz exerce discricionariedade.
IV) Debate contemporâneo: pós-positivismo 
Virada Kantiana: o retorno da Ética normativa ao campo das reflexões dos pensadores.
A partir do que se convencionou chamar de ‘virada kantiana’ (kantische Wende), isto é, a volta à influência da filosofia de Kant, deu-se a reaproximação entre ética e direito, com a fundamentação moral dos direitos humanos e com a busca da justiça fundada no imperativo categórico.
Giro Linguístico: provocou uma mudança profunda na maneira como se concebe o conhecimento, envolvendo uma ruptura com o modelo cartesiano, que se baseava numa rígida separação entre sujeito e objeto. O foco filosófico, antes centrado na consciência do sujeito, se desloca para a comunicação intersubjetiva, mediada pela linguagem.
O intérprete é um ser “enraizado”, que compartilha valores com seus semelhantes.
No início do século XX, a força do pensamento científico era tão grande muitos filósofos pretenderam simplesmente converter a filosofia em ciência, realizando uma espécie de ciência filosófica. Esse movimento, que foi batizado com o curioso nome de empirismo lógico, somente se tornou possível em virtude da maior inovação filosófica do século XX, que foi encarar todos os problemas relativos ao conhecimento como problemas de linguagem. Essa mudança, aparentemente sutil, gerou uma revolução filosófica que hoje é conhecida como giro linguístico, ou linguistic turn.
Ao esclarecer a falácia naturalista, Hume estabeleceu os limites da racionalidade científica: o cientista até pode descrever os valores dominantes, mas não deve ter nenhuma pretensão de que exista um conceito racional de bem. Além disso, a ciência precisa escolher um objeto empírico e concentrar-se na sua explicação, o que significa um abandono de todos os objetos metafísicos, em que estão incluídos vários dos objetos típicos da reflexão filosófica. Toda a filosofia clássica era metafísica e, nessa medida, ela era incompatível com o discurso científico.
Porém, alguns estudos lógicos e matemáticos do final do século XIX apontaram um sentido inovador para as questões filosóficas. Percebeu-se que a matemática não era uma ciência, mas apenas uma linguagem. As várias matemáticas são apenas linguagens rigorosas e formalizadas, cuja precisão e rigor possibilita que as explicações científicas sejam mais rigorosas e precisas também. Elas não têm um objeto empírico, pois os números e as suas relações são entidades puramente abstratas. Apesar disso, o conhecimento matemático é fundamental para o próprio pensamento científico. Essa intuição deu margem a um novo conceito de ciência, que podemos chamar de neopositivista: a peculiaridade da ciência é a de que se trata de uma explicação feita por meio de uma linguagem rigorosa e precisa.
Tal inovação abriu espaço para uma adaptação das noções kantianas aos novos tempos. Kant foi muito criativo ao afirmar que era possível um conhecimento metafísico objetivo, na medida em que nós analisássemos a nossa própria racionalidade. E o que o neopositivismo fez na filosofia foi abandonar o platonismo do conceito kantiano de racionalidade (vista como algo metafísico, a ser percebido por meio uma análise transcendental), e apresentar a razão como um modo lógico de lidar com a linguagem.
Esse trânsito para a linguagem deu para a filosofia um objeto empírico. Nossas capacidades linguísticas, nossos modos de dizer, nossas estruturas argumentativas, tudo isso pode ser objeto de uma pesquisa indutiva, capaz de esclarecer as estruturas lógicas por meio das quais a linguagem se processa. Assistimos, assim ao surgimento de um aristotelismo filosófico renovado: uma nova espécie de ontologia, que não se concentrava em desvendar indutivamente a essência dos seres, mas a estrutura lógica da linguagem.
Todo o conhecimento humano é uma explicação linguística e, portanto, os limites do nosso conhecimento são os limites da nossa linguagem. E a melhor coisa a fazer com a filosofia é depurá-la da metafísica, conferindo a ela uma precisão e um rigor tão grandes quanto os da ciência. Dentro dessa perspectiva, o próprio problema da metafísica ganha um novo contorno: sua origem é radicada no fato de que a nossa linguagem pode falar de uma série de objetos inexistentes, como quadrados redondos ou cores invisíveis. Igualmente inexistentes são o bem em si, o valor racional e o poder constituinte originário, que são expressões que não correspondem a nenhum objeto empírico.
Com isso, a filosofia pôde concentrar-se nos problemas da linguagem, voltando-se à sua velha tarefa de analisar a estrutura permanente por trás da multiplicidade dos fenômenos transitórios que captamos pelos nossos sentidos. Essa nova base permanente já não era mais ligada a uma ordem cósmica externa, mas à lógica imanente da nossa própria atividade linguística, que se tornou o principal objeto de estudos filosóficos no decorrer do século. Tanto é assim que todas as aproximações inovadoras do século XX foram abordagens linguísticas. O primeiro movimento nesse sentido foi justamente o do empirismo lógico, ou neopositivismo, que transformou a filosofia em uma reflexão acerca da própria ciência e gerou projetos variados de construção de saberes verdadeiramente científicos.
Interpretação Constitucional
“Não existe norma jurídica, senão norma jurídica interpretada”. 
· Quem pode interpretar a Constituição? 
Tese tradicional: tarefa eminentemente jurisprudencial; papel das Cortes Constitucionaise Supremas Cortes. 
Tese contemporânea: pluralização do universo de intérpretes. 
Sociedade Aberta dos Intérpretes da Constituição (Peter Häberle). 
Impactos da abertura da interpretação constitucional no STF:
 
1) Ampliação dos legitimados para a propositura das ações constitucionais;
2) Amicus curiae[footnoteRef:1] (amigo da corte ou amigo do tribunal); [1: Na prática funciona da seguinte maneira, um tribunal em um julgamento por provocação de uma das partes ou mesmo de ofício convoca um terceiro, que não é parte no processo, mas que tem bastante conhecimento sobre a matéria posta em julgamento para prestar esclarecimentos e auxiliar o tribunal no julgamento daquele caso.
Portanto, é uma forma de auxiliar no debate da questão posta julgamento, privilegiando, por exemplo, o pluralismo jurídico e a participação social de diversos atores da sociedade, ou seja, isso contribui inclusive para dar uma maior legitimidade para as decisões.
Até pouco tempo atrás a figura do amicus curiae era um pouco mais restrita no Direito brasileiro; era mais vista com frequência em processos envolvendo ações indiretas de constitucionalidade, nas ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental), nos procedimentos de revisão e cancelamento de súmulas vinculantes, além de outras leis específicas.
O código de processo civil prevê expressamente a figura do amicus curiae em seu artigo 138, o que vai possibilitar a sua presença em uma gama maior de processos.
Portanto, agora o julgador pode considerando a relevância da matéria e a repercussão social do julgamento, por decisão irrecorrível, solicitar ou admitir a presença de uma pessoa natural ou jurídica que tenha grande representatividade e conhecimento sobre a matéria, para que ela venha e colabore com o julgamento, dando maior legitimidade para essa decisão.] 
3) Oitiva de peritos e convocação de audiências públicas.
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Interpretar a Constituição significa compreender, investigar o significado do texto constitucional. A Hermenêutica (Interpretação) Constitucional serve para solucionar, no caso concreto, conflitos entre bens jurídicos protegidos pela Carta Magna, bem como para dar eficácia e aplicabilidade às normas constitucionais.
A quem cabe a tarefa de interpretar a Constituição? Só ao Judiciário? Tanto o Judiciário quanto o Executivo e o Legislativo interpretam a Constituição.
A interpretação constitucional foi vista, durante um bom tempo, como algo restrito aos juízes; tratava‐se, portanto, de atividade exclusiva de um pequeno grupo, uma verdadeira “sociedade fechada”.
Peter Häberle, jurista alemão, quebrou completamente esse paradigma após a crise do processo democrático dos anos 70 na Alemanha, ao propor um novo modelo para a interpretação constitucional. Segundo ele, são intérpretes da Constituição todos aqueles que a vivenciam: os cidadãos, os órgãos públicos, a opinião pública e demais grupos sociais. A teoria desenvolvida por Häberle é conhecida como a “sociedade aberta dos intérpretes”, que nos mostra que a
interpretação constitucional é tarefa de todos (e não apenas dos juízes).
“Uma Constituição que estrutura não apenas o Estado em sentido estrito, mas também a própria esfera pública, dispondo sobre organização da própria sociedade e, diretamente, sobre setores da vida privada, não pode tratar as forças sociais e privadas como meros objetos. Ela deve integrá‐las ativamente enquanto sujeitos (…). Limitar a hermenêutica constitucional aos intérpretes 'corporativos' ou autorizados jurídica ou funcionalmente pelo Estado significaria um empobrecimento ou um auto engodo”.

Continue navegando