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- -1
MAQUETES
INTRODUÇÃO À FORMA NA CONCEPÇÃO 
ARQUITETÔNICA
Rodrigo Gonçalves dos Santos
- -2
Olá!
Você está na unidade Introdução à forma na concepção arquitetônica. Conheça aqui o conceito de espaço
arquitetônico, decomposição, forma e escala, hierarquia e proporção, entre outras noções que contribuem para o
entendimento da forma e do espaço arquitetônico. Compreenda também os fundamentos da composição
arquitetônica no tocante às suas questões formais e a importância desses fundamentos na compreensão da
vivência da arquitetura enquanto fenômeno de criação humana. Aprenda a perceber a obra de arquitetura
sintetizando sua composição nos elementos básicos de sua forma, contribuindo para uma formação mais
apurada em relação à criação do objeto de arquitetura. Conheça ainda a potência do espaço para além de um
simples arranjo físico, compreendendo que a composição da forma arquitetônica é, antes de tudo, uma questão
relacional entre elementos físicos e o corpo humano.
Bons estudos!
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1 Conceito de espaço arquitetônico
O espaço é a matéria-prima da composição arquitetônica. Profissionais de arquitetura e urbanismo têm como
premissa básica organizar e qualificar os espaços nos quais o ser humano vive. Por se tratar de uma atividade
milenar, a arquitetura sempre estudou organizações e complexidades espaciais. Sabe-se que com o passar da
história da humanidade, o ser humano vem se relacionando de uma maneira cada vez mais complexa com o
espaço. No campo disciplinar da arquitetura, o conceito de espaço adquire uma peculiaridade. Para se conceituar
o espaço arquitetônico jamais devem ser fechadas as possibilidades de, por meio da forma, revisitar uma noção
de o que envolve o ser humano para além de seu próprio corpo.
Logo, definir o espaço arquitetônico requer um entendimento de que um espaço, no tocante a seus aspectos
formais, pode ser criado por três elementos básicos, os quais irão compor todo o efeito arquitetônico espacial.
Esses três elementos podem ser sintetizados pela noção de , e . A partir do momento que umchão parede teto
espaço físico ocupado pelo ser humano remete a essa tríade, podemos chegar à conclusão de que este é um
espaço arquitetônico.
Cabe também destacar que, por vezes, conceituamos o espaço por aquilo que é densamente construído por meio
desses três elementos (chão, parede, teto). No entanto, nem sempre há atributos físicos delimitando tais planos.
Destacamos, então, que o conceito de espaço permeia sempre uma noção de relação do corpo do ser humano
com os atributos físicos (construídos ou não) que tal espaço possui.
Nesse movimento de tentar conceituar o espaço arquitetônico, alertamos que serão apresentadas definições
básicas constitutivas da forma e do efeito arquitetônico de uma maneira geral. É de extrema importância, porém,
situar que por ser relacional, a noção de espaço em arquitetura está atrelada à questão temporal, já que esta
define a relação corpo-espaço.
Como estamos iniciando os estudos acerca da temática, procuramos apresentar questões básicas de composição
direcionadas para o âmbito disciplinar da configuração arquitetônica. Não se trata, portanto, de exatidões, mas
de composições, criações espaciais pertinentes a um contexto sociocultural.
Assim, partimos da premissa que o ser humano, com seu corpo, ocupa um espaço físico. Ao entrar em relação
com esse espaço, ele começa a manipular suas características, cercando regiões, aumentando alturas, fechando
acessos, modificando direções. É nesse campo fértil das possibilidades de se organizar uma porção do território
físico que nos situamos para estudarmos a composição arquitetônica.
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1.1 Plano baixo: chão
Situar um no espaço arquitetônico é dar a entender a existência de um plano horizontal que sustenta a basechão 
física desse espaço. É observado ao nível dos pés do ser humano, onde caminhamos. No estudo da forma, na
execução de um modelo tridimensional, esse elemento designado chão é a base do modelo ou da maquete e é
sobre ele que os demais elementos irão compor a totalidade espacial.
A predominância direcional desse chão, por mais inclinado que possa ser, sempre é horizontal e organiza a
composição espacial arquitetônica num plano baixo, com uma amplitude visual expandida ao nível dos olhos.
Com o chão, o espaço arquitetônico ganha projeção e limites amplos e, por vezes, fugidios. O plano baixo, aqui
considerado como chão, pode ser tanto o plano do solo, que serve de fundação física e base visual para as formas
construtivas; como plano do piso, que forma superfície inferior de delimitação de um cômodo sobre o qual
caminhamos.
Figura 1 - Chão
Fonte: Pefkos, Shutterstock, 2020.
 #PraCegoVer: A imagem mostra um chão feito com piso em quadradinhos de metal e uma parte da perna de
uma pessoa pisando nesse chão, representando a noção do plano baixo na composição espacial arquitetônica.
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1.2 Plano médio: parede
O elemento traz uma primeira noção de limite físico ao espaço arquitetônico. Situa-se num planoparede 
intermediário e entra em relação direta com o corpo físico do ser humano por dar contenção e delimitações
formais mais marcadas. É com paredes que começamos a modular o elemento chão, colocando dois planos, um
predominantemente horizontal (chão) e outro predominantemente vertical (parede), trazendo, assim,
configurações e demarcações especificas na forma arquitetônica. O olhar, assim como o corpo, percorre esse
espaço físico fazendo pausas, desviando direções. Como plano médio, as paredes dão uma orientação vertical,
sendo essas ativas em nosso campo de visão normal e vitais para a modelagem e a delimitação do espaço
arquitetônico.
Dessa maneira, chão e parede já começam a delimitar aquilo que entendemos por espaço arquitetônico, uma vez
que organiza visualmente um território físico. Em modelos tridimensionais, percebemos ao compor planos
horizontais (chão) com planos verticais (parede) a unidade espacial mais básica da arquitetura, demarcando
lugares, setores, encontros físicos etc. Pode-se dizer, nessa composição de chão e parede, que iniciamos uma
organização tridimensional do espaço a ser habitado.
Figura 2 - Parede
Fonte: Digital Genetics, Shutterstock, 2020.
- -6
#PraCegoVer: A imagem mostra uma parede preta com uma pessoa à sua frente, representando a noção do
plano médio na composição espacial arquitetônica.
- -7
1.3 Plano alto: teto
O efeito arquitetônico, em sua totalidade, só consegue ser atingido com um terceiro elemento básico: . O tetoteto 
delimita o plano alto da composição arquitetônica, cobrindo aquilo que está acima de nossas cabeças. O teto,
como elemento da forma do espaço, contém o corpo do ser humano numa espécie de caixa, dá a sensação de
proteção, traz a ideia de acolhimento, a qual é a essência do espaço projetado pelo(a) arquiteto(a). O teto traz
sensações de amplitude, introspecção, abertura, fechamento no espaço arquitetônico.
É um plano predominantemente horizontal, que se difere do chão justamente por estar situado acima deste.
Como plano alto, o teto pode ser tanto o plano da cobertura, que abriga os espaços interiores de um edifício dos
elementos climáticos, como o plano que forma superfície superior de delimitação de um cômodo. Veja um
exemplo de plano alto, o teto de um posto de gasolina.
Figura 3 - Teto
Fonte: Colematt, iStock, 2020.
 #PraCegoVer: A imagem mostra a marquise de um posto de gasolina apoiada por duas colunas, sem paredes,
representando a noção do plano alto na composição espacial arquitetônica.
Para concluirmos o entendimento dos planos na composição espacial arquitetônica, Ching (2002, p. 19) diz que:
Os planos, na arquitetura, definem volumes de massa e espaço tridimensionais. As propriedades de
cada plano – tamanho, formato, cor, textura –, assim como a relação espacial dos planos entre si, em
última análise, determinam os atributos visuais da forma que define e as qualidades do espaço que
delimitam.
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Logo, na composição deuma forma arquitetônica, o plano serve para definir os limites ou as fronteiras de um
volume.
A partir dessa visão, podemos seguir para compreender como articular esses diferentes planos em uma
composição arquitetônica na criação da forma espacial.
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/b05eb13db25cadb603cf2715423194bb
- -9
2 Configuração da forma arquitetônica
Agora que sabemos conceitualmente o que é chão, parede e teto na definição da forma arquitetônica, podemos
pensar na modelagem tridimensional da arquitetura a partir desses três elementos, estudando suas potências
espaciais e como estas entram em relação. Lembre-se que, a princípio, podemos sintetizar qualquer espaço
arquitetônico identificando esses três elementos.
Pense sempre ao observar, pesquisar e estudar uma obra de arquitetura, ou mesmo vivenciar um espaço
arquitetônico, onde se encontra o chão, a parede e o teto desse espaço. Que tipos de relações espaciais com seu
corpo ele proporciona? Como se delimita a modulação do chão pelas paredes? Como as paredes dividem o
espaço plano do chão? Como o teto se aproxima ou se afasta de seu corpo e o que isso ocasiona em sua sensação
de aconchego ao estudar ou vivenciar o espaço?
Seria muito interessante a quem estuda arquitetura se ater num primeiro momento nessas relações do corpo no
espaço e nos elementos físicos que conduzem esse corpo a entrar em relação com esse espaço. Chão, parede e
teto são elementos arquetípicos do espaço arquitetônico e a materialidade da arquitetura depende da relação
destes com o corpo humano.
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2.1 Decomposição, forma e escala
Desde os tempos mais remotos da história da humanidade, arquitetos e arquitetas buscam em suas obras e
projetos uma inquietação do/no olhar. Assim, jogos visuais e formais com pontos de fuga, proporções,
deslocamentos espaciais, relações de cheios e vazios trazem uma espécie de distração e estranhamento a quem
vivencia o espaço arquitetônico. Nesses jogos há decomposições dos elementos básicos constituintes do espaço
arquitetônico, provocando reflexões das mais variadas em relação à arquitetura e sua concepção formal.
Quando que um chão, ao entrar em relação espacial com parede e teto, proporciona uma experiência
arquitetônica marcante? O espaço arquitetônico, ao quebrar regras de composição por elementos formais
inusitados ou surpreendentes, enriquece a experiência estética e sinestésica da arquitetura.
O Museu Guggenheim Bilbao, situado na cidade basca de Bilbao, um dos cinco museus pertencentes à Fundação
Solomon R. Guggenheim no mundo e projetado pelo arquiteto canadense naturalizado norte-americano Frank
Gehry, ilustra essa decomposição dos elementos formadores do espaço arquitetônico. Nessa obra, chão, parede e
teto rompem possibilidades e transcendem aquilo que se esperaria a priori de um espaço de museu. Aí está a
possibilidade de a arquitetura e seus atributos formais indagarem ao ser humano como é ocupar um espaço a
partir da decomposição daquilo que me acolhe nos planos baixo (chão), médio (parede) e alto (teto).
Expandindo essa noção de decomposição, pode-se entrar numa conceituação mais ampliada acerca da forma e
escala em arquitetura. Atendo-se numa questão morfológica, forma e escala contribuem para o enriquecimento
do efeito arquitetônico quando nos colocam em conflito com aquilo que esperávamos da obra arquitetônica em
si. O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer em seus projetos brincava belamente com as formas, evocando por elas
questões simbólicas tão bem estruturadas com a escala que o edifício possui e promove ao corpo do ser humano.
Tomando como exemplo a catedral de Brasília, vê-se uma decomposição dos elementos chão, parede e teto ao
romper seus limites claramente. Onde começa um e termina o outro? No entanto, não perdemos a visualidade,
tampouco a noção dos planos compositivos (baixo, médio, alto), uma vez que Niemeyer utiliza a forma de mãos
em prece que configuram as linhas curvas direcionadas para cima, formando paredes que culminam em um
ponto, traduzindo esse gesto em teto, que acolhe um amplo chão horizontal, o qual é a base desse movimento
ascendente. Há, nesse espaço arquitetônico, o rompimento de uma previsibilidade ancorada em um domínio da
forma da linha, que delimita o plano do chão e ao curvar-se transforma-se em um plano vertical configurando
parede. Por fim, a mesma linha toca pontos em um novo plano horizontal muito acima do chão, gerando o teto do
edifício.
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Figura 4 - Catedral de Brasilia, projeto de Oscar Niemeyer
Fonte: Alf Ribeiro, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra a catedral de Brasília, com uma base circular pousando sobre um espelho d’
água e linhas curvas partindo da base e formando uma parede inclinada em direção ao topo do edifício, menor
do que a base, apontado para o céu.
Nessa obra, podemos ainda notar a noção de escala no tocante ao corpo de quem vivencia o espaço. Aqui nos
interessa o conceito de escala para além do métrico. Escala em termos de configuração da forma arquitetônica,
que traz o quanto o ser humano é enfatizado em suas dimensões físicas e sensórias, sendo acolhido de maneira
mais ou menos intimista pela edificação em si.
Mais uma vez, quando se estuda a forma arquitetônica, escala entra na esfera do relacional, colocando no centro
dessa relação o corpo do ser humano, suas dimensões, alcances e sentimentos, o quanto chão, parede e teto
proporcionam o efeito arquitetônico.
Fique de olho
A Fundação Oscar Niemeyer apresenta um panorama geral das obras do arquiteto brasileiro
dedicando sessões sobre sua vida e obra, além de belas imagens de suas obras, as quais
sempre apresentam com maestria as relações de horizontalidade e verticalidade. Saiba mais
pesquisando o site da fundação na internet.
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2.2 Hierarquia e proporção
Por hierarquia podemos entender uma questão de e na composição arquitetônica. A formaordem prioridade 
da arquitetura se expressa por meio de ordens e pregnâncias visuais e formais, as quais podem trazer uma
organização em torno de alguns elementos que merecem destaque em relação a outros. Hierarquia é, assim, o
posicionamento de algum elemento na organização formal do espaço, que se destaque criando um desvio de
atenção a ele próprio. Numa sequência ritmada, por exemplo, pode existir um elemento que destoe da mesma,
“perturbando” a ordem, contribuindo para um olhar diferente àquela organização espacial.
Podemos reparar essa questão formal de hierarquias quando planos verticais quebram diagramas de planos
horizontais ou quando planos horizontais se desencontram em seu paralelismo. Quando isso ocorre, nossa
atenção é capturada e a vivência do espaço ou sua leitura visual sai da zona de conforto ditada por um ritmo
esperado em termos de percepção espacial.
No tocante à , ela está diretamente relacionada à e à sensação de mais ou menosproporção escala humana
intimidade e acolhimento espacial. O espaço engloba constantemente nosso ser. Através do volume do espaço
nos movemos, percebemos formas, ouvimos sons, sentimos brisas, cheiramos as fragrâncias de uma flor. É uma
substância material, como uma madeira ou pedra. Ainda assim, constitui uma emanação inerentemente informe.
Sua forma visual, suas dimensões e escala, a qualidade da luz – todas essas qualidades dependem de nossa
percepção, dos limites espaciais definidos pelos elementos da forma. À medida que o espaço começa ser
capturado, encerrado, moldado e organizado pelos elementos da massa, a arquitetura começa a existir (CHING,
2002, p. 92).
Há uma questão intrínseca na arquitetura, que é a sua capacidade de abrigar o ser humano dando-lhe proteção.
Podemos, em termos formais, associar essa capacidade ao grau de proximidade que o teto, um plano horizontal
acima de nossas cabeças e consequentemente do chão, possui. Nesse raciocínio, quanto mais afastado do chão e
de nossas cabeças o teto estiver, maior a sensação de grandiosidadeo ambiente tem, colocando-nos numa escala
humana muito pequena em relação ao espaço arquitetônico. Por isso, a proporção em arquitetura reside
justamente na dosagem desse sentimento espacial.
Ainda podemos concluir que a proporção na forma arquitetônica organiza, por meio das diversas relações da
escala humana do/no espaço, uma ordem dos planos baixo, médio e alto, articulando elementos horizontais e
verticais da forma da arquitetura.
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Logo, enquanto hierarquia toca em questões de destaque, posicionamento e atenção da composição espacial
arquitetônica, proporção diz respeito à organização de forças horizontais e verticais e a relação destas com o
sentimento de mais ou menos acolhimento do ser humano no que se refere à escala de aproximação dessas
forças ao corpo humano.
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3 Conceitos de horizontalidade e verticalidade no/do 
espaço arquitetônico
Cabe agora nos aprofundarmos em duas relações extremamente importantes da forma e composição do espaço
arquitetônico: horizontalidade e verticalidade. Esses dois conceitos estão associados à composição e
predominância dos planos horizontais e verticais.
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3.1 Horizontalidade
Em um edifício, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP), projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, percebe-se a
horizontalidade de maneira clara. Os planos horizontais predominam e se abrem para a totalidade espacial. Não
há uma altura excessiva do edifício, embora os planos verticais estejam presentes para harmonizar e enfatizar os
planos horizontais da composição espacial.
Figura 5 - MASP, projeto de Lina Bo Bardi
Fonte: Thiago Leite, Shutterstock, 2020.
 #PraCegoVer: A imagem mostra o MASP, que consiste em uma caixa de vidro preta suspensa do chão e apoiada
em quatro colunas vermelhas nas extremidades dessa caixa, liberando um grande vão abaixo da mesma caixa,
sugerindo a predominância da horizontalidade no edifício.
Outra composição arquitetônica que traz de maneira bem expressiva a horizontalidade é o Palácio do Planalto,
em Brasília, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. As lajes planas predominantemente horizontais trazem a
noção de horizontalidade com formas espaciais nitidamente marcadas. Semelhante ao MASP, os planos verticais
dão suporte aos planos horizontais, mas o destaque é das linhas e dos planos paralelos do chão e teto.
- -16
Figura 6 - Palácio do Planalto, projeto de Oscar Niemeyer
Fonte: Gustavo Toledo, 2020. Shutterstock, 2020.
 #PraCegoVer: Na imagem temos o palácio do Planalto visto de frente, com uma grande cobertura fina apoiada
em colunas de base triangular e curva e uma caixa de vidro sob essa cobertura, sugerindo a horizontalidade
predominante na configuração espacial dessa arquitetura.
3.2 Verticalidade
A verticalidade, por sua vez, enfatiza a altura da composição arquitetônica. A predominância aqui fica nos planos
verticais e os horizontais dão sustentação e modulam os verticais. Uma vez compreendida a noção de
horizontalidade, verticalidade compreende-se mais facilmente, pois os dois conceitos formam um par
compositivo por oposição e complementam-se.
Assim, novamente podemos associar a relação de predominância dos planos e ao percebê-la entender se a
composição é mais horizontal ou vertical e como esses planos se associam e se complementam, dando totalidade
ao efeito arquitetônico pensado pelo(a) arquiteto(a).
A verticalidade é percebida em edifício de grande altura, por exemplo. As lajes desse edifício configuram os
planos horizontais, mas a associação e conexão deles dão suporte à predominância do plano vertical maior
formado pelas paredes que crescem em altura em direção ao céu.
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4 Agenciamento
Estamos estudando a potência do arranjo compositivo e configuração da forma arquitetônica, compreendendo
que tal estudo ancora-se numa esfera relacional de território físico e corpo do ser humano. Aprofundando esses
estudos, chegamos na possibilidade de ampliar a noção de composição e estudo da forma espacial, partindo para
conceituações mais apuradas para a criação da forma em arquitetura.
4.1 Conceito de agenciamento
A noção de agenciamento traz diversos significados e quase sempre tais significados tratam de mediações entre 
e/ou e . Em arquitetura, tal conceito adquire uma significação similar. Podemosações pessoas situações
compreender que o agenciamento de espaços no campo disciplinar da arquitetura se refere à uma possibilidade
de correlacionar ambientes, melhorando questões funcionais da edificação no tocante à sua organização interna e
/ou externa. Por meio do agenciamento, criam-se que se adequam a um melhor conforto, otimização desoluções 
áreas e uma qualidade espacial na vivência da arquitetura e suas relações diversas com o ser humano.
Agenciamento em arquitetura se refere, ainda, a como dispomos os elementos compositivos da arquitetura,
articulando horizontalidade e verticalidade por meio das diversas alternativas de organização dos planos baixo,
médio e alto. Seria, nesse raciocínio, compreender como um elemento pode ser utilizado no projeto de
composição espacial arquitetônica, com o intuito de conduzir o ser humano aos mais diversos pontos específicos
do espaço arquitetônico.
Como exemplo, podemos pensar na disposição de caminhos, entradas, aberturas na edificação, e como tais
elementos acionam os planos compositivos horizontais e verticais, associando-os à uma atenção e dispersão de
quem vivencia e utiliza o espaço da arquitetura em questão.
Logo, sob a ótica de um agenciamento em arquitetura, cada elemento disposto em um espaço tem o objetivo de
enfatizar relações entre o próprio espaço e a condução do corpo do ser humano nesse espaço.
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/bdbf1ae366cb97be1bded6067f90b130
- -18
4.2 Espaço polo e espaços secundários
Seguindo essa noção de agenciamento, nos deparamos com hierarquias espaciais que colocam os espaços em
maior ou menor ênfase na experiência arquitetônica. Dessa maneira, surgem espaços que se destacam em um
agenciamento de elementos compositivos e outros espaços que adquirem um caráter mais coadjuvante na
configuração espacial.
Aos que se destacam, denominam-se , principais na compreensão e vivência da arquiteturaespaços polo
experienciada pelo ser humano. São espaços que acabam por configurar ambientes de expressiva importância no
edifício, por exemplo. Já aos espaços coadjuvantes, sua importância é secundária, razão pela qual podemos
denominá-los de .espaços secundários
Convém destacar, nessa taxonomia espacial, que o discutido aqui é uma questão de relação e vivência do espaço
arquitetônico traduzidos numa expressão plástica de arranjos e, consequentemente, agenciamentos de
elementos compositivos espaciais articulados pela predominância de planos horizontais ou verticais na
configuração espacial.
- -19
5 Síntese formal e sua transformação em espaços 
arquitetônicos
Fica a questão pragmática de como articular de maneira objetiva na configuração espacial arquitetônica os
conceitos até então estudados. Podemos aprofundar uma aplicabilidade desses estudos buscando uma tradução
desses conceitos em noções práticas e preliminarmente básicas na síntese formal e sua transformação em
espaços arquitetônicos.
Tendo isso como um desafio, surge a possibilidade do uso da maquete no processo de projeto arquitetônico,
despertando experiências perceptivas durante a concepção dos espaços arquitetônicos. Percebe-se, então, a
importância da maquete na experienciação da arquitetura desde sua concepção até a sua concretização, situando
a modelagem de maquetes físicas como uma experiência perceptiva que auxilie na concepção do espaço
arquitetônico.
- -20
5.1 Ponto focal, linha de força, traçado regulador, elementos de indução e 
condução
Primeiramente, é interessante entender o que vem a ser ponto focal, linha de força e traçado regulador.
Chamamos de o elemento central de um espaço arquitetônico. A é o traço inicialdeponto focal linha de força 
uma composição arquitetônica, e é a partir dela que se define o traçado regulador. Por traçado regulador
entende-se os elementos compositivos que darão origem ao futuro projeto arquitetônico.
Assim, podemos entender outros dois conceitos de relevância à composição espacial arquitetônica: elementos de
indução e elementos de condução.
Os são aqueles que nos convidam a entrar no espaço. Por vezes é o próprio ponto focal,elementos de indução 
outras vezes é a configuração de texturas do plano do chão ou a disposição dos planos de parede de maneira
distinta de uma previsibilidade modular. Geralmente tais elementos nos passam uma sensação de entrada.
Os elementos de co , por sua vez, são aqueles que marcam caminhos. Podemos vê-los nitidamente nondução 
arranjo espacial dos planos médios por meio de paredes e/ou elementos que conduzem um caminhar no espaço
arquitetônico.
Os configuram na experiência arquitetônica os caminhos, percursos, acessos elementos de indução e condução
os quais enriquecem a vivência espacial. Quanto mais fluídos estes forem, mais rica a apreensão do espaço se dá.
Como já estudado anteriormente, tais elementos possuem um propósito ao serem agenciado num projeto de
arquitetura.
Fique de olho
Ponto focal, linhas de força e traçado regulador são notadamente percebidos em praças e
espaços públicos. Geralmente nesses locais há um foco de atenções (chafariz, parquinhos,
gramados etc.), o qual articula todo o desenho de espaço. Comece a tentar entender essas
configurações do espaço ao seu redor. Estar atento aos lugares que você vai e quais as forças
que o delimitam fisicamente é um ótimo exercício empírico de composição de arquitetura.
- -21
5.2 Maquete na concepção do espaço arquitetônico
Pina, Borges Filho e Marangoni (2011, p. 115) apontam que a maquete orienta as percepções espaciais e sua
manipulação possibilita maior compreensão de cor, equilíbrio, luz, textura e proporção para trabalhar o sentido
da visão e do tato, melhorando a qualidade dos ambientes construídos. É possível perceber, ainda, que ao se ver
e tocar os materiais, conseguimos materializar as ideias, entendendo códigos da matemática, momentos de
inércia e fundações, além de conferir a construção e verificar a estrutura.
Ao se conceber arquitetura o(a) arquiteto(a) deve ter atenção sobre as atividades de decisão, apoiando-se em
metodologias que integrem o maior número possível de temas significativos. Temos à disposição vários modelos
de representação, mas cabe uma pesquisa minuciosa em relação às maneiras mais adequadas, à complexidade
arquitetônica de pensar o projeto. Destacamos, assim, que a maquete é um instrumento que pode ser utilizado
na concepção do projeto de arquitetura. A maquete traz uma base acessível e mais agradável para discussões. Os
espaços propostos criam uma sensação de proporção. Ainda de acordo com Pina, Borges Filho e Marangoni
(2011, p. 122):
As maquetes desempenham um papel significativo no processo de projeto arquitetônico, embora
secundário, talvez pelo predomínio de um ideal científico que considera o verbal e o computacional a
expressão de uma teoria superior à práxis e à expressão visual. Contudo, em Arquitetura e
Urbanismo, as duas habilidades não são suficientes, e há necessidade de recursos como o croqui, o
desenho e a maquete física, que pode deixar de ser projeto e efetivamente se realizar. Ou seja,
Arquitetura e Urbanismo não podem privar-se do seu caráter tectônico, e o projeto deve ser sua
primeira condição de materialidade.
Compartilhamos com os autores citados a noção de , a qual é um exercício solitário, que não émaquete-croqui
mostrado a ninguém. Trata-se de um ensaio dando vazão ao que está na imaginação e que encontra na maquete,
e não no desenho, seu melhor instrumento de expressão. Com isso em mente, podemos destacar dois grupos de
maquetes: as e as . As maquetes primárias têm um caráter exploratório, com olharprimárias secundárias
diferenciado e diversos enfoques e se desenvolvem em conceitos abstratos. Já as maquetes secundárias são mais
específicas, usadas para detalhar componentes exclusivos da edificação.
Assim, independentemente do canal utilizado para expor o que a mente gera, na prática projetual arquitetônica o 
é o suporte para todas as manifestações e o ser humano usa a habilidade corporal para se expressar,corpo 
estruturando uma consciência projetual a partir de um . Sabemos que o uso de maquetes e suacentro sensorial
- -22
manipulação criam experiências espaciais pela exploração tátil e que, no processo de projeto, a maquete física,
assim como o croqui, introduz uma abordagem mais enriquecedora da experiência perceptiva da arquitetura,
demonstrando que no processo de projeto arquitetônico as preocupações giram em torno daquilo que pode ser
percebido e vivenciado pelo corpo.
Por fim, podemos enfatizar as qualidades táteis na construção manual da maquete física, colocando o estudante
de arquitetura em contato com o mundo real e, por meio dela, enriquecer ainda mais a experiência arquitetônica.
Assim, devemos fortalecer técnicas manuais de construção de maquetes como parte do processo de projeto
arquitetônico, revelando um caminho interessante e promissor, apontando o uso da maquete como uma
possibilidade de estratégia essencial não apenas para o desenvolvimento e a comunicação de um projeto
arquitetônico no próprio núcleo da prática projetual, mas, especialmente, para a formação em arquitetura.
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/97193ebea0e572424bed39666455a249
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer o conceito de espaço arquitetônico, decomposição, forma e escala, hierarquia e proporção;
• compreender fundamentos da composição arquitetônica e a importância desses fundamentos na 
compreensão da vivência da arquitetura enquanto fenômeno de criação humana;
• perceber a obra de arquitetura sintetizando sua composição nos elementos básicos de sua forma;
• analisar a potência do espaço arquitetônico para além de um simples arranjo físico;
• aprender a composição da forma arquitetônica em relação aos elementos físicos do espaço e o corpo do 
ser humano
Referências
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