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Pesquisa sobre os Xavantes

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ATIVIDADE 1: Faça uma pesquisa sobre um dos Povos Indígenas Brasileiros. 
 
 Nome: 
Os Xavante - autodenominados A´uwe (“gente”) - formam com os Xerente (autodenominados Akwe). 
 
 Língua falada por eles: 
O povo indígena Xavante pertence linguisticamente ao tronco Macro-Jê, da família linguística Jê. Sua língua é 
chamada akwén ou aquém (também grafada “acuen”). A língua Xavante contém 13 consoantes e 13 vogais – 
das quais quatro são nasais. Termos de honra e carinho são usados com referência a outros, como os 
parentes por afinidade e os netos. Muitos destes relacionamentos chaves são atualmente refletidos na 
gramática da língua. Por exemplo, ao falar diretamente ao genro, um homem usará a forma gramática indireta 
(terceira pessoa) em vez das formas da segunda pessoa. 
 Localização do povo: 
 A população xavante soma atualmente cerca de 15 mil indivíduos distribuídos em 12 Terras Indígenas - todas 
localizadas no leste do estado de Mato Grosso, na Amazônia Legal. Oito delas estão homologadas e 
registradas; duas encontram-se em processo de identificação; uma está reservada e registrada e uma está 
identificada, aprovada, mas sujeita a contestação. 
 É um povo que costumava se deslocar muito e ocupava vários espaços. Eles tinham uma aldeia que servia 
como base e acampamentos temporários que eram construídos, ao longo do ano, durante as migrações. 
Quando não estavam nos acampamentos, os Xavantes 
ficavam na aldeia trabalhando em várias atividades, 
especialmente na roça. Esses deslocamentos 
aconteciam em regiões que hoje em dia são grandes 
cidades do interior do Mato Grosso e Piauí 
 Hoje em dia, a população xavante no Brasil está em 
crescimento. Em 2009, era de aproximadamente 10 mil 
pessoas. Em 2010, segundo a Funasa, era de 15 315 
pessoas. Tinham, como atividade predominante até a 
segunda metade do século XX, a caça, a pesca e a 
coleta de frutos e palmeiras. 
 
 
 
 
 
Localização da tribo 
Xavantes. 
 Características sobre eles: 
 Uma das características marcantes do povo Xavante é o espirito guerreiro. Fortes e Orgulhosos, 
permaneceram durante muito tempo isolados até os anos 40 e 50, mas no final da década de 50 cederam ao 
contato. 
 Tinham, como atividade predominante até a segunda metade do século XX, a caça, a pesca e a coleta de 
frutos e palmeiras. Formam, junto com os índios 
xerentes, um conjunto etnolinguístico conhecido 
na literatura antropológica como acuen ou aquém, 
pertencente à família linguística jê, do tronco 
macro-jê. 
 Pintam-se com jenipapo, carvão e urucum, 
tiram as sobrancelhas e os cílios, usam cordinhas 
nos pulsos e pernas e a gravata cerimonial de 
algodão. O corte de cabelo e os adornos e 
pinturas são marcadores de diferença dos 
xavantes em relação aos outros, transmitida 
através dos cantos pelos ancestrais e partilhados 
com todo o povo da aldeia. 
 
 Rituais: 
 A característica mais marcante da sociedade Xavante pode ser a sua feição dualista: a divisão da tribo inteira 
em dois clãs – öwawe e po’reza’õno. Permite-se o casamento somente entre membros de clãs opostos. 
 Os Xavantes são famosos também pelas suas corridas de troncos de árvore, onde os dois clãs competem 
numa espécie de corrida de revezamento, carregando por alguns quilômetros troncos de buriti que pesam até 
80 quilogramas. 
 As mulheres tecem um tipo de cesta incrivelmente forte, a qual elas usam para carregar os nenês recém-
nascidos. A ampla alça da cesta passa pela testa da mulher, enquanto a cesta fica deitada nas costas dela, 
deixando livre, assim, as mãos para outros trabalhos. 
 Desde pequenos, os meninos formam grupos de idade semelhante. Quando chega o tempo certo, os mais 
velhos decidem a entrada no Hö (casa tradicional, especialmente construída numa das extremidades do 
semicírculo da aldeia, para a reclusão dos wapté durante o período de iniciação para a fase adulta), onde os 
meninos vão viver reclusos (sem contato com a tribo), por cinco anos, até o momento de casar com uma 
moça escolhida para ele. Antes dos meninos entrarem para o Hö, acontece a cerimônia do Oi’ó, em que os 
meninos demonstram sua coragem, seus medos, suas fraquezas através da luta entre eles. Observação: Os 
meninos só podem deixar a Hö para rituais e para atividades fora da aldeia, como caça e pesca. 
 O Ritual de furo de orelha acontece na passagem da adolescência para a vida adulta. Após os cinco anos de 
reclusão, acontece uma festa na aldeia, chamada Danhono, onde a orelha dos jovens é furada com um osso 
de onça parda. Após o ritual, os jovens passam a ser considerados adultos e voltam ao convívio social com a 
tribo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mulher xavante com a cesta. 
 
 
 
 
 
Corrida de buriti. Ói'ó 
O ritual de furo de orelha. 
Festa chamada Danhono. 
 Religião: 
 Na religião da tribo Xavante, assim como em outras tribos pertencentes ao grupo Jê, encontra-se a ideia 
generalizada de um Ser Supremo, muitas vezes com características de herói civilizador, e não raramente 
identificado com o Sol, que é chamado de “nosso criador”. Existe também a crença nas almas dos homens, dos 
animais, das plantas etc. As almas dos homens não sobem ao céu, depois da morte, mas vivem na terra, nos 
lugares em que os corpos foram enterrados, transformando-se em outros seres ou em fantasmas. 
 A religião deste povo indígena é baseada no politeísmo, isto é, na crença em mais de um deus. Para os 
xavantes, o mundo foi criado a partir de uma dupla de entidades (Parinaiá), que seria responsável pela criação 
de tudo o que existe atualmente. 
 Um exemplo de ritual religioso é o casamento. Entre os xavantes, são os pais que escolhem os cônjuges para 
seus filhos. Assim que um grupo de homens termina sua cerimônia de iniciação, realiza-se uma cerimônia 
coletiva de casamento. As mães trazem suas filhas, ainda meninas, e deitam-nas ao lado de seus noivos, que 
cobrem as faces e estão de costas para elas. As meninas ficam pouco tempo nesta posição, sendo retiradas 
em seguida. Depois são servidos, aos convidados, bolos de milho, preparados com o milho cultivado na casa dos 
pais dos noivos e das noivas. O rapaz deve esperar que sua noiva cresça para poder morar com ela. Após o 
nascimento de seu primeiro filho, o homem passa a morar definitivamente na casa da família da esposa. 
https://www.youtube.com/watch?v=WHd_2E9G9GA (Vídeo do casamento) 
 
 Exemplo de lenda do povo Xavante: 
“A onça originalmente tinha o fogo. Um dia o neto e o cunhado (dois Xavantes) foram 
procurar filhote de arara. O neto subiu numa escada e jogou uma pedra no cunhado. O 
cunhado ficou bravo e deixou o neto lá em cima, no penhasco. A onça chegou e fez o 
garoto descer e levou ele para sua toca. Na toca a onça assou carne para o neto (carne de 
queixada) e o neto viu o fogo pela primeira vez. Depois, o neto foi embora da toca da onça 
levando um pouco de carvão, como prova do fogo. Na comunidade, contou que a onça era 
a dona do fogo. A comunidade toda combinou de roubar o fogo da onça. Assim, vários 
Xavantes se transformaram em animais para poder roubar o fogo. A primeira que roubou da 
onça foi a anta, que passou para o cervo, que passou para o veado campeiro, que passou 
para o veado mateiro que passou para a seriema, que passou para a capivara. A capivara deu 
um pulo na água, mas antes, um passarinho passou e pegou o fogo levando este para a 
aldeia. Tendo fogo e mais caça para comer, começou a se desenvolver o povo Xavante 
nascendo mais crianças e ficando mais fortes” 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=WHd_2E9G9GA
 Moradia: 
 Aldeias: Atualmente existem aproximadamente 165 aldeias e, sempre que possível, elas 
são construídas na junção de dois rios. As aldeias têm a forma de uma ferradura 
voltada para o maior rio, padrão que também costumava ser seguido nos 
acampamentos temporários. O “Warã”é o espaço central da aldeia onde os homens 
tomam decisões importantes em encontros que as mulheres e crianças não podem 
participar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Casas: As casas tradicionais são construídas de madeira e cobertas de palha até o chão 
e ficam próximas umas das outras, formando o desenho da ferradura. A única entrada 
da casa está voltada para o centro da aldeia. No interior das casas, há um espaço para 
cada família, que é delimitado por esteiras. E é ao redor do fogo onde todos se reúnem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aldeia dos Xavantes. 
Casas tradicionais. 
 Casas atuais: Hoje em dia, no entanto, as casas xavante estão mais parecidas com as 
dos sertanejos, ou seja, são quadradas, com telhado em forma de ‘V’ invertido, ou 
redondas com telhado em forma de cone. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Medicina tradicional: 
 Para os Xavantes (assim como a tribo indígena Krahô, localizada no nordeste do estado de Tocantins), a 
saúde está relacionada ao movimento do corpo. A fim de aprimorar a sua capacidade de correr (por exemplo, 
nas famosas “corridas de tora”), os xavantes usam ervas e jejum. Algumas ervas, inclusive, que foram 
reconhecidas pela biomedicina moderna como portadoras de importante poder fitoterápico, principalmente 
para o campo psíquico, só não se tornaram remédios e foram comercializados, porque houve problemas 
entre a tribo e um laboratório, acusado de corrupção em relação aos caciques. Alguns exemplos de ervas 
usadas pelos xavantes são: 
 Urucum: funciona como protetor solar e contra insetos; é bom para indigestão, para curar doenças do 
peito e problemas de coração, além de ser o antídoto do veneno da mandioca. 
 Genipapo: a raiz é purgativa, isto é, funciona como laxante; a casca de árvore é usada para tratar 
úlceras, cancros etc.; a fruta tem propriedades diuréticas; e as sementes moídas tem efeito vomitivo. 
 Tabaco: pode ser utilizado como parasiticida, contra sarna, piolhos e carrapatos. 
 
 Nas aldeias indígenas, a figura responsável por conhecer os efeitos medicinais das ervas é o “pajé” (em tupi). 
O pajé é uma espécie de xamã, ou seja, uma espécie de sacerdote, médico, curandeiro, conselheiro, adivinho 
e líder espiritual com funções e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa, que tem a capacidade de 
manter contato com o universo sobrenatural e com as forças da natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Casas atuais quadradas. 
Casas atuais redondas. 
 
 Curiosidades: 
Indígenas Xavante são os mais atingidos pela Covid-19 no Mato Grosso 
 
 Cuiabá (MT) – Desde meados de maio, o novo coronavírus avança pelos territórios da 
etnia Xavante. No boletim epidemiológico, divulgado nesta terça-feira (21), a Secretaria Especial 
de Saúde Indígena (Sesai) aponta 286 pessoas confirmadas com a Covid-19 e 28 mortes. A 
campanha “A’uwe tsari: S.O.S. Xavante”, que também monitora os casos da doença, registrou 
41 mortes na maior etnia do estado do Mato Grosso. 
 A etnia Xavante é considerada a terceira população indígena mais vulnerável à pandemia do 
coronavírus no país, segundo o diagnóstico “Análise de Vulnerabilidade Demográfica e 
Infraestrutural das Terras Indígenas à Convid-19”, da Associação Brasileira de Estudos 
Populacionais (ABEP). Com mais de 22 mil pessoas, a etnia se autodenomina de A’uwe, que na 
língua Jê significa “gente”. Eles vivem em nove territórios que possuem mais de 300 aldeias 
espalhadas entre o leste e nordeste mato-grossense. 
 Na região leste dos territórios foi registrado o primeiro caso confirmado de coronavírus, em 
14 de maio. em uma indígena Xavante da Terra Indígena Sangradouro/Volta Grande, e a 
primeira morte foi de um bebê em 11 de maio. A criança era neto de uma grande liderança, o 
cacique geral da Terra Indígena Marãiwatsédé, Damião Paridzané. 
 Lideranças apontam a falta de profissionais, equipamentos, medicamentos, barreiras sanitárias 
para conter a disseminação do vírus nas aldeias, que são atendidas pelo Distrito Sanitário 
Especial Indígena (Dsei) Xavante, do Ministério da Saúde. (Leia no final do texto a resposta do 
órgão) 
 Foi na Terra Indígena São Marcos, que nos dias 9 a 11 de maio, os Xavante organizaram um 
torneio de futebol na aldeia Namunkurá, no município de Barra do Garças, também no leste 
do estado do Mato Grosso. O jogo, que contou com a presença de políticos, contrariou as 
normas estabelecidas de distanciamento social para prevenir a disseminação do vírus, como 
decretou a Organização Mundial de Saúde (OMS). 
 Mas, segundo as lideranças Xavante, São Marcos se tornou o epicentro da pandemia depois 
que jovens da aldeia Namunkurá foram participar de uma cerimônia cultural nas aldeias Fátima 
e Nossa Senhora da Guia, que já tinham registrados casos de coronavírus. 
 Nos últimos dois meses na TI São Marcos, 187 indígenas foram infectados pela doença e 16 
morreram, segundo o boletim epidemiológico do Dsei Xavante, de segunda-feira (20). A 
população – formada por 2.848 pessoas – vive em uma área de 188 mil hectares, conforme 
dados do Instituto Socioambiental (ISA). 
 Só na aldeia Nossa Senhora de Guadalupe, dentro de São Marcos, foram confirmadas nove 
mortes por coronavírus, de acordo com o boletim Dsei Xavante divulgado do dia 13 de julho. 
 Entre as vítimas está Hilário Abreta Awe Predzawe, que morreu em 18 de junho na Unidade 
de Terapia Intensiva do Pronto-Socorro do município de Barra do Garças, a 139 quilômetros da 
terra indígena. Félix Tsiwepsudu Tseredze, liderança da aldeia Guadalupe, era cunhado de 
Hilário. Em entrevista à Amazônia Real, ele reclamou da estrutura do hospital para atender os 
xavantes, principalmente com a falta de aparelhos respiradores. 
 “Tem bastante Xavante no pronto-socorro e poucas vagas. Tem que tirar [aparelho 
respirador] oxigênio do paciente que está internado para dar para o outro que chega. E aí o 
que fica sem oxigênio volta a piorar de novo. Foi assim que aconteceu com meu cunhado”, 
lamentou. 
 Fabrício Upréwa, também da TI São Marcos, foi outra vítima da Covid-19. Ele dedicava sua 
vida a ajudar as pessoas de sua comunidade. Morreu no dis 29 de junho. “Era enfermeiro e 
tinha uns 38 anos. Sempre cuidando com carinho do povo”, lembra a ativista Ana Paula Sabino, 
uma das organizadoras da campanha S.O.S. Xavante. 
 No dia 7 de julho morreu o indígena Oscar, da aldeia Serra Verde. “Ele era motorista da 
saúde indígena e estava usando uma máscara há mais de uma semana, porque não 
forneceram EPIs. Teve um dia que enterramos nove em 24 horas. Final de junho e começo 
de julho eram duas mortes por dia”, conta Ana Paula. 
 O luto entre os Xavante teve seu dia mais trágico no dia 26 de junho, quando mais seis 
indígenas morreram de Covid-19: Tadeu, Davina, Damião, Maria Mazzarello, um bebê natimorto 
da indígena Vanira e uma criança não identificada, todos da TI São Marcos. 
 O coronavírus também atingiu aldeias do município de Campinápolis, onde morreu, também 
no dia 26 de junho, Ângela, da aldeia Três Maria. 
 Antes, faleceu a anciã Mônica Rênhinhai’õ, da Terra Indígena Marãiwatsédé, ao nordeste de 
Mato Grosso, no dia 21 junho. Ela era bisavó do neto de Damião Paridzané. (Leia mais no final 
do texto)

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