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24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 1/22 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA CLÁUDIO JOSÉ DE SOUZA MOISÉS TEIXEIRA DA SILVA RESUMO Este artigo apresenta, de forma sintética e objetiva, a assistência de enfermagem a pacientes com insuficiência respiratória, ressaltando o grande avanço ocorrido no campo da saúde em relação ao atendimento a pacientes portadores dessa enfermidade. Procurou-se contextualizar, de maneira objetiva, as atribuições da equipe de enfermagem no cuidado integral a esses pacientes. O indivíduo que se encontra com insuficiência respiratória é considerado um paciente crítico, uma vez que a probabilidade de ter complicações em outros sistemas é grande, principalmente na parte cardiológica. Sendo assim, reitera-se, neste artigo, a necessidade de a equipe de enfermagem identificar e conhecer os diversos tipos de procedimentos e condutas, procurando, assim, por meio de um pensamento crítico-reflexivo, minimizar ou prevenir as possíveis complicações relacionadas a essa patologia tão comum nos dias atuais, tendo como foco principal a excelência do cuidado prestado, abarcando os contextos físicos, patológicos e psicológicos ao qual este indivíduo está sujeito. INTRODUÇÃO O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares (Figura 1). Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. As fossas nasais são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são separadas por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras, chamadas cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. As fossas nasais têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar. A faringe é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa, necessariamente, pela faringe antes de atingir a laringe. A laringe é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo de adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando o paciente se alimenta, a laringe sobe e a sua entrada é fechada pela epiglote, impedindo que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. Já o epitélio, que reveste a laringe, apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar. A traqueia é um tubo de, aproximadamente, 1,5cm de diâmetro por 10 a 12cm de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. A traqueia bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões, e o seu epitélio de revestimento mucociliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são, posteriormente, varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. Os pulmões humanos (Figura 2) são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões, os brônquios ramificam-se profusamente, 1,2 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 2/22 dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso), recobertas por capilares sanguíneos denominados alvéolos pulmonares (Figura 3). Figura 1 – Anatomia e fisiologia respiratórias. Figura 2 – Os pulmões. 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 3/22 Figura 3 – Alvéolos pulmonares. O transporte de gás está a cargo da hemoglobina, proteínas presentes nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com quatro moléculas de oxigênio (O ), formando a oxi-hemoglobina. A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, órgão musculomembranoso que separa o tórax do abdome, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma. Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de descrever a fisiopatologia respiratória; identificar as possíveis causas que contribuem para a insuficiência respiratória; esquematizar os insumos necessários para o tratamento da insuficiência respiratória; reconhecer as atribuições da equipe de enfermagem no diagnóstico da insuficiência respiratória; instituir cuidados de enfermagem a pacientes com insuficiência respiratória de acordo as diretrizes atuais. ESQUEMA CONCEITUAL 2 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 4/22 CONTROLE RESPIRATÓRIO Para o controle respiratório, o organismo dispõe de centros reguladores localizados no sistema nervoso central (SNC), principalmente no tronco cerebral, e que são chamados de centros respiratórios (CRs). Existem dois centros reguladores da ventilação, denominados de centros bulbares em face de sua localização no bulbo, e um centro pneumotáxico, que está localizado na porção superior da ponte. Desses centros partem os nervos responsáveis pelas contrações dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da respiração. O diafragma, mais importante músculo da respiração, recebe os sinais respiratórios através de um nervo especial, o nervo frênico, que deixa a medula espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para baixo, através do tórax até o diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios, em especial os músculos abdominais, são transmitidos para a porção baixa da medula espinhal e para os nervos espinhais que inervam os músculos. Os impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a respiração. Em condições normais, o CR produz, a cada cinco segundos, um impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, regulando, assim, a respiração. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a frequência quanto a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são muito sensíveis ao potencial hidrogeniônico (pH) do plasma. Esta capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade de O que necessitam, além de remover, de forma adequada, o gás carbônico (CO ). Quando o sangue torna-se mais ácido em virtude do aumento do CO , o CR induz a aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a frequência quanto a amplitude da respiração tornam-se aumentadas em virtude da excitação do CR. Nos tecidos, ocorre um processo inverso: o O dissocia-se da hemoglobina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células. A maior parte do CO (cerca de 70%) liberado pelas células no líquido tissular penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H e bicarbonato (HCO ), difundindo-se para o plasma sanguíneo, onde ajuda a manter o grau de acidez do sangue. Cerca de 23% do CO liberado pelos tecidos 3 2 2 2 2 2 + - 3 2 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 5/22 associam-se à própria hemoglobina,formando a carboxi-hemoglobina. O restante dissolve-se no plasma. O processo da hematose está ilustrado na Figura 4. Figura 4 – Hematose. O monóxido de carbono, liberado pela “queima” incompleta de combustíveis fósseis e pela fumaça dos cigarros, entre outros, combina-se com a hemoglobina de uma maneira mais estável do que o O , formando o carboxi- hemoglobina. Dessa forma, a hemoglobina fica impossibilitada de transportar o O , podendo levar à morte por asfixia. O sistema respiratório humano comporta um volume total de, aproximadamente, 5L de ar, capacidade pulmonar total. Desse volume, apenas meio litro é renovado em cada respiração tranquila, de repouso. Esse volume renovado é chamado de volume corrente (VC). Se, no final de uma inspiração forçada, o paciente executar uma expiração forçada, consegue retirar dos pulmões uma quantidade de aproximadamente 4L de ar, o que corresponde à capacidade vital, e é dentro de seus limites que a respiração pode acontecer. No final de uma expiração forçada, resta nas vias aéreas cerca de 1L de ar, chamado volume residual. Nunca se consegue encher os pulmões com ar completamente renovado, uma vez que, mesmo no final de uma expiração forçada, o volume residual permanece no sistema respiratório. A ventilação pulmonar, portanto, dilui esse ar residual no ar renovado colocado em seu interior. O volume de ar renovado por minuto ou volume-minuto respiratório (VMR) é obtido pelo produto da frequência respiratória (FR) pelo VC: VMR = FR x VC. Em um adulto em repouso, tem-se: FR = 12mrpm VC = 0,5L Portanto: VMR = 12 x 0,5 = 6L/m Os atletas costumam utilizar o chamado segundo fôlego. No final de cada expiração, contraem os músculos intercostais internos, que abaixam as costelas e eliminam mais ar dos pulmões, aumentando a renovação. 1. Descreva como é formado o sistema respiratório humano. Confira aqui a resposta 2. O tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, é denominado 4 2 2 5 6 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 6/22 A) faringe. B) laringe. C) traqueia. D) epiglote. Confira aqui a resposta 3. Os tubos finos que se originam da ramificação dos brônquios são chamados de A) alvéolos pulmonares. B) árvore respiratória. C) bronquíolos. D) pleura. Confira aqui a resposta 4. Qual parte do cérebro é responsável pelo controle dos músculos respiratórios? A) As meninges. B) O cerebelo. C) O bulbo. D) O córtex cerebral. Confira aqui a resposta 5. O sistema respiratório tem função de ofertar O ao organismo e expelir CO . Os principais músculos que auxiliam o processo respiratório são A) o esternocleidomastóideo e o diafragma. B) o diafragma e os músculos intercostais. C) os músculos intercostais e o esternocleidomastóideo. D) o esternocleidomastóideo e os músculos respiratórios. Confira aqui a resposta INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA A insuficiência respiratória é a síndrome caracterizada na incapacidade de o sistema respiratório efetuar adequadas trocas gasosas, ou seja, captar O e eliminar CO da corrente sanguínea. É também denominada de falência respiratória. O Quadro 1 apresenta a classificação da insuficiência respiratória. CLASSIFICAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Insuficiência respiratória aguda (IRPA) É estabelecida em um curto período de tempo, ocorrendo em minutos, horas ou dias, porém sem produzir mecanismos de compensação. Insuficiência respiratória crônica Instaura-se em dias, podendo perdurar por mais tempo, constituindo o estágio final de algumas patologias do trato respiratório, tanto no âmbito pulmonar como extrapulmonar. Nesse quadro, já há mecanismos de compensação. Insuficiência respiratória crônica reagudizada É estabelecida em pacientes que sofrem de insuficiência respiratória crônica com descompensação aguda da doença de base, fazendo piorar a troca gasosa. Fonte: 8 FISIOPATOLOGIA A incapacidade de oxigenar o sangue de forma adequada resulta em hipoxemia, que é a deficiência anormal de concentração de O no sangue arterial (o Quadro 2 apresenta as principais causas), que ocorre em virtude do 2 2 2 2 7 8 Quadro 1 2 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 7/22 extravasamento de líquido para dentro dos alvéolos, onde lentifica e impede o movimento do O dos alvéolos para o sangue capilar pulmonar. PRINCIPAIS CAUSAS DE HIPOXEMIA Causas Exemplos de patologia Vias aéreas Asma, doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOCs) Parênquima pulmonar Pneumonia, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), fibrose Vascular Embolia pulmonar, edema agudo de pulmão Sistema nervoso central (SNC) Acidente vascular encefálico, meningite, encefalite Sistema nervoso periférico (SNP) Síndrome de Guillan-Barré, miastenia gravis, tétano Caixa torácica e abdome Trauma, pós-operatório toracoabdominal O Quadro 3 apresenta a descrição detalhada das manifestações clínicas da insuficiência respiratória. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Sintomas objetivos e subjetivos Descrição Alterações do nível de consciência O paciente poderá apresentar rebaixamento do nível de consciência em virtude da baixa perfusão cerebral. Dispneia Também chamada de falta de ar, é um sintoma no qual a pessoa tem desconforto para respirar normalmente, com a sensação de respiração incompleta. Taquipneia É o aumento do número de incursões respiratórias na unidade de tempo. Em geral, a FR estará superior a 20irpm. Taquicardia Designa um aumento da frequência cardíaca (FC). Em geral, a FC estará superior a 100bpm. Cianose É um sinal ou um sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada da pele, dos leitos ungueais ou das mucosas. Ocorre em virtude do aumento da hemoglobina não oxidada (desoxi-hemoglobina) ou de pigmentos hemoglobínicos anormais. Sons crepitantes ou sibilantes nos pulmões Sons pulmonares caracterizados por estalidos, no caso dos sons crepitantes, e “chiado”, no caso dos sons sibilantes. Agitação Caracterizada pela inquietação do paciente no leito. Cefaleia Popularmente conhecida como dor de cabeça. Tremores É um movimento muscular involuntário, de certa forma rítmico, que envolve as movimentações oscilatórias de uma ou mais partes do corpo. Sudorese Excesso de transpiração. Hipertensão Quando os valores pressóricos geralmente estão acima de 140mmHg (pressão arterial sistólica [PAS] e de 90mmHg [pressão arterial diastólica [PAD]). Hipotensão Quando os valores pressóricos geralmente estão abaixo de 90mmHg (PAS) e de 60mmHg (PAD). Parada cardíaca É a interrupção da circulação sanguínea que ocorre em consequência da interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes. DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO A expressão clínica mais importante da insuficiência respiratória é a dispneia, em que o surgimento, a intensidade, a rapidez e a evolução fornecem dados valiosos para o diagnóstico e o tratamento. Outros sintomas objetivos e subjetivos devem ser levados em consideração, como, por exemplo, a cianose, que é considerada importante sinal de comprometimento respiratório. 29 Quadro 2 10 Quadro 3 11 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 8/22 Como a insuficiência respiratória é um quadro extremamente grave, o diagnóstico deve ser rápido e preciso, e as medidas terapêuticas normalmente requerem condutas rápidas e agressivas. Diante de uma suspeita de IRA, deve-se avaliar o paciente de acordo com as etapas detalhadas a seguir. História do paciente O técnico em enfermagem, juntamente com o enfermeiro responsável, deverá realizar uma anamnese acurada do paciente, a fim de levantar o máximo de dados possível na tentativa de poder auxiliar no fechamento do diagnóstico clínico e de enfermagem. A anamnese deve ser realizada via histórico de enfermagem preconizado de acordo com cada instituição, implementando a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Exame físico O exame físicoé um dos instrumentos de que se valem os profissionais de saúde para detectar os problemas, elaborar os diagnósticos e acompanhar as evoluções no bem-estar ou os distúrbios de sua clientela. O exame físico de enfermagem objetiva avaliar as anormalidades, detectar a disfunção, dar as orientações, realizar os encaminhamentos e planejar a sua assistência. O profissional de enfermagem não realiza diagnóstico médico, mas, sim, o diagnóstico de enfermagem, com base nas necessidades humanas básicas. Desta maneira, ao realizar o exame físico, o profissional de enfermagem deve preservar a privacidade do paciente, manter o conforto físico e emocional e respeitá-lo. Uma avaliação física, seja parcial ou completa, é importante para integrar o ato do exame na rotina de assistência de enfermagem, como, por exemplo, durante um banho no leito, momento em que o profissional poderá avaliar as condições das várias partes do corpo do paciente. Essa prática faz com que ambos usem melhor o uso de seu tempo. O profissional de enfermagem deve aprender que a avaliação física precisa transformar-se em um comportamento automático sempre que ele e o paciente estiverem interagindo. Como resultado, o profissional terá a oportunidade de reunir achados de avaliação mais relevantes e abrangentes, aperfeiçoando os seus métodos nesse sentido. Os instrumentos básicos do exame físico são o tato, a audição, o olfato e a visão, que são ampliados por aparelhos especiais, como o estetoscópio, a lupa, etc. Os processos fundamentais para a realização do exame físico são: inspeção – observar o estado geral do paciente, coloração da pele, presença de deformação, como edema, estado nutricional, padrão de fala, temperatura corporal, postura e movimento do corpo; ausculta – escutar ruídos no corpo, em especial para verificar o funcionamento do coração, do pulmão, da pleura e de outros órgãos, utilizando o estetoscópio. Neste caso específico, o profissional de enfermagem deverá dar ênfase principalmente na ausculta pulmonar, como alguns sons adventícios que o paciente poderá desencadear mediante a patologia em questão e que estão detalhados no Quadro 4; palpação – sentir as estruturas (tecidos, órgãos) do corpo por meio da manipulação; percussão – efetuar a percussão com leves pancadas das pontas dos dedos sobre uma área do corpo. O som produzido revela o estado dos órgãos internos. TIPOS DE RUÍDOS ADVENTÍCIOS Roncos É um ruído de tonalidade grave, predominantemente inspiratório, em geral acompanhado de tosse. A sua origem se deve à presença de secreções espessas que se aderem às paredes dos brônquios de grande calibre, reduzindo a sua luz. Indicam asma brônquica, bronquites, bronquiectasias e obstruções localizadas. Sibilos São ruídos de tonalidade aguda, predominantemente inspiratório, habitualmente referido pelo paciente como “chiado” ou “chiadeira”. As causas dos sibilos são redução da luz brônquica e espasmo da parede das pequenas vias aéreas. É o ruído adventício mais comumente encontrado em pacientes portadores de asma e DPOC. Estertores subcreptantes São ruídos descontínuos ouvidos na inspiração e na expiração. Resultam da mobilização de qualquer conteúdo líquido presente nos brônquios de médio e pequeno calibre. Ocorrem com maior frequência em pacientes com pneumonia, no edema agudo de pulmão e na DPOC. Estertores creptantes São estertores úmidos e descontínuos, exclusivamente inspiratórios. Tais estertores são característicos por edemas incipientes do parênquima pulmonar e pela presença de exsudato ou transudato intra-alveolar. Com frequência, são audíveis na atelectasias, nas pneumonias, no edema agudo de pulmão e na síndrome da angustia respiratória aguda (SARA). Atrito pleural É um estalido ou “som de couro” que ocorre a cada respiração, sendo mais intenso na inspiração, quando as superfícies pleurais estão irritadas por inflamação, infecção ou neoplasia. Normalmente, as pleuras viscerais e 12,13 Quadro 4 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 9/22 parietais deslizam de forma silenciosa. Em certos casos, os sons podem ser confundidos com os estertores. Pode- se pedir para o paciente tossir e verificar se houve mudança no som produzido, e, caso não haja, se trata de atrito pleural. EXAMES DIAGNÓSTICOS A gasometria arterial evidencia, de maneira fidedigna, os valores gasométricos no sangue, principalmente a pressão de O e CO , bem com a saturação de oxigênio (SatO ). As culturas de sangue e de secreção traqueal são utilizadas para determinar a causa subjacente e a condição do paciente. Deve-se lembrar de que, para este procedimento, se preconiza a maneira asséptica de coleta, de acordo com a recomendação da comissão de infecção hospitalar da unidade. Já o raio X de tórax é utilizado para mostrar o líquido em espaços que, em condições normais, deveriam conter ar. 6. Descreva a insuficiência respiratória. Confira aqui a resposta 7. Com relação às causas de hipoxemia e as principais patologias, correlacione a primeira e a segunda colunas. (1) Vias aéreas (2) Parênquima pulmonar (3) Vascular (4) SNC (5) SNP (6) Caixa torácica e abdome ( ) Acidente vascular encefálico ( ) Embolia pulmonar ( ) Síndrome de Guillan-Barré ( ) Asma ( ) Trauma pós-operatório toracoabdominal ( ) Pneumonia Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) 4 – 3 – 5 – 1 – 6 – 2 B) 2 – 5 – 6 – 4 – 1 – 3 C) 3 – 5 – 1 – 2 – 4 – 6 D) 6 – 5 – 1 – 3 – 2 – 4 Confira aqui a resposta 8. Observe as afirmativas sobre as manifestações clínicas da insuficiência respiratória. I – O aumento de incursões respiratórias na unidade de tempo é chamado de taquicardia. II – A dispneia, também conhecida como falta de ar, é um sintoma no qual a pessoa sente desconforto para respirar. III – A cianose é um movimento muscular involuntário, de forma rítmica e que envolve as movimentações oscilatórias de uma ou mais partes do corpo. Qual(is) está(ão) correta(s)? A) Apenas a I. B) Apenas a II. C) Apenas a III. D) Apenas a I e a III. Confira aqui a resposta 9. A IRPA ocorre por disfunção do sistema respiratório, o que resulta na troca anormal de gases, causando hipoxemia. A ocorrência desse quadro clínico está associada a algumas manifestações clínicas iniciais. I – Taquipneia. II – Coma. III – Sons crepitantes ou sibilantes nos pulmões. IV – Cianose. 2 2 2 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 10/22 Quais estão corretas? A) Apenas a I, a II e a IV. B) Apenas a I, a III e a IV. C) Apenas a I, a II e a III. D) Apenas a II, a III e a IV. Confira aqui a resposta 10. Quais são os instrumentos básicos do exame físico e os processos fundamentais? Confira aqui a resposta 11. Sentir as estruturas (tecidos e órgãos) do corpo por meio da manipulação refere-se a qual dos processos fundamentais do exame físico? A) Ausculta. B) Inspeção. C) Palpação. D) Percussão. Confira aqui a resposta CONDUTA INICIAL Após a avaliação inicial e o diagnóstico do paciente, passa-se à conduta inicial, que, de forma imediata, deve seguir da seguinte forma: D – desobstrução (abertura bucal, elevação da língua – cânula de guedel, aspirações); O – oxigenoterapia (máscara de Hudson ou Venturi, ventilação mecânica não invasiva [VMNI]) ou ventilação mecânica invasiva [VMI]); D – decúbito 30 a 45º; O – oximetria de pulso. A aplicação da Escala de Coma de Glasgow (ECG) pode ser de grande utilidade, uma vez que um escore menor ou igual a 8 é indicação de entubação orotraqueal. Essa escala é subdividida em três partes: resposta verbal, resposta motora e abertura ocular (Quadro 5). Para cada item analisado será dado um escore (pontuação) que, somado, chegará à pontuação final. A menor pontuação é 3 e a maior pontuação é 15. Quanto mais próximo de 15, melhores são as condições neurológicas do paciente; quanto mais próximo de 3, piores são as condições neurológicas do paciente. ESCALA DE COMA DE GLASGOW Escore Resposta verbal V Orientado IV Confuso III Palavrasnão apropriadas II Sons incompreensíveis I Nenhuma Escore Resposta motora VI Obedece aos estímulos V Localiza a dor IV Afasta-se Quadro 5 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 11/22 III Flexão normal II Estende I Nenhuma Escore Abertura ocular IV Espontânea III Resposta à fala II Resposta à dor I Nenhuma Nomenclaturas respiratórias: difusão – movimento das moléculas de uma área de alta concentração para uma área de baixa concentração. O dióxido de carbono se difunde 20 vezes mais rápido do que o O perfusão – descreve o fluxo de sangue através do leito capilar; espaço morto anatômico – ar nas vias aéreas de condução que não participa da troca gasosa; espaço morto alveolar – região que é ventilada, mas não perfundida; shunt – sangue que se desvia ou não passa pelos alvéolos sem captar o O (perfusão excede a ventilação); hipoxemia – diminuição da concentração de O na corrente sanguínea; hipóxia – diminuição da concentração de O a nível tecidual-tecidos; anóxia – ausência de O VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA POR PRESSÃO POSITIVA A ventilação não invasiva por pressão positiva (VNIPP) pode ser definida como qualquer tipo de suporte ventilatório que utilize pressão positiva e que seja ofertado ao paciente por algum tipo de máscara, e que não utilize nenhum tipo de tubo ou cânula para a sua inoculação, independentemente do modo ventilatório ou parâmetro usados. A VNIPP pode ser fornecida por ventiladores específicos para ela, os aparelhos de Bilevel, e por geradores de fluxo ou ventiladores microprocessados comuns usados em VNIPP. Apesar das vantagens e limitações inerentes a cada um dos dois tipos de ventiladores mecânicos, as taxas de sucesso com a utilização de um ou de outro sistema são comparáveis. As teóricas vantagens da VNIPP incluem a eliminação das possíveis complicações associadas com a entubação orotraqueal, a promoção de maior conforto ao paciente, a preservação dos mecanismos de defesa das vias respiratórias, as possibilidades de manutenção da fala e deglutição, além da promoção de maior flexibilidade na instituição e remoção da ventilação mecânica. MODALIDADES UTILIZADAS PARA A VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA A VMNI pode ser realizada de diferentes modos, conforme descrição apresentada nos itens a seguir. Pressão positiva contínua nas vias aéreas A pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é um modo ventilatório absolutamente espontâneo, no qual não existe ajuste de frequência respiratória: nele o paciente expira e inspira com uma pressão que é mantida constante nas vias respiratórias. A sua principal indicação clínica é para as patologias que cursam com insuficiência respiratória hipoxêmica. A CPAP é contraindicada em patologias que cursam com alterações mecânicas respiratórias, fadiga muscular, doenças neuromusculares, instabilidades hemodinâmica e/ou elétrica e pneumotórax não drenado. As Figuras 5 e 6 demonstram o funcionamento e o aparelho de CPAP. 1 2; 2 2 2 2. 14 6 14 15 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 12/22 Figura 5 – Representação esquemática do aparelho de CPAP. O aparelho funciona com a acoplagem de acessórios indispensáveis ao funcionamento do sistema: 1) máscara nasal (ou facial, em casos especiais); 2) tubo flexível para conexão da máscara ao aparelho; 3) aparelho de CPAP. Figura 6 – CPAP. Pressão positiva bifásica (Bilevel – positive pressure airway) Dois níveis de pressão são fornecidos durante a ventilação. Um maior nível durante a inspiração (pressão inspiratória [IPAP] e outro que cai ao nível da expiração pressão positiva nas vias aéreas [EPAP]). O disparo é dado por esforço respiratório do paciente ou por tempo, com uma frequência pré-programada, como se fossem ciclos espontâneos e assistidos. A ciclagem é dada por redução do fluxo inspiratório (espontâneo) ou por tempo (assistido). Esse modo ventilatório tem como indicação as patologias que cursam com IRA do tipo hipercápnica. Ao contrário da CPAP, este sim tem indicações em afecções musculares, promovendo melhor adaptabilidade ao paciente com diminuição das repercussões hemodinâmicas quando comparado à CPAP. Permite, também, a realização de uma expiração mais prolongada, graças a uma EPAP mais baixa, e permite um acréscimo no VC, em razão da diferença de pressão entre a IPAP e a EPAP. 16 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 13/22 A hipercapnia é o aumento do CO no sangue arterial, que pode ser provocado por uma hipoventilação alveolar (em caso de asfixia, por exemplo). Os hormônios da tireoide aumentam a resposta respiratória à hipercapnia. 12. Utilizando a ECG, qual pontuação é indicativa de entubação orotraqueal? A) 5 B) 3 C) 15 D) 8 Confira aqui a resposta 13. O que é a VMNI? Confira aqui a resposta UTILIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA O uso da VMNI para o tratamento de pacientes com IRA ou insuficiência respiratória crônica agudizada foi, certamente, um dos maiores avanços da ventilação mecânica nas últimas duas décadas. Apesar de o seu uso ser relativamente recente, o grande número de séries de casos, ensaios clínicos randomizados, metanálises ou revisões sistemáticas, assim como as conferências de consenso e diretrizes publicadas até o presente momento, tornaram a aplicação dessa técnica mais “baseada em evidências” do que provavelmente qualquer outra medida de suporte ventilatório. OBJETIVOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA De forma básica, os mesmos objetivos da VMI podem ser alcançados com o uso da VMNI, eliminando, ainda, o desconforto e os riscos inerentes à entubação orotraqueal e as lesões induzidas pela ventilação mecânica. Com o uso adequado da VMNI, em situações de insuficiência respiratória, é possível alcançar os seguintes objetivos terapêuticos: alívio da dispneia; redução do trabalho respiratório; melhora ou estabilização das trocas gasosas, com melhora da relação ventilação/perfusão (V/Q); maior conforto para o paciente, fornecendo-lhe possibilidade de fala e alimentação via oral; possibilidade de tosse com expectoração; adequada sincronia paciente-ventilador mecânico; minimização dos riscos do suporte ventilatório convencional; eliminação da necessidade de entubação orotraqueal; eliminação da necessidade de sedação; redução do tempo de permanência hospitalar e redução de infecção de vias respiratórias. Respeitadas as contraindicações, a maioria dos pacientes que apresenta quadro clínico de insuficiência respiratória podem se beneficiar da VMNI, mas, para isso, devem ser apresentados dados da história do paciente, bem como amostra de gasometria arterial. As informações clínicas necessárias são: dispneia moderada ou intensa; FR acima de 24irpm em pacientes obstrutivos e acima de 30irpm nos restritivos; sinais de trabalho respiratório aumentado, com utilização de musculatura acessória ou respiração paradoxal. As informações gasométricas são: pressão arterial de gás carbônico (PaCO ) > 45mmHg ou, nos pacientes crônicos, pH < 7,35; hipoxemia, com pressão parcial de oxigênio no sangue arterial/fração inspirada de oxigênio (PaO /F O ) < 200 mmHg (como será visto adiante, as causas hipoxêmicas tendem a responder pior do que as hipercápnicas). CONTRAINDICAÇÕES PARA O USO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA 2 14 15 2 2 i 2 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 14/22 Existem, contudo, contraindicações ao uso da VMNI a serem observadas, que são apresentadas a seguir: parada cardiorrespiratória ou necessidade imediata de entubação orotraqueal em virtude da respiração em gasping, isto é, uma respiração ofegante; hipotensão com necessidade de fármacos vasopressores, arritmias incontroladas ou isquemia miocárdica; trauma facial; inabilidade de eliminar as secreções ou deglutir; queda no nível de consciência com ECG menor do que 8; sangramento gastrintestinal ativo; obstrução mecânica das vias respiratórias;presença de bolhas subpleurais; pneumotórax não drenado. Para a utilização da VMNI, existem alguns tipos de interfaces disponíveis que devem ser adequados a cada paciente. O Quadro 6 apresenta a relação deles. TIPOS DE INTERFACES PARA A REALIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA Tipos Vantagens Desvantagens Máscara nasal Permite a fala e a alimentação Reduz a ocorrência de vômitos e o risco de sua aspiração Permite a tosse, e a expectoração causa menos claustrofobia Vazamento de ar quando o paciente abre a boca (adaptação mais difícil em pacientes muito dispneicos e sem dentes) Exige a patência nasal Possibilidade de dor e risco de lesão cutânea na ponte do nariz Máscara oronasal ou facial Menos vazamentos do que a nasal Menor necessidade de cooperação do paciente do que a nasal, que pode manter a boca aberta Maior risco de vômitos e de sua aspiração Maior dificuldade para expectorar. Maior claustrofobia. Possibilidade de dor e risco de lesão cutânea na ponte do nariz Impossibilidade de falar Máscara facial total Mínimo vazamento Mais fácil de ser adaptada ao paciente. Mantém as vantagens da oronasal sobre a nasal Não tem contato sobre a ponte do nariz, não gerando dor ou lesão de pele Maior risco de vômitos e de sua aspiração; maior dificuldade para expectorar Maior claustrofobia Impossibilidade de falar Helmet- capacete Mínimo vazamento Não lesa à pele Fácil ajuste ao paciente, com menor necessidade de colaboração Reinalação de CO ; maior risco de vômitos; ruído elevado (necessidade de protetor de ouvido) Desconforto na axila (ponto de fixação das tiras que posicionam a interface) Menor disponibilidade e, consequentemente, menor experiência nesse meio Peça bucal Pode ser aplicada como alternativa a outra interface em esquema de rodízio Não determina a lesão cutânea Pode induzir salivação e vômitos; vazamentos Distensão gástrica Dificuldade de fala e alimentação Plug nasal Pode ser aplicada como alternativa a outra interface, em esquema de rodízio Não determina a lesão cutânea Vazamentos Inspiratórios e expiratórios Irritação e desconforto nasal Deve-se estar sempre atento para a identificação daqueles pacientes que não estão respondendo, de forma satisfatória, à VMNI, pois sabe-se que postergar uma entubação indicada aumenta muito o índice de mortalidade dos pacientes. 14. Sobre os objetivos da VMNI, assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) A VMNI melhora ou estabiliza as trocas gasosas. ( ) A VMNI minimiza os riscos do suporte ventilatório convencional. ( ) A VMNI reduz o tempo de permanência hospitalar e as infecção de vias respiratórias. ( ) A VMNI induz o aumento do trabalho respiratório. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. Quadro 6 2 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 15/22 A) V – V – F – F B) V – F – V – F C) V – V – V – F D) V – F – F – F Confira aqui a resposta 15. Sobre as interfaces para a VMNI, a que permite a fala e a alimentação, além de reduzir a ocorrência de vômitos e o risco de sua aspiração, é: A) a máscara nasal. B) a máscara oronasal. C) a máscara facial total. D) a peça bucal. Confira aqui a resposta 16. São contraindicações para o uso de VMNI A) parada cardiorrespiratória, trauma facial e insuficiência respiratória. B) dispneia, inabilidade de eliminar secreções e pneumotórax. C) parada cardiorrespiratória, pneumotórax não drenado e sangramento gastrintestinal ativo. D) sangramento gastrintestinal ativo, dispneia e taquipneia. Confira aqui a resposta 17. As vantagens do uso da máscara oronasal ou facial são: A) menor vazamento do que a máscara nasal e menor necessidade cooperação do que a nasal, que pode manter a boca aberta. B) permitir a fala e a alimentação, reduzir a ocorrência de vômitos e o risco de sua aspiração, permitir a tosse e a expectoração e causar menos claustrofobia. C) poder ser aplicada como alternativa a outra interface em esquema de rodízio e não determinar a lesão cutânea. D) minimizar o vazamento, não lesar a pele e ter menor necessidade de colaboração. Confira aqui a resposta CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM PACIENTES EM SUPORTE VENTILATÓRIO E NÃO INVASIVO Ainda que se considerem todos os pontos já apresentados sobre a instituição da VMNI e o suporte ventilatório (indicações, interfaces e contraindicações), alguns cuidados de enfermagem são necessários. O Quadro 7 apresenta uma relação de cuidados de enfermagem necessários após a admissão do paciente. CUIDADOS INICIAIS A SEREM REALIZADOS APÓS A ADMISSÃO NA UNIDADE Intervenção Resultados esperados Identificar o paciente, dizendo nome e categoria profissional Acalmar e diminuir a ansiedade do paciente Aplicar a Escala de Coma de Glasgow Avaliar os possíveis comprometimentos neurológicos, bem como um escore menor ou igual a 8, que é indicativo de entubação orotraqueal. Instalar a monitoração cardíaca, a pressão não invasiva e dar ênfase à oximetria de pulso Monitorar e controlar os valores hemodinâmicos, ressaltando que alguns fatores podem influenciar na leitura da saturação periférica, como o uso de esmalte; o excesso de luz, o mau posicionamento do dispositivo e a extremidade fria. Promover o rodízio da oximetria de pulso Prevenir algumas complicações, como necrose dos quirodáctilos 5 Quadro 7 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 16/22 Retirar o esmalte das unhas, caso seja preciso Melhorar a passagem da leitura da espectrofotometria e pletismografia para a leitura da hemoglobina circulante. Realizar o aquecimento passivo com algodão ortopédico, caso o paciente esteja com as extremidades frias Favorecer a vasodilatação periférica de maneira fisiológica e a leitura da oximetria de pulso Calibrar o monitor multiparâmetro e zerar Ter os valores fidedignos da hemodinâmica Posicionar o paciente a 30 ou 45º Melhorar a ventilação do paciente Observar e registrar os níveis de cianose periférica Verificar se o indicador da hematose não está sendo suficiente para oferecer o O aos tecidos Instalar a oxigenoterapia por catéter ou máscara Aumentar a FiO melhorando a saturação do paciente Viabilizar os dispositivos de VMNI, CPAP e bilevel positive pressure airway (BiPAP) Melhorar o contato alvéolo capilar, favorecendo uma melhor perfusão Testar e disponibilizar os dispositivos respiratórios, como laringoscópio, tubo orotraqueal e prótese ventilatória Atuar no procedimento de maneira tranquila e sistematizada, proporcionado ao paciente uma melhor assistência de enfermagem. Auxiliar na coleta da gasometria arterial Identificar os valores fidedignos, principalmente da pressão de O e CO Auxiliar na coleta de espécimes para a cultura (hemocultura-secreção traqueal) Identificar os possíveis focos de infecção que estejam levando à insuficiência respiratória Para auxiliar o técnico em enfermagem na avaliação de resultados durante os cuidados de enfermagem, a Tabela 1 apresenta os valores de referência de gasometria, e, a seguir, é fornecida a definição de alguns termos importantes neste processo: pH – é o logaritmo negativo da concentração do íon H+, que é igual à concentração de íons H+ quando o coeficiente de atividade é unitário; ácido – substância capaz de doar prótons ou íons H+; base – substância capaz de receber prótons ou íons H+; acidemia – pH do sangue arterial menor do que 7,36 (H+ > 44nmol/L); alcalemia – pH do sangue arterial maior do que 7,44 (H+ < 36nmol/L). VALORES DE REFERÊNCIA DE GASOMETRIA pH 7,35 a 7,45 PaO 80 a 100% SatO > 95% PaCO 35 a 45 HCO 22 a 26 BE + 2 a – 2 Quanto a aplicação de métodos não invasivos de administração de O , é preciso também estar atento às seguintes características de tipo: baixo fluxo – cateter nasal ou orofaríngeo (fluxo 1-6L/mimO – FiO 23-42%) ou máscara simples (fluxo 6-8L/mimO – FiO 40-60%); alto fluxo – macronebulizador ou máscara de Hudson (fluxo 4-8L/mimO – FiO 40-60%) ou máscara de Venturi (fluxo 5-15L/mimO – FiO 24-40%). O Quadro 8 apresentaas diretrizes brasileiras de ventilação mecânica para os cuidados de enfermagem com pacientes em suporte ventilatório. CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM PACIENTES EM SUPORTE VENTILATÓRIO INVASIVO E NÃO INVASIVO, SEGUNDO AS DIRETRIZES Â 2 2, 2 2 17 Tabela 1 2 2 2 - 3 2 18,19 2 2 2 2 2 2 2 2 20 Quadro 8 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 17/22 BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA Intervenção Resultados esperados Atentar para os cuidados na troca de circuito, filtros e umidificadores Manter a umidificação e o aquecimento das vias aéreas inferiores durante a ventilação mecânica Trocar os dispositivos trocadores de umidade e calor de 7/7dias (higroscópico e hidrofóbico), desde que sejam mantidas a altura e a posição adequada do dispositivo em relação ao tubo endotraqueal (o dispositivo deve ficar na vertical, conectado ao tubo e ao circuito, de forma que as microgotas e sujidades não o inundem). Em caso de sujidade, condensação ou dano, o filtro deve ser trocado Não realizar troca rotineira do circuito do ventilador mecânico, somente quando apresentar sujidade visível a olho nu, dano ou ventilação prolongada (> 30 dias) Atentar quanto à limpeza e à conservação dos equipamentos Encaminhar os circuitos dos ventiladores para a desinfecção de alto nível (hipoclorito de sódio na concentração de 0,5% e tempo de contato de 60 minutos) ou esterilização. Atentar quanto aos cuidados de enfermagem durante o banho no leito e a mudança de decúbito Realizar a avaliação dos sinais vitais, a análise e o registro dos parâmetros ventilatórias (modo ventilatório, pressão de pico, pressão positiva expiratória final (PEEP), FR, VC e F O ). Checar os alarmes e parâmetros clínicos antes da realização do banho de leito e da mudança de decúbito. Manter a monitoração cardíaca e a SatO durante o banho de leito e a mudança de decúbito. Observar um período de equilíbrio de 5 a 10 minutos antes de determinar a intolerância/instabilidade hemodinâmica pela mudança de decúbito e/ou pelo banho de leito. Discutir com a equipe interdisciplinar o momento mais adequado para realizar o procedimento de banho no leito, principalmente nos pacientes mais graves e instáveis hemodinamicamente. Essa atribuição fica a cargo do enfermeiro responsável pelo paciente. Realizar mudança de decúbito de 2/2h, com lençol móvel e, no mínimo, com dois profissionais de enfermagem. Manter a cabeceira da cama dos pacientes ventilados para uma posição entre 30 a 45º As evidências são conflitantes a respeito da aspiração de conteúdo gástrico a 45º e das úlceras por pressão a 30º. Porém, há preferência pela posição de 30º enquanto não representar riscos ou conflitos com os procedimentos médicos e de enfermagem. Manter a pressão do balonete da prótese traqueal entre 18 a 22mmHg ou 25 a 30cmH O (cuffômetro) Evitar os vazamentos de ar sem compressão excessiva da mucosa traqueal. Realizar as medições da pressão do balonete, no mínimo, quatro vezes ao dia antes da realização da higiene bucal. Manter o tubo traqueal fixado e centralizado com fixador adesivo ou cadarço para que ocorra uma distribuição homogênea da pressão do balonete na traqueia Minimizar as lesões de cavidade oral, comissura labial e face, bem como a extubação acidental. Visualizar todos os extensores e equipamentos conectados ao paciente Proceder, de maneira correta, a manipulação do paciente do leito sem a probabilidade de eventos adversos. Auxiliar, junto a equipe interdisciplinar, quanto à necessidade da posição prona Utilizar os protetores para as regiões frontal, do nariz, dos joelhos, da crista ilíaca, da genitália e dos mamilos. Utilizar o sistema fechado de aspiração Minimizar e diminuir os riscos de infecção hospitalar. Fonte: 20 Ainda de acordo com as diretrizes brasileiras de ventilação mecânica, o Quadro 9 apresenta informações quanto aos cuidados específicos na higiene bucal. CUIDADOS DE ENFERMAGEM QUANTO À HIGIENE BUCAL DOS PACIENTES EM SUPORTE VENTILATÓRIO, SEGUNDO AS DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA Intervenção Resultados esperados Realizar a higiene bucal com escovação de 12/12h com solução aquosa de digluconato de clorexidina à 0,12% Minimizar e diminuir os riscos de infecção associados à ventilação mecânica i 2 2 2 Quadro 9 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 18/22 Realizar a higiene bucal com água filtrada e/ou aromatizante sem álcool quatro vezes ao dia durante os intervalos Manter a flora bacteriana Verificar a pressão do balonete do tubo endotraqueal ou traqueostomia antes de realizar a higiene bucal Diminuir o risco acidental de extubação ou decanulação 18. Considere as seguintes afirmações sobre os cuidados iniciais ao paciente admitido em unidade de atendimento com insuficiência respiratória. I – A promoção do rodízio da oximetria de pulso previne algumas complicações, como necrose dos quirodáctilos. II – Observar e registrar os níveis de cianose periférica oferece valores fidedignos da hemodinâmica. III – Posicionar o paciente a 30 ou 45º melhora a ventilação. Qual(is) está(ão) correta(s)? A) Apenas a I. B) Apenas a I e a II. C) Apenas a III. D) Apenas a I e a III. Confira aqui a resposta 19. Em relação ao processo de limpeza e conservação dos equipamentos, é correto afirmar que A) deve-se encaminhar os circuitos dos ventiladores para a desinfecção de alto nível (hipoclorito de sódio na concentração de 0,3% e tempo de contato de 60 minutos) ou a esterilização. B) deve-se encaminhar os circuitos dos ventiladores para a desinfecção de alto nível (hipoclorito de sódio na concentração de 0,5% e tempo de contato de 160 minutos) ou a esterilização. C) deve-se encaminhar os circuitos dos ventiladores para a desinfecção de alto nível (hipoclorito de sódio na concentração de 1,5% e tempo de contato de 60 minutos) ou a esterilização. D) deve-se encaminhar os circuitos dos ventiladores para a desinfecção de alto nível (hipoclorito de sódio na concentração de 0,5% e tempo de contato de 60 minutos) ou a esterilização. Confira aqui a resposta 20. Em relação à higienização da cavidade bucal nos pacientes em suporte ventilatório, considere as seguintes afirmativas. I – Realiza-se a higiene bucal com escovação de 12/12h, com solução aquosa de digluconato de clorexidina à 0,12%. II – Realiza-se a higiene bucal com água filtrada e/ou aromatizante com álcool, quatro vezes ao dia, durante os intervalos. III – Realiza-se a higiene bucal com água filtrada e/ou aromatizante sem álcool, quatro vezes ao dia, durante os intervalos. IV – Realiza-se a higiene bucal com escovação de 24/24h com solução aquosa de digluconato de clorexidina à 0,12%. Quais estão corretas? A) Apenas a I e a II. B) Apenas a I e a III. C) Apenas a I, a II e a III. D) Apenas a II, a III e a IV. Confira aqui a resposta CASO CLÍNICO C.R.M.S., de 60 anos de idade, ex-tabagista de dois maços de cigarros por dia, foi admitido na Unidade de T Intensiva alegando ser hipertenso, porém controlado, apresentando os seguintes parâmetros hemodinâmicos: 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 19/22 75%, com taquidispneia, cianose de extremidades e ruídos adventícios na ausculta pulmonar. 21. Com relação ao caso clínico apresentado, que tipo de conduta inicial a enfermagem deverá ter em relação à anamnese do paciente, aos exames diagnósticos e aos cuidados de enfermagem na tentativa de fechar o diagnóstico clínico desse paciente? Confira aqui a resposta CONCLUSÃO A insuficiência respiratória é a falência do sistema respiratório, ficando o paciente incapaz de manter a ventilação e a manutenção de trocas gasosas, momento em que o organismo estabelece vários mecanismos compensatórios; porém, a intervenção antecipada evita danos a outros órgãos, permitindo a evolução grave apenas em casos inevitáveis. Entretanto, nos dias atuais, são disponíveis diversos mecanismos capazes de atuar de maneira satisfatória junto aeste paciente, permitindo, assim, um melhor prognóstico. A enfermagem tem um papel crucial na otimização desses resultados, principalmente quando lança mão de protocolos e diretrizes recomendados, a fim de sistematizar as suas ações alicerçadas no pensamento crítico-reflexivo, contribuindo, de maneira substancial, para a reversão desse quadro agudo de insuficiência respiratória. RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS Atividade 1 Resposta: De acordo com a literatura, a anatomia e a fisiologia respiratória, o sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. Atividade 2 Resposta: B Comentário: A laringe é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo de adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. Atividade 3 Resposta: C Comentário: Nos pulmões, os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou a árvore respiratória. Atividade 4 Resposta: C Comentário: A respiração é controlada automaticamente por um centro de nervo localizado no bulbo. Desse centro partem os nervos responsáveis pelas contrações dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da respiração. Atividade 5 Resposta: B Comentário: O diafragma e os músculos intercostais são os músculos responsáveis pelo processo da respiração (inspiração e expiração), ato que permite ao organismo captar O e expelir CO . Atividade 6 Resposta: A insuficiência respiratória é uma síndrome caracterizada na incapacidade do sistema respiratório efetuar adequada trocas gasosas, ou seja, captar O e eliminar CO da corrente sanguínea, também designada falência respiratória. Atividade 7 Resposta: A 2 2 2 2 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 20/22 Comentário: As principais causas e exemplos de patologias que podem desencadear a hipoxemia são, respectivamente – vias aéreas (asma e DPOC); parênquima pulmonar (pneumonia, SDRA e fibrose); vascular (embolia pulmonar e edema agudo de pulmão); SNC (acidente vascular encefálico, meningite e encefalite); SNP (síndrome de Guillan-Barré, miastenia gravis e tétano); caixa torácica e abdome (trauma e pós-operatório toracoabdominal). Atividade 8 Resposta: B Comentário: O aumento de incursões respiratórias na unidade de tempo é chamado de taquipneia. Os tremores são movimentos musculares involuntários, de certa forma rítmico, que envolvem movimentações oscilatórias de uma ou mais partes do corpo. Atividade 9 Resposta: D Comentário: As manifestações iniciais da insuficiência respiratória incluem taquipneia, que é o aumento das incursões respiratórias, a presença de sons adventícios por alguma inviabilidade do ar penetrar até os alvéolose cianose, em virtude da hematose prejudicada. Atividade 10 Resposta: Os instrumentos básicos do exame físico são tato, audição, olfato e visão; e os processo fundamentais incluem inspeção, ausculta, palpação e percussão. Atividade 11 Resposta: C Comentário: Os processos fundamentais do exame físico são – inspeção (observação do estado geral do paciente, coloração da pele, presença de deformação, como edema, estado nutricional, padrão de fala, temperatura corporal, postura e movimento do corpo); ausculta (escutar ruídos no corpo, em especial para verificar o funcionamento do coração, do pulmão, da pleura e de outros órgãos, utilizando estetoscópio); palpação (sentir as estruturas, tecidos e órgãos do corpo, por meio da manipulação); percussão (efetuada com leves pancadas das pontas dos dedos sobre uma área do corpo, sendo que o som produzido revela o estado dos órgãos internos). Atividade 12 Resposta: D Comentário: A aplicação da ECG é subdividida em três partes – resposta verbal, resposta motora e abertura ocular. Para cada item analisado será dado um escore (pontuação) que, somado, chegará à pontuação final. A menor pontuação é 3 e a maior pontuação 15: quanto mais próximo de 15, melhores são as condições neurológica do paciente; quanto mais próximo de 3, piores elas são. Um escore menor ou igual a 8 é indicação de entubação orotraqueal. Atividade 13 Resposta: A VMNI pode ser definida como qualquer tipo de suporte ventilatório que utilize pressão positiva e que seja ofertado ao paciente por algum tipo de máscara, e que não utilize nenhum tipo de tubo ou cânula para a sua inoculação, independentemente do modo ventilatório ou parâmetro usados. Atividade 14 Resposta: C Comentário: A VMNI tem como objetivos melhorar o contato alvéolo capilar, possibilitando, assim, uma hematose satisfatória ao paciente; minimizar os riscos do suporte convencional, uma vez que o paciente entubado já tem um risco de 30% de adquirir uma pneumonia associada à ventilação mecânica, além de possibilitar o tempo de internação hospitalar. Atividade 15 Resposta: A Comentário: A máscara oronasal tem como vantagens induzir menos vazamentos do que a nasal e a menor necessidade de cooperação do paciente do que a nasal, que pode manter a boca aberta. Já a facial total tem mínimo vazamento, é mais fácil de ser adaptada ao paciente e mantém as vantagens da oronasal sobre a nasal. A peça bucal pode ser aplicada como alternativa a outra interface em esquema de rodízio. Atividade 16 Resposta: C Comentário: São contraindicações para VMNI – parada cardiorrespiratória ou necessidade imediata de entubação orotraqueal em virtude da respiração em gasping, isto é, uma respiração ofegante; hipotensão com necessidade de fármacos vasopressores, arritmias incontroladas ou isquemia miocárdica; trauma facial; inabilidade de eliminar secreções ou deglutir; queda no nível de consciência com ECG menor do que 8; sangramento gastrintestinal ativo; obstrução mecânica das vias respiratórias; presença de bolhas subpleurais; pneumotórax não drenado. Atividade 17 Resposta: A Comentário: Ao utilizar um dispositivo respiratório, a equipe de enfermagem deverá estar atenta para alguns itens importantes quanto ao uso dessa técnica, procurando conhecer as suas vantagens e desvantagens, adequando, assim, o melhor dispositivo ao paciente. Atividade 18 Resposta: D 24/05/2021 ePub_All_Artigo1 www.portalsecad.com.br/_mostraEpubDemo.php?&p=20 21/22 Comentário: Observar e registrar os níveis de cianose periférica serve como indicador de que a hematose não está sendo suficiente para oferecer O aos tecidos. Atividade 19 Resposta: D Comentário: A definição da letra D é o padrão, mas o processo de limpeza e conservação dos equipamentos respiratórios deverá estar em conformidade com os padrões estabelecidos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, estipulando o tipo de desinfecção a ser realizado, bem como o tipo de produto e o tempo de permanência destes insumos nessa solução. Atividade 20 Resposta: B Comentário: A definição da letra B é o padrão, mas a higienização da cavidade bucal deverá estar em conformidade com os protocolos validados pelas instituições nacional e internacionalmente reconhecidas, a fim de prevenir e minimizar os riscos de pneumonia associada à ventilação mecânica. Atividade 21 Resposta: Instalar monitoração cardíaca contínua; controlar a pressão não invasiva e oximetria de pulso nos parâmetros hemodinâmicos do paciente; manter a cabeceira elevada a 30 ou 45º, melhorando a troca gasosa; ofertar O , seja por dispositivos de baixo ou alto fluxo de O para melhorar a SatO do paciente; manter as vias áreas pérvias, retirando qualquer material que por ventura esteja obstruindo a passagem do ar; auxiliar os demais membros quanto à instalação de dispositivos de VMNI;comunicar o raio X para realizar radiografia de tórax para eliminar as possíveis patologias com este mesmo quadro clínico; avaliar o paciente aplicando a ECG, uma vez que o escore menor ou igual a 8 é indicação de entubação orotraqueal; dar apoio emocional e psicológico para reduzir a ansiedade do paciente. A equipe de enfermagem tem um papel crucial juntamente com os demais profissionais da equipe multiprofissional no fechamento do diagnóstico clínico do paciente. Além de coletar informações conforme a sua especificidade, são esses profissionais que ficam responsáveis pelo controle e pela monitoração da hemodinâmica, sinalizando quaisquer intercorrências que, por ventura, este paciente venha apresentar. REFERÊNCIAS 1. Guyton AC. Tratado de fisiologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2006. 2. Silverthorm DU. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed; 2010. 3. Banjai C, Valenti VE, Nascimento CL, Abreu LC. Controle neural da ventilação: contribuições do bulbo e cerebelo. Rev Neurocienc. 2009;17(4):356-63. 4. Guerra M, Falcão M, Moreira AL. Regulação da respiração [internet]. Porto: Faculdade de Medicina do Porto; 2002 [acesso em 2016 jun 8]. Disponível em: http://www.uff.br/WebQuest/downloads/RegResp.pdf. 5. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2012. 6. Ultra RB, Ferrari D, Coca V. Diretrizes para assistência ventilatória. 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(Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1).
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