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ENSAIO SOBRE MOVIMENTOS SOCIAIS E ESFERAS PÚBLICAS Luciana Vasconcelos da Costa 1 INTRODUÇÃO Este ensaio visa abordar com brevidade as esferas públicas locais e os movimentos sociais no Brasil, com base nos artigos Movimentos Sociais, Democratização e a Construção de Esferas Públicas Locais (1997), de Sergio Costa, Movimentos sociais na contemporaneidade (2011) e Sociedade Civil no Brasil: movimentos sociais e ONGs (2013), ambos de Maria da Glória Gohn. 2 MOVIMENTOS SOCIAIS O artigo “Movimentos sociais na contemporaneidade” (2011), de Maria da Glória Gohn, busca – entre outros pontos – conceituar os movimentos sociais e abordar a sua importância. Segundo Gohn (2008 apud 2011, p. 335), os movimentos sociais são “ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam formas distintas de a população se organizar e expressar suas demandas”. No artigo “Sociedade Civil no Brasil: movimentos sociais e ONGs” (2013), a mesma autora traz um panorama dos movimentos sociais no Brasil na atualidade, tendo em vista que as modificações que aconteceram na política brasileira. Para a autora (2013, p. 238-239), como característica das manifestações na atualidade, deve-se destacar quatro pontos: a) construção de um novo padrão civilizatório, lutando em defesa das culturas locais e do sentido das coisas públicas; b) reinvindicação ética e vigilância sobre a atuação do Estado; c) cobertura de áreas do cotidiano de difícil penetração de outros atores sociais; d) construção de um conceito diferente de autonomia desses movimentos. A partir disso, para traçar esse panorama dos movimentos sociais brasileiros do novo milênio, Gohn (2013) aborda a Participação Cidadã, as Organizações Não- Governamentais (ONGs) e as ONGs do Terceiro Setor, para então falar sobre as manifestações, as marchas e as mobilizações que, de acordo com a autora (2013, p. 248), atualmente “são promovidas por coletivos organizados que estruturam, convocam/convidam e organizam-se On Line, via redes sociais” e contam com a contribuição da mídia para divulgação dos atos. Sendo assim, a autora (2013, p. 250) conclui que essas mudanças no perfil dos movimentos sociais se deram pelo fato da alteração na conjuntura política. Outra mudança ressaltada por Gohn é no perfil do militante dos movimentos sociais. A autora (2013, p. 251) conclui que as manifestações hoje em dia são os termômetros das demandas da sociedade civil. 3 ESFERAS PÚBLICAS Costa (1997) aborda as esferas públicas locais a partir das necessidades de estudos das teorias da transição democrática para tratar dos processos sociais, considerando “os padrões concretos de relacionamento entre o Estado e a sociedade civil, analisando o papel dos atores como movimentos sociais, organizações não-governamentais etc. para a operação de transformações em tais relações”. O autor (1997) procura analisar a construção das esferas públicas locais ao longo do processo de democratização do país e, para isso, apresenta resultados de uma pesquisa de campo realizada em três municípios mineiros que, durante um período dos anos 80, tiveram experiências administrativas do tipo participativo. A partir disso, Costa (1997) aborda a atuação das Associações de Moradores (AMs), durante a administração participativas, e dos vereadores, quando novos prefeitos foram eleitos e deixaram de lado esse tipo de administração. A partir da mudança político- administrativa e do perfil associativo nesses municípios, o autor observou transformações nas esferas públicas municipais e as analisou com base em quatro campos constitutivos da espera pública política local: a) estrutura e operação da mídia local; b) esfera pública parlamentar e estatal; c) espaço público vinculado aos grupos organizados; d) espaços comunicativos primários. Com isso, o autor (1997) busca explicar a democratização e a construção de espaços públicos a partir de duas abordagens distintas, a primeira caracterizada “pela centralidade conferida aos meios de comunicação de massa e pela ênfase na impossibilidade de entendimento efetivamente comunicativo dentro da esfera pública” e a segunda abordagem tendo os espaços de comunicação interpessoal como campos constitutivos da esfera pública. 4 CONCLUSÃO Os artigos mostram a importância dos espaços de discussão e dos movimentos sociais para a conservação e para o desenvolvimento da democracia, lutando pelas demandas da sociedade civil e pela manutenção dos direitos, cobrando também transparência e ética dos governantes e do Estado. REFERÊNCIAS COSTA, SERGIO. Movimentos Sociais, Democratização e a Construção de Esferas Públicas Locais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, V. 12, N. 35, out. 1997. GOHN, Maria da Gloria. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 47, maio-ago. 2011. GOHN, Maria da Gloria. Sociedade Civil no Brasil: movimentos sociais e ONGs. Revista Meta: Avaliação, [S.l.], v. 5, n. 14, p. 238-253, set. 2013.
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