Buscar

unidade 4 Geologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEPÓSITO DE 
MINERAIS
Ronei Tiago Stein
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Citar os guias e controles prospectivos para depósitos de minerais industriais.
 > Reconhecer as diferenças entre os depósitos de ferro do Quadrilátero Fer-
rífero e de Carajás.
 > Caracterizar a geologia, o minério e a gênese dos depósitos minerais no 
distrito zincífero de Morro Agudo.
Introdução
O Brasil é um país privilegiado em recursos naturais, e isso inclui os minerais. 
Alguns destes são abundantes, como é o caso, por exemplo, do minério de ferro, 
do manganês e da bauxita. Para que a exploração dos minerais possa ocorrer em 
território Nacional, é necessária a aprovação da Agência Nacional de Mineração 
(ANM). O minério de ferro, especificamente, está entre os cinco principais itens 
exportados pelo Brasil; por consequência, é o minério mais explorado no País. 
Nesse cenário, destacam-se os estados de Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero) 
e do Pará (serra de Carajás). 
Neste capítulo, você descobrirá quais são os principais minerais explorados 
pelo Brasil. Inicialmente, verá quais são os guias e controles utilizados visando 
localizar minério; ou seja, evidências que indicam que, em determinado local/
áreas, existem jazidas de relevância econômica. Depois, lerá sobre a importância 
do Quadrilátero Ferrífero e de Carajás na exploração de minério de ferro, e sobre 
as diferenças entre ambos. Por fim, você entenderá a importância do distrito 
zincífero de Morro Agudo, no que se refere aos tipos de minério e a sua gênese.
Depósitos minerais 
brasileiros
Guias e controles para depósitos de 
minerais industriais
De acordo com a ANM (BRASIL, 2019), em 2017, 80% do valor total da produção 
mineral comercializada pelo País resultaram da venda de minerais metálicos. 
Destes, onze classes se destacam: alumínio, cobre, cromo, estanho, man-
ganês, nióbio, níquel, ouro, vanádio, zinco e ferro. Acompanhe, na Figura 1, 
as principais regiões brasileiras de exploração mineral.
Figura 1. Esquema mostrando o ciclo das rochas.
Fonte: Instituto Brasileiro de Mineração (2012a, p. 6).
Paragominas (PA)
Alumínio
Carajás (PA)
Ferro, Ouro, Cobre, Níquel e Manganês
Alagoas (AL)
Cobre
Pedra Azul/Salto da Divisa (MG)
Grafita
Governador Valadares (MG)
Gemas
Espírito Santo (ES)
Rochas Ornamentais
Quadrilátero Ferrífero (MG)
Ferro, Ouro, Manganês e Bauxita
Criciúma (SC)
Carvão
Castro (PR)
Talco
Araxá (MG)
Nióbio
Itaituba (PA)
Ouro
Urucum (MS)
Manganês e Ferro
Presidente Figueiredo (AM) 
 
Estanho
Rondônia (RO)
Estanho
Goiás (GO)
Cobre, Níquel e Ouro
Bahia (BA)
Bauxita, Ferro, Vanádio, 
Agregados, Níquel e Cromo
Sergipe (SE)
Sais de Potássio
Cobre
Ouro
Alumínio
Estanho
Ferro-Manganês
Grafita
Caulim
Níquel
Carvão
Agregados
São Paulo (SP)
Agregados
Rio de Janeiro (RJ)
Agregados
Rio Grande do Sul (RS)
Ametista e Agregados
Conforme Ramos (2017), a mineração constitui uma modalidade antrópica 
de uso temporário do solo e inclui diferentes etapas: 
1. prospecção e pesquisa mineral;
2. delineamento da jazida e planejamento da lavra;
3. produção e beneficiamento do minério;
4. recuperação ambiental. 
Depósitos minerais brasileiros2
A etapa da prospecção etapa busca/procura o bem mineral, visando definir 
áreas com indícios de ocorrência mineral. Para isso, utiliza guias e controles 
para localizar anomalias minerais. Dessa forma, a prospecção mineral engloba 
o controle prospectivo e o guia prospectivo:
 � Controle prospectivo: processo que condiciona a formação e a loca-
lização do bem mineral.
 � Guia prospectivo: refere-se à “pista” que indica/sinaliza a probabilidade 
de ocorrência do bem mineral em determinado local/região.
Guias e controles prospectivos se referem aos fatores e às pistas 
geológicas que indicam a possibilidade de ocorrência de determinado 
bem mineral em determinada área/local.
Conforme mencionam Gandhi e Sarkar (2016), as mudanças nos parâmetros 
físico-químicos (temperatura, pressão, pH e concentração total de “ligantes”) 
normalmente resultam em deposição de minério. Adição de componentes 
por contaminação, separação de fases, resfriamento sobre um gradiente de 
temperatura, diminuição da pressão, mistura de fluido e reação com rochas 
hospedeiras são as mudanças que normalmente estão associados a tais 
processos. Os requisitos essenciais para a formação do depósito de minério 
e a concentração de elementos de minério são uma variedade de processos 
geológicos (ou ciclo geoquímico). Logo, a localização do minério deve-se à 
interação de vários fatores geológicos, sendo o resultado de diferentes con-
troles que faz um minério ser viável ou não de ser explorado industrialmente. 
Para facilitar o entendimento, acompanhe, no Quadro 1, alguns exemplos de 
rochas exploradas economicamente e a diferença entre o guia e o controle 
prospectivo.
Depósitos minerais brasileiros 3
Quadro 1. Exemplos de guia e controle prospectivo de minerais ferrosos, 
metálicos não ferrosos e industriais
Tipo de 
depósito Processos
Controle
 prospectivo
Guia 
prospectivo
BIFs* 
(magnetita, 
hematita)
Deposição nas 
fases finais 
do vulcanismo 
subaquoso 
(BIF tipo Algoma) 
ou sedimentar 
subaquosos (BIF 
tipo Superior).
Controle 
exalativo-
vulcânico
1. Anomalias 
magnéticas.
2. Associação com 
filitos carbonosos e 
gonditos.
3. Camadas de topo da 
estratigrafia vulcânica 
básica (tipo Algoma).
Zinco em 
rochas 
carbonáticas 
(tipo 
Mississippi 
Valley)
Percolação 
de fluidos 
hidrotermais 
em plataformas 
carbonáticas
Controle 
exalativo- 
-sedimentar. 
1. Anomalias de Zn: 
solos e sedimentos de 
corrente.
2. Silicatos de Zn 
(calamina, willemita) 
no manto intempérico 
oxidado. 
Laterita de 
níquel
Intemperismo 
químico de 
peridotitos em 
topografia plana 
e elevada em 
regimes climáticos 
tropicais e 
equatoriais 
(quente e úmido).
Controle 
residual
1. Anomalias 
positivas de Ni, Co e 
Cr combinadas com 
anomalias negativas 
de MgO em relação ao 
peridotito inalterado 
(< 40% MgO).
2. Ocorrência 
abundante de limonita 
no topo do perfil 
intempérico.
Veios 
auríferos
Percolação 
de fluidos 
hidrotermais 
(H2O-CO2), 
sulfetados, de 
baixa salinidade 
e temperatura 
(< 350°C) e pH 
neutro
Controle 
estrutural
1.Dilatâncias em 
shear zones (fraturas, 
charneiras, boudins, 
etc.).
2. Anomalias de As, Bi, 
Te, Se e S.
3. Anomalias elétricas.
4. Alteração 
hidrotermal: 
sulfetação, 
turmalinização e 
carbonatação.
(Continua)
Depósitos minerais brasileiros4
Tipo de 
depósito Processos
Controle
 prospectivo
Guia 
prospectivo
Areia Acumulação 
clástica
Controle 
sedimentar
1. Barras de pontal 
e de canal.
2. Paleo-terraços.
3. Rios meandrantes.
Grafita Metamorfismo de 
filitos carbonosos 
sedimentares
Controle 
metamórfico
1. Metamorfismo 
regional do fácies 
anfibolito. 
2. Anomalias elétricas 
positivas. 
3. Associação com BIFs, 
rochas carbonáticas e 
sedimentos pelíticos 
metamorfizados. 
* Formações ferríferas bandadas (do inglês banded iron formations).
Fonte: Adaptado de Cox e Singer (1992) e Gandhi e Sarkar (2016). 
Dessa forma, pela prospecção, é possível descobrir os diferentes tipos de 
minerais que correspondem a determinado grupo de rochas. Logo, o reconhe-
cimento de certos minerais detríticos pode levar à pesquisa de determinados 
grupos petrográficos bem definidos. Acompanhe, No Quadro 2, alguns exem-
plos de minerais valiosos e minerais associados para algumas rochas ígneas. 
Quadro 2. Exemplos de controle litológico de bens minerais associados 
com rochas ígneas
Rocha Minerais valiosos Minerais associados
Granito Zircão, berito, monazita, 
xenotímio, ilmenita, 
rutilo
Granada, magnetita, 
titanita, piroxênio, 
anfibólio, apatita
Granito com pegmatito Casseterita, columbita-
tantalita, topázio, berilo 
(torita, wolframita)
Turmalina, 
espodumênio, petalita
Granito com greisen Cassiterita Fluorita, topázio
(Continua)
(Continuação)
Depósitos minerais brasileiros 5
Rocha Minerais valiosos Minerais associados
Granito com skarn Scheelita, cassiteritaMagnetita, granada, 
wollastonita, 
vesuvianita, diopsídio, 
hedembergita, 
tremolita-actinolita, 
escapolita
Granito associado a 
filões hidrotermais
Ouro, cinábrio, 
wolframita, cassiterita
Barita, siderita
Sienito Rutilo, ilmenita, zircão, 
coríndon, monazita, 
columbita
Magnetita, apatita, 
allanita, granada, 
eudialita, perowskita, 
titanita, piroxênio, 
anfibólio, fluorita
Gabro-diabásio Limenita, leucoxênio, 
titanomagnetita
Diopsídio-augita, 
hiperstênio, apatita, 
espinélio, anfibólios
Rochas ultrabásicas 
(serpentinitos, dunitos, 
peridotitos, piroxenitos)
Platina, osmirídio, 
ilmenita, 
titanomagnetita
Cromoespinélio, 
magnetita, olivina, 
bronzita, diopsídio- 
-augita, granada
Peridotitos Diamante, rutilo, 
ilmenita
Piropo, cromodiopsídio, 
espinélio, 
cromopicotita, 
magnetita, piroxênio 
ortorrômbico, 
titanoaugita, flogopita
Rocha 
ultrabásica-alcalina
Pirocloro, 
apatita, ilmenita, 
titano-magnetita
Magnetita, tântalo-
-niobatos, annalita, 
forsterita, titanita, 
titanoaugita, flogopita, 
perowskita, anatásio, 
anfibólio
Fonte: Adaptado de Pereira (2003).
(Continuação)
Depósitos minerais brasileiros6
Por exemplo, visando à exploração de saibro em um batólito granítico, uma 
equipe de geólogos necessita analisar os guias e controles prospectivos. Para 
isso, aplicaram diferentes técnicas prospectivas (petrografia, geoquímica e 
geofísica). Dessa forma, os profissionais concluíram que o guia prospectivo 
está relacionado a granitoides com alteração intempéricas, sendo que o 
controle prospectivo se refere ao clima, devido à alternância entre estações 
secas e chuvosas. Além disso, a topografia e o intemperismo químico auxi-
liaram na formação.
O granito é uma rocha muito utilizada para fins ornamentais e reves-
timentos. Existem diferentes tipos de formações rochosas graníticas 
em território Nacional, sendo o estado do Espírito Santo um grande produtor e 
explorador. Para saber mais sobre o controle e guia prospectivo dessas rochas, 
digite “Atlas de rochas ornamentais do estado do Espírito Santo” em seu motor 
de busca preferido e tenha acesso a um atlas que apresenta informações sobre 
a variedade de rochas ornamentais encontradas no referido estado.
Diferenças entre depósitos de ferro 
do Quadrilátero Ferrífero e de Carajás
O conhecimento minucioso da geologia de determina região constitui a base 
fundamental para as descobertas de rochas e minerais úteis, fornecendo in-
formações sobre os que têm maior profundidade. Os terrenos mais antigos da 
crosta terrestre são referidos como pré-cambrianos. No Brasil, estes cobrem 
uma área de cerca de 5 milhões de km², locais referidos como Embasamento 
Cristalino, ou, simplesmente, Embasamento (ABREU, 1973). Estão associadas a 
esse embasamento importantes jazidas minerais, como é o caso das grandes 
jazidas de ferro de Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero) e do Pará (Serra do 
Carajás). Além disso, temos as jazidas de manganês de Minas Gerais, Amapá, 
Mato Grosso e Bahia. As jazidas de ouro também estão associadas ao emba-
samento, como da região de Morro Velho, em Minas Gerais.
Depósitos minerais brasileiros 7
Os maiores depósitos de ferro do mundo encontram-se no Brasil, na Aus-
trália, no Canadá, na África do Sul e na Rússia. Porém, a Austrália e o Brasil 
dominam o mercado internacional, cada um apresentando cerca de um terço 
das exportações (CAXISTO; DIAS, [201-?a]). O Brasil possui cerca de 13% das 
reservas mundiais de minério de ferro, sendo que as formações ferríferas são 
compostas, principalmente, de hematita (Fe2O3) e quartzo. Entre os maiores 
mineradores de minério de ferro, Melfi et al. (2016) mencionam os seguintes. 
 � Minas Gerais: explorado no Quadrilátero Ferrífero, região Centro-Sul 
do estado.
 � Pará: explorado na Serra dos Carajás, localizada no Sudeste do estado.
 � Mato Grosso do Sul: explorado na região de Corumbá (Urucum).
As formações ferríferas de Carajás e do Quadrilátero Ferrífero pos-
suem teores médios de até 68% de Fe, os mais altos existentes em 
todo o planeta (a média global é de 51,6% de Fe), conforme Melfi et al. (2016).
O Quadrilátero Ferrífero tem, aproximadamente, 7.000 km² de área e está 
localizado na porção Centro-Sudeste do estado de Minas Gerais. Engloba 
os municípios de Belo Horizonte, Mariana, Santa Bárbara, Congonhas, Nova 
Lima, Ouro Preto, Brumadinho, etc. A exploração do Quadrilátero Ferrífero é 
responsável por aproximadamente 80% da produção nacional de minério de 
ferro, sendo que cerca de 70% de todo minério extraído acaba sendo exportado 
pelo Brasil (AZEVEDO et al., 2012).
Por sua vez, na Serra dos Carajás, as atividades mineradoras iniciaram em 
1986, com uma produção em torno de 15 Mt (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 
2009). Já em 2007, a produção foi de 92,0 Mt. Apenas um ano mais tarde, em 
2008, a produção foi de 100,0 milhões de toneladas. 
Acompanhe, no Quadro 3, algumas das principais características e dife-
renças do minério de ferro encontrado no Quadrilátero Ferrífero e na Serra 
de Carajás.
Depósitos minerais brasileiros8
Quadro 3. Diferença entre o minério de ferro encontrado no Quadrilátero 
Ferrífero e Serra de Carajás 
Características Quadrilátero Ferrífero Serra de Carajás
Formação Metamorfismos polifásicos Rochas plutônicas, 
formadas a partir da 
solidificação do magma 
no interior da crosta.
Idade Paleoproterozoico Arqueano
Localização Centro-Sul do estado 
de Minas Gerais
Sudeste 
do estado do Pará
Tamanho 7 mil km² Cerca de 1 milhão de 
km²
Quantidade de 
minério de ferro
Não existe um consenso 
sobre a quantidade de 
minério de ferro existente.
Estimam-se 3,4 bilhões 
de toneladas.
Minerais de 
minério
Hematita e goetita Hematita, magnetita e 
goetita
Porcentagem de 
metal contido (%)
Constituído, principalmente, 
de itabirito. Apresenta uma 
média de 69,5% de ferro 
contido, mas o teor varia de 
45% a 68% devido à presença 
de ganga (impurezas).
Contém cerca de 72,4% 
de ferro, sendo que o 
seu teor real varia de 
50% a 70%.
Início da 
exploração
No ciclo do ouro, que ocorreu 
nos séculos XVII e XVIII.
Década de 1980, por 
volta do ano de 1986.
Importância 
produtiva anual
60% da produção nacional 
do minério de ferro, o que 
equivale a cerca de 180 
milhões de toneladas anuais.
18% da produção 
nacional de minério de 
ferro, o que equivale a 
cerca de 54 milhões de 
toneladas anuais.
Outros depósitos 
minerais 
encontrados/
explorados
Manganês e ouro Manganês, zinco, 
níquel, cobre, ouro, 
prata, bauxita, cromo, 
estanho, tungstênio e 
urânio
Fonte: Adaptado de Abreu (1973), Oliveira (2013), Instituto Brasileiro de Mineração (2012a), Ramos 
(2017) e Dias et al. (2015).
Depósitos minerais brasileiros 9
Devido à grande exploração de minério de ferro no Quadrilátero 
Ferrífero, o estado de Minas Gerais acabou sendo palco de duas 
tragédias. A primeira tragédia ocorreu na cidade de Mariana, no dia 5 de novembro 
de 2015, no distrito de Bento Rodrigues. O rompimento da barragem do Fundão 
liberou 43,7 milhões de m³ de lama de rejeito da extração de minério de ferro, 
resultando na morte de 19 pessoas e provocando enormes impactos ambientais.
A segunda tragédia ocorreu no dia 25 de janeiro de 2019, na cidade de Bruma-
dinho, liberando 12 milhões de m³ de rejeitos após o rompimento da Barragem 
da Mina Córrego do Feijão. Esse é considerado o maior acidente de trabalho do 
Brasil e um dos maiores acidentes ambientais da mineração (perdendo apenas 
para o acidente em Mariana). Resultou na morte de 259 pessoas, além de deixar 
11 desaparecidos. 
Geologia, minério e gênese dos depósitos 
minerais no Distrito Zincífero, 
no Morro Agudo
O zinco é um elemento muito importante para a vida na Terra. Entre seus prin-
cipais usos, podemos citar a galvanização do aço ou ferro (protegendo esses 
metais contra a corrosão) e a utilizado na fabricação de ligas metálicas (CALLIS-
TER, 2014). Na Figura 2, são apresentados alguns dos principais uso do zinco.
Figura 2. Consumo setorial do zinco no mundo.Fonte: Instituto Brasileiro de Mineração (2012b, documento on-line).
 
Química e óxidos
6%
Trefilados
 
6%
Galvanização
50%
Outros
4%
Bronze e latão 
17%
Ligas de zinco
17%
 
Depósitos minerais brasileiros10
Entre os metais, o zinco é o quarto elemento mais extraído no mundo, 
perdendo apenas para o ferro, o alumínio e o cobre (CALLISTER, 2014). 
O Brasil, apesar da alta produção (284,4 mil toneladas em 2011), é considerado 
o 12º maior produtor mundial de minério de zinco (INSTITUTO BRASILEIRO DE 
MINERAÇÃO, 2012b).
No Brasil, o maior distrito zincífero se situa no Noroeste do estado de Minas 
Gerais, onde os depósitos de zinco estão hospedados em rochas dolomíticas, 
do Grupo Vazante, incluindo os municípios de Vazante (Mina de Vazante, 
Cercado e Extremo Norte) e Paracatu (Mina de Morro Agudo e depósitos 
de Ambrósia e Fagundes), conforme Baia (2013). Acompanhe, na Figura 3, 
a localização dos principais depósitos de zinco do Brasil.
Figura 3. Localização dos principais depósitos de zinco do Brasil. 1: Santa Maria/Camaquã; 
2: Canoas; 3: Vazante; 4: Morro Agudo; 5: Salobro; 6: Boquira; 7: Nova Redenção; 8: Irecê; 
9: Palmeirópolis; 10: Aripuanã; 11: Pojuca.
Fonte: Misi (2016, p. 161).
1
2
3
4
5
6
78
9
11
10
Mina em produção
Mina fechada
Depósito dimensionado
Depósitos minerais brasileiros 11
Logo, conforme Miso (2016), os únicos depósitos zincíferos atualmente em 
produção no Brasil são as minas de Vazante e Morro Agudo, ambas localizados 
no Noroeste de Minas Gerais. Conforme Monteiro (1997, p. 5):
A Mina de Vazante faz parte do Distrito Zincífero de Vazante, o maior conhecido 
no Brasil. O principal minério explorado é o willemítico, que é constituído por uma 
associação mineral muito incomum nos depósitos de metais base, composta por 
willemita, quartzo, dolomita, hematita, franklinita e zincita.
Segundo Oliveira (2013), a reserva total do depósito de Vazante, conside-
rando o minério primário willemítico e o minério supergênico, é de 60 milhões 
de toneladas, e o zinco possui uma porcentagem em torno de 20%. Logo, 
a mina de Vazante pode ser classificada como um depósito de zinco de classe 
mundial, ultrapassando, inclusive, 10 milhões de toneladas de zinco contido.
Oliveira (2013) e Dias et al. (2015) sugerem que a formação do minério 
silicatado de zinco pode estar relacionado à presença de fácies de supra-
maré do tipo sabkha, encontrada apenas na área do distrito. As condições 
oxidantes e o pH neutro associado a essas litofácies teriam sido propícias 
para a precipitação da willemita no lugar da esfalerita.
Evidências estruturais, petrográficas e isotópicas indicam que os episódios 
de deformação e de mineralização willemítica são sincrônicos ao desenvol-
vimento da Zona de Cisalhamento de Vazante de idade brasiliana. Segundo 
Neves (2011), o Morro Agudo se situa a cerca de 45 km de Paracatu, cidade 
do Noroeste do estado de Minas Gerais, sendo considerado um dos maiores 
produtores de chumbo e zinco do Brasil. 
O Distrito Zincífero se localiza no Noroeste de Minas Gerais, abran-
gendo os depósitos de Morro Agudo, Vazante, Ambrósia, Fagundes e 
Bonsucesso. Os minerais mais comuns de zinco são o sulfeto de zinco esfalerita 
(ZnS) e a willemita (Zn2SiO4).
Quanto à geologia das minas zincíferas, Dardenne e Botelho (2014) des-
crevem que tanto Vazante como Morro Agudo se encontram distribuídas 
em uma faixa de rochas metassedimentares de baixo grau metamórfico, 
agrupadas sob a denominação litoestratigráfica de Grupo Vazante. Valeriano 
et al. ([201-?b]) descrevem que esse processo se desenvolveu por meio de 
seguidas colisões, as quais ocorreram há mais de 640–600 milhões de anos.
Depósitos minerais brasileiros12
 Logo, a estruturação tectônica das minas de Vazante e Morro Agudo é 
caracterizada por:
[...] um amplo sistema de dobras e cavalgamentos transportados tectonicamente 
para leste, em direção ao antepaís, representado pelo Cráton do São Francisco. Este 
bloco continental antigo consiste de um embasamento Arqueano-Paleoproterozoico 
compreendendo variadas associações granito-greenstone e faixas granulíticas 
arqueanas, sequências metavulcanossedimentares de rift continental e intra-
cratônicas, e complexos acrescionários e arcos magmáticos paleoproterozoicos 
(VALERIANO et al., [201-?b], documento on-line).
Existem diferentes formações litoestratigráficas no Grupo Vazante, que 
constituem alternância de rochas clásticas finas (ardósias, metapelitos car-
bonosos) e de rochas carbonáticas (calcários, margas e dolomitos). A Figura 4 
apresenta a coluna litoestratigráfica simplificada do Grupo Vazante. 
Figura 4. Coluna litoestratigráfica simplificada do Grupo Vazante. 
Fonte: Valeriano et al. ([201-?b], documento on-line). 
Depósitos minerais brasileiros 13
De acordo Dardenne e Schobbenhaus (2000) e Dardenne e Botelho (2014), 
o Grupo Vazante forma uma província metalogenética constituída por dois 
distritos minerais: 
 � Distrito Zincífero de Vazante: o minério é o silicatado, representado 
pelo mineral-minério primário denominado willemita e seus produtos 
secundários de alteração supérgena (calamina), com teores de zinco 
variando entre 16% e 39%. Esses depósitos ocorrem ao longo de zonas 
de falha (Falha de Vazante) com pervasiva brechação de rochas, via 
de regra dolomíticas, geralmente apresentando enriquecimento em 
hematita e willemita.
 � Distrito Plumbo-Zincífero de Paracatu: os minérios são sulfetados, 
representados pela esfalerita, com teores de zinco entre 5,0% e 5,2%. 
A associação com a galena apresenta minérios com teores de chumbo 
superiores a 1%. Esse distrito é formado pela Mina de Morro Agudo.
Em relação aos minérios presentes na Mina de Morro Agudo, o RMMG 
(VALERIANO et al. [201-?], documento on-line) descreve: 
Os principais corpos de minério são encaixados nos dolomitos e dolarenitos da 
Formação Morro do Calcário. Essa mineralização é formada por corpos estratiformes, 
sendo o minério geralmente composto por esfalerita e galena disseminadas, além 
de corpos de sulfeto maciço compostos de galena, esfalerita e pirita.
Segundo Dias et al. (2015), atualmente os depósitos de zinco sulfetado 
correspondem a 85% da produção mundial. Porém, a evolução de novos 
processos para tratamento de zinco não sulfetado, atrelado a baixos custos 
de beneficiamento, tem voltado o interesse mundial a essa classe de depó-
sitos de zinco silicatado, tornando o Distrito Zíncífero de Vazante uma grande 
jazida a ser explorada.
Referências
ABREU, S. F. Recursos minerais do Brasil. 2. ed. São Paulo: Blucher, 1973. 
AZEVEDO, U. R. et al. Geoparque quadrilátero ferrífero (MG): proposta. In: SCHOBBE-
NHAUS, C.; SILVA, C. R. da (org.). Geoparques do Brasil: propostas. Brasília: CCPRM, 
2012. p. 185–220.
Depósitos minerais brasileiros14
BAIA, F, H. Brechas hidrotermais da mina do cercado e das ocorrências olho d´água, 
mata II e Pamplona: implicações metalogenéticas e prospectivas para zinco na região 
de Vazante, MG. 2013. 230 f. Dissertação (Mestrado em Geociências) — Instituto de Ge-
ociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013. Disponível em: http://
repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/286895/1/Baia_FernandoHenrique_M.pdf. 
Acesso em: 29 set. 2020.
BRASIL. Anuário mineral brasileiro: principais substâncias metálicas 2017. Brasília: 
Agência Nacional de Mineração, 2019. 37 v.
CALLISTER JR., W. D.; RETHWISCH, D. G. Fundamentos da ciência e engenharia de materiais: 
uma abordagem integrada. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 
CAXISTO, F.; DIAS, T. G. Ferro. In: Recursos minerais de Minas Gerais, [201-?a]. Disponível 
em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/substancias-minerais/ferro/. Acesso 
em: 29 set. 2020.
COX, D. P.; SINGER, D. A. Minerals Deposit Models. Washington: United States Gover-
nment, 1992. 
DARDENNE, M. A.; BOTELHO, N. F. Metalogênese da zona externa da Faixa Brasília. 
In: SILVA, M. G. et al. (ed.). Metalogênese das províncias tectônicas brasileiras. Belo 
Horizonte: CPRM, 2014.p. 431–454.
DARDENNE, M. A.; SCHOBBENHAUS, C. The metallogenesis of the South American pla-
tform. In: CORDANI, U. G. et al. (ed.). Tectonic evolution of South America. Rio de Janeiro: 
CPRM, 2000. p. 755–850.
DIAS, P. H. A. et al. (org.). Metalogenia das províncias minerais do Brasil: distrito zincífero 
de Vazante, MG. Belo Horizonte: CPRM, 2015. (Série Províncias Minerais do Brasil, 5). 
GANDHI, S. M.; SARKAR, B. C. Essentials of mineral exploration and evolution. London: 
Elsevier, 2016. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO. Informações e análises da economia mineral 
brasileira. 7. ed. Brasília: IBRAM, 2012a. (E-book).
INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO. Zinco. In: ___________. Informações e análises 
da economia mineral brasileira. 7. ed. Brasília: IBRAM, 2012b. (E-book). p. 62–65
MELFI, A. J. et al. (org.). Recursos minerais do Brasil: problemas e desafios. Rio de 
Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2016.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Relatório técnico 18: perfil da mineração de ferro. 
2009. Disponível em: http://www.mme.gov.br/documents/36108/448620/P09_RT18_Per-
fil_da_Mineraxo_de_Ferro.pdf/362a62a6-04db-b739-98d0-03f7ff9f749f?version=1.0. 
Acesso em: 29 set. 2020.
MISI, A. Zinco no Brasil: tipos e depósitos, reservas e produção. In: MELFI, A. J. et al. 
(org.). Recursos minerais do Brasil: problemas e desafios. Rio de Janeiro: Academia 
Brasileira de Ciências, 2016. p. 156–164. 
MONTEIRO, L. V. S. Contribuição à gênese das mineralizações de Zn da Mina de Vazante, 
MG. 1997. 200 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Minerais e Hidrogeologia) — Ins-
tituto de Geociências, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 1997. Disponível 
em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-22082013-142638/publico/
Monteiro_mestrado.pdf. Acesso em: 29 set. 2020.
Depósitos minerais brasileiros 15
NEVES, L. P. Características descritivas e genéticas do depósito de Zn-Pb Morro Agudo, 
grupo vazante. 2011. 89 f. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Instituto de Geoci-
ências, Universidade de Brasília, Brasília, 2011. Disponível em: http://repositorio.unb.
br/bitstream/10482/9915/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Luiz%20Paniago%20%20
Neves%20n%20280.pdf. Acesso em: 29 set. 2020.
OLIVEIRA, G. D. Reconstrução paleoambiental e quimioestratigrafia dos carbonatos 
hospedeiros do depósito de zinco silicatado de Vazante, MG. 2013. 95 f. Dissertação 
(Mestrado em Geologia) — Instituto de Geociências, Universidade de Brasilia, 2013. 
Disponível em: http://www.repositorio.unb.br/bitstream/10482/15292/1/2013_Gus-
tavoDinizOliveira.pdf. Acesso em: 29 set. 2020.
PEREIRA, R. M. Fundamentos de prospecção mineral. Rio de Janeiro: Interciência, 2003.
RAMOS, M. A. V. Controle e monitoramento ambiental na mineração. Cruz das Almas: 
UFRB, 2017.
VALERIANO, C. de M. et al. Zinco e chumbo. In: Recursos Minerais de Minas Gerais, [201-
?b]. Disponível em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/substancias-minerais/
zinco-chumbo/. Acessado em: 29 set. 2020.VALERIANO, C. M. The Southern Brasília 
belt. In: HEILBRON, M.; CORDANI, U. G.; ALKMIM, F. F. (ed.). São Francisco craton, eastern 
Brazil: tectonic genealogy of a miniature continent. regional geology reviews. New 
York: Springer, 2017. p. 189–203.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Depósitos minerais brasileiros16

Continue navegando