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Particularidades Reprodutivas de Diferentes Espécies

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1. INTRODUÇÃO 
 O intuito deste trabalho não é apresentar a anatomia, morfologia e ciclo reprodutivo 
das diferentes espécies, o intuito é apenas apontar alguns pontos anatômicos, 
morfológicos e reprodutivos que divergem entre vacas, éguas, porcas, cabras, ovelhas, 
cadelas e gatas. 
 
2. ASPECTOS ANATÔMICOS E MORFOLÓGICOS DO SISTEMA GENITAL 
FEMININO 
 Os ovários possuem função gametogênica (produção do gameta feminino) e 
endócrina (produz estrógeno e progesterona). Estão presentes em número de 2 (com 
exceção das aves) e cada um é dividido em córtex e medula: via de regra nos animais 
tem-se a medular centralizada e o córtex (parte funcional) na superfície do ovário, 
mas a égua possui a medular na face externa e o córtex (parte funcional) na região 
interna; devido essa inversão anatômica as éguas têm a fossa ovárica/ fossa ovulatória 
que é o local onde ocorre a ovulação. 
 Na vaca ocorre formação de folículo em toda superfície do ovário, sendo mais fácil 
palpar os folículos e o corpo lúteo. Já na égua, devido a anatomia diferente, é possível 
palpar os folículos quando estiverem maiores e encaminhados para ovulação; além 
disso os folículos das éguas não são tão proeminentes quanto das vacas. 
 Os ovários das vacas são ovoides e medem de 4 a 6 cm cada, os das éguas têm 
formato de grãos de feijão e medem de 8 a 12 cm cada, os da porca têm formado 
semelhante a cacho de uvas, os das cadelas têm formato de amêndoa e medem de 1,5 
a 2 cm, os da gata tem formato elipsoide achatado e medem cerca de 1,5 cm. 
 A tuba uterina é dividida em: infundíbulo, ampola e istmo. Na égua existe um 
esfíncter especializado na transição/ligação de tuba uterina e útero e, diferentemente 
de outras espécies, na égua apenas embriões viáveis chegam até o útero. 
 O útero composto por cérvix, corpo uterino e cornos uterinos. É um órgão 
bicornuado, formado por endométrio, miométrio e perimétrio. Os animais possuem 
proporções de corpo e corno diferentes: a vaca, a cadela, a gata e a porca possuem um 
corpo uterino pequeno e os cornos uterinos maiores; já na égua o corpo e os cornos 
são de proporções similares. 
 O útero é curto e tortuoso; da égua é curto e retilíneo; da porca é longo e tortuoso; 
e da cadela e da gata é longo e retilíneo. 
 A cérvix dos ruminantes possui de 3 a 4 anéis, enquanto que na porca esses anéis 
são em espiral e na égua existem dobras de mucosa longitudinais e cérvix destas não 
é tão rígida/firme como das vacas. 
 Nos ruminantes (vacas, cabras, ovelhas e búfalas) existem carúnculas uterinas onde 
ocorre a fixação da placenta. 
 A vagina é o órgão copulatório da fêmea e tem função em receber o ejaculado 
durante o coito, é o canal de passagem do feto durante o parto e é o ducto excretor de 
secreções cervicais, endometriais e tubáricas. 
 Existem algumas particularidades anatômicas em relação a genitália externa de 
diferentes espécies, mas a grande função é que sejam competentes mantendo oclusa 
afim de evitar infecções ascendentes. 
 
3. CICLO ESTRAL 
 O ponto marcante do ciclo é a aceitação da fêmea pelo macho, ou seja, a 
cópula/monta; esse período de aceitação recebe o nome de estro. 
 
 
 
Tabela 1: CICLO ESTRAL 
 Vaca Égua Porca Cabra Ovelha Cadela Gata 
 
Duração 
18 a 24 dias 
(média 21 
dias) 
19 a 22 dias 
(média de 
22 dias) 
18 a 24 
dias (média 
21 dias) 
21 dias 17 dias 
4 a 6 meses. 
 
* 
 
Proestro 
 
3 dias 
 
- 
 
3-4 dias 
 
7 a 9 dias 
12 a 72 
horas 
(média de 
48 horas) 
 
Estro 
 
+/- 18 horas 
 
5 a 9 dias 
40 a 60 
horas 
* 
24 a 48 
horas 
24 a 36 
horas 
 
7 a 9 dias 
1 a 21 dias 
(média de 7 
dias) 
Metaestro 7 dias - 2-3 dias - 24 a 48 
horas 
Diestro 10 dias 
 
14 – 16 dias 7-12 dias 60 a 72 dias 28 a 40 dias 
* 
 
Ovulação 
 
No fim do 
estro 
24 a 38 
horas antes 
do fim do 
estro 
38 a 42 
horas a 
partir do 
início do 
estro 
30 a 36 
horas a 
partir do 
início do 
estro 
24 a 27 
horas a 
partir do 
início do 
estro 
36 a 50 
horas a 
partir do 
início do 
estro 
Dependente 
de cópula 
 O metaestro inicia quando a fêmea para de aceitar a monta e finaliza quando ocorre 
formação completa do corpo lúteo; muitos autores consideram que a cadela não possui 
metaestro, pois não existe uma fase específica de luteinização nessa espécie, a 
luteinização dos folículos nas cadelas inicia antes mesmo da ovulação (há 
progesterona antes mesmo da ovulação). A formação completa do corpo lúteo marca 
o início do diestro que encerra quando ocorre a luteólise e é seguido pelo proestro, 
fase a qual ocorre desenvolvimento folicular final e encerra quando inicia nova 
aceitação da fêmea pelo macho. 
 Anestro é quando a fêmea não está ciclando. 
 A duração do ciclo estral e a fase em que ocorre a ovulação difere de acordo com 
cada espécie. Estas informações estão dispostas na Tabela 1. 
 
3.1. PARTICULARIDADES DAS VACAS 
 A vaca é considerada poliéstrica anual, pois cicla durante todo o ano; apresenta 
anestro apenas quando está prenha ou em lactação (anestro fisiológico) ou em 
presença de patologia. 
 A ovulação ocorre no fim do estro e é necessário que exista condição ideal de 
concentrações de progesterona praticamente zero, altas concentrações de estrógeno e 
folículo dominante pré-ovulatório. 
 A luteólise ocorre no décimo oitavo dia por ação de prostaglandinas, produzidas no 
endométrio, e ocitocina produzida na neurohipófise e no corpo lúteo. 
 A vaca atinge a puberdade entre 9 a 24 meses, com média de 11 meses de idade. 
Possui tempo de gestação de cerca de 280 dias. E o reconhecimento materno se da 
pela produção de interferon tau pelo concepto. 
 
3.2. PARTICULARIDADES DAS ÉGUAS 
 As éguas são consideradas poliéstricas estacionais de dias longos, ou seja, possuem 
anestro fisiológico sendo a luz o fator ambiental influenciador. Contudo, em algumas 
regiões equatoriais de menor latitude e menor variação de luminosidade ao longo do 
ano, a estacionalidade reprodutiva não ocorre de maneira tão marcante, a ponto das 
éguas se comportarem como poliéstricas anuais. 
Tabela 2: TEMPO DE DURAÇÃO DE GESTAÇÃO EM DIAS EM 
DIFERENTES ESPÉCIES 
Vaca Égua Porca Cabra Ovelha Cadela Gata 
280 dias 336 dias 114 dias 150 dias 150 dias 62 dias 65 dias 
 Geralmente, ocorrem duas ondas de desenvolvimento folicular por ciclo estral, 
ocorrendo ovulação do folículo dominante da segunda onda ao atingir 35 a 40mm. A 
ovulação ocorre no terço final do estro, ou seja, aproximadamente, 24 a 38 horas antes 
dos sinais de comportamento de cio desaparecerem na égua. 
 As éguas continuam apresentando comportamento de estro mesmo após a ovulação, 
que é precedida de pico de LH. 
 A égua atinge a puberdade em média com 14 a 18 meses de idade, dando início a 
atividade reprodutiva por meio da manifestação do primeiro estro clínico, 
acompanhado de ovulação. Dentre os fatores que interferem na idade a puberdade, se 
destacam: nutrição, ambiente, genética, desenvolvimento corporal, fotoperíodo, 
latitude e temperatura. Após alcançar a puberdade, no entanto, a égua só poderá 
realizar a primeira cobertura quando estiver fisicamente apta, geralmente, com 24 a 
36 meses de idade, período no qual alcançou equilíbrio hormonal e desenvolvimento 
físico suficiente para sustentar a gestação. 
 O período de gestação é de 330 a 340 dias. O concepto equino não sofre 
alongamento; é revestido por uma cápsula de glicoproteína resistente e elástica que 
funciona como uma proteção física durante a fase de migração, permitindo que haja 
migração de uma extremidade à outra do lúmen uterino, necessária para a supressão 
da liberação endometrial de prostaglandina F2α, que resulta na manutenção funcional 
do corpo lúteo e inibe a luteólise. 
 O reconhecimento materno na égua ocorre entre o décimo e o décimo quarto de 
gestação, por meio da migração do conceptonos cornos uterinos, através de uma 
capsula glicoproteica de função incerta. A progesterona, proveniente do corpo lúteo 
primário, é responsável pela manutenção da gestação até por volta do quadragésimo 
dia. A partir desse período ocorre a formação de cálices endometriais, formados a 
partir da invasão das células do córion no endométrio, com consequente secreção de 
gonadotrofina coriônica equina (eCG), resultando na formação de corpos lúteos 
acessórios que auxiliam na produção de progesterona, responsável pela manutenção 
da gestação até aproximadamente 140 º dia. A partir do 100º dia a placenta é a 
principal produtora de progesterona. 
 Aproximadamente 5 a 12 dias após o parto, as éguas manifestam cio acompanhado 
por ovulação, popularmente, conhecido como cio do potro, que não ocorrem em 
outras espécies domésticas. 
 
3.3. PARTICULARIDADES DAS PORCAS 
 As porcas são consideradas poliéstricas não estacionais, pois ciclam o ano todo. 
Cada ciclo tem duração de 18 a 24 dias, sendo que o estro tem duração de 40 a 60 
horas, mas na grande maioria das vezes apresenta mais curto na puberdade (com 
média de 47 horas) e mais longo no verão do que no inverno. 
 Há duas fases que caracterizam o ciclo estral de suínos: a fase folicular e a fase 
luteal. A primeira, com duração de 4 – 5 dias, compreende o período desde a regressão 
do corpo lúteo (CL) até a ovulação, e a segunda dura de 15 – 17 dias. Durante o estro, 
esses animais além emitirem grunhidos podem adquirir postura imóvel em resposta 
ao toque do macho ou do homem. A ovulação ocorre no final do estro, 38 a 42 após 
o início do estro, e tem duração de 6 a 8 horas. 
 A puberdade é atingida entre os 4 e os 9 meses de idade e depende da genética, 
nutrição, manejo, peso e raça. A gestação dura 114 dias e são necessários no mínimo 
quatro embriões para que ocorra reconhecimento materno da gestação. O 
reconhecimento materno ocorre entre os dias 11 e 12 de gestação, quando o 
blastocisto continua a dividir-se por hiperplasia e da origem a embriões com 
diferentes estágios de desenvolvimento. Durante a gestação, ocorre aumento da 
síntese de estrógeno pelo blastocisto, tendo variação da concentração desse hormônio 
de acordo com estágio de desenvolvimento e o número de embriões. Entre o décimo 
e o décimo segundo dia de gestação, o estrógeno promove mudanças na secreção de 
PGF2α (endócrina para exócrina), ocorrendo inibição da luteólise. 
 
3.4. PARTICULARIDADES DAS CABRAS E OVELHAS 
 As cabras e ovelhas são poliéstricas estacionais de dias curtos, tornando-se 
sexualmente ativos em resposta à diminuição do comprimento do dia que ocorre no 
final do verão e início do outono. O principal fator de interferência na estacionalidade 
é o fotoperíodo, sendo que a estacionalidade é maior quanto maior for a latitude e 
diminui, tendendo até a cessar, à medida que se aproxima da linha do equador. 
 O período de anestro estacional varia de intensidade e duração de acordo com a 
latitude, raça, linhagem, fatores climáticos, manejo, nutrição, etc. 
 A duração do ciclo estral é de cerca de 21 dias na cabra e 17 dias na ovelha e fator 
determinante dessa diferença é que as cabras apresentam naturalmente uma fase 
progesterônica mais longa (cabras 17 dias e ovelhas 13 dias). A fase folicular, de 
ambas as espécies, leva cerca de 4 dias. 
 O estro dura de 23 a 48 horas nas cabras e 24 a 36 horas nas ovelhas, sendo que a 
raça, a idade, a estação e a presença do macho influenciam na sua duração. O estro 
pode ser de duração mais curta no início e no final da estação de acasalamento, na 
presença do macho, e na primeira estação de acasalamento de fêmeas jovens. 
 Essas espécies possuem comportamento de cio diferentes: 
• A cabra fica mais inquieta, agita a cauda constantemente, até mesmo urina 
próxima as fêmeas, bale frequentemente, e apresenta comportamento 
homossexual. 
• A ovelha apresenta cio pouco visível, geralmente o maior sinal é realmente a 
monta, o animal fica imóvel quando montada pelo macho. Dificilmente fica 
mais ativa, vocalizando ou urinando. Existem ferramentas para detectar o cio, 
como o uso de macho ou fêmea rufião (a). 
 As cabras normalmente ovulam após 30 a 36 horas a partir do início do estro, 
enquanto que as ovelhas normalmente 24 a 21 horas após. As ovelhas tem cerca de 1 
a 3 ovulações por ciclo, mas varia muito conforme a raça, e as cabras cerca de 2 a 3 
ovulações por ciclo. Diferentemente de uma vaca, cabras e ovelhas, durante as ondas 
foliculares podem ter mais de um folículo dominante e mais de um folículo ovulatório 
em uma mesma onda de crescimento folicular, isso significa que pode ter duas ou 
mais crias de uma única gestação. 
 Nas cabras a puberdade é atingida com cerca de 5 a 7 meses (algumas raças até 
mesmo antes), e nas ovelhas é atingida de 6 a 9 meses, quando atingem cerca de 30 
kg (o peso e o porte dos animais influenciam tanto na idade de puberdade quanto na 
idade de maturidade sexual). Fêmeas, de ambas espécies, que já atingiram a 
puberdade, mas não atingiram a maturidade sexual, normalmente já tem uma primeira 
ovulação, porém não tem um intervalo normal e constante entre as ovulações; e 
geralmente essas ovulações são acompanhadas de cios silenciosos porque o eixo 
hipotálamo-hipófise-gonadal ainda não está amadurecido. 
 Nas cabras o corpo lúteo é importante durante toda a gestação (150 dias) para 
manter os níveis de progesterona alto. Já nas ovelhas, a gestação é dependente do 
corpo lúteo durante mais ou menos os 50 primeiros dias da prenhez, e posteriormente 
é a placenta a maior responsável pela produção de progesterona e consequente 
manutenção da prenhez. Durante a gestação, o embrião produz IFN-t (interferon 
tau) pelas células do trofoblasto. O IFN-t inibe a presença dos receptores de ocitocina 
nas células endometriais, impedindo a ligação de ocitocina com receptor e a 
consequente produção de PGF2α, então não ocorre luteólise. 
 A ovulação geralmente ocorre 20 dias após o parto em condições ideais. Em estados 
nutricionais ruins o animal pode entrar em anestro nutricional (pouco comum). A 
presença do cordeiro geralmente não é um impedimento para ovelhas ciclarem. 
 
3.5. PARTICULARIDADES DAS CADELAS 
 As cadelas são monoéstricas não estacionais. O intervalo entre estros desta espécie 
pode variar entra 4 e 6 meses, sendo que cadelas adultas apresentam 2 a 3 ciclos por 
ano e animais mais velhos apresentam menos ciclos por ano. 
 A cadela não possui metaestro, pois existe luteinização precoce dos folículos antes 
mesmo da ovulação. O proestro pode variar de 3 a 15 dias, mas geralmente acontece 
entre 7 a 9 dias; é nessa fase do ciclo estral em que ocorre sangramento mediado pelo 
estrógeno. O estro dura de 7 a 9 dias; a cadela demora 48 horas para liberar o oócito 
que será ovulado ainda imaturo e, posteriormente, ocorre o fim da meiose 2, levando 
formação do segundo corpúsculo e aptidão do oócito a fecundação. As concentrações 
de progesterona no momento da ovulação é alta devido a luteinização pré-ovulatória. 
O oócito imaturo demora cerca de 2 a 5 dias dentro da tuba uterina para ficar maduro 
e estar pronto para fertilização, esse fato garante uma grande variabilidade de dias de 
ovulação nas cadelas (janela ovulatória), podendo ter variação de idade de 3 dias entre 
filhotes da mesma ninhada, dependendo do dia que o oócito foi maturado. No diestro 
ocorre pico de progesterona, hiperplasia endometrial cística que aumenta os sítios de 
implantação do embrião e cérvix se fecha para garantir ambiente estéril ao feto. 
Porém, caso tenha ocorrido ascensão de bactérias antes da cérvix se fechar, favorece 
o aparecimento de piometra. O anestro faz parte do ciclo da cadela e pode durar de 30 
a 240 dias. 
 A luteólise ocorre por ausência de estímulos para a manutenção do corpo lúteo, não 
há ação de prostaglandina neste caso. 
 A puberdade é atingidaapós o animal atingir o peso adulto, entre 6 e 24 meses, e 
essa variação é devido, principalmente, a grande variedade de raças, mas também 
depende de fator genético, nutricional, endócrino e interações sociais. 
 O período de gestação das cadelas é de 58 a 62 dias. A ação hormonal da 
progesterona é semelhante em cadelas com prenhez ou não, isso implica no 
desenvolvimento de algumas doenças inerentes as cadelas. A placenta nessa espécie 
é zonaria/circular do tipo endoteliocorial moderada. Essa espécie pode apresentar 
pseudogestação fisiológica. 
 
3.6. PARTICULARIDADES DAS GATAS 
 As gatas são poliéstricas estacionais de dias longos. Porém em localidades de 
diferenças de incidência de horas de luz por dia menos acentuadas longo do ano, como 
regiões próximas a linha do Equador, as gatas deixam de serem poliéstricas 
estacionais com anestro sazonal e se tornam poliéstricas não estacionais. 
 O proestro dura entre 12 a 72 horas, com média de 48 horas. O estro leva cerca de 
1 a 21 dias, mas em média 7 dias; é o momento em que ocorre pico de LH e pode 
ocorrer ovulação induzida ou espontânea. Os felinos possuem uma fase exclusiva que 
é denominada interestro que dura de 2 a 19 dias, levando em média 8 dias. O 
metaestro dura em média 24 a 48 horas. O diestro gestacional varia de 58 a 65 dias, 
enquanto que o diestro não gestacional de 28 a 40 dias com média de 4 semanas. E as 
gatas possuem anestro fisiológico de 90 dias. 
 A ovulação da gata é induzida através das espículas penianas do macho que 
estimulam receptores no assoalho da vagina da gata gerando estímulo 
neuroendócrinos. São necessárias mais de 4 ou 5 cópulas para que ocorre pico de LH 
que leve a ovulação; sendo que, diferentemente da cadela, a ovulação ocorre em um 
curto período de tempo (8 horas) após o estímulo e a gata ovula o oócito já apto a 
fecundação. 
 Existem três diferentes situações de como pode ocorrer o ciclo da gata: 
• 1ª situação: gata apresenta proestro, em seguida estro, porém não ovula devido 
ausência de estímulo proveniente do macho. Neste caso o animal entra em fase 
de interestro que dura entre 14 e 21 dias; e posteriormente em proestro 
novamente. Este ciclo é mantido até que se atinja a ovulação ou animal entre 
em anestro. 
• 2ª situação: gata apresenta proestro, seguido de estro com ovulação; em 
seguida entra na fase de metaestro; o oócito é fertilizado e ocorre concepção; 
então animal entra em diestro gestacional que dura cerca de 58 a 65 dias. 
• 3ª situação: a gata apresenta proestro, seguido de estro com ovulação; em 
seguida entra na fase de metaestro; porém, o oócito não é fertilizado e não 
ocorre a concepção; a gata entra em diestro não gestacional que tem duração 
de 40 a 50 dias. 
 
 A puberdade é atingida em torno de 4 a 12 meses de idade, a depender da raça. O 
estado nutricional, fatores endócrinos, interações sociais, estação do ano e outros 
fatores interferem na idade de puberdade. 
 A placenta felina é zonaria/circular do tipo endoteliocorial moderada.

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