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Fotossíntese significa literalmente: síntese utilizando luz. A energia luminosa impulsiona a síntese de carboidratos e a liberação de oxigênio, a partir do dióxido de carbono e água. Porém, para produzir carboidratos é necessário transformar a energia luminosa em energia química, armazenando em moléculas de ATP e NADPH. A clorofila é um conjunto de anéis e uma calda mais alongada. O que diferencia a clorofila “a” da “b” é que uma possui um grupamento metil, presente em plantas, algas e cianobactérias e a outra um radical aldeído, presente em plantas e algas*. *pigmentos acessórios. São insolúveis em água, responsáveis pela coloração verde das plantas. Etapas da fotossíntese A primeira etapa é a de reações luminosas, onde inicialmente ocorre a conversão de energia solar que incide nas moléculas de clorofila, transportando elétrons até a formação de moléculas de ATP e NADPH, esses ATPs e NADPHs são fundamentais e imprescindíveis para a segunda etapa, a de carboxilação: o dióxido de carbono é transformado em produtos até culminar com a formação de carboidratos, que é a peça chave da fotossíntese. Comprimentos de onda < 300nm - Luz Ultra Violeta, normalmente são absorvidos na camada de ozônio, pois é muito elevada e pode provocar a decomposição das moléculas; Comprimentos de onda > 800nm - Infra Vermelho, não possui energia suficiente para excitar as moléculas de clorofila, sendo ineficientes; A RFA (Radiação fotossinteticamente ativa) vai de 400nm à 700nm. Fotossíntese A luz possui característica de partícula e de onda, é transportada como pacotes de energia denominados fótons ou quanta. Dos 100% de energia solar, apenas 5% são convertidos em carboidratos. Etapa fotoquímica: A absorção da luz pelos pigmentos fotossintéticos, essencialmente clorofilas e carotenoides formam as unidades fotossintéticas, que possuem um formato de completo antena e o centro de reação que nada mais é do que como as clorofilas estão dispostas nesse sistema para serem mais eficientes. Um grande número de moléculas (100-5000) são chamados coletivamente de antena, "coletores" de luz, as quais transferem a energia para o centro de reação. O propósito é manter uma alta taxa de transferência de elétrons no centro de reação, mesmo em baixas intensidades luminosas. Cada centro de reação necessita operar quatro vezes para produzir uma molécula de oxigênio, cerca de 2.500 moléculas de clorofilas por O2. Os centros de reação e a maior parte dos complexos antena são componentes integrais da membrana fotossintética. A luz reduz a NADP+, que, por sua vez, serve como agente redutor para a fixação do carbono no ciclo de Calvin-Benson. O ATP também é formado durante o fluxo de elétrons da água ao NADP+, e este também é utilizado na redução do carbono. A luz absorvida pelos pigmentos é (1) utilizada nas reações fotoquímicas (a maior parte), (2) perdida sob a forma de calor ou (3) reemitida como fluorescência. Os carotenoides são o segundo dentre os pigmentos mais importantes para a fotossíntese, vai de 400-490nm, sendo eles os carotenos (beta-caroteno, alfa-caroteno, licopeno...) e xantofilas (zeaxantina, luteína, violoxantina...). Essas moléculas protegem a clorofila do excesso da luz. Transporte Acíclico de Elétrons (Esquema Z da fotossíntese): Entorno de 2.500 moléculas de clorofila necessita opera quatro vezes para poder liberar uma molécula de oxigênio. O Fotossistema I (PSI) produz um redutor forte, capaz de reduzir a NADP+ e oxidante fraco; O Fotossistema II (PSII) produz um oxidante muito forte, capaz de oxidar a água e redutor mais fraco que o do PSI. Transporte cíclico de Elétrons: Cadeia transportadora de elétrons A rota cíclica produz ATP, mas não NADPH+, H+ nem O2. Etapa bioquímica (fixação de carbono): Essa etapa também é chamada de etapa enzimática, química ou de redução do carbono. Onde ocorre a incorporação (fixação e redução) do CO2 pelas plantas verdes, podendo ser feita por três rotas: incorporação do C pela rota C3 ou Calvin-Benson (Ciclo C3), incorporação do C pela rota C4 ou de Hatch-Slack (Ciclo C4) e a incorporação do C pela rota CAM (Metabolismo ácido das crassuláceas). Exemplos de plantas C3: ipê, soja, gramíneas de clima temperado, arroz... Exemplos de plantas C4: gramíneas tropicais, milho, cana-de-açúcar... Exemplos de plantas CAM: abacaxi, suculentas, cactáceas... Ciclo de Calvin-Benson ou Ciclo C3: A fixação do carbono ao nível de açúcar ou outros compostos pode ser considerado como ocorrendo em quatro fases distintas: a fase de carboxilação, catalisada pela enzima Rubisco; a fase de redução, onde se utiliza o NADPH2 e ATP; a fase de regeneração do aceptor de CO2 atmosférico e a fase de síntese de produtos. 1. Fase de carboxilação: O CO2 + Ribulose 1,5-bifosfato (RuBP) formam um produto com seis átomos de carbono instável, e a enzima responsável por esse processo é a enzima Rubisco (Rubilose 1,5-bifosfato carboxilase/oxigenase)*, formando o primeiro composto estável, duas moléculas com três átomos de carbono cada (ácido 3-fosfoglicérico (PGA)). *é uma proteína abundante nas folhas (quase 40% da proteína solúvel total das folhas) e é a enzima mais abundante do planeta. 2. Fase de redução: O PGA (ácido orgânico) formado pela adição de CO2 à Ribulose 1,5-bifosfato é convertido (reduzido) num açúcar de três carbonos (triose- P) com a utilização do NADPH2 e ATP. 3. Fase de regeneração: O aceptor inicial de CO2, RuBP é regenerado para posteriores reações de fixação, através de uma série complexa de reações envolvendo açúcares fosfatados com 3,4,5,6 e 7 carbonos. 4. Fase de síntese de produtos: Os produtos finais da fotossíntese são considerados primeiramente como açúcares e outros carboidratos, mas gorduras, ácidos graxos, aminoácidos e ácidos orgânicos tem sido também admitidos como sintetizados na fixação fotossintética do carbono. Características importantes do Ciclo C3: No início do período de iluminação a maior parte das trioses fosfato são mantidas dentro do ciclo para facilitar o acúmulo e uma concentração adequada de metabólitos. Quando a fotossíntese atinge um ponto de equilíbrio, 5/6 das trioses fosfato contribuem para regeneração da ribulose- 1,5-bifosfato, e 1/6 é exportado ao citosol para síntese de sacarose ou outros metabólitos, que são convertidos a amido no cloroplasto. Ciclo Hatch-Slack ou Via C4: Qualquer CO2 atmosférico que adentra a célula, em presença de água se transforma em ácido carbônico (HCO3-). O aceptor de CO2 não é mais a ribulose-1,5-bifosfato como em plantas C3, é o ácido fosfoenol-piruvato que forma um produto com quatro átomos de carbono, chamado de carboxilação. O destino do produto da carboxilação, chamado de malato ou aspartato é seguir para as células da bainha vascular, sofrendo uma descarboxilação (libera CO2, pois o CO2 segue para o Ciclo de Calvin) o outro produto é um ácido C3, o piruvato, que tema função de voltar para a célula do mesofilo para regenerar novamente o fosfoenol piruvato, para tudo ocorrer novamente. Mecanismos de descarboxilação do Ciclo C4: Enzima Málica – NADP+: A partir do malato, seguem para a célula da bainha vascular, a enzima vai produzir NADPH, liberar o CO2 e formar o piruvato. Enzima Málica – NAD+: O aspartato segue para as células da bainha vascular, produz inicialmente o ácido oxalacético, a partir disso surge o malato em presença de NAD+ que faz a liberação do CO2, que é reduzido no clico de Calvin e o ácido piruvico, é transformado em aminoácido que volta para piruvato e regenera o fosfoenol piruvato, que é o aceptor. Enzima PEP carboxicinase:O aspartato produz o ácido oxalacético, porém utiliza moléculas de ATP, e ao utilizar as molécuals de ATP, transforma em fosfoenol piruvato, libera o CO2 que segue para o Ciclo de Calvin para ser reduzido em carboidratos. E o fosfoenol piruvato vai disposto a receber mais CO2 e o ciclo reinicia. Metabolismo ácido das crassuláceas, CAM ou MAC: São plantas que habitam ambientes áridos e quentes, com pouca disponibilidade de água. O mecanismo CAM permite às plantas melhorarem a eficiência no uso da água, com a perda de água/g de CO2 absorvido: CAM= 50-100g, C4= 250-300g e C3= 400-500g. O grande diferencial é a separação temporal, entre mantar um balanço positivo de C nos tecidos a noite (fixação de CO2) e de dia (redução de CO2). Durante a noite os estômatos das plantas CAM vão estar abertos, possibilitando a entrada do CO2 e o aceptor do CO2 vai ser exatamente igual da C4, o fosfoenol piruvato, a enzima responsável é a fosfoenol piruvato carboxilase, resultando no óxido oxalacético e o malato. O destino do malato é ser armazenado a nível de vacúolo, pois durante o dia os estômatos estão fechados, para evitar perda de água, então a planta começa a trabalhar com o malato deixando o vacúolo e se dirigindo aos cloroplastos. Com a presença da enzima málica NADP+ faz a descarboxilação, liberando o CO2 que estava inserido no malato, deixando ele ser reduzido no Ciclo de Calvin, para ser transformado em carboidrato. O piruvato se destina para regenerar o fosfoenol piruvato, mas também para as sínteses de produtos da planta. Fotorrespiração: É um fenômeno de liberação de CO2 na luz, a enzima que está envolvida nesse fenômeno é a Rubisco, que tem duas funções: atua com o CO2, mas também utiliza oxigênio (condições normais: 0,03% CO2 e 21% O2, 70:30). Parte do CO2 que entrou na planta vai ser perdido para o ambiente, não sendo transformado em carboidrato. Isso acaba reduzindo a produtividade da planta. Quando e porque ocorre? Quando os estômatos de uma planta estão abertos o CO2 se difunde para dentro, e o O2 e vapor de água se difundem para fora, minimizando a fotorrespiração. Quando a planta fecha seus estômatos o O2, da fotossíntese acumula-se no interior da folha e sob estas condições a fotorrespiração aumenta, devido à proporção maior de O2 em relação ao CO2. As condições quentes e secas tendem a causar mais fotorrespiração, a menos que as plantas tenham características especiais para minimizar o problema. Fotorrespiração é uma via metabólica dispendiosa que ocorre quando a enzima Rubisco do Ciclo de Calvin atua sobre o oxigênio em vez do óxido de carbono. As plantas C3 não tem características especiais para combater a fotorrespiração. As plantas C4 minimizam a fotorrespiração ao separar, no espaço, a fixação inicial de CO2, e o de Calvin, realizando estas etapas em tipos de células diferentes. As plantas CAM minimizam a fotorrespiração e armazenam água separando estas etapas no tempo, entre noite e dia. Fotossíntese do Glicolato (Ciclo C2): Tem a função de recuperar parte do carbono (cerca de 75%) perdido pela fotorrespiração, sob condições de alta luminosidade e baixa concentração intercelular de CO2, para dissipar o excesso de ATP e o poder redutor (NADPH) das reações luminosas e assim impedir possíveis danos ao aparelho fotossintético. As organelas envolvidas são os cloroplastos, mitocôndrias e peroxissomos. Cinética das Enzimas de Carboxilação: Medida da afinidade da enzima com o substrato é medida pela constante de Michaelis-Menten (Km), sendo inversamente proporcional ao substrato, quanto < Km > a afinidade da enzima com o substrato.
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