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Aula 1: Breve histórico → É marcada por importantes atribui- ções advindas de pesquisadores e pen- sadores de todos os tempos, até mesmo da antiguidade. → A partir do século XVIII, com difusão e a valorização do método científico, a biofísica recebeu as maiores atribuições para sua consolidação como ciência. Principais pesquisadores: Luigi Galvani → Dedicou-se aos estudos sobre a interação e os efeitos da eletrici- dade em animais ↳ Pai da eletricidade ↳ Acreditava que nervos e músculos seriam capazes de produzir e conduzir eletrecidade. ↳ Conhecido no mundo pelos seus ex- perimentos com rãs dissecadas suspen- sas por alças metálicas de zinco e cobre, e expostas à descarga elétrica. Alessandro Volta → Dedicado à compre- ensão do fenômeno eletrecidade. ↳ Afirmou que a eletrecidade é co- mum do tecido. ↳ Poderia associar essa condição de produção de energia em um sistema análogo à pilha elétrica. Julius Robert von Mayer → Em seus estu- dos manifestou enorme interesse na compreensão dos fenômenos fisiológi- cos no corpo humano e nas plantas, pe- las leis da física. ↳ Propôs a 1ª lei da termodinâmica * – A energia não pode ser criada ou destru- ída, mas transformada. Herman von Helmholtz → Contribuiu para estabelecimento da Lei conservação da energia, assim como James Prescott e Julius Robert Mayer, e criou a Teoria da Panspermia cósmica junto com William Thomson, segundo a qual as moléculas da vida provêm de materiais transporta- dos do espaço. Wilhelm Conrad Roentgen → Descobriu um tipo de radiação que acreditava não ter relação com a luz, assim a cha- mou de radiação X, ou raios X, para de- signar o desconhecido. Svante Arrhenius → Foi um químico su- eco, que atuou em vários campos da ci- ência. Ele propôs uma teoria da dissoci- ação eletrolítica para explicar de que modo soluções aquosas poderiam con- duzir corrente elétrica. Carlos Chagas Filho → Foi um cientista de notável renome. Aula 2: Visão Características das ondas sonoras: A luz, tal como o som, também se pro- paga por meio de ondas, embora as on- das luminosas tenham características Biofísica Onda sonora ✓ É propagada através da vibração de partículas em determinado meio mate- rial e de ondas longitudinais; ✓ Necessita de um meio para se propa- gar; ✓ Não se propaga no vazio; ✓ Propaga-se pelo ar com velocidade de 340m/s; ✓ Propaga-se através de ondas mecâ- nicas. Onda luminosa ✓ Não resulta da vibração de partículas, mas de alterações elétricas e magnéti- cas; ✓ Propaga-se através de ondas transver- sais, eletromagnéticas; ✓ Não necessita de um meio para se pro- pagar; ✓ Propaga-se em qualquer meio e no va- zio com velocidade de 300.000.000 m/s; ✓ As Radiações com menor frequência, e, por isso, com menor energia, são as Ondas Rádio; ✓ As Radiações com maior frequência, e, por isso, com maior energia, são os Raios ϒ (Raios Gamma); ✓ A Luz Visível é a única que os nossos olhos são capazes de detectar Sentidos especiais A visão é um dos sentidos especiais do corpo humano, faz parte do sistema ner- voso sensorial e, através das vias aferen- tes, carrega toda informação dos ór- gãos, do sentido até o sistema nervoso. ↳ Audição ↳ Equilíbrio ↳ Gustação ↳ Olfação ↳ Visão Olho O mecanismo da visão se dá pela in- cidência de luz visível nos olhos que for- nece a energia necessária para que cé- lulas especializadas, localizadas em seu interior, sejam excitadas. O olho é o sistema óptico do ser hu- mano, em que a luz passa por uma aber- tura variável denominada pupila e é fo- calizada na retina pelo sistema cór- nea/cristalino. → A luz, inicialmente, percorre a córnea, o humor aquoso, a íris, o cristalino e o hu- mor vítreo antes de atingir a retina, onde a imagem real invertida do objeto será formada. A partir dessa etapa, o nervo óptico irá transmitir, por meio de estímulo elétrico, a informação para o cérebro (córtex cerebral). Formação da imagem O mecanismo da formação da ima- gem ocorre por refração da luz, e o prin- cipal meio refrativo do olho é a interface ar/córnea. Isso ocorre devido à grande diferença no índice de refração do ar e da córnea. ✓ Trajeto da visão dentro do sistema ner- voso: nervos ópticos → quiasma óptico → trato óptico → corpo geniculado óptico → ra- diações ópticas → córtex cerebral. Lentes As lentes são dispositivos ópticos que atuam por refração da luz, em geral, fei- tas de material mais refringente do que o meio em que serão utilizadas. Elas podem ser do tipo: Lentes Convergentes → Possuem um foco real e atuam convergindo os raios de luz. Podem ser do tipo biconvexa, plano-convexa, ou côncavo-convexa. Lentes Divergentes → Possuem um foco virtual e atuam divergindo (afas- tando) os raios de luz. Podem ser do tipo bicôncava, plano-côncava ou con- vexo-côncava. Distúrbios visuais Quando o globo ocular apresenta al- guma dificuldade para focar a imagem sobre a retina, as imagens formadas não são nítidas. Essa condição é definida como ametropia ou erro de refração. ✓ Miopia ✓ Hipermetropia ✓ Astigmatismo ✓ Presbiopia Aula 3: Som e onda sonora As ondas são movimentos oscilatórios que se propagam no meio material ou no espaço, transportando energia sem transportar matéria. → Classificação quanto à natureza: Mecânica Resultam de perturbação em meios deformáveis ou materiais elásticos e transportam apenas energia mecânica. Não se propagam no vácuo, apenas na matéria. ↳ Ondas em superfície líquida (ondas do mar) ↳ Ondas sonoras – Meio de comunica- ção de diversas espécies de seres vivos ↳ Ondas em cordas – geradas por ins- trumentos musicais Eletromagnética Resultam de vibrações de cargas ele- tromagnéticas. Essas ondas se propa- gam no vácuo e em alguns meios ma- teriais. ↳ Ondas luminosas ↳ Micro-ondas ↳ Ondas de rádio e TV Direção de propagação Unidirecionais → A energia se propaga linearmente em uma única dimensão, como em uma corda. Bidirecionais → A energia se propaga su- perficialmente em um plano, como na superfície da água Tridimensionais → A energia se propaga no espaço em todas as direções, como as ondas sonoras e luminosas. → Classificação quanto à perturbação: Longitudinal Quando a perturbação é paralela à direção de propagação da onda, com nas ondas sonoras. Transversal Quando a perturbação é perpendicu- lar à direção de propagação da onda, como nas ondas pelas cordas e ondas eletromagnéticas Ondas sonoras São ondas de natureza mecânica, longitudinal, tridimensional e não se pro- pagam no vácuo. Podem viajar através de gases, líquidos e sólidos. No entanto, o vácuo é o melhor isolante acústico. Nas ondas longitudinais, a partícula e a onda oscilam na mesma direção de propagação. A vibração do primeiro plano de partículas é transferida para o plano seguinte e daí por diante. Dessa forma, todo o meio elástico vibra na mesma direção de propagação, exis- tindo zonas de compressão e de rarefa- ção de partículas. Acústica – é o estudo das ondas sonoras. O som é a impressão fisiológica produ- zida pelas ondas sonoras que percorrem um meio elástico e que satisfaz certas frequências e intensidade. Para termos o fenômeno da sensação sonora, é necessário: ↳ Um movimento vibratório de meio material, que pode ser sólido (corda), líquido (água) ou gasoso (ar); ↳ Um meio material elástico entre o corpo vibrante e a orelha. Qualidades fisiológicas Para que uma pessoa escute, uma gama considerável de eventos precisa acontecer: um som audível deve ser pro- duzido, deve haver um meio para se pro- pagar e que atinja o aparelho auditivo, este deve funcionar e transmitirinforma- ções do som (frequência, amplitude, tim- bre) para o nervo auditivo. Os sons distinguem-se uns dos outros pelas seguintes qualidades fisiológicas: Altura ou tom do som → Relaciona-se so- mente à frequência da onda sonora, as baixas frequências são percebidas como sons graves e as mais altas como sons agudos. Timbre → Depende dos harmônicos as- sociados ao som fundamental Intensidade → Está ligada à amplitude das vibrações da onda sonora. Aula 4: Audição Orelha → É encarregada por transformar as diferenças de pressão das ondas so- noras (som) em pulsos elétricos, que são enviados ao cérebro para reconheci- mento e interpretação. ↳ Dividida em orelha externa, orelha média e orelha interna. Veremos cada uma delas com detalhes mais adiante. →✓ na orelha externa e na média ocor- rem processos mecânicos, enquanto na orelha interna, ocorrem processos mecâ- nicos e elétricos. orelha externa → É formada pelo pa- vilhão auricular (parte externa e mais vi- sível) por estar em contato com o meio externo, o estímulo é produzido por uma fonte sonora. Ela protege o tímpano, es- quentando o ar e impedindo, pela pre- sença de pelos e de cerúmen, a entrada de partículas e insetos. orelha média → A membrana timpâ- nica é o início da orelha média, uma ca- vidade cheia de ar contendo três pe- quenos ossos: Martelo, bigorna e estribo. ↳ Membrana timpânica – as ondas so- noras provocam variações de pres- são, que ao se chorarem com o tím- pano, produzem a vibração. ↳ Ossículos – Formam uma cadeia que se estende da membrana timpânica até a janela oval e seguem a sequên- cia martelo, bigorna e estribo. ↳ Músculos – Dois músculos fazem parte da orelha média: tensor do tím- pano e o estapédio. A contração si- multânea desses músculos junta o ossí- culo e estira o tímpano. ↳ Tuba auditiva – Meio de comunica- ção entre a orelha média e nasofa- ringe. Essa estrutura tem a função de igualar a pressão do ar em ambas as faces do tímpano e se abre durante bocejos e deglutição. Orelha interna → Composta por três partes que atuam na audição (cóclea) e no equilíbrio (vestíbulo e canais semicir- culares). ✦ Cóclea → a energia transportada pelo estímulo sonoro será convertida em sinal elétrico. Estruturas do sistema nervoso ✦ Duas estruturas importantes: ↳ Nervo auditivo – A porção coclear do nervo vestibulococlear é responsável por conduzir o estímulo elétrico, originado nos filetes nervosos ligados a cóclea, ao encéfalo (SNC) ↳ Centros auditivos cerebrais – Região do córtex cerebral com função auditiva, chamado de córtex auditivo. OBS: o encéfalo faz parte do sistema au- ditivo, pois é ele quem decodifica os im- pulsos elétricos gerados na orelha in- terna. Tipos de surdez ✦ Surdez de transmissão ou condução → Ocorre quando há impedimento da passagem das ondas sonoras através da orelha externa e média. ✦ Surdez sensorioneural ou de percep- ção → Quando existe alguma lesão no aparelho auditivo ou nas vias e nos cen- tros nervosos, deve-se ao aumento do li- miar de excitabilidade para produzir os potenciais de ação que se provaram pelo nervo. ✦ Surdez central → Quando há lesão das vias nervosas centrais ou do córtex cerebral. Aula 5: O equilíbrio ✦ Aparelho vestibular → O equilíbrio do corpo humano é resultado da interação do aparelho vestibular, da visão e da propriocepção. Funções O aparelho vestibular é o receptor da gravidade e da aceleração percebidas no corpo, através dele o sistema nervoso central se mantém a par da posição da cabeça no espaço e de seus movimen- tos através de órgão sensitivos. Ele é o responsável pela manutenção e regulação do tônus muscular, da pos- tura, do equilíbrio estático e dinâmico, da coordenação dos movimentos e da estabilização dos olhos em relação ao ambiente. → Localização do aparelho vestibular: Canais semicirculares estão intima- mente ligados ao osso temporal do crâ- nio. 1 – Tímpano 2 – Martelo 3 – Bigorna 4 – Estribo 5 – Canais semicir- culares 6 – Nervo auditivo 7 – Nervo facial 8 – Nervo vestibular 9 – Cóclea 10 – Trompa de Eus- táquio Divisões do aparelho vestibular ✦ Labirinto ósseo → São tubos ósseos en- caixados na porção petrosa do osso temporal. ✦ Labirinto membranoso → Onde está localizada a parte funcional dos apare- lhos auditivo e vestibular. ↳ No interior, encontramos a endolinfa ↳ No exterior, encontramos a perilinfa. Vestíbulo e Canais Semicirculares O aparelho vestibular é formado pelo Vestíbulo (sáculo e utrículo) e pe- los Canais Semicirculares (canal superior ou anterior, canal posterior e canal late- ral ou horizontal com uma das extremi- dades dilatadas, a ampola), que são os órgãos do sentido do equilíbrio aptos a informar o cérebro quanto à localização do corpo no espaço. ✦ Vestíbulo → Localizado entre os ca- nais semicirculares e a cóclea. ↳ Compreende o sáculo e o utrículo. No interior do utrículo, encontramos a má- cula acústica, formado por células cili- adas do aparelho vestibular, contendo receptores chamados otólitos. Obs: A mácula do utrículo fica paralela ao chão quando estamos em pé e de- tecta acelerações no plano horizontal. Já a mácula do sáculo, fica perpendicu- lar ao chão quando estamos em pé, de- tecta acelerações no plano vertical. ✦ Canais semicirculares → Medem as acelerações angulares provocadas pela rotação da cabeça e estão dispostos quase que perpendicularmente uns aos outros, e são capazes de detectar ace- lerações no três planos. ↳ São inervados pelo ramo vestibular do nervo vestibulococlear. → A medida em que a cabeça roda em um determinado sentido, o labirinto membranosos roda no mesmo sentido. → A cúpula está presa ao labirinto membranoso, tende a acelerar com ele e, ao deslocar-se na mesma direção do movimento, empurra a endolinfa. Com isso, a cúpula fica deformada para trás e transmite a deformação às cristas ampu- lares. Resumindo: Os canais semicirculares são responsáveis por detectar a rotação e o vestíbulo pela aceleração/desacelera- ção da cabeça. O aparelho vestibular também atua na estabilização do olhar através do reflexo vestíbulo-ocular (controle dos movimen- tos oculares durante o deslocamento da cabeça). Distúrbios vestibulares (Vestibulopatias) • Mal funcionamento do aparelho ves- tibular como consequência de afecções nos trajetos vestibulares centrais ou peri- féricos. ✦ Centrais → São distúrbios que acome- tem o sistema nervoso central, como por exemplo, o núcleo vestibular localizado no tronco encefálico ou o cerebelo. ✦ Periféricos→ São distúrbios decorren- tes do comprometimento do sistema vestibular periférico, dos órgãos e do nervo vestibular. Esses distúrbios vestibulares causam sur- dez, zumbido, vertigem, náusea, vômito, nistagmo e até mesmo quedas. ✦ Vertigem → Ocasiona ilusões de movi- mento do corpo ou do ambiente, com caráter rotatório, em decorrência de patologias dos canais semicirculares ou do utrículo, dos nervos vestibulares ou das estruturas centrais. ✦ Ataxia → Alteração de equilíbrio com ausência de coordenação motora, que não é ocasionada pelo sistema muscu- loesquelético, mas ocorre nas vias nervo- sas relacionadas à atividade ou a distúr- bios psiquiátricos. Pode ser dividido em: vestibular, cerebelar, sensitiva e frontal ✦ Nistagmo → Reflexo do sistema vesti- bular sobre a movimentação do globo ocular, que apresenta dois componen- tes: uma via lenta, com origem em fibras que atravessam o fascículo longitudinal medial e a formação reticular, e uma via rápida, com origem na formação reticu- lar. Aula 6: Temperaturacorpo- ral, regulação da tempera- tura e febre Homeotermia → Propriedade que certos corpos possuem de manter sua tempe- ratura constante. ↳ O equilíbrio dinâmico de dois meca- nismos, que são a quantidade de calor produzida (termogênese) e a quanti- dade perdida (termólise), torna esse controle possível. Termogênese biológica → É o mecanismo que produz calor para manutenção do metabolismo celular basal. Pode ser: ✦ Mecanica → Contração muscular in- voluntária para produzir calor. Gera au- mento de 2 a 5 vezes no consumo de O2, o que indica envolvimento da junção neuromuscular com atividade nervosa descontrolada. Ex: calafrio. ✦ Química → Aumento do metabo- lismo interno, por meio de reações exo- térmicas que ocorrem no metabolismo de açúcares, gorduras e proteínas. Obs: a termogênese química é mais lenta do que a mecânica, no entanto é mais importante na manutenção da temperatura. Termólise biológica → É o mecanismo interno de dissipação de calor para manutenção do meta- bolismo celular basal. Tipos de perdas de calor: ✦ Evaporação → Passagem do estado líquido para o estado gasoso. No corpo, a vaporização ocorre por eva- poração da água na pele e nos pul- mões. ✦ Radiação → Perda de calor por on- das eletromagnéticas. A pele é a prin- cipal fonte de radiação do corpo hu- mano através da emissão raios infraver- melhos. ✦ Convecção → Transferência de energia térmica de um sistema para ou- tro que se faz através da movimenta- ção de massas de fluido. Essas corren- tes se deslocam das regiões mais frias para as mais quentes e vice-versa. ✦ Condução → É a transferência direta de calor de um corpo para outro, quando há contato de um corpo quente e outro frio. ✦ Materiais isolantes: ↳ Os tecidos subcutâneos ↳ Pele ↳ A gordura dos tecidos subcutâneos Termorregulação ✦ Mecanismos fisiológicos → O orga- nismo utiliza alterações metabólicas para manter a temperatura, como o suor e os calafrios. ✦ Mudanças no comportamento e ati- tudes → Onde o indivíduo busca alter- nativas no meio externo para conter as variações térmicas, como, por exem- plo, uso de roupas apropriadas, procu- rar locais mais ventilados, abrigo ao sol, dentre outros. Hipotálamo É a região do sistema nervoso central que faz parte do diencéfalo, é denomi- nado o sistema de controle central, por- que é responsável por manter o equilí- brio entre a produção e eliminação de calor. ↳ Produção de calor: ocorre através de hormônios que aumentam o meta- bolismo e por meio do calafrio. ↳ Eliminação de calor: é controlada por meio de processos de vasodilata- ção periférica. Fatores de interferência ✦ Fatores internos ↳ Circulação sanguínea → Aumento dos batimentos cardíacos para au- mentar o bombeamento do sangue e a dilatação dos vasos periféricos, per- mitindo a redução do calor corporal. ↳ Ingestão de alimentos → Café, ca- nela, pimenta, curry, chá verde, gen- gibre, linhaça etc. ↳ Cor da pele → A luz que incide na pele branca é refletida, o mesmo não ocorre em pela negra, que apresenta menor capacidade refletora. ✦ Fatores externos ↳ Vestuário → A roupa que utilizamos pode atuar como um isolante térmico nos processos de trocas de calor por meio da convecção e da radiação. ↳ Ingestão de alimentos → Quando o ar apresenta uma saturação de vapor d’agua de 100% a temperatura cor- poral tende a subir quando a tempe- ratura externa é superior a 34,4ºC e desta forma a eficiência da evapora- ção diminui. ↳ Movimentos do ar → As correntes de ar afetam a temperatura da pele, pois aumentam a evaporação e promo- vem troca da camada de ar que está próxima do equilíbrio térmico com ela. Distúrbios da regulação térmica ✦ Eutermia → É um estado térmico em que a temperatura corporal é mantida dentro da faixa normal. ✦ Hipertermia → É a elevação da tem- peratura. ✦ Hipotermia → É a redução da tem- peratura corporal Obs: essas variações podem ser fisiológi- cas ou patológicas e as condições pato- lógicas nas quais a temperatura do corpo sai da taxa normal incluem dife- rentes estados de ambas. Obs²: A febre é uma elevação regulada na temperatura corporal e se expressa através da ativação dos mecanismos de ganho de calor e inibição dos mecanis- mos de perda de calor. ✦ Hipetermia = aumento da tempera- tura corporal (febre) ✦ Hipotermia = redução da tempera- tura corporal abaixo de 35ºC. → A temperatura é considerada um indi- cador do estado de saúde do corpo hu- mano. Aula 7: Radioatividade, o espectro eletromagnético e a radiação não ionizante. ✦ Radiação → Qualquer processo de emissão de energia por intermédio de ondas ou de partículas. ↳ São ondas eletromagnéticas, com- postas por um campo elétrico e um campo magnético oscilante e per- pendicular entre si. ↳ A principal radiação é a luz solar (luz branca que se decompõe do verme- lho ao violeta, cores que variam suas ondas eletromagnéticas com diferen- tes comprimentos de onda/frequên- cia). Radiação do Espectro Eletromagnético → O espectro eletromagnético é uma classificação das radiações segundo o transporte de energia, da mais fraca até a mais energética. Cada tipo de radiação apresenta uma faixa de frequência diferente. OBS: Uma vez que um átomo libera radia- ção, essa energia será transferida para um corpo qualquer. Dependendo da in- tensidade da radiação emitida, o corpo que irá recebê-la poderá ou não sofrer io- nização. → Classificação das radiações: ✦ Ionizante → Tipo de radiação que ar- ranca elétrons da matéria e que apre- senta alta frequência e pequeno com- primento de onda. Ex: raio alfa, beta, gama e raio X. ✦ Não ionizante → Tipo de radiação que não arranca elétrons da matéria, e o seu principal efeito é aquecer os tecidos do corpo. Ex: radiação ultravioleta, infraver- melho, luz visível, micro-ondas, ondas de rádio. OBS: Quanto maior o comprimento da onda, menor será a frequência e, quanto maior a frequência, menor será o comprimento da onda. → Tipos de radiação: ↳ Ondas de rádio: possuem grande comprimento, o que permite que elas sejam refletidas pelas camadas ioniza- das da atmosfera superior. ↳ Micro-ondas: Correspondem à faixa de mais alta frequência produzida por osciladores eletrônicos. ↳ Luz visível: A luz branca (radiação não ionizante), é um espectro com vá- rias cores de luz, que correspondem à faixa de frequência visível pelo olho hu- mano. ↳ Radiação infravermelha: São emitidos por corpos cuja superfície está com temperatura superior a zero absoluto. Se dividem em 3 classificações: I. Radiação infravermelha curta: Comprimentos de onda no intervalo 0,8-1,5µm. II. Radiação infravermelha média: apresenta comprimentos de onda de faixa de 1,5-5,6µm III. Radiação infravermelha longa: Comprimentos de onda variando en- tre 5,6-1.000µm, situa-se no espectro eletromagnético, entre a luz visível e as micro-ondas. ✦ Dentre as aplicações da radiação in- fravermelha estão: ✓ A capacidade de transformar infor- mações em frequências de ondas para telefone celular e controle remoto; ✓ A aplicabilidade médica e fisiotera- pêutica como o uso na fototerapia; ✓ A função, em setores militares e de segurança, para detecção de seres vi- vos ou objetos em trânsito. ↳ Radiação ultravioleta: pode ser subdi- vidida em três comprimentos de onda distinto: ✓ UV próximo – corresponde ao comprimento de onda 380 a 200 nm. ✓ UV distante – que delimita o inter- valo de 200 a 10nm de compri- mento de onda. ✓ UV externo – varia de 31 a 1nm e situa-se entre as radiações de raio X e a luz visível no espectro eletro-magnético. ✦ A radiação ultravioleta, proveniente da fonte natural (o sol), é subdividida em: ↳ UVA - que compreende comprimen- tos de ondas longas com intervalo de 320-400 nm, com capacidade de atin- gir a superfície terrestre; ↳ UVB - que remete a comprimentos de ondas na faixa de 280 – 320nm, as quais são parcialmente absorvidas na atmosfera e atingem parcialmente a superfície terrestre; ↳ UVC - que são ondas curtas, com comprimentos de onda entre 200 - 280nm, absorvidas pela camada de ozônio. Aula 8: Radiações ionizantes ✦ Ionização → Processo pelo qual os átomos de uma determinada matéria perdem ou ganham elétrons, formando íons. Quando um núcleo instável emite par- tículas são na forma de partículas alfa, beta ou nêutrons. Na emissão de ener- gia, a emissão se faz por onda eletro- magnética, muito semelhante aos raios X, os raios gama. Nêutron Ondas gama Beta Partícula Alfa → Tipos de radiação ionizante: ↳ Radiação nuclear: pode ser radia- ção alfa, beta e gama; ↳ Radiação eletromagnética: Raio X, radionuclídeo, emissão de nêutrons, ra- diação gama. Aula 9: Tecnologia radioló- gica ✦ Raio X → Tem energia suficiente para ionizar átomos através da emissão de fó- tons, perdendo toda ou quase toda energia em uma única ou em várias inte- rações com átomos. ↳ Ao ejetar elétrons, essa radiação promove a ionização dos átomos até parar. ↳ Os fótons também podem atraves- sar um meio sem interagir. → Características: Os raios X são um tipo de onda eletro- magnética equivalente aos raios gama, com propriedades semelhantes, dife- rindo apenas quanto à sua origem. • Raios gama = são formados natural- mente na porção externa do núcleo. • Raios X = São formados artificial- mente. OBS: Os raios são acelerados devido à di- ferença de potencial elétrico a um alvo metálico, onde os elétrons irão colidir. ✦ Tubos de raio X → não são um equipa- mento radioativo, mas sim um gerador de radiação, quando desligados deixam de irradiar os raios. ↳ São principalmente aplicados em radiodiagnóstico e na radioterapia. ✦ A radiação eletromagnética ionizante é caracterizada pelos fótons, sendo es- tes os responsáveis pela transferência de energia no momento da colisão com ou- tras partículas. → Diferentes tipos de interação entre fó- tons e a matéria: ✦ Espelhamento coerente ou efeito Ray- leigh → No primeiro momento, à absor- ção da energia e depois à remissão da radiação ionizante pelo átomo em dire- ção oposta à incidente. Obs: somente nessa interação a radiação é tratada como onda. ✦ Efeito fotoelétrico → Há absorção do fóton pelo átomo, e a emissão de um elétron é a diferença entre a energia do fóton e a energia de ligação do elétron ao átomo. ✦ Espelhamento inelástico ou efeito Compton → Diminuição de energia ou do aumento de comprimento de onda de um fóton mediante a interação com a matéria. É importante, devido à intera- ção com elétrons livres, com transferên- cia de parte da matéria e do momento do fóton para o elétron, e um fóton com a energia restante é espelhado em outra direção. ✦ Produção de pares elétron-pósitron → Ocorre a absorção total do fóton, sendo sua energia convertida em massa de re- pouso e energia cinética de um par par- tícula/antipartícula, denominado elé- tron/ pósitron. Ou seja, há a transição to- tal da energia negativa do elétron para energia positiva do pósitron, sendo a di- ferença entre os dois estados a quanti- dade de energia do fóton incidente, que é absorvido. ✦ Reações fotonucleares → Corres- ponde á principal reação nuclear, a qual se delineia com a absorção do fó- ton, que apresenta energia superior à energia de ligação de núcleons (prótons + nêutrons) e, a consequente emissão de um próton ou um nêutron com energia cinética suficiente para abandonar o nú- cleo, que se forma em outra espécie nu- clear. Poder de freamento Para cada interação, ocorre perda da energia cinética da partícula, sendo, essa perda, dependente do tipo de par- tícula, da sua energia cinética e do meio de interação. É denominado poder de fretamento, pois apresenta a perda média de ener- gia por unidade de caminho em um de- terminado meio. → Aplicações da radioatividade: ✦ Radioterapia → Terapia utilizada em tratamentos de câncer, onde ocorre a emissão de radionucleotídeos e liberam partículas beta, capazes de destruir cé- lulas tumorais. ✦ Cintilografia → Uso de elementos quí- micos para emissão de radiações gama como capacidade de se ligarem a um determinado fármaco. ✦ Tomografia computadorizada → Rea- liza a emissão de feixes paralelos de raio X, em rotação de 360º sobre o paciente, gerando radiografias transversais da re- gião a ser analisada. ✦ Tomografia por emissão de pósitrons → Ocorre a emissão de partículas beta ou pósitron. A administração da radia- ção beta ocorre com associação a mo- léculas de glicose marcadas com um elemento químico emissor de pósitrons, que se concentra em áreas metabolica- mente ativas. Aula 10: Proteção Radiológica Existem dois tipos de mecanismos de ação de radiação ionizante. ✦ Mecanismo direto → Ocorre interação da radiação diretamente com as molé- culas como DNA, RNA, proteínas, enzi- mas, entre outros, podendo promover a quebra e a alteração estrutural. ✦ Mecanismo indireto → Ocorre a inte- ração da radiação com substâncias, como a água e compostos, produzindo radicais livres, os quis ionizam o cito- plasma e afetam moléculas importantes do metabolismo basal. OBS: O dano causado pela radiação é reparado pelas próprias células, a partir dos sistemas de reparo do corpo, medi- ados por enzimas, para diferentes tipos de lesão. OBS²: A falha nos sistemas de reparo ce- lular pode gerar falência e morte celular; incapacidade de reprodução; modifi- cação celular permanente, podendo desencadear a formação de um cân- cer; nas células germinativas, podem ocorrer alteração no DNA e essa muta- ção pode ser transmitida para os des- centes. Efeitos da radiação Divididos em: ↳ Efeitos somáticos: São aqueles que surgem apenas na pessoa que sofreu a exposição à radiação, não afe- tando futuras gerações. A gravidade desses efeitos depende basicamente da dose recebida e da região atin- gida. Exemplos de efeitos somáticos incluem queimaduras, vômitos, cefa- leia, diarreia, infecções, anemia, obs- trução de vasos, ou em casos mais graves de exposição, mutações do DNA, morte celular e câncer. ↳ Efeitos hereditários: São resultados de danos em células de órgãos repro- dutores e atingem os descendentes da pessoa que sofreu a irradiação. Eles incluem as mutações celulares. Os efeitos somáticos classificam-se em imediatos e tardios. Quando os efeitos biológicos surgem em até alguns dias após a exposição, eles são chamados de efeitos imediatos. A Síndrome Aguda de Radiação é um desses efei- tos. Quando há exposição do corpo inteiro a doses elevadas de radiação, vários tecidos e órgãos são danifica- dos, podendo causar uma reação aguda, cujos sintomas são náusea, vô- mito, fadiga e perda de apetite. Proteção radiológica Existem duas comissões de princípios bá- sicos da proteção radiológica: ✦ Internacional Commission on Radia- tion Units and Measurements (ICRU) → criada com a finalidade de estabelecer grandezas e unidades de física das radi- ações, critérios de medidas, métodos de comparação etc. ✦ Internacional Commission on Radia- tion Protection (ICRP) → criada com o in- tuito de elaborar normas de proteção ra- diológica e estabelecer limites de expo- sição à radiação ionizante para indiví- duos que atuam diariamente nessa área e para o publico em geral.OBS: No Brasil, as diretrizes básicas refe- rentes à proteção radiológica estão rela- cionadas nas normas da Comissão Naci- onal de Energia Nuclear (CNEN), descri- tas nas Diretrizes Básicas de Rádio (NE- 3.01). Princípio ALARA. → Também conhecido como princípio da otimização, fundamenta que toda exposição deve manter o nível mais baixo possível de radiação ionizante. Limites de dose O limite individual de dose para o tra- balhador é de 50 mSv/ano e, para o pú- blico em geral, é de 1mSv/ano. No entanto não se aplica em pacien- tes, pois justifica que os benefícios advin- dos das radiações ionizantes aos trata- mentos superam os possíveis danos cau- sados pelo emprego da técnica. Baixo nível de ra- diação ionizante Obrigatoriedade do planejamento das atividades com radiação io- nizante. Análise do modo com o qual ela será desenvol- vida. Análise da preten- são da atividade. Proteção contra a radiação Visa, por meio da avaliação de risco e do correto planejamento das atividades desenvolvidas, projetar e construir insta- lações, bem como implementar práticas adequadas de manuseio da radioativi- dade. Existe a orientação aos trabalhadores sobre o uso de equipamentos de prote- ção coletiva (EPC) e individual (EPI). A proteção dos trabalhadores ainda é determinada pela avaliação de três fa- tores: ✦ Tempo → Quantidade de dose rece- bida deve ser proporcional ao tempo de exposição e à velocidade da dose. ✦ Distância → Define o espaço necessá- rio entre o trabalhador e a fonte de radi- ação, de modo que a intensidade de ra- diação decresça com o quadrado da distância. ✦ Blindagem → Refere-se à espessura do material utilizado para barrar a pene- tração da radiação. Está é dependente do tipo de radiação, da atividade da fonte e da velocidade de dose aceitável após a blindagem. Levantamento radiométrico Por fim, a confirmação da estrutura de ambiente de trabalho adequada a manter a proteção do trabalhador pode ser realizada através do levantamento radiométrico, o qual utiliza dosímetros para quantificar o nível de radiação no ambiente e qualificá-lo como ade- quado.
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