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Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • São vírus diferentes. Todos com a capacidade de infectar hepatócitos – células do fígado e causam quadros patogênicos muito semelhantes. • Diferenças no contágio e na evolução da doença, porém todos esses vírus causam hepatite. Fígado • O fígado tem um papel essencial no metabolismo. • Participa de várias funções como a síntese de colesterol, da de-toxificação, do metabolismo do glicogênio... uma série de funções que o tornam essencial. Uma dessas funções é o metabolismo da bilirrubina. • Ao participar do metabolismo da bilirrubina, quando ele é afetado por uma infecção ou inflamação, o metabolismo acaba prejudicado e a pessoa passa a apresentar os sintomas característicos da hepatite. Hepatite • Observando os sintomas é possível entender como o vírus infecta o fígado e por que é tão perigosa a inflamação. • A hepatite é toda e qualquer inflamação no fígado que leva a uma lesão nos hepatócitos. Ou seja, nas células que constituem o fígado. • Pode ter várias causas: vírus, medicamentos, distúrbios metabólicos, autoimunidade. • Devido à perturbação no metabolismo da bilirrubina, é que ocorrem os sintomas clássicos da hepatite: - Icterícia: pele e olhos amarelados. - Colúria: urina escura. Chamada urina cor de coca-cola. - Acolia: Fezes muito claras. • Esses três sintomas são muito característicos. Metabolismo da bilirrubina • A bilirrubina é um produto da degradação dos eritrócitos. Quando a hemácia é produzida na medula, circulará por cerca de 3 meses e depois de 120 são degradadas no baço ou no fígado. • O material que compõe essa hemácia, após a destruição, é reaproveitado pelo organismo. A parte proteica – globina será degradada em aminoácidos, os quais serão reutilizados na síntese de proteínas; a parte Heme, onde está o ferro, haverá uma separação entre o Ferro, que volta para a circulação para ser reaproveitado na produção de mais hemácias e tem a outra parte, a Biliverdina, que precisa ser eliminada, pois não tem função no metabolismo. Essa biliverdina é Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez chamada de bilirrubina não conjugada – não agregada a nenhuma outra substância. • Essa bilirrubina vai para a circulação e é direcionada ao fígado, o grande local onde tudo que é tóxico e que deve ser descartado será eliminado. Para facilitar a eliminação, o fígado pendura nessa molécula ácido glicurônico, tornando-a uma bilirrubina conjugada – agregada a outra substância. Dessa forma, ela fica mais solúvel e é mais fácil eliminá-la, jogando-a na vesícula biliar, onde a bilirrubina será eliminada pelas fezes. A cor escurecida do sangue após um tempo é devida a essa biliverdina. • Nas fezes, é essa bilirrubina conjugada que dará a cor acastanhada escura às fezes normais. • Essa bilirrubina conjugada não fica circulando pelo sangue, logo, não há bilirrubina lançada na urina e por isso que ela é mais clara. • Esse processo é o normal. : • Quando há um quadro de hepatite – inflamação no fígado provocada (nesse caso) por um vírus, o fígado apresenta problemas, entre eles, a dificuldade de eliminação da bilirrubina conjugada. O fígado com hepatite não tem dificuldade em fazer a conjugação da bilirrubina, o problema é eliminar a bilirrubina conjugada por meio das fezes. A partir disso, começa o problema de eliminação de bilirrubina conjugada. • Como não é possível eliminá-la as fezes, começa a se acumular no sangue e grandes quantidades circulam nos vasos sanguíneos, gerando uma deposição nos capilares. A coloração acastanhada das fezes não ocorre, deixando as fezes claras, e ao mesmo tempo a substância vai sendo deposta nos capilares, deixando a pele (próxima a esses capilares) com uma coloração amarelada – icterícia. Além disso, essa bilirrubina conjugada acaba sendo filtrada pelos rins, gerando uma coloração escura na urina – a qual normalmente estaria nas fezes. • A lesão nos hepatócitos começa a se tornar bastante intensa, fazendo com que enzimas que estavam presentes no interior dos hepatócitos, especialmente no interior do citoplasma, comecem a ser liberados. Uma delas é a ALT, enzima transaminase muito importante, que fica muito alta no sangue dos pacientes que estão com hepatite. ALT/TGP alta. • Então, um paciente com hepatite apresenta como sintomas clássicos, a icterícia, urina escura, fezes claras, aumento de ALT e aumenta da bilirrubina no sangue. • Essas características são comuns para qualquer tipo de hepatite. • O que diagnostica de fato a hepatite de etiologia viral é a presença de resquícios de vírus no soro do paciente (antígenos virais) e também a detecção de anticorpos específicos para cada vírus. Então, com base nessas características e na presença de antígenos e anticorpos no sangue, diagnostica-se a hepatite viral. Hepatites virais • Existem vários tipos de hepatites virais: • São de várias famílias diferentes, com diferentes genomas... São completamente diferentes, inclusive na forma de contágio, mas todos tem a capacidade de infectar o fígado e causar os sintomas característicos. • Diferentes formas de transmissão: sexual, parenteral, fecal e oral. Histórico das hepatites virais • São doenças antigas. • Até o século 19, relatos de pacientes com esses sintomas eram associados à água, comunidades com um mesmo poço. • A partir do século 19, começou a ocorrer surtos associados com transmissão de sangue, especialmente com transfusões sanguíneas. • Os vários tipos não eram conhecidos e não havia a análise do sangue que seria doado. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Os associados à água seriam da Hepatite A e ao sangue seria a Hepatite B. • Na década de 40, McCallum começou a separar esses tipos. Ele percebeu que os sintomas tinham uma etiologia viral, mas com 2 vírus diferentes: - Um com incubação rápida, apresentando sintomas antes de 40 dias; com transmissão pela água; chamou esses vírus de Hepatite A. - Definiu que as hepatites de vírus com incubação lenta e sintomas que apareciam só depois de 50 dias, com transmissão por sangue, era o Vírus de Hepatite B. • Depois, em torno dos anos 80, quando começou a aparecer o HIV e pela Hepatite ser transmitida pelo sangue os laboratórios começaram a analisar o sangue antes de ser doado. Com isso, descobriu- se que havia pessoas que desenvolviam hepatite de incubação lenta mesmo recebendo sangue isento do vírus da hepatite B. Descobriu-se um terceiro de Hepatite, o Hepatite C. • A partir daí, os outros vírus que foram sendo descobertos, mantiveram a tradição da ordem do abecedário. • Atualmente tem também Hepatite D e E. Atuação • Esses vírus das hepatites virais não destroem os hepatócitos. Todo o problema causado o fígado é em função da resposta imune direcionada àquele hepatócito infectado. • O vírus causa desequilíbrio no hepatócito. O que pode levar a destruição do órgão e desenvolver manifestações clínicas é a resposta imune. • A hepatite pode ser aguda ou crônica. • O processo agudo aparece, gera infecção, os sintomas aparecem rápido, a resposta imune se manifesta e o processo é controlado, acabando na cura do paciente e desaparecimento total do vírus. • No processo crônico, é um processo lento, demorado, onde a pessoa permanece muito tempo com a infecção e a resposta imune sendo ativada. • Sendo assim, a hepatite se estabelece de forma aguda, que pode ter uma cura. Caso não, o vírus não é eliminado, a resposta imune se estabelece, entrando em um processo crônico. • O processo crônico pode se estabilizar, com a hepatite não agravada nem curada. Permanece estável.• Por outro lado, se não estabilizada, pode evoluir para uma cirrose hepática. Essa cirrose também pode ser estabilizada. Contudo, há uma grande propensão do fígado evoluir para um câncer, e a pessoa desenvolve um câncer hepático. • Existe, ainda, uma possibilidade rara: ocorrência de uma hepatite fulminante: a partir do momento que a pessoa adquire a infecção, ocorre uma interrupção total ou quase total do fígado, pela qual muitas vezes a pessoa vem a óbito. Ocorre às vezes com Hepatite A. Tipos de vírus • Focar nos 3 principais tipos de vírus, A, B e C. Hepatite B • É o que tem uma relevância maior em termos de vacinação, contágio etc. • Faz parte da família Hepadnaviridae: vírus de DNA que infecta o fígado. • É envelopado. • Possui DNA circulas de fita parcialmente dupla, com um trecho de RNA. • Os vírus não-envelopados costumam ser os mais resistentes da natureza. No caso desse vírus, mesmo sendo envelopado, é extremamente resistente no ambiente. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • No ciclo do vírus, ele faz algo que os outros não costumam fazer. • Ele entra, é adsorvido, perde o envelope, o capsídeo degrada e só o material genético entre no núcleo da célula. O DNA não se funde ao da célula, mas assume uma forma bastante resistente – cccDNA: DNA circular covalentemente fechado. É uma forma de DNA circular responsável pela doença se tornar crônica. Ao adquirir esse formato, não sai mais do núcleo. Há a cronificação da doença, pela qual o vírus produzirá partícula virais durante décadas. Patogenia da Hepatite B • A transmissão é pelo sangue (mais controlada atualmente), por relações sexuais ou uma transmissão vertical (mãe para filho). • Comum em utilização de seringas para injetar drogas. • Acidentes com material biológicos tem altas chances de contágio por hepatite B. • Assim que há a infecção – o vírus entra em contato com a corrente sanguínea, circula e chega no fígado. Se a pessoa for vacinada ou se já teve anteriormente e se curou por anticorpos, há uma parada na infecção, já que os anticorpos vão eliminar as partículas que estão entrando. • Se a pessoa não tem anticorpos, há o estabelecimento dessas partículas virais no fígado. O vírus entra no hepatócito e começa a replicação viral. A partir disso, será possível detectar no sangue do paciente os restos virais, chamados de antígenos virais. • Em 90% das pessoas com hepatite B, a infecção é resolvida espontaneamente – a pessoa se cura e nem sabe que foi infectada. • Em outras pessoas, o vírus se estabelece, começa a ocorrer a viremia – grande quantidade de partículas virais viáveis são lançadas no sangue. Uma vez no sangue, começa a ficar disponível também no sêmen, saliva, secreções vaginais, leite materno, podendo infectar outra pessoa. Antígenos virais • Antígenos produzidos ao longo da infecção. • No caso da Hepatite B, dependendo dos antígenos produzidos (são produzidos muitos) é capaz de avaliar em que momento da infecção o paciente se encontra. • O vírus da hepatite B, quando começa a ser produzido e é lançado do fígado para a corrente sanguínea, podem ser detectados 3 tipos de antígenos no sangue do paciente. - Um é o chamado antígeno de superfície do vírus da hepatite B, porque é o mais externo. HBsAg. - Há outro antígeno, que é o do capsídeo/core. HBcAg. - E, o HBeAg, tipo de proteína que fica visível quando o vírus está se replicando demais. • Todo paciente que tem Hepatite B vai ter no sangue o HBsAg – não se sabe se é crônica ou aguda. Confirma a hepatite. • O HBcAg não é encontrado circulando na corrente sanguínea, apenas em partes do tecido hepático. Não pode ser utilizado como forma de diagnóstico, porque não é liberado. • O HBeAg pode se encontrado ou não. Se a pessoa tiver uma replicação viral intensa, o antígeno é encontrado. Se o vírus estiver silencioso, não é Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez encontrado. A presença dele confirma que há uma infecção viral acentuada. • Se o paciente começar a apresentar anticorpos: - Anti-HBS positivo: contra o HBsAg, significa que o paciente está curado, pois esse anticorpo é neutralizante e confere imunidade. Para saber se o paciente está vacinado ou teve a doença e se curou basta olhar o HBcAg. - Anti-HBc positivo: indica que a pessoa esteve em contato com o vírus, pois esse antígeno só se encontra no fígado. Tendo esses dois anticorpos, significa que a pessoa está imune porque já teve a infecção. Se não houver Anti-HBc é sinal de que a pessoa foi vacinada, porque a vacina não é feita do vírus inteiro, só do HBsAg. Se só tiver o Anti-HBc, é provável que seja um paciente crônico. Já desenvolveu a doença e anticorpos para o HBc, mas não conseguiu desenvolver anticorpos para o HBs. - AntiHbe: Para saber se a infecção é crônica ou aguda, verifica-se se o Anti-HBc é IgM ou IgG. Se for IgM é uma infecção recente. Se for IgG, é crônica. Com essas análises dá para dizer se a infecção é aguda ou crônica, e se o prognóstico é bom ou ruim. Isso porque se o paciente tem o HBeAg, tem uma elevada replicação viral – o que não é bom, pois haverá cada vez mais lesões. Se a pessoa tem HBeAg e não tem AntiHbe é um mal prognóstico, com paciente de risco para desenvolvimento de cirrose ou carcinoma. Se a pessoa fora HBeAg negativo e tiver o AntiHbe, significa que a replicação viral está controlada e há um bom prognóstico. Hepatite B aguda com evolução para cura • Acontece em 90% dos casos. • Aparecimento dos antígenos em uma hepatite B aguda com evolução para cura. • Cerca de 1 mês ou 2 depois da infecção, o HBsAg aparece – marcador da doença. O HBeAg aparece também, porque a replicação viral é alta no início. • Os sintomas aparecem e não há nenhum anticorpo. • Conforme o tempo passa, o HBsAg vai caindo, até que cerca de 32 semanas/10 meses depois, não tem mais o antígeno, o que significa que a pessoa está curada. Ficam somente os anticorpos – anti- HBs, mostrando que a pessoa desenvolveu imunidade, anti-HBc indicando que a pessoa entrou em contato com o vírus e o anti-HBe indicando que a replicação viral ocorreu, mas foi suprimida em algum momento. • Inicialmente, o anti-HBc que aparece é o IgM e depois tem o IgG mais marcante. • Então, no início (por até 6 meses) serão detectáveis o HBeAg e o HBsAg. Depois, todos eles somem, ficando o Anti-HBc IgM que depois vira IgG, o anti-Hbe e o Anti-HBs. Hepatite crônica • Acontece em 10% dos adultos e em 90% das crianças menores de 1 ano. • Hepatite que não se curou. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Há uma infecção aguda que dura alguns meses, com os sintomas aparecendo, • O HBsAg nunca deixa de aparecer, já que ele é sinônimo de que o vírus está se manifestando. Se ele parar de ser produzido, significa que a pessoa foi curada. • Há o HBeAg por um tempo, podendo sumir ou não. Se aparecer o anti-HBe e o HBeAg sumir é um bom prognóstico. • O anti-HBc aparece, mas não é neutralizante nem capaz de acabar com a infecção. • Logo, enquanto a pessoa estiver doente, o HBsAg persiste. O HbeAg pode persistir ou sumir. • Anti-HBc sempre aparece. • Anti-HBs não aparece. • Anti Hbe pode aparecer, indicando uma redução da replicação e dando bom prognóstico. Transmissão • Vertical, sexual ou por contato com sangue contaminado. • O vírus mantém-se viável por até 7 dias no ambiente. • A transmissão é maior quando o paciente é HBeAg+ - o que significa que a replicação é muito intensa e tem muito vírus no sangue. • Há grandes taxas de pessoas infectadas por acidente com material biológico. • Risco: - Acidente comagulha contaminada: 60% (HBeAg +) e 40% (-). - Transfusão de sangue: 70%. - Sexual: 45% - Vertical: Até 90% (+), 50% (-). Prevenção • Vacinação: 3 doses. - Quem trabalha em ambientes de saúde, além de ser vacinado, tem que fazer regularmente a cada 5 anos uma dosagem para verificar se os anticorpos estão em nível necessário para imunização. Muitas pessoas tomam as doses e não gera imunização, precisando de dose de reforço. - A vacina tem o HBsAg concentrado. - Induz a produção de Anti-HBs. • Imunoglobulina: Nos casos de acidentes com material biológico, vítimas de violência sexual ou recém-nascidos de mãe com hepatite devem tomar uma imunoglobulina, para bloquear a infecção em um possível contato com o vírus. • Uso de preservativos, mesmo que a transmissão sexual não seja tão efetiva. • Testagem de sangue doado: obrigatório a partir da década de 70. • Evitar compartilhar alicates de unha e lâminas de barbear. Diagnóstico e acompanhamento Resumo dos gráficos. • O diagnóstico pode ser feito com teste rápido, disponibilizado pelo SUS. Ele identifica HBsAg+. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Com resultado positivo, a pessoa deve ser encaminhada para programas de hepatite, que os municípios possuem ou faz-se o monitoramento da infecção: dosagem de ALT e carga viral. Tratamento • Aguda: - Suporte; - Repouso; - Evitar álcool e medicamentos; - Dieta rica em carboidratos – lenda. • Crônica: - Interferon-alfa – reduz a agressão do sistema imune ao fígado. - Lamivudina – anti-viral que inibe a DNA polimerase. São medicamentos que atuam reduzem a carga viral e as lesões hepáticas. Possuem efeitos colaterais. Para que a pessoa faça uso deve assinar um termo de consentimento. Epidemiologia • Maior distribuição nos locais mais pobres. • Alta prevalência na região amazónica. • No Brasil: • A partir dos anos 2000 teve um aumento de diagnósticos. • Taxa controlada em todas as regiões do Brasil. Vírus da Hepatite C • Família Flaviviridae – mesmos que causam dengue e Chikungunya. • Vírus envelopado. • Transmissão idêntica à da hepatite B, porém, é um vírus muito menos estudado, então há menos detalhes. • Genoma de RNA. Patogênese • Quando ele causa a infecção, há 10 a 15% de cura espontânea e 85% de chance dessa infecção cronificar para uma infecção aguda. • Possui um prognóstico muito pior que o da B. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez • Esse processo de agravamento leva entre 30 e 40 anos. • O curso da doença é mais grave, com maiores chances de cirrose e câncer. • A lesão celular não é causada pelo vírus, mas pela resposta celular do sistema imune. • Há manifestações extra-hepáticas, especialmente devido à formação de complexos antígenos- anticorpos. • O vírus da hepatite C tem uma tendência de se multiplicar intensamente e desencadear a produção de anticorpos. Esses anticorpos não são neutralizantes, então acaba havendo muitos vírus e de anticorpos na corrente sanguínea. Quando isso ocorre, forma-se um complexo Ag-Ac que se depositam nos capilares. Essa deposição pode levar a: - Insuficiência renal, quando a deposição é nos rins. - Tiroidite auto-imune, quando os Ac gerados se voltam contra a tireoide. - Crioglobulinemia mista essencial (CME), ocorrência de várias lesões na pele pela deposição dos complexos quando há muito frio. - Linfomas. Hepatite C com evolução para cura • Normalmente não evolui para cura. • Quando evolui, a carga viral é muito intensa, aumento das enzimas hepáticas e depois de um tempo os anticorpos começam a aparecer. Não são os anticorpos que neutralizam a infecção. • A infecção se cura, o vírus vai embora e depois os anticorpos aparecem. Hepatite C crônica com evolução para cirrose • Mais comum. • O RNA viral continua sendo detectado; aumento inicial das enzimas hepáticas, que depois se mantem alto por muito tempo e o anticorpo aparecendo junto com o vírus. • O anticorpo não é capaz de reverter o quadro. • Isso prevalece e a partir de 10/15 anos começa a ocorrer um processo de lesão cada vez mais intenso no fígado, gerando fibrose que pode evoluir para cirrose, que pode evoluir para carcinoma hepatocelular. • Os níveis de ALT estão sempre altos. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Transmissão • Mesma da hepatite B. No Brasil: Não há nenhum tipo de profilaxia para tratamento contra a hepatite C em casos de acidentes hospitalares. Prevenção • Não tem vacina. • Testagem de sague doado. • Evitar compartilhamento de seringas. • Uso de preservativos (mesmo sendo muito raro esse contágio). • Evitar acidentes com material biológico. Diagnóstico • O exame Anti-HVC detecta o anticorpo. Como a maior parte tem a hepatite crônica e evoluindo, manda o paciente direto para fazer a dosagem e a carga viral em um centro de referência, onde avaliam se a pessoa tem o vírus realmente ou se é um caso curável. Tratamento • Era extremamente caro e complicado, com muitos efeitos adversos. Houve uma mudança nele, por conta da adição do Sofosbuvir – medicamento muito bom para tratar hepatite C. • Comparação entre os tratamentos. • Tratamento caríssimo. Epidemiologia • Em 13 anos, o SUS notificou e confirmou 120 mil casos. Antes não tinha teste rápido. Com a oferta do teste, a detecção aumentou. • É uma grande causa de câncer de fígado. • Responsável por 31% a 50% dos transplantes em adultos. • Acre com maior proporção. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Hepatite A • Família Picoraviridae. • Vírus não-envelopado. Facilmente transmitido pela água. • Genoma de RNA. • É uma doença aguda na maioria das vezes, exceto em hepatite fulminante. Ela não cronifica nem evolui a cirrose nem câncer. Patogênese • Infecta a pessoa a partir do trato digestivo, pela água. • Quase todos já tiveram hepatite A, porque ela é extremamente comum. Frequente em crianças. • O vírus penetra o intestino delgado, atravessa pela parede do ID e cai no sangue, causando uma viremia primária. Atinge o fígado e é eliminado na bile. A partir disso, o vírus é eliminado nas fezes. Quando não há saneamento adequado, esse vírus contamina a água e infecta outras pessoas. • É uma doença que varia entre assintomática – na grande maioria dos casos até uma hepatite fulminante que pode matar a pessoa (rara). • Normalmente, menores de 5 anos, 10% são sintomáticos. Adolescentes são 100% sintomáticos. Menor a criança, menor a chance de sintomas graves. Evolução da hepatite A • Começa no momento da infecção. Logo, o vírus começa a ser eliminado nas fezes e a ter uma grande circulação na corrente sanguínea. • As enzimas ALT altas aparecem. • Depois de um tempo, o vírus é eliminado, as enzimas hepáticas voltam aos níveis normais e ficam os anticorpos: primeiro IgM e depois IgG. • Ela não cronifica. Diagnóstico • Clínico: segundo os sintomas. • Laboratorial: com marcadores sorológicos: Anti- HAV IgM e total (IgG). Tratamento • Suporte. • Repouso. • Evitar álcool e medicamentos. • No caso de uma hepatite fulminante: internação e possibilidade de transplante hepático de urgência, porque o fígado para de funcionar totalmente. Prevenção • Acesso à saneamento básico. • Consumo de água tratada. • Evitar banho em águas poluídas. • Vacina do SUS desde 2014. Única dose, sendo que está em estudo a possibilidade de segunda dose. • As crianças de até um ano recebem a vacina. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Epidemiologia• Associada a países com problemas de água ou saneamento básico. • Segundo dados oficiais, 6,5% dos brasileiros já tiveram hepatite A. Subnotificado. • 75% dos casos ocorrem em crianças menores de 13 anos. • Incidência maior no Norte e Nordeste, pela falta de saneamento básico. Hepatites no geral • A D e E existem, mas há poucos casos. • A E está aumentando. • São doenças muito complicadas (B e C).
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